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Geografia Fase I

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  • GeografiaFase I

  • Vanguarda Instituto de Educao

    1 FASE ENSINO FUNDAMENTAL

    GeografiaCOORDENAO PEDAGGICA

    Alaides Alves Mendieta Pedagoga Especialista

    COORDENAO DIDTICA COM ADAPTAO PARA EADAlaides Alves Mendieta Pedagoga Especialista

    Veneranda Alice Quezada Especialista em EaD e Tutoria OnlineJoilson Ventura Gegrafo Especialista

    COORDENAO DE CONTEDOJoilson Ventura Gegrafo Especialista

    CAPA E DIAGRAMAOBruno Luis Duarte Vieira Fernandes

    Emanuela Amaral

  • 1Geografia - Fase I

    GeografiaBem- vindo primeira fase de Geografia do Ensino

    fundamental. Com certeza aprenderemos muito atravs desta apostila e das pesquisas que faremos para aprofundarmos nossos conhecimentos. Est fase est organizada em quatro unidades. Em cada unidade voc poder aprender atravs de textos escritos, textos imagticos, atividades, enfim, voc ter mltiplas possibilidades de aprender Geografia. Outra coisa bem legal que todas as disciplinas do ensino fundamental esto interligadas, voc vai ver que Geografia tem tudo a ver com cincias, histria, artes, matemtica, lngua portuguesa... enfim, nosso desejo que voc amplie a viso de mundo atravs do conhecimento geogrfico em conexo com as outras disciplinas.

    Voc pode perguntar: Por que devo estudar Geografia? Eu ouso te fazer outra pergunta: Por que no estudar?

    Acredito que vamos viajar juntos nas aulas de Geografia, poderemos descobrir um mundo novo; apenas sentados em nossa confortvel poltrona, com a apostila na mo, ou na cadeirinha de estimao em frente ao computador. Na concluso do curso voc vai me perguntar: Porque parar de estudar Geografia? Com um leve sorriso posso te responder: Voc no precisa parar, a Geografia est em seu cotidiano, est no jogo de futebol do Brasil X Argentina, est no clima tropical das praias do Rio de janeiro, na novela das oito, voc nunca vai deixar de aprender Geografia, afinal, ela faz parte da sua vida!

    Desejo de todo corao que voc aproveite bem esse tempo junto conosco, pois acredito que vamos nos divertir e aprender muito!!!!

    UNIDADE I

    Nesta unidade ser feita uma apresentao da Geografia para que voc possa entender a importncia da mesma em sua vida. Tambm ser discutida a paisagem, ou melhor, a utilizao da paisagem na geografia e a importncia do lugar. Voc sabe a diferena entre espao e lugar? No sabe? Pois ento, aqui vai uma boa oportunidade para aprender, aproveite bem essa unidade.

    Vamos entender um pouco sobre:

    1. O que Geografia

    bom saber que:A Geografia uma cincia que tem como objeto principal

    de estudo o espao geogrfico que corresponde ao palco das realizaes humanas. O homem sempre teve uma curiosidade aguada acerca dos lugares onde desenvolvem as relaes humanas e as do homem com a natureza, principalmente com o intuito de alcanar seus interesses.

    O conhecimento da Terra e de todas dinmicas existentes configura como um objetivo intrnseco da cincia geogrfica. Essa tem seu incio paralelo ao surgimento do homem, no entanto, sua condio de cincia ocorreu somente com o nascimento da civilizao grega, na qual existiam pensadores filsofos que nessa poca englobavam diversos conhecimentos de distintos temas, dentre eles Pitgoras e Aristteles que j tinham convico acerca da forma esfrica do planeta.

    A Geografia recebe diversos significados, de uma forma genrica dizemos que GEO significa Terra e GRAFIA significa descrio, ou seja, o termo GEOGRAFIA significa descrio da Terra, essa descreve todos os elementos contidos na superfcie do planeta como atmosfera, hidrosfera e litosfera (cujos elementos sero estudados na disciplina de Cincias) que compe a biosfera ou esfera da vida (onde desenvolve a vida), alm da interao desses com os seres vivos.

    O estudo da Geografia em sua fase inicial focaliza somente os elementos naturais, mais tarde, pesquisas unindo aspectos fsicos com sociais foram estabelecidas, referentes ao antrpica sobre o espao natural. A partir desse momento teve incio tambm o estudo sistemtico das sociedades, tais como a forma de organizao econmica e social, a distribuio da populao no mundo e nos pases, as culturas, os problemas ambientais decorrentes da produo humana, alm de conhecer os recursos dispostos na natureza que so teis para as atividades produtivas (indstria e agropecuria). Assim, o estudo geogrfico conduz ao levantamento de dados sobre os elementos naturais que atingem diretamente a vida humana como clima, relevo, vegetao, hidrografia entre outros.

    A Geografia moderna tem como precursor Humbold, que baseava no empirismo; posteriormente surgiram diversos outros pensadores que agregaram conhecimentos e conceitos distintos que serviram para o enriquecimento da cincia.

    Algumas especialidades da cincia Geogrfica:Geografia Fsica: focaliza-se no estudo das caractersticas

    naturais, como clima, vegetao, hidrografia, relevo e os impactos decorrentes da explorao.

    Geografia Humana: tem como objetivo o estudo da dinmica populacional e suas particularidades.

    Geografia Econmica: estudo de todas as relaes econmicas realizadas no mundo e seus fluxos.

    Geografia Cultural: focaliza a ateno para a identidade cultural das pessoas e dos lugares.

    Geografia Poltica: estudo das relaes do poder poltico e seus resultados.

    Geografia Mdica: realiza mapeamento de focos de doenas e sua distribuio no espao geogrfico.

  • 2Geografia - Fase I

    2. A Geografia e o Espao Geogrfico

    O espao geogrfico se constri a partir da relao histrica entre a sociedade e a natureza e que, por isso mesmo, dinmico e est em constante transformao.

    Podemos dividir o espao em duas naturezas.A primeira natureza - consiste no espao intocado pelo ser

    humano, espao no qual no sofreu transformaes.

    Cataratas do Iguau RS Chapada dos Guimares - MT

    A segunda natureza- consiste no espao que sofreu alteraes humanas, o que chamamos ento de espao artificial.

    Cuiab no sculo XIX Cuiab no sculo XXI

    3. A Geografia e a paisagem

    Tudo aquilo que vemos, o que nossa viso alcana paisagem.

    A cincia geogrfica apresenta, de acordo com as diferentes correntes do pensamento, categorias consideradas essenciais para a compreenso do seu estudo. As principais categorias geogrficas so: paisagem, lugar, territrio, regio e espao.

    Portanto, a paisagem considerada, pela maioria das correntes do pensamento geogrfico, um conceito-chave da Geografia. O termo paisagem *polissmico, ou seja, pode ser utilizado de diferentes maneiras e por vrias cincias.

    Veja alguns exemplos de palavras polissmicas:

    Cabo

    Posto militarBanco

    Instituio comercial financeira

    Acidente geogrfico

    Assento

    Cabo da vassouraManga

    Parte da roupaDa faca Fruta

    Essa categoria geogrfica consiste em tudo aquilo que perceptvel atravs de nossos sentidos (viso, olfato, tato e audio), no entanto, a anlise da paisagem mais eficaz atravs da viso. Nesse sentido, a Geografia moderna, que priorizava os estudos dos lugares e das regies, utilizou-se da fisionomia dos lugares para atingir xito em suas abordagens geogrficas, observando as transformaes no espao geogrfico em decorrncia das atividades humanas na natureza.

    *Polissmica a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos mltiplos contextos em que aparece.

    A paisagem formada por diferentes elementos que podem ser de domnio natural, humano, social, cultural ou econmico e que se articulam uns com os outros. A paisagem est em constante processo de modificao, sendo adaptada conforme as atividades humanas.

    Para Oliver Dolfuss, gegrafo francs, as paisagens so fruto da ao humana no espao e as classifica em trs grandes famlias, em funo das modalidades da interveno humana:

    - Paisagem natural: no foi submetida ao do homem.- Paisagem modificada: o fruto da ao das coletividades de

    caadores e de coletores que, mesmo no exercendo atividades pastoris ou agrcolas, em seus constantes deslocamentos, pode modificar a paisagem de modo irreversvel, atravs do fogo, derrubadas de rvores, etc.

    - Paisagens organizadas: so aquelas que representam o resultado de uma ao consciente, combinada e contnua sobre o meio natural, como, por exemplo, as cidades, praas, etc.

    A paisagem um dos objetos de anlise da Geografia, sendo constituda atravs das relaes do homem com o espao natural. Sua observao muito importante, pois retrata as relaes sociais estabelecidas em um determinado local, onde cada observador seleciona as imagens que achar mais relevantes, portanto, diferentes pessoas enxergam diferentes paisagens.

    sempre bom lembrar que:A paisagem est em constante transformao, adquirindo

    novas formas e funes no espao geogrfico.Na paisagem natural h predomnio dos aspectos naturais

    (relevo, vegetao, hidrografia, clima).Na paisagem artificial ou humanizada h predomnio das

    aes humanas (aes antrpicas).

  • 3Geografia - Fase I

    Muitas vezes o homem interfere de uma forma to desordenada na paisagem que os fins so trgicos.

    Concordo com voc, querido, seria cmico se no fosse trgico.

    Paisagem natural e cultural

    A paisagem a representao visvel de vrios aspectos do espao geogrfico.

    Nas paisagens esto inseridos todos os elementos presentes no espao geogrfico: os elementos naturais (vegetao, relevo, clima, etc) e os elementos humanos ou culturais (que so os produzidos pela sociedade: carros, edifcios, estradas, etc).

    Como consequncia, as paisagens modificam-se, conforme as relaes econmicas e sociais que ocorrem nesse espao.

    Quando observamos um lugar, podemos descrever os elementos que formam a paisagem desse lugar: florestas, campos, indstrias, vilas, etc. No entanto, para que essa paisagem possa ser vista como dado geogrfico necessrio estabelecer as relaes econmicas e sociais, responsveis pelo retrato de um lugar no espao geogrfico (a paisagem).

    Referncia bibliogrfica: ALMEIDA, Lcia Marina alves de; RIGOLIN, Trcio Barbosa. Geografia. 2. ed. So Paulo: tica, 2005. (Srie Novo Ensino Mdio - V. nico)

    TurismoA paisagem, sem dvida nenhuma, um elemento

    imprescindvel e responsvel pelo desenvolvimento e impulso da atividade turstica. No quero aqui afirmar que a paisagem o fator nico que define sobre as decises de uma pessoa que quer viajar. Existem outros fatores como os negcios, visita a amigos e familiares, tratamento de sade que fazem as pessoas se deslocarem independentemente do que ser visto, mas sem duvida ela imprescindvel para nos interessarmos por lugares nunca antes conhecido.

    Nos dias de hoje fcil notar a crescente procura por lugares que ofeream s pessoas sensaes de bem-estar fsico e espiritual. A curiosidade e a vontade de vivenciar novas emoes leva milhares de turistas a movimentarem essa atividade que hoje considerada uma das maiores do mundo. Ao ver uma imagem de uma paisagem o turista j se predispe a imaginar como ser suas frias, final de semana, feriado antes mesmo de viajar. A imagem tem esse poder de fazer com que as pessoas sonhem.

    Essa inquietude do ser humano em se deslocar e conhecer novos lugares se deve a diversos fatores, talvez a rotina seja o principal. O cotidiano cansa, pois repetir por anos e anos o ritual de acordar, tomar caf, estudar ou trabalhar, almoar, ter horas vagas e dias certos para o lazer, dormir leva as pessoas a buscarem novas experincias. A rotina no acontece apenas nos hbitos, mas tambm nas relaes e principalmente nas repeties das paisagens do dia a dia, que com o passar do tempo atropelamos e nem mesmo conseguimos observ-las. No quero dizer que o ser humano no necessite da rotina, de certa forma ela arremete certa sensao de segurana e estabilidade na vida das pessoas. Mas quebrar a rotina fundamental e para isso, nada melhor do que viajar.

    As paisagens nunca so as mesmas, so muito variadas. E cada uma atrai um tipo de turista. Se uma pessoa mora em uma regio onde o clima frio e neva durante sete dos doze meses do ano, uma paisagem que ilustra o sol, mar, calor, ser muito mais atrativa do que uma que oferece as mesmas condies climticas de sua residncia fixa. As culturas e o modo como elas podem moldar as paisagens tambm so

  • 4Geografia - Fase I

    fatores de atrao. As pirmides do Egito, a muralha da China, a arquitetura magnfica de Veneza e entre tantos outros so paisagens que despertam curiosidade, alm de serem nicas, pois foram concebidas por povos diferentes, com costumes e crenas distintas, o que contribui imensamente para o turismo.

    O turista na verdade um colecionador de paisagens. O primeiro contato do turista com o local visitado acontece atravs da viso da paisagem. Durante um tour o viajante se depara com uma diversidade enorme de paisagens, sejam naturais, culturais ou construdas, essas imagens que permanecem no seu inconsciente e ao voltar para casa o turista se recorda dos lugares, das pessoas e das paisagens visitadas. Isso gera uma sensao de nostalgia alm de acrescentar conhecimentos, e tambm leva as pessoas a cada vez mais buscarem o novo.

    Paisagem X Imagem X TurismoO apelo visual sem dvida nenhuma o recurso mais

    usado para comercializao de um atrativo turstico. Um turista quando chega a uma agncia de turismo, compra a imagem do lugar onde ir visitar. Essa imagem faz com que ele viaje antes mesmo de sair do lugar.

    A distncia entre a paisagem e a imagem enorme, pois a imagem pode ser trabalhada. Hoje em dia existem inmeros recursos tecnolgicos que transformam a imagem em verdadeiros parasos para o futuro viajante. Os veculos de comunicao usam essa ferramenta com frequncia. A promoo turstica da imagem deve ser utilizada para pblicos especficos. A paisagem se modifica de acordo com o clima, o horrio, a luz e outros fatores como vimos anteriormente. Essas variaes tambm atraem pessoas diferentes. Uma paisagem montanhosa, se oferecida para casais em lua de mel, a melhor imagem sem dvida a que passa a impresso de frio, neblina, o que a torna mais aconchegante, romntica. Mas o mesmo local se ofertado para os amantes de esportes radicais e cachoeiras, a imagem deve estar luminosa, transmitir calor, com apelo para aventura. Essa uma preocupao que o profissional de turismo deve ter constantemente. No se pode oferecer ao turista uma imagem distorcida ou maquiada. Quando o turista chega ao local certamente ir se frustrar, sentindo-se enganado porque no encontrou o que lhe foi oferecido na agncia. O uso correto da imagem no turismo uma questo que deve ser mais discutida entre os profissionais do setor. No existem critrios nem normas para estabelecer at que ponto uma imagem poder ser maquiada sem comprometer o produto real.

    2. Nos lugares construmos nossa vida

    Lugar: importante sabermos que lugar geogrfico, a cincia

    que tem por objeto de estudo o espao; no o espao cartesiano, mas o espao produzido atravs das relaes entre o homem e o meio, envolvendo aspectos dialticos e fenomenolgicos.

    Diferena entre espao e lugar? A primeira definio de espao foi feita pelo filsofo

    Aristteles para o qual este era inexistncia do vazio e lugar como posio de um corpo entre outros corpos. Aristteles ignorava o homem como constituinte do espao, contudo, ele j considerava um aspecto importante da estrutura do espao geogrfico, a localizao.

    O espao geogrfico aquele que foi modificado pelo homem ao longo da histria. Que contm um passado histrico e foi transformado pela organizao social, tcnica e econmica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (o espao geogrfico o palco das realizaes humanas).

    Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espao geogrfico apresenta definio bastante complexa e abrangente. Outros conceitos tambm relacionados ao espao geogrfico, ou antes, que esto contidos nele so: lugar, que um conceito ligado a um local que nos familiar ou que faz parte de nossa vida, e paisagem que a poro do espao que nossa viso alcana e produto da percepo.

    Sendo assim, o espao seria algo sem sentido, vazio, um local sem a presena humana seria espao natural. Quando habitado pelo homem passa a ser lugar, pois este que d sentido ao espao. Ento, o lugar o que tem sentido devido a presena humana, o lugar pode ser chamado de espao geogrfico.

    Como o lu-gar onde voc vive? Quando voc fala de um lugar qual-quer, o que mais lhe chama a ateno? Pra voc, o que diferencia os lu-gares?

    Quando conversamos sobre nossa moradia, sobre o Instituto Vanguarda, sobre os espaos de lazer ou mesmo trabalho; estamos nos referindo ao nosso lugar, ou seja, o lugar onde moramos onde nos relacionamos onde vivemos. A Geografia tambm estuda os lugares.

    Saiba que lugar ...A expresso da histria cotidiana das pessoas, a maneira

    na qual elas ocupam o espao, dos usos que fazem dele e a maneira de vivenci-lo. a base de reproduo da vida. no lugar que se encontra a identidade do grupo de pessoas que ali vivem. Seja um bairro, uma rua, uma vila. No importa o tamanho ou dimenso do lugar. Ele o caracteriza a existncia humana no espao.

  • 5Geografia - Fase I

    Com o passar dos tempos, os lugares vo sofrendo alteraes em suas paisagens, funes e tomando assim, novas configuraes espaciais. Este processo de transformao ainda mais intensificado medida que o desenvolvimento econmico expresso nas paisagens.

    Vamos conhecer o lugar do cuiabanoTrecho do artigo: A Copa do Mundo e o cuiabano:

    Agora o que, que esse,No importa da onde voc veio, Se quiser ser integrado, Seja feliz e festeiro, Se no quiser, Lugar de gente triste e feio da onde veio.O mundo vai saber que na histria desta terra, tem

    um jogo especial para os cuiabanos, truco espanhol, que em suas etapas, composta de uma boa moagem e gozao, como estas:

    - tem pra prima? Tenho. Ento envido. Falta envido seu mambira, seu capim de taipa, bananinha de bolicho.

    Ou quando sai com a famosa Flor. Para cant-la diz assim: Quando eu vim de Pernambuco,

    Eu vim montado no lombo de um burro Xucro. Eu vim com flor e truco. Logo para no ficar para traz, o adversrio diz: Maria

    uma boa menina, ou quero retruco. Calma ai, Calma l: Joga o s de espada ou P de pinto. Prima feita Agostinha na garupa. Quero vale quatro seu mambira, Seu cueca de Z Bolo Flor.

    Que venha a Copa do Mundo, Cuiab estar de braos abertos a esperar a todos os povos, ns temos vocao para bem receber a todos sem discriminao e preconceito. Nesta Copa toda a imprensa mundial ver que o cuiabano um cidado do mundo, quebrando todas as cercas divisrias das fronteiras e dos quintais do futebol mundial, o cuiabano nunca denigre a imagem de pessoas vindo de outros estados ou outra nacionalidade. O cidado do mundo aquele que vindo do seu estado de origem procura pesquisar a cultura do estado visitado ou pas visitado, com isso aumentando sua cultura geral.

    No trecho do artigo acima voc pode observar Cuiab sendo representada como um lugar do ponto de vista de Wilson Fu que economista, Ouvidor Geral da SINFRA/MT e ex-jogador do Mixto.

    Acabamos de ver a descrio da cidade de Cuiab por Wilson Fu. Agora, leia o poema de Carlos Drummond de Andrade sobre outra cidade.

    Cidadezinha qualquerCasas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. De Alguma poesia (1930)

    Voc pode perceber que tanto na cidade descrita por Wilson Fu, como na de Carlos Drummond de Andrade a cidade um lugar onde tem sua importncia de acordo com as experincias ali vividas.

    Para a Geografia o lugar se refere ao espao que conhecemos, temos amigos, trabalhamos, fazemos compras, namoramos nos divertimos etc. Cada lugar tem uma histria que se encontra representado nos diferentes tipos de construes, nos traados das ruas, nas atividades econmicas desenvolvidas e, principalmente, na maneira como as pessoas se relacionam.

    Podemos ainda conhecer outra cidade, atravs dos olhos de Herbert Viana do grupo musical Os Paralamas do sucesso.

    Alagados

    Os Paralamas do SucessoComposio: Herbert Viana/ Bi Ribeiro Todo dia o sol da manh Vem e lhes desafia Traz do sonho pro mundo Quem j no o queria Palafitas, trapiches, farrapos Filhos da mesma agonia E a cidade que tem braos abertos Num carto postal Com os punhos fechados na vida real Lhe nega oportunidades Mostra a face dura do malAlagados, Trenchtown, Favela da Mar A esperana no vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f S no se sabe f em quTodo dia o sol da manh Vem e lhes desafia Traz do sonho pro mundo Quem j no o queria Palafitas, trapiches, farrapos Filhos da mesma agonia E a cidade que tem braos abertos Num carto postal

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    Com os punhos fechados na vida real Lhe nega oportunidades Mostra a face dura do malAlagados, Trenchtown, Favela da Mar A esperana no vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f S no se sabe f em quAlagados, Trenchtown, Favela da Mar A esperana no vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f S no se sabe f em quAlagados, Trenchtown, Favela da Mar A esperana no vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f S no se sabe f em quAlagados, Trenchtown, Favela da Mar A esperana no vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f Mas a arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f S no se sabe f em qu A arte de viver da f

    Alagados uma cano escrita por Bi Ribeiro, Joo Barone e Herbert Vianna, os trs membros do grupo Os Paralamas do Sucesso, para Selvagem?, o terceiro lbum da banda que foi lanado originalmente em 1986. A cano faz um relato da dura realidade da vida nas favelas brasileiras, mais especificamente nas cariocas (como presenciado no verso a cidade que tem braos abertos num carto-postal), durante o perodo da intensa crise socioeconmica que atingiu o pas durante a dcada de 1980 (popularmente chamada de dcada perdida). No refro, a cano faz um paralelo desta realidade com a da favela de Trenchtown, na Jamaica, e da favela de Alagados, em Salvador, colocando-as num mesmo nvel. A cano retrata a cidade do Rio de Janeiro como sendo um lugar com punhos fechados e que nega oportunidades a seus moradores mais pobres, enquanto que essa interpretao pode ser expandido para todo o pas daquela poca. Tambm feita uma referncia popularizao em massa dos aparelhos televisores naquele perodo no verso a esperana no vem

    do mar, nem das antenas de tev. A cano tambm mostra como a f do brasileiro numa melhoria na sua qualidade de vida parece ter acabado quase por completo durante essa poca.

    Em Alagados o Herbert Viana faz uma crtica social ao capitalismo selvagem.

    Como pano de fundo ele usou as imagens dos grandes bolses de misria instalados em orlas paradisacas existentes mundo afora como a favela dos Alagados, em Salvador; a favela de Trenchtown, em Kingston, capital da Jamaica; e a favela da Mar, no Rio de Janeiro. Esta escolha proposital justamente para mostrar o contraste entre a alegria (estas trs cidades so sinnimos de festa) e a tristeza (a situao deprimente dos moradores dessas favelas).

    Na primeira estrofe ele mostra que para as pessoas que vivem nessas condies sub-humanas, o amanhecer de um dia j um grande desafio, pois o despertar lhes tira do mundo das fantasias (os sonhos) para as suas duras e miserveis realidades, aqui exemplificadas por palafitas, trapiches e farrapos. Alm, claro, dos filhos (nestes conglomerados, invariavelmente, a quantidade de crianas imensa, sendo estas as principais vtimas do descaso).

    Na segunda estrofe, para fixar a insensibilidade das autoridades, o Herbert usou uma imagem forte: a figura do Cristo Redentor de braos abertos, to explorada pelos governantes do Rio de Janeiro como um smbolo de acolhimento, na verdade uma falcia, pois a triste realidade daquelas pessoas mostra que a cidade (a sociedade) alm de no acolh-las, abandonou-as prpria sorte.

    Onde est escrito a esperana no vem do mar, NEM das antenas de TV (garantindo que a resoluo daqueles problemas no vir por essas opes).

    Assim, percebemos que ele usa o refro para, alm da crtica social, tambm fazer um alerta quelas pessoas: se elas quiserem realmente que a justia social lhes seja feita elas tm que ir luta, pois a esperana de justia to esperada no vir daquele mar sua frente, muito menos vir por intermdio das antenas de TV (a televiso, sabemos, um mundo de fantasias), ou seja, nada do que almejam cair do cu.

    Nos dois ltimos versos ele mostra que necessrio se ter f (a arte de viver baseia-se na f), mas tambm mostra o seu ceticismo em relao s autoridades e burguesia (s no se sabe f em qu).

    Voc curioso? Se divirta um pouco com essa atividade

    Pesquise e analise Para iniciar esta atividade, observe as ruas e praas

    do bairro ou cidade onde voc mora. Preste ateno em como as pessoas se relacionam, como se divertem, que atividades exercem etc.

    Anote as observaes feitas. Quanto mais informaes conseguir coletar, mais fcil ser realizar o trabalho.

  • 7Geografia - Fase I

    Baseado no que voc observou, descreva alguns aspectos das vias de circulao (ruas e avenidas), tipos de construes, atividades econmicas, lazer e cultura, meios de transporte, aspectos naturais, condies de vida da populao.

    Utilize as informaes levantadas para elaborar um texto descritivo do seu lugar.

    Assim, como o Wilson Fu, Carlos Drummond de Andrade e Herbert Viana, voc tem liberdade para descrever seu lugar, pode falar dos pontos positivos, negativos, enfim, mos obra e divirta-se!

    RegioUma regio pode ser qualquer rea geogrfica que

    forme uma unidade distinta em virtude de determinadas caractersticas, um recorte temtico do espao. Em termos gerais, costumam, mas no necessariamente, ser menores que um pas, e podem ser delimitadas em diversas escalas de acordo com as necessidades do estudo.

    O termo regio usado para expressar uma caracterstica marcante que a distingue das reas de seu entorno. comum a determinao de regio mais desenvolvida, regio violenta, regio da seca, regio poltica e outras.

    BRASIL REGIES E POLTICAS REGIONAIS

    A regionalizao oficial do Brasil a que divide o territrio em cinco GRANDES REGIES, tambm chamadas MACRORREGIES.

    Para dividir o Brasil em cinco grandes regies, o IBGE agrupou os estados de acordo com uma combinao de aspectos naturais, sociais e econmicos. A primeira regionalizao oficial do Brasil ocorreu no incio da dcada de 1940 e dividia

    o Brasil nas seguintes regies: NORTE, NORDESTE, ESTE, CENTRO e SUL. Essa regionalizao delimitava as regies de acordo com suas caractersticas naturais. Mantendo os mesmos critrios, em 1945 essa regionalizao foi modificada. Assim, as regies passaram a ser: NORTE, NORDESTE RIENTAL, NORDESTE OCIDENTAL, LESTE SETENTRIONAL, LESTE MERIDIONAL, SUL e CENTRO-OESTE. m 1970 foram criadas as regies que se assemelham s que conhecemos hoje, com base em critrios naturais e socioeconmicos. Alm da regionalizao oficial do IBGE, outra bastante conhecida e utilizada a diviso do territrio brasileiro em COMPLEXOS REGIONAIS ou REGIES GEOECONMICAS: o Nordeste, a Amaznia e o Centro Sul. Essa regionalizao do Brasil, proposta em 1967 pelo gegrafo Pedro Pinchas Geiger, considera as caractersticas histricas e econmicas diferenciadas entre as regies, sem se ater s delimitaes das fronteiras polticas interestaduais. Assim, a delimitao dos complexos regionais no coincide com os limites estaduais.

    TerritrioDevido diversidade de conceitos relativos a territrio,

    adotaremos aqui uma viso mais holstica (geral/amplo) deste conceito para o entendimento da cincia geogrfica.

    Desta forma, o territrio poder ser entendido como mltipla relao de poder: do poder material das relaes econmico - polticas ao poder simblico das relaes culturais.

    Voc pode observar que em um mesmo lugar podem existir pessoas muito diferentes que lutam pra conquistar seu territrio.

    O papel do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na luta pela Reforma Agrria

    A luta por territrios , na histria do Brasil, algo comum desde a chegada e tomada destas terras pelo homem branco, territrio at ento pertencente somente aos ndios.

    O povo indgena continua ainda hoje lutando pela manuteno de sua cultura, to prejudicada pela civilizao branca. Batalha tambm pela manuteno de seus territrios, j to reduzidos pelo avano da urbanizao e dominao.

    Para os povos indgenas, a terra muito mais do que simples meio de subsistncia. Ela representa o suporte da vida social e est diretamente ligada ao sistema de crenas e conhecimento. No apenas um recurso natural - e to importante quanto este - um recurso sociocultural (RAMOS, Alcida Rita - Sociedades Indgenas, 1986).

  • 8Geografia - Fase I

    Os negros tambm fazem parte da histria brasileira de lutas por territrio. A resistncia e a formao dos quilombos so o resultado da busca pela manuteno de suas crenas, tradies, formas de organizao e procura por uma vida mais digna e trabalho justo. Ao longo do tempo os afrodescendentes foram criando seu territrio dentro do territrio brasileiro e hoje, mesmo sendo parte essencial de nossa cultura, esto ainda presentes nesta luta.

    Canudos, comunidade sertaneja que segundo Euclides da Cunha, em 1893 reunia cerca de 1.250 sertanejos, nmero que sobe para 5.000 em 1895 e ultrapassa os 25.000 em 1897, sem dvida uma referncia indispensvel quando se trata de disputa por territrios no Brasil. A propriedade comum de terras, a diviso dos bens adquiridos, a agricultura de subsistncia, eram as bases e objetivos da comunidade, que mesmo sendo reprimida, um exemplo da fora das manifestaes e do desejo popular, principalmente na busca por terra para morar, plantar e se desenvolver.

    Outros movimentos posteriores ao de Canudos surgiram, e o desejo e sonho de movimentos populares por terra distribuda igualmente para todos continua atravs das ligas camponesas na dcada de 30 e outras organizaes surgidas com o mesmo objetivo.

    A reivindicao pela extino do modelo latifundirio, o qual desde o perodo da colonizao vigorou no pas, comeou a tomar fora no final dos anos 50 e incio da dcada de 60. A proposta de uma reforma agrria passa a fazer parte das discusses populares a partir da, mesmo que tardiamente, pois nos pases europeus e nos EUA ela j havia ocorrido.

    Sabendo que os grandes latifndios, herana do perodo colonial, concentram a terra nas mos de poucos, podendo ser considerados a raiz das desigualdades populacionais existentes, que afetam os outros setores da sociedade brasileira, exigir a distribuio de terras para o desenvolvimento e sustentao de um pas que tem sua economia baseada na agricultura, passa a ser a bandeira de luta de muitos camponeses, autnomos e trabalhadores rurais. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu no ano de 1984, em Cascavel no Paran, atravs da unio destes grupos com o mesmo objetivo.

    O MST em sua luta pela Reforma Agrria, principal bandeira erguida por toda a sua organizao, a partir de dados, opinies e fontes diversas, tem seu papel questionado.

    Dados do site nacional do Movimento informam tambm que ele organiza-se em grupos, situados em 24 estados dentro do territrio nacional com aproximadamente 350 mil famlias integrantes assentadas, muitas vezes em situaes precrias de saneamento e ausncia de energia eltrica. O assentamento no o nico objetivo destas famlias, para os Trabalhadores Rurais Sem Terra a Reforma Agrria o primeiro passo, por isso a batalha deles continua nestes assentamentos, onde existem coordenadores. Esta mesma estrutura acontece a nvel regional, nacional e estadual.

    O MST uma complexa estrutura e o movimento est diretamente ligado histria do Brasil, porm, segue a divergncia de opinies a respeito da seriedade e dos objetivos do grupo, que sempre geraram ferrenhas discusses. A sesso Carta ao Leitor, (pginas 12 e 13) da edio 2134 da revista Veja - Editora Abril, de 14 de outubro de 2009, revela a posio de um grande grupo da sociedade brasileira a respeito do Movimento.

    O MST, como j mostrou VEJA em diversas reportagens, comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrria, se valem de uma multido de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma o terror contra fazendeiros e, como relata VEJA nesta edio, tambm contra os prprios assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefes do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo.

    A descaracterizao do movimento, as invases de fazendas, o questionamento de seu papel e afirmaes como as de que lderes do grupo convocam, manipulam e praticam extorso com os marginalizados que cedem aos seus chamados para unir-se aos Sem Terra, so comuns. O dinheiro que mantm as atividades e a fora de invases, afirmam muitos, provm dos cofres pblicos. O Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria- INCRA, rgo governamental que deveria gerir o os assentamentos, segundo acusaes, daria apoio logstico ao Movimento e aos supostos crimes praticados por ele.

    Fatos como o de que assentados no produzem o suficiente para sobreviver, nunca fizeram um curso de capacitao, no tm acesso aos programas de crdito do governo e compraram suas terras de terceiros, o que ilegal, colaboram para retirar do movimento suas caractersticas originais contribuem com a comprovao da ineficcia do movimento na luta pela Reforma Agrria.

    A ltima invaso provocada pelo Movimento pode ser utilizada como objeto para anlise e discusso das opinies divergentes em relao ao grupo. Seguem as informaes do caso segundo o site da Agncia Brasil de Notcias:

    A fazenda da Cutrale foi tomada pelos sem-terra no dia 27 de setembro e desocupada na quarta-feira passada (7), pacificamente, aps determinao da Justia. O MST negou ter destrudo os equipamentos da propriedade ou roubado produtos durante a ocupao. O movimento alegou ter destrudo parte do laranjal para protestar contra a suposta grilagem de terras pblicas. O Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra) afirmou que as terras da Cutrale, em Borebi, pertencem Unio.

    Os prejuzos desta invaso, conforme afirmao da empresa Cutrale, totalizou R$ 1,2 milho. Porm, Hamilton Octavio de Souza, em texto para o site da organizao nacional do Movimento coloca o posicionamento do MST frente a este caso:

    Pouco se falou que a terra invadida pela empresa Cutrale pertence Unio, terra pblica, e que deveria ter sido usada para assentamento da reforma agrria h muitos anos, conforme projeto do INCRA, mas que foi grilada e vendida para particulares de forma ilegal. Tanto que a rea ainda hoje objeto de inmeras aes e pendncias judiciais. O crime original - grilagem - foi ignorado pela mdia.

  • 9Geografia - Fase I

    Mesmo aps justificativas como esta, a resistncia e falta de confiana que grande parte dos brasileiros, principalmente os habitantes de grandes capitais, possui em relao ao MST, aumentou com o caso Cutrale. Afinal, grande parte dos meios de comunicao veiculou esta notcia como sendo uma barbrie cometida pelo Movimento, que destruiu patrimnio particular gerador de empregos e recursos para o Brasil.

    Partindo de opinies to divergentes, chegar a uma concluso em relao ao papel desempenhado por um grupo que possui uma percepo to distinta por parte da sociedade, tarefa rdua. Deve-se considerar a importncia histrica de um Movimento que de acordo com sua cartilha, luta no s por territrio, como tambm por ideais necessrios para a construo de uma sociedade realmente igualitria, ideais ainda no alcanados no Brasil. Mas a teoria apesar de muito correta no totalmente fiel prtica. As acusaes, que caracterizam o grupo muitas vezes como uma guerrilha que tem suas atividades criminosas financiadas pelo governo, a ineficincia no modelo adotado pelo Movimento, que consegue terra para plantar, porm no consegue torn-la produtiva, no gerando renda para os assentados que consequentemente no saem da pobreza, devem ser consideradas tambm.

    A soluo para o problema histrico envolvendo a disputa por territrios s ser alcanada por meio da interveno e investimento do governo na produo agrria das terras concedidas populao. A educao pblica de qualidade para todas as crianas e jovens e a conscientizao da populao quanto ao trabalho digno so passos que tambm precisam ser trilhados nesta busca. Busca na qual o papel do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no pode deixar de ser mencionado. Papel que poder ser considerado positivo a partir do momento em que seus lderes pensarem no bem comum dos assentados e seguirem fielmente os objetivos aos quais se propem.

    Vamos rir um pouco?

    Estado-NaoO Estado-Nao constitui uma das formas de organizao do territrio mais representada em mapas polticos. Foi consolidado no

    sculo XIX, onde esta diretamente relacionado a expanso do capitalismo industrial. Este modo de organizao do espao teve incio na Europa Ocidental e expandindo-se posteriormente pelo globo.

    As fronteiras polticas definem a extenso geogrfica da soberania do Estado-Nao. No interior do espao que elas delimitam, ou seja, no territrio nacional, o poder do Estado soberano. ele quem estabelece as decises internas, realiza os censos, organiza as informaes sobre a populao e as atividades econmicas e formula estratgias de desenvolvimento e proteo desse territrio.

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    Geografia - Fase I

    UNIDADE II

    Representao do Planeta CartografiaPodemos representar todo o nosso planeta ou apenas parte

    dele por meio de mapas. Assim podemos afirmar que:Mapas so desenhos que representam qualquer regio do

    planeta, de maneira reduzida, simplificada e em superfcie plana.

    Fazer mapas no um trabalho fcil. Eles so feitos por pessoas especializadas, os CARTGRAFOS. As cincias que estuda os mapas e cuida da sua confeco chama-se cartografia, assim, definimos cartografia como um conjunto de estudos e operaes cientficas, artsticas e tcnicas, baseadas em informaes coletadas diretamente ou anlise de documentos, com o objetivo de elaborar e preparar cartas, planos e outras formas de representao.

    CartografiaO que cartografia, elaborao de mapas, histria

    da cartografia, informaes via satlite, representaes cartogrficas, uso da cartografia no cotidiano.

    Ns no percebemos, mas utilizamos as informaes e conhecimentos produzidos pela cartografia no cotidiano. Ao consultarmos um guia de mapas de ruas, nas aulas de geografia da escola, no aparelho de GPS (Global Positioning

    System) do automvel e em outras situaes, estamos em contato com esta cincia que atua, principalmente, na elaborao e interpretao de mapas. Portanto, a cartografia uma cincia voltada para a elaborao de mapas, unindo conhecimentos cientficos, tcnicos e artsticos.

    Um pouquinho sobre a Histria da cartografiaPodemos dizer que a cartografia surgiu na antiguidade,

    pois encontramos representaes de mapas na Grcia Antiga, Imprio Romano, Mesopotmia, entre outros povos da antigui-dade. Evidentemente que os cartgrafos da poca antiga no tinham muitos recursos para produzirem mapas com preciso. Os mapas antigos eram repletos de imperfeies, principal-mente, no que se refere proporcionalidade. Mesmo assim, serviam de referncia para viajantes e comerciantes da poca, que necessitavam muito destas informaes para planejarem suas viagens.

    Na poca das Grandes Navegaes e Descobrimentos Mar-timos (sculos XV e XVI), os cartgrafos foram extremamente importantes. Cada expedio levava um especialista em mapas, pois era importante que as embarcaes no se perdessem nos vastos oceanos. Foi no sculo XVI que os primeiros mapas do continente americano e tambm do Brasil foram elaborados.

    Cartografia hoje: Atualmente, os cartgrafos contam com informaes grfi-

    cas enviadas por satlites. Estes dados chegam com total pre-ciso, cabendo ao cartgrafo interpret-los e organiz-los de forma cientfica. Computadores avanados so utilizados nes-tas operaes, oferecendo resultados de grande importncia.

    Os mapas cartogrficos auxiliam na agricultura, previso do tempo, construo de rodovias, aviao, planejamento am-biental e em vrios sistemas de orientao que usamos no dia a dia. Esta cincia tambm muito importante para o estudo de diversas reas da Geografia.

    Voc sabia? -Comemora-se em 6 de maio o Dia do Cartgrafo.

    Mapas: So representaes geomtricas planas e simplificadas da

    superfcie terrestre, ou parte dela, numa relao de proporcio-nalidade dada por uma escala.

    Os mapas podem apresentar temas especficos, como por exemplo: clima, vegetao, populao e outros. Esses mapas so denominados Mapas Temticos.

    Tipos de mapasDe olho na escala importante prestar ateno escala do mapa. Voc j

    imaginou desenhar um mapa do Brasil com o tamanho real do pas? Impossvel! Para isso servem as escalas: elas estabelecem a proporo que relaciona as medidas do mapa com as dimen-ses reais do terreno estudado.

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    Geografia - Fase I

    Como a escala uma proporo entre o desenho (mapa) e o real (terreno), ela dever ser representada por uma frao cujo numerador ser sempre 1, definindo a unidade de medida tomada no mapa (milmetro, centmetro, metro, quilmetro, polegada, palmo, etc.) e o denominador a sua respectiva correspondncia no terreno, na mesma unidade (milmetro, centmetro, metro, quilmetro, polegada, palmo, etc.).

    Complicado? Que nada! Imagine um mapa do Brasil cuja escala seja 1/100.000 em centmetros. Significa que cada unidade no mapa equivale a 100 mil unidades na escala verdadeira, ou seja, cada centmetro equivale, na realidade, a 100 mil centmetros no terreno. Como 100 centmetros so um metro, 100 mil centmetros so mil metros, ou um quilmetro. Para medir uma distncia qualquer entre cidades, em linha reta, s pegar uma rgua: cada centmetro no mapa equivale a um quilmetro.

    Se voc prestar bem ateno, os mapas podem lhe dizer muita coisa.

    MAPAS POLTICOS

    Os mapas com diviso poltica falam sobre as fronteiras entre estados, regies, pases e continentes.

    O Brasil, por exemplo, faz fronteira com todos os pases da Amrica do Sul, menos com Chile e Equador. E est dividido em cinco regies poltico-econmicas: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

    Os mapas polticos tambm sofrem a influncia de disputas de territrio.

    A ndia e o Paquisto, por exemplo, disputam desde 1947 a regio conhecida como Caxemira, alvo de conflitos que permanecem at hoje.

    Em 1949, quem estabeleceu os limites polticos da regio foi a ONU (Organizao das Naes Unidas) dividindo a Caxemira em duas partes, uma para cada pas.

    MAPAS TOPOGRFICOS

    Os mapas topogrficos contam sobre o relevo. Mostram onde esto as montanhas, os planaltos, as plancies e as depresses.

    No caso do Brasil, os mapas dizem que no pas predominam os planaltos. E os principais so o Planalto das Guianas (ao norte do pas) e o Planalto Brasileiro (o mais extenso, ocupando o litoral de nordeste a sul e as regies Centro-Oeste, Sudeste e Sul).

    Tambm temos as plancies: Amaznica, do Pantanal (perto da fronteira entre Brasil e Paraguai), do Pampa (ao sul do Rio Grande do Sul) e Costeira (vai do litoral do Maranho ao Rio Grande do Sul).

    MAPAS CLIMTICOS

    Os mapas podem falar tambm sobre o clima. O que eles dizem sobre o Brasil?

    Indicam que existem seis tipos de variao climtica:Equatorial (regio Amaznica), tropical (Planalto Central,

    Pantanal e Regies Nordeste e Sudeste), tropical de altitude (nas reas mais altas do Planalto Atlntico), tropical atlntico (litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul), semirido (serto nordestino) e subtropical (regio Sul).

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    Geografia - Fase I

    Vamos aprender a ler os mapasLer um mapa muito fcil, mas so necessrias algumas explicaes acerca de escalas, de convenes, e alguns conhecimentos

    de orientao.Os paralelos e os meridianos nos do a posio exata de tudo o que h na terra. Eles Formam as chamadas coordenadas

    geogrficas.

    As linhas verticais, que no globo esto no sentido norte-sul, so chamadas meridianos. J as linhas horizontais, que contornam o globo no sentido leste-oeste, so chamadas paralelos.

    Veja no planisfrio abaixo os principais paralelos.

    O principal meridiano o de Greenwich. Ele divide o globo em duas partes iguais, chamadas hemisfrios: hemisfrio Ocidental (ou Oeste) e hemisfrio Oriental (ou Leste).

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    Geografia - Fase I

    Vivemos em qual hemisfrio?Observe novamente o planisfrio (mapa): nele voc fica sabendo que o Brasil est localizado no hemisfrio Ocidental. Mas

    pode-se notar que a maior parte do pas est no hemisfrio Sul - fica no hemisfrio Norte apenas parte do Amazonas, de Roraima, do Amap e do Par.

    Os paralelos que cortam o territrio brasileiro: Equador e Trpico de Capricrnio.Quanto mais prxima uma regio est do Equador, mais quente ela costuma ser. Isso ocorre porque as reas prximas do Equador

    recebem os raios solares durante todo o ano de forma direta.Nas reas mais afastadas dessa linha imaginria, os raios solares, no perodo de inverno, chegam superfcie da Terra de forma

    inclinada, conduzindo menos calor.Carta: So representaes cartogrficas convencionais e planas, elaboradas com grande preciso, e revelam os fenmenos da

    superfcie terrestre utilizando dados obtidos por meio de fotografias areas, imagens de satlites e trabalho de campo.

    Projees Cartogrficas

    A projeo cartogrfica definida como um tipo de traado sistemtico de linhas numa superfcie plana, destinado representao de paralelos de latitude e meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construo dos mapas. A representao da superfcie terrestre em mapas, nunca ser isenta de distores. Nesse sentido, as projees cartogrficas so desenvolvidas para minimizarem as imperfeies dos mapas e proporcionarem maior rigor cientfico cartografia.

    Veja a seguir vrios recursos utilizados na Projeo Cartogrfica, h vrios tipos, tais como: - Projeo Cilndrica: uma representao global da Terra. Os meridianos so linhas curvas (elipses) e os paralelos so linhas

    retas.- Projeo Cnica: a superfcie terrestre representada sobre um cone imaginrio envolvendo a esfera terrestre. Os paralelos

    formam crculos concntricos e os meridianos so linhas retas convergentes para os pelos. Nessa projeo, as distores aumentam conforme se junta do paralelo de contato com o cone. A projeo cnica muito utilizada para representar partes da superfcie terrestre.

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    Geografia - Fase I

    - Projeo Plana ou Azimutal: executada por Mercator, Sanson e Flamsteed, tem os paralelos horizontais e equidistantes. Trata-se de um tipo de projeo que procura manter as dimenses superficiais reais, deformando a fisionomia. O polo norte o centro do mapa, e a partir dele as distncias esto em escala verdadeira, bem como os ngulos azimutais. Apresenta contorno em elipse, proporcionando uma ideia aproximada da forma esfrica da Terra com achatamento dos polos.

    - Projeo Senoidal: Esta deformao intensifica-se na periferia do mapa. A superfcie terrestre representada sobre um plano tangente esfera terrestre. Os paralelos so crculos concntricos e os meridianos, retas que se irradiam do polo. As deformaes aumentam com o distanciamento do ponto de tangncia. utilizada principalmente para representar as regies polares e na localizao de pases na posio central.

    2. Orientao no espao GeogrficoQuando queremos nos orientar em relao s pessoas e

    aos objetos comum ns utilizarmos termos como frente, ao lado e por a vai. Tambm podemos utilizar elementos da paisagem para nos orientar como atrs da igreja, depois da rvore. Mas quando precisamos nos orientar em espaos onde no haja pontos de referncia (como no meio de um deserto, ou em alto mar) ou queremos usar referncias genricas, ento podemos utilizar os astros (estrelas) para referncia, como o exemplo da referncia do sol.

    A orientao pelo sol e os pontos cardeais

    Observando o movimento do sol, o ser humano conseguiu percebeu que ele surge ao amanhecer em um lado da terra e se pe ao entardecer no lado oposto. A direo onde o sol nasce foi chamada de leste (ou oriente), o lado oposto, recebeu o nome de Oeste (ou ocidente). Uma vez determinado o leste e o oeste, chega a hora de traar as outras duas extremidades que seria o norte (acima) e o sul (abaixo). Observe o desenho acima para ver como esto dispostos os pontos cardeais pela orientao do sol. E o esquema seguinte que mostra uma rosa dos ventos, que tem as posies dos pontos cardeais com os seus respectivos nomes e referncias. Veja o exemplo abaixo que explica a posio do sol e dos Pontos cardeais.

    E: este ou leste N: norteO ou W: oesteS: sul

    A juno de dois pontos cardeais teremos os pontos colaterais:

    Norte + Leste = NE: nordeste Norte + Oeste = NO ou NW: noroeste Sul + leste = SE: sudeste Sul + oeste = O ou SW: sudoeste

    Juntando o ponto cardeal + o colateral teremos os Pontos subcolaterais:

    ENE: Este + Nordeste = ls-nordeste ESE: ls-sudeste SSE: su-sudeste NNE: nor-nordeste NNO/NNW: nor-noroeste SSO/SSW: su-sudoeste OSO/WSW: os-sudoeste ONO/WNW: os-noroeste

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    Geografia - Fase I

    Esses pontos formam a rosa-dos-ventos permite que vejamos todos cardeais: norte, sul, leste e o oeste. Os pontos colaterais: Nordeste (NE), Sudeste (SU), Noroeste (NO) e Sudoeste (NO). E os pontos subcolaterais Norte-nordeste (NNE), Norte - noroeste (NNO), Sul-sudeste (SSE), Sul - sudoeste (SSO), Oeste-sudoeste (OSO), Oeste-noroeste (ONO), Leste-sudeste (LSE) e Leste-Nordeste (LNE).

    A rosa-dos-ventos (AO 1990: rosa dos ventos) um instrumento de orientao baseado nas quatro direes fundamentais e suas intermedirias. A rosa-dos-ventos corresponde volta completa do horizonte e surgiu da necessidade de indicar exatamente uma direo que nem mesmo os pontos intermedirios determinariam, pois um mnimo desvio inicial torna-se cada vez maior, medida que vai aumentando a distncia.

    Assim, praticamente todos os pontos na linha do horizonte podem ser localizados com exatido. Cada quadrante da rosa-dos--ventos corresponde a 90: considera-se o norte a 0; o leste a 90; o sul a 180, o oeste a 270, e novamente o norte a 360.

    A utilizao de rosas-dos-ventos extremamente comum em todos os sistemas de navegao antigos e atuais. Seu desenho em forma de estrela tem a finalidade nica de facilitar a visualizao com o balano da embarcao, portanto os quatro pontos cardeais principais so os mais fceis de ser notados: norte (0 de azimute cartogrfico), sul (180), este ou leste (90) e oeste (270). Depen-dendo do tamanho da bssola pode caber mais quatro pontos que so chamados de pontos colaterais; nordeste (45), sudeste (135), noroeste (315) e sudoeste (225) e se o visor for maior ainda costumam incluir mais oito pontos, chamados pontos subcolaterais; nor-nordeste (22,5), ls-nordeste (67,5), ls-sudeste (112,5), su-sudeste (157,5), su-sudoeste (202,5), os-sudoeste (247,5), os--noroeste (292,5) e nor-noroeste (337,5).

    Assim como os meridianos esto para os polos da mesma forma todos os rumos esto para o observador.Uma bssola um objeto com uma agulha magntica que atrada para o polo magntico terrestre. E o que faz essa agulha apon-

    tar para o norte magntico a poderosa, fora invisvel chamada Magnetismo. A Terra um im gigante. Apesar de o magnetismo ter sido descoberto h muito tempo, a sua utilizao como auxiliar de orientao bastante recente. Descobriu-se que o minrio de ferro magnetizado, quando colocado num pedao de madeira a flutuar num recipiente com gua, girava e adquiria sempre uma posio fixa. Por esse motivo a bssola um instrumento extremamente confivel, pois ela sempre aponta para a direo norte, podendo assim sempre descobrir os outros pontos cardeais atravs da localizao exata do norte.

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    Geografia - Fase I

    Localizao no espao geogrfico

    A Terra, seu eixo e o Equador

    O globo terrestre uma esfera imperfeita, achatada nos polos. A esfera terrestre est sempre em rotao no espao. O eixo da terra no existe, mas como se fosse uma trava, fazen-do com que ela gire somente para os lados como e fosse uma bola presa por dois parafusos. O polo superior a terra, conhe-cido como polo norte, enquanto o polo inferior conhecido como polo sul.

    Alm dos polos para a referncia, como j estudamos an-teriormente os paralelos e os meridianos tambm auxiliam a nos orientar na terra. Os paralelos so linhas imaginrias que est na horizontal no globo, enquanto os meridianos so linhas imaginrias verticais. Veja a imagem da prxima pgina.

    Ambos, paralelos e meridianos fazem a volta no planeta, onde um paralelo cruza com um meridiano, forma uma coor-denada geogrfica, que d uma localizao exata de um ponto no globo terrestre.

    Os paralelos so as linhas horizontais do planeta, o paralelo central do globo recebe o nome de equador, ou linha do equador. Ele divide o globo entre norte e sul, acima o equador norte e abaixo do equador sul. Pases como os Estados Unidos, esto acima da linha do equador, por isso diz-se que ele est no hemisfrio norte o globo. Enquanto pases como a Austrlia, e a maior parte do Brasil esto abaixo da linha do Equador, por isso diz-se que esto no hemisfrio sul do continente. J os meridianos, por serem linhas verticais, dividem lateralmente

    o globo, deixando os pases que estiverem esquerda do meridiano principal, de pases do hemisfrio oeste, enquanto os que estiverem direita, de hemisfrio leste. Essa linha vertical que divide o mundo entre leste e oeste, recebe o nome de Meridiano de Greenwich.

    3. O Fuso horrioOs fusos horrios, tambm denominados zonas horrias,

    foram estabelecidos atravs de uma reunio composta por representantes de 25 pases em Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasio foi realizada uma diviso do mundo em 24 fusos horrios distintos.

    A cada 15 de longitude, temos um fuso horrio ou uma hora: 15 = 1h (da mesma forma, 1 = 4 minutos).

    O movimento de rotao da terra d-nos a noo de sucesso das horas, possibilitando a definio de qual dos hemisfrios (Oeste ou Leste) estar adiantado ou atrasado com relao s horas.

    No Planeta Terra, temos 24 horas ou 24 fusos horrios distribudos pelos dois hemisfrios (Oeste e Leste). Por conveno, o incio da contagem das horas faz-se no meridiano de Greenwich (GMT).

    Os meridianos so linhas imaginrias que cortam a Terra verticalmente, o principal meridiano o de Greenwich, o seu reconhecimento como referncia em razo de sua aceitao em mbito global.

    Isso ocorreu a partir de um acordo mundial realizado em 1884, na cidade de Washington, com o intuito de estabelecer uma padronizao de horrios e datas em todo o mundo.

    A sua escolha como referencial foi por cortar o Observatrio Astronmico Real, localizado em um distrito chamado de Greenwich, situado na regio leste da cidade de Londres.

    O Observatrio foi edificado em 1794, segundo os interesses de Carlos II, e posteriormente transferido em 1946, por causa da concentrao de poluio existente no local que prejudicava a realizao de trabalhos e estudos.

    Vamos pensar juntos? (desenho)Nos pases que ficam a leste do meridiano de Greenwich

    as horas esto adiantadas, j nos pases que esto a oeste do meridiano as horas esto atrasadas. Se o Brasil se localiza a Oeste do meridiano como ficam as horas?

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    Geografia - Fase I

    Na tabela seguinte, temos o quadro dos fusos:

    A LID (linha internacional da data) no coincide com o meridiano de 180, pois ela sofre desvios para que no corte qualquer rea habitada.

    Limites das datasH dois lugares estratgicos onde temos a mudana das datas no planeta: - A Linha Internacional da Data (LID). - No fuso onde for meia-noite. De modo geral, h sempre duas datas no globo terrestre. Porm h somente um caso em que todos os fusos esto na mesma data:

    quando em Greenwich for meio-dia. Cruzando-se a LID do Hemisfrio Oriental para o Hemisfrio Ocidental, podemos retroceder uma data no calendrio. Como a LID divide o fuso de 180 em duas metades, dois lugares situados na rea de abrangncia desse fuso podem apresentar

    hora igual, mas datas diferentes. H, no planeta Terra, 24 fusos horrios, sendo 11 fusos inteiros e um semifuso para cada lado. O fuso de Greenwich e o de 180

    apresentam uma metade para cada hemisfrio.

    Fusos horrios do Brasil: Pela posio geogrfica do Brasil, totalmente na parte ocidental do Planeta, e por sua grande dimenso no sentido Oeste-Leste,

    nosso Pas apresenta 4 fusos horrios, estando todos atrasados em relao ao meridiano de Greenwich.

    Obs: GMT (Hora Mdia em Greenwich)

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    Geografia - Fase I

    Os fusos horrios, tambm denominados zonas horrias, foram estabelecidos atravs de uma reunio composta por representantes de 25 pases em Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasio foi realizada uma diviso do mundo em 24 fusos horrios distintos. A metodologia utilizada para essa diviso partiu do princpio de que so gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotao, ou seja, que gire em torno de seu prprio eixo, realizando um movimento de 360. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15, esse dado obtido atravs da diviso da circunferncia terrestre (360) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotao (24 h). O fuso referencial para a determinao das horas o Greenwich, cujo centro 0. Esse meridiano, tambm denominado inicial, atravessa a Gr-Bretanha, alm de cortar o extremo oeste da Europa e da frica. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, so estabelecidos os outros limites de fusos horrios.

    A Terra realiza seu movimento de rotao girando de oeste para leste em torno do seu prprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) tm as horas adiantadas (+); j os fusos situados a oeste do meridiano inicial tm as horas atrasadas (-).

    Alguns pases de grande extenso territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um fuso horrio. A Rssia, por exemplo, possui 11 fusos horrios distintos, consequncia de sua grande rea. O Brasil tambm apresenta mais de um fuso horrio, pois o pas apresenta extenso territorial 4.319,4 quilmetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existncia de quatro fusos horrios distintos, no entanto, graas ao Decreto n 11.662, publicado no Dirio Oficial de 25 de abril de 2008, o pas passou a adotar somente trs.

    A compreenso dos fusos horrios de extrema importncia, principalmente para as pessoas que realizam viagens, contato com pessoas, relaes comerciais com locais de fusos distintos dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horrios em diferentes partes do globo.

    Sobre o horrio de vero; voc sabia que:O objetivo do horrio de vero a economia do consumo de energia por meio do melhor aproveitamento da luz natural do dia.

    Assim, a prtica reduz a demanda em perodos considerados como horrios de ponta (das 18 s 21h), onde o consumo bem maior. No Brasil, o horrio de vero foi institudo pela primeira vez no vero de 1931/1932. Em 1985, depois de 18 anos sem sua instituio, a prtica de adiantar os relgios em uma hora foi novamente adotada em razo da queda do nvel de gua nos reservatrios das hidreltricas. Aps esse perodo, o horrio de vero passou a ocorrer em todos os anos.

    A diferena de horrio entre pases deve considerar o horrio de vero adotado em alguns. Lembrando que o vero no hemisfrio norte ocorre durante o inverno no hemisfrio sul.

    O Reino Unido, por exemplo, adota o horrio GMT de outubro a maro. Para o restante do ano, o British Summer Time adotado com uma hora avanada.

    GMT ou Greenwich Mean Time (Hora Mdia em Greenwich) a hora no meridiano que corta o laboratrio astronmico da cidade de Greenwich (Inglaterra). Como ns estamos no terceiro fuso horrio oeste de Greenwich, temos de subtrair 3 horas do valor GMT.

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    Geografia - Fase I

    Assim, por exemplo, 0:00 GMT igual a 21:00 h local. Caso esteja em uma cidade contemplada pelo horrio de

    vero, subtraia apenas 2 horas, pois estar 1 hora adiantado. Assim, por exemplo, 0:00 GMT ser igual a 22:00 h local. H um site no qual voc consegue a hora exata do meridiano de greenwich e a hora no seu se voc acertar deseja acertar seu relgio com o horrio GMT acesse este site:

    Horrio de Vero no BrasilNo Brasil, o horrio de vero foi adotado pela primeira

    vez em 1931. Houve interrupes por perodos de alguns anos (1933-1949, 1953-1963, 1968-1985). De 1985 a 2008, o horrio de vero foi adotado anualmente atravs de decretos do Presidente da Repblica.

    Em 2008, o Decreto N 6.558 estabeleceu um procedimento geral para os demais anos, na seguinte forma: Fica instituda a hora de vero, a partir de zero hora do terceiro domingo do ms de outubro de cada ano, at zero hora do terceiro domingo do ms de fevereiro do ano subsequente, em parte do territrio nacional, adiantada em sessenta minutos em relao hora legal. No ano em que houver coincidncia entre o domingo previsto para o trmino da hora de vero e o domingo de carnaval, o encerramento da hora de vero dar-se- no domingo seguinte. A hora de vero vigorar nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, Minas Gerais, Gois, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

    Fusos Horrios do BrasilO territrio brasileiro est localizado a oeste do meridiano

    de Greenwich (longitude 0) e, em virtude de sua grande extenso longitudinal, compreende quatro fusos horrios, variando de duas a cinco horas a menos que a hora do meridiano de Greenwich (GMT). O primeiro fuso (30 O) tem duas horas

    a menos que a GMT. O segundo fuso (45 O), o horrio oficial de Braslia, trs horas atrasado em relao GMT. O terceiro fuso (60 O) tem quatro horas a menos que a GMT. O quarto e ltimo possui cinco horas a menos em relao GMT.

    Horrio de vero: Prtica adotada em vrios pases do mundo para economizar energia eltrica. Consiste em adiantar os relgios em uma hora durante o vero nos lugares onde, nessa poca do ano, a durao do dia significativamente maior que a da noite. Com isso, o momento de pico de consumo de energia eltrica retardado em uma hora. Usado vrias vezes no Brasil no decorrer do sculo XX (1931, 1932, 1949 a 1952, 1963 e 1965 a 1967), o horrio de vero retomado a partir de 1985.

    Em 1998 tem incio em 11 de outubro, com durao prevista at 21 de fevereiro de 1999. Atinge 12 estados e o Distrito Federal: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, Minas Gerais, Gois, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia. Nos demais estados, tanto no inverno quanto no vero, no h diferena significativa na durao do dia e da noite. A economia resultante da adoo do horrio de vero equivale, em mdia, a 1% do consumo nacional de energia. Em 1997, a reduo mdia do consumo de energia eltrica durante os trs primeiros meses (outubro a dezembro) de vigncia do horrio de vero nas regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste de 270 megawatts, ou 0,9%. Esse valor corresponde energia consumida, no mesmo perodo, por um estado do tamanho de Mato Grosso do Sul. No horrio de pico, entre 17h e 22h, a reduo registrada de 1.480 MW, ou cerca de duas vezes a capacidade de gerao da usina nuclear Angra I.

    O presidente Luiz Incio Lula da Silva sancionou ontem (24), sem vetos, a lei que reduz de quatro para trs o nmero de fusos horrios usados no Brasil. A mudana, que tem prazo de 60 dias para entrar em vigor, atingir municpios nos Estados do Acre, Amazonas e Par e ser publicada no Dirio Oficial da Unio de hoje.

    Dentro desse prazo, os 22 municpios do Acre ficaro com diferena de uma hora em relao a Braslia - hoje so duas horas a menos. Municpios da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrero a mesma mudana, o que igualar o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas.

    A mudana na lei tambm far com que o Par, que atualmente tem dois fusos horrios, passe a ter apenas um. Os relgios da parte oeste do Estado sero adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Par fique com o mesmo horrio de Braslia.

    O projeto, de autoria do senador Tio Viana (PT-AC), foi aprovado no Senado em 2007. Ao tramitar na Cmara, foi alvo de presso de emissoras de televiso. O lobby foi por conta da entrada em vigor de portaria do Ministrio da Justia que determinou a exibio do horrio de programas obedecendo classificao indicativa.

    Parlamentares da regio Norte ainda pressionam o governo em virtude das regras da classificao indicativa.

    Ela determina que certos programas no indicados para menores de 14 anos, por exemplo, no possam ser exibidos em todo o territrio nacional no mesmo horrio, j que existem diferenas de fuso.

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    Geografia - Fase I

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