7 alegoria simbolo

33
2. Estética medieval 2.4. Símbolo e alegoria

Upload: histoartetatiana

Post on 22-Jun-2015

1.512 views

Category:

Education


3 download

DESCRIPTION

Símbolo e alegoria na arte medieval

TRANSCRIPT

Page 1: 7 alegoria simbolo

2. Estética medieval

2.4. Símbolo e alegoria

Page 2: 7 alegoria simbolo

“A igreja, mas do que o Império Romano, serviu como foco de unidade frente à desintegração que seguiu à queda de Roma. [...] Mas a influência que contou no dia a dia das massas e que deu a eles um sentido de unidade estava constituído, é seguro supor pelos sacramentos, cantos, imagens, pelos ritos e cerimônias, todas tendo uma direção estética muito mais que qualquer outra coisa, Escultura, pintura, música, cartas se encontravam onde acontecia o culto. Estas obras e atos eram mais do que arte para aqueles fiéis que se encontravam no templo. Eram menos obras de arte do que são hoje para crentes e não crentes. Mas por causa da direção estética, os ensinamentos religiosos foram melhor transmitidos e seus efeitos mais duradouros. Pela arte se transformaram de doutrinas em experiências vivas.” (DEWEY, Arte e Civilização In Arte como Experiência, 2010)

Page 3: 7 alegoria simbolo

A Idade Média se caracteriza por um esforço interpretativo do mundo que tem origem:

- Na disposição para prolongar a atividade mito poética do homem clássico através de uma sensibilidade ao sobrenatural.- Na codificação secreta dos cristãos perseguidos pelos romanosque depois se converte em um sistema pedagógico e em política cultural. - Na fuga do real da condição endêmica de angustia e de

insegurança. O repertório simbólico é uma reação imaginativa ao sentimento de crise. (ECO, 2010)

Simbolismo aberto ao conhecimento popular

Page 4: 7 alegoria simbolo

Peixes, mosaico encontrada na prisão Megiddo, 230 d.C

Esta potencialidade marginal do pecado confesso como pecado afortunado proporciona um ancora à arte que se encontra, resplandecente, em todas as cúpulas. Ainda nos tempos mais odiosos da Inquisição, a arte proporciona aos pecadores a oportunidade de viver, abertamente e internamente o prazer da sua dissipação nos signos: pintura, música, palavras. ‘E estes signos seguirão aqueles que acreditam: em meu nome eles apartarão os demônios, falarão em novas línguas’.” (Marcos 16:17, CRISTEVA, Julia. Powers of Horror, 1980)

Page 5: 7 alegoria simbolo

Pavão real, Sebastopol Catacumba Priscila, S. III

Page 6: 7 alegoria simbolo

Hermenêutica: interpretação dos textos bíblicos

Sentido literal – enunciado – ensina os fatos

Sentido alegórico – ensina o que deves crer

Sentido moral - ensina o que deves fazer

Sentido anagôgico – ensina ao que deves tender

Santo Agostinho funda a teoria dos signos:

“O signo é toda coisa que faz vir à mente alguma coisa além da impressão que a própria coisa causa aos

nossos sentidos”

Page 7: 7 alegoria simbolo

Símbolo de San Marco, Evangelios Echternach,  700, Anglo irlandés

Aliud dicitur aliud demostraturO texto diz sempre alguma coisa diferente do que parece dizer

Visão simbólico alegórica do universo: todo efeito é signo da própria causaNão se distingue símbolo de alegoria

O símbolo transforma o fenômeno em idéia e a idéia em uma imagem por convenção ou regra. No símbolo não existe similaridade obvia entre o signo e o significado

A alegoria transforma o fenômeno em conceito e o conceito em imagem.O particular vale como emblema universal. Dizer alguma coisa diferente do sentido literal.

Page 8: 7 alegoria simbolo

Labirinto da Catedral de Chartres

“[...] quando a arte de outra cultura entra nas atitudes que determinam nossa experiência uma genuína continuidade se efetua. Nossa experiência não perde sua individualidade mas a toma para si e tece elementos que expandem seu significado.” (DEWEY, Arte e Civilização In Arte como Experiência, 2010)

NumerologiaGematria

Page 9: 7 alegoria simbolo

Rosácea: geometria em três níveis, manifesta, oculta e simbólica.

Geometria sagrada

Page 10: 7 alegoria simbolo

Igreja Sant Romá, Catalunha, Espanha

Igreja da Natividade, Castilla y León, Espanha

A ordem geométrica: o idealismo

Page 11: 7 alegoria simbolo

Catedral de Amiens, França, 1266

Page 12: 7 alegoria simbolo

Catedral de Chartres, França ,1190

Catedral de Ulm, Alemanha

Page 13: 7 alegoria simbolo

A diferença entre a arquitetura românica e a gótica é a diferença entre o idealismo de Platão com Agostinho e a importância dos sentidos de Aristóteles defendido por Tomás de Aquino e Alberto Magno, entre inteligência abstrata e empirismo, entre rigor racional e organismo vivo

São Ambrogio, S. Xi – XII, Milan, ItáliaInterior Saint Denis, 1144

Page 14: 7 alegoria simbolo

Catedral de Exeter 1280- 1340 Abadia de Westminster, Londres 1245 – 1517,

Page 15: 7 alegoria simbolo
Page 16: 7 alegoria simbolo

Gótico:Gótico primitivo ou proto góticoGótico pleno ou clássicoGótico tardio ou Internacional

EstilosGótico lanceolado 1200 a 1300Gótico radiante ou rayonnant 1300 - 1400Gótico perpendicular Inglaterra S. XIVGótico flamigero ou flamboyant França 1400-1500

Page 17: 7 alegoria simbolo

O mundo como uma grande conexão simbólica – simbolismo é um curto circuito intelectual: á relação não é entre causa e efeito, é entre significado e objetivo, qualquer associação com base em qualquer semelhança pode se transformar diretamente na idéia de uma conexão essencial e mística (HUIZINGA, 2010, p. 335 e 336)

Page 18: 7 alegoria simbolo

Pomba de capitel no interior de ermita,Cimentério Revollo, Segóvia, Espanha

Leaõ andrófago,Artaiz, Espanha

Bestiário medieval: origem greco-romano, celta, persa e bizantinoRepresentam virtudes ou perversõesEnsinam e advertem

Page 19: 7 alegoria simbolo

Leão, portal Catedral de AmiensLeão com asas, Catedral de São João, Países Baixos

Page 20: 7 alegoria simbolo

O mundo como uma grande conexão simbólica – (HUIZINGA, 2010, p. 335)

Page 21: 7 alegoria simbolo

Símbolos de alquimia árabe, Iraque, British Library

Page 22: 7 alegoria simbolo

Rosa, Cruz e dragão celtas

Page 23: 7 alegoria simbolo

Dragão de ouro, Sutton Hoo, S. IX

Copo de prata viking, S. IX

Dragão de funda de ouro, S. VI Sutton Hoo

Page 24: 7 alegoria simbolo

Grifos, cabeça e assas de águia e corpo de leão

dragãoFotos: J. Gómez e Andrea Morton

Dragão, portal Catedral Sevilha

Page 25: 7 alegoria simbolo

São George e o dragão, gravura S. XIV

Page 26: 7 alegoria simbolo

Igrejas de Segóvia e Soria e porta dop Juizo na catedral de Tudela, Espanha

Page 27: 7 alegoria simbolo

“O simbolismo e a alegoria tinham para o espírito medieval um valor sentimental [...] A função das equiparações simbólicas e das figuras personificadas estava tão desenvolvida que qualquer pensamento se transformava quase automaticamente em um personagem. Qualquer idéia era considerada uma entidade, qualquer qualidade uma substância, e enquanto entidade era imediatamente personificada pela inteligência que a concebera.” (HUIZINGA, 2010, p. 343)

Page 28: 7 alegoria simbolo

O significado das cores Azul: cor da divindade e da realeza, os azuis desbotados cor dos camponesesAmarelo: cor da luz e do entendimento, na vestimenta cor da desonra, é também cor da cobardia associado a pessoas marginalizadasVermelho: cor da riqueza e das paixões humanas, na roupa cor na nobreza e do valor. É também cor das prostitutas e dos verdugosVerde: cor da fertilidade e da prosperidade, cor da burguesiaNegro: cor real, cor dos cavaleiros misteriosos

Page 29: 7 alegoria simbolo

Jean le Noir, Salmos e horas de Bonne de Luxemburgo, Duqesa de Normandia, 1349Para ver o livro todo no Metropolitam Museum of Art

Page 30: 7 alegoria simbolo

Rogier van der Weyden Frontispício da introdução às Crônicas de Hainaut, Jean Wauquelin entregando a tradução ao Duque de Borgonha, S. XV

Page 31: 7 alegoria simbolo

Hans Memling, trítico de Donne, Maria com Menino, anjos e doadores, 1478

Page 32: 7 alegoria simbolo

Jean Fouquet, díptico de Melun, Madona e o tesoureiro Etienen Chevalier com seu patrono Saint Stephen, 1450

Page 33: 7 alegoria simbolo

BibliografiaECO, U. Arte e Beleza na Estética Medieval. Editora Record, 2010.___, _. História da Beleza. Editora Record, 2005.HUIZINGA, J. O outono da Idade Média. São Paulo, Cosac Naify, 2010.