a escola como organizaÇÃo - repositório institucional...

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- A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO E ntre as instituições so- ciais, cuja função é en- sinar conhecimentos e habilidades necessários à preservação da sociedade e efetivar o processo de so- cialização, encontramos uma de fundamental impor- tância por sua dimensão e significado: a escola. Resultante da com- plexificação dos fenômenos culturais e sociais, surgida a partir de um campo es- pecífico de educação (sis- temática), necessária por ser o órgão especial para transmitir e regular as normas e regras de convivência social, é natural pensarmos a esco- la como um espelho da sociedade. Com sua hi- erarquia e camadas sociais, seus grupos de pares, suas anormalidades, desvios, estigmas e proble- mas interpessoais. Ela é portanto em muitos sen- tidos, uma reprodução dos conflitos e das tensões da própria sociedade. Dadas as proporções de uma instituição com as características descritas acima, podemos supor uma estrutura complexa, para atender às demandas sociais e mesmo para a própria estruturação da tarefa educativa. É exatamente este crescimento o responsável pelo apareci- mento da burocracia, que pode ser adequada ou inadequada, eficiente ou ineficiente, com- petente ou não, mas não deixa de ser uma bu- rocracia e, tal como qualquer outra, pode tornar-se desumana e impessoal, completamente descaracterizada das funções principais e exis- tenciais da própria escola, dependendo do jogo de interações e relações que nela se executam. Há uma extensa gama de estudos e escritos acerca da existência e in- fluência da. escola - suas atribuições e funções, processos e métodos de en- sino-aprendizagem. Contudo, as abordagens centradas na escola como unidade organizacional são mais escassas. Uma evolu- ção significativa dos siste- mas educativos das últimas décadas é a incorporação da visão da escola como organização. Há uma série de razões que justificam o fenômeno, desde as questões técni- cas e políticas passando pelos movimentos pe- dagógicos, sem esquecer de motivos de ordem profissional, bem como pela ampliação da par- ticipação das comunidades na vida escolar. No entanto, a abordagem da escola como organização desperta ainda algumas suspeições no campo educativo, uma vez que educadores e estudiosos da educação se ressentem de ver seu trabalho pensado a partir de categorias de análise construídas com base na tomada de re- flexões centradas no universo econômico e em- presarial. São resistências legítimas e fazem com que, por isso mesmo, existam condições especiais para não perder de vista a especi- ficidade do trabalho educativo ao refletir sobre ele numa perspectiva organizacional. A definição clássica de "Organizações" proposta por Etzioni! inclui unidades sociais (ou grupamentos humanos) intencionalmente MARIA BEATRIZ BALENA DUARTE' RESUMO Este artigo trata da escola enquanto uma das institui- ções através das quais se processa a socialização dos indivíduos, focalizando, em particular a sua dimensão organizacional. Nesta perspectiva, a autora chama a atenção para uma tendência à burocratização dessa ins- tituição, enfatizando, no entanto, as diferenciações en- tre a escola e outras unidades organizacionais de natureza empresarial. • Socióloga, Doutora em Sociologia da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela- Espanha, professora do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 110 REVISTA DE CltNCIAS SOCIAIS V. 33 N. 1 2002

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-A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO

Entre as instituições so-ciais, cuja função é en-sinar conhecimentos e

habilidades necessários àpreservação da sociedade eefetivar o processo de so-cialização, encontramosuma de fundamental impor-tância por sua dimensão esignificado: a escola.

Resultante da com-plexificação dos fenômenosculturais e sociais, surgidaa partir de um campo es-pecífico de educação (sis-temática), necessária por ser o órgão especialpara transmitir e regular as normas e regras deconvivência social, é natural pensarmos a esco-la como um espelho da sociedade. Com sua hi-erarquia e camadas sociais, seus grupos de pares,suas anormalidades, desvios, estigmas e proble-mas interpessoais. Ela é portanto em muitos sen-tidos, uma reprodução dos conflitos e das tensõesda própria sociedade.

Dadas as proporções de uma instituiçãocom as características descritas acima, podemossupor uma estrutura complexa, para atender àsdemandas sociais e mesmo para a própriaestruturação da tarefa educativa. É exatamenteeste crescimento o responsável pelo apareci-mento da burocracia, que pode ser adequadaou inadequada, eficiente ou ineficiente, com-petente ou não, mas não deixa de ser uma bu-rocracia e, tal como qualquer outra, podetornar-se desumana e impessoal, completamentedescaracterizada das funções principais e exis-tenciais da própria escola, dependendo do jogo

de interações e relaçõesque nela se executam.

Há uma extensagama de estudos e escritosacerca da existência e in-fluência da. escola - suasatribuições e funções,processos e métodos de en-sino-aprendizagem.Contudo, as abordagenscentradas na escola comounidade organizacional sãomais escassas. Uma evolu-ção significativa dos siste-mas educativos das últimas

décadas é a incorporação da visão da escolacomo organização. Há uma série de razões quejustificam o fenômeno, desde as questões técni-cas e políticas passando pelos movimentos pe-dagógicos, sem esquecer de motivos de ordemprofissional, bem como pela ampliação da par-ticipação das comunidades na vida escolar.

No entanto, a abordagem da escola comoorganização desperta ainda algumas suspeiçõesno campo educativo, uma vez que educadorese estudiosos da educação se ressentem de verseu trabalho pensado a partir de categorias deanálise construídas com base na tomada de re-flexões centradas no universo econômico e em-presarial. São resistências legítimas e fazem comque, por isso mesmo, existam condiçõesespeciais para não perder de vista a especi-ficidade do trabalho educativo ao refletir sobreele numa perspectiva organizacional.

A definição clássica de "Organizações"proposta por Etzioni! inclui unidades sociais (ougrupamentos humanos) intencionalmente

MARIA BEATRIZ BALENA DUARTE'

RESUMO

Este artigo trata da escola enquanto uma das institui-ções através das quais se processa a socialização dosindivíduos, focalizando, em particular a sua dimensãoorganizacional. Nesta perspectiva, a autora chama aatenção para uma tendência à burocratização dessa ins-tituição, enfatizando, no entanto, as diferenciações en-tre a escola e outras unidades organizacionais denatureza empresarial.

• Socióloga, Doutora em Sociologia da Educação pelaUniversidade de Santiago de Compostela- Espanha,professora do Departamento de Ciências Sociais daPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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A R' T I'~G/,~".O

.onstruidas e reconstruídas, afim de atingir ob-etivos específicos.

Caracterizam-se por: 1) divisão do traba-ho, poder e responsabilidades, que não são ca-uais ou estabelecidas pela tradição, masilanejadas intencionalmente, a fim de intensifi-.ar a realização de objetivos específicos; 2) airesença de um ou mais centros de poder que.ontrolarn os esforços combinados da organiza-.ão e os dirigem para seus objetivos.?

Existem evidentemente muitas razões paraião comparar os estabelecimentos de ensino comlS empresas: as escolas lidam com seres huma-Ias numa ação que contempla implicações ide-ilógicas, políticas e pedagógicas, com a intençãote "desenvolver" mentes, habilidades. Ainda que.eja possível assinalar que a escola é um~rupamento relativamente permanente de for-.as de trabalho e de recursos humanos e mate-iais orientados para determinada atividade. Umairganização, um coletivo humano, orientado paraima finalidade, controlado e atravessado pelas[uestões do poder.

Considerando a atividade-fim da escola.omo o oferecimento de serviços educacionaislO seu alunado, algumas questões que contem-ilern o cotejo entre a definição apresentada e aealidade educativa se interpõem. Tendo comolado que na maioria das escolas a tarefa.ducativa pode ser definida a partir de seus es-.ritos (filosofia institucional e projeto político-sedagógíco), deduzimos que a principal missãoIa escola então é o desenvolvimento de carac-erísticas específicas no alunado, como autono-nia, capacidade de reflexão crítica, tomada delecisões, capacidade de análise, síntese, argu-nentação, cooperação, criatividade entre outras.

A essência da investigação da SociologiaIa Educação tratou de construir um conjunto.onsistente de respostas que dessem conta da[uestão fundamental da educação: como a es-:ola produz desigualdades nas aprendizagens.scolares, e como a educação escolar se imbrica10 seio das diferentes sociedades em que atua.)s estudos clássicos de Bourdieu e Passeron

~BCH-UFC

PERiÓDICOS0964, 1967)3e as pesquisas de Coleman (966)4revelaram de que forma as variáveis sociais, cul-turais e familiares interferem no sucesso dosalunos na escola. Os estudos posterioresaprofundam estas reflexões, acentuando que asdiferenças entre os alunos que ingressam na es-cola são acentuadas (legitimadas na concepçãode Bourdieu) devido à estrutura e ao funciona-mento do sistema educatívo.

O objetivo central deste capítulo sobreorganizações escolares busca escapar dos doisextremos das possíveis análises da escola. Nemde dentro para fora, nem externa, mas algo quese situa no meio da compreensão e intervenção.Trata-se de sublinhar um status próprio às insti-tuições escolares, enquanto espaço organiza-cional onde são igualmente importantes umapercepção micro e um olhar macro sobre peda-gogia e educação.

Os estudos da Sociologia sobre o tema dasorganizações enfocam de maneira mais recor-rente as empresas e administrações, talvez por-que as modernas teorias e pesquisas de novasformas de organização estão baseadas na pro-dução de conhecimentos oriundas desse cam-po. Mas o estudo dos estabelecimentos de ensinocomo uma organização e não apenas o lugar deaplicação de diretrizes vindas de um órgão su-perior é escasso e em alguns casos inexistente,como no Brasil por exemplo. É possível detec-tar movimentos multidisciplinares para o temaem autores principalmente europeus. Mesmoassim, o que se faz são as aproximações teóricasproduzidas nos outros campos de estudos parao campo escolar.

A dificuldade de fazer o transporte dascategorias clássicas de análise organizacional parao espaço escolar decorre do fato de que umaescola não pode ser pensada como uma empre-sa, uma fábrica. Em educação, não podemosreduzir simplistamente relações de valores, ex-periências, como é possível se fazer a partir dacultura racional das empresas. Há na escola, umaterritorialidade específica, onde é expresso o jogodos atores educativos interno e externos. Por

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-isso, uma análise para fazer sentido, deverá ex-pressar todas as dimensões pessoais, simbólicase políticas da vida escolar, sem cair noreducionismo fácil de pensar a ação educativaem termos de técnicas de gestão e eficácia, típi-cos das organizações empresariais.

O estudo da escola como objeto autô-nomo das ciências da educação é relativamenterecente, por isso é importante que as aproxi-mações e análises sejam feitas com o máximode precauções teóricas e conceituais, sublinha-do por vários autores que se dedicam ao tema,pelo fato de que o sistema educativo tem ex-perimentado críticas e contradições ao longodos últimos anos, a discussão da escola comoum todo, levando em conta o contextosociopolítico, passa pela exigência da moder-nização do sistema educativo, o que significaem última análise, descentralização e investi-mento nas escolas como espaços de forma-ção. Ao adaptarem-se aos "novos tempos", asescolas têm de adquirir uma grande mobilida-de e flexibilidade, abandonando a pesada bu-rocracia e inércia que as têm caracterizado.Estas reivindicações estão claramente expres-sas nos últimos documentos oficiais emanadosdos órgãos governamentais responsáveis pelaquestão, e mesmo da sociedade como umtodo. Para que isso aconteça, é importantedotar as escolas, como espaços de autono-mia curricular e profissional, com tudo o queisso implica, ou seja, compreender o papeldos estabelecimentos de ensino como orga-nizações, que funcionam numa tensão dinâ-mica entre produção e reprodução, entreliberdade e responsabilidade.

Tomando como base de análise a estrutu-ração dos conjuntos humanos num percurso decomplexidade crescente: indivíduos - asinterações, os grupos, a organização e a institui-ção -, Nóvoa (995)5 faz adaptações com baseem trabalho de Ardoino (977) para sugerir aevolução das idéias sobre educação ao longodas últimas cinco décadas propondo a seguintecronologia, que tratamos em resumo:

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• até os anos 50, uma pedagogia centradanos alunos sob uma ótica individual. Acomponente central da intervençãoeducativa era o indivíduo-aluno, nasdimensões cognitiva, afetiva e motora.O discurso pedagógico concedia aten-ção privilegiada às metodologias deensino;

• as interações no processo educativo, fru-to de movimentos ligados à dinâmica degrupos do pós-guerra, são acentuadas,conduzindo às pedagogias não diretivasda década de 1960. O que se passa numasala de aula é mais importante que asaprendizagens,. o fator principal são asvivências escolares. A produção pedagó-gica deste período está centrada em téc-nicas de animação e expressão;

• os anos 1970 assistem à desmistificaçãodas crenças ingênuas do potencial detransformação social, proposto pelos so-ciólogos da reprodução, onde é possí-vel identificar a discussão crítica dasinstituições escolares existentes, o pa-pel do professor e a projeção da peda-gogia para fora dos muros da escola.Os estudos privilegiam a análise da edu-cação centrada no sistema educativo,com recursos de metodologias de aná-lise política e de intervenção social. Aquise nota um incremento das proposiçõesde correntes pedagógicas ocupadas coma racionalização e eficácia do ensino;

• durante os anos 1980 as práticas peda-gógicas estão voltadas na sala de aula,com uso de metodologias de observa-ção e um novo incremento do desen-volvimento curricular;

• desde os 1990 observa-se um esforço deconstrução de uma pedagogia centradana escola. A valorização de uma "escola-organização" implica no estabelecimentode margens de autonomia, com espaçosde formação participada, interação sociale intervenção comunitária.

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-Historicamente, as escolas faziam parte

do mundo das organizações de tipo burocráti-co por causa do seu modo predominante deregulação e exercício do poder, baseado nacrença de que é justo obedecer as leis e regrasfixadas, não sendo estas emanadas de tradiçõesconsideradas sagradas. Em princípio, obedece-se a um conjunto de regras que é comum atodos e as ações são relativamente previsíveisentre os membros desta organização. A exis-tência de organização burocrática, então, cons-titui-se um avanço em relação aos modeloscarismáticos ou tradicionais e, antes de assegu-rar a viabilidade das escolas a partir do séculoXVI favoreceu a pacificação interna e o poderexterno dos mosteiros da Igreja Medieval (quepodemos dizer inaugura este modelo), pelapossibilidade de previsào dos acontecimentos,de dar ordens e calcular as conseqüências daobediência e da desobediência.

Foucault (991)6 propõe que esta ordemracionalizada seja lida como ordem de controledos corpos (dos alunos). Corpos mudos, imó-veis, sujeitos ao olhar panóptico, disciplinadose anônimos, desaguando nas escolas de Calvinoe de Loyola pelo lado católico, onde encontra-mos desde a Ordem do Colégio de Genêue, de1559a prescrição de uma ordem escolar, codifi-cada, hierarquizada e instaurada oficialmente,com prescrições cuidadosas sobre as atividadesescolares, destacando o programa a ser segui-do, e sua distribuição pelos dias e aulas. Nasescolas do princípio do século XIX a regulamen-tação das atividades dos alunos e dos professo-res está ainda mais detalhada.

Durante todo este tempo é de se supor quealgumas modificações tenham acontecido. A maisinteressante é que nada no ambiente de sala deaula segue rigorosamente o que foi planejado.Até mesmo as ditaduras mais ferrenhas tiveramque aceitar a existência de uma certa autonomiado professor, porque o processo ensino-aprendi-zagem apresenta imprevistos e imprecisões queacabam por emprestar características especiaispara as escolas enquanto organizações.

Assim, a escola adquire uma posição in-termediária, o locus onde se exprime o debateeducativo e onde se realiza a ação pedagógica,onde a realidade educativa se expressa valori-zando perspectivas gerais e específicas, mas quesejam vistas pelo prisma do trabalho interno dasorganizações escolares. Ela é encarada como umainstituição dotada de uma autonomia relativa,que não se limita em reproduzir as normas evalores sociais, mas que também não dependeapenas dos atores envolvidos no ato educativo.

A compreensão da escola deve integrartodas as instâncias de análise das organizações[rnítica, sócio-histórica, instrucional, organiza-cional, grupal, individual e pulsional, segundoEnriquez (992)7. É nesse sentido, amplo, quepensar as escolas é útil e estimulante. Antes, in-teressa uma rápida menção acerca da históriadas idéias correntes dentro do ambienteeducativo e escolar, que são significativas parao que propomos.

Dois períodos marcam o estudo das orga-nizações escolares: um, pautado pela adoção demodelos racionais, estruturais de recursos hu-manos, e outro, mais atual e enriquecedor queadota modelos políticos e simbólicos. E é sobesta perspectiva que a abordaremos, para fugirde simples enumeração funcionalista de um con-junto de aspectos.

Analisar a escola, sob este prisma, nosmostra a vinculação entre a estrutura formal e asinterações que se processam no seu interior e,entre grupos com interesses distintos. Esta pers-pectiva apresenta então três grandes áreas'':

• a estrutura física da escola: organizaçãoe distribuição dos espaços, número deturmas, recursos materiais disponíveis;

• a estrutura administrativa: direção, ges-tão, tomada de decisão, relação com asautoridades centrais e locais, corpo do-cente, funcionários, comunidades;

• estrutura social da escola: relações entrealunos, professores, funcionários, parti-cipação dos pais, cultura organizacional,clima escolar.

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Uma vasta literatura procura identificarcaracterísticas organizacionais que são deter-minantes para a eficácia das escolas. Partem daconstrução de uma identidade própria das esco-las, e usam bases de consenso bastante alargadas.Autores como Hopkins & Holly (998)9Purkey&Smith (985)10 oferecem subsídios quepermitem o esboço, sem intenção prescritiva, doretrato de uma escola eficaz, uma espécie decbece-list de apoio à regulação das organizaçõesescolares, e interessante para a compreensão desuas características mais dinâmicas. Incluem as-pectos como: Autonomia da escola, Liderançaorganizacional, Articulação curricular, Otimizaçãodo tempo, Estabilidade profissional, Formaçãodo pessoal, Participação dos pais, Reconheci-mento público e Apoio das autoridades.

Nesse retrato, encontramos presentes osconceitos de autonomia, ethos, identidade, va-lores partilhados, adesão, coesão, etc. A culturade escola é uma das áreas de investigação quepermite usar estes conceitos, dando-lhe consis-tência teórica e conceitual.

Vala (998)11 observa que as organizaçõestendem a ser consideradas como "culturas", apósterem sido vistas como máquinas, organismos ecérebros. Basicamente, a tendência é estudar asorganizações tomando emprestado conceitoselaborados pela antropologia, com o objetivode separar o campo das estruturas organi-zacionais do campo da cultura organizacional,incorporando fatores políticos e ideológicos paracompreender o cotidiano escolar, os processosorganizacionais, estabelecendo um olhar maisdinâmico e plural.

O conceito de cultura organizacional foiimportado para a área da educação a partir dosanos 70, de onde destacamos o conceito deBrunet (991)12:

As organizações escolares, ainda que estejamintegradas num contexto cultural mais amplo,produzem uma cultura que lhes é própria eque exprime os valores (ou os ideais sociais) eas crenças que os membros da organizaçãopartilham.

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E o conceito de Burke (987)13:

A cultura da empresa não é mais do que umaaplicação específica da cultura no mundo dotrabalho. Desempenha o mesmo papel. É umsistema de integração, de diferenciação e dereferência que organiza e dá um sentido à ati-vidade dos seus membros.

Com estas definições, podemos distinguirentre cultura interna (conjunto de significados ede quadros de referência partilhados pelos mem-bros de uma organização) e cultura externa (va-riáveis culturais existentes no contexto daorganização que interferem na definição de suaprópria identidade).

No caso das instituições escolares, a cul-tura organizacional, sob a ótica antropológica,comporta elementos de ordem histórica, ideoló-gica, sociológica e psicológica, que comportaelementos que se encontram profundamenteimbricados, que podem ser visíveis (organiza-ção curricular, imagem exterior da escola, uni-forme, logotipo, lema, arquitetura do prédio,regulamentos e normas) ou não (valores, cren-ças, ideologias, currículo oculto, filosofiainstitucional, didática em sala de aula).

Todos esses elementos têm de ser "lidos"de dentro e de fora da escola. De dentro pelosseus atores mas também de fora, pelas múltiplasinter-relações que envolvem uma comunidade ..Aliás, essa interação com o meio social que aenvolve é um dos pilares básicos na análise dacultura organizacional das escolas.

É importante salientar, que a questão "cul-tura" é central nas análises da escola como umtodo, em diferentes abordagens. Escola transmis-sora de cultura em Durkheim, reprodutora decultura para Bourdieu ou de ação cultural paralibertação em Paulo Freire, são olhares diferen-tes sobre a realidade educativa, que podem serutilizados sob um novo prisma.

Conhecendo a estrutura da escola comoum grupo instituído e um corpo de normas, comono caso brasileiro, conscientemente submetidoao Poder Público, por ser ele o agente regula-

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-mentador das atividades da escola, podemosafirmar que esse corpo de normas e regulamen-tações previamente estabelecidos caracteriza otrabalho de administração da escola. Observan-do sua estrutura, podemos identificar a existên-cia de dois grupos basicamente dependentes ediferentes entre si, formado pelos educadores eeducandos. Os primeiros constituem-se um gru-po mais maduro, de idades mais avançadas, in-tegrados aos valores sociais vigentes e com atarefa de ajustar os educandos a esses valores.Pelo status que desfrutam, podem "gerenciar" aaprendizagem, impor as normas e exercer umaliderança instituída. Aqui estão os diretores deescola, professores, coordenadores pedagógicos,orientadores educacionais. O segundo grupo,constituído pelos alunos, é o que está sujeito àsnormas e regras de conduta dentro da escola,previstas pela organização e pela própria cultu-ra interna. Por serem grupos mais homogêneose em processo de desenvolvimento estão sujei-tos às sanções, reprimendas e mesmo à exclu-são daqueles que de jeito nenhum conseguemou não querem adaptar-se às mesmas. É impor-tante notar que os grupos que se formam, den-tro da escola, refletem o tipo de relacionamentoentre os alunos, que por sua vez estão de acor-do com o ambiente proporcionado pela própriacultura da escola, refletida no tipo de sociabili-dade a ser desenvolvida.

Para Coomonte (993)14 falar de culturaorganizacional é falar de "projetos de escola, poisos estudos mencionados só são pertinentes noquadro de uma ação educativa que busca novasvias para se exprimir."

Com uma estrutura peculiar e dinâmica,as escolas constituem-se em "sub-culturas" naconcepção de Oliveira (993)15. Observando oestilo de vida no interior da escola, podemosnotar que sua organização difere daquela quecaracteriza a vida em geral. A escola é "um mun-do dentro de outro mundo'v'', na medida emque tem um sistema de condutas previamenteestabelecido, e normas que todos devem cumprirenquanto permanecem na escola, não impor-

BCH-UFr,PERI( 8 -:CS

tando se são alunos, professores, funcionários.A cultura escolar, então, se diferencia da culturada comunidade a que serve, porém, apresenta-se diferente de um caso a outro. Procura seruma peça útil na engrenagem social, mais doque um corpo prejudicial ao andamento da so-ciedade como um todo. Ao procurar espaços deatuação que pretendem servir à comunidade emque atua, participando da vida comunitária e dasdiscussões em seu derredor, principalmente emciclos mais iniciais, ou básicos, onde o educa-dor relaciona os conhecimentos com o meio so-cial, partindo posteriormente para processos maisamplos, à medida em que existam condições deabstração, parte-se então para o enfoque de pro-blemas mais amplos, distantes e gerais. Assim,está consolidado um certo grau de consciênciasocial, que irá se expressar na participação ativaou não na vida pública e comunitária.

Ainda, na organização da escola, e frutoda cultura escolar que nos propomos a analisar,é importante comentar uma outra forma deestruturação da escola, os subgrupos de ensinoformados artificialmente, uma vez que os quedela participam não o fazem por escolha pró-pria, mas por designação do corpo administrati-vo e pedagógico, aquilo que correntementechamamos de "classe". Então, seria correto en-tender a organização formal da escola como umgrupo social constituído de diversos subgrupoos quais são sujeitos a horários fixos, programase currículos determinados, devendo freqüentarobrigatoriamente os períodos previsto e ub-meter-se a verificações de aprendizagem quaseconstantes no decurso de sua vida e colar ..classes funcionam da mesma maneira: móveienfileirados em direção ao lugar do prof r.de onde atentamente devem acompanharexplicações, que podem variar em termo detécnicas (verbal.audio-visual), o que faz Olivei-ra17 considerá-Ia um "grupo de personalidadem interação". Esta interação deriva do faro deque alunos, professores e corpo diretivo a ementre si, cada um com suas características indi 'i-duais, e ela se dá em termos de conhecimento ,

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-habilidades, atitudes, interesses pessoais e ma-neiras de agir. Afinal, quem poderia desprezar amultiplicidade de processos de interação e apren-dizagem favorecida pela ida obrigatória à escoladurante anos de uma vida? Como não levar emconta as oportunidades de aprendizagem, inclu-indo aí as aprendizagens não formais, ainda quena e pela escola, através do currículo oculto,uma espécie de aprendizado "invisível", comoque se estivesse impregnado no ambiente, queforma um conjunto de aprendizagens resultantemais da vivência, da percepção e das ações doaluno do que daquilo que formalmente e ensi-nado na sala de aula. Está relacionada com aforma pela qual a escola organiza o trabalho, otempo, os saberes, os grupos e subgrupos. É omodo de vida da escola, e é nele que os alunosconstróem suas competências e atitudes, apren-dendo desde cedo a lógica da organização for-mal, quase que por um processo que Nóvoachama de "osmótico"!".

De certa forma, parte do desempenho destaorganização é dada pela comunidade externa àescola, quando, por exemplo, ela é considerada oloeus onde são encontrados certos ideais da cultu-ra dominante da sociedade. Assim, o professor évisto pela comunidade como alguém responsávelpela transmissão desta cultura, e dos valores cultu-rais da sociedade. O papel esperado é de que eleesteja preparado para tal, situado de acordo comestes valores. Desta forma, é a comunidade quemdefine em parte o papel exercido pela escola, oque de certa forma não deixa de ser uma maneirade regular o que é ensinado, e a maneira pelaqual é ensinado. A opinião externa a respeito daescola e suas funções acaba por determinar aquiloque é realizado na escola bem como os mecanis-mos que serão engendrados para funcionar a fimde atender a "clientela", definindo enfim sua pró-pria organização funcional.

A totalidade dos elementos da culturaorganizacional devem ser lidos de fora para den-tro e de dentro para fora da escola, eequacionados igualmente com ambas as popu-lações envolvidas. A cultura educacional desem-

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penha um fator de integração entre os elemen-tos, e é também um fator de diferenciação ex-terna. Há portanto uma profunda inter-relaçãocom o meio social em que se insere e qualqueranálise da cultura organizacional da escola nãopoderá deixar de lado este aspecto.

Uma outra questão importante a ser con-siderada levando em conta a demanda externatem a ver com a exigência que recai sobre aescola mais recentemente: a de preparar comeficiência as competências necessárias para ummundo globalizado, competitivo e veloz. Ainda,uma escola democrática, que ensine a convi-vência com as diferenças, que seja útil e eficazpara ricos e pobres.

Traduzido pelo discurso oficial, seria o queconhecemos por "uma escola de qualidade paratodos"- preocupação tanto de comunidades comode políticas de governos do mundo todo, deslo-cando um pouco a função de transmissão de co-nhecimentos para estimular o desenvolvimentode um conjunto de funções e atitudes e capaci-dades de analisar, concluir sintetizar e compreen-der, negociar, argumentar e trabalhar em grupos,relativizar saberes, isto é, aprender a aprender.

Cabe então uma questão simples, masperturbadora para a escola como organização:como saber onde estas habilidades se proces-sam? Sabemos quem e quais as pessoas respon-sáveis para que os alunos adquiram estashabilidades? É a sala de aula apenas o lugar ondeestas experiências são desenvolvidas? Quemcontrola a "produção" desses saberes? Qual omeio de avaliação da eficácia das atividades pro-postas com estes fins?

Não se sabe ao certo como são desenvol-vidas as competências mencionadas, apenas sa-bemos que elas não são adquiridas igualmentepor todos os alunos, não fazem parte de umtreino sistemático promovido pelos programase currículos e que sua aquisição não deriva ape-nas da ação da escola, mas está relacionada comas aprendizagens anteriores, familiares e sociais.O que é certo de afirmar é que este é o desafioimposto à escola como organização, ou seja,

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-articular seu funcionamento de tipo burocráticocom a flexibilização necessária para o desenvol-vimento e aperfeiçoamento de novas demandasimpostas por seu derredor. Surge a questão damudança organizacional, um assunto muito emvoga no momento, como resume Weil (995)19

Para sobreviver, uma organização tem que sercontemporânea a seu tempo. Elaprecisa se ajus-tar às exigências das mudanças, pois vida é es-sencialmente mudança. É preciso porconseguinte conhecer com antecedência razo-ável, o sentido da mudança. Nestefim de sécu-lo, as mudanças são bastante rápidas. Por issomesmo, mais do que nunca vai serpreciso umaacuidade mental muito grande, para os empre-sários e dirigentes de organizações evitarem odesaparecimento dos sistemas que lideram.

Em última análise, como podemos estabe-lecer uma efetiva apreciação da escola comoorganização? Propomos uma pista fornecida porHutmacher (998)2°, onde ele aponta que:

Nunca é demais sublinhar que na realidadenenhuma escola funciona com o rigor que sesupõe a exposição esquemâtica do modo defun-cionamento burocrático. Em todas as organi-zações há sempre maneiras de jogar com asregras. Num duplo sentido: jogar com as regrasabre a possibilidade de empreendimento, deinovação, de invenção, mas permite também acriação de mecanismos de proteção contra asnovas exigências que não correspondam às dis-posições formais, devidamente codificadas.

CONCLUSÃO

Para Weil, nas organizações do século XXI,o homem "não aceitará mais ser tratado comomera peça de uma engrenagem. Ele vai querersaber para quê, para quem e por que ele traba-lha. E, mais do que isso, só aceitará trabalhar, eo fará com entusiasmo sabendo que ele contri-bui de algum modo para servir à humanidade".

Aplicar estes novos paradigmas organi-zacionais em nossa análise significa entender que

a escola deverá ter como meta a formação deindivíduos preparados para a educação conti-nuada, estimular o potencial crítico doseducandos, valorizando a responsabilidade so-cial das corporações.

Isto significa uma organização preparan-do competências para atuarem em outras, diver-sas e interdependentes.

Já houve tempo sem escolas, e pela velo-cidade das inovações tecnológicas, não sabemosse este tempo vai voltar. Uma coisa é certa: vi-rão tempos em que serão preciso novas escolas.Por isso ela precisa saber se articular com ou-tros espaços sociais políticos e econômicos. Pre-cisa explorar novas lógicas, outras interrogações,alargar horizontes e dirigir-se a novos espaçossociais, onde sejam possíveis a inclusão de ou-tros atores na tarefa educativa. Assim, a análisedas instituições escolares começa por pensar aorganização dessa escola e de outras possíveisde maneiras diferentes, para que se torne umespaço onde possamos realizar nossa naturezapessoal e social em sua expressão máxima.

NOTAS

1 ETZIONI, A. Organizações Complexas. São Pau-lo: Atlas, 1971.

2 DELORENZO NETO, A.. Sociologia aplicada à ad-ministração: sociologia das organizações. Si ed.São Paulo, Atlas, 1976.

3 Bourdieu, P. e Passeron, J. C. A Reprodução: Ele-mentos para uma teoria do sistema de ensino. Riode Janeiro: Francisco Alves, 1992.

4 COLEMAN, J. S. et a!.. Equality of educacionalopportunity. Washington: US Government PrintingOffice, 1966.

5 NÓVOA, A. As organizações escolares em análi e.Lisboa: Publicações Dom Quixote,Ltda., 1995.

6 FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da pri-são. 9~ edição, Petrópolis, Vozes, 1991.

7 E RIQUEZ, E. La Organizacion en analisis. Madrid:EPU, 1992.

8 NÓVOA, A. op.cir.9 HOPKINS&HOLLY. Investigacións en aula - guia

dei professor. Barcelona, PPU, 1998.10 idem.

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-II VALA, J. Representações SOCIaIS e percepções

intergrupais. Análise Social, n2 140 O). 1998.12 BRUNET, L. Administração escolar e eficácia das

organizações. Montreal: D'Arc Edições, 1991.13 BURKE, T. Organización y Escuelas. Mexico D.F.,

Pax Mexico, 1987.14 COOMONTE, A.V. Sociologia de Ia Educacion:

Teorias sobre Ia realidad socioeducativa. Santiagode Compostela: Tórculo Edicions, 1993.

15 OLIVEIRA, P. Sociologia da Educação. São Paulo,Ática, 1993.

16 idem.17 idem ibidem.18 NÓVOA, A. op. cit.19 WEIL, P. Organizações e Tecnologias para o Ter-

ceiro Milênio: a nova cultura organizacionalholística. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1995.

20 HUTMACHER, W. A Escola em todos os seus esta-dos. Texto mimeo. Universidade de Genéve, 1998.

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