a aurora-boreal

30
A Aurora Boreal Música: Carmina Burana – Carl Orff Abertura: Ó Fortuna Execução: Orquestra Sinfónica de Boston Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Upload: jose-pinto-cardoso

Post on 23-Jun-2015

79 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A aurora-boreal

A Aurora Boreal

Música: Carmina Burana – Carl Orff

Abertura: Ó FortunaExecução: Orquestra Sinfónica de Boston

Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Page 2: A aurora-boreal
Page 3: A aurora-boreal

Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas

posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol,

por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar.

Page 4: A aurora-boreal
Page 5: A aurora-boreal

Por esta entra a Via Láctea como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens, pela outra a escuridão.

Page 6: A aurora-boreal
Page 7: A aurora-boreal

Pela maior entra o espanto, pela menor a certeza, pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto.

Page 8: A aurora-boreal
Page 9: A aurora-boreal

Pela quadrada entra a esperança de quatro lados iguais,

quatro arestas, quatro vértices, quatro pontos cardeais.

Page 10: A aurora-boreal
Page 11: A aurora-boreal

Pela redonda entra o sonho,que as vigias são redondas,e o sonho afaga e embalaà semelhança das ondas.

Page 12: A aurora-boreal
Page 13: A aurora-boreal

Por além entra a tristeza,por aquela entra a saudade,

e o desejo, e a humildade,e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,e o medo, e a melancolia,e essa fome sem remédioa que se chama poesia,

Page 14: A aurora-boreal
Page 15: A aurora-boreal

e a inocência, e a bondade,e a dor própria, e a dor alheia,

e a paixão que se incendeia,e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,arrepiados de medo,

Page 16: A aurora-boreal
Page 17: A aurora-boreal

todos os risos e choros,todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombranas minhas quatro paredes.

Page 18: A aurora-boreal
Page 19: A aurora-boreal

Oh janelas do meu quarto, quem vos pudesse rasgar! Com tanta janela aberta

falta-me a luz e o ar.

Page 20: A aurora-boreal
Page 21: A aurora-boreal

Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas

posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol,

por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar. Por esta entra a Via Láctea como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens, pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto, pela menor a certeza, pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto. Pela quadrada entra a esperança

de quatro lados iguais, quatro arestas, quatro vértices,

quatro pontos cardeais. Pela redonda entra o sonho,que as vigias são redondas,e o sonho afaga e embalaà semelhança das ondas.Por além entra a tristeza,

por aquela entra a saudade,e o desejo, e a humildade,e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,e o medo, e a melancolia,e essa fome sem remédioa que se chama poesia,

e a inocência, e a bondade,e a dor própria, e a dor alheia,e a paixão que se incendeia,

e a viuvez, e a piedade,e o grande pássaro branco,e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,arrepiados de medo,

todos os risos e choros,todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombranas minhas quatro paredes.Oh janelas do meu quarto, quem vos pudesse rasgar! Com tanta janela aberta

falta-me a luz e o ar.

António Gedeão

AURORA BOREAL

Page 22: A aurora-boreal
Page 23: A aurora-boreal

As auroras são tempestades magnéticas que ocorrem nas regiões

polares. Na região do Pólo Norte ela é conhecida como Aurora

Boreal, sendo Aurora a deusa romana da alvorada e Boreas, vento

norte em grego.

Na região do Pólo Sul ela é chamada de Aurora Austral, sendo

que Australis quer dizer ”do Sul” em latim.

As Auroras Boreal e Austral ocorrem quando a Terra é atingida

pelas partículas electrostáticas emitidas pelo Sol devido às suas

reacções termonucleares. Estas partículas, ou Vento Solar, são

deflectidas pelo campo magnético da Terra, a Magnetosfera.

O vento solar flui em torno da magnetosfera de forma parecida

com a água que passa por uma pedra num rio. Ele também

pressiona a magnetosfera, distorcendo o seu campo magnético

que, ao invés de linhas simétricas como as de um ímã, estica-se e

alonga-se, gerando os incríveis desenhos em movimento que

vemos no céu.

Aurora Austral ocorrendo no Pólo Sul

As Auroras Boreal e Austral

Page 24: A aurora-boreal
Page 25: A aurora-boreal
Page 26: A aurora-boreal
Page 27: A aurora-boreal
Page 28: A aurora-boreal
Page 29: A aurora-boreal
Page 30: A aurora-boreal

FIM

Ney LuizContextura: J. A. de Oliveira