a aurora boreal poema: aurora boreal – antónio gedeão

29
A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

212 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

A Aurora Boreal

Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Page 2: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 3: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas

posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol,

por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar.

Page 4: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 5: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Por esta entra a Via Láctea como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens, pela outra a escuridão.

Page 6: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 7: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Pela maior entra o espanto, pela menor a certeza, pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto.

Page 8: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 9: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Pela quadrada entra a esperança de quatro lados iguais,

quatro arestas, quatro vértices, quatro pontos cardeais.

Page 10: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 11: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Pela redonda entra o sonho,que as vigias são redondas,e o sonho afaga e embalaà semelhança das ondas.

Page 12: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 13: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Por além entra a tristeza,por aquela entra a saudade,

e o desejo, e a humildade,e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,e o medo, e a melancolia,e essa fome sem remédioa que se chama poesia,

Page 14: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 15: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

e a inocência, e a bondade,e a dor própria, e a dor alheia,

e a paixão que se incendeia,e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,arrepiados de medo,

Page 16: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 17: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

todos os risos e choros,todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombranas minhas quatro paredes.

Page 18: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 19: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Oh janelas do meu quarto, quem vos pudesse rasgar! Com tanta janela aberta

falta-me a luz e o ar.

Page 20: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 21: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas

posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol,

por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar. Por esta entra a Via Láctea como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens, pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto, pela menor a certeza, pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto. Pela quadrada entra a esperança

de quatro lados iguais, quatro arestas, quatro vértices,

quatro pontos cardeais. Pela redonda entra o sonho,que as vigias são redondas,e o sonho afaga e embalaà semelhança das ondas.Por além entra a tristeza,

por aquela entra a saudade,e o desejo, e a humildade,e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,e o medo, e a melancolia,e essa fome sem remédioa que se chama poesia,

e a inocência, e a bondade,e a dor própria, e a dor alheia,e a paixão que se incendeia,

e a viuvez, e a piedade,e o grande pássaro branco,e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,arrepiados de medo,

todos os risos e choros,todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombranas minhas quatro paredes.Oh janelas do meu quarto, quem vos pudesse rasgar! Com tanta janela aberta

falta-me a luz e o ar.

António Gedeão

AURORA BOREAL

Page 22: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 23: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão

As auroras são tempestades magnéticas que ocorrem nas regiões

polares. Na região do Pólo Norte ela é conhecida como Aurora

Boreal, sendo Aurora a deusa romana da alvorada e Boreas, vento

norte em grego.

Na região do Pólo Sul ela é chamada de Aurora Austral, sendo

que Australis quer dizer ”do Sul” em latim.

As Auroras Boreal e Austral ocorrem quando a Terra é atingida

pelas partículas electrostáticas emitidas pelo Sol devido às suas

reacções termonucleares. Estas partículas, ou Vento Solar, são

deflectidas pelo campo magnético da Terra, a Magnetosfera.

O vento solar flui em torno da magnetosfera de forma parecida

com a água que passa por uma pedra num rio. Ele também

pressiona a magnetosfera, distorcendo o seu campo magnético

que, ao invés de linhas simétricas como as de um ímã, estica-se e

alonga-se, gerando os incríveis desenhos em movimento que

vemos no céu.

Aurora Austral ocorrendo no Pólo Sul

As Auroras Boreal e Austral

Page 24: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 25: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 26: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 27: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 28: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão
Page 29: A Aurora Boreal Poema: Aurora Boreal – António Gedeão