59566264 goffman-erving-manicomios-prisoes-e-conventos

159

Upload: prefeitura-municipal-de-rio-verde

Post on 21-Jun-2015

1.244 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

  • 1. Coleco DebatesDirigida por J. GuinsburgEquipe de realizaco - Tradu,,.:.,_...:__-_ 27. b.o:din~~ao. horoossexuaIid~de, licenca nao-autorizada, par-tcpacao ero revoltas coletivas. Embora tais infraces sejamgeralme.nte atribu~as a corrupco, maldade ou "doenca",na realidade consttuem um vocabulrio de aces nsttu-cionalizadas, mas um vocabulrio limitado, de tal formaque a mesma embrulhada pode ocorrer por diferentesrazes, Por exemplo, os internados e a equipe dirigentepodem admitir tacitamente que determinada embrulhada uro forma de os internados mostrarem ressentimento diantede urna situaco considerada como injusta nos termos dosacordos informais entre internados e equipe dirigente94, ouurna forma de adiar a sada sem precisar admitir, diantedos outros internados, que a pessoa realmente nao desejasair. Qualquer que seja o sentido atribudo a elas, as em-brulhadas tero algumas funces sociais importantes para ainstituico. Tendero a limitar a risidez que ocorreria se aantigidade fosse a nica forma d~ nobreza no sistema deprivilgio; alm disso, o rebaixamento, por causa das em-brulhadas, coloca ero contato os internados rnais antigoscoro os mais novos, colocados em posices sem privilgio,ao sistema e as pessoas que a esto colocadas.Nas instituces totais h tambm uro sistema quepoderia ser denominado ajustamentos secundrios isto prticas que nao desafiam diretamente a equipe dirigente:ma~ 9.ue perrnitem que os internados consigam satisfacesproibidas ou obtenham, por meios proibidos, as satsacespermitidas. Tais prticas recebem vrios nomes: "os ngu-los", "saber que apito tocar", "conivncias", "tratos". Taisadaptaces aparentemente atingem seu florescimento com-pleto nas prises, mas, evidentemente, outras instituicestotais tambrn as possuern". Os ajustamentos secundriosdo ao internado urna prova evidente de que ainda umhornero autnomo, coro certo controle de seu ambiente; asvezes, uro ajustamento secundrio se torna quase urnaforma de abrigo para O cu, urna churinga, ero que a almaparece estar alojada".A partir da presenca de ajustamentos secundros, po-demos predizer que O grupo de internados criou algum tipode cdigo e alguns meios de controle social informal para. (94). Para bibliografia, ver MORRlS G. CALDWELL, Group Dynamica10 the Prtson Community, roumat 01 Criminal Law Criminology and Po-liee Scienee, XLVI (1956), p. 656. (95) Por exemplo, ver NORMAN S. H:YNER e ELLIS ASH, The Pri-soner Community as a Social Group, American Sociological Review, IV(1939), p. 364 e SS., sobre processos de "conivncia"; ver tambm CALO-WE.LL, op. ct., pp. 650-51.(96) Ver, por exemplo, a extensa descri