741-2687-1-pb

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PADRONIZAÇÃO HIGIÊNICA - SANITÁRIA EM FRIGORÍFICO DE SUÍNOS, PONTA GROSSA (PR) HYGIENIC AND SANITARY STANDARTIZATION IN PIG SLAUGHERHOUSE, PONTA GROSSA (PR) Ren ata Lou ize Samula k 1 ; Juliana Vitória Messias Bittencourt 2 ; Antonio Carlos de Francisco 3 ; Cezar Augusto Romano 4 ; Giovana Fanchin Zanetti 5 1 Unive rsida de Tecn ológi ca Fede ral do Para ná – UTFPR – Ponta Gr ossa – Brasil [email protected] 2 Unive rsida de Tecn ológi ca Fede ral do Para ná – UTFPR – Ponta Gr ossa – Brasi l  [email protected] 3 Unive rsida de Tecn ológi ca Fede ral do Para ná – UTFPR – Ponta Gr ossa – Brasi l [email protected] 4 Unive rsida de Tecn ológi ca Fede ral do Para ná – UTFPR – Ponta Gr ossa – Brasi l [email protected] 5 Unive rsidade Federal d o Pa raná - UFPR- Curitiba- Brasi l [email protected] Resumo  Para que se garanta um alimento com qualidade e segurança alimentar é necessário uniformizar toda a cadeia produtiva desde a obtenção da matéria prima até o produto final  . O presente trabalho objetivou padronizar o processo de produção bem como as condições higiênico-sanitárias de um abatedouro com o intuito de melhorar a qualidade do alimento reduzindo custos de  produção, garantindo a competitividade das cadeias produtivas de carne. Com este propósito foi avaliado o fluxograma do processo desde a chegada dos animais até a expedição das carcaças, as condições gerais da indústria que contemplam os seguintes itens: localização, vias de acesso interno, infra-estrutura, instalações sanitárias e vestiários, equipamentos, utensílios, instalações  para lavagem de mãos e botas, abastecimento de água, controle integrado de pragas e sistema de tratamento de efluentes. Também foram analisados requisitos de higiene ambiental, de equipamentos e utensílios, higiene pessoal, uso de uniformes e equipamentos de proteção indiv idual (EPI ’s) e ainda feitas verific ações sob re a existência de documenta ções e registros arquivados no estabelecimento. Após apuração das não- conformidades encontradas com o auxílio da lista de verificação da ANVISA, foram tomadas medidas a fim de amenizar os problemas identificados.Foram implantadas ferramentas de gerenciamento da segurança alimentar como a  padronização do processo, a implantação de Boas Práticas de Fabricação e elaboração de  Procedimentos de Higiene Operacional e a implementação de planilhas de controle e registro.  Essas ferramentas foram fundamentais para uniformização e adequação do estabelecimento reduzindo as chan ces de contaminação garantindo dessa forma maior qualidade microbiológ ica do  produto final. Palavras-chave:  padronizar; ferramentas de qualidade; segurança a limentar. Universidade Tecnoló gica Federal do Paraná - UTFPR Campu s Ponta Grossa - Paran á - Brasil ISSN 1808-0448 / v. 07, n. 01: p. 175-189, 2011 D.O.I.: 10.3895/S1808-044820110 00100009  Revista Gestão Industr ial 

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  • PADRONIZAO HIGINICA - SANITRIA EM FRIGORFICO DESUNOS, PONTA GROSSA (PR)

    HYGIENIC AND SANITARY STANDARTIZATION IN PIG SLAUGHERHOUSE, PONTA GROSSA (PR)

    Renata Louize Samulak1; Juliana Vitria Messias Bittencourt2; Antonio Carlos de Francisco3; Cezar Augusto Romano4; Giovana Fanchin Zanetti5

    1Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa Brasil [email protected]

    2Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa [email protected]

    3Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa [email protected]

    4Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa [email protected]

    5Universidade Federal do Paran- UFPR- Curitiba- [email protected]

    Resumo

    Para que se garanta um alimento com qualidade e segurana alimentar necessrio uniformizartoda a cadeia produtiva desde a obteno da matria prima at o produto final. O presente trabalho objetivou padronizar o processo de produo bem como as condies higinico-sanitrias de um abatedouro com o intuito de melhorar a qualidade do alimento reduzindo custos de produo, garantindo a competitividade das cadeias produtivas de carne. Com este propsito foiavaliado o fluxograma do processo desde a chegada dos animais at a expedio das carcaas, as condies gerais da indstria que contemplam os seguintes itens: localizao, vias de acesso interno, infra-estrutura, instalaes sanitrias e vestirios, equipamentos, utenslios, instalaes para lavagem de mos e botas, abastecimento de gua, controle integrado de pragas e sistema de tratamento de efluentes. Tambm foram analisados requisitos de higiene ambiental, de equipamentos e utenslios, higiene pessoal, uso de uniformes e equipamentos de proteo individual (EPIs) e ainda feitas verificaes sobre a existncia de documentaes e registros arquivados no estabelecimento. Aps apurao das no- conformidades encontradas com o auxlio da lista de verificao da ANVISA, foram tomadas medidas a fim de amenizar os problemas identificados.Foram implantadas ferramentas de gerenciamento da segurana alimentar como a padronizao do processo, a implantao de Boas Prticas de Fabricao e elaborao de Procedimentos de Higiene Operacional e a implementao de planilhas de controle e registro. Essas ferramentas foram fundamentais para uniformizao e adequao do estabelecimento reduzindo as chances de contaminao garantindo dessa forma maior qualidade microbiolgica do produto final.

    Palavras-chave: padronizar; ferramentas de qualidade; segurana alimentar.

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPRCampus Ponta Grossa - Paran - Brasil

    ISSN 1808-0448 / v. 07, n. 01: p. 175-189, 2011D.O.I.: 10.3895/S1808-04482011000100009

    Revista Gesto Industrial

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    Revista Gesto Industrial

    1. Introduo

    O mercado de carnes est cada vez mais competitivo e complexo no que se refere ao

    ciclo de vida e do tempo de prateleira do produto final, alm do rigoroso controle higinico

    sanitrio e da demanda por diversificao e agregao de valor. Para Peloso (2000), a produo de

    sunos vem deixando de ser uma atividade de suinocultores familiares e passando para grandes

    operaes geralmente controladas pelos sistemas corporativos. Este pode ser um fator determinante

    na agregao da qualidade desejada pelo consumidor final, cada vez mais consciente e informado

    sobre os aspectos nutricionais e sanitrios das carnes.

    Contudo nota-se que a maior parte dos matadouros frigorficos brasileiros no se encontra

    em adequadas condies de abate. Segundo Leite et al.(2009), matadouros municipais e de mdio e

    pequeno porte no chegam a atender requisitos mnimos de higiene, no garantindo um produto

    crneo livre de contaminao fsica, qumica e biolgica.

    Segundo Toledo (1997), a gesto da qualidade entendida como a abordagem

    adotada e o conjunto de prticas utilizadas para obter-se, de forma eficiente e eficaz, a qualidade

    pretendida para o produto. A gesto da qualidade de uma empresa envolve seus processos e se

    estende aos fornecedores e clientes.

    Para que se garanta a qualidade do produto final e do trabalho das pessoas envolvidas no

    processo de produo, torna-se necessrio a padronizao do fluxo de produo do estabelecimento.

    Esta deve estar de acordo com as normas oficiais e ser realizada por profissionais capacitados,

    atendendo as normas tcnicas para que se assegure a integridade do sistema de qualidade (SILVA,

    2006).

    A uniformizao do processo busca a eficincia e aplicao de padres que conduzem

    simplificao, na medida em que a uniformidade obtida, reduz a variabilidade e as excees que

    complicam o funcionamento de um sistema (GOESE et al., 2006).

    A padronizao envolve todos os procedimentos de produo, como a obteno de

    matria prima, manejo pr abate e de abate, classificao e tipificao de carcaas, resfriamento,

    embalagem e transporte. de fundamental importncia que todos esses procedimentos sejam

    monitorados por planilhas de controle e que os funcionrios os quais executam estas atividades

    sejam freqentemente treinados. Nesse sentido Ferreira et al. enfatiza a necessidade de constante

    aperfeioamento das aes de controle sanitrio na rea de alimentos. Isso levou o Ministrio da

    Sade, dentro da sua competncia, a elaborar as portarias 1428 de 26/12/1993 e 326 de

    30/7/199712, que estabelecem as orientaes necessrias para inspeo sanitria por meio da

    verificao do Sistema de Anlise de Perigo e Ponto Crtico de Controle (APPCC) da empresa

    produtora e de servios de alimentos e os aspectos que devem ser levados em conta para a aplicao

    de boas prticas de fabricao (BPF), respectivamente.

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    Revista Gesto Industrial

    As condies higinicas do ambiente de trabalho e o cumprimento das exigncias oficiais e

    legais so fatores importantes na produo e comercializao dos alimentos seguros e de qualidade.

    A carne por ser um alimento muito perecvel, necessita da utilizao de mtodos de conservao

    eficientes e eficazes, especialmente aps o abate do animal (LUNDGREN et al., 2009).

    Segundo Matsubara (2005), as boas prticas de abate reduzem os riscos de contaminao

    biolgica, qumica e fsica, elas abrangem todos os requisitos higinico-sanitrios desde instalaes,

    equipamentos, utenslios, condies da matria- prima, manejo dos animais, requisitos de higiene

    do ambiente, do manipulador, potabilidade da gua utilizada no processo, controle de pragas,

    manejo de resduos e tratamento de efluentes.

    De acordo com Borch et al. (1996), os animais so os principais geradores da carga

    microbiana, a partir do contedo gastrointestinal, pele, plos, regio orofarngea, alm dos

    operadores do ambiente. No processo de abate no h nenhum ponto onde os perigos possam ser

    eliminados completamente, porm h possibilidade de diminuir a carga microbiana mediante a

    utilizao de ferramentas da qualidade.

    A padronizao do processamento seja durante a produo, armazenamento ou transporte

    um parmetro importante para se evitar problemas relacionados a toxiinfeces alimentares, por

    isso a busca pela qualidade assegurada um fator de destaque na competio das empresas do

    mercado da carne (RICHARDS, 2003).

    O objetivo desse estudo foi padronizar as condies higinico-sanitrias do abatedouro

    utilizando como ferramentas de qualidade os manuais de boas prticas de fabricao (BPF) e os

    procedimentos operacionais padronizados (POPs), com o intuito de melhorar a qualidade do

    alimento reduzindo custos de produo, garantindo a competitividade das cadeias produtivas de

    carne.

    2. Metodologia

    2.1. Local de desenvolvimento da pesquisa

    O presente trabalho foi desenvolvido na regio de Ponta Grossa, Paran em um frigorfico

    abatedouro de sunos que atua sob Servio de Inspeo do Paran (S.I.P) e possui capacidade de

    abate de cerca de 250 sunos/dia. O processo de abate desse frigorfico segue o fluxograma descrito

    conforme a figura 1.

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    Revista Gesto Industrial

    Figura 1- Fluxograma do Processo

    Fonte: Autoria Prpria (2010)

    2.2 Estudo de campo

    A pesquisa foi desenvolvida a partir de visitas tcnicas ao estabelecimento. Com o auxlio da

    lista de verificao de Boas Prticas de Fabricao em estabelecimentos produtores/

    industrializadores de alimentos da resoluo 275/2002, anexo II, da Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria (ANVISA), a partir disto foram identificadas as no- conformidades higinico-sanitrias

    existentes no local e ento desenvolvidas a padronizao higinico-sanitria do abatedouro.

    Recepo dos Animais

    Insensibilizao

    Seringa

    Seleo dos Animais

    Banho de Asperso

    Dieta Hdrica

    Eviscerao

    Eventrao

    chamuscamento

    Depilao

    Escaldagem

    Sangria

    Inspeo

    Toalete

    Seco da carcaa ao

    lavagem

    Expedio

    Resfriamento

    Pr -abate

    abate

    Ps -abate

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    Revista Gesto Industrial

    Foram observados o fluxograma do processo desde a chegada dos animais at a expedio

    das carcaas, as condies gerais da indstria que contemplam os seguintes itens: localizao, vias

    de acesso interno, infra-estrutura, instalaes sanitrias e vestirios, equipamentos, utenslios,

    instalaes para lavagem de mos e botas, abastecimento de gua, controle integrado de pragas e

    sistema de tratamento de efluentes.

    No que diz respeito aos requisitos de higiene do estabelecimento foram avaliados a higiene:

    ambiental, de equipamentos e utenslios, higiene pessoal, uso de uniformes e equipamentos de

    proteo individual (EPIs). Ainda foram averiguados a qualificao dos funcionrios e verificado a

    existncia de documentaes e registros arquivados no estabelecimento.

    3. Resultados e discusso

    Aps avaliao das no- conformidades encontradas com o auxlio da lista de verificao da

    ANVISA, medidas foram tomadas com o intuito de amenizar os problemas identificados. Para

    tanto, se viu a necessidade de programar um sistema de controle de qualidade para padronizao das

    operaes unitrias que envolvem todo o processo de pr- abate e abate.

    Matsubara (2005), afirma que a obteno de carnes seguras quanto inocuidade e com boa

    qualidade tecnolgica depende diretamente do processamento dos sunos durante o abate. Para

    reduzir os riscos de contaminao necessrio estabelecer boas prticas que abrangem todos os

    requisitos higinico-sanitrios para sua produo.

    3.1 Processo

    O pr-abate se d desde a chegada dos animais ao frigorfico at a insensibilizao. Os

    animais ao chegarem a indstria devem ser conduzidos para as pocilgas, separados por lotes e por

    tipo (animais matriz, padro e refugo). Os animais que apresentarem problemas devem ser

    colocados em uma pocilga separada denominada pocilga de seqestro para posterior avaliao do

    veterinrio responsvel que dever caracterizar o problema e registrar em planilha identificando a

    causa, lote, data e tipo de animal. Os animais sadios devem ficar sob repouso e dieta hdrica durante

    16 a 24 horas antes do abate para reduo do contedo gastrointestinal e diminuio do estresse

    causado pelo transporte. Foram implantadas planilhas para registro de horrio de chegada dos

    animais para que o tempo de jejum recomendado seja atendido.

    A legislao recomenda o banho de asperso para reduo da carga microbiana presente no

    couro, pois ela pode ser uma fonte de contaminao durante a etapa de abate. A insensibilizao do

    animal feita com choque eltrico de alta voltagem e baixa amperagem. A Portaria 711/95

    determina a aplicao do choque atrs das orelhas do animal (fossas temporais), e tempo entre a

    insensibilizao e sangria no deve exceder 30 segundos evitando assim que o animal recupere a

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    Revista Gesto Industrial

    conscincia. Para Roa e Serrano (1994), o tempo de insensibilizao adequado evita o

    salpicamento hemorrgico garantindo melhor qualidade da carcaa.

    As etapas de abate so: sangria, escaldagem, depilao, eviscerao, corte e toalete. O ps

    abate compreende a etapa de refrigerao e expedio. A realizao adequada das operaes de

    abate bem como a higienizao dos utenslios e do ambiente de trabalho essencial para garantir a

    qualidade da carne.

    De acordo com Silveira et al. (1996), a sangria deve ser realizada na posio vertical com o

    animal pendurado pela pata traseira para que o sangue escoe em maior quantidade. Esse

    procedimento deve ser realizado rapidamente, pois afeta qualidade da carne.

    A escaldagem feita para amolecimento dos plos. Foram implantadas planilhas de controle

    de temperatura da gua, temperaturas muito elevadas podem cozinhar a carne e assim comprometer

    a carcaa. A depilao feita atravs de um equipamento denominado depiladeira que retira as

    cerdas do animal.

    Conforme Terra e Fries (2001), inevitavelmente a carcaa entra em contato com o couro,

    patas, plos, utenslios (facas), equipamentos, manipuladores (uniformes), gua de lavagem e com o

    ar do abatedouro. Os equipamentos devem ser sanitizados eficientemente e os uniformes bem

    higienizados assim como a sade dos manipuladores deve ser controlada.

    Em seguida a carcaa chamuscada com o auxlio de um lana-chamas, esse procedimento

    pode queimar a carcaa se realizado de maneira inadequada pelo funcionrio.

    A eviscerao uma etapa crtica do processo consiste na retirada das vsceras e separao

    em vermelhas e brancas. Deve-se tomar o cuidado de no perfurar os rgos evitando assim o

    extravasamento do contedo gastrointestinal. Segundo Terra (1998), perfurar o estmago, intestino

    ou contedo biliar causa contaminao e compromete o consumo da carne. Nessa etapa as vsceras

    so inspecionadas pelo veterinrio responsvel. Cabe a ele realizar um exame detalhado e caso seja

    necessrio condenar carcaas que por algum motivo, estiverem comprometidas. Planilhas de

    controle foram implantadas para facilitar esse procedimento.

    Em seguida a carcaa serrada ao meio, lavada com o auxlio de mangueira, realizado o

    toalete final, carimbada e ento segue para as cmaras- frias onde resfriada a uma temperatura

    inferior a com o intuito de evitar a proliferao de microorganismos diminuindo o tempo de vida de

    prateleira da carne. A temperatura das cmaras frias bem como o tempo de resfriamento deve ser

    monitorada.

    A legislao estabelece que a cmara-fria esteja com temperatura mdia de 0C e que a

    temperatura no interior da carcaa deve atingir 7C num perodo entre 18 a 24 horas. Para isso

    planilhas de controle foram elaboradas. O controle de resfriamento da carcaa define a qualidade

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    Revista Gesto Industrial

    final dos cortes com relao aos parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos aumentando assim o

    tempo de vida de prateleira da carne (ROA; SERRANO, 1994).

    A expedio tambm deve ser padronizada e monitorada, a temperatura em que se encontra

    a carcaa e a temperatura do caminho de transporte devem estar adequadas e registradas para

    monitoramento da etapa.

    Todas as etapas do processo elencadas acima, desde a chegada dos animais at a expedio,

    foram padronizadas e descritas no manual de boas prticas elaborado para o estabelecimento. Os

    procedimentos operacionais padronizados foram desenvolvidos com o intuito de uniformizar as

    operaes unitrias de abate para que sejam realizadas de maneira satisfatria e garantam a

    qualidade e a integridade do produto final.

    Segundo Goese et al. (2006), a abordagem da padronizao de processos uma forma

    eficaz de se organizar e gerenciar a maneira como as atividades da empresa agregam valor.

    Necessrio identificar os processos para melhorias e compreenso do negcio. Desenvolver um

    sistema que permita a mensurao e diagnstico da situao presente, prever acontecimentos

    futuros e permitir aes como o planejamento e controle de padronizao dos processos

    organizacionais so fundamentais para o desenvolvimento de estratgias que tragam alguma

    vantagem competitiva. Nesse sentido, planilhas foram implantadas conforme mostra a tabela 1.

    Tabela 1- Planilhas de controle de processo

    Etapa Nome da Planilha Preenchimento de dados Periodicidade

    Pr-Abate

    Recepo/Seleo dos animais

    Controle de recebimento de animais

    Lote, data, horrio de chegada, quantidade total de animais e quantidade por tipo (matriz, padro,

    refugo)

    A cada lote descarregado

    Identificao de Animais com

    problemaPlanilha de seqestro

    Lote, data, tipo de animal, problema identificado, n

    total de animais com problema por lote

    A cada lote descarregado

    Insensibilizao

    Controle de manuteno e calibrao de

    equipamentos (choque eltrico)

    Data, tipo de manuteno ( preventiva/ emergncia),

    problema identificado

    Semanalmente ou quando

    houver necessidade

    Abate

    EscaldagemControle de temperatura do tanque de escaldagem

    Data, temperatura 1, temperatura 2

    2 tomadas de temperatura

    Eviscerao Planilhas do SIP/POADevem ser preenchidas

    pelo veterinrio da inspeo

    Sempre que houver abate

    Ps abate

    Resfriamento

    Planilha de controle de temperatura de cmara-

    fria

    Data, temperatura1, temperatura 2, temperatura 3,

    Diariamente fazer 3

    tomadas de temperatura

    Planilha de controle de temperatura do interior

    da carcaa

    Data, horrio de entrada, horrio de sada,

    temperatura da carcaa

    A cada lote que for armazenado na cmara fria

    ExpedioControle de temperatura

    do caminhoData, horrio e

    temperatura do caminhoSempre que

    houver

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    Revista Gesto Industrial

    Fonte: Autoria Prpria (2010)

    Silva (2004), afirma que a probabilidade de contaminao da carne durante o processo de

    abate alta, por isso a necessidade de praticar procedimentos corretos e padronizados, prevenindo

    assim a contaminao cruzada com higiene permanente e controle minucioso dos pontos

    considerados crticos.

    3.2 Condies gerais do frigorfico

    A localizao no est de acordo com as normas da legislao, pois existem lugares sujeitos

    a inundaes devido existncia de rio prximo ao estabelecimento tambm ofereciam risco de

    proliferao de pragas pelo acmulo de materiais em desuso. As vias de acesso interno propiciavam

    o acmulo de gua empoada. De acordo com a Portaria 368/97 do Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento os estabelecimentos devero estar situados, preferivelmente, em zonas

    isentas de odores indesejveis, fumaa, poeira e outros contaminantes, e que no estejam expostas a

    inundaes e as vias internas e reas utilizadas pelo estabelecimento, que se encontram dentro do

    seu limite perimetral, devero ter uma superfcie compacta e/ou pavimentada, apta para o trfego de

    veculos. Devem possuir escoamento adequado, assim como meios que permitam a sua limpeza.

    Partindo desse contexto houve a necessidade de retirar os materiais em desuso e recobrir o terreno

    com brita para minimizar os riscos de contaminao.

    A infra-estrutura do local estava necessitando de manuteno. Para que uma indstria de

    alimentos atendam as condies higinico-sanitrias desejveis preciso que sua construo facilite

    a higienizao evitando assim a proliferao de microorganismos.

    A parede, tetos devem ser lavveis, impermeveis e lisos assim como o piso que deve

    possuir declividade de 2% evitando o empoamento de gua e com cantos abaulados com o intuito

    de impedir acmulo de sujidades e possvel formao de biofilmes . As janelas devem ser

    revestidas com telas e os ralos devem possuir protetores a fim de evitar a passagem de pragas e

    vetores. As instalaes eltricas devem ser revestidas com protetores. O fluxo deve ser contnuo

    para impedir a contaminao cruzada (BRASIL, 1995).

    Os equipamentos e utenslios devem ser constitudos de material de fcil limpeza. A

    madeira, amianto e matrias rugosos e porosos devem ser evitados, pois propiciam a proliferao

    microbiana. A manuteno fundamental para uniformizao do processo. Nesse sentido planilhas

    de calibrao e manuteno preventiva foram implantadas.

    carregamento

    Todas as etapasPlanilha de controle de

    temperatura de esterilizadores

    Data, temperatura 1, temperatura 2

    Durante abate 2 tomadas de temperatura

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    Revista Gesto Industrial

    fundamental a existncia de barreiras sanitrias, para impedir que microorganismos sejam

    levados para dentro da rea de produo, como o pedilvio, lavadores de botas e pias para lavagem

    das mos que devem possuir solues detergentes e sanitizantes (SILVA, 2006).

    As instalaes sanitrias devem possuir lavatrios e dispor de produtos destinados higiene

    pessoal como sabonete lquido inodoro anti-sptico, papel higinico e toalhas de papel no-

    reciclados (BRASIL, 1997).

    O estabelecimento deve ser abastecido com gua potvel e possuir nmero de reservatrios

    compatveis com a demanda. Para garantir a qualidade da gua, a clorao deve ser controlada e

    anlises microbiolgicas realizadas trimestralmente. As caixas de gua tambm devem ser

    higienizadas com freqncia (BRASIL, 2002). Para monitoramento do sistema de abastecimento de

    gua planilhas foram implantadas.

    O controle integrado de pragas so aes que reduzem e impedem a presena de insetos,

    roedores no permetro da indstria e geralmente realizado por empresas terceirizadas. Esse

    controle garante a reduo de riscos de contaminao biolgica. A resoluo RDC n 18 de 29 de

    fevereiro de 2000, dispe sobre Normas Gerais para funcionamento de Empresas Especializadas na

    prestao de servios de controle de vetores e pragas urbanas. Esta norma tem como objetivo

    estabelecer diretrizes, definies e condies gerais para o funcionamento das Empresas

    Especializadas controladoras de pragas urbanas, visando o cumprimento das Boas Prticas

    Operacionais, a fim de garantir a qualidade e segurana do servio prestado e minimizar o impacto

    ao ambiente, sade do consumidor e do aplicador (BRASIL, 2000).

    O sistema de tratamento de efluentes do abatedouro constitudo por caixas retentoras de

    gordura e lagoas de tratamento. Foi verificado que existe acompanhamento por empresas

    terceirizadas que realizam a manuteno e fazem anlises peridicas, porm no foram encontradas

    planilhas de controle efetivo desse procedimento. Segundo Scarassati et al. (2003), importante

    realizar o tratamento, pois os efluentes so agentes poluidores das guas em ameaa sade

    pblica.

    3.3 Condies higinico-sanitrias

    Foi observada a inexistncia de procedimentos padronizados de higiene. Para tanto foi

    implementado um gerenciamento de segurana alimentar utilizando como ferramenta os

    procedimentos de higiene operacional. De acordo com PROFIQUA (1995), as etapas de

    higienizao geral (rea de produo) de equipamentos e utenslios que consistem em:

    Remoo dos resduos- consiste na limpeza grosseira dos resduos em contato com a superfcie com auxlio de abrasivos fsicos;

    Pr- lavagem- remoo utilizando apenas gua preferencialmente morna;

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    Revista Gesto Industrial

    Lavagem remoo dos resduos pelo uso de solues detergentes; Enxge- remoo da soluo detergente utilizando gua; Sanificao- Reduo de microorganismos pelo uso de soluo sanificante com

    tempo de contato de 10-15 minutos;

    Enxgue- Remoo da soluo sanificante quando necessrio.

    Foi estabelecida a periodicidade de higienizao de acordo com o tipo de superfcie a ser

    higienizada como mostra a tabela 2. Para determinao dessa freqncia observou-se o risco de

    contaminao oferecido por cada local bem como a possvel formao de biofilmes.

    Tabela 2- Periodicidade de higienizao

    Local Periodicidade

    Bancadas, equipamentos, utenslios, mesas de apoio Aps o uso

    -pisos, rodaps e ralos;-todas as reas de lavagem e de produo, maanetas, lavatrios (pias);-sanitrios cadeiras e mesas; monoblocos e recipientes de lixo;-Paredes na altura das bancadas

    Dirio

    Paredes, portas, janelas, prateleiras (armrios), coifa, geladeiras, cmaras e freezers Semanal

    rea de estoque e estrados Quinzenal

    Luminrias, interruptores; tomadas, telas Mensal

    Reservatrio de gua Semestral

    Fonte: Adaptado de Silva (1996)

    Com relao higiene pessoal foi relatada pela direo do estabelecimento a necessidade de

    orientao aos funcionrios com relao a esse requisito, pois nunca houve treinamento adequado.

    Segundo Silva (1996), a higiene pessoal um dos requisitos mais importantes relacionado higiene

    de alimentos, pois o homem direta ou indiretamente responsvel pela contaminao de alimentos

    durante a manipulao. Para solucionar o problema, foram propostos treinamentos referentes a

    higiene correta de mos, uso de uniformes e EPIs aos funcionrios.

    Gamarra (2007) refora a necessidade dos cuidados higinico-sanitrios que os funcionrios

    devem ter e o cumprimento dos procedimentos de controle da qualidade em todas as etapas do abate

    para evitar a contaminao cruzada.

    3.4 Registros e documentos

    No foi identificado no abatedouro nenhum tipo de documentao como Manuais de Boas

    Prticas, Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) e Procedimentos de Higiene

    Operacional (PPHOs), Planilhas de registro de todo o processo. Esses documentos so ferramentas

    de gesto da segurana alimentar, pois ajudam a diminuir os riscos de contaminao durante a

    produo do alimento. So inmeras as vantagens da implantao destes programas, dentre elas

  • 185

    Revista Gesto Industrial

    podemos enumerar a adequao legislao vigente, obteno de alimentos seguros, satisfao do

    consumidor e reduo de gastos com produtos recolhidos do mercado (MICHALCZYSZYN et al.,

    2008).

    Partindo desse contexto houve a necessidade de elaborao e implantao de tais

    ferramentas para que o estabelecimento pudesse dar incio ao processo de uniformizao atravs do

    estabelecimento de procedimentos padres em conformidade com as exigncias da legislao

    vigente, descritos e documentados sob a forma de manuais. As planilhas de registro visam controlar

    de forma rotineira a correta execuo das atividades descritas nos manuais. A partir desse controle

    possvel evitar a contaminao direta ou cruzada e a adulterao do produto, preservando dessa

    forma a integridade do alimento.

    3.5 Capacitao dos funcionrios

    Segundo relatado pela alta direo do frigorfico, a maioria dos funcionrios contratados no

    apresentam qualificao. A grande rotatividade de operrios, comum em atividades de abate,

    acarreta dificuldade de contratao de mo de obra capacitada, que interfere diretamente na

    implantao da padronizao do processo, pois essa padronizao depende da atuao correta do

    funcionrio.

    Goese et al. (2006), acredita que muitas vezes, o mau desempenho de um operrio

    causado por fora reflexiva de outro colega, do responsvel pelo setor, ou da poltica da empresa

    em no reconhecer e valorizar os seus recursos humanos. Entre outros, o autor cita: o trabalho no

    distribudo eqitativamente, alguns funcionrios ficam sobrecarregados, tendo at que fazer horas

    extras e outros ociosos, colaboradores executando tarefas superiores ou inferiores sua capacitao

    profissional.

    Alm disso, os manipuladores de alimentos tm importante papel na veiculao de

    microorganismos para o alimento manipulado, porm, na maioria das vezes no so treinados para

    os princpios de suas funes ignorando princpios de higiene e boas atitudes de trabalho. A

    finalidade do treinamento de manipuladores possibilitar-lhes princpios tericos e prticos a fim

    de capacit-los para executar atividades na rea de alimentos (ANDREOTTI, 2003).

    Para minimizar o problema da falta de qualificao de mo de obra, palestras e treinamentos

    relativos aos procedimentos de abate, limpeza e higienizao foram ministradas aos funcionrios da

    produo. O treinamento deve ser peridico, pois no possvel realizar mudanas estruturais sem

    que haja colaborao constante por parte dos funcionrios (FIGUEIREDO; COSTA NETO, 2001).

    A uniformidade das etapas do processo desde a chegada da matria-prima at a expedio

    incluindo a higienizao da estrutura, equipamentos e utenslios auxilia na organizao da empresa

    de forma eficaz, tornando um diferencial imprescindvel em relao a concorrncia, aumentando

  • 186

    Revista Gesto Industrial

    dessa forma a competitividade no mercado pois o estabelecimento oferece ao consumidor um

    produto com qualidade assegurada.

    De acordo com Toledo et al. (2000), apesar das empresas agro alimentares brasileiras

    reconhecerem a importncia da inspeo e da padronizao dos processos, pouco compreendem ou

    exploram a gesto da qualidade de maneira estratgica, ou seja, como forma de melhoria na

    competitividade da empresa por meio da satisfao dos clientes, diferenciando seus produtos no

    atributo qualidade.

    A padronizao dos processos ajuda no controle dos processos, a qualificao e

    desenvolvimento da equipe e aplicao de tecnologias, que gera um padro de qualidade

    reconhecido pelos clientes, reduzindo as incertezas quanto satisfao de suas expectativas e

    possibilita uma melhor utilizao dos seus recursos e conseqentemente a reduo dos custos

    (GOESE et al., 2006).

    4. Concluso

    A padronizao higinico-sanitria do abatedouro com o auxlio de ferramentas de

    gerenciamento de segurana alimentar, como os manuais de boas prticas de fabricao e os

    procedimentos operacionais padronizados se fez necessria para garantir a uniformidade do

    processo produtivo resultando em qualidade e segurana da carne produzida e comercializada,

    reduo de desperdcios e aumento dos lucros alm de proporcionar ao estabelecimento maior

    competitividade no setor de carnes e facilitar um futuro processo de certificao dos seus produtos.

    Abstract

    To ensure that a food quality and food safety is necessary to standardize the entire production chain from the acquisition of raw material to finished product. This study aimed to standardize the production process and the sanitary conditions of a slaughterhouse in order to improve food quality by reducing production costs, ensuring the competitiveness of meat production chains. With this purpose we have evaluated the process flowchart since the arrival of the animals to the carcasses shipment, the general conditions of the industry which include the following items: location, internal access roads, infrastructure, toilets and changing facilities, equipment, utensils facilities for washing hands and boots, water, integrated pest management and effluent treatment system. Were also analyzed environmental hygiene requirements, equipment and utensils, personal hygiene, uniforms usage and personal protective equipment (PPE) and also made checks on the documentation existence and records filed in the establishment. After nonconformities found counting using the ANVISA checklist, measures were taken to mitigate identified problems. Management tools of food security were implemented as the standardization process, the implementation of Good Manufacturing Practices and Procedures development and implementation of Hygiene Operational control sheets and registration. These tools were fundamental to establishing uniformity and appropriateness of reducing the contamination chances thereby ensuring greater microbiological quality of the final product.

    Key-words: standardize; quality tools; safety food.

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    Nome completo: Renata Louize Samulak

    Filiao institucional: Universidade Tecnolgica Federal do Paran- UTFPR

    Funo ou cargo ocupado: aluna de especializao em Gesto Industrial: Conhecimento e Inovao

    Endereo completo para correspondncia (bairro, cidade, estado, pas e CEP): Rua Dr. Joaquim de

    Paula Xavier, 460. Jardim Amrica. Ponta Grossa, PR, BRASIL. CEP 84050-000

    Telefones para contato: (42) 9913-2166

    e-mail: [email protected]

    Nome completo: Juliana Vitria Messias Bittencourt

    Filiao institucional: Universidade Tecnolgica Federal do Paran- UTFPR

    Departamento: Engenharia de Produo

    Funo ou cargo ocupado: professora doutora

    Endereo completo para correspondncia (bairro, cidade, estado, pas e CEP): Universidade

    Tecnolgica Federal do Paran, Campus Ponta Grossa. Av: Monteiro Lobato s/n km 4 .CEP:

    84016-210 - Ponta Grossa, PR - Brasil - Caixa-Postal: 157

    Telefones para contato: (42) 4232204823

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    e-mail: [email protected]

    Nome completo: Antnio Carlos de Francisco

    Filiao institucional: Universidade Tecnolgica Federal do Paran- UTFPR

    Departamento: Departamento de Ps Graduao

    Funo ou cargo ocupado: Professor doutor

    Endereo completo para correspondncia (bairro, cidade, estado, pas e CEP): Av. Monteiro

    Lobato, Km 04. CEP 84016-210 - Ponta Grossa, PR - Brasil - Caixa-Postal: 20

    Telefones para contato: Fone: (42) 32204876 Fax: (42) 32204805

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    Nome completo: Cezar Augusto Romano

    Filiao Institucional: Universidade Tecnolgica federal do Paran- UTFPR

    Departamento: Departamento acadmico de Construo Civil

    Funo ou cargo ocupado: professor doutor

    Endereo completo para correspondncia (bairro, cidade, estado, pas e CEP): Avenida Sete de

    Setembro n 3.165, Rebouas. CEP: 80230-901 - Curitiba, PR - Brasil

    Telefones para contato: (41) 3310-4600 /(41) 33104603

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    Nome completo: Giovana Fanchin Zanetti

    Filiao institucional: Universidade Federal do Paran- UFPR

    Departamento: Cincias Agrrias

    Funo ou cargo ocupado: aluna de mestrado em Cincias Veterinrias

    Endereo completo para correspondncia (bairro, cidade, estado, pas e CEP): Rua Xavier da Silva,

    440. Ap. N 42. CEP 84010-250. Ponta Grossa, PR, Brasil

    Telefones para contato: (42) 3224-2231/ (42) 8835-0095

    e-mail: [email protected]

    Enviado em: 09/06/2010

    Aprovado em: 28/02/2011

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR

    Campus Ponta Grossa - Paran - Brasil

    ISSN 1808-0448 / v. 07, n. 01: p. 175-189, 2011

    D.O.I.: 10.3895/S1808-04482011000100009

    Revista Gesto Industrial

    PADRONIZAO HIGINICA - SANITRIA EM FRIGORFICO DE SUNOS, PONTA GROSSA (PR)

    HYGIENIC AND SANITARY STANDARTIZATION IN PIG SLAUGHERHOUSE, PONTA GROSSA (PR)

    Renata Louize Samulak1; Juliana Vitria Messias Bittencourt2; Antonio Carlos de Francisco3; Cezar Augusto Romano4; Giovana Fanchin Zanetti5

    1Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa Brasil [email protected]

    2Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa Brasil

    [email protected]

    3Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa Brasil

    [email protected]

    4Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Ponta Grossa Brasil

    [email protected]

    5Universidade Federal do Paran- UFPR- Curitiba- Brasil

    [email protected]

    Resumo

    Para que se garanta um alimento com qualidade e segurana alimentar necessrio uniformizar toda a cadeia produtiva desde a obteno da matria prima at o produto final. O presente trabalho objetivou padronizar o processo de produo bem como as condies higinico-sanitrias de um abatedouro com o intuito de melhorar a qualidade do alimento reduzindo custos de produo, garantindo a competitividade das cadeias produtivas de carne. Com este propsito foi avaliado o fluxograma do processo desde a chegada dos animais at a expedio das carcaas, as condies gerais da indstria que contemplam os seguintes itens: localizao, vias de acesso interno, infra-estrutura, instalaes sanitrias e vestirios, equipamentos, utenslios, instalaes para lavagem de mos e botas, abastecimento de gua, controle integrado de pragas e sistema de tratamento de efluentes. Tambm foram analisados requisitos de higiene ambiental, de equipamentos e utenslios, higiene pessoal, uso de uniformes e equipamentos de proteo individual (EPIs) e ainda feitas verificaes sobre a existncia de documentaes e registros arquivados no estabelecimento. Aps apurao das no- conformidades encontradas com o auxlio da lista de verificao da ANVISA, foram tomadas medidas a fim de amenizar os problemas identificados.Foram implantadas ferramentas de gerenciamento da segurana alimentar como a padronizao do processo, a implantao de Boas Prticas de Fabricao e elaborao de Procedimentos de Higiene Operacional e a implementao de planilhas de controle e registro. Essas ferramentas foram fundamentais para uniformizao e adequao do estabelecimento reduzindo as chances de contaminao garantindo dessa forma maior qualidade microbiolgica do produto final.

    Palavras-chave: padronizar; ferramentas de qualidade; segurana alimentar.

    1. Introduo

    O mercado de carnes est cada vez mais competitivo e complexo no que se refere ao ciclo de vida e do tempo de prateleira do produto final, alm do rigoroso controle higinico sanitrio e da demanda por diversificao e agregao de valor. Para Peloso (2000), a produo de sunos vem deixando de ser uma atividade de suinocultores familiares e passando para grandes operaes geralmente controladas pelos sistemas corporativos. Este pode ser um fator determinante na agregao da qualidade desejada pelo consumidor final, cada vez mais consciente e informado sobre os aspectos nutricionais e sanitrios das carnes.

    Contudo nota-se que a maior parte dos matadouros frigorficos brasileiros no se encontra em adequadas condies de abate. Segundo Leite et al.(2009), matadouros municipais e de mdio e pequeno porte no chegam a atender requisitos mnimos de higiene, no garantindo um produto crneo livre de contaminao fsica, qumica e biolgica.

    Segundo Toledo (1997), a gesto da qualidade entendida como a abordagem adotada e o conjunto de prticas utilizadas para obter-se, de forma eficiente e eficaz, a qualidade pretendida para o produto. A gesto da qualidade de uma empresa envolve seus processos e se estende aos fornecedores e clientes.

    Para que se garanta a qualidade do produto final e do trabalho das pessoas envolvidas no processo de produo, torna-se necessrio a padronizao do fluxo de produo do estabelecimento. Esta deve estar de acordo com as normas oficiais e ser realizada por profissionais capacitados, atendendo as normas tcnicas para que se assegure a integridade do sistema de qualidade (SILVA, 2006).

    A uniformizao do processo busca a eficincia e aplicao de padres que conduzem simplificao, na medida em que a uniformidade obtida, reduz a variabilidade e as excees que complicam o funcionamento de um sistema (GOESE et al., 2006).

    A padronizao envolve todos os procedimentos de produo, como a obteno de matria prima, manejo pr abate e de abate, classificao e tipificao de carcaas, resfriamento, embalagem e transporte. de fundamental importncia que todos esses procedimentos sejam monitorados por planilhas de controle e que os funcionrios os quais executam estas atividades sejam freqentemente treinados. Nesse sentido Ferreira et al. enfatiza a necessidade de constante aperfeioamento das aes de controle sanitrio na rea de alimentos. Isso levou o Ministrio da Sade, dentro da sua competncia, a elaborar as portarias 1428 de 26/12/1993 e 326 de 30/7/199712, que estabelecem as orientaes necessrias para inspeo sanitria por meio da verificao do Sistema de Anlise de Perigo e Ponto Crtico de Controle (APPCC) da empresa produtora e de servios de alimentos e os aspectos que devem ser levados em conta para a aplicao

    de boas prticas de fabricao (BPF), respectivamente.

    As condies higinicas do ambiente de trabalho e o cumprimento das exigncias oficiais e legais so fatores importantes na produo e comercializao dos alimentos seguros e de qualidade. A carne por ser um alimento muito perecvel, necessita da utilizao de mtodos de conservao eficientes e eficazes, especialmente aps o abate do animal (LUNDGREN et al., 2009).

    Segundo Matsubara (2005), as boas prticas de abate reduzem os riscos de contaminao biolgica, qumica e fsica, elas abrangem todos os requisitos higinico-sanitrios desde instalaes, equipamentos, utenslios, condies da matria- prima, manejo dos animais, requisitos de higiene do ambiente, do manipulador, potabilidade da gua utilizada no processo, controle de pragas, manejo de resduos e tratamento de efluentes.

    De acordo com Borch et al. (1996), os animais so os principais geradores da carga microbiana, a partir do contedo gastrointestinal, pele, plos, regio orofarngea, alm dos operadores do ambiente. No processo de abate no h nenhum ponto onde os perigos possam ser eliminados completamente, porm h possibilidade de diminuir a carga microbiana mediante a utilizao de ferramentas da qualidade.

    A padronizao do processamento seja durante a produo, armazenamento ou transporte um parmetro importante para se evitar problemas relacionados a toxiinfeces alimentares, por isso a busca pela qualidade assegurada um fator de destaque na competio das empresas do mercado da carne (RICHARDS, 2003).

    O objetivo desse estudo foi padronizar as condies higinico-sanitrias do abatedouro utilizando como ferramentas de qualidade os manuais de boas prticas de fabricao (BPF) e os procedimentos operacionais padronizados (POPs), com o intuito de melhorar a qualidade do alimento reduzindo custos de produo, garantindo a competitividade das cadeias produtivas de carne.

    2. Metodologia

    2.1. Local de desenvolvimento da pesquisa

    O presente trabalho foi desenvolvido na regio de Ponta Grossa, Paran em um frigorfico abatedouro de sunos que atua sob Servio de Inspeo do Paran (S.I.P) e possui capacidade de abate de cerca de 250 sunos/dia. O processo de abate desse frigorfico segue o fluxograma descrito conforme a figura 1.

    Figura 1- Fluxograma do Processo

    Fonte: Autoria Prpria (2010)

    2.2 Estudo de campo

    A pesquisa foi desenvolvida a partir de visitas tcnicas ao estabelecimento. Com o auxlio da lista de verificao de Boas Prticas de Fabricao em estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos da resoluo 275/2002, anexo II, da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), a partir disto foram identificadas as no- conformidades higinico-sanitrias existentes no local e ento desenvolvidas a padronizao higinico-sanitria do abatedouro.

    Foram observados o fluxograma do processo desde a chegada dos animais at a expedio das carcaas, as condies gerais da indstria que contemplam os seguintes itens: localizao, vias de acesso interno, infra-estrutura, instalaes sanitrias e vestirios, equipamentos, utenslios, instalaes para lavagem de mos e botas, abastecimento de gua, controle integrado de pragas e sistema de tratamento de efluentes.

    No que diz respeito aos requisitos de higiene do estabelecimento foram avaliados a higiene: ambiental, de equipamentos e utenslios, higiene pessoal, uso de uniformes e equipamentos de proteo individual (EPIs). Ainda foram averiguados a qualificao dos funcionrios e verificado a existncia de documentaes e registros arquivados no estabelecimento.

    3. Resultados e discusso

    Aps avaliao das no- conformidades encontradas com o auxlio da lista de verificao da ANVISA, medidas foram tomadas com o intuito de amenizar os problemas identificados. Para tanto, se viu a necessidade de programar um sistema de controle de qualidade para padronizao das operaes unitrias que envolvem todo o processo de pr- abate e abate.

    Matsubara (2005), afirma que a obteno de carnes seguras quanto inocuidade e com boa qualidade tecnolgica depende diretamente do processamento dos sunos durante o abate. Para reduzir os riscos de contaminao necessrio estabelecer boas prticas que abrangem todos os requisitos higinico-sanitrios para sua produo.

    3.1 Processo

    O pr-abate se d desde a chegada dos animais ao frigorfico at a insensibilizao. Os animais ao chegarem a indstria devem ser conduzidos para as pocilgas, separados por lotes e por tipo (animais matriz, padro e refugo). Os animais que apresentarem problemas devem ser colocados em uma pocilga separada denominada pocilga de seqestro para posterior avaliao do veterinrio responsvel que dever caracterizar o problema e registrar em planilha identificando a causa, lote, data e tipo de animal. Os animais sadios devem ficar sob repouso e dieta hdrica durante 16 a 24 horas antes do abate para reduo do contedo gastrointestinal e diminuio do estresse causado pelo transporte. Foram implantadas planilhas para registro de horrio de chegada dos animais para que o tempo de jejum recomendado seja atendido.

    A legislao recomenda o banho de asperso para reduo da carga microbiana presente no couro, pois ela pode ser uma fonte de contaminao durante a etapa de abate. A insensibilizao do animal feita com choque eltrico de alta voltagem e baixa amperagem. A Portaria 711/95 determina a aplicao do choque atrs das orelhas do animal (fossas temporais), e tempo entre a insensibilizao e sangria no deve exceder 30 segundos evitando assim que o animal recupere a conscincia. Para Roa e Serrano (1994), o tempo de insensibilizao adequado evita o salpicamento hemorrgico garantindo melhor qualidade da carcaa.

    As etapas de abate so: sangria, escaldagem, depilao, eviscerao, corte e toalete. O ps abate compreende a etapa de refrigerao e expedio. A realizao adequada das operaes de abate bem como a higienizao dos utenslios e do ambiente de trabalho essencial para garantir a qualidade da carne.

    De acordo com Silveira et al. (1996), a sangria deve ser realizada na posio vertical com o animal pendurado pela pata traseira para que o sangue escoe em maior quantidade. Esse procedimento deve ser realizado rapidamente, pois afeta qualidade da carne.

    A escaldagem feita para amolecimento dos plos. Foram implantadas planilhas de controle de temperatura da gua, temperaturas muito elevadas podem cozinhar a carne e assim comprometer a carcaa. A depilao feita atravs de um equipamento denominado depiladeira que retira as cerdas do animal.

    Conforme Terra e Fries (2001), inevitavelmente a carcaa entra em contato com o couro, patas, plos, utenslios (facas), equipamentos, manipuladores (uniformes), gua de lavagem e com o ar do abatedouro. Os equipamentos devem ser sanitizados eficientemente e os uniformes bem higienizados assim como a sade dos manipuladores deve ser controlada.

    Em seguida a carcaa chamuscada com o auxlio de um lana-chamas, esse procedimento pode queimar a carcaa se realizado de maneira inadequada pelo funcionrio.

    A eviscerao uma etapa crtica do processo consiste na retirada das vsceras e separao em vermelhas e brancas. Deve-se tomar o cuidado de no perfurar os rgos evitando assim o extravasamento do contedo gastrointestinal. Segundo Terra (1998), perfurar o estmago, intestino ou contedo biliar causa contaminao e compromete o consumo da carne. Nessa etapa as vsceras so inspecionadas pelo veterinrio responsvel. Cabe a ele realizar um exame detalhado e caso seja necessrio condenar carcaas que por algum motivo, estiverem comprometidas. Planilhas de controle foram implantadas para facilitar esse procedimento.

    Em seguida a carcaa serrada ao meio, lavada com o auxlio de mangueira, realizado o toalete final, carimbada e ento segue para as cmaras- frias onde resfriada a uma temperatura inferior a com o intuito de evitar a proliferao de microorganismos diminuindo o tempo de vida de prateleira da carne. A temperatura das cmaras frias bem como o tempo de resfriamento deve ser monitorada.

    A legislao estabelece que a cmara-fria esteja com temperatura mdia de 0C e que a temperatura no interior da carcaa deve atingir 7C num perodo entre 18 a 24 horas. Para isso planilhas de controle foram elaboradas. O controle de resfriamento da carcaa define a qualidade final dos cortes com relao aos parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos aumentando assim o tempo de vida de prateleira da carne (ROA; SERRANO, 1994).

    A expedio tambm deve ser padronizada e monitorada, a temperatura em que se encontra a carcaa e a temperatura do caminho de transporte devem estar adequadas e registradas para monitoramento da etapa.

    Todas as etapas do processo elencadas acima, desde a chegada dos animais at a expedio, foram padronizadas e descritas no manual de boas prticas elaborado para o estabelecimento. Os procedimentos operacionais padronizados foram desenvolvidos com o intuito de uniformizar as operaes unitrias de abate para que sejam realizadas de maneira satisfatria e garantam a qualidade e a integridade do produto final.

    Segundo Goese et al. (2006), a abordagem da padronizao de processos uma forma eficaz de se organizar e gerenciar a maneira como as atividades da empresa agregam valor. Necessrio identificar os processos para melhorias e compreenso do negcio. Desenvolver um sistema que permita a mensurao e diagnstico da situao presente, prever acontecimentos futuros e permitir aes como o planejamento e controle de padronizao dos processos organizacionais so fundamentais para o desenvolvimento de estratgias que tragam alguma vantagem competitiva. Nesse sentido, planilhas foram implantadas conforme mostra a tabela 1.

    Tabela 1- Planilhas de controle de processo

    Etapa

    Nome da Planilha

    Preenchimento de dados

    Periodicidade

    Pr- Abate

    Recepo/Seleo dos animais

    Controle de recebimento de animais

    Lote, data, horrio de chegada, quantidade total de animais e quantidade por tipo (matriz, padro, refugo)

    A cada lote descarregado

    Identificao de Animais com problema

    Planilha de seqestro

    Lote, data, tipo de animal, problema identificado, n total de animais com problema por lote

    A cada lote descarregado

    Insensibilizao

    Controle de manuteno e calibrao de equipamentos (choque eltrico)

    Data, tipo de manuteno ( preventiva/ emergncia), problema identificado

    Semanalmente ou quando houver necessidade

    Abate

    Escaldagem

    Controle de temperatura do tanque de escaldagem

    Data, temperatura 1, temperatura 2

    2 tomadas de temperatura

    Eviscerao

    Planilhas do SIP/POA

    Devem ser preenchidas pelo veterinrio da inspeo

    Sempre que houver abate

    Ps abate

    Resfriamento

    Planilha de controle de temperatura de cmara-fria

    Data, temperatura1, temperatura 2, temperatura 3,

    Diariamente fazer 3 tomadas de temperatura

    Planilha de controle de temperatura do interior da carcaa

    Data, horrio de entrada, horrio de sada, temperatura da carcaa

    A cada lote que for armazenado na cmara fria

    Expedio

    Controle de temperatura do caminho

    Data, horrio e temperatura do caminho

    Sempre que houver carregamento

    Todas as etapas

    Planilha de controle de temperatura de esterilizadores

    Data, temperatura 1, temperatura 2

    Durante abate 2 tomadas de temperatura

    Fonte: Autoria Prpria (2010)

    Silva (2004), afirma que a probabilidade de contaminao da carne durante o processo de abate alta, por isso a necessidade de praticar procedimentos corretos e padronizados, prevenindo assim a contaminao cruzada com higiene permanente e controle minucioso dos pontos considerados crticos.

    3.2 Condies gerais do frigorfico

    A localizao no est de acordo com as normas da legislao, pois existem lugares sujeitos a inundaes devido existncia de rio prximo ao estabelecimento tambm ofereciam risco de proliferao de pragas pelo acmulo de materiais em desuso. As vias de acesso interno propiciavam o acmulo de gua empoada. De acordo com a Portaria 368/97 do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento os estabelecimentos devero estar situados, preferivelmente, em zonas isentas de odores indesejveis, fumaa, poeira e outros contaminantes, e que no estejam expostas a inundaes e as vias internas e reas utilizadas pelo estabelecimento, que se encontram dentro do seu limite perimetral, devero ter uma superfcie compacta e/ou pavimentada, apta para o trfego de veculos. Devem possuir escoamento adequado, assim como meios que permitam a sua limpeza. Partindo desse contexto houve a necessidade de retirar os materiais em desuso e recobrir o terreno com brita para minimizar os riscos de contaminao.

    A infra-estrutura do local estava necessitando de manuteno. Para que uma indstria de alimentos atendam as condies higinico-sanitrias desejveis preciso que sua construo facilite a higienizao evitando assim a proliferao de microorganismos.

    A parede, tetos devem ser lavveis, impermeveis e lisos assim como o piso que deve possuir declividade de 2% evitando o empoamento de gua e com cantos abaulados com o intuito de impedir acmulo de sujidades e possvel formao de biofilmes . As janelas devem ser revestidas com telas e os ralos devem possuir protetores a fim de evitar a passagem de pragas e vetores. As instalaes eltricas devem ser revestidas com protetores. O fluxo deve ser contnuo para impedir a contaminao cruzada (BRASIL, 1995).

    Os equipamentos e utenslios devem ser constitudos de material de fcil limpeza. A madeira, amianto e matrias rugosos e porosos devem ser evitados, pois propiciam a proliferao microbiana. A manuteno fundamental para uniformizao do processo. Nesse sentido planilhas de calibrao e manuteno preventiva foram implantadas.

    fundamental a existncia de barreiras sanitrias, para impedir que microorganismos sejam levados para dentro da rea de produo, como o pedilvio, lavadores de botas e pias para lavagem das mos que devem possuir solues detergentes e sanitizantes (SILVA, 2006).

    As instalaes sanitrias devem possuir lavatrios e dispor de produtos destinados higiene pessoal como sabonete lquido inodoro anti-sptico, papel higinico e toalhas de papel no-reciclados (BRASIL, 1997).

    O estabelecimento deve ser abastecido com gua potvel e possuir nmero de reservatrios compatveis com a demanda. Para garantir a qualidade da gua, a clorao deve ser controlada e anlises microbiolgicas realizadas trimestralmente. As caixas de gua tambm devem ser higienizadas com freqncia (BRASIL, 2002). Para monitoramento do sistema de abastecimento de gua planilhas foram implantadas.

    O controle integrado de pragas so aes que reduzem e impedem a presena de insetos, roedores no permetro da indstria e geralmente realizado por empresas terceirizadas. Esse controle garante a reduo de riscos de contaminao biolgica. A resoluo RDC n 18 de 29 de fevereiro de 2000, dispe sobre Normas Gerais para funcionamento de Empresas Especializadas na prestao de servios de controle de vetores e pragas urbanas. Esta norma tem como objetivo estabelecer diretrizes, definies e condies gerais para o funcionamento das Empresas Especializadas controladoras de pragas urbanas, visando o cumprimento das Boas Prticas Operacionais, a fim de garantir a qualidade e segurana do servio prestado e minimizar o impacto ao ambiente, sade do consumidor e do aplicador (BRASIL, 2000).

    O sistema de tratamento de efluentes do abatedouro constitudo por caixas retentoras de gordura e lagoas de tratamento. Foi verificado que existe acompanhamento por empresas terceirizadas que realizam a manuteno e fazem anlises peridicas, porm no foram encontradas planilhas de controle efetivo desse procedimento. Segundo Scarassati et al. (2003), importante realizar o tratamento, pois os efluentes so agentes poluidores das guas em ameaa sade pblica.

    3.3 Condies higinico-sanitrias

    Foi observada a inexistncia de procedimentos padronizados de higiene. Para tanto foi implementado um gerenciamento de segurana alimentar utilizando como ferramenta os procedimentos de higiene operacional. De acordo com PROFIQUA (1995), as etapas de higienizao geral (rea de produo) de equipamentos e utenslios que consistem em:

    Remoo dos resduos- consiste na limpeza grosseira dos resduos em contato com a superfcie com auxlio de abrasivos fsicos;

    Pr- lavagem- remoo utilizando apenas gua preferencialmente morna;

    Lavagem remoo dos resduos pelo uso de solues detergentes;

    Enxge- remoo da soluo detergente utilizando gua;

    Sanificao- Reduo de microorganismos pelo uso de soluo sanificante com tempo de contato de 10-15 minutos;

    Enxgue- Remoo da soluo sanificante quando necessrio.

    Foi estabelecida a periodicidade de higienizao de acordo com o tipo de superfcie a ser higienizada como mostra a tabela 2. Para determinao dessa freqncia observou-se o risco de contaminao oferecido por cada local bem como a possvel formao de biofilmes.

    Tabela 2- Periodicidade de higienizao

    Local

    Periodicidade

    Bancadas, equipamentos, utenslios, mesas de apoio

    Aps o uso

    -pisos, rodaps e ralos;

    -todas as reas de lavagem e de produo, maanetas, lavatrios (pias);

    -sanitrios cadeiras e mesas; monoblocos e recipientes de lixo;

    -Paredes na altura das bancadas

    Dirio

    Paredes, portas, janelas, prateleiras (armrios), coifa, geladeiras, cmaras e freezers

    Semanal

    rea de estoque e estrados

    Quinzenal

    Luminrias, interruptores; tomadas, telas

    Mensal

    Reservatrio de gua

    Semestral

    Fonte: Adaptado de Silva (1996)

    Com relao higiene pessoal foi relatada pela direo do estabelecimento a necessidade de orientao aos funcionrios com relao a esse requisito, pois nunca houve treinamento adequado. Segundo Silva (1996), a higiene pessoal um dos requisitos mais importantes relacionado higiene de alimentos, pois o homem direta ou indiretamente responsvel pela contaminao de alimentos durante a manipulao. Para solucionar o problema, foram propostos treinamentos referentes a higiene correta de mos, uso de uniformes e EPIs aos funcionrios.

    Gamarra (2007) refora a necessidade dos cuidados higinico-sanitrios que os funcionrios devem ter e o cumprimento dos procedimentos de controle da qualidade em todas as etapas do abate para evitar a contaminao cruzada.

    3.4 Registros e documentos

    No foi identificado no abatedouro nenhum tipo de documentao como Manuais de Boas Prticas, Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) e Procedimentos de Higiene Operacional (PPHOs), Planilhas de registro de todo o processo. Esses documentos so ferramentas de gesto da segurana alimentar, pois ajudam a diminuir os riscos de contaminao durante a produo do alimento. So inmeras as vantagens da implantao destes programas, dentre elas podemos enumerar a adequao legislao vigente, obteno de alimentos seguros, satisfao do consumidor e reduo de gastos com produtos recolhidos do mercado (MICHALCZYSZYN et al., 2008).

    Partindo desse contexto houve a necessidade de elaborao e implantao de tais ferramentas para que o estabelecimento pudesse dar incio ao processo de uniformizao atravs do estabelecimento de procedimentos padres em conformidade com as exigncias da legislao vigente, descritos e documentados sob a forma de manuais. As planilhas de registro visam controlar de forma rotineira a correta execuo das atividades descritas nos manuais. A partir desse controle possvel evitar a contaminao direta ou cruzada e a adulterao do produto, preservando dessa forma a integridade do alimento.

    3.5 Capacitao dos funcionrios

    Segundo relatado pela alta direo do frigorfico, a maioria dos funcionrios contratados no apresentam qualificao. A grande rotatividade de operrios, comum em atividades de abate, acarreta dificuldade de contratao de mo de obra capacitada, que interfere diretamente na implantao da padronizao do processo, pois essa padronizao depende da atuao correta do funcionrio.

    Goese et al. (2006), acredita que muitas vezes, o mau desempenho de um operrio causado por fora reflexiva de outro colega, do responsvel pelo setor, ou da poltica da empresa em no reconhecer e valorizar os seus recursos humanos. Entre outros, o autor cita: o trabalho no distribudo eqitativamente, alguns funcionrios ficam sobrecarregados, tendo at que fazer horas extras e outros ociosos, colaboradores executando tarefas superiores ou inferiores sua capacitao profissional.

    Alm disso, os manipuladores de alimentos tm importante papel na veiculao de microorganismos para o alimento manipulado, porm, na maioria das vezes no so treinados para os princpios de suas funes ignorando princpios de higiene e boas atitudes de trabalho. A finalidade do treinamento de manipuladores possibilitar-lhes princpios tericos e prticos a fim de capacit-los para executar atividades na rea de alimentos (ANDREOTTI, 2003).

    Para minimizar o problema da falta de qualificao de mo de obra, palestras e treinamentos relativos aos procedimentos de abate, limpeza e higienizao foram ministradas aos funcionrios da produo. O treinamento deve ser peridico, pois no possvel realizar mudanas estruturais sem que haja colaborao constante por parte dos funcionrios (FIGUEIREDO; COSTA NETO, 2001).

    A uniformidade das etapas do processo desde a chegada da matria-prima at a expedio incluindo a higienizao da estrutura, equipamentos e utenslios auxilia na organizao da empresa de forma eficaz, tornando um diferencial imprescindvel em relao a concorrncia, aumentando dessa forma a competitividade no mercado pois o estabelecimento oferece ao consumidor um produto com qualidade assegurada.

    De acordo com Toledo et al. (2000), apesar das empresas agro alimentares brasileiras reconhecerem a importncia da inspeo e da padronizao dos processos, pouco compreendem ou exploram a gesto da qualidade de maneira estratgica, ou seja, como forma de melhoria na competitividade da empresa por meio da satisfao dos clientes, diferenciando seus produtos no atributo qualidade.

    A padronizao dos processos ajuda no controle dos processos, a qualificao e desenvolvimento da equipe e aplicao de tecnologias, que gera um padro de qualidade reconhecido pelos clientes, reduzindo as incertezas quanto satisfao de suas expectativas e possibilita uma melhor utilizao dos seus recursos e conseqentemente a reduo dos custos (GOESE et al., 2006).

    4. Concluso

    A padronizao higinico-sanitria do abatedouro com o auxlio de ferramentas de gerenciamento de segurana alimentar, como os manuais de boas prticas de fabricao e os procedimentos operacionais padronizados se fez necessria para garantir a uniformidade do processo produtivo resultando em qualidade e segurana da carne produzida e comercializada, reduo de desperdcios e aumento dos lucros alm de proporcionar ao estabelecimento maior competitividade no setor de carnes e facilitar um futuro processo de certificao dos seus produtos.

    Abstract

    To ensure that a food quality and food safety is necessary to standardize the entire production chain from the acquisition of raw material to finished product. This study aimed to standardize the production process and the sanitary conditions of a slaughterhouse in order to improve food quality by reducing production costs, ensuring the competitiveness of meat production chains. With this purpose we have evaluated the process flowchart since the arrival of the animals to the carcasses shipment, the general conditions of the industry which include the following items: location, internal access roads, infrastructure, toilets and changing facilities, equipment, utensils facilities for washing hands and boots, water, integrated pest management and effluent treatment system. Were also analyzed environmental hygiene requirements, equipment and utensils, personal hygiene, uniforms usage and personal protective equipment (PPE) and also made checks on the documentation existence and records filed in the establishment. After nonconformities found counting using the ANVISA checklist, measures were taken to mitigate identified problems. Management tools of food security were implemented as the standardization process, the implementation of Good Manufacturing Practices and Procedures development and implementation of Hygiene Operational control sheets and registration. These tools were fundamental to establishing uniformity and appropriateness of reducing the contamination chances thereby ensuring greater microbiological quality of the final product.

    Key-words: standardize; quality tools; safety food.

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    Enviado em: 09/06/2010

    Aprovado em: 28/02/2011

    Recepo dos Animais

    Insensibilizao

    Seringa

    Seleo dos Animais

    Banho de Asperso

    Dieta Hdrica

    Eviscerao

    Eventrao

    chamuscamento

    Depilao

    Escaldagem

    Sangria

    Inspeo

    Toalete

    Seco da carcaa ao meio

    lavagem

    Expedio

    Resfriamento

    Pr -abate

    abate

    Ps -abate

    189

    Revista Gesto Industrial