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A DEGRADAÇÃO DO A DEGRADAÇÃO DO A DEGRADAÇÃO DO A DEGRADAÇÃO DO TRABALHO, DO EMPREGO E TRABALHO, DO EMPREGO E TRABALHO, DO EMPREGO E TRABALHO, DO EMPREGO E DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE
TRABALHO NA ERA DO TRABALHO NA ERA DO TRABALHO NA ERA DO TRABALHO NA ERA DO CAPITALISMO FLEXÍVELCAPITALISMO FLEXÍVELCAPITALISMO FLEXÍVELCAPITALISMO FLEXÍVEL
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho1
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho2
1. Do capitalismo regulado ao capitalismo flexível
2. O capitalismo flexível
2.1. A degradação do trabalho
2.2. A degradação do emprego
2.3. A degradação das relações sociais de trabalho
3. O futuro do trabalho e do emprego
Sumário
1. Do capitalismo regulado ao capitalismo flexível
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho3
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho4
Capitalismo regulado Capitalismo flexível
“O que é importante perceber é que este ‘contra-ataque’ constitui umareversão da estratégia da classe dominante, um retorno à estratégia pré-1848, quando se administrava o descontentamento das classestrabalhadoras conjugando indiferença e repressão. Após 1848, até 1968, aclasse dominante tentou apaziguar as classes trabalhadoras através dainstituição do Estado liberal, combinada com concessões económicas. Estaestratégia foi politicamente vitoriosa. ElaElaElaEla sósósósó reverteureverteureverteureverteu essaessaessaessa estratégiaestratégiaestratégiaestratégiaquandoquandoquandoquando aaaa faturafaturafaturafatura sesesese tornoutornoutornoutornou muitomuitomuitomuito elevadaelevadaelevadaelevada.” (Immanuel Wallerstein, 1995)
Programa de “espoliação do Estado” (RiccardoPetrella, 1996)
“Metódica destruição do coletivo” (Pierre Bourdieu, 1998)
Substituição da “mão esquerda” pela “mão direita”
“A substancial aquisição de direitos feita pelos trabalhadoresnos países capitalistas depois de 1850 enfrenta agora umadevastadora reversão. Nada sugere que um novo ciclo deaquisição esteja prestes a começar. DaDaDaDa mesmamesmamesmamesma formaformaformaforma quequequeque ooooEstadoEstadoEstadoEstado declina,declina,declina,declina, declinamdeclinamdeclinamdeclinam osososos direitosdireitosdireitosdireitos dosdosdosdos trabalhadorestrabalhadorestrabalhadorestrabalhadores.”(Charles Tilly, 1995)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho5
“Remoção do Estado económico, desmantelamento doEstado social e fortalecimento do Estado penal [que usa oseu] punho de ferro” (Loïc Wacquant, 2003)
As três forças que moldam o trabalho e o emprego na era do capitalismo flexível
� Neoliberalismo
� Teorias da sociedade da informação
� Teorias da racionalização flexível(concepções gestionárias)
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Nacional do Trabalho6
O que defendem
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho7
� O trabalho como empreendimento individual sujeito às leis de mercado –competição entre os indivíduos no mercado de trabalho e individualizaçãodas relações de trabalho
� Cada indivíduo é detentor de capital humano, prestando um serviço e gerindoo seu trabalho e a sua carreira
� O trabalho deixa de ser um direito convertendo-se num recurso, não sendo otrabalhador um sujeito de direitos mas um custo
� O tecno-otimismo: fetichização das TIC
� A “racionalização flexível” como forma de aumentar a competitividade dasempresas no contexto de um mercado turbulento
� Métodos utilizados: qualidade total (total quality management), just-in-time,downsizing (emagrecimento), re-engineering (reengenharia), outsourcing(subcontratação)
� Palavras-chave: espírito de iniciativa, inovação, adaptabilidade
As práticas
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho8
� Práticas despóticas: “empresacampo de concentração”
� Práticas hegemónicas: “empresacomunidade de interesses”
Michael Burawoy
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho11
Capitalismo regulado Capitalismo flexívelFunções • Oportunidades de carreira
• Estabilidade• Ausência de carreiras• Diluição das carreiras• Congelamento de carreiras• Cada indivíduo é detentor de capital
humano, prestando um serviço e gerindo oseu trabalho e a sua carreira
• Instabilidade
Qualificações • Oportunidades de formação• Validação da formação com
consequências na carreira e ao nívelsalarial
• Formação instrumental• Inexistência de oportunidades de
formação• Formação sem consequências na carreira
e no nível salarial
Condições detrabalho
• Forte regulação da segurança e saúdeno trabalho
• Horário de trabalho rígido sujeito a forteregulação
• Condições de trabalho degradantes• Intensificação dos ritmos de trabalho• Aumento da penosidade do trabalho• Aumento do tempo de trabalho e sua
flexibilização• Emails/sms fora de horas• Riscos psicossociais
Remunerações • Rendimento adequado e estável• Salário mínimo• Indexação salarial• Salário social (proteção social)• Impostos progressivos• Algum esbatimento das desigualdades
sociais
• Redução salarial• Diminuição do peso dos salários norendimento nacional
• Tentativa de privatização da segurançasocial
• Desproteção social• Menor progressividade dos impostos• Aumento das desigualdades sociais
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Nacional do Trabalho12
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A cobalt mine between Lubumbashi and Kolwezi inthe Democratic Republic of the Congo.
The Guardian, 19The Guardian, 19The Guardian, 19The Guardian, 19----01010101----2016201620162016
TenthTenthTenthTenth apparentapparentapparentapparent suicidesuicidesuicidesuicide atatatat FoxconnFoxconnFoxconnFoxconn iPhoneiPhoneiPhoneiPhone factoryfactoryfactoryfactory ininininChinaChinaChinaChina
TheTheTheThe Guardian,Guardian,Guardian,Guardian, 27272727----05050505----2010201020102010
FoxconnFoxconnFoxconnFoxconn anunciaanunciaanunciaanuncia otraotraotraotra subidasubidasubidasubida salarialsalarialsalarialsalarial trastrastrastras lalalala olaolaolaola dedededesuicídiossuicídiossuicídiossuicídios
ElElElEl PaisPaisPaisPais,,,, 07070707----06060606----2010201020102010
FoxconnFoxconnFoxconnFoxconn auditauditauditaudit findsfindsfindsfinds illegalillegalillegalillegal overtimeovertimeovertimeovertime andandandand unpaidunpaidunpaidunpaid wageswageswageswages atatatat AppleAppleAppleApple factoryfactoryfactoryfactory
TheTheTheThe Guardian,Guardian,Guardian,Guardian, 29292929----03030303----2012201220122012
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TheTheTheThe Guardian,Guardian,Guardian,Guardian, 17171717----09090909----2014201420142014
“Estou na empresa há 3
anos e fico doente de 15 em 15 dias.”
“Eu fui chamada à atenção porque auditaram as
minhas chamadas há uns
meses e embirraram porque fiz um silêncio.”
“Trabalhei uma semana sem almofada nos headsets (…) vamos perder a audição por
estarmos sempre com os headsets nos ouvidos.”
“Estamos constantemente a dizer
a mesma frase, a ter a mesma atitude, a mesma postura, fazer da mesma
forma. Sim, chega um ponto que satura um pouco.”
“Temos um guião que não está escrito mas é implícito. Há palavras proibidas. (…) É tudo muito formatado.”
“Não tenho autonomia
nenhuma. Zero. (…) Tratam-nos como
meninos da primária.”
“Eu estive durante 3 anos com contratos renováveis a cada 7 dias.”
“A empresa criou uma ferramenta que
controla as nossas tarefas e as nossas
pausas.”
“Este trabalho é completamente desumanizado e isso sente-se em tudo. Desde o discurso que tu és obrigado a ter, às condições de trabalho, à relação com a chefia.”
“Não tenho controlo
nenhum nas chamadas.”
“Em termos da gestão de tempo, ali é um
ritmo muito alucinante. (…) Mal
uma chamada acabou já está a entrar a
seguinte. Eles querem que o tempo que
demoramos a atender a chamada seja de 2 segundos. Portanto, é
tudo cronometrado.”
“Não tenho nenhuma autonomia. As chamadas
caem ao ritmo que a máquina quer. (…) A hora de pausa é decidida por eles, a hora de almoço é decidida por eles. Temos sempre uma hora, mas à hora que eles entendem. Há pessoas que
chegam a ter hora de almoço às 10.”
“Não há sentido de humanidade nenhum. Somos máquinas!”
“Parece que tenho uma linha de montagem na cabeça!”
“Os russos ganham o dobro do salário da linha francesa quando o que muda é só a língua.”
“Somos verdadeiros gestores de sinistrosmas recebemos como operadores de callcenter.”
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho14
ExExExEx----FranceFranceFranceFrance TelecomTelecomTelecomTelecom CEOCEOCEOCEOprobedprobedprobedprobed overoveroverover 35353535 suicidessuicidessuicidessuicides
Between 2008 and 2009, 35employees at France Telecomtook their own lives. OnWednesday the operator’sformer CEO Didier Lombardwas placed under formalinvestigation for psychologicalharassment.
France24, 06-07-2012L'enquête sur les suicides à France Telecom est closeL'enquête sur les suicides à France Telecom est closeL'enquête sur les suicides à France Telecom est closeL'enquête sur les suicides à France Telecom est close
Cette enquête pourrait ouvrir la voie à la reconnaissance par la justice d’un harcèlement moral institutionnel. 35 salariés de l’entreprise se sont suicidés en 2008 et 2009.
Libération, 06Libération, 06Libération, 06Libération, 06----01010101----2015201520152015
ASSÉDIO MORAL
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho15
“O turno da noite do entreposto de Montélimar, em França, acaba de pegar aotrabalho: os managers irão anunciar os objetivos de produtividade pelos altifalantes.Começa então a maratona. BaterBaterBaterBater recordesrecordesrecordesrecordes sobsobsobsob fogofogofogofogo cerradocerradocerradocerrado dosdosdosdos contramestres,contramestres,contramestres,contramestres, quequequequemonitorizammonitorizammonitorizammonitorizam oooo tempotempotempotempo dededede cadacadacadacada tarefatarefatarefatarefa, aaaa médiamédiamédiamédia dededede movimentosmovimentosmovimentosmovimentos dededede cadacadacadacada trabalhadortrabalhadortrabalhadortrabalhador eeeeproduzemproduzemproduzemproduzem ráciosráciosráciosrácios dededede produtividadeprodutividadeprodutividadeprodutividade. Os números, as metas e os gráficos dedesempenho são o pão nosso de cada dia, num ambiente em que os trabalhadorespassam por um processo brutal de seleção e formatação – e acabamacabamacabamacabam porporporpor serserserserencorajadosencorajadosencorajadosencorajados aaaa denunciardenunciardenunciardenunciar osososos colegascolegascolegascolegas quequequeque sesesese desviemdesviemdesviemdesviem umumumum milímetromilímetromilímetromilímetro dadadada doutrinadoutrinadoutrinadoutrina dadadadaimaculadaimaculadaimaculadaimaculada AmazomAmazomAmazomAmazom.” (Jean-Baptiste Malet (2016 [2013]), Dentro da Selva da Amazon,Lisboa: Plátano Editora)
My week as an Amazon insider My week as an Amazon insider My week as an Amazon insider My week as an Amazon insider
It is the world's biggest online business.But with questions being asked about itstreatment of employees, what is it like towork at Amazon? Carole Cadwalladrlands a job in one of its giant warehousesand discovers the humanhumanhumanhuman costcostcostcost ofofofof ourourourour lustlustlustlustforforforfor consumerconsumerconsumerconsumer goodsgoodsgoodsgoods
The Guardian, 01The Guardian, 01The Guardian, 01The Guardian, 01----12121212----2013201320132013
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho16
Engenheiros de software dos países em desenvolvimento ou desenvolvidos daperiferia:
• Exploração do conhecimento de trabalhadores altamente qualificados em regime deoutsourcing, de modo a reduzir custos e maximizar lucros
• O tempo livre tende a ser absorvido pelo tempo de trabalho
• Trabalho à tarefa
• Mobilidade temporal e espacial compulsória (nómadas high tech; migrações virtuais)
Engenheiros de software nos países centrais do capitalismo
• Salários e autonomia muito elevados
• Diluição das fronteiras entre tempo de trabalho e tempo de lazer
• Longas jornadas de trabalho
• Autodisciplina no quadro do “novo espírito do capitalismo”
• Fortes pressões sociais e dos pares
• Incentivos para passar grande parte do tempo em contexto de trabalho
Trabalhadores do sistema de C&T
• Salários e autonomia muito elevados, mas também trabalho não remunerado
• Longas jornadas de trabalho
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho17
Produção de informação na Internet (otrabalho dos prosumers)
• Tempo de lazer é tempo de trabalho
• Partilha algumas das característicasdo trabalho doméstico: não éremunerado, os sindicatos estãocompletamente ausentes e os níveisde exploração são elevados
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho18
As tecnologias avançadas conjugam-se com a imposição de condições de trabalho degradantes
“A tecnologia não aliviou a deterioraçãodo trabalho, apenas a transformou”(Ricardo Antunes)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho19
Bangladesh - 24 de Abril de 2013
1 127 mortos no desmoronamento do Rana Plaza, umedifício que albergava um centro comercial e cincofábricas de confeções que produziam vestuário para aPrimark, Benetton, El Corte Inglés, Mango, Joe Freshou Bon Marché
“O trabalho é muito repetitivo, fazemos sempre a mesma coisa, eu já cá estou há nove anos (…) vou resistindo com muito sacrifício.”
“Para a empresa sinto-me um
número; para 90% dos clientes sinto-me um scanner e para 10% deles
sinto-me como um ser humano que
trabalha.”
“Houve situações desde que aqui estou em que
trabalhei dez dias seguidos sem uma única folga (…) já não os podia ver à frente.”
“É complicado porque muitas vezes estou a fazer intercalado, não vou a casa. não saio do shopping…
Para quê?”
“Muito acelerado. Tem que ser. (…) Ou nós fazemos o ritmo ou depois acabamos por sair. (…) Se não correspondermos ou a própria pessoa sai da marca, ou a marca convida sair. Há certas pessoas que não conseguem trabalhar na marca mesmo, não é para qualquer pessoa, há um ritmo de
competição muito forte, é muito exigente.”
O tempo de trabalho (I)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho20
“Moritz Erhardt, jovem alemão de 21 anos estagiário nafilial do Bank of America em Londres que foi encontradomorto em sua casa em Agosto de 2013 depois de tertrabalhado praticamente 72727272 horashorashorashoras seguidasseguidasseguidasseguidas. De acordocom um seu colega em declarações ao EveningStandard, citadas pelo Público de 21/08/2013, estesestagiários trabalham ‘habitualmente 15 horas por diamais ou menos’, um regime de trabalho que a ONGbritânica Finance Interns considera como de verdadeira‘escravatura’”.
Moritz Erhardt
Torpedeamento de um horário de trabalho que confira qualidade e dignidade aotrabalho:
� Trabalho a tempo parcial involuntário� Flexibilização (adaptabilidade; banco de horas)� Contratos ao dia e à hora, sem direitos laborais, como dias de descanso ou férias� Encurtamento das pausas ou o seu desconto na contagem do tempo de trabalho� Introdução de intervalos desmedidos como forma de extensão do horário de
trabalho, ficando os trabalhadores mais tempo à disposição do patronato� Falsas isenções de horário de trabalho� Trabalho suplementar não pago� Encurtamento do tempo para refeições� Alongamento da jornada de trabalho e/ou trabalho fora do período normal
O tempo de trabalho (II)
Quadro 1 - Proporção do emprego a tempo parcial no emprego total (UE28 ePortugal) (%), em 2002 e 2015
Grande parte deste crescimento deve-se ao significativo aumento do tempoparcial involuntário…
Quadro 2 - Proporção do emprego a tempo parcial involuntário no conjunto doemprego a tempo parcial na UE28 e em Portugal (%), em 2002 e 2015
2002200220022002 2015201520152015
UE28 15,6 21,8
Portugal 8,4 8,4
2002200220022002 2015201520152015
UE28 17,2 29,1
Portugal 24,9 50,1
Fonte: EUROSTAT – LFS, 2002-2015
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho21
O tempo de trabalho (III)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho22
Quadro 3 - Número de trabalhadores com segundo emprego naUE28 e em Portugal, em 2002 e 2015
Quadro 4 – Proporção dos que trabalham a horas antissociais no totaldo emprego na UE28 e em Portugal (%), em 2004 e 2015
2002200220022002 2015201520152015
UE28 7 368,5 8 706,6
Portugal 330,9 195,0
UE28UE28UE28UE28 PortugalPortugalPortugalPortugal
2004200420042004 2015201520152015 2004200420042004 2015201520152015
Turnos 18,0 18,4 16,9 18,4
Sábado* 50,3 43,3 48,5 40,7
Domingo* 28,2 25,3 22,8 21,8
À noite* 16,2 13,9 19,9 10,7
Ao anoitecer* 36,8 35,8 - 25,3Fonte: EUROSTAT – LFS, 2004-2015 *Sometimes+Usually
Fonte: EUROSTAT – LFS, 2002-2015
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho23
Fonte: OCDE Stats
Gráfico 1 – Média de horas semanais de trabalho no empregoprincipal em Portugal e na média dos países da OCDE, 1979-2014
41,541,541,541,5
38,938,938,938,9
39,939,939,939,9
37,837,837,837,8
37,237,237,237,2
38,638,638,638,6
36
37
38
39
40
41
42
43
%
Anos
Portugal Média da OCDE
O tempo de trabalho (IV)
Quadro 5 – Evolução da proporção dostrabalhadores a tempo completo abrangidospelo salário mínimo (%), entre abril de 2003 eabril de 2014
2000 6,2
2001 4,0
2002 4,0*
2003 5,2
2004 5,8
2005 4,8
2006 4,0
2007 5,5
2008 6,8
2009 8,1
2010 9,4
2011 10,9
2012 12,7
2013 11,7
2014 13,2
2015 21,4
Fonte: GEP/MSSS – Inquérito aos Ganhos e à Duração do Trabalho* outubro
“120 mil portugueses ganham menos doque o salário mínimo.” (JN, 27-11-2010)
“Quanto ao intervalo remuneratórioapresentado nos quadros de pessoal,conclui-se ainda que 41,8% dostrabalhadores recebem menos de 600euros, correspondendo a cerca de 998 milpessoas.” (Expresso, 11-04-2014)
Número de salários em atraso duplica Número de salários em atraso duplica Número de salários em atraso duplica Número de salários em atraso duplica “O número de trabalhadores e de empresas com saláriosem atraso mais que duplicou nos primeiros nove mesesdo ano comparando com o mesmo período do anopassado.Os números apurados pela autoridade para as condiçõesde trabalho são adiantados pelo Diário Económico. Nocaso das empresas o número passou de 700 para quase1500.Os trabalhadores com salários em atraso eram sete milno ano passado e no final de setembro deste anopassaram para quase 17 mil.” (TSF, 20-11-2012)
“Trabalhadores em part-time ganham cada vez menos desde 2013.” (DN, 14-03-2016)
Os salários
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho26
Capitalismo regulado Capitalismo flexível
Mercado detrabalho
Emprego estável e a tempo inteiro • Emprego instável• Desemprego massivo• Crescimento do regime de tempo
parcial involuntário
Emprego Forte regulação da contratação edo despedimento
• Flexibilização da contratação –precarização dos vínculos laborais
• Facilitação dos despedimentos• Fomento do “empreendedorismo”
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho27
DESEMPREGO
OIT – World of Work Report (2014)
200 milhões de desempregados!200 milhões de desempregados!200 milhões de desempregados!200 milhões de desempregados!
Gráfico 2 – Evolução do desemprego e sua projeção nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, 2003-2019
Fonte: INE – Inquérito ao Emprego (1983-2015)
Gráfico 3 – Evolução da taxa de desemprego global emPortugal (%), entre 1983 e 2015
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII
Encontro Nacional do Trabalho28
A taxa de desemprego global mascara variações que por A taxa de desemprego global mascara variações que por A taxa de desemprego global mascara variações que por A taxa de desemprego global mascara variações que por vezes são muito relevantes entre géneros, grupos etários, vezes são muito relevantes entre géneros, grupos etários, vezes são muito relevantes entre géneros, grupos etários, vezes são muito relevantes entre géneros, grupos etários, regiões, níveis de escolaridade ou grupos profissionais!regiões, níveis de escolaridade ou grupos profissionais!regiões, níveis de escolaridade ou grupos profissionais!regiões, níveis de escolaridade ou grupos profissionais!
7,68,2 8,5 8,3
6,8
5,65,0
4,64,1 4,1
5,5
6,8 7,1 7,26,7
4,94,4
3,9 4,0
5,0
6,3 6,6
7,6 7,68,0
7,6
9,4
10,8
12,7
15,516,2
13,9
12,4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
198319841985198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000200120022003200420052006200720082009201020112012201320142015
%
Anos
CT2003 CT2009 ME
Nota: Neste gráfico, e nos restantes, as linhas a tracejado azuis representam quebras de série estatística e as linhas a tracejado laranja, marcos importantes em termos das alterações nas relações laborais
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII
Encontro Nacional do Trabalho29
Fonte: INE – Inquérito ao Emprego (1ºT1999-3ºT2016)
Gráfico 4 – Evolução do peso do desemprego de longaduração no total do desemprego em Portugal (%), entre o1ºT1999 e o 3ºT2016
40,1
67,463,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1T1999
2T1999
3T1999
4T1999
1T2000
2T2000
3T2000
4T2000
1T2001
2T2001
3T2001
4T2001
1T2002
2T2002
3T2002
4T2002
1T2003
2T2003
3T2003
4T2003
1T2004
2T2004
3T2004
4T2004
1T2005
2T2005
3T2005
4T2005
1T2006
2T2006
3T2006
4T2006
1T2007
2T2007
3T2007
4T2007
1T2008
2T2008
3T2008
4T2008
1T2009
2T2009
3T2009
4T2009
1T2010
2T2010
3T2010
4T2010
1T2011
2T2011
3T2011
4T2011
1T2012
2T2012
3T2012
4T2012
1T2013
2T2013
3T2013
4T2013
1T2014
2T2014
3T2014
4T2014
1T2015
2T2015
3T2015
4T2015
1T2016
2T2016
3T2016
%
Trimestres
O desemprego no 4ºT2016
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII
Encontro Nacional do Trabalho30
� Volume: 543,2 mil pessoas 543,2 mil pessoas 543,2 mil pessoas 543,2 mil pessoas (275,7 mil homens e 267,4 mulheres)
� Taxa de desemprego: 10,5%10,5%10,5%10,5%
� Taxa de desemprego feminino: 10,6%10,6%10,6%10,6%
� Taxa de desemprego masculino: 10,4%10,4%10,4%10,4%
� Taxa de desemprego jovem: 27,7%27,7%27,7%27,7%
� Volume de desempregados de longa duração: 337,4 mil 337,4 mil 337,4 mil 337,4 mil pessoaspessoaspessoaspessoas
� Taxa de desemprego de longa duração: 6,5%6,5%6,5%6,5%
� Peso do desemprego de longa duração no desemprego total: 62,1%62,1%62,1%62,1%
Mas a situação é ainda mais grave… (I)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII
Encontro Nacional do Trabalho31
4T2016
Desempregados 543,2
Subemprego de trabalhadores a tempo parcial 221,2
Inativos à procura de emprego mas não disponíveis
19,8
Inativos disponíveis mas que não procuram emprego
235,4
TOTAL 1.019,6
População ativa 5.186,8
Taxa de desemprego oficial: 10,5%Taxa de desemprego oficial: 10,5%Taxa de desemprego oficial: 10,5%Taxa de desemprego oficial: 10,5%
Taxa de desemprego real: 19,7%Taxa de desemprego real: 19,7%Taxa de desemprego real: 19,7%Taxa de desemprego real: 19,7%
Mais de 1 milhão de desempregados em Portugal!Mais de 1 milhão de desempregados em Portugal!Mais de 1 milhão de desempregados em Portugal!Mais de 1 milhão de desempregados em Portugal!
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho32
E falta contabilizar o mercado de trabalho paralelo E falta contabilizar o mercado de trabalho paralelo E falta contabilizar o mercado de trabalho paralelo E falta contabilizar o mercado de trabalho paralelo (estágios, bolsas, CEI,…)(estágios, bolsas, CEI,…)(estágios, bolsas, CEI,…)(estágios, bolsas, CEI,…)
O capitalismo flexível veio acentuar fortemente ocarácter destrutivo do capital (István Mészáros, 1997)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho33
Do “Do “Do “Do “salariatsalariatsalariatsalariat” ao “” ao “” ao “” ao “precariatprecariatprecariatprecariat” ” ” ” (Robert Castel)(Robert Castel)(Robert Castel)(Robert Castel)
McJobsMcJobsMcJobsMcJobs ((((AllanAllanAllanAllan etetetet al.al.al.al., 2006; , 2006; , 2006; , 2006; ButlerButlerButlerButler e Watt, 2007; e Watt, 2007; e Watt, 2007; e Watt, 2007; LindsayLindsayLindsayLindsaye e e e McQuaidMcQuaidMcQuaidMcQuaid, 2004; Lucas, , 2004; Lucas, , 2004; Lucas, , 2004; Lucas,
1997199719971997
MinijobsMinijobsMinijobsMinijobs –––– 400/450€400/450€400/450€400/450€50, 60 cêntimos ou 1, 2€ 50, 60 cêntimos ou 1, 2€ 50, 60 cêntimos ou 1, 2€ 50, 60 cêntimos ou 1, 2€ /hora; +7/41 milhões em /hora; +7/41 milhões em /hora; +7/41 milhões em /hora; +7/41 milhões em
2012201220122012
ZeroZeroZeroZero----hourhourhourhour contractscontractscontractscontracts
2012201220122012TTTT4444 –––– 200200200200 000000000000 (hotelaria(hotelaria(hotelaria(hotelaria –––– 19191919%%%%;;;; saúdesaúdesaúdesaúde –––– 13131313%%%%;;;; educaçãoeducaçãoeducaçãoeducação –––– 10101010%%%%))))
CharteredCharteredCharteredChartered InstituteInstituteInstituteInstitute ofofofof PersonnelPersonnelPersonnelPersonnel andandandand DevelopmentDevelopmentDevelopmentDevelopment –––– 1111 milhãomilhãomilhãomilhão ((((2013201320132013))))
[[[[BurgerBurgerBurgerBurger KingKingKingKing –––– 100100100100%%%% ((((20202020 000000000000))));;;; Domino’sDomino’sDomino’sDomino’s PizzaPizzaPizzaPizza –––– 90909090%%%% (+(+(+(+20202020 000000000000))));;;; SportsSportsSportsSports DirectDirectDirectDirect ––––90909090%%%% ((((20202020 000000000000))));;;; McDonald’sMcDonald’sMcDonald’sMcDonald’s –––– 90909090%%%% ((((82828282 800800800800))));;;; JDJDJDJD WetherspoonWetherspoonWetherspoonWetherspoon (pubs)(pubs)(pubs)(pubs) –––– 80808080%%%% ((((24242424000000000000))));;;; CineworldCineworldCineworldCineworld (cinemas)(cinemas)(cinemas)(cinemas);;;; SubwaySubwaySubwaySubway;;;; SpiritSpiritSpiritSpirit PubPubPubPub CompanyCompanyCompanyCompany ((((16161616 000000000000))));;;; BootsBootsBootsBoots ((((4444000000000000)))) eeee………… BuckinghamBuckinghamBuckinghamBuckingham PalacePalacePalacePalace ((((350350350350)])])])]
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho34
DexDexDexDex e e e e McCullochMcCullochMcCullochMcCulloch (1995) (1995) (1995) (1995) ––––12 modalidades de emprego precário:12 modalidades de emprego precário:12 modalidades de emprego precário:12 modalidades de emprego precário:
� Autoemprego
� Trabalho a tempo parcial
� Trabalho temporário
� Trabalho a termo
� “Zero-hour contracts”
� Trabalho sazonal
� Trabalho a domicílio
� “Term time working”
� Trabalho ao domingo
� Partilha de trabalho (job sharing)
QuinlanQuinlanQuinlanQuinlan, , , , MayhewMayhewMayhewMayhew e e e e BohleBohleBohleBohle (2001) (2001) (2001) (2001) ----Cinco grupos de trabalhadores Cinco grupos de trabalhadores Cinco grupos de trabalhadores Cinco grupos de trabalhadores
precários:precários:precários:precários:
� Trabalhadores temporários
� Trabalhadores sujeitos a mudançasorganizacionais
� Trabalhadores em regime deoutsourcing
� Trabalhadores a tempo parcial
� Trabalhadores em pequenosnegócios
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho35
OIT – World of Work Report (2014)
Gráfico 5 – Evolução da taxa de emprego e da incidência doemprego “atípico” em alguns países entre 2007 e 2010
Fonte: INE – Inquérito ao Emprego (2T1983-3T2015)
Gráfico 6 – Evolução da proporção de contratos de trabalhocom termo e de outro tipo de contratos de trabalho nãopermanentes no total dos assalariados (%) em Portugal,entre o 2T1983 e o 3T2015
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho36
19,8
9,5
23,322,2
0
5
10
15
20
25
2T83
4T83
2T84
4T84
2T85
4T85
2T86
4T86
2T87
4T87
2T88
4T88
2T89
4T89
2T90
4T90
2T91
4T91
2T92
4T92
2T93
4T93
2T94
4T94
2T95
4T95
2T96
4T96
2T97
4T97
2T98
4T98
2T99
4T99
2T00
4T00
2T01
4T01
2T02
4T02
2T03
4T03
2T04
4T04
2T05
4T05
2T06
4T06
2T07
4T07
2T08
4T08
2T09
4T09
2T10
4T10
2T11
4T11
2T12
4T12
2T13
4T13
2T14
1T15
3T15
%
Trimestres
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho37
Gráfico 7 – Percentagem do emprego temporário involuntário (%)no total do emprego temporário em alguns países europeus, entre2007 e 2010
OIT – World of Work Report (2014)
Fonte: EUROSTAT – Labour Force Survey e EUROSTAT – Structure of Earnings Survey (2010)
Gráfico 8 – Taxas de emprego temporário e diferencialsalarial na UE27 e respetivos países, em 2010
Taxa de emprego temporário (%)
Diferencial salarial entre trabalhadores temporários e permanentes (%)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho39
Aos 704704704704 000000000000 contratados a termo e aos 145145145145600600600600 trabalhadores com outros contratosestimados pelo INE no Inquérito ao Empregono 4T2016 haverá que adicionar ainda os“falsos independentes”, uma proporçãocertamente relevante dos 781781781781 300300300300trabalhadores independentes estimados nomesmo período, mais os que escapam àsestatísticas oficiais!
Entre 1 e 1,5 milhões de trabalhadores Entre 1 e 1,5 milhões de trabalhadores Entre 1 e 1,5 milhões de trabalhadores Entre 1 e 1,5 milhões de trabalhadores precários em Portugal!precários em Portugal!precários em Portugal!precários em Portugal!
Gráfico 9 – Evolução do subemprego de trabalhadores atempo parcial (milhares) em Portugal, entre o 1T2006 e o3T2016
Fonte: INE – Inquérito ao Emprego (1T2006-3T2016)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho40
65,1
71
174,8
270,4
213,1
0
50
100
150
200
250
300
Trimestres
milhares
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho41
OIT – World of Work Report (2014)
Gráfico 10 – Evolução da incidência do emprego a tempoparcial involuntário (%) no emprego a tempo parcial total nospaíses da OCDE, entre 2007 e 2010
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho42
“A acumulação capitalista produz antes (…) constantemente uma população
operária relativa, i. é, excessiva para as necessidades médias de valorização do capital, portanto supérflua ou população operária adicional. (…) Ela forma um
exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital tão
absolutamente como se ele o tivesse feito crescer à sua própria custa. (…) Grosso modo, os movimentos gerais do salário são regulados exclusivamente pela
expansão e pela contracção do exército industrial de reserva.”
Karl Marx (1997 [1890]), pp. 715-728 (CapítuloXXIII – Lei geral absoluta de acumulaçãocapitalista)
Quatro formas de existência da sobrepopulação relativa
�População fluída (o que hoje se designa pordesempregados)
�População latente (população expulsa doscampos e esperando aceder ao trabalhoindustrial)
�População estagnante (o que hoje se designapor precários)
�Pauperismo (DLD, sinistrados do trabalho,crianças, trabalhadores idosos)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho43
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho44
2.3. A degradação das relações sociais de trabalho
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho45
Capitalismo regulado Capitalismo flexível
Representação • Voz coletiva através desindicatos fortes e/ou de outroscanais de representação;
• Crise das formas derepresentação
• Legislação antissindical
Conflitos detrabalho
• Direito de greve semrestrições;
• Limitações ao direito à greve
Negociaçãocoletiva
• Relevância da negociaçãocoletiva
• Tentativa de destruição dasformas de regulamentaçãocoletiva de trabalho
• Crescente individualização dasrelações de trabalho
A crise do sindicalismo
� Poder organizacional
� Poder económico
� Poder institucional
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho46
Indicadores da crise do sindicalismo� Decréscimo das taxas de sindicalização
� Diminuição do número de indivíduos dispostos a militar
� Quebra dos níveis de mobilização
� Procura de outras formas organizativas
� Desativação de estruturas sindicais e inoperacionalidade de outras
� Diminuição do número de greves e de grevistas
� Aparecimento de movimentos grevistas fora do quadro sindical
� Perda de poder sindical na negociação coletiva
� Perda de influência política do sindicalismo
� ...2017/04/01
Paulo Marques Alves/VIII Encontro Nacional do Trabalho
47
29,4% (0,7%)
19,0% (-42,2%)
20,8% (-70,0%)
18,1% (-63,9%)
11,3% (-63,4%)
Mapa 1 – Evolução das taxas de sindicalização (%) em algunspaíses capitalistas não europeus (1960-2011)
22,2% (2008)
14,5% (2010)
13,2% (2011)
27,7% (2008)
41,1% (2008)
9,7% (3,2%)
Mapa 2 – Evolução das taxas de sindicalização (%) emalguns países capitalistas europeus (1960-2011)
17,2% (-52,4%)
18,0% (-48,1%)
19,0% (-52,5%)
36,1% (-22,2%)
5,9% (-45,3%)
50,4% (21,4%)
27,8% (-59,1%)
35,2% (42,5%)
7,9% (-59,6%)
68,5% (20,4%)
54,6% (-9,0%)
27,1% (-32,9%)
68,9% (-4,4%)
69,0% (116,3%)
79,4% (2008)
42,7% (2008)
16,8% (2008)
14,8% (2008)
14,1% (2010)
8,1% (2010)
10,0% (2010)
16,7% (2011)
17,3% (2009)
19,8% (2008)
32,8% (2008)
49,0% (2011)48,6% (2011)
25,4% (2011)
15,6% (2010)
19,3% (2010)
24,4% (2010)
60,8
19,3
18,3
45,1
15,6
19,6
22,2
7,9
35,8
37,6
24,024,7
50,5
35,2
53,4
66,9
76,0
49
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
%
Anos
Portugal Espanha França Grécia Itália Malta Chipre
Fonte: ICTWSS
Gráfico 11 – Evolução das taxas de sindicalização (%) nospaíses do sul da Europa (1960-2011)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho50
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho51
1.576
6.5337.165
13.212
6.984
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
1892
1894
1896
1898
1900
1902
1904
1906
1908
1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
N.º de sindicalizados (m
ilhões)
Anos
Gráfico 12 – Evolução do número de sindicalizados no ReinoUnido entre 1892 e 2015
Fonte: DBI&T e Certification Officer
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho52
425
85
292
27
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
N.º de IR
CT
Anos
Total CC AC AE
CT2003 CT2009 ME
Fonte: cálculos próprios a partir do BTE
Gráfico 13 – Evolução do número de convenções coletivasnegociais, por tipo de convenção, em Portugal, entre 1976 e2016 (setor privado)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho53
206
151
4
116
9
0
50
100
150
200
250
N.º de PE
Anos
CT2009 MECT2003
Gráfico 14 – Evolução do número de Portarias de Extensãoem Portugal, entre 1976 e 2016
Fonte: cálculos próprios a partir do BTE
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho54
0
200000
400000
600000
800000
1000000
1200000
1400000
1600000
1800000
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
N.º de trabalhadores cobertos
N.º de IR
CT
Anos
Total IRCT N.º de trabalhadores cobertos
CT2003
CT2009
ME
Fonte: cálculos próprios a partir do BTE e DGERT
Gráfico 15 – Evolução do número de convenções coletivasnegociais em Portugal (1976-2016) e do número de trabalhadorescobertos (1998-2016) (setor privado)
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho55
O que assistimos é a uma O que assistimos é a uma O que assistimos é a uma O que assistimos é a uma re-mercadorização do trabalho, que se , que se , que se , que se
acentuou durante o período de acentuou durante o período de acentuou durante o período de acentuou durante o período de intervenção da troika, através do que se intervenção da troika, através do que se intervenção da troika, através do que se intervenção da troika, através do que se procede à precarização do trabalho vivo procede à precarização do trabalho vivo procede à precarização do trabalho vivo procede à precarização do trabalho vivo
nas suas múltiplas dimensões e à nas suas múltiplas dimensões e à nas suas múltiplas dimensões e à nas suas múltiplas dimensões e à intensificação do seu consumo, o que intensificação do seu consumo, o que intensificação do seu consumo, o que intensificação do seu consumo, o que representa um perigoso retrocesso representa um perigoso retrocesso representa um perigoso retrocesso representa um perigoso retrocesso
civilizacional.civilizacional.civilizacional.civilizacional.
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho56
3. O futuro do trabalho e do emprego
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho57
• Plataformas digitais
• Robótica
• Inteligência artificial
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho58
� Profissões novas, outras que desaparecem e outras quese alteram
� Qualificações novas e outras que se tornam obsoletas -reconversão
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho59
Fonte: Frey e Osborne, 2013
Fonte: Brookfield Institute, 2016
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho60
Gráfico 16 – Evolução do emprego total na Alemanha, EUA eReino Unido, entre 1956 e 2014
“Ainda que a maquinaria desaloje necessariamente operários nos ramos detrabalho em que é introduzida, pode provocar, no entanto, um acréscimo deocupação em outros ramos de trabalho” (Marx, 1990 [1890]:506)… ainda que talpossa suceder a uma escala menor…
24.795,0
39.855,0
23.916,0 30.607,9
65.767,0
147.652,3
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
1956
1957
1958
1959
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Emprego total (milhões)
Anos
Alemanha Reino Unido EUA
Fonte: OCDE Stats
224,5%
160,7%
128,0%
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho61
65.767,0
140.395,5 147.652,3
2.751,3
14.824,8 9.616,4
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
1956
1957
1958
1959
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Emprego total e desemprego (milhões)
Anos
Emprego Desemprego
224,5%
349,5%538,8%
Fonte: OCDE Stats
Gráfico 17 – Evolução do emprego total e do desempregonos EUA, entre 1956 e 2014
2017/04/01Paulo Marques Alves/VIII Encontro
Nacional do Trabalho62
Prognósticos só no fim do jogo…
A catástrofe que nos ameaça e como combatê-la!