a doutrina bíblica do sustento missionário

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Doutrina de sustento missionário

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  • A doutrina bblica do sustento missionrio

    IntroduoAs igrejas do Leste Europeu foram muito vigiadas durante o regime comunista.

    No tinham a liberdade para fazer misses. Na maioria dos casos era uma questo de sobrevivncia. Tudo era controlado pelos agentes do Governo, inclusive as finanas. Na Unio Sovitica os pastores no podiam receber salrio das igrejas. Ganhavam seu sustento trabalhando para o sistema vigente. Assim, tinham que dividir o seu tempo entre o servio secular e o ministrio da palavra.

    O que arrecadavam atravs das ofertas regulares era suficiente para cobrir as despesas gerais da congregao e a ajuda aos pobres. A entrega de dzimos no era praticada nem ensinada e incentivada pelos lderes. A construo de templos (quando, pela graa de Deus, recebiam autorizao do Governo), era atravs dos prprios membros pelo sistema de mutires.

    Com a queda do comunismo vieram os tempos da liberdade. As igrejas ento tiveram que assumir novos desafios que implicavam em encargos financeiros. As agncias missionrias de todo mundo focalizaram a Europa Oriental e comearam a enviar centenas de missionrios, a sustentar obreiros da terra, a construir templos e seminrios e a financiar vrios projetos.

    Contudo, com o passar do tempo, os recursos vindo dos pases ocidentais comearam a diminuir. Um dos motivos que o foco de misses mundiais foi direcionado para os povos no-alcanados, principalmente os muulmanos. Vale salientar que no Leste Europeu so os muitos povos que ainda no foram alcanados e h, inclusive, uma grande populao muulmana, como o caso da Albnia, Macednia, das ex-repblicas soviticas e regies autnomas da Rssia.

    Pases como a Romnia, Moldvia, Ucrnia e Rssia representam um grande potencial missionrio. Eles podero enviar, nos prximos anos, um grande nmero de missionrios ao redor do mundo. Para que isto acontea as igrejas precisam se despertar para misses e se tornarem liberais em contribuir para esta obra.

    Temos realizado, em muitos pases, congressos regionais com o tema Adorao, mordomia e misses para as igrejas e as suas respectivas lideranas. No final fazemos trs tipos de apelos: 1) Para deciso de Isaias 6.8; 2) O voto de Jac (de dar o dzimo de tudo) e 3) A oferta dos filipenses (ofertas para misses). Deus tem abenoado esses eventos com muitos frutos para o seu reino. E o motivo de tanta aceitao porque apresentamos o plano de Deus para o sustento da sua obra conforme se encontra na Bblia.

    Todos ns concordamos que Deus tem uma obra a realizar no mundo atravs da Igreja e que Ele estabeleceu um plano para o sustento desse trabalho. Quem aceita a autoridade bblica participa efetivamente desse plano. A Palavra de Deus, alm de fornecer a doutrina do sustento, nos fornece tambm modelos de sustento da sua obra.

    1. Modelos bblicos de sustento da obra de Deus

    1.1. Abrao

    1.1.1. Ele modelo porque o nosso Pai da f. Como est escrito: Sabeis, pois, que os que so da f, esses so filhos de Abrao (...). De modo que os que so da f so abenoados com o crente Abrao (Gl 3. 7 e 9).

    Qual a implicao, para ns como crentes, em ter a Abrao como o nosso pai? Em primeiro lugar implica em benos: Para que aos gentios viessem bno de

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  • Abrao em Jesus Cristo, a fim de que ns recebssemos pela f a promessa do Esprito (Gl 3.14). Em segundo lugar implica em responsabilidade: Se sois filhos de Abrao, fazei as obras de Abrao (Jo 8.39). E uma das suas obras foi a de dar o dzimo de tudo, conforme registrado em Gneses cap.14.

    1.1.2. Abrao nos oferece o princpio da mordomia

    1.1.2.1. Ele deu o dzimo porque reconheceu a soberania de Deus. O patriarca reconheceu que Ele o Deus Altssimo, o Criador dos cus e da terra e possuidor de todas as coisas: Levanto minha mo ao Senhor, o Deus Altssimo, o Criador dos cus e da terra (Gn 14.22). Baseado neste mesmo princpio, Davi declarou a soberania e a grandeza de Deus (1Cr 29.11-14).

    1.1.2.2. Ele deu o dzimo porque foi abenoado por Deus. O Deus Altssimo (...) entregou os teus inimigos em tuas mos (Gn 14.20)..

    1.1.2.3. Ele entregou o dzimo a algum credenciado por Deus. A Melquisedeque, sacerdote do Deus Altssimo (Gn 14.18). Os dzimos devem ser trazidos casa do tesouro (Ml 3.10), e deve ser administrado pela igreja.

    1.1.2.4. Ao dar o dzimo demonstrou absoluta fidelidade. Ele deu o dzimo de tudo, no fez como o casal Ananias e Safira, que escondeu furtivamente uma parte do valor da propriedade e mentira ao Esprito Santo (At 5.1-16).

    1.1.2.5. Ele entendeu que melhor coisa dar do que receber. Ele deu o dzimo de tudo, mas no quis receber nada da mo do rei de Sodoma.

    1.1.3. Com Abrao, Deus estava iniciando a histria do seu povo (Israel e a Igreja)

    Abrao ocupou um lugar to importante nos planos de Deus que o Senhor declarou a seu respeito: Ocultarei eu a Abrao o que fao, visto que Abrao certamente vir a ser uma grande e poderosa nao, e por meio dele sero benditas todas as naes da terra? Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem a retido e justia; a fim de que o Senhor faa vir sobre Abrao o que a respeito dele tem falado (Gn 18.17-19).

    1.2. JacUm dos descendentes de Abrao foi Jac. Na viso que teve da escada, narrada

    em Gnesis, cap. 28, ele fez duas descobertas que mudaram o curso da sua vida.

    1.2.1. Descobriu a presena de Deus Realmente o Senhor est neste lugar, e eu no o sabia (v. 16). No sabia

    porque o conceito que tinha de Deus era muito limitado, pensava em um deus patriarcal. Ao deixar a casa dos pais, em que se adorava o Deus de Abrao e de seu pai Isaque, chegaria casa do seu tio Labo, na Mesopotmia, onde se adoravam os deuses regionais. Deus renova as promessas feitas a Abrao e disse que a sua fidelidade e a bondade o acompanhariam at se cumprir tudo aquilo de que lhe tinha falado.

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  • 1.2.2. Descobriu a casa de DeusEsta a primeira vez que aparece na Bblia a expresso casa de Deus e

    acompanhada da sua definio: 1) A casa de Deus um lugar terrvel por causa da presena gloriosa do Senhor e 2) A casa de Deus a porta dos cus. Isto nos leva a pensar no ministrio da igreja em abrir a porta dos cus para os homens atravs da pregao do Evangelho. Quando as pessoas entram na sua igreja tm a sensao de que esto na porta dos cus?

    1.2.3. Assumiu dois compromissos com a casa de Deus

    1.2.3.1. A casa de Deus precisa ser edificada. Jac tomou a pedra que pusera debaixo da sua cabea e a ps como coluna. Assim, ele deu incio a obra de edificao da casa de Deus e declarou: Esta pedra que tenho posto como coluna ser a casa de Deus (Gn 28.22). Talvez Paulo e Pedro tenham-se inspirado nessa experincia para esclarecer o que significa casa de Deus: (...) que a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade (1Tm 3.15); Vs tambm, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdcio santo, a fim de oferecerdes sacrifcios espirituais aceitveis a Deus por Jesus Cristo (IPe 2.5).

    Jac derramou azeite em cima da pedra; isto nos leva a pensar que as pedras, para serem vivas, precisam receber esta uno. Os crentes, para edificar a casa de Deus, precisam ser pessoas verdadeiramente nascidas de novo e cheias do Esprito Santo.

    1.2.3.2. A casa de Deus precisa ser sustentada. Jac assumiu o compromisso de sustentar a casa de Deus ao fazer esta declarao: e de tudo quanto me deres, certamente darei o dzimo (v. 22).

    Fazemos duas perguntas: 1) De quem Jac aprendeu sobre o dzimo? Certamente do seu pai, Abrao. No texto j mencionado, Deus disse que o escolheu a fim de que ele ordenasse a seus filhos e a sua casa, depois dele, para que guardassem o caminho do Senhor, para praticarem a retido e a justia. 2) Em que base disse que daria o dzimo? No nas suas possibilidades, pois fugia do seu irmo somente com o cajado em suas mos e com um futuro incerto. Ele se baseou totalmente na fidelidade de Deus, como declarou: (...) Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der po para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz casa do meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, ento (...) de tudo quanto me deres, certamente darei o dzimo (vv. 20,22).

    Depois de 20 anos, quando estava voltando para a casa do seu pai, orou dizendo: Deus de meu pai Abrao, Deus de meu pai Isaque, Senhor, que me disseste: volta para a tua terra, e para a tua parentela, e eu te farei bem! No sou digno da menor de todas as tuas beneficncias e de toda a fidelidade que tens usado para com o teu servo; porque com o meu cajado passei este Jordo, e agora volto com dois bandos (Gn 32.9 e 10). Jac fez prova do Senhor conforme Malaquias 3:10, e Ele de fato lhe abriu as janelas do cu e derramou a tal beno, segundo ele mesmo testemunhou. 1.3. Moiss

    Moiss, na verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunhar das coisas que se haviam de anunciar (Hb 3.5).

    Casa de Deus a mesma coisa de povo de Deus. Paulo disse que a casa de Deus a igreja do Deus vivo (1Tm 3.15). O autor da Carta aos Hebreus declara que

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  • Enquanto que Moiss foi servo (...), Cristo o como Filho sobre a casa de Deus, a qual casa somos ns (Hb 3.5 e 6).

    Quando Jac fez o voto de edificar e sustentar a casa de Deus atravs dos seus dzimos, evidentemente que no estava pensando na construo de um prdio, mas no investimento que faria da sua vida e dos seus bens para o engrandecimento do reino de Deus. Atravs da revelao recebida por Moiss, este plano de Deus para o sustento de sua obra criou forma.

    Aro e os Levitas foram separados por Deus para cuidar das coisas santas, e a base do seu sustento foi estabelecido: seria atravs dos dzimos e das ofertas aladas do povo de Israel. Atravs das leis e estatutos a estruturou a vida religiosa da nao foi sendo estabelecida.

    Como o povo de Israel estava sempre quebrando o pacto, passava por muitos perodos de decadncia total (econmica, poltica, social, moral e espiritual). Estes perodos eram intercalados por algum reavivamento espiritual, como o que aconteceu nos dias do rei Ezequias. Alm das vrias medidas adotadas, ele ordenou ao povo que morava em Jerusalm que desse a poro pertencente aos sacerdotes e aos levitas, para que eles se dedicassem lei do Senhor (2Cr 31.4). Ento os filhos de Israel trouxeram em abundncia o dzimo de tudo ( 2Cr 31.5 e 6).

    Tambm nos dias de Neemias ele contendeu com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Ele, pois, ajuntou os levitas e os cantores e os restaurou no seus postos. Ento todo o Jud trouxe o dzimo de tudo (Ne 13.10-12).

    Deus tambm estava levantando os seus profetas para exortar o povo e adverti-lo das conseqncias da sua obstinao. A vida religiosa descrita no ltimo livro do Velho Testamento Malaquias estava muito deteriorada. Aparentemente estava tudo em ordem, todas as vezes que Deus repreendia o povo, a comear pelos sacerdotes, por causa dos seus deslizes, eles perguntavam mais ou menos assim: O que estamos fazendo de errado?

    Confira os seguintes versculos: 1.1, 6; 2.14,17; 3.7, 8, 13. O problema que eles estavam desonrando ao Senhor e profanando o Seu nome, ao oferecer ofertas de qualidade inferior, tratando as coisas santas com superficialidade, transgredindo o mandamento e deixando cair os padres morais e espirituais estabelecidos por Deus. Uma das ltimas repreenses foi relativo a infidelidade deles no sustento da casa de Deus. Veja.

    Quem no est entregando o que devido a Deus, est cometendo o pecado do roubo, e no existe nenhuma inocncia neste ato: Roubar o homem a Deus? Todavia vs me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dzimos e nas ofertas aladas. As ofertas para misses so ofertas aladas (v. 8).

    Quem no est entregando o que de Deus estar recebendo o pagamento devido: Vs sois amaldioados com a maldio; porque a mim me roubais (v. 9).

    O pecado, quando generalizado, traz consigo o desastre nacional: Sim, vs, esta nao toda (v. 9) (...) o devorador que destri os frutos da terra e da vide do campo (v. 11).

    Deus insiste em seu plano de sustento para a sua obra: Trazei todos os dzimos casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa . No h justificativa para o infiel; aquele que est na dvida desafiado por Deus a fazer prova dele: (...) e depois fazei provas de mim (3.10).

    So duas grandes benos: 1) Para a obra de Deus - (...) para que haja mantimento [recursos] na minha casa e 2) Para aqueles que so fiis (...) Se eu no vos abrir as janelas do cu, e no derramar sobre vs tal beno, que dela vos advenha a maior abastana (v. 10).

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  • Estas promessa so para o crente individualmente e para uma igreja que est investindo na obra de Deus com toda a liberalidade. Uma igreja que investe em misses ser grandemente abenoada. A fidelidade afastar as maldies: Derramar sobre vs tal beno. Tambm por amor de vs reprovarei o devorador (Ml 4.10 e 11). A fidelidade da entrega dos dzimos e ofertas resultar em um testemunho maravilhoso para as naes: E todas as naes vos chamaro bem-aventurados (ml 4.12).

    1.3.1. A finalidade da casa de DeusQuando Jesus entrou no Templo, em Jerusalm, na vspera da sua crucificao,

    ficou revoltado por ver que os judeus tinham perdido o objetivo da casa de Deus.

    1.3.1.1. O objetivo espiritual da casa de Deus Jesus disse que a sua casa seria chamada casa de orao, mas estava sendo usada com outros propsitos. Os judeus estavam fazendo dela casa de negcios, e negcios desonestos.1.3.1.2. O objetivo missionrio da casa de Deus - Jesus disse que a casa de orao era para todos os povos (Mc 11.17). Os vendedores do Templo estavam ocupando exatamente o trio dos gentios e impedindo que eles adorassem a Deus ali. Quantas igrejas dos nossos dias tm perdido tambm a finalidade da casa de Deus! Jesus disse que onde estiver o seu tesouro, ali estar tambm o seu corao (Mt 6.21). Se o seu tesouro for o reino de Deus, certamente o seu corao estar em misses.

    Pois o zelo da casa de Deus me consome (Sl 69.9) e este zelo o levou a dar a sua vida por ela: (...) Cristo amou a sua igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25). Davi disse que tinha posto o seu afeto na casa de Deus, e este afeto o levou a dar tudo o que tinha por ela: (...) O ouro e a prata particular que tenho, eu o dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santurio (1Cr 29.3). Qual o seu zelo e o seu afeto pela casa de Deus?

    1.4. Igrejas da MacedniaPaulo, escrevendo a sua segunda epstola aos corntios, citou as igrejas da

    Macednia como modelo de liberalidade em contribuir para a obra missionria. Na primeira, porm ele repreende a igreja pela sua negligncia em sustentar condignamente aqueles que foram chamados e enviados por Deus para pregar o Evangelho.

    1.4.1. Deveres e diretosSe a obra de Deus feita na base de cooperao, como disse Paulo Ns somos

    cooperadores de Deus (1Co 3.9) isto implica em deveres e direitos de todas as partes envolvidas. Os missionrios so devedores: Eu sou devedor, tanto a gregos como a brbaros, tanto a sbios como a ignorantes (Rm 1.14). O missionrio devedor ao povo que o enviou e ao povo ao qual enviado. devedor s suas igrejas e a sua Junta. Porm, ele tem os seus direitos, sendo alguns deles reivindicados por Paulo, segundo 1Corntios, cap. 9, que passa a ser um porta voz de todos os missionrios:

    1.4.1.1. O direito de viver de uma maneira digna. No temos ns direito de comer e de beber? (v. 4). Quantos pastores e missionrios em nossos dias que no tm gozado deste direito!

    1.4.1.2. O direito de ser acompanhado pela esposa. No temos ns direito de levar conosco esposa crente, como os demais apstolos, e os irmos do Senhor, e Cefas? (v.5). Pelo fato de a maioria das igrejas do Leste Europeu no ter viso de sustento dos

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  • seus obreiros, as esposas tm que trabalhar para ajudar nas despesas de casa, e ficam impossibilitadas de acompanhar o esposo para ajud-lo no ministrio.

    1.4.1.3. O direito de se dedicar integralmente ao ministrio a que foi chamado. Ou ser que s eu e Barnab no temos direito de deixar de trabalhar? (v. 6). Quando Paulo iniciou o seu ministrio em Corinto no tinha o seu sustento assegurado e teve que fazer tendas, tendo somente o dia de sbado disponvel para pregar o Evangelho. Mas quando Silas e Timteo desceram da Macednia com o seu sustento, ele dedicou-se inteiramente Palavra. (At 18.1-5).

    1.4.1.4. O direito de ser sustentado por aqueles a quem ministra e por aqueles que participam do seu processo de envio. Quem jamais vai a guerra sua prpria custa? Quem planta uma vinha e no come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e no se alimenta do rebanho? (v. 7).

    2. O plano de Deus para o sustento da obra um sH uma corrente de interpretao que diz que o plano de sustento do Velho

    Testamento diferente do Novo Testamento. Pelo fato de no estarem mais debaixo da lei , mas sim da graa, rejeitam a prtica do dzimo e, conseqentemente, o sustento condigno dos pastores e missionrios.

    Contudo, Paulo afirma claramente que o plano de Deus no Novo Testamento o mesmo do Velho Testamento, vejamos: Ou no diz a lei tambm o mesmo? Pois na lei de Moiss est escrito: No atars a boca do boi quando debulha. Porventura est Deus cuidando dos bois? (...) Com efeito, por amor de ns que est escrito (1Co 9.8-10).

    O que Moiss escreveu na lei sobre o sustento, foi para ns! Ns quem? Evidentemente que foi para ns, do Novo Testamento. No atar a boca do boi. No uma lei de proteo dos animais, pois ele pergunta: Porventura est Deus cuidando dos bois? (v. 9). Paulo volta a aplicar esta ilustrao do boi para reivindicar o sustento condigno do obreiro cristo. Fazer isto com o boi um ato de injustia, e no isto que muitas igrejas esto fazendo com os pastores e missionrios: criando vrias restries, inclusive salarial, para desenvolverem a obra do Senhor?

    Os presbteros que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregao e no ensino, porque diz a escritura: No atars a boca ao boi quando debulha. E: Digno o trabalhador do seu salrio (1Tm 5.17).

    No h nenhuma contradio entre o ensino de Moiss e de Jesus. O salrio, para ser justo, precisa ser diferenciado duplicada honra para aqueles que governem bem. No atars a boca do missionrio quando est fazendo misses, pois digno do seu salrio. No atars a boca do evangelista quando est evangelizando, pois digno do seu salrio. No atars a boca do pregador quando est pregando, pois digno do seu salrio. No atars a boca do mestre quando est ensinando, pois digno do seu salrio.

    No sabeis vs que os que administram o que sagrado comem do que do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar. Assim ordenou tambm o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho (vs. 13 e 14). Assim quer dizer a mesma coisa. O plano para o sustento dos servidores do templo do Velho Testamento (vivem do altar), o mesmo daqueles que pregam o Evangelho (vivem do Evangelho). Quem ordenou foi o Senhor Jesus.

    2. Sustentar os obreiros fazer o bem

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  • Amados, no imiteis o mal, mas o bem (3Jo 11).

    3.1. No imiteis uma igreja como a de Corinto que no tem viso de sustento para os que pregam o evangelho.

    3.1.1. Pequei porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vs fsseis exaltados, porque de graa vos preguei o evangelho de Deus? Outras igrejas despojei, recebendo delas salrio, para vos servir; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ningum fui pesado (2Co 11.7 e 8).

    3.1.2. (...) humilhando-me (...) antes suportamos tudo (2 Co 11.7; 1Co 9.12). Paulo teve que passar privaes enquanto ministrava aos corintios porque eles no quiseram assegurar o seu sustento.

    3.1.3. Outras igrejas despojei, recebendo delas salrio, para vos servir (2Co 11.8). Segundo o que est escrito, a igreja de Corinto a nica mencionada no Novo Testamento por no participar no sustento de Paulo e dos seus colegas missionrios. Como eles devem ter se sentido ao receber esta carta de Paulo repreendendo-os por esta grande falta? Como voc que sua igreja se sentiria recebendo palavras como estas?

    3.1.4. Quando estive convosco, e tinha necessidade, a ningum fui pesado (2Co 11.8). Que falta de sensibilidade para as necessidades do prximo, principalmente daqueles que labutam pela causa do Evangelho! Quem , pois, tiver bens neste mundo, e, vendo o seu irmo necessitado, lhe fechar o corao, como permanece nele o amor de Deus?. Filhinhos, no amemos de palavra, nem de lngua, mas por obras e em verdade (1Jo 3.17 e 18).

    3.2. Imitais as igrejas como as da Macednia, que apesar de todas as suas provaes, fizeram muito mais do que as demais.

    Pois os irmos que vieram da Macednia, supriram as minhas necessidades (2Co11.9). Tambm, irmos, vos fazemos conhecer a graa de Deus que foi dada s igrejas da Macednia; como, em muita prova de tribulao, a abundncia do seu gozo e a sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade. Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente, pedindo-nos, com muito encarecimento, o privilgio de participarem deste servio a favor dos santos; e no somente fizeram como ns espervamos, mas primeiramente a si mesmos se deram ao Senhor, e a ns pela vontade de Deus (2Co 8.1-5).

    Tambm vs sabeis, filipenses, que, no princpio do evangelho, quando parti da Macednia, nenhuma igreja comunicou comigo no sentido de dar e de receber, seno vs somente; porque estando eu ainda em Tessalnica, no uma vez s, mas duas, mandastes suprir-me as necessidades (Fl 4.15 e 16).

    So palavras para serem meditadas e praticadas. As igrejas da Macednia so um exemplo de liberalidade.

    ConclusoLamentamos por aquelas igrejas que ainda em nossos dias seguem o exemplo da

    igreja de Corinto. Mas louvamos a Deus por aquelas que esto seguindo o exemplo das

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  • igrejas da Macednia na sua liberalidade em contribuir para o sustento condigno dos seus pastores e missionrios.

    O plano do sustento da obra missionria no foi feito pelas Juntas missionrias ou outra qualquer instituio humana, mas por Deus. O plano nico em toda a Bblia, no podemos alter-lo, mas sim obedec-lo. O fruto da nossa fidelidade ser o engrandecimento do reino de Deus e o cumprimento da promessa do Senhor em derramar abundantes benos sobre os que assim sustentam a causa de Cristo atravs da sua igreja ao redor do mundo.

    Gerson Tomaz Pereira

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    Introduo1. Modelos bblicos de sustento da obra de Deus