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A IMPORTÂNCIA DA MUSICALIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO NA CRIANÇA Mirian Maria de Almeida 1 Cleudet de Assis Scherer 2 Introdução Este texto tem por finalidade relatar o resultado da prática de Estágio Supervisionado I do curso de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM), desenvolvido em uma pré-escola do município de Roncador-PR. Estagiamos em uma turma do nível III, composta por 25 alunos de 4 a 5 anos, com o tema “A importância da Musicalização para o desenvolvimento da atenção na criança”, uma vez que, por meio de observações percebemos que a música não é utilizada nesse contexto escolar como uma linguagem que contribui para o desenvolvimento da criança. Analisamos também que os educadores desconhecem as várias possibilidades de trabalhar com essa linguagem, visto que, a “Música” especificamente, está presente no próprio projeto curricular da escola, porém, não são preparadas aulas próprias com esse conteúdo, apenas a utilizam como passatempo, entre uma atividade e outra. Ao apropriar-se da linguagem musical, segundo autores como Brito (2003), Jeandot (1997), Scherer (2007, 2010), a criança desenvolve sua acuidade auditiva, ao acompanhar gestos e danças, amplia a sua coordenação motora e aguça sua atenção. A música também possibilita a criança um melhor uso da linguagem, estimula a criatividade e imaginação, ao trabalhar com sons propicia a oportunidade de estabelecer relações com seus pares e com o ambiente. Enfim, por meio dela a criança começa a conhecer melhor a si mesma, ao desenvolver sua noção de esquema corporal e também sua comunicação com o outro. 1 Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão- FECILCAM. 2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá- UEM e Professora do Departamento de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão- FECILCAM.

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A IMPORTÂNCIA DA MUSICALIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO NA CRIANÇA

Mirian Maria de Almeida 1

Cleudet de Assis Scherer 2

Introdução

Este texto tem por finalidade relatar o resultado da prática de Estágio

Supervisionado I do curso de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de

Campo Mourão (FECILCAM), desenvolvido em uma pré-escola do município de

Roncador-PR. Estagiamos em uma turma do nível III, composta por 25 alunos de 4 a 5

anos, com o tema “A importância da Musicalização para o desenvolvimento da atenção

na criança”, uma vez que, por meio de observações percebemos que a música não é

utilizada nesse contexto escolar como uma linguagem que contribui para o

desenvolvimento da criança.

Analisamos também que os educadores desconhecem as várias possibilidades de

trabalhar com essa linguagem, visto que, a “Música” especificamente, está presente no

próprio projeto curricular da escola, porém, não são preparadas aulas próprias com esse

conteúdo, apenas a utilizam como passatempo, entre uma atividade e outra.

Ao apropriar-se da linguagem musical, segundo autores como Brito (2003),

Jeandot (1997), Scherer (2007, 2010), a criança desenvolve sua acuidade auditiva, ao

acompanhar gestos e danças, amplia a sua coordenação motora e aguça sua atenção. A

música também possibilita a criança um melhor uso da linguagem, estimula a

criatividade e imaginação, ao trabalhar com sons propicia a oportunidade de estabelecer

relações com seus pares e com o ambiente. Enfim, por meio dela a criança começa a

conhecer melhor a si mesma, ao desenvolver sua noção de esquema corporal e também

sua comunicação com o outro.

1 Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão- FECILCAM. 2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá- UEM e Professora do Departamento de Pedagogia da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão- FECILCAM.

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Para a realização da nossa prática de estágio, partimos da abordagem Histórico-

Cultural, proposta por Vygotsky e seus colaboradores, a qual considera que o

desenvolvimento humano tem sua origem nas relações sociais, que é influenciado tanto

pela história quanto pela cultura.

Nesta perspectiva, a criança nasce desprovida de qualquer tipo de conhecimento,

no entanto, ela nasce em um meio cultural, em que conhecimentos são produzidos

historicamente a partir das relações sociais. E é por auxilio da fala e da vida em um

meio cultural que ela irá se situar no mundo.

Segundo Gasparin (2002), na perspectiva Histórico-Cultural, a tarefa docente

visa trabalhar o conteúdo científico e contrastá-lo com o cotidiano, com o objetivo de

fazer com que os alunos, ao executarem inicialmente a mesma ação do professor, por

meio das operações mentais de analisar, comparar e explicar aproprie-se dos

conhecimentos científicos e neles incorporem os anteriores, dessa maneira,

transformando-os também em científicos, constituindo um conceito mais elaborado a

respeito do conteúdo.

Dessa maneira, os conceitos do professor não se transmitem de forma mecânica

e direta ao aluno, não são passados de uma cabeça para outra. O caminho percorrido

desde o primeiro contato da criança com o novo conceito até o momento em que a

palavra se torna propriedade sua, como conhecimento científico, é um longo e

complicado processo psíquico “que envolve a compreensão da nova palavra, seu uso e

assimilação real” (GASPARIN, 2002, p.61). Levando em consideração estas questões,

cada aluno então, é visto como ser dotado de cultura histórica e social e é participante

ativo no seu processo de aquisição de conhecimento.

Com base nestas considerações, utilizamos em um primeiro momento os

conhecimentos que as crianças já tinham sobre o conteúdo, e logo em seguida

exploramos novos conhecimentos, por intermédio de músicas, cantigas de roda,

explorando os sons do corpo, da natureza, de casa, os instrumentos musicais. Para isso

usamos alguns materiais, como toca CD, instrumentos musicais de brinquedo,

instrumentos musicais feitos com sucata.

Para melhor explicitar os estudos efetuados, apresentaremos inicialmente no

decorrer deste artigo, a concepção de infância e de Música como linguagem educativa e

posteriormente os resultados obtidos durante a nossa prática de estágio. Sendo possível

afirmar que nosso objetivo de contribuir por meio da musicalização para o

desenvolvimento da atenção voluntária na criança foi atingido, uma vez que, os

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professores da instituição notaram a importância de utilizar essa linguagem no contexto

escolar e as crianças aprenderam como é importante escutar com atenção e

concentração.

Musicalização na Educação Infantil: Sua importância para o desenvolvimento da

atenção.

Segundo Oliveira (2008), ao longo de muitos séculos, o cuidado e a educação de

crianças pequenas era atribuído como tarefa de responsabilidade familiar. Logo após o

desmame, a criança vista como um pequeno adulto, desde muito cedo, passava a ajudar

os adultos em tarefas cotidianas. Com o desenvolvimento científico, ocorreram novas

visões sobre como elas deveriam ser educadas. Dessa maneira, foram organizados

serviços de atendimento às crianças abandonadas por suas famílias, ou cujos pais

trabalhavam em fábricas. Como explica a autora,

Gradativamente, surgiram arranjos mais formais para atendimento de crianças fora da família em instituições de caráter filantrópico [...] Não tinham uma proposta instrucional formal, embora logo passaram a adotar atividades de canto, de memorização de rezas ou passagens bíblicas e alguns exercícios do que poderia ser uma pré-escrita ou pré-leitura (OLIVEIRA, 2008, p. 60).

Outras iniciativas também levaram à criação de instituições para atender as

crianças acima de três anos, filhos de mulheres operárias. Eram os chamados asilos e as

infant schools, nas quais, era ministrado para os filhos dos operários o ensino da

obediência, da moralidade, da devoção e do valor do trabalho.

Ao longo da história as instituições de crianças pequenas receberam diversos

nomes: Jardim de Infância, Pré-Escola e Creches. Em meados dos anos 80 do século

XX, ocorreram diversos debates em torno das funções das creches que passaram a ser

entendidas como um local de educação de crianças de zero a cinco anos.

A preocupação com a Educação Infantil teve um grande avanço no decorrer dos

anos, como também por um ensino mais centrado na criança. As instituições escolares

como cita Oliveira (2008), não tinham uma proposta instrucional formal, voltavam-se

apenas para o desenvolvimento de bons hábitos e valores religiosos, no entanto,

atualmente possuem uma proposta pedagógica ampla, envolvendo o desenvolvimento

motor, cognitivo, afetivo e psicológico da criança.

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A partir da inquietação com uma escola que proporcionasse um ensino mais

centrado na criança, hoje vemos um grande avanço nas propostas pedagógicas no que se

refere ao desenvolvimento da criança em todos os aspectos: corporal, intelectual e

afetivo. Justamente foram esses aspectos que procuramos enfatizar durante a nossa

prática de estágio com a musicalização, nos apropriamos de conceitos de diversos

estudiosos que elaboraram pesquisas com o intuito de perceber como se dá o

desenvolvimento e a aprendizagem na criança de zero a cinco anos, para posteriormente

entendermos qual a importância da música para esse desenvolvimento. Dentre estes

teóricos temos Vygotsky (1896-1934), bem como os seus colaboradores.

Vygotsky (1991) retrata que o desenvolvimento da criança ocorre por meio das

relações sociais, e pela mediação de conhecimentos produzidos histórico e

culturalmente. Por intermédio da interação com o meio e com o mediador que ela

conseguirá se desenvolver. Dessa maneira, “antes de controlar o próprio

comportamento, a criança começa a controlar o ambiente com a ajuda da fala. Isso

produz novas relações com o ambiente, além de uma nova organização do próprio

comportamento” (VYGOTSKY, 1991, p. 27).

O desenvolvimento dessas potencialidades caracteristicamente humanas de

comportamento irá produzir mais tarde na criança, o intelecto, que constitui a base do

trabalho produtivo, ou seja, a forma especificamente humana da utilização de signos e

instrumentos. Segundo Vygotsky (1991), as funções psicológicas superiores, como a

linguagem, a memória e a atenção voluntária, são construídas ao longo da história social

do homem, isso se faz desde o seu nascimento, em sua relação com o mundo por meio

da mediação.

Dessa forma, percebemos que a escola deve propiciar o desenvolvimento de

diferentes linguagens, entre elas citamos a Música, que deve fazer parte da rotina dos

centros de Educação Infantil, visto que, segundo Lino,

A linguagem musical é um meio de organização da realidade, e sua compreensão não é anterior a seu uso: é o seu uso que organiza a experiência e permite sua compreensão. A linguagem musical é a organização do som, estruturado numa forma que estabelece relação e gera significados, provenientes da coordenação e ordenação integrada do sujeito, do objeto sonoro e de seu meio sociocultural (LINO, 2005, p. 68, grifo do autor).

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A partir desse pressuposto, consideramos que a música é um instrumento de

desenvolvimento de grande importância, uma vez que por meio dela funções psíquicas,

orgânicas e sociais podem ser aprimoradas. Já que essa linguagem está presente há

muito tempo na vida do ser humano. Como aponta Jeandot,

A receptividade à música é um fenômeno corporal. Ao nascer, a criança entra em contato com o universo sonoro que a cerca: sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos. Sua relação com a música é imediata, seja através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas, seja através dos aparelhos sonoros de sua casa (JEANDOT, 1997, p. 18).

Em todas as civilizações costuma-se acalentar os bebês com cantos e

movimentos. Segundo a autora, antes mesmo de nascer, ainda no útero materno, a

criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música: o ritmo, por

meio das pulsações do coração de sua mãe. Antes mesmo de começar a falar, podemos

ver o bebê cantar, gorjear, experimentando os sons que podem ser produzidos com a

boca.

Ao entrar em contato com os objetos, ela rapidamente começa a interagir com o mundo sonoro, que é o embrião da música, e, nessa idade, qualquer objeto que produz ruído torna-se para ela um instrumento musical capaz de prender sua atenção por muito tempo (JEANDOT, 1997, p. 19).

Como explica a autora, a criança não é artista, mas antes de tudo um ser

“rítmico-mímico”, que usa espontaneamente os gestos ao sabor da sensação que eles

despertam. É só observar um bebê com uma colher posta à sua disposição antes da sopa,

“ele bate na mesa, repetindo o gesto para renovar a sensação provocada” (JEANDOT,

1997, p. 19).

Percebemos desta maneira, que a música tem grande influência sobre a criança

antes mesmo de seu nascimento. Devido a isso os jogos ritmados, próprios dos

primeiros anos de vida, devem ser trabalhados e incentivados na escola, ao adulto

caberá compreender em que medida a música constitui uma possibilidade expressiva

privilegiada para a criança, uma vez que atinge diretamente sua sensibilidade afetiva e

sensorial. Segundo pesquisa de Scherer,

[...] as crianças que já estudam musicalização desde o berçário e hoje estão em média com três anos e meio a quatro anos, estabelecem uma diferença positiva no desenvolvimento em relação a outras crianças

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recém chegadas a escola, desenvolvimento este, na percepção auditiva, memória, atenção, coordenação motora, trazendo suas próprias experiências de fora para o contexto escolar principalmente na fala e representações sonoras (SCHERER, 2007, p. 107).

Com base em tais conceitos, nosso primeiro contato com as crianças foi por

meio da “chamada musical”, com o intuito de aprendermos os nomes uns dos outros e

sabermos quem estava presente, cantamos: “Quem chegou à aula aqui foi a... que prazer

é vê-la aqui ó...” falando o nome de cada criança.

Posteriormente, explicamos às crianças, a importância de conhecer o silêncio.

Perguntamos o nome de cada um e em seguida pedimos que todos falassem ao mesmo

tempo e bem alto o próprio nome, dessa maneira ninguém conseguiu entender o que

cada um falou. A partir dessa atividade, evidenciamos que o silêncio é muito importante

para podermos ouvir e entender os sons. Perguntamos a eles: Por que vocês não

entenderam o que o colega disse? Responderam: “Porque tava muito barulho”

Dessa maneira, conseguimos fazer com que entendessem a importância do

silêncio, uma vez que é por intermédio dele que conseguimos escutar os sons

encontrados em nosso dia-a-dia, escutar os sons dos animais, dos carros na rua, os sons

de casa, entre outros. Além disso, propicia a capacidade de ouvir enquanto outro está

falando, desenvolvendo assim a atenção voluntária e, ao mesmo tempo o respeito.

Solicitamos que todas as crianças debruçassem em suas carteiras e ficassem em

silêncio para ouvirem os sons ao seu redor. Em seguida fizemos a seguinte pergunta:

Que sons vocês puderam perceber? As crianças responderam: o passarinho, a moto,

conversas, carro, entre outros. A partir disso, notamos que existem variados tipos de

sons ao nosso redor, mas que para ouvi-los precisamos de algo muito importante, o

silêncio.

Em outro momento, desenvolvemos atividades envolvendo sons e ruídos,

explicamos que os sons agradáveis são chamados de musicais e os sons desagradáveis

são chamados de ruídos. Para percebermos o que é o som, pedimos aos alunos que

colocassem a mão na garganta e gritassem: Háa! Assim, todos sentiram a vibração da

voz, explicamos que por meio do ar as vibrações da nossa voz chegam até os ouvidos.

Em seguida cantamos a música “O sapo não lava o pé”, prestamos muita atenção

ao som da nossa voz, cada um dos alunos cantou sozinho uma parte da música, para que

assim pudesse ouvir somente o som da própria voz. Segundo a autora, “cantando

coletivamente, aprendemos a ouvir a nós mesmos, ao outro e ao grupo como um todo.

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Dessa forma, desenvolvemos também aspectos da personalidade, como atenção,

concentração, cooperação e espírito de coletividade” (BRITO, 2003, p. 93).

Conforme a autora é importante que o trabalho vocal ocorra num ambiente

motivador e descontraído. O educador deve formar bons hábitos nas crianças, ou seja,

explicar que não se deve gritar, não forçar a voz e acima de tudo assegurar igualdade de

chances para que toda criança possa ter acesso a música.

Posteriormente, realizamos uma aula a respeito dos sons do nosso corpo,

fizemos um círculo e explicamos que o nosso corpo também produz som.

Demonstramos e solicitamos que fizessem sons com a boca, nariz, mãos, dedos, e pés.

Nesse momento, uma criança disse: “Profe, minha barriga também faz som, quando

estou com fome ela ronca”. A partir dessa atividade percebemos que as crianças

trouxeram experiências do cotidiano e compreenderam que existem outras formas de

fazermos sons utilizando nosso corpo. Dessa maneira, “o modo como as crianças,

percebem, apreendem e se relacionam com os sons, no tempo-espaço, revela o modo

como percebem, apreendem e se relacionam com o mundo que vêm explorando e

descobrindo a cada dia” (BRITO, 2003, p. 41).

As crianças interagem permanentemente com o ambiente sonoro que está ao seu

redor, “[...] é um ser ‘brincante’ e, brincando, faz música [...]” dessa forma, se relaciona

com o mundo que descobre diariamente (BRITO, 2003, p.35).

Após desenharem seu próprio corpo e marcarem na figura as partes que

produzem sons, cada aluno mostrou seu desenho para a turma e representou um tipo de

som produzido pelo seu corpo. A atividade de interação entre as crianças é muito

importante, uma vez que, de acordo com Vygotsky (1991), a fala é um importante

instrumento de desenvolvimento, “a criança começa a perceber o mundo não somente

através dos olhos, mas também através da fala”, visto que é pela comunicação que ela

irá trocar informações com outras pessoas (VYGOTSKY, 1991, p.36).

Explicamos aos alunos que os animais também produzem som e que podem ser

fortes ou fracos. Exemplificamos que sons fortes são aqueles feitos por leões, onças,

elefantes e sons fracos são feitos por passarinho e grilo. Em seguida, pedimos que cada

aluno imitasse o som de algum animal, um deles disse: “Vou imitar um dragão, mas

como vou soltar fogo pela boca?” outro replicou “Você não precisa soltar fogo, é só

imitar o som dele”. Observamos com essa atividade que, “quando criamos um ambiente

musical na sala de aula, podemos notar que as crianças pesquisam e improvisam

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livremente, criando sons que os adultos talvez só obtivessem com menos facilidade,

dada sua inibição e falta de espontaneidade” (JEANDOT, 1997, p. 30).

Dessa forma, é importante que o trabalho com a voz ocorra num ambiente

motivador e descontraído, livre de tensões exageradas que comprometam a desenvoltura

da criança.

Para finalizar o conteúdo cantamos a música “A voz dos animais” de Nilsa

Zimmermann, fazendo gestos e sons. Segundo Jeandot, “é a partir dessa relação entre o

gesto e o som que a criança - ouvindo, cantando, imitando, dançando - constrói seu

conhecimento sobre a música, percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na

exploração e na descoberta dos sons” (JEANDOT, 1997, p. 19).

Conforme Vygotsky (1991), no desenvolvimento da criança a imitação e o

aprendizado desempenham um papel importante. Trazem à tona as qualidades

especificamente humanas da mente e levam a criança a novos níveis de

desenvolvimento. Uma vez que, o que a criança é capaz de fazer hoje em cooperação,

será capaz de fazer sozinha no futuro.

De acordo com Vygotsky (1991a, p. 89), “para imitar, é necessário possuir

meios para se passar de algo que já se conhece para algo novo. Com o auxílio de outra

pessoa, toda criança pode fazer mais do que faria sozinha [...]”. Nesse sentido, quando a

criança imita a forma que o adulto manipula instrumentos, ela está dominando o

verdadeiro princípio envolvido numa atividade particular, dessa forma, está gerando

oportunidade de desenvolvimento intelectual.

A atenção nessa atividade também exerce papel fundamental, a criança necessita

estar atenta, para ouvir a música, fazer o som e no mesmo instante executar o gesto.

Segundo Vygotsky (1991) a atenção, sendo uma das complexas funções superiores, tem

sua origem nas relações sociais do indivíduo com o mundo, ou seja, a atenção é

desenvolvida a partir das relações que o ser humano mantém com o mundo exterior.

Notamos assim, a relevância da musicalização nesse desenvolvimento, sendo que,

“como uma das formas de representação simbólica do mundo, a música, em sua

diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro - próximo

ou distante” (BRITO, 2003, p. 28).

Outra atividade que propusemos, foi a respeito dos sons de dentro da nossa casa.

Conversamos com as crianças e explicamos que dentro de nossa casa temos vários

utensílios desde colheres e panelas, até secador de cabelo, máquina de lavar, entre

outros que também emitem sons. Uns podem ser considerados sons e outros ruídos.

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Entregamos uma ficha para cada aluno contendo a figura de um utensílio, cada um

deveria imitar o seu som. Após, disponibilizamos para as crianças revistas, na qual

deveriam encontrar figuras de diferentes aparelhos domésticos recortarem e colá-los em

seu caderno. Em seguida, ensinamos à música “A casa” de Vinícius de Moraes. Dessa

maneira percebemos que, segundo Brito, música é gesto, movimento e ação.

No entanto, é preciso dar às crianças a possibilidade de desenvolver sua expressão, permitindo que criem gestos, que observem e imitem os colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação [...] sem a obrigação de fazer gestos comandados durante todo o tempo (BRITO, 2003, p. 93).

Conforme a autora, a canção é um gênero musical que funde música e poesia.

Quando cantam as crianças imitam o que ouvem, desenvolvem sua expressão corporal e

estimulam sua atenção. Desde que essa atividade seja realizada em um ambiente de

orientação e estímulo, tanto à escuta como à interpretação.

Conduzimos a aula com os sons da natureza, da mesma forma como fizemos a

atividade anterior, as crianças pegaram uma ficha contendo um desenho de um som da

natureza: chuva, vento, trovão, cachoeira, entre outros e deveriam imitar o devido som,

e em seguida explicitar se esses sons eram curtos ou longos, fortes ou fracos.

Segundo a autora, ao desenvolver um trabalho vocal com a criança, além de

cantar, devemos “brincar com a voz, explorando possibilidades sonoras diversas”

(BRITO, 2003, p. 89). Ou seja, imitar vozes de animais, ruídos, entoarem movimentos

sonoros, entre outros, tendo como finalidade aguçar e desenvolver a criatividade e

atenção na criança.

Como afirma Vygotsky (1991, p. 40), “dentre as grandes funções da estrutura

psicológica que embasa o uso de instrumentos, o primeiro lugar deve ser dado a

atenção”. Isso porque a capacidade ou incapacidade de focalizar a própria atenção é um

determinante indispensável do sucesso ou não de qualquer ação. Justamente é esse um

dos objetivos da música: desenvolver a atenção voluntária nas crianças.

A partir desse pressuposto, desenvolvemos nossa aula a respeito dos meios de

transporte da seguinte maneira: contamos para os alunos que para nos locomover

precisamos de um meio de transporte, que pode ser um carro, uma moto, um avião, um

trem, entre outros, em seguida, imitamos juntos o som de cada um dos meios de

transporte.

Distribuímos figuras de diversos meios de transporte para cada criança, porém

existiam cinco fichas iguais, por exemplo: cinco motos, cinco aviões. Explicamos que

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todos deveriam ficar em círculo e quando fosse dado um sinal todos deveriam imitar ao

mesmo tempo o som do meio de transporte que pegou. Desse modo, cada criança

deveria prestar atenção nos seus colegas para encontrar e formar grupo com as outros

que pegaram a mesma figura, para todos imitarem junto o mesmo som. As crianças

ficaram totalmente atentas para descobrir quem estava imitando o mesmo som que o

seu, porém houve exceções, alguns estavam dispersos e desatentos, não conseguindo

executar a atividade.

Conforme a autora, a voz é nosso primeiro instrumento, “instrumento natural

que é meio de expressão e comunicação desde o nascimento” (BRITO, 2003, p.87).

Evidenciamos então, por meio desta atividade que, estar atento para ouvir os sons que

estão ao redor, é muito importante para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e

obviamente musical.

Nossa seguinte atividade foi com o conto sonoro, o qual se tratava de uma

história contando as atividades realizadas por um menino num dia de domingo, no

decorrer da narrativa existiam diversos nomes de objetos e animais que produzem sons.

Entregamos a cada criança objetos como: relógio, sino, escova de dente, xícara de café,

martelo e lixa. Contamos a história duas vezes e pedimos que prestassem o máximo de

atenção, em seguida explicamos que quando disséssemos o nome de algum objeto que

tinham em mãos, deveriam usá-lo e produzir som. A atividade foi muito interessante,

sendo que, todos ficaram em total silêncio e apreensivos em ouvir o nome do objeto que

estava segurando.

Além de desenvolver a concentração e a imaginação, essa atividade também

desenvolveu de maneira lúdica o conceito de normas e regras. Cada um deveria esperar

o seu momento de fazer o som com o devido objeto. Para Leontiev,

Dominar as regras significa dominar seu próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo aprendendo a subordiná-lo a um propósito definido. O propósito surge aqui, é claro, diretamente relacionado com o papel representado no brinquedo, ele não é ainda compreendido como a regra do jogo. A significação psicológica do propósito apropriado é, por isso, descoberta mais tarde nos jogos que chamamos de “jogos com regras e objetivos próprios” (LEONTIEV, 1988, p. 139).

Desenvolvemos também atividades a respeito da qualidade dos sons, e em

especial o timbre, que é a característica que diferencia cada som. Como explica Brito

(2003, p.19) “costumamos dizer que o timbre é a “cor” do som”. Demonstramos por

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meio de exemplos que o som pode ser baixo e alto: quando um som é baixo, é chamado

de som grave, quando é alto, é chamado de som agudo e que também os sons podem ser

curtos ou longos, como por exemplo, o som do telefone tocando é um som longo, o som

de alguém estalando os dedos é um som curto.

Para aprender as diferenças entre os sons, ensinamos a canção “O meu chapéu”

de domínio popular. Após aprendermos a música, explicamos que quando a professora /

estagiária mostrasse um cartão vermelho, todos deveriam cantar só no pensamento sem

imitir sons, cartão azul cantar fraco e cartão verde cantar forte. Dessa maneira,

conseguimos fazer com que as crianças exercitassem sua atenção, uma vez que

deveriam ficar totalmente atentas para o sinal e consequentemente alterar o tom da voz.

A música é linguagem, dessa maneira, devemos seguir em relação à música, o

mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja,

“devemos expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da

música” (JEANDOT, 1997, p. 20). O educador, antes de transmitir sua própria cultura

musical, deve pesquisar o universo musical a que a criança pertence, e encorajar

atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão

por meio da música. Segundo a autora,

Muitas vezes, quando a música é ensinada em escolas ou conservatórios, oferece-se à criança um método, um instrumento, e muitos já esperam “maravilhas” ao final do primeiro mês de estudo, sem que haja antes um trabalho, através do qual a criança possa ouvir, escutar, perceber, descobrir, imitar, repetir os sons, isto é, construir seu conhecimento sobre a música (JEANDOT, 1997, p. 20).

A partir desse pressuposto, reafirmamos para as crianças que o som está presente

em todos os momentos de nossa vida, mas que também existem objetos próprios para

produzir sons agradáveis, estes são chamados instrumentos musicais, dos quais

podemos tocar lindas melodias, estes podem ser de sopro (flauta, trompete), percussão

(chocalho, pandeiro) e de cordas (violão). Entregamos para cada aluno um instrumento

musical: pandeiro, violão, flauta e alguns feitos de sucata como: chocalho, reco-reco.

Solicitamos que tocassem os instrumentos um de cada vez, para poder ouvir o

som que cada um produz. Ensinamos a música: “A loja do mestre André” e quando

todos já sabiam cantar, iniciamos com os instrumentos musicais. Nesse sentido, “é

importante ressaltar que a música ao trabalhar com instrumentos de percussão, em que

as crianças tocam e param nos momentos certos indicados pelo gesto do professor,

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desenvolverão a atenção seletiva de forma lúdica e prazerosa” (SCHERER, 2007, p.

106).

Notamos que as crianças ficaram totalmente atentas ao nosso sinal para tocarem

os instrumentos e, ao mesmo tempo fascinadas com a atividade, por vários momentos

pediam “Profe, vamos tocar de novo, agora quero o pandeiro...”. Houve até confusão

entre as crianças, uma vez que todos queriam o violão ou o pandeiro ao mesmo tempo,

porém conseguimos contornar a situação, ao propor que cada um iria tocar uma vez

cada instrumento. Assim, segundo Scherer (2007) o universo sonoro deve ser

apresentado de forma natural e intencional, de modo a proporcionar à criança o contato

com os diversos instrumentos musicais. Conforme Brito, percebemos que,

[...] um trabalho pedagógico-musical deve se realizar em contextos educativos que entendam a música como um processo contínuo de construção, que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir. Nesse sentido, importa, prioritariamente, a criança, o sujeito da experiência e não a música, como muitas situações de ensino musical insistem em considerar (BRITO, 2003, p. 46).

Dessa maneira, a educação musical não deve visar à formação de possíveis

músicos, mas sim à formação integral das crianças.

Por fim, realizamos a brincadeira “Bingo dos sons”, entregamos uma ficha para

cada criança (como uma cartela de bingo) em cada quadrado havia a figura de algum

som, exemplo: cachorro, carro, liquidificador, entre outros. Colocamos um CD

contendo sons variados, quando tocasse o som de uma moto, os alunos que tinham a

figura em sua cartela deveriam fazer um “X”, as crianças ficaram entusiasmadas com a

brincadeira, prestando muita atenção para ouvir cada som.

Perceber, produzir e relacionar-se com os sons, faz parte da história de vida de

todo ser humano. Dessa forma, é de suma importância que a criança aprenda a

diferenciar os sons que estão ao seu redor, uma vez que, segundo a autora,

A percepção, a discriminação e a interpretação de eventos sonoros, geradores de interações com o entorno, têm grande importância no que diz respeito à formação e permanente transformação da consciência de espaço e tempo, um dos aspectos prioritários da consciência humana (BRITO, 2003, p. 19).

Cantamos diversas músicas utilizando os instrumentos musicais. Cada aluno

deveria cantar uma música diferente utilizando seu instrumento, após, todos cantamos

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juntos novamente a música “A loja do mestre André”. Pedimos que cada criança fizesse

um desenho do que mais gostou de aprender e depois explicasse oralmente o porquê do

desenho. Como explica Lino,

Assim como abrimos os olhos e enxergamos todo um campo visual em nosso redor, o mesmo acontece com nosso ouvido: escutamos quase todo o contexto sonoro que nos envolve. Educar esse ouvido é a tarefa principal da escola onde a escuta se amplia à medida em que promovemos estratégias que levam à experiências de produção, percepção reflexão e representação musicais (LINO, 2005, p. 68).

Nessa ótica, analisamos que a musicalização é uma linguagem que pode

contribuir muito para o desenvolvimento das complexas funções superiores na criança,

em especial a atenção. Enfim, conforme aponta Brito (2003), aprender a escutar com

atenção e concentração, faz parte do processo de formação de seres humanos sensíveis e

reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar e comunicar-se.

Considerações Finais

Diante das dificuldades enfrentadas na realização do Estágio Supervisionado I,

devido ao fato de ser a nossa primeira experiência na Educação Infantil, era evidente o

nervosismo e a insegurança nos primeiros dias, entretanto com o andamento das aulas e

com as devidas orientações fomos adquirindo confiança para podermos transmitir o que

haviamos preparado com muita dedicação.

Em relação as práticas realizadas, ficou claro que as crianças sentem necessidade

de expressar-se tanto corporal como oralmente, são seres ativos que tem a necessidade

de exteriorizar suas emoções. Para tanto, a musicalização contribuiu de maneira eficaz

nesse processo, por meio dela as crianças desenvolveram a oralidade, a comunicação

com o outro, expressaram suas sensações e emoções e em especial, desenvolveram a

atenção e a concentração.

Podemos apontar que esse trabalho foi de grande contribuição tanto para nós,

que pudemos constatar a importância da musicalização para o desenvolvimento das

funções mentais superiores, como para os professores do centro de educação infantil

que observaram e perceberam que a música não deve ser trabalhada apenas como

passatempo ou entre uma atividade e outra, mas sim, como uma linguagem que

contribui para o desenvolvimento da criança.

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Em relação à maneira de trabalhar o conteúdo, procuramos sempre partir dos

conhecimentos que as crianças já tinham sobre o assunto, para posteriormente

explorarmos novos conhecimentos. Tendo como base a perspectiva Histórico-Cultural,

proposta por Vygotsky (1991) a qual considera que a criança aprende de acordo com

sua interação com o meio social em que vive.

Portanto, é possível afirmar que nossa prática de estágio teve resultados

satisfatórios. Como nosso objetivo era contribuir por meio da musicalização para o

desenvolvimento da atenção voluntária, consideramos que nossa meta foi atingida, uma

vez que, as crianças passaram a escutar com maior atenção as histórias contadas,

descrevendo-as com maior número de elementos e vocabulário e na bandinha rítmica

com instrumentos de percussão ficavam mais atentos a hora de começar e terminar as

canções. Essas ações foram percebidas também pelos professores, os quais puderam ter

conhecimento de como explorar melhor esta linguagem e os alunos que perceberam

como é importante aprender a escutar com atenção e concentração, sendo que essa

potencialidade é de suma importância para o seu desenvolvimento e aprendizagem.

Referências

BRITO, T. A. Música na educação infantil. São Paulo: Petrópolis, 2003.

GASPARIN, J. L. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

JEANDOT, N. Explorando o universo da música. 2 ed. São Paulo: Scipione, 1997.

LEONTIEV, A. N. Os princípios da brincadeira pré-escolar. IN: VYGOTSKY, L.S; LURIA, A.R; LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

LINO, D. L. Música é... cantar, dançar... e brincar! Ah, tocar também! IN: Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. 5 ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2005.

OLIVEIRA, Z.R.de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

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SCHERER, C. A. Musicalização e desenvolvimento infantil: um estudo com crianças de três a cinco anos, 2010, 166f. Dissertação de Mestrado em Educação- Universidade Estadual de Maringá-UEM, Maringá, 2010.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991a.