a arquearia entre a cinésica social e a análise de discurso
TRANSCRIPT
Metodologia
• Utilizamos duas metodologias, as quais acreditamos estarem atreladas:
1)A cinésica social: “disciplina de recorte socioantropológico [...]. Importam, portanto, para o cinesicista, os movimentos corporais considerados sob o aspecto sociocultural – e não neurofisiológico ou, ainda, psicológico” (RECTOR; TRINTA, 2003, p. 55).
Metodologia
2) A análise de discurso:
dessuperficialização
ideologia
CORPUSDOCUMENTAL
OBJETOTEÓRICO
PROCESSODISCURSIVO
Objetivos
1) Verificar qual o estatuto do arqueiro na guerra homérica.
2) Verificar em que medida a representação desses personagens que portam arco corroboram essa importância.
3) Verificar por que há mais arqueiros do lado troiano do que do grego, se isso tem a ver com algum fator sociocultural.
Hipótese 1
“το περ δ περ νη ς ῦ ὴ ὶ ὸχαιοί τε Τρ ές τεἈ ῶ
δ ουν λλήλους ῄ ἀα τοσχεδόνὐ : ο δ ρα τοί ὐ ᾽ ἄγετόξων ϊκ ς μφ ς μένον ἀ ὰ ἀ ὶο δ τ κόντωνὐ ᾽ ἔ ᾽ ἀ ,
λλ ο γ ἀ ᾽ ἵ ᾽ γγύθενἐ στάμενοι ἱνα θυμ ν χοντεςἕ ὸ ἔξέσι δ πελέκεσσι κα ὀ ὴ ὶξίν σι μάχοντοἀ ῃ
κα ξίφεσιν μεγάλοισι κα ὶ ὶγχεσιν μφιγύοισι.ἔ ἀ ”
“Em torno à nave, Aqueus e Troianos se batemcorpo-a-corpo e não ficam à espera de apoiode flechas ou de lanças de longe atiradas;lutando de bem perto, com um só desígnio,tomam de machadinhas afiadas e de achas,de piques bem pontudos, de enormes espadas.”
(Ilíada XV, vv. 707-712).
Hipótese 2
• O arqueiro possui um comportamento diferenciado do resto dos combatentes.
- Fugir;
- Sentir medo excessivo;
- Jactar-se;
- Esconder-se.
Hipótese 2
“ ς δ τε τίς τε δράκοντα ὡ ᾽ ὅδ ν παλίνορσος πέστηἰ ὼ ἀο ρεος ν βήσσ ς, πό τε ὔ ἐ ῃ ὑτρόμος λλαβε γυ α,ἔ ῖ
ψ δ νεχώρησεν, χρός ἂ ᾽ ἀ ὦτέ μιν ε λε παρειάς,ἷ
ς α τις καθ μιλον δυ ὣ ὖ ᾽ ὅ ἔΤρώων γερώχωνἀδείσας τρέος υ ν Ἀ ἱὸ
λέξανδρος θεοειδής.Ἀ ”
“Como quem se depara com uma serpentenos convales do monte, e salta para trásmedroso, rosto pálido, Páris, deiforme,por entre os bravos Tróicos barafusta, pávido,apavorado diante do filho de Atreu [Menelau]”
(Ilíada III, vv. 33-37).
Hipótese 2“ τρεΐδης δ ρα χε ρα βο ν Ἀ ᾽ ἄ ῖ ὴ
γαθ ς Μενέλαοςἀ ὸτ ν βάλεν χε τόξον ὴ ᾗ ῥ᾽ ἔΰξοον: ν δ ρα τόξἐ ἐ ᾽ ἄ ῳντικρ δι χειρ ς λήλατο ἀ ὺ ὰ ὸ ἐ
χάλκεον γχος.ἔψ δ τάρων ε ς θνος ἂ ᾽ ἑ ἰ ἔχάζετο κ ρ λεείνωνἐ ῆ ᾽ ἀ
χε ρα παρακρεμάσας: τ δ ῖ ὸ ᾽φέλκετο μείλινον γχος.ἐ ἔ ”
“Menelau, por sua vez, brado-aguerrido, a mãoque retinha o arco bem-brunido atingiu; trans--passando-a, a ponta brônzea no arco transfixou-se;o outro [Heleno] recuou, fugindo à Moira, para os seusmão pendente, arrastando a hástea de freixo”.
(Ilíada XIII, vv. 593-597).
Hipótese 2“ο δ ρ ϊλιάδ μεγαλήτορι ὐ ᾽ ἄ ᾽ Ὀ ῃΛοκρο ποντο:ὶ ἕο γάρ σφι σταδί σμίν ὐ ῃ ὑ ῃμίμνε φίλον κ ρ:ῆο γ ρ χον κόρυθας ὐ ὰ ἔχαλκήρεας πποδασείας,ἱο δ χον σπίδας ε κύκλους ὐ ᾽ ἔ ἀ ὐκα μείλινα δο ρα,ὶ ῦ
λλ ρα τόξοισιν κα ἀ ᾽ ἄ ὶϋστρεφε ο ος ώτἐ ῖ ἶ ἀ ῳλιον ε ς μ ποντο Ἴ ἰ ἅ ᾽ ἕ
πεποιθότες, ο σιν πειταἷ ἔταρφέα βάλλοντες Τρώων
ήγνυντο φάλαγγας:ῥ ”
“Lócrios aos filhos de Oileu [Ájax e Medonte],porém, não secundavam. Para o corpo-a-corpoao coração lhes falta ânimo. Sem crinadoselmos brônzeos, sem lanças de freixo ou broqueisredondos, em seus arcos fiados e nas fundasde bem torcida lã ovina, para Troiao seguiram”
(Ilíada XIII, vv. 712-718).
Hipótese 2“α τ ρ α τις ν πάϊς ς π ὐ ὰ ὃ ὖ ἰὼ ὣ ὑ ὸμητέρα δύσκενε ς Α ανθ : δέ μιν σάκεϊ ἰ ἴ ᾽ ὃκρύπτασκε φαεινῷ.”
“Teucro, feito um menino junto à mãe, sumiadetrás do fulgurante escudo de Ájax, ondese escondia.”
(Ilíada VIII, vv. 272-274).
“τ δ π μακρ ν ϋσε Λυκάονος ῷ ᾽ ἐ ὶ ὸ ἄγλα ς υ ός:ἀ ὸ ἱ
‘ ρνυσθε Τρ ες μεγάθυμοι κέντορες ὄ ῶππων:ἵβέβληται γ ρ ριστος χαι ν, ο δέ ὰ ἄ Ἀ ῶ ὐ φημιἕ
δήθ νσχήσεσθαι κρατερ ν βέλος, ε ᾽ ἀ ὸ ἰτεόν μεἐρσεν ναξ Δι ς υ ς πορνύμενον ὦ ἄ ὸ ἱὸ ἀ
Λυκίηθεν.’”
“O Licaônio [Pândaro] insigneentão soltou um brado altíssono: ‘Troianosde ânimo altivo, doma-cavalos, olhai:o melhor dos Aqueus [Diomedes] está ferido. Nãopenso, por muito tempo, sofra a seta forte,se for de fato o filho de Zeus [Apolo] quem da Líciame trouxe!’”
(Ilíada V, vv. 100-106).
Hipótese 3
A maior parte dos guerreiros arqueiros é troiana porque o arco, nessa obra, desempenha também um papel de alteridade interna.
“(...) a identidade helênica conhece tensões, fissuras e oposições de alteridades internas no seu seio – o Outro pode, também, ser o Grego, como rival, inimigo, invasor, infrator de códigos de comportamento” (FIALHO, 2010, p. 114).
Referências Bibliográficas
Documentação textual
HOMERO. Ilíada – 2 vols. Tradução, Haroldo de Campos. São Paulo: Arx, 2002/3.
Referências BibliográficasBibliografiaAUGÉ, Marc. A guerra dos sonhos: exercícios de etnoficção. Campinas: Papirus, 1998.FIALHO, Maria do Céu. Rituais de cidadania na Grécia Antiga. In: FERREIRA, José Ribeiro; FIALHO, Maria do Céu; LEÃO, Delfim Ferreira (Orgs.). Cidadania e Paideía na Grécia Antiga. Coimbra: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, 2010, p. 112-144.JODELET, Denise (Org.). Representações Sociais. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001.LATEINER, Douglas. Sardonic Smile: ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso: Princípios & Procedimentos. São Paulo: Pontes Editores, 2012.RECTOR, Monica; TRINTA, Aluizio Ramos. Comunicação do Corpo (Série Princípios). São Paulo: Ática, 2003.SOUZA, Marcos Alvito Pereira de. A Guerra na Grécia Antiga. São Paulo: Ática, 1988.VELLOSO, Fernando.BORJA