a historinhas do mestre jabuti

2ª Edição Fortaleza -CE

2010

Horácio DídimoIlustrações Daniel Diaz

MIOLO - As Historinhas do Mestre Jabuti_2010.indd 1MIOLO - As Historinhas do Mestre Jabuti_2010.indd 1 25/11/2009 10:52:0625/11/2009 10:52:06Process CyanProcess CyanProcess MagentaProcess MagentaProcess YellowProcess YellowProcess BlackProcess Black

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Dídimo, Horácio D556h As historinhas do Mestre Jabuti. / Horácio Dídimo; ilustração Daniel Diaz. – 2. ed. atual. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010. 24 p.; il. color.

ISBN 978-85-7529-442-0

I. Literatura Infanto-Juvenil II. Diaz, Daniel III. Título CDU 82-93(81)


Para os meus netos Carla, Gisele Cristina, Paulo Dídimo Filho, Thales Dídimo, Ana Paula, Jamile Cristina, Jonas Dídimo e as gêmeas Gianna e Liana.


A historinha do Mestre Jabuti

No tempo em que o Mestre Jabuti ainda não era cha ma do de Mestre, ele apa re ceu lá em casa com um calha ma ço de his to ri nhas e disse:

— Todos sabem que eu sou um per so na gem fol cló ri co famo so. Até no Dicionário1 do meu amigo Luís da Câmara Cascudo há um ver be te dedi ca do a minha ilus tre pes soa. Mas ele não se lem brou de dizer que eu tam bém sou vio lei ro e con ta dor de his to ri nhas. Sei que vos me cê é pro-fes sor de Literatura Infantil. Assim, trou xe aqui os ori gi nais das minhas his to ri nhas para serem publi ca das. Mas, de agora em dian te, quero ser cha ma do Mestre Jabuti.

Achei o Mestre Jabuti muito exi gen te e as his to ri nhas meio malu-cas, mas meu filho Paulo Dídimo sim pa ti zou com ele e resol veu publi car as his to ri nhas numa peque na edi ção par ti cu lar, com o títu lo de Historinhas do Mestre Jabuti2.

Algum tempo depois eu soube que o Mestre Jabuti era pro prie tá rio de uma bode gui nha com músi ca ao vivo na Parquelândia. Os meni nos che ga vam lá e per gun ta vam3:

— Mestre Jabuti, quan to custa um limão, uma laran ja e um sapo ti?— Mestre Jabuti, quan to custa uma musi qui nha do seu vio lão?

Quanto custa uma his to ri nha do seu cora ção?


Um belo dia, quan do eu quis expli car aos meus alu nos as fun ções da Literatura Infantil4, quem mais me aju dou foi o Mestre Jabuti: mais do que as lições de Linguística e de Teoria da Literatura. Escolhi sete his to-ri nhas, cada uma ilus tran do uma fun ção. Os alu nos gos ta ram e enten de-ram tudo direi ti nho.

Depois disso o repór ter Hermano Brat e o edi tor Adelphos Bruder con vi da ram Mestre Jabuti para tra ba lhar nas Ficções Lobatianas5 como dis cí pu lo da Emília. Ele fez muito suces so diri gin do a apre sen ta ção de seus per so na gens, no capí tu lo da Quinta Aranhinha, a Lazinha Anil. Nesse capí tu lo apa re ce em epí gra fe uma paró dia feita por ele, do meu poema As coi sas, com o títu lo muda do para As his to ri nhas.

As his to ri nhas não acon te cem como a gente quernem mesmo como a gente não quer.As his to ri nhas nunca pedem a nossa opi nião.

Mestre Jabuti apa re ceu ainda numa das Historinhas Cascudas6, com a sua vio li nha, can tan do a Lagarta Pintada.

E agora se pre pa rem... caros lei to res, pois lá se vem ele nova men te.

Horácio Dídimo


Notas:1 CAS CU DO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.].

2 DÍDI MO, Horácio. Historinhas do mestre jabuti. Fortaleza, 1982. 32p.

3 ______. O meni no per gun ta dor. Jornal de Cultura, Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, n. 17, 1986, p. 14.

4 ______. As fun ções da lite ra tu ra infan til: à luz das his to ri nhas do mestre jabuti. Revista de Letras, Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, v. 7, 1984, p. 33-36.

5 ______. Ficções lobatianas: dona aranha e as seis ara nhi nhas no Sítio do Picapau Amarelo. Fortaleza: Edições UFC, 1996.

6 Cf. O mestre jabuti e a lagarta pintada. In: ______. Historinhas cascudas. ilustrações de Inácio C. Braúna. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2002.


SumárioApresentaçãoA Fábula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .08A Formiguinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10A Onça e o Macaco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11O Anãozinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12O Cachorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13O Cavalo e o Passarinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14O Elefante e o Sapo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15O Gatinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16O Gato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17O Guarda-chuva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18O Índio e o Marquês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19O Lado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20O Leão e o Carpinteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21O Piano e o Dentista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22O Terremoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23Sobre os Autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24


A Fábula

Era uma vez uma fábula cheia de animais, que abriam a boca e falavam, e de homens desanimados, que abriam a boca e bocejavam.

A fábula, preocupada, resolveu correr o mundo em busca da solução.

Andou, andou, andou noites e noites e noites sem madrugada.

Afinal, quando já estava morta de cansada, a bem dizer não encontrou mais nada: somente uma netinha-vovozinha sentada junto do fogão.

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