a educação literária em escolas brasileiras

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A educao literria em escolas brasileiras

A educao literria em escolas brasileirasCyana Leahy-DiosQuestes de pesquisaPara que se estuda e se ensina literatura?Qual o papel social atual da literatura nas escolas?Como podemos fortalecer sujeitos sociais nas salas de aula de literatura?Literatura e currculoSistema educacional brasileiro: escolas pblicas punio ao acesso universitrioAnos 70: degradao da educao bsica pblica e esvaziamento nela das classes mdiasLei no. 5.692/71: ampliao da escola compulsria; formao profissional no 2. Grau; Lngua e literatura: comunicao e expresso Revendo o sistema brasileiroA populao estudantil da pesquisa (1995): alunos de classes trabalhadoras e classe mdia empobrecidaCarncia de escolas de 2. Grau, preenchidas pela iniciativa privada (RJ)Programas oficiais enfatizam o conhecimento quantitativoPreparando para o exameModelo positivista de ensino de literatura sancionado pelos vestibulares (anlise de questes propostas)Consequncia pedaggica do modelo quantitativo e mnemnico: verso contemplativa e no transformadora do saber, oferecendo dados atomizados, tornando mais difcil teorizar o campo social como uma entidade integral e varivel (p. 74)Exigncia desproporcional de quesitos para avaliao em vestibular pelas universidadesPobreza terica na formao dos professores: compreenso de si como consumidores do saber, no como produtores.O olhar novo sobre o sistema: conhecendo o cenrio da pesquisaCrise no sistema de ensino carioca (1995)Escola A: alunado socioeconomicamente mistoEscola B: formao para o magistrio como semelhante perfil socioeconmicoPrtica didticas com literatura diferenciadas; com maior variao na B. Concepo em ambas de formao terminal do alunado.professoras com maior formao intelectual na escola A que em B.O olhar novo sobre o sistema: conhecendo o cenrio da pesquisaEscola C: privada, com ndices altos de aprovao no vestibularPedagogicamente sem grandes diferenas que A e B, mas com a regularidade administrativa-funcional esperada

Escola A: cenrio 1Ausncia de unidade no uso de materiais pedaggicos consoante ao turno: trs-em-umPrograma de estudos historicista [com observao surpreendente]; 23 professores no total; grupo da tarde aparentemente mais atuanteModos de ensinar: atores docentesAlmirMarthaBeth Posicionamentos sobre a docncia: frustrao com baixos salrios, dificuldades fsicas, falta de pessoal de apoio, pobreza de recursos, alvio com retorno da classe mdia.Modos de aprender: atores discentes4/5 originrios de bairro perifricos de baixa rendaDesejo de maior participao e de sistematizao nas aulas [Almir]Percepo da carncia terica do professor [Martha]Questionamento da inatualidade do cnoneEscola B: cenrio 2Decadente escola de magistrioObjetivo formativo menos crtico que amorosoPrograma de ensino semelhante escola AModus de ensinar: atores docentesNeyLusaLenaCulpabilizao da carncia cultural do alunado; dificuldades de sociopolitizao da literatura; falta de metodologia para o ensino de literatura: valorizao da tcnica e ausncia de teoria.Modos de aprender: atores discentesOriginrias da periferia urbana e desejosas de entrar no mercado de trabalhoComportamento imaturoAusncia de autocrtica e de crtica poltica em seus discursosEscola C: cenrio 3Pblico de classe mdia. Com aura de alternativa, surpreendia pelo tradicionalismoPredomnio do uso do livro didtico Diferenas pedaggicas no significativas entre A e CPrograma de ensino com aspectos diferenciados, mas ainda o enfoque historicista com vistas ao vestibularModus de ensinar: atores docentesLucyAryAnaMesmo material pedaggico de A; presso em cumprir programas; adivinhao das questes do vestibular; despreparo do alunadoSignos brasileiros de educao literriaUniversidades reforam o paradigma positivistaAusncia de vagas pblicas suficientesContradies nesse currculo positivista: ausncia de referncia a questes vinculadas especificidade do alunado (gnero, raa ou classe social); tempo disponvel e extenso do programaFormao e profissoDevoo ou acomodao ao cnoneAusncia de autocrtica docente em relao formao terica e atuao pedaggica; predomnio da digestibilidade dos livros didticosA manuteno de uma tradio positivista de histria literria uma tentativa de neutralizar ou apagar o conflito. (p. 197)Dar-lhes o programa, em mo nica de direo, o nico papel reservado ao professor mediano de literatura, um papel que no oferece gratificao profissional ao perseguir uma objetividade impessoal (p. 199)Professores & intelectuais, professores ou intelectuais, professores vs. intelectuaisA histria recente do desprestgio da carreira docente: identificao com trabalhador de menor valorProfessores no se consideram intelectuais: fazedores, no pensadoresCarncia de conhecimento terico para refletir sobre sua prxis e transform-los.Conceituando dificuldade em educao literriaMediar a realidade da sala de aula com o saber acadmicoAdministrar o cnone e a utopia da sala de aula predispostaAssegurar-se de um cabedal suficiente de leituraConfrontar programas, contedos, escolas, alunos, provas.Superar a educao bancria difcil pensar em um meio melhor de problematizar contedos literrios que compartilhar o poder entre alunos e professores democraticamente na busca por interpretaes significativas do artefato literrio, oferecendo leituras variadas e de real significado multicultural. (p. 205)Contedos como fragmentos e retalhosMil pginas devem ser lidas, em voz alta ou em silncio, memorizadas, resumidas, fichadas, checadas e testadas para a loteria das cinco perguntas que caem nos exames vestibulares. A rotinizao e o enfado so sua espinha dorsal para todos os envolvidos (p. 206)Desconexo entre currculo e a realidade vivenciada, principalmente no sentido de sua transformao (p. 210)Alunos como pensadores e aprendizesSubstituio do cnone pelo contemporneonfase na literatura brasileira como contedo para compreenso da cultura nacionalEstratgias interdisciplinares para o ensino de literatura