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3º ano | Projeto e Seminário | 2017/2018 Ciências da Comunicação A comunicação digital com o consumidor turístico: a expansão dos chatbots Daniela Sofia Belchior Costa nº 219796 [email protected] Orientada por: Professora Doutora Filipa Fernandes Professora Doutora Raquel Ribeiro Julho de 2018

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3º ano | Projeto e Seminário | 2017/2018

Ciências da Comunicação

A comunicação digital com o consumidor turístico: a expansão dos chatbots

Daniela Sofia Belchior Costa nº 219796

[email protected]

Orientada por: Professora Doutora Filipa Fernandes Professora Doutora Raquel Ribeiro

Julho de 2018

Page 2: A comunicação digital com o consumidor turístico: a ... · 3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente. O

Imagem da capa: elaboração própria na plataforma canva.com

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Resumo

As organizações exploram a utilização de chatbots, sistemas informáticos com

inteligência artificial, capazes de responder em tempo real permitindo uma maior

aproximação das marcas ao consumidor. De acordo com o relatório do Business Insiders

Intelligence, as apps de mensagens móveis aumentaram consideravelmente face às

aplicações de redes sociais, o que pode significar que os consumidores preferem

mensagens privadas do que falar em chats públicos.

O presente estudo pretende analisar a implementação de chatbots no setor do

turismo. Estudos mostram a necessidade de estar onde o consumidor também está, assim

as marcas apostam na divulgação dos seus produtos por via das redes sociais digitais e é

também por este meio que os consumidores turísticos procuram respostas para as suas

questões. Assim, delinearam-se objetivos que visam compreender o papel dos chatbots na

comunicação das marcas; analisar a imagem com que o consumidor fica da marca se o

contacto for estabelecido através de bots e perceber quais as vantagens e limitações

associadas.

A investigação teve por base uma metodologia mista que consistiu na recolha de

dados bibliográficos e na aplicação de um inquérito online, entre abril e junho de 2018, a

consumidores turísticos. Assim, foi possível aferir que os consumidores, na sua

generalidade, consideram os chatbots uma forma simples e rápida de esclarecer as suas

dúvidas principais, no entanto consideram que a limitação em termos de resposta e a falta

do lado humano que permite personalizar o atendido são as principais desvantagens

associadas aos chats automatizados.

Assim, as marcas optam cada vez mais pela implementação de chatbots no

Facebook Messenger de maneira a facilitar a comunicação com os consumidores e criando

a possibilidade de o bot redirecionar as questões para a qual não está programado para a

assistência ao cliente.

palavras-chave: comunicação, turismo, chatbots, travel bots

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Índice

Introdução ............................................................................................................................ 1

1. Comunicação no Turismo ............................................................................................. 3

1.1. Comunicação digital no turismo ......................................................................... 5

2. Evolução da Inteligência Artificial e surgimento de Chatbots .............................. 6

2.1. Chatbots no turismo ............................................................................................. 8

2.2. Limitações na utilização de chatbots .............................................................. 11

3. Comunicação Mediada por Computador (CMC) ................................................. 12

4. Opções Metodológicas ............................................................................................ 13

5. Apresentação dos resultados ................................................................................. 15

5.1. Caracterização da Amostra .............................................................................. 15

5.2. Compreender o papel dos chatbots na comunicação das marcas com o seu consumidor turístico .............................................................................................. 17

5.2.1. Booking Assistant ........................................................................................... 19

5.2.2. The Blue Bot – a KLM Messenger Bot ........................................................ 19

5.2.3. Zmar Eco Experience .................................................................................... 20

5.2.4. Geostar Travel Assistant ............................................................................... 20

5.2.5. Sofia, o bot da TAP Air Portugal .................................................................. 20

5.3. Perceção da marca por parte do consumidor ............................................... 22

5.4. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente ................................................................... 24

6. Discussão dos resultados ........................................................................................ 26

7. Síntese Conclusiva ................................................................................................... 29

Bibliografia ......................................................................................................................... 31

Webgrafia ........................................................................................................................... 35

Anexos ................................................................................................................................ 37

Anexo 1- Resposta e-mail TAP Air Portugal ........................................................... 37

Anexo 2- E-mail para contactar o departamento de comunicação da TAP ....... 38

Apêndices .......................................................................................................................... 40

Apêndice 1- Transcrição Telefonema TAP Air Portugal ......................................... 40

Apêndice 2- Guião de entrevista semiestrutura ....................................................... 40

Apêndice 3- Etapas de Concretização e respetiva calendarização ...................... 41

Apêndice 4- Inquérito aos consumidores .................................................................. 41

Apêndice 5- Dados sociodemográficos dos inquiridos ........................................... 44

Apêndice 6- Dados referentes ao contacto com chatbots ...................................... 46

Apêndice 7- Consumidores que contactaram com a Sofia, da TAP Air Portugal ......................................................................................................................................... 47

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Apêndice 8- Análise ao conteúdo dos websites....................................................... 48

Índice de Tabelas

Tabela 1- Travel Bots ........................................................................................... 18

Tabela 2- Vantagens e limitações do chatbot Sofia ............................................. 21

Tabela 3- Vantagens e desvantagens da utilização de chatbots.......................... 25

Tabela 4- Cronograma calendarização ................................................................ 41

Tabela 5- Travel Bots ........................................................................................... 48

Tabela 6- Continuação da tabela “travel bots”...................................................... 49

Índice de Figuras

Figura 1- Dados Sociodemográficos. ................................................................... 16

Figura 2- Já contactou/utilizou um chatbot? ......................................................... 17

Figura 3- Conhece ou já ouviu falar de chatbots? ................................................ 17

Figura 4 - A regra dos "quatro F" .......................................................................... 18

Figura 5- Primeiro contacto com chatbots. ........................................................... 22

Figura 6- Esclarecimento de questões e contacto com o cliente.......................... 23

Figura 7- Contacto com chatbots. ........................................................................ 23

Figura 8- Grau de Satisfação em relação ao contacto com o chatbot Sofia. ........ 24

Figura 9- Preferência entre chatbot e assistente humano .................................... 25

Figura 10-Variável Género ................................................................................... 44

Figura 11- Variável Idade ..................................................................................... 44

Figura 12- Categorias profissionais ...................................................................... 45

Figura 13-Habilitações Literárias .......................................................................... 45

Figura 14-Número de viagens realizadas nos últimos dois anos ......................... 46

Figura 15-Qual a razão para nunca ter contactado um chatbot? ......................... 46

Figura 16- Já contactou com a Sofia da Tap Air Portugal? .................................. 47

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1

Introdução

O presente relatório de investigação aborda a expansão dos chatbots no turismo,

na medida em que com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação

(TIC), o setor turístico assumiu uma grande relevância na economia nacional, sendo

considerado a “salvação para o desenvolvimento de muitos países, regiões ou localidades”

(Marujo & Carvalho, 2010, p.148). Em 2017, Portugal recebeu o prémio de Melhor Destino

Turístico do Mundo atribuído pela World Travel Awards, reforçando a ideia de que a aposta

no setor contínua a ser uma mais valia para o desenvolvimento do país (Turismo de

Portugal, 2017).

Segundo a Fjord Trends (2017), relatório anual que analisa as tendências digitais,

a Inteligência Artificial (IA), que Norving e Russell (2002) definem como sistemas capazes

de agir e pensar de forma semelhante ao ser humano, ocupou um lugar de destaque no

ano de 2016 no que se refere ao seu desenvolvimento e pode aumentar, em média, 38%

as taxas de rentabilidade de uma empresa, sendo que no setor turístico o aumento é de

74% até 2035.

A forma como os meios digitais projetam a informação, a atratividade dos websites

e a facilidade de acesso à internet, faz com que os consumidores turísticos estejam cada

vez mais online, tornando os meios digitais importantes aliados na comunicação dos

destinos e organizações do sector turístico (Simões, 2017). Facilitar o processo de compra

e troca de informação no turismo através dos avanços permitidos pelas TIC é parte do

sucesso das empresas que, dessa forma, conseguem chegar ao seu público-alvo com

maior facilidade (Milheiro, Costa & Santos, 2011).

O percetível amadurecimento no progresso da IA (Onufreiv, 2017), leva as

organizações a explorar o seu potencial através da utilização de chatbots, também

designados por bots, sistemas inteligentes capazes de responder em tempo real, 24 horas

por dia, considerados o futuro do atendimento automático e que permitem aproximar o

consumidor das marcas, bem como adquirir dados com menores custos (Yuan, 2016).

Referenciados como uma das principais tendências na área da tecnologia e de

acordo com a Markets & Markets, em 2016 o mercado dos chatbots estava avaliado em

703,3 milhões de dólares e a empresa previa um crescimento de 35% até 2021.

No entanto, não sendo possível encontrar investigação concreta no que se refere

ao potencial dos chatbots, relativamente à aproximação das marcas ao consumidor

turístico, este trabalho pretende contribuir para o reforço do conhecimento nesta matéria,

estando inserido no projeto formalizado no CAPP com a designação “Marketing e

Comunicação do Turismo em Portugal e nos países da CPLP”, integrado na linha de

investigação “A Comunicação Estratégica a nível meso (grupo e organizações)”.

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Assim, a autora desenvolveu a problemática de utilização de chatbots como

potenciais elementos de ligação entre marcas e consumidores turísticos, partindo da

pergunta: de que forma as marcas turísticas podem utilizar chatbots para uma

comunicação de proximidade com o seu consumidor?

Para responder à pergunta de partida delineada, foi utilizada uma metodologia

mista e definidos os seguintes objetivos:

1. Compreender o papel dos chabots na comunicação das marcas com o seu

consumidor turístico;

2. Analisar a imagem com que o consumidor fica da marca se o contacto for

estabelecido através de um chabot;

3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à

comunicação com um assistente.

O estudo inicial pretendia utilizar como case study o chatbot Sofia da TAP Air

Portugal, de maneira a analisar a comunicação da empresa com o consumidor turístico e

identificar as razões que levaram a TAP a utilizar chabtots na sua estratégia.

No entanto, após diferentes tentativas de contacto e um parecer positivo para a

marcação da entrevista (Anexo 1), o chatbot foi desativado (Anexo 2) e os colaboradores

assinaram um acordo de confidencialidade que os impede de falar do projeto e dos motivos

que levaram à sua desativação.

Relativamente à estrutura, a primeira parte é composta por uma revisão da

literatura, baseada na análise de artigos científicos, dados estatísticos, notícias e teses que

ajudaram a esclarecer os principais conceitos relacionados com a comunicação no turismo

bem como o surgimento e crescimento dos chatbots. Na revisão de literatura, consta uma

breve abordagem ao modelo de comunicação mediada através de computadores, teoria

da comunicação desenvolvida por Walther (1992) e onde se insere este projeto.

A segunda parte diz respeito à abordagem metodológica, onde são justificadas as

técnicas adotadas para a recolha de informação. No terceiro ponto do relatório é

apresentada a análise dos resultados de acordo com os objetivos a que se pretende

responder, seguindo-se o quarto ponto com a discussão dos resultados que relaciona os

dados obtidos com a revisão da literatura. Por último, a síntese conclusiva apresenta uma

reflexão da autora sobre os principais dados obtidos.

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1. Comunicação no Turismo

A Organização Mundial do Turismo (OMT/UNWTO) definiu o conceito de turismo

como um conjunto de atividades desenvolvidas por pessoas durante as viagens a locais

situados fora do seu ambiente habitual por um período consecutivo que não ultrapasse um

ano, por motivos de lazer, negócios ou outros.

Segundo a OMT (2015) este é atualmente um dos setores mais importantes para a

economia mundial, sendo responsável pelo aumento das taxas de emprego, 30% da

exportação de serviços e 6% da exportação mundial de bens.

O turismo pode também ser visto como um fenómeno comunicacional, na medida

em que o Homem tem a necessidade de se relacionar com o meio, de conviver e comunicar

(Marujo, 2008), sendo os processos comunicacionais essenciais, principalmente em áreas

de divulgação e promoção dirigidas a turistas (Baldissera, 2010).

No entanto, a OMT não abrange o lado da oferta, acabando por se focar apenas na

ótica do visitante. Assim, o turismo é também definido como um sistema que reúne um

conjunto de procedimentos e doutrinas organizados de forma lógica para descrever a

atividade turística, assente na procura, constituída por núcleos emissores, e na oferta

turística, ou seja os bens e serviços que satisfazem as necessidades dos turistas (Cunha,

2013).

Atualmente, esta é uma área com grande importância académica e governamental

devido ao impacto que exerce na vida dos indivíduos e nos locais onde habitam, o que

eleva a necessidade do seu estudo e, consequentemente, a forma como as empresas

turísticas comunicam a oferta com os seus potenciais consumidores (Hall, 2008).

Segundo Arruda e Pimenta (2006), a comunicação tem um importante papel no

turismo e o crescimento do setor depende da correta utilização das ferramentas de

comunicação (Cunha & Abrantes, 2013).

Assim, a comunicação no turismo estabelece a relação entre a procura e a oferta,

sendo fundamental trabalhá-la de forma “eficaz, clara e esclarecedora” (Ribeiro &

Sebastião, 2012, p.13) e pretende dar a conhecer o destino e a sua oferta, atrair novos

consumidores e, consequentemente, levar à ação, ou seja, fazer com que o consumidor

opte pelo produto turístico que está a ser promovido (Marujo, 2008).

Segundo Niinimen, Buhalis e March (2007), o processo de comunicação que leva à

satisfação do consumidor turístico decorre ao longo de três fases, nomeadamente: antes,

durante e depois. Numa primeira fase, - o antes - o turista procura informação genérica

através da internet, que veio modificar a forma como os indivíduos planeiam as suas férias

dado à quantidade de informação disseminada por este meio (Buhalis & Law, 2008) e das

experiências de conhecidos – o word-of-mouth. A comunicação word-of-mouth é definida

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como a “divulgação espontânea e informal que as pessoas fazem de um produto e serviço

para outras pessoas” (Marujo, 2008, p. 30) exercendo influência na escolha e procura do

mesmo (Lima, 2016). Quanto ao durante, centra-se na experiência proveniente do conjunto

de atividades comerciais, sociais ou culturais realizadas e na comunicação estabelecida

através do contacto direto com a população. E, por fim, o depois da viagem foca-se na

partilha de conteúdos que relatam a experiência, como fotografias e publicações nas redes

sociais online ou novamente através do word-of-mouth (Raposo, Beça, Figueiredo &

Santos, 2012). Verifica-se que a utilização de redes socias digitais para a partilha de

experiências turísticas, tem permitido aumentar o alcance, promover a memorização e

despertar o desejo dos potenciais consumidores (Filippini-Fantoni & Powen, 2008). Assim,

toda a comunicação que se desenvolve no âmbito das relações turísticas, e ao longo das

três fases referenciadas, tem como objetivo não apenas dar a conhecer o destino ao

público ou potencial consumidor, mas também fazer com que o mesmo se sinta persuadido

a visitá-lo e divulgá-lo (Baldissera, 2010; Marujo, 2008).

O êxito da comunicação no turismo está dependente da forma como as mensagens

são transmitidas e das estratégias utilizadas para a transmissão das mesmas. Nesse

sentido, as ferramentas de marketing mostram-se essenciais na promoção e divulgação

dos destinos turísticos (Dotto, Pons, Denardin & Ruiz, 2015) que, de acordo com a

American Marketing Association (2018) permitem “criar, comunicar, entregar e trocar

ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral”

permitindo a antecipação e satisfação das necessidades dos consumidores (Alves &

Bandeira, 2005, p.220). Aplicar o marketing ao turismo significa compreender e analisar as

expectativas dos turistas, antecipando a procura turística (Wichels, 2014) sendo que a

crescente utilização dos meios de comunicação digitais por parte dos consumidores, leva

à necessidade de adaptação das ferramentas de marketing tradicionais ao online (Buhalis,

2003).

Em 2016, a Organização Mundial do Turismo previu um crescimento do turismo a

nível mundial na ordem dos 3,3% até 2030 e a entrada de 1,8 mil milhões de turistas.

Atualmente, o Banco de Portugal (BdP) registou um crescimento das receitas

turísticas na ordem dos 20%, quando comparadas com o ano anterior. Os turistas

despenderam cerca de 1,021 milhões de euros em Portugal apenas no mês de março do

presente ano. De acordo com o Secretariado para o Turismo (2018), estes dados

representam a crescente afirmação de Portugal como um país atrativo e menos

dependente da época considerada alta.

Para continuar a assegurar o aumento das receitas, as empresas deste setor devem

entender e acompanhar as novas tendências de comunicação digital, adaptando-se a uma

era fundamentalmente tecnológica, que mudou a forma como os consumidores adquirem

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os produtos e serviços turísticos (Wichels, 2014). A geração millenial utiliza a internet para

recolher informações sobre viagens em 85% das vezes. No que diz respeito às plataformas

digitais, 76% recomenda ou critica através das mesmas e 94% dos millenials partilha as

suas experiências e emoções no Facebook (Pereira, 2018).

Também o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) refere

que os desafios no âmbito do turismo estão assentes nestes “novos viajantes” (jovens),

mas também nos seniores ativos e no turismo a solo. A mesma instituição destaca a

importância de as operadoras turísticas estarem online, dado ao facto de a internet ser a

fonte principal de recolha de preços, reserva e recomendações.

1.1. Comunicação digital no turismo

Nos dias correntes, a digitalização na sociedade contemporânea ocorre em rede,

conectando dispositivos e, principalmente, pessoas (Corrêa, 2008). Também a

OMT/UNWTO (2012) havia afirmado que o turismo e a internet são parceiros ideais. Os

meios digitais fornecem aos consumidores acesso imediato a informações sobre o destino

e permite reservar viagens de uma forma mais fácil e rápida (Serra, 2008).

Segundo a European Travel Commission (2016), e como verificado anteriormente,

a internet veio revolucionar a forma como os consumidores tomam decisões tornando a

tecnologia fundamental neste processo. Consequentemente, a consolidação da web como

meio afetou também o setor turístico, onde surgiram tendências com foco no digital que

criaram a necessidade de as empresas do setor utilizarem ferramentas digitais para

promover os seus produtos e serviços, de maneira a causar maior impacto nos seus

potenciais consumidores (Perinotto, Veras & Chaves, 2017).

Já no que ao campo organizacional diz respeito, esta realidade digital é inerente ao

próprio funcionamento de uma empresa. Por isso, as questões que se colocam residem,

essencialmente, no processo de comunicação em rede e na construção de um

relacionamento entre a organização e o seu público, utilizando formatos comunicacionais

que propõem uma equalização entre emissores e recetores (Gerard, 2017).

A comunicação digital é, concretamente, a digitalização dos meios de informação

(Röhle, 2005). Pode também definir-se como a estratégia e as ações comunicacionais

realizadas na web e redes sociais digitais (d’Angella & Carlo, 2014). Este tipo de

comunicação é cada vez mais utilizado nas estratégias de comunicação das empresas e

das marcas (Fernandes, Roque & Martins, 2013), dada a saturação dos media tradicionais,

como a televisão, a rádio e a imprensa, e a necessidade de diferenciar a abordagem

(Dionísio, Rodrigues, Faria, Canhoto & Nunes, 2009) de forma a obter sucesso num

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mercado competitivo e com públicos conhecedores e exigentes apelando à sua

interatividade (Bento, 2009).

Estas questões esclarecem a necessidade de as empresas do setor turístico

investirem em estratégias de marketing, criando perfis nas plataformas digitais, que não

têm custos diretos e permitem chegar a mais pessoas (Perinotto et al., 2017) e onde se

pode incluir a utilização do e-mail, o envio de pedidos para fornecedores e a prestação de

diferentes serviços online, “compreendendo um conjunto de atividades que uma empresa

executa online com o objetivo de atrair novos negócios, criar relacionamentos e

desenvolver uma identidade da marca” (Monteiro, 2018, pp.19-20). O mesmo autor referiu

que, para os empreendedores, estar online e compreender o impacto dessa mudança nos

hábitos dos consumidores é uma necessidade.

De acordo com a Valley School of Bussiness (2016) a aplicação das tecnologias de

informação e comunicação na área do turismo trouxe ao setor maior comodidade, rapidez

e disponibilidade no que diz respeito ao acesso à informação. A mesma instituição analisou

os principais benefícios proporcionados pelo avanço do digital, como é o caso da melhoria

contínua de equipamentos que estão a proporcionar o surgimento de experiências mais

acessíveis e satisfatórias para o consumidor. Este avanço tem ainda permitido o

fortalecimento da relação com o turista através do contacto nas redes sociais digitais que

potenciam a interatividade e quebram barreiras geográficas.

De acordo com Arruda e Pimenta (2006) e como verificado anteriormente, as novas

tecnologias e a internet têm representado um papel cada vez mais importante na produção

e consumo de serviços turísticos. Os autores destacam a capacidade de a tecnologia

permitir o desenvolvimento de sistemas simbólicos com linguagem, escrita, representações

icónicas e pensamento automatizado.

2. Evolução da Inteligência Artificial e surgimento de Chatbots

No contexto da evolução dos chatbots, será apresentada uma breve

contextualização baseada no surgimento da Inteligência Artificial, base do

desenvolvimento de bots como os conhecemos atualmente.

Com o desenvolvimento do Teste de Turing, que questionava a possibilidade de os

computadores pensarem, Turing (1950) tornou-se o grande impulsionador dos estudos no

âmbito da Inteligência Artificial (IA). A Inteligência Artificial é definida como sendo similar à

humana, mas executada por meios computacionais, sendo capaz de realizar funções

próprias de indivíduos racionais. Shananhan (2015) refere-se ao Teste de Turing como um

jogo que envolve dois participantes, o humano e a máquina, que comunicam com um

terceiro elemento humano, the judge, cujo objetivo é descobrir com qual dos jogadores está

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a conversar. Em termos sintéticos, e de acordo com Norving e Russell (2002), um

computador passava no teste se o judge não fosse capaz de perceber se existe um

computador ou um ser humano do outro lado.

Segundo Zadrozny, Budzikowska, Chai e Kambhatla (2000), a melhor maneira para

estabelecer interação entre humanos e computadores é permitir que os utilizadores

possam expressar os seus interesses naturalmente, procurando produzir um sistema que

substitua a interferência de operadores reais por computadores, dotados de IA, capazes

de tomar decisões e responder instantaneamente.

No que concerne ao surgimento do termo chatbot, Mauldin (1994), criou-o para

classificar os robots computacionais que têm como função conversar, constituindo uma das

formas de humanização da IA. A origem etimológica vem da palavra chat (Conversational

Hypertext Access Technology) conjugada com a palavra bot, de robot. Mauldin (1994),

criou este termo para designar o robot de conversação JULIA, uma assistente online que

tem como função auxiliar os utilizadores num ambiente virtual. No entanto, já em 1966

Weizenbaum tinha desenvolvido o primeiro chatbot, ELIZA, que tinha como objetivo simular

uma conversa entre um psicanalista e o seu paciente, onde aguardava que o utilizador

refletisse sobre os problemas que o incomodavam e sendo estimulado a desenvolver esse

pensamento através de perguntas realizadas pelo chatbot.

O desenvolvimento da internet contribui para o avanço da expansão dos chatbots,

levando ao aparecimento de ALICE (Wallace, 1995). Este bot possuía uma apresentação

mais atrativa que os bots criados anteriormente, com gráficos que estimulavam o diálogo

e operava com um modelo de aprendizagem supervisionado que, de acordo com Café e

Comarella (2008), funcionava como um treinador capaz de monitorizar as conversas e

obter respostas específicas, permitindo classificar os utilizadores por género, idade e

profissão, sendo inclusive utilizado nos dias de hoje como base para o desenvolvimento de

outros chatbots.

Mais tarde, Daugherty e Purdy (2016) analisaram o impacto da Inteligência Artificial

em 12 países desenvolvidos e concluíram que a sua utilização pode duplicar a taxa de

crescimento económico anual através da criação de relações que permitem que as

máquinas satisfaçam as necessidades dos indivíduos. Com este estudo, é percetível que

os avanços no desenvolvimento da IA possibilitam a criação de chabots mais avançados,

capazes de compreender melhor o discurso humano e o contexto em que se inserem as

perguntas dos utilizadores.

De acordo com o seu propósito, Café e Comarella (2008), classificam e dividem os

chatbots em quatro grupos:

a) Entretenimento, quando simulam uma realidade virtual com o propósito de

entreter o utilizador;

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b) Educacionais, quando auxiliam no desenvolvimento intelectual;

c) Académicos, quando são criados para o desenvolvimento de técnicas de

estudo;

d) Comerciais, quando assumem o papel de um ser humano em atividades

relacionadas com o consumo.

O presente estudo pretende abordar, essencialmente, os chatbots comercias

por estarem relacionados com o contacto das marcas com o consumidor, com destaque

para a área do turismo.

2.1. Chatbots no turismo

No presente capítulo, pretende-se estudar a utilização de chatbots no turismo,

procurando compreender em que medida as empresas turísticas podem beneficiar da

utilização de chatbots nas suas relações com os consumidores.

Segundo Ivanov e Webster (2017), as empresas contemporâneas de vários setores

económicos, utilizam a Inteligência Artificial (IA), para melhorar processos operacionais

através da redução de custos, e para aumentar as suas capacidades de serviço,

procurando uma melhor experiência para o cliente. No caso da indústria turística e

hoteleira, os autores afirmam não existir uma exceção à regra, sendo que as empresas

turísticas também já começaram a adotar sistemas de IA.

A utilização de chatbots, vem permitir às empresas estabelecer um diálogo

instantâneo com os seus clientes, que se assemelham às conversas realizadas entre

humanos nas redes sociais (Charneco, Molina & Urbistondo, 2017). Contudo, estas

conversas não se restringem apenas “às mensagens de texto, mas vêm permitir o envio

de conteúdo multimédia, como vídeos e imagens, que enriquecem a conversação”

(Charneco et al., 2017, p.452). Adicionalmente, os chatbots permitem aos consumidores

turísticos reduzir o tempo de pesquisa, alcançando a informação e o produto desejados de

forma mais célere (Lasek & Jessen, 2013).

De acordo com a literatura selecionada, a opinião dos autores apresenta-se

consensual no que concerne à melhoria da relação das empresas turísticas com o

consumidor. Segundo Tung e Law (2017), a utilização de sistemas robóticos deverá

procurar uma experiência centrada no ser-humano, enaltecendo qualidades como a

gentileza e a habilidade comunicacional marcada por expressões e um tipo de linguagem

natural. Assim, os chatbots deverão permitir a construção de relações sociais com os

clientes, procurando aumentar a confiança e a ligação emocional do consumidor turístico

à empresa (Lasek & Jessan, 2013).

As empresas turísticas utilizam chabots para desempenhar funções como check-in

online, leitura de cartões de embarque que permitem a aceleração dos processos nos

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principais aeroportos (Ivanov & Webster, 2017) e pesquisa de informações acerca dos

destinos turísticos e das facilidades hoteleiras (Pinillos, Marcos, Feliz, Zalama & Gómez-

García-Bermejo, 2016). Simultaneamente, segundo Tung e Law (2017), existem ainda

chatbots com assistência ao turista em tempo real, através da integração dos mesmos em

sistemas de GPS que permitem a reorientação do turista no destino. Por outro lado,

desenvolveram-se chatbots que utilizam sistemas de recomendações de forma a facultar

informações aos seus utilizadores acerca de passeios turísticos, transportes e restauração

(Tung & Law, 2017).

Procuremos, então, entender através da literatura estudada, a forma como as

empresas turísticas podem adotar eficazmente sistemas de chatbots, de maneira a

melhorar a relação com os seus clientes.

De acordo com Boztas e Hadwick (2017), a instalação dos chatbots turísticos em

aplicações de mensagens instantâneas como o Facebook Messenger é fundamental para

o sucesso dos bots nas empresas turísticas. Segundo os mesmos autores, o Facebook e

a aplicação Facebook Messenger foram as aplicações mais utilizadas no ano de 2016. As

aplicações de mensagens instantâneas têm apresentado um crescimento exponencial ao

longo dos tempos (Boztas & Hadwick, 2017), fazendo do Facebook Messenger uma

ferramenta robusta para o desenvolvimento e instalação de chatbots. Pois, segundo Daniel

Wishnia (cit. in Boztas & Hadwick, 2017, p.13), consultor de marketing digital do grupo

hoteleiro GCH, existe uma enorme necessidade de as empresas turísticas conseguirem

alcançar os seus clientes “nos pontos de contacto” de forma a aumentar a ligação da

empresa com os potenciais consumidores.

A pesquisa elaborada, permite compreender que a utilização de um novo canal de

comunicação entre a empresa e o consumidor turístico, torna o processo de comunicação

com o turista mais difícil e pouco viável do ponto de vista económico (Boztas & Hadwick,

2017). Desta forma, como afirmam Charneco et al. (2017) “é mais fácil criar um novo canal

de comunicação consumidor-marca numa aplicação de mensagens instantâneas existente,

utilizada pelos consumidores diariamente, do que criar uma plataforma própria que apenas

seria utilizada pontualmente” (p. 453).

Por outro lado, a instalação de chatbots na aplicação Facebook Messenger vem

permitir dar resposta a um problema que se faz sentir na relação online das empresas

turísticas com os seus clientes. Segundo Boztas e Hadwick (2017), a maioria das empresas

turísticas não têm capacidade de responder aos clientes através do Facebook Messenger.

Assim, as empresas devem “olhar para os chatbots como uma oportunidade para apoiar

as equipas de gestão de redes sociais, criando um sistema com maior capacidade de

resposta, gerada de forma automática a questões colocadas frequentemente”, tal como

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10

afirma Guenason, diretor de marketing digital da Icelandair (cit. in Boztas & Hadwick, 2017,

p.17).

Adicionalmente, os autores Boztas e Hadwick (2017) afirmam que os chatbots nas

empresas turísticas devem centrar-se nos clientes, mais do que na comercialização de

serviços. Pois, no âmbito turístico, o serviço ao cliente é a característica mais valorizada.

Esta necessidade de humanização dos chatbots, também abordada por Tung e Law

(2017), foi desde cedo compreendida pela companhia aérea KLM, afirmando que “a

utilização de chatbots com potenciais clientes deve ser o mais humana possível” (Boztas

& Hadwick, 2017, p.19) de forma a distinguirem-se das agências de viagens online e dos

restantes concorrentes, onde a maioria das companhias aéreas utiliza caixas de

mensagens instantâneas nos seus websites (European Travel Commision, 2016).

Por outro lado, a humanização do chatbot, permite um aumento de confiança por

parte do consumidor na forma como utiliza a plataforma. Pois, tal como afirmam os autores

Boztas e Hadwick (2017), assim que os “consumidores se sintam familiarizados com o

chatbot estes começam a tornar-se mais específicos nos seus pedidos” (p.19). Desta

forma, estão criadas as condições para recolher dados e informações relevantes acerca

dos utilizadores, permitindo à empresa um conhecimento mais aprofundado dos clientes e

possíveis ajustes da oferta turística da empresa às expectativas dos clientes (Kuligowska

& Lasek, 2011).

Importa ainda relevar a importância de conciliar os chatbots com a necessidade

pontual de intervenção humana. Como abordado anteriormente, sendo os chatbots no

turismo centrados nas necessidades dos consumidores, estes terão de ser capazes de

lidar eficazmente com situações não planeadas, tais como reclamações (Boztas &

Hadwick, 2017). Nestas situações, tal como afirma Guenason (2017), será necessária

intervenção humana para que os clientes se sintam compreendidos, evitando que o

sistema gere apenas uma mensagem automática que poderá ter repercussões negativas

na atitude dos mesmos (Boztas & Hadwick, 2017).

Concluindo, a utilização de chatbots no turismo, quando desenvolvidos de acordo

com os temas abordados anteriormente, podem melhorar a “qualidade percebida do

serviço através de formas atrativas, interativas e divertidas” (Ivanov & Webster, 2017, p.3)

de prestação de serviços e de comunicação com os clientes. Complementarmente, os

assistentes virtuais têm vindo a atuar como ferramenta de fidelização de clientes,

porquanto estes geram interesse e emoção nos consumidores, incentivando-os a repetir

as suas visitas a este tipo de plataformas (Kuligowska & Lasek, 2011).

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11

2.2. Limitações na utilização de chatbots

A utilização de chatbots dentro e fora do turismo apresenta diferentes vantagens,

mas também algumas limitações que serão desenvolvidas neste mesmo ponto.

Balange citado em Pequenino (2017) apresentou alguns desafios em colocar as

máquinas a interagir com humanos, nomeadamente:

a) Contexto: na medida em que uma palavra pode ter mais do que um

significado, sendo que deve ser interpretada de acordo com o contexto em

que é referenciada;

b) Histórico e personalização: para responder de forma personalizada, um

chatbot precisaria de conhecer o seu utilizador e a sua atividade no website.

No caso de sites de compras online, precisaria de ter informações relativas

às últimas compras realizadas por um cliente;

c) Geração do texto: capacidade de construção de frases lógicas, mantendo

um diálogo coeso.

Segundo Neff e Nagy (2016), é possível programar os chatbots para uma

aprendizagem em tempo real de acordo com as suas interações, referindo que ao longo

dos tempos a sua complexidade tem vindo a aumentar, o que também cria algumas

limitações. Os autores, analisaram o caso de Tay, um bot lançado pela Microsoft no Twitter

que foi desativado quando iniciou a publicação de tweets ofensivos após interagir com os

utilizadores que frequentemente deixavam mensagens menos próprias.

Anna surgiu em 2005, um bot desenvolvido pelo IKEA para reduzir os custos no

departamento de apoio ao cliente. No entanto, a empresa desativou este sistema em 2015,

dada a incapacidade de responder a perguntas específicas, tornando-se incapaz de

satisfazer as necessidades dos seus clientes (Pequenino, 2017). A utilização imprópria

também foi referida com um dos motivos que levaram à desativação deste chatbot. Ao

constatarem que estavam a comunicar com um robot, 45% dos utilizadores redigia frases

com conteúdo abusivo, fora do contexto para a qual o bot tinha sido criado (Pequenino,

2017).

No que diz respeito à área do turismo, Ivanov e Webster (2017) apresentam alguns

fatores que podem representar entraves à implementação dos chatbots em empresas do

setor. Segundo os autores, existe o risco de os clientes não valorizarem a tecnologia,

associando que apenas a interação com um assistente humano poderá manter os padrões

de qualidade. Assim, os clientes estão “menos dispostos a usar e pagar serviços altamente

tecnológicos” (Ivanov & Webster, 2017, p.4). Também o grau de complexidade tecnológica

poderá constituir um entrave à utilização de chatbots por parte dos consumidores turísticos

(Ivanov & Webster, 2017). Os mesmos deverão apresentar-se de “fácil utilização de forma

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a não desafiar os conhecimentos e as habilidades tecnológicas” (Ivanov & Webster, 2017,

p.5) dos clientes, considerando-os isentos de esforço. Pois, de acordo com Tung e Law

(2017), a “facilidade de utilização é a medida em que os indivíduos acreditam que o uso da

tecnologia é livre de esforço” (p.2504).

3. Comunicação Mediada por Computador (CMC)

Ao longo do presente relatório, podemos percecionar que os chabots protagonizam

mudanças na comunicação das marcas com os consumidores, estando relacionados com

a interação no digital.

No presente capítulo, pretende-se abordar o modelo de Comunicação Mediada por

Computador (CMC), desenvolvido por Walther (1992) mas com aplicações e

desenvolvimentos até à atualidade.

A Comunicação mediada por Computador pode ser definida como qualquer

comunicação que ocorre através do uso de dois ou mais dispositivos eletrónicos, embora

a pesquisa sobre esta teoria se concentre essencialmente nos efeitos sociais de diferentes

tecnologias de comunicação. Segundo Walther (2010), o modelo CMC tem adquirido cada

vez mais importância no quotidiano das sociedades contemporâneas. O autor refere que a

internet é classificada como uma “segunda natureza” pela maior parte das gerações jovens

e que reflete a adaptação natural das espécies à trajetória do desenvolvimento tecnológico.

O CMC vem desta forma revolucionar a interação entre indivíduos e grupos, através

do desenvolvimento das redes sociais digitais que permitem a implementação de “sistemas

de interação diádicos” como é o caso do Facebook Messenger (Walther, 2010, pp. 490-

491).

Ao nível das organizações, o CMC permite quebrar barreiras geográficas, na

comercialização de produtos e na troca de informação através de sistemas de distribuição

online e bases de dados, respetivamente (Walther, 2010). O autor defende ainda que o

modelo CMC permite o desenvolvimento de teleconferências, que potenciam a

disseminação de informação, mas também o aumento dos processos de colaboração entre

os indivíduos nas organizações que estavam inicialmente limitados pelas barreiras

geográficas existentes.

De acordo com Gandhi (2010), a quebra de barreiras geográficas é a grande

vantagem da comunicação através de meios online, pois permite às empresas flexibilidade

na construção das suas equipas. No entanto, segundo o mesmo autor, não são apenas os

processos de colaboração que beneficiam da quebra das barreiras geográficas, mas

também o desenvolvimento de um mercado alargado e, consequentemente, o

desenvolvimento de novos produtos.

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Apesar das vantagens enunciadas anteriormente, existem também algumas

limitações referentes a esta teoria. Segundo Gandhi (2010), a utilização do modelo limita a

comunicação entre indivíduos na medida em que dificulta a expressão emocional dos

interlocutores e, consequentemente, a perceção de elementos não verbais. O autor

sublinha a dificuldade em expressar e percecionar emoções através da conversação digital.

Também Culnar e Markus (2010, p. 492), reforçam a ideia de Gandhi (2010),

afirmando que a comunicação mediada pela tecnologia “exclui vários elementos não-

verbais existentes na comunicação direta entre indivíduos”, elementos essenciais para o

estabelecimento de relações intrapessoais e interpessoais (Walther, 2010, p. 492).

Contudo, e sem comprometimento do que foi afirmado anteriormente, Gandhi

(2010) afirma ser possível a expressão de emoções através da tecnologia uma vez que

estas poderão ser expressas em emoticons. No entanto, a utilização destes símbolos

depende da predisposição dos indivíduos em demonstrar as suas emoções (Gandhi, 2010),

visto que a implementação do modelo CMC permite aos interlocutores minimizar o seu

envolvimento no processo de conversação (Walther & Kyle, 2001; Walther, 2010).

Finalmente, Gandhi (2010) afirma que a falta de elementos emocionais, que

caracteriza o modelo CMC, como referido anteriormente, dificulta a construção de relações

dentro da organização, tendo em conta que a socialização é uma parte importante para o

desenvolvimento de relações. Assim, deve ser despendido tempo para o desenvolvimento

de relações sociais, tanto dentro da organização como fora da mesma (Gandhi, 2010).

Paralelamente, Walther (2010) vem reforçar a ideia afirmando que as mensagens

escritas comportam menos informação social do que as conversações diretas entre

indivíduos e, por esse motivo, o modelo CMC torna o processo relacional mais moroso

(Walther, 2010, p. 497).

4. Opções Metodológicas

De forma a responder aos objetivos propostos, foi utilizada uma metodologia mista.

O método misto permite a recolha, análise e combinação de técnicas quantitativas e

qualitativas na mesma pesquisa, fornecendo melhores possibilidades analíticas e um

entendimento mais completo do problema de pesquisa (Creswell, 2014). A abordagem

qualitativa foi utilizada para ajudar a responder aos objetivos que consistiam em

compreender o papel dos chatbots na comunicação das marcas com o seu consumidor

turístico e perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à

comunicação com um assistente.

Esta abordagem seria concretizada através da realização de duas entrevistas

semi-estruturadas ao departamento de marketing e comunicação da TAP, entre abril e

maio de 2018. O guião da entrevista encontra-se em apêndice (Apêndice 2).

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A técnica de entrevista garantiria a recolha de dados selecionados pelo

entrevistador e, ao mesmo tempo, permitiria que o entrevistado falasse abertamente sobre

os tópicos que, não pertencendo ao guião, poderiam ajudar a esclarecer conceitos (Flick,

2014). No entanto, dada a indisponibilidade da TAP Air Portugal, devido a um acordo de

confidencialidade que não permite a divulgação de informações sobre o chatbot Sofia, não

foi possível concretizar esta técnica.

Assim, de forma a responder aos objetivos delineados, realizou-se uma pesquisa

de secretária durante o mês de maio de 2018 de maneira a fazer um levantamento de

chatbots de organizações na área do turismo como rent-a-car, agências de viagens,

empresas de aviação e estabelecimentos hoteleiros.

Esta pesquisa foi realizada através da utilização de palavras-chave como “chatbot

turismo”; “travel bots”; “tourism chabots”; “travel chatbot” no motor de busca da Google.

Após esta pesquisa, a investigadora analisou os chatbots referenciados (Apêndice 8,

Tabela 5) considerando as seguintes categorias: tipo de travel bot, empresa a que

pertence, plataforma onde está alojado e informações sobre o funcionamento. As

informações sobre o funcionamento dos chatbots encontravam-se presentes nos

separadores mediaroom/newsroom ou informações sobre a empresa. A abordagem

qualitativa consistiu ainda na recolha de dados através da pesquisa em livros, artigos,

teses, revistas cientificas da especialidade e notícias. Desta forma, pode analisar-se o que

já foi escrito sobre o tema e aprofundar o conhecimento sobre os chatbots mencionados e

o seu respetivo funcionamento.

Através desta pesquisa, foram encontradas três empresas que desenvolvem e

implementam chatbots no Facebook Messenger, nomeadamente a Wit Software, Hijiffy e

a 30 Seconds To Fly. A informação que consta nos respetivos websites foi igualmente

analisada e encontra-se no capitulo referente à apresentação de resultados

Assim, a análise à informação presente nas plataformas digitais, permitiu recolher

conteúdos referentes à comunicação com o consumidor, através da junção de um conjunto

de informações que se intendem como relevantes (Machado, 2017).

Para perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots foi

implementado um inquérito online, constituído por 17 questões (Apêndice 3), a

consumidores na área do turismo, que recorram a plataformas online para organizar as

suas viagens e que já tenham contactado com chatbots. A aplicação de inquéritos permite

ao investigador recolher perspetivas diferentes sobre um mesmo assunto (Creswell, 2014).

Considerando que a aplicação de inquéritos online é utilizada para a obtenção de

resultados descritivos e permite estudar com maior precisão o comportamento de grupos

de utilizadores online (Bryman, 2012), pretendeu-se também avaliar e analisar a imagem

com que o consumidor fica da marca se contactar com um chatbot. Esta técnica permite

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ainda selecionar questões filtro, por exemplo “se sim, siga para a questão 12, se não siga

para a questão 14” (Bryman, 2012, pág. 671) o que possibilitou analisar igualmente

respostas de consumidores que não contactaram com chatbots mas que viajam com

recorrência.

O inquérito esteve disponível online via GoogleDocs, com o seguinte endereço:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfbgSlShfOYOhgWRu3Il0SuW0PXJMrdznXq

G72wIL17PYjDkA/closedform entre o dia 1 de abril e 15 de junho de 2018 e foi distribuído

através do Facebook e LinkedIn, dada a facilidade de chegar aos inquiridos. O link foi ainda

enviado via e-mail de maneira a chegar a consumidores turísticos de faixas-etárias mais

maduras, que já se encontrem no mercado de trabalho e realizem viagens por motivos

profissionais.

A amostra é constituída por 112 respostas, sendo que 86 inquiridos conhecem o

termo chatbots e 46 já mantiveram contacto. Quanto ao à caracterização sociodemográfica

dos inquiridos, 51,8% dos inquiridos são do sexo feminino e 48,2% do sexo masculino

(Apêndice 5, Figura 10) e o intervalo de idades estudado, está compreendido entre os 18

e os 64 anos (Apêndice 5, Figura 11). No entanto, os intervalos de idades com maior

expressão são entre os 18-24 anos e entre os 35-54 anos e 73% tem o ensino superior

(Apêndice 5, Figura 13).

No que diz respeito ao número de viagens (Apêndice 5, Figura 14), 50,9% dos

inquiridos viajou de avião por motivos de lazer 3 a 6 vezes nos últimos dois anos. Quando

questionados sobre o número de viagens realizadas por motivos profissionais, 52,7%

revelou não viajar em trabalho.

Os elementos recolhidos através dos inquéritos foram analisados no programa

Microsoft Office Excel e os respetivos gráficos foram elaborados através do mesmo

programa.

A tabela de calendarização com as diferentes etapas encontra-se no apêndice 3.

5. Apresentação dos resultados

Neste ponto apresentam-se os principais resultados obtidos através dos inquéritos

online, da análise das informações presentes nos websites e nos documentos encontrados,

bem como a comunicação estabelecida com a TAP, de maneira a responder aos objetivos

propostos.

5.1. Caracterização da Amostra

No que diz respeito aos inquéritos online (Apêndice 2), divulgados por e-mail e

através das redes sociais digitais (Facebook e LinkedIn) e analisados através do programa

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Microsoft Office Excel, foi recolhido um total de 112 respostas entre abril e junho de 2018.

A figura 1 representa as principais características dos inquiridos.

Figura 1- Dados Sociodemográficos.

Fonte: elaboração própria na plataforma canva.com.

Ao analisar a totalidade dos inquéritos, é possível afirmar que todos os inquiridos

têm mais de 18 anos e menos de 65 (Apêndice 5, Figura 11), no entanto a maioria – 47,3%-

encontra-se na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O intervalo entre os 35 e os 54 anos

também apresenta resultados significativos, representando em conjunto 41,1% dos

consumidores.

Relativamente à variável “Categoria Profissional” (Apêndice 5, Figura 12) 24,1% é

estudante e 30% especialista de profissões intelectuais e técnicas (quadro superior). No

que diz respeito às “Habilitações Literárias” (Apêndice 5, Figura 13) 73,2% tem uma

licenciatura, mestrado ou doutoramento.

Tendo em conta a necessidade de avaliar a perceção do consumidor turístico

relativamente aos chatbots, a variável “número de viagens de avião nos últimos dois anos”

(Apêndice 5, Figura 14) mostra-se relevante na medida em que permite entender o

consumo de viagens por parte dos inquiridos. Assim, verifica-se a predominância das

viagens em lazer, mais concretamente 3 a 6 vezes nos últimos dois anos.

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Figura 3- Conhece ou já ouviu falar de chatbots?

Total da amostra: 112

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos online.

Para compreender qual a percentagem de inquiridos que efetivamente conheciam

o termo chatbot e as suas funcionalidades, procedeu-se a uma triagem inicial onde é

possível constatar que 76,8% dos inquiridos conhecem ou já ouviram falar (Figura 3) e

58,9% já estabeleceu contacto com um chatbot (Figura 2).

Assim, os consumidores que não conhecem o termo (23,2%) e nunca contactaram

com um chatbot (41,1%) (Apêndice 6, Figura 15) referiram que o mesmo se deve

maioritariamente a fatores como desconhecimento total do significado da palavra, o que

pode significar que já tiveram contacto, mas de forma inconsciente por não saberem do

que se trata; não acharem necessário contactar com chats conversacionais e preferência

pelo atendimento por parte de um assistente humano. Os inquiridos que referiram preferir

o contacto humano justificam a sua escolha dizendo que contactar com um chatbot é

supérfluo, limitado e não responderá de forma concreta às questões.

5.2. Compreender o papel dos chatbots na comunicação das

marcas com o seu consumidor turístico

Para responder a este objetivo, realizou-se um levantamento de chatbots na área

do turismo e procedeu-se a uma análise à informação presente nos respetivos websites e

Facebook, como descrito no capítulo referente à metodologia. Este ponto será subdividido

de acordo com os diferentes chatbots analisados (Apêndice 8), destacando os de maior

relevância.

A Wit Software é uma start up, com sede no norte de Portugal, que opera no

desenvolvimento de chatbots. De acordo com as informações presente no website, a Wit

tem como missão encontrar soluções que promovam uma resolução mais rápida dos

problemas de consumidores na área das comunicações mobile.

76,8%

23,2%

Sim

Não58,9%

41,1% Sim

Não

Figura 2- Já contactou/utilizou um chatbot?

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Figura 4 - A regra dos "quatro F"

Fonte: elaboração própria com base em Wit Software.

De acordo com a Wit, o sucesso na implementação de um bot passa pela aplicação

da regra dos quatro F (Figura 4). Um chatbot deve ser mais rápido do que qualquer outra

alternativa; user friendly, não exigindo demasiados cliques; simples, libertando o utilizador

das barreiras tradicionais como demasiado tempo de espera pelo atendimento por parte

de um assistente; e divertido de maneira a não tornar as conversas monótonas.

A Hijiffy é uma das empresas responsáveis pela implementação de bots no

Facebook Messenger de empresas turísticas e hoteleiras como a Geostar ou o Zmar. De

acordo com o website da empresa, pretendem conectar consumidores e empresas

aumentando a interação. Através dos bots, os utilizadores podem verificar a

disponibilidade, efetuar reservas e obter resposta às suas questões. A empresa refere que

este sistema permite transferir as perguntas que o chatbot não consegue responder para

a assistência ao cliente.

Ao concretizar esta análise foi ainda possível entender que a utilização de chatbots

no setor do turismo está em crescimento o que levou, de acordo com a empresa 30

Seconds To Fly, ao surgimento do conceito travel bot, ou seja, chatbots que fornecem

atendimento automático ao consumidor através do site de uma empresa de viagens ou de

plataformas de mensagens como o Facebook Messenger.

Tabela 1- Travel Bots

Onde se encontram Websites de agências de viagens, cadeias hoteleiras e empresas do

setor turístico.

Redes sociais digitais; empresas de e-commerce como Expedia e

Skyscanner.

Funções Responder a questões dos

utilizadores; assistente automático. Conversas personalizáveis.

Fonte: elaboração própria com base em 30SecondstoFly.

De acordo com o website da HostelTur as empresas utilizam travel bots para

funções como reservas de voos e hotéis ou atendimento ao cliente. Estes bots podem

ainda incorporar todo o processo comunicação com o consumidor turístico mesmo antes

do início da viagem, através de chats integrados nos websites ou nas redes socias digitais.

Fast Friendly Freedom Fun

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Os travel bots podem também ser assistentes de viagem virtuais que fornecem

detalhes sobre as mesmas ou ajudam a resolver as questões dos seus utilizadores,

permitindo às empresas fornecer respostas mais rápidas e imediatas.

A informação que consta nos pontos seguintes foi retirada do clipping (Apêndice 9)

e dos websites (Apêndice 6) dos travel bots analisados pertencentes a empresas de

aviação, agências de viagens e empreendimentos hoteleiros

5.2.1. Booking Assistant

O chatbot da empresa de e-commerce Booking é um travel bot de atendimento ao

cliente e está alojado no Facebook Messenger.

O Booking Assistant auxilia os utilizadores relativamente às reservas existentes e

responde a um conjunto de questões sobre o alojamento. Se o bot não souber responder,

redireciona a mensagem para a equipa de apoio ao cliente (para questões relacionadas

com plano de refeições, confirmação ou cauções).

Este travel bot foi desenvolvido e otimizado para aumentar a rapidez de resposta e

permitir aos utilizadores dedicar o seu tempo de espera a outras tarefas. Quanto aos

hóspedes que já se encontram alojados nas propriedades que constam no Booking, o

atendimento por parte deste assistente permite igualmente rapidez, personalização e

proximidade.

5.2.2. The Blue Bot – a KLM Messenger Bot

Este travel bot pertence à operadora aérea holandesa KLM Royal Deutsch Airlines,

pioneiros na implementação de chatbots no Messenger e foi criado para colmatar a

necessidade de os consumidores exigirem respostas rápidas, diretas e personalizadas.

O Blue Bot informa o seu utilizador sobre itinerários, cartões de embarque, abertura

e fecho de check-in, notificações de atraso, entre outras informações de acordo com o

consumidor que pode inclusive solicitar a mudança de lugar através do chatbot. Este bot

está disponível em 13 línguas, 24 horas por dia e responde por semana a cerca de 15 mil

pessoas. No mês do lançamento do Blue Bot, o volume de mensagens no Facebook da

KLM aumentou 40% e a empresa afirma, no seu website, que 1,7 milhões de mensagens

foram enviadas através do Messenger.

Em entrevista à AIbussiness (revista online sobre Inteligência Artificial e negócios),

Martine Van der Lee, a Diretora de Social Media da KLM, afirmou que as marcas devem

estar onde os consumidores estão e essa foi a principal razão para a implementação do

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bot no Facebook. Para além disso, a KLM pretendeu manter a personalização e aumentar

a qualidade do serviço, melhorando a experiência dos seus clientes.

Durante a realização deste relatório de investigação, a KLM estava a desenvolver

a aplicação do Blue Bot no Google, aumentando as suas funcionalidades que podem

passar por ajudar os utilizadores a fazer a sua mala de acordo com o país para onde

pretendem viajar.

5.2.3. Zmar Eco Experience

O Zmar é um empreendimento turístico que se localiza em Portugal, destina-se

maioritariamente a consumidores interessados em ecoturismo e o seu travel bot também

se encontra instalado no Facebook Messenger.

Através deste chatbot é possível verificar preços, disponibilidade e efetuar a

reservas. Apesar deste bot não ter capacidade para responder a questões mais

elaboradas, como o número de piscinas ou restaurantes, redireciona-as para a assistência

ao cliente.

5.2.4. Geostar Travel Assistant

A Geostar é uma agência de viagens com 36 lojas físicas e dois Bussiness Travel

Centers que também opera no online, através de um website adaptável a qualquer

dispositivo.

De acordo com o website, aposta em ferramentas tecnológicas e serviços

inovadores tem como objetivo proporcionar aos clientes elevar a qualidade do serviço. A

empresa refere que, na área B2C, as operações de lazer nos canais web tem crescido

acima dos objetivos.

O travel bot da Geostar está disponível através do Facebook. Através deste chatbot

é possível reservar voos e hotéis, comparar preços e fazer reclamações. Ao estabelecer

contacto, o bot envia de imediato uma mensagem com a possibilidade de conversar com

um assistente humano.

5.2.5. Sofia, o bot da TAP Air Portugal

A TAP Air Portugal, fundada em 1945, é a principal companhia aérea portuguesa,

com sede em Lisboa e Hub no Aeroporto Humberto Delgado, sendo membro da Star

Alliance desde 2005.

Entre os diversos prémios, consta o de melhor microsite, atribuído na gala dos

Digital Communication Awards que premeia projetos, campanhas e inovações

desenvolvidas no online.

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Em 2015, a TAP lançou o chatbot Sofia que pretendia melhorar a relação com o

cliente, através de um canal virtual que utilizasse linguagem natural, bem como reduzir

custos e aumentar a interação com os consumidores. Este travel bot auxiliava os

utilizadores do website flytap em questões como opções de check-in ou regras de

bagagem.

Segundo o website da companhia aérea, entre janeiro e maio de 2017, a Sofia

respondeu com sucesso a uma média de 1000 diálogos. O bot estava ainda programado

para lidar com insultos – “O que acabou de dizer não foi nada delicado!” - ou rejeitar

avanços amorosos. Quando não entendia alguma palavra, ou não sabia responder,

enviava a seguinte mensagem: “De momento a informação que pretende está fora do meu

âmbito de conhecimento.”

Após diversas tentativas de contacto que visavam a marcação de uma entrevista,

a TAP recusou fornecer informações sobre o projeto que afirmou não ter tido o sucesso

esperado.

Assim, no início de 2018 o chatbot Sofia foi desativado. Ao interrogar trabalhadores

da empresa de maneira entender as razões que levaram ao fim do projeto, os mesmos

disseram que devido a um acordo de confidencialidade não poderiam fornecer

informações.

Tabela 2- Vantagens e limitações do chatbot Sofia

Limitações Vantagens

Limitada a nível de respostas;

Não serve para problemas demasiado

complexos;

Incapacidade de responder a questões

estruturadas e personalizadas.

Rapidez nas respostas;

Respostas simples, mas claras;

Indicação da página que deve ser consultada

adequando à pergunta;

Amigável;

Inovador;

Útil.

Fonte: Elaboração própria com base nas respostas dos consumidores ao inquérito online.

Considerando que o inquérito online questionava os utilizadores do chatbot Sofia

sobre a sua experiência, é possível destacar algumas vantagens e limitações do mesmo

(Tabela 4) provenientes na análise a essas respostas. Um dos consumidores referiu ainda

que o chatbot Sofia permitia responder a questões básicas, contudo apresenta algumas

lacunas como “o facto do nível de serviço da TAP visar um serviço superior (relacionado

com os segmentos up-market), julgo que uma empresa que quer liderar o mercado pela

excelência não se pode dar ao luxo de simplesmente desviar os seus clientes para uma

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22

plataforma online. Deve, obviamente, procurar a personalização dos seus serviços, coisa

que não conseguiu quando utilizei o chatbot Sofia. Na minha opinião deveriam existir

melhorias, pois a plataforma não permite resolver problemas complexos, por um lado. Por

outro, a falta de personalização do chatbot é uma das grandes lacunas, levando a empresa

para um caminho que não é o da excelência e muito menos o da personalização do serviço.

O chatbot, tal como está, poderia ser sem problemas adequado a uma companhia low-

cost.”

5.3. Perceção da marca por parte do consumidor

A imagem com que o consumidor fica da marca se o contacto for estabelecido

através de um chatbot foi analisada através dos resultados do inquérito online.

Apesar de a amostra total ser de 112, apenas 66 indivíduos contactaram com um

chatbot. Isto significa que, não igualando os 100 indivíduos, os gráficos representam o

número de inquiridos e não valores percentuais.

Total da amostra: 66

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos online.

Assim, no que diz respeito aos inquiridos que já contactaram com chatbots (Figura

5), a sua utilização deve-se maioritariamente a esclarecimento de dúvidas (21) e

curiosidade (11). No entanto enaltecem a vertente da interação, quando ao consultar um

website ou página da marca surge uma janela de conversação e a facilidade para obter

mais informações sobre a marca através deste meio. Ao serem questionados sobre a

experiência de comunicar com chatbot, referiram ainda que o contacto através destas

11

14

21

4

1 2

13

0

5

10

15

20

25

nº de inquiridos

Figura 5- Primeiro contacto com chatbots.

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23

plataformas deve ser explorado pelas empresas na área do turismo por se tratar de uma

forma dinâmica e rápida de esclarecer dúvidas e aproximar a marca do seu consumidor.

Figura 6- Esclarecimento de questões e contacto com o cliente.

Total da amostra: 66

Fonte: elaboração própria com base no resultado dos inquéritos online.

Quando questionados sobre se efetivamente os chatbots permitiam esclarecer as

suas dúvidas principais, a maioria dos inquiridos afirmou concordar com a afirmação (51).

No que diz respeito à relevância dos mesmos no contacto com o consumidor

verifica-se uma acentuada predominância das alíneas “concordo” (32) e “concordo

totalmente” (15).

Figura 7- Contacto com chatbots.

Total da amostra: 66 Fonte: elaboração própria com base no resultado dos inquéritos online.

Os consumidores mostram-se maioritariamente satisfeitos com o atendimento

realizado por via de um chatbot (52), considerando que o contacto com marca através

deste meio é mais simples (51).

1 2

12

36

15

3

6

10

32

15

Disco rdo To ta lmen te

D isco rdo Não conco rdo nem d i sco rdo

Conco rdo Conco rdo To ta lmen te

Permitem esclarecer as minhas principais questões Essenciais no contacto com o cliente

3

1

10

36

16

1

4

10

29

22

Disco rdo To ta lmen te

D isco rdo Não conco rdo nem d i sco rdo

Conco rdo Conco rdo To ta lmen te

Satisfação contacto chatbot Simplificam o contacto com a marca

Page 29: A comunicação digital com o consumidor turístico: a ... · 3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente. O

24

Da totalidade de inquiridos que já contactaram com chatbots, 37 estabeleceram

contacto com a Sofia, da TAP Air Portugal.

Figura 8- Grau de Satisfação em relação ao contacto com o chatbot Sofia.

Total da amostra: 37

Fonte: elaboração própria com base no resultado dos inquéritos online.

Os consumidores que já contactaram com o chatbot da TAP consideram-se, na

generalidade, satisfeitos (21).

Quando questionados sobre a sua experiência ao contactar com este chat, os

consumidores referiram que “foi mais rápido do que o atendimento por telefone, na medida

em que o atendimento com assistentes na TAP é muito demorado e não se justifica o tempo

de espera para falar com um assistente quando as dúvidas são simples”.

5.4. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização

de chatbots face à comunicação com um assistente

Como verificado anteriormente, a implementação de chatbots no turismo permite

criar maior interação com os consumidores. Contundo existem também algumas limitações

relativamente à sua utilização quando comparados com o atendimento por parte de um

assistente humano.

Assim, através da análise do inquérito online bem como de uma pesquisa e

posterior análise a literatura e websites foi possível entender que o tipo mais comum de

chatbot é o de atendimento ao cliente. Este tipo de bots podem despertar no seu utilizador

a mesma reação negativa que um assistente automático telefónico, na medida em que não

respondem de forma direta a perguntas mais complexas visto não estarem programados

para resolver todo o tipo de questões.

No entanto, no seu website o Booking (2018) refere que dado ao facto de os

chatbots permitirem o envio e receção de mensagens através de dispositivos móveis, a

1

10

21

5

0

5

10

15

20

25

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

nº de indivíduos

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25

comunicação com os seus utilizadores torna-se mais fácil e pessoal, sendo igualmente

rápida e eficaz na transmissão de informações.

Total da amostra: 66

Fonte: elaboração própria com base no resultado dos inquéritos online

Contudo, quando questionados sobre a possibilidade de contactarem com um

chatbot em detrimento de um assistente humano (Figura 9), os inquiridos mostram

preferência pelo contacto humanizado, visto que a generalidade (37) discorda com a

afirmação “prefiro ser contactado por um chatbot do que por um assistente humano.”

Tabela 3- Vantagens e desvantagens da utilização de chatbots.

Fonte: elaboração própria

Os consumidores que já contactaram com chatbots referenciaram vantagens e

desvantagens da sua utilização que foram sintetizados para facilitar a leitura dos dados

(Tabela 3). A maioria destacou o carácter prático destes chats “falar com a Sofia em vez

de falar ao telemóvel com um assistente foi melhor devido à rapidez e clareza nas

respostas. Os assistentes demoram imenso tempo a atender” e “a Sofia ajudou-me a tirar

dúvidas de forma mais rápida e, principalmente, de forma mais útil e eficiente. Por vezes,

Tempo de resposta (curto);

Útil e prático;

Informações eficientes sobre a marca;

Nível surpreendente de interação;

Mais realista do que o esperado;

Como “conversar com um amigo”.

Distante;

Pouco útil e limitado;

Não respondem à questão colocada

diretamente;

Reencaminham para links desnecessários;

Muito mecanizado, falta o lado humano.

16

21

11

14

4

Disco rdo To ta lmen te

D isco rdo Não conco rdo nem d i sco rdo

Conco rdo Conco rdo To ta lmen te

nº de indivíduos

Figura 9- Preferência entre chatbot e assistente humano

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falar com um assistente pode confundir ainda mais uma pessoa e demorar mais tempo.

Assim, é surpreendente como uma "máquina" foi tão ou mais clara do que um assistente

e, sem dúvida alguma, muito mais rápida”. No entanto, falta de um lado mais humanizado

que é sublinhado com frequência, o que consequentemente torna o bot distante do seu

utilizador “Penso que os chatbots são de fácil utilização, mas muito limitados. São úteis e

acessíveis para resolver questões simples, mas incapazes de responder a questões mais

complexas, falta-lhes um pensamento que não seja automatizado. Por isso penso que é

mais correto contactar diretamente com um assistente.”

6. Discussão dos resultados

Neste capítulo são discutidos e articulados com a revisão de literatura os resultados

referidos no ponto anterior, que respondem aos objetivos delineados.

O estudo desenvolvido permitiu concluir que as empresas do setor turístico têm

estado atentas às tendências digitais para conseguirem maior proximidade junto do

público. A comunicação através de meios digitais, concretizada com a implementação de

chatbots no Facebook Messenger, proporciona o crescimento da interação entre as marcas

e os consumidores (Walther, 2010) e, consequentemente, permite responder com maior

eficácia e rapidez às suas necessidades.

Ao utilizarem chatbots como parte da sua estratégia de comunicação, as empresas

turísticas conseguem construir relações sociais mais sólidas com os consumidores (Lasek

& Jessa, 2013) e automatizar diferentes funções (Ivanov & Webster, 2017).

A principal limitação apresentada está relacionada com as competências inerentes

a um assistente humano, como a possibilidade de respostas personalizadas. No entanto,

a pesquisa realizada permitiu compreender que esta limitação pode ser colmatada se o bot

redirecionar as perguntas para a qual não está programado para a assistência ao cliente.

Em resposta aos objetivos propostos e no que concerne ao papel dos chatbots na

comunicação das marcas, a análise aos websites e ao Facebook demonstra que as

organizações turísticas têm cada vez mais utilizado a internet como meio de promoção e

divulgação dos seus serviços. A importância desta adaptação foi referenciada por Wichels

(2014) quando afirmou que o crescimento das tecnologias de informação e comunicação

teriam influência no consumo dos produtos e serviços turísticos. Também Perionotto e

outros (2017) haviam afirmado que a criação de perfis em plataformas digitais permite

chegar a mais pessoas com menos custos.

Assim, os fatores que levam as marcas turísticas a implementarem chatbots na sua

estratégia de comunicação passam pelo aumento da qualidade do serviço e a redução dos

tempos de espera, melhorando a experiência dos consumidores. No entanto, a utilização

de chatbots também permite às empresas a automatização de algumas tarefas, como as

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27

reservas e a consequente redução de custos financeiros a longo prazo, o que, em

simultâneo, permite o aumento da interação com os seus consumidores. Como Van der

Lee (2017) afirmou, os chatbots são o futuro do atendimento ao cliente, pois permitem mais

interação com o consumidor e menos custos para as empresas. Também a empresa Wit

referiu que um chatbot deve ser mais rápido que qualquer outra alternativa, user friendly,

simples e capaz de melhorar a interação com o consumidor.

O segundo objetivo pretendia analisar a imagem com que o consumidor fica da

marca ao ser contacto por um chatbot. Os consumidores turísticos utilizam

maioritariamente os chatbots para o esclarecimento de dúvidas e obter mais informações

sobre o produto ou serviço. Como verificado anteriormente, Niiminem e outros (2007),

dividiram o processo de comunicação em três fases: antes, durante e depois da viagem. É

percetível que a interação através de um bot adquire maior importância na etapa que

antecede a viagem, considerado que é nessa fase que os consumidores procuram mais

informação. Também a HostelTur (2017) referiu que os travel bots podem incorporar o

processo de comunicação mesmo antes da concretização da viagem.

A análise às respostas dos inquéritos veio corroborar a afirmação de Lasek e

Jessan (2013). Os autores referiram que os chatbots permitem aumentar a confiança e a

ligação do consumidor turístico às marcas. Ao serem questionados sobre a sua experiência

de contacto com um chatbot, os inquiridos destacam a forma dinâmica e rápida de obter

respostas, afirmando concordar quase na totalidade com a afirmação “os chatbots

simplificam o contacto com a marca”. Assim, foi possível concluir que a utilização de bots

aproxima e simplifica a comunicação das marcas com os seus consumidores, gerando uma

imagem mais positiva e aumentando a confiança na marca.

No que diz respeito às limitações da utilização de chatbots face à comunicação

com um assistente real, os consumidores preferem a segunda opção. Tal como Ivanov e

Webster (2017) verificaram, a interação com um robot pode não ser valorizada tendo em

conta que os indivíduos associam a qualidade de um serviço ao contacto com pessoas

reais, capazes de arranjar soluções mais eficazes para os seus problemas.

Uma percentagem significativa de inquiridos admite ter utilizado um chat de

conversação automático apenas por curiosidade. A utilização para uma finalidade diferente

daquela para o qual está programa leva à desativação dos chatbots. Isto acontece porque

os utilizadores, ao perceberem que estão a falar com um assistente automático, utilizam

linguagem menos própria e fora de contexto (Jern, 2016).

No entanto, a análise às respostas do inquérito online permite destacar algumas

vantagens provenientes da interação com bots como o esclarecimento de dúvidas

simples “fiquei esclarecida relativamente a dúvidas mais imediatas”, a facilidade de

comunicação “muito intuitivo, pois as respostas conduzem-nos a um resultado aproximado

Page 33: A comunicação digital com o consumidor turístico: a ... · 3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente. O

28

de uma conversa com um assistente real” e a rapidez na resposta aliada à simplicidade da

mesma “rápida e simples, muito mais fácil do que falar ao telefone com um assistente.”

Ivanov e Wesbter (2017) haviam igualmente verificado que estes parâmetros são condição

para o êxito dos chatbots, pois os consumidores associam os avanços tecnológicos à

facilidade de utilização e à isenção de esforço.

A pesquisa efetuada demonstra ainda que o meio pelo qual os consumidores

contactam com o chatbot influencia o sucesso do mesmo. Empresas como o IKEA e a TAP,

onde os utilizadores contactavam com o chatbot através do website, acabaram por

cancelar o projeto referindo que o mesmo não alcançou os objetivos esperados.

Os consumidores, na sua generalidade, avaliaram o seu grau de satisfação em

relação ao chatbot Sofia como “satisfeito”. No entanto, sugeriram algumas limitações que

podem justificar o término do projeto. A implementação da Sofia pode ter sido prejudicial

na medida em que não permite a personalização esperada de uma empresa que quer

liderar o mercado e que visa um serviço superior. De acordo com um consumidor “Não

permite resolver problemas complexos, por um lado. A falta de personalização do chatbot

é uma das grandes lacunas, levando a empresa para um caminho que não é o da

excelência e muito menos o da personalização do serviço. O chatbot, tal como está, poderia

ser sem problemas adequado a uma companhia low-cost.”

Por outro lado, os chatbots implementados no Facebook Messenger, como é o caso

do bot do Booking, do Zmar e do Blue Bot da KLM, apresentam taxas de maior sucesso,

tal como verificado por Botztas e Hadwick (2017), utilizar um canal de mensagens

instantâneas que o consumidor já conhece facilita a comunicação com a marca e pode

determinar o êxito do projeto (Charneco et al., 2017).

Outra vantagem apresentada pelas empresas que implementaram os seus travel

bots no Facebook Messenger é a possibilidade de conversar com um assistente humano.

Se o chatbot não conseguir responder às perguntas dos utilizadores, a mensagem é

transferida para a assistência ao cliente. Esta facilidade permite colmatar uma das

principais desvantagens apontadas pelos consumidores relacionada com a limitação em

termos de resposta. Segundo Guenason (2017), a pontual intervenção humana permite

que as necessidades dos consumidores sejam mais rapidamente atendidas e impede

reclamações provenientes da falta de resposta.

Considerando que a grande maioria dos turistas utiliza o Facebook para partilhar as

suas experiências e emoções (Pereira, 2018) e que, ao mesmo tempo, a implementação

de chatbots no Facebook Messenger permite solucionar a limitação referida anteriormente,

a utilização de redes socias digitais para o desenvolvimento de chatbots revela-se a melhor

opção.

Page 34: A comunicação digital com o consumidor turístico: a ... · 3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente. O

29

7. Síntese Conclusiva

O presente estudo permitiu concluir que a crescente digitalização do mundo

contemporâneo levou a que as empresas do setor do turismo estejam cada vez mais

atentas às novas tendências digitais. A utilização crescente de redes sociais para a partilha

de experiências permite aumentar o alcance e melhorar as relações com as marcas

turísticas.

O objetivo principal desta investigação consistia em estudar a implementação de

chatbots no setor do turismo e compreender de que forma as marcas podem utilizar bots

para melhorarem a relação com o seu consumidor.

Numa primeira fase da investigação, realizou-se uma revisão bibliografia que permitiu

analisar e compreender o que já foi estudado sobre o desenvolvimento de chatbots. Na

segunda fase da investigação, foram aplicadas técnicas de recolha de dados de maneira

a responder aos objetivos.

De acordo com os resultados obtidos, a expansão e desenvolvimento de chatbots

apresenta uma mais valia para as empresas no setor do turismo pois possibilitam reservas

mais rápidas, respostas 24 horas por dia, redução dos tempos de espera e uma

comunicação mais dinâmica e próxima do seu consumidor. Para a empresa, a

implementação de bots significa também a redução dos custos e o aumento da

produtividade.

Através da análise realizada, conclui-se ainda que a automatização de perguntas

frequentes no Facebook Messenger é mais vantajosa do que a implementação de um bot

no website da empresa. Verificou-se que a utilização de canais que o consumidor já

conhece facilita o processo de comunicação e pode ser determinante no sucesso do

chatbot. O Facebook Messenger permite ainda que o utilizador converse com um

assistente humano, caso o chatbot não tenha capacidade de resposta. Desta forma, torna-

se possível resolver uma das principais limitações apresentadas nas respostas aos

inquéritos online. As perguntas automáticas, impossibilitando o consumidor de redigir

perguntas personalizadas, permite colmatar a recorrente utilização de chatbots comerciais

para fins lúdicos. Este problema é apresentado na literatura como um entrave ao

desenvolvimento de chatbots e que, consequentemente, levam também à sua desativação.

A principal limitação a este estudo prende-se com a impossibilidade de realizar as

entrevistas à TAP e, por esse motivo, não foi possível analisar em profundidade a

perspetiva das marcas.

A investigadora acredita que, sendo o turismo um setor em crescimento, o presente

estudo pode complementar futuras trabalhos relacionados com a importância da

comunicação nesta área ou com o desenvolvimento de chatbots.

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30

Mostra-se, por exemplo, pertinente analisar a implementação de chatbots no sector da

saúde, por exemplo. Atualmente, já se utilizam bots para enviar a informação sobre os

medicamentos através do WhatsApp. Outro estudo pertinente seria a implementação de

chatbots no e-commerce ou na comunicação interna das empresas.

Page 36: A comunicação digital com o consumidor turístico: a ... · 3. Perceber quais as vantagens e desvantagens da utilização de chatbots face à comunicação com um assistente. O

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Anexos

Anexo 1- Resposta e-mail TAP Air Portugal

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38

Anexo 2- E-mail para contactar o departamento de comunicação da TAP

de: Daniela Belchior Costa [email protected]

para: "[email protected]" [email protected]

data: 17 de maio de 2018 às 20:05

assunto: Contacto para o Seminário Final da Licenciatura

Boa tarde Professora Susana!

Queria pedir-lhe ajuda com um contacto para o meu seminário. Precisava de entrevistar

alguém do departamento de comunicação da TAP que estivesse disposto a falar comigo

sobre o chatbot que eles desenvolveram. O problema é que as respostas têm sido

negativas porque o projeto correu mal e não querem passar essa informação para fora da

empresa.

A informação seria única e exclusivamente para o terminar o meu seminário e

consequentemente a licenciatura.

A professora Sónia Sebastião disse para falar consigo pois talvez conseguisse ajudar-me.

Mesmo que de forma “clandestina” se conseguisse que alguém falasse comigo eu prometo

total confidencialidade.

Já tentei por diferentes meios, resposta é sempre a mesma e o tempo escasseia ...

Desde já agradeço a sua atenção!

E desculpe qualquer transtorno.

Fico na expectativa de uma resposta.

Bom fim de semana!

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Daniela Belchior Costa

de: "[email protected]" [email protected]

para: Daniela Belchior Costa [email protected]

data: 18 de maio de 2018 às 16:33

assunto: Re: Contacto para o Seminário Final da Licenciatura

Cara Daniela,

Vou entrar em contacto com uma pessoa que conheço na TAP e ver se ele a poderá

ajudar.

Assim que tiver reação dele, digo-lhe.

Cumprimentos,

Susana de Carvalho Spínola

de: "[email protected]" [email protected]

para: Daniela Belchior Costa [email protected]

data: 21 de maio de 2018 às 01:44

assunto: Re: Contacto para o Seminário Final da Licenciatura

Cara Daniela,

Já obtive resposta do meu contacto na Tap e infelizmente não há disponibilidade da parte

deles para falar sobre o projecto porque este foi abandonado. Embora estejam a ver

alternativas ainda não podem falar delas.

Desculpe não a poder ajudar melhor.

Cumprimentos

Susana de Carvalho

de: "[email protected]" [email protected]

para: Daniela Belchior Costa [email protected]

data: 21 de maio de 2018 às 10:52

assunto: Re: Contacto para o Seminário Final da Licenciatura

Bom dia Professora Susana!

Agradeço a sua disponibilidade e ajuda!

Calculei que fosse complicado porque a resposta tem sido sempre negativa ...

Muito obrigada!

Boa semana,

Daniela Belchior Costa

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Apêndices

Apêndice 1- Transcrição Telefonema TAP Air Portugal

Data de telefonema: abril de 2018

Destinatário: Drª Rita Tamagnini - Diretora de Marketing da TAP Air Portugal

Daniela Costa: Boa tarde! O meu nome é Daniela e estou a falar consigo na sequência da

conversa com a Dra Ana Rita que me disponibilizou o seu contacto para que pudéssemos

agendar a entrevista. Como teve conhecimento, estou a realizar um trabalho académico

onde pretendo explorar a utilização de chatbots, concretamente na área do turismo para

perceber de que forma estes bots podem contribuir na comunicação das marcas com os

seus consumidores.

O caso da TAP pareceu-me bastante interessante e é por essa razão que escolhi trabalhar

a vossa marca de maneira a compreender de que forma a utilização de chatbots contribui

para estabelecer maior proximidade com o consumidor turístico.

Assim, gostaria de saber para quando podemos agendar a nossa entrevista. Queria desde

já disponibilizar o meu e-mail e referir que estou disponível para esclarecer qualquer

duvida.

Assessora da Drº Rita Tamagnini: poderá enviar as perguntas e objetivos para o email

da Rita. Podermos fazer a entrevista por Skype ou por email dada a pouca disponibilidade

da Rita?

Daniela Costa: sim, claro! Já enviei através do LinkdIn, mas poderei enviar também por

email. Muito obrigada!

Apêndice 2- Guião de entrevista semiestrutura

1. O que levou a TAP a implementar um chatbot? Quais foram os recursos

necessários para a sua implementação?

2. O chatbot da TAP é especializado em atendimento ao cliente. Tem capacidade para

manter um diálogo coeso e fluindo com os seus utilizadores? Quais as principais

dificuldades?

3. O bot aprende com os usuários e consegue evoluir?

4. Considera que a utilização de chatbots contribui-o para a marca se aproximar dos

consumidores? De que forma?

5. Como procederam à divulgação do bot?

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Apêndice 3- Etapas de Concretização e respetiva calendarização

Tabela 4- Cronograma calendarização

Técnica Objeto/Indivíduo Datas previstas Concretização

Pesquisa bibliográfica Teses, artigos e livros outubro 2017 e maio de 2018

Outubro de 2017 a junho de 2018

Descrição e análise de conteúdo

Websites e redes sociais digitais

Maio e junho de 2018 Maio a junho de 2018

Entrevista semiestruturada

Drª Rita Tamagnini Dr Abilio Martins Departamento de

Comunicação da TAP

Abril a maio de 2018

Não concretizada devido a

indisponibilidade do destinatário

Inquéritos online Consumidores turísticos

Março a abril de 2018 Abril a junho de 2018

Apêndice 4- Inquérito aos consumidores

Destinatários: Consumidores turísticos, consumidores que contactaram com chatbots, consumidores que contactaram com o chatbot Sofia da TAP Air Portugal Gosta de estar a par das novas tendências na área do turismo?

Este inquérito é para si!

O meu nome é Daniela Belchior Costa e sou finalista da licenciatura em Ciências da

Comunicação, no ISCSP-ULisboa. Este inquérito tem como objetivo compreender o

conhecimento e relação dos consumidores com chatbots bem como as vantagens e

desvantagens da sua utilização.

A sua contribuição é muito importante para a realização do estudo e as respostas destinam-

se a fins académicos, garantido assim toda a confidencialidade e anonimato. O inquérito

tem a duração aproximada de 3 minutos.

Se tiver alguma questão poderá contactar-me através do endereço

[email protected].

1. Conhece ou já ouviu falar sobre chatbots?*

a) Sim b) Não

2. Dos seguintes chatbots, assinale os que conhece:

a) Anna, IKEA

b) Zo, Microsoft

c) Tay, Microsoft

d) FuteBot,Público

e) Sofia, TAP Air Portugal

f) Não conheço/ Não me recordo do nome

3. Já contactou com algum chatbot?

a) Sim b) Não

4. Qual a razão para nunca ter utilizado um chabtot?

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_____________________________________________

5. Quais os chabots com a qual já contactou?

_____________________________________________

6. Como contactou pela primeira vez com chatbots?

a) Ao consultar o website surgiu uma janela de interação

b) Tive curiosidade em contactar com um chatbot e procurei estabelecer diálogo

c) Para esclarecer uma dúvida relativa à marca em questão

d) Através de publicidade em redes sociais

e) Para fazer uma queixa/reclamação

f) Para utilizar um serviço especifico

g) Para obter mais informações sobre a marca

7. Diga se concorda ou discorda com as seguintes afirmações:

Discordo totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente

a) Os chatbots permitem esclarecer as minhas questões principais

b) Os chatbots são essenciais no contacto com o cliente

c) Prefiro ser contactado por um chatbot do que por um assistente humano

d) Fiquei satisfeito com o atendimento realizado pelo chatbot

e) Os chatbots simplificam o contacto com a marca

a. Os chatbots com a qual contactei são de fácil utilização

8. Descreva a sua experiência ao contactar com um chatbot

_________________________________________________________________

9. Já alguma vez contactou com o chatbot Sofia, da TAP Air Portugal?

Sim b) Não

10. Numa escala de 1 a 5, sendo 1 “Muito insatisfeito” e 5 “Muito

satisfeito”, como avalia a sua satisfação em relação às informações

prestadas pelo chatbot Sofia.

1 2 3 4 5

11. Descreva a sua experiência ao contactar com o chatbot Sofia da TAP

Air Portugal

________________________________________________________________

12. Nos últimos 2 (dois) anos quantas vezes viajou de avião em lazer:

a) Menos que 2 vezes

b) 3 a 6 vezes

c) 7 a 10 vezes

d) Mais de 10 vezes

e) Não viajei em lazer nos últimos dois anos.

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13. Nos últimos 2 (dois) anos quantas vezes viajou de avião em trabalho:

a) Menos que 2 vezes

b) 3 a 6 vezes

c) 7 a 10 vezes

d) Mais de 10 vezes

e) Não viajei em trabalho nos últimos dois anos.

Dados Sociodemográficos

14. Género

a) Feminino b) Masculino c) Prefiro não responder

15. Idade

a) Até 17 anos

b) 18-24

c) 25-34

d) 35-44

e) 45-54

f) 55-64

g) 65 ou mais

16. Nível de instrução

a) Até ao 4º ano

b) Até ao 6º ano

c) Até ao 9º ano

d) Até 12º ano

e) Curso técnico-profissional (após 12º ano)

f) Ensino Superior (licenciatura/mestrado/doutoramento)

17. Categorias Profissionais

a) Quadro superior/ especialista de profissões intelectuais e técnicas

b) Quadro médio

c) Técnico especializado

d) Empregado dos serviços, comércio ou administrativo

e) Empregado qualificado ou não qualificado da indústria ou agricultura

f) Outra ocupação profissional

g) Estudante

h) Reformado/Inativo

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Apêndice 5- Dados sociodemográficos dos inquiridos

Figura 10-Variável Género

Total da amostra: 112

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos online

Figura 11- Variável Idade

Total da amostra: 112

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos online

47,3%

9,8%

14,3%

26,8%

1,8%Até aos 17 anos

18-24 anos

25-34 anos

35-44 anos

45-54 anos

55-64 anos

65 anos ou mais

51,80%48,20%Feminino

Masculino

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45

Figura 12- Categorias profissionais

Total da amostra: 112

Fonte: elaboração própria com base no inquérito online

Figura 13-Habilitações Literárias

Total da amostra: 112 Fonte: elaboração própria com base no inquérito online

0

0

1,80%

22,30%

2,70%

73,20%

Até ao 4º ano

Até ao 6º ano

Até ao 9 ano

Até ao 12º ano

Curso Técnico-Profissional

Ensino Superior

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

% de indivíduos

29,5%

6,3%

7,1%

7,1%

1,8%

7,1%

24,1%

17,0%

0,0%

Quadro Superior

Quadro Médio

Técnico Especializado

Empreg. Serviços/Comércio

Empreg. Indústria/Agric.

Outra profissão

Estudante

Trabalhador Estudante

Reformado/Inativo

% de indivíduos por Categoria Profissional

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46

Figura 14-Número de viagens realizadas nos últimos dois anos

Total da amostra: 112

Fonte: elaboração própria com base no inquérito online

Apêndice 6- Dados referentes ao contacto com chatbots

1

Total da amostra: 46 Fonte: elaboração própria com base no inquérito online

1 Apesar de esta ser uma questão de resposta aberta, as respostas mais frequentes foram agrupadas de forma a facilitar a leitura dos dados. A justificação encontra-se o capítulo Apresentação de Resultados

8,9%

9,5%

50,9%

6,2%

4,5%

52,7%

26,80%

11,60%

5,40%

3,5%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Não viajei

> = 2 vezes

3 a 6 vezes

7 a 10 vezes

< 10 vezes

de

via

ge

ns

Trabalho Lazer

9

26

11

Nunca tive necessidade

Desconhecimento

Prefiro o atendimento de umassistente humano

nº de inquiridos

Figura 15-Qual a razão para nunca ter contactado um chatbot?

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Apêndice 7- Consumidores que contactaram com a Sofia, da TAP Air Portugal

Figura 16- Já contactou com a Sofia da Tap Air Portugal?

Total da amostra: 66

Fonte: elaboração própria com base no inquérito online

3729

Sim Não

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Apêndice 8- Análise ao conteúdo dos websites

Tabela 5- Travel Bots

Chatbot Tipo Empresa Plataforma Informações sobre o funcionamento

Booking Assistant

Online Travel Agency (OTA)

Booking Facebook

Messenger

Auxilio nas reservas;

Responde a questões simples sobre a propriedade;

Se não souber a resposta, redireciona a mensagem para o serviço ao cliente

Ask Mona Guia turístico

/Cultural Ask Mona Website

Recomendações sobre o que visitar na cidade de Paris

Léa Voyages-sncf Companhia ferroviária (França)

Facebook Messenger

Após a compra do bilhete de comboio, envia para o cliente;

Esclarece dúvidas simples (respostas automatizadas);

Se não souber a resposta, redireciona a mensagem para o serviço ao cliente.

Skyscanner bot

Agente de viagens

Skycanner Facebook Messenger

Reserva de voos e hóteis;

Recomendações sobre a cidade a visitar;

Parceria com a Alexa, da Amazon, que permite o reconhecimento de voz.

KLM Operador aéreo KLM Royal

Dutsch Airlines

Facebook Messenger

Disponibiliza itinerários, bording-pass, informações de check-in (abertura e fecho);

Notifica sobre eventuais atrasos

Icelandair Bot Operador aéreo Icelandair Facebook Messenger

Informações sobre o destino e datas dos voos;

Possível fazer a reserva através do bot que redireciona para o site para

pagamentos

Expedia Agência de

Viagens Expedia

Facebook Messenger

Restrito ao mercado hoteleiro

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Tabela 6- Continuação da tabela “travel bots”

Chatbot Tipo Empresa Plataforma Informações sobre o funcionamento

Zmar

Empreendimento

turístico - Ecoturismo

Zmar Eco Experience

Facebook Messenger

Permite verificar preços, disponibilidade e efetuar a reserva (restrito a

estas opções)

Não tem capacidade de resposta para dúvidas simples, mas redireciona

para a assistência ao cliente

GeoStar Agência de

viagens Geostar

Facebook Messenger

Reserva de voos e hotéis, comparar preços, fazer reclamações

Remete para um assistente humano se as perguntas forem complexas