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3ª Ensino Médio
1
Projeto Pente-fino
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões objetivas ...................................................................................................................... 2
Questões dissertativas ................................................................................................................. 41
MATEMÁTICA
Questões objetivas ...................................................................................................................... 52
Questões dissertativas ................................................................................................................. 72
2
Questão1
FAVELÁRIO NACIONAL
Carlos Drummond de Andrade
Quem sou eu para te cantar, favela,
Que cantas em mim e para ninguém
a noite inteira de sexta-feira
e a noite inteira de sábado
E nos desconheces, como igualmente não te
conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro:
Baixou em mim na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
...
Aqui só vive gente, bicho nenhum
tem essa coragem.
...
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas, favela, ciao,
que este nosso papo
está ficando tão desagradável.
vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
...
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record,
1984)
Assinale a alternativa que apresenta uma análise INACEITÁVEL sintática ou semanticamente.
a) O vocábulo melhor (v.10) introduz uma espécie de retificação do que foi anteriormente abordado. b) Os dois pontos no verso 7 (sete) foram utilizados para introduzir a enumeração das características do mau cheiro. c) Em “e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade” (v.23), o termo em destaque complementa o nome que
exerce função sintática de predicativo do sujeito. d) O pronome demonstrativo este (v.37) foi utilizado para marcar uma posição no tempo presente em que se
estabelece o diálogo. Justifique as alternativas incorretas.
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DÚVIDAS
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Questão 2
Considere os versos a seguir, extraídos do livro Isso isso (2010), de Selma Maria, e assinale a alternativa CORRETA:
a) Em “Nós se desamarram e tropeçam os passos dos meninos./ Nós se desfazem quando nós inventamos caminhos”,
a palavra sublinhada exerce função de pronome. b) Em “Um gato acha seu canto dentro da casa./ O passarinho solta seu canto lá na mata”, as palavras sublinhadas
exercem função de substantivo e significam o ato de cantar. c) Em “Embrulhar um amigo é não dizer a verdade./ Embrulhar um presente é alimentar amizade”, as palavras
sublinhadas exercem função de advérbio. d) Em “Galo canta na cabeça do menino quando ele cai./ Galo canta no galinheiro quando a noite vai”, as palavras
sublinhadas estão empregadas no sentido conotativo. e) Em “Manga da roupa pode desmanchar./ Manga na roupa pode manchar”, a primeira palavra sublinhada exerce
função de adjetivo e a segunda, de verbo. Justifique as alternativas incorretas.
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DÚVIDAS
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Questão 3
Considerando a análise de aspectos linguísticos dos trechos abaixo, extraídos da obra “Você Verá”, marque (V) para os
comentários verdadeiros e (F) para os falsos. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
( ) Em “Acho a astrologia a ciência dos tolos, e, até prova em contrário, não me considero um deles.” Houve um
desvio da norma padrão, que prescreve como certa a expressão “até provem o contrário”, em substituição à
expressão sublinhada.
( ) Em “Foi um morticínio, uma coisa que ninguém na região nunca vira(...)”, a palavra morticínio significa assassinato
em série.
( ) O que aconteceu com o nome do narrador do conto Bem - Stanislaw > Lauro > Lau > Stan - é um fenômeno
linguístico semelhante ao ocorrido com o pronome de tratamento Vossa Mercê - Vosmecê > você > cê.
( ) Em “(...) que direito tinha o Bem de se tornar milionário?”, o pronome sublinhado aparece anteposto ao verbo
(próclise), uma vez que a preposição o atrai, segundo a norma padrão.
( ) Em “(...) quando a mãe a levava à matinê.” e “(...) pois ainda escutava em mim as risadas”, os pronomes
sublinhados são classificados, respectivamente, como oblíquo átono e oblíquo tônico.
( ) Em “Minha mãe sempre dizia: 'Deus protege quem trabalha’”, a regência do verbo proteger não está de acordo
com a norma padrão, uma vez que ele é transitivo indireto e, por isso, rege preposição, como em: 'Deus protege
a quem trabalha’”.
A sequência correta é
a) F- F- V- V- V- F b) V- F- F- V- F- V c) F- F- F- V- V- F d) V- V- V- F- F- V Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 4
Na tirinha, a locutora utiliza o imperativo verbal para desafiar seu interlocutor a lhe apresentar uma prova de amor.
Essas formas imperativas apresentam um caso de variação na pessoa do verbo, tendo a seguinte configuração:
a) “mate” e “peça” são formas de 2ª pessoa que derivam do presente do modo indicativo e se correlacionam ao
pronome de 2ª pessoa “tu”. b) “prova” e “coloca” são formas de 3ª pessoa que derivam do presente do modo subjuntivo e se correlacionam ao
pronome de 3ª pessoa “você”. c) “prova” e “coloca” são formas de 2ª pessoa correlacionadas ao pronome “tu”; “mate” e “peça” são formas de 3ª
pessoa correlacionadas ao pronome “você”. d) “mate” e “peça” são formas de 2ª pessoa correlacionadas ao pronome “tu”; “prova” e “coloca” são formas de 3ª
pessoa correlacionadas ao pronome “você”. Justifique as alternativas incorretas.
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DÚVIDAS
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Questão 5
Tornando da malograda espera do tigre, 1alcançou o capanga um casal de velhinhos, 2que seguiam diante dele o
mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu
Jão Fera 3que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer
um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, 4mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele
esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se
deixando-os embasbacados. ALENCAR, José de. Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).
Considere os seguintes comentários sobre diferentes elementos linguísticos presentes no texto:
I. Em “alcançou o capanga um casal de velhinhos” (ref. 1), o contexto permite identificar qual é o sujeito, mesmo este
estando posposto.
II. O verbo sublinhado no trecho “que seguiam diante dele o mesmo caminho” (ref. 2) poderia estar no singular sem
prejuízo para a correção gramatical.
III. No trecho “que destinavam eles uns cinquenta mil-réis” (ref. 3), pode-se apontar um uso informal do pronome
pessoal reto “eles”, como na frase “Você tem visto eles por aí?”.
Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
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DÚVIDAS
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Questão 6
Leia o texto e responda à(s) quest(ões) a seguir.
Quando se pergunta à população brasileira, em uma pesquisa de opinião, qual seria o problema fundamental
do Brasil, a maioria indica a precariedade da educação. Os entrevistados costumam apontar que o sistema
educacional brasileiro não é capaz de preparar os jovens para a compreensão de textos simples, elaboração de
cálculos aritméticos de operações básicas, conhecimento elementar de física e química, e outros fornecidos pelas
escolas fundamentais.
[...]
Certa vez, participava de uma reunião de pais e professores em uma escola privada brasileira de destaque e
notei que muitos pais expressavam o desejo de ter bons professores, salas de aula com poucos alunos, mas não se
sentiam responsáveis para participarem ativamente das atividades educacionais, inclusive custeando os seus serviços.
Se os pais não conseguiam entender que esta aritmética não fecha e que a sua aspiração estaria no campo do milagre,
parece difícil que consigam transmitir aos seus filhos o mínimo de educação.
Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado dos exemplos dados pelos pais.
Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver outros problemas de uma sociedade como a brasileira
parece lógico. No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende somente das autoridades. Ela começa
com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar essa responsabilidade.
Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a sociedade como um todo esteja convencida de
que todos precisam contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que partilhem desta convicção e não
estejam pensando somente nos seus benefícios pessoais.
Sobre a educação formal, aquela que pode ser conseguida nos muitos cursos que estão se tornando
disponíveis no Brasil, nota-se que muitos estão se convencendo de que eles ajudam na sua ascensão social, mesmo
sendo precários. O número daqueles que trabalham para obter o seu sustento e para ajudar a família, e ao mesmo
tempo se dispões a fazer um sacrifício adicional frequentando cursos até noturnos, parece estar aumentando.
A demanda por cursos técnicos que elevam suas habilidades para o bom exercício da profissão está em alta. É
tratada como prioridade tanto no governo como em instituições representativas das empresas. O mercado observa a
carência de pessoal qualificado para elevar a eficiência do trabalho.
Muitos reconhecem que o Brasil é um dos países emergentes que estão melhorando, a duras penas, a sua
distribuição de renda. Mas, para que este processo de melhoria do bem-estar da população seja sustentável, há que
se conseguir um aumento da produtividade do trabalho, que permita, também, o aumento da parcela da renda
destinada à poupança, que vai sustentar os investimentos indispensáveis.
A população que deseja melhores serviços das autoridades precisa ter a consciência de que uma boa
educação, não necessariamente formal, é fundamental para atender melhor as suas aspirações.
(YOKOTA, Paulo. Os problemas da educação no Brasil. Em
http://www.cartacapital.com.br/educacao/os-problemas-da-educacao-no-brasil-657.html - Com adaptações)
Em “Ela começa com os próprios pais, que não podem simplesmente terceirizar essa responsabilidade.” (4º §), o
emprego do pronome destacado está de acordo com a modalidade padrão da língua. Em que opção tal fato também
ocorre?
a) A discussão sobre a precariedade da educação é extremamente proveitosa, mas isto não deve ficar apenas na
teoria. b) Pais e educadores precisam estar juntos no processo educativo. Esses, orientando as crianças em sala de aula e
aqueles, em casa. c) A população que deseja melhores serviços das autoridades precisa estar atenta a isto: uma boa educação é
fundamental. d) Esse relatório que está em minhas mãos é essencial para a compreensão do que pode ser feito para melhor a
educação no Brasil. e) Várias mudanças foram sugeridas para melhorar a educação, durante o congresso, no ano passado. Este foi um
período bastante proveitoso.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 7
Se não quiser adoecer
Por Dr. Dráuzio Varela
"Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares,
dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar,
confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso
remédio e excelente terapia.
"Busque soluções"
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o
pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais
doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
"Aceite-se"
A rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o
núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores.
Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.
"Não viva SEMPRE triste!"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de
alegrar o ambiente em que vive.
"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.
(Trechos retirados de Pensador.uol.com.Br/autor/dr_drauzio_varela. Acesso em 11 de abril de 2015, às 11h.)
Observe as formas verbais empregadas nos enunciados abaixo e assinale V para as proposições verdadeiras e F para
as falsas. A seguir, marque a sequência correta.
I. “Se não quiser adoecer, fale de seus sentimentos.”
II. “Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas.”
III. “A rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos.”
IV. “Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.”
V. “Não viva sempre triste!”
( ) O presente do indicativo aparece nos enunciados II, III e IV com o objetivo de exprimir um fato verdadeiro e que
não pertence a uma época determinada.
( ) No enunciado I, o verbo “falar” encontra-se no presente do subjuntivo e expressa um fato incerto, mas que
apresenta a expectativa do locutor de que venha a se realizar.
( ) Com o objetivo de manter o paralelismo verbal, se colocássemos a primeira forma verbal do período III no
pretérito perfeito do indicativo, teríamos que usar a forma verbal “fôssemos” na segunda oração.
( ) O particípio do verbo “aceitar”, no enunciado IV, foi utilizado na formação da voz passiva.
( ) O verbo “viver”, na frase V, encontra-se flexionada na 2ª pessoa do singular do imperativo negativo.
a) F - V - F - F - V b) V - F - V - V - F c) V - F - V - F - F d) F - F - F - V - V
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 8
“No dia seguinte, Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio, notou que as operações de Sinhá Vitória,
como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de
juros.
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a
mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os
estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo?
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à
toa, pedia desculpa. [...]
O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. [...]
Sentou-se numa calçada, tirou do bolso o dinheiro, examinou-o, procurando adivinhar quanto lhe tinham
furtado. Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era. Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda
inventavam juro. Que juro! O que havia era safadeza.”
Sobre o fragmento do capítulo Contas, do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, assinale a alternativa CORRETA.
a) Ao se referir a Sinhá Vitória, Fabiano admite que “a mulher tinha miolo.” Essa afirmação significa que a esposa era
inteligente, tinha frequentado escola, sabia fazer conta, diferentemente dele, que “era bruto”, pois, também, não
sabia ler nem fazer conta, nunca havia frequentado a escola. b) Quando o narrador personagem afirma que “O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o
tijolo,” significa que a personagem percebeu que a altivez era a única arma que possuía para enfrentar o
proprietário das terras onde trabalhava, por isso resolveu camuflar o orgulho saindo sem dar as costas ao amo. c) No final do segundo parágrafo, quando se lê: “Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de
mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!”, tem-se um discurso
direto, pois o narrador se afasta e deixa Fabiano demonstrar, de forma direta, que tem a consciência da
exploração do patrão quando faz uso dos verbos no presente. d) Graciliano Ramos cria duas comparações ao usar o vocábulo branco para designar o patrão e, posteriormente, ao
atribuir ao narrador o enunciado: “Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!” coloca a
personagem na condição de submisso, tal qual a de um escravo sem direito à liberdade, o que contraria os
princípios do romance regionalista de 1930. e) Há algumas expressões usadas por Graciliano Ramos que quebram a verossimilhança existente entre a linguagem,
a condição social e o nível de escolaridade de Fabiano, pois são metáforas eruditas, tais como: “perdeu os
estribos”, batendo no chão como cascos” e “baixou a pancada e amunhecou”.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 9
Diante do aumento de doenças relacionadas à alta ingestão de sódio, diversas entidades têm lançado campanhas para
redução do consumo de sal, veiculadas em diferentes mídias, como exemplificam os textos a seguir.
TEXTO 1
TEXTO 2
Os produtores desses textos escolheram diferentes recursos linguísticos para alertar os leitores sobre o consumo de
sal. Considere as afirmativas acerca desses recursos:
I. No texto 1, são usadas duas frases nominais cuja disposição permite inferir que a melhora da saúde é consequência
da diminuição do consumo de sal.
II. No texto 2, as reticências, depois de “Escolha”, servem para indicar uma interrupção da frase e, antes de “a opção
com menos sal”, sinalizam o complemento da frase interrompida.
15
III. No texto 2, o uso dos verbos “consumimos”, “está” e “compramos” no modo indicativo contribui para compor uma
informação que justifica o apelo à leitura do rótulo e à escolha de produtos com menos sal.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas III. c) apenas I e II. d) apenas II e III. e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 10
Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que
houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado
na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate
a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer
quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça,
mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes
água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.
Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93.
A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:
I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha registra o
comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta
quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor
narrativo ao texto.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas II. c) apenas II e III. d) apenas I e III. e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 11
Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, no entanto, nunca me defendi,
morto para a vida e para os sonhos: nada podendo já esperar e coisa alguma desejando – 1eu venho fazer enfim a
minha confissão: isto é, demonstrar a minha inocência.
Talvez não me acreditem. 2Decerto que não me acreditam. Mas pouco importa. O meu interesse hoje em
gritar que não assassinei Ricardo de Loureiro é nulo. Não tenho família; não preciso que me reabilitem. Mesmo quem
esteve dez anos preso, nunca se reabilita. A verdade simples é esta.
E àqueles que, lendo o que fica exposto, me perguntarem: “Mas por que não fez a sua confissão quando era
tempo? Por que não demonstrou a sua inocência ao tribunal?”, a esses responderei: – A minha defesa era impossível.
Ninguém me acreditaria. E fora inútil fazer-me passar por um embusteiro ou por um doido… Demais, devo confessar,
após os acontecimentos em que me vira envolvido nessa época, ficara tão despedaçado que a prisão se me afigurava
uma coisa sorridente. Era o esquecimento, a tranquilidade, o sono. Era um fim como qualquer outro – um termo para
a minha vida devastada. Toda a minha ânsia foi, pois, de ver o processo terminado e começar cumprindo a minha
sentença.
De resto, o meu processo foi rápido. Oh! o caso parecia bem claro… Eu nem negava nem confessava. Mas
quem cala consente… E todas as simpatias estavam do meu lado.
O crime era, como devem ter dito os jornais do tempo, um “crime passional”. Cherchez la femme*. Depois, a
vítima, um poeta – um artista. A mulher romantizara-se desaparecendo. Eu era um herói, no fim de contas. 3E um
herói com seus laivos de mistério, o que mais me aureolava. Por tudo isso, independentemente do belo discurso de
defesa, o júri concedeu-me circunstâncias atenuantes. E a minha pena foi curta.
Ah! foi bem curta – sobretudo para mim… Esses dez anos esvoaram-se-me como dez meses. É que, em
realidade, as horas não podem mais ter ação sobre aqueles que viveram um instante que focou toda a sua vida.
Atingido o sofrimento máximo, nada já nos faz sofrer. Vibradas as sensações máximas, 4nada já nos fará oscilar.
Simplesmente, este momento culminante raras são as criaturas que o vivem. As que o viveram ou são, como eu, os
mortos-vivos, ou – apenas – os desencantados que, muitas vezes, acabam no suicídio.
(Mário de Sá-Carneiro. A confissão de Lúcio, 2011.)
* Cherchez la femme: Procurem a mulher.
Na referência 1, afirma-se: “eu venho fazer enfim a minha confissão”. Tal confissão se materializa textualmente em
a) uma argumentação confusa, com oscilação dos tempos verbais entre presente, passado e futuro, relacionados a
situações da vida do narrador. b) uma narrativa objetiva, com predomínio de verbos nos tempos passado e presente, relacionados a situações
conhecidas do narrador. c) uma narrativa subjetiva, com predomínio de verbos no tempo passado, relacionados a situações das quais
participara o narrador. d) uma argumentação racional, com predomínio de verbos no tempo presente, relacionados a situações analisadas
pelo narrador. e) uma descrição pessoal, com predomínio de verbos no tempo presente, relacionados a situações que marcaram a
existência do narrador.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 12
Em agosto de 2005, a Revista Língua fez uma entrevista com Millôr Fernandes, o escritor escolhido para ser o
homenageado da FLIP 2014. Eis, aqui, alguns trechos dessa entrevista.
Língua – Fazer humor é levar a sério as palavras ou brincar com elas?
Millôr – Humor, você tem ou não tem. Pode ser do tipo mais profundo, mais popular, mas tem de ter. 1Você
vai fazendo e, sem querer, a coisa sai engraçada. Dá para perceber quando a construção é forçada. Tenho uma
capacidade muito natural de perceber bobagem e destruir a coisa.
Língua – Com que língua você mais gosta de trabalhar?
Millôr – Não aprendi línguas até hoje (risos). 3Gosto de trabalhar com o português, embora inglês seja a que
eu mais leio. Nunca tive temor de nada. Deve-se julgar as obras pelo que elas têm de qualidade, não por serem de
fulano ou beltrano. Shakespeare fez muita besteira, mas tem três ou quatro obras perfeitas, e Macbeth é uma delas.
Língua – Na sua opinião, quais vantagens o português possui em comparação a outras línguas que você
conhece?
Millôr – A principal vantagem é a de ser a minha língua. Ninguém fala duas línguas. Essa ideia de um espião
que fala múltiplas línguas não passa de mentira. Vai lá no meio do jogo dizer “salame minguê, um sorvete colorê...” ou
“velho guerreiro”. Os modismos da língua, as coisas ocasionais, não são acessíveis a quem não é nativo. Toda pessoa
tem habilidade só no seu idioma. Você pode aprender uma, dez, sei lá quantas expressões de outra língua, mas ainda
existirão outras mil – 4como é que se vai fazer? A língua portuguesa tem suas particularidades. Como outras também.
Aprendi desde cedo a ter o cuidado de não rimar ao escrever uma frase. Sobretudo em “-ão”.
Língua – Quais as normas mais loucas ou mais despropositadas da língua portuguesa?
Millôr – Toda pesquisa de linguagem é perigosa porque tem o caráter de induzir o sentido. Não tenho
nenhum carinho especial por gramáticos. Na minha vida inteira sempre fui violento [no ataque às regras do idioma],
porque a língua é a falada, a outra é apenas uma forma de você registrar a fala. Se todo mundo erra na crase é a regra
da crase que está errada, como aliás está. Se você vai a Portugal, pode até encontrar uma reverberação que indica a
crase. Não aqui. Aqui, no Brasil, a crase não existe.
Língua – Mas a fala brasileira é mutante e díspar, cada região tem sua peculiaridade. Como romper regras da
língua sem cair no vale-tudo?
Millôr – 5Se não houver norma, não há como transgredir. A língua tem variantes, mas temos de ensinar a
escrever o padrão. Quem transgride tem nome ou peito, que o faça e arque com as consequências. Mas insisto que a
escrita é apenas o registro da língua falada. De Machado de Assis pra cá, tudo mudou. A língua alemã fez reforma
ortográfica há 50 anos, correta. Aqui, na minha geração, já foram três reformas do gênero, uma mais maluca que a
outra. 6Botaram acento em “boemia”, escreveram “xeque” quando toda língua busca lembrar o árabe shaik, insistiram
que o certo é “veado” quando o Brasil inteiro pronuncia “viado”. Como chegaram a tais conclusões? Essas coisas são
idiotas e cabe a você aceitar ou não. Veja o caso da crase. A crase, na prática, não existe no português do Brasil. Já vi
tábuas de mármore com crase errada. Se todo mundo erra, a crase é quem está errada. Se vamos atribuir crase ao
masculino “dar àquele”, por que não fazer o mesmo com “dar alguém”? 2Não podemos.
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/97/millor-fernandeso-senhor-das-palavras-247893-1.asp. Acesso em: 13/06/2014. Adaptado.
Acerca da flexão de alguns dos verbos empregados no texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Nos trechos: “Você vai fazendo” (ref. 1) e “Não podemos” (ref. 2), as formas verbais sublinhadas indicam que os
processos verbais expressos foram concluídos. b) No trecho: “Gosto de trabalhar com português, embora inglês seja a que eu mais leio.” (ref. 3), o modo indicativo
da forma verbal sublinhada é requerido pela conjunção “embora”. c) No trecho: “Como é que se vai fazer?” (ref. 4), percebe-se o emprego de dois verbos (sublinhados) para indicar
um tempo situado em momento futuro. d) Em: “Se não houver norma, não há como transgredir.” (ref. 5), a forma verbal sublinhada assinala uma afirmação
categórica, ou seja, expressa uma certeza. e) Em: “Botaram acento em ‘boemia’, escreveram ‘xeque’” (ref. 6), a maneira como estão pluralizadas as formas
verbais destacadas indica uma ação ainda por acontecer.
20
Justifique as alternativas incorretas.
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DÚVIDAS
21
Questão 13
Na nossa língua, temos certa liberdade de posicionar palavras e expressões no texto, a depender dos sentidos que
pretendemos expressar. A esse respeito, assinale a alternativa CORRETA, considerando as escolhas feitas no texto.
a) Com o trecho: “Humor, você tem ou não tem.”, o locutor revela que prioriza a organização sintática tradicional:
sujeito, verbo, complemento. b) Para expressar o sentido pretendido no trecho: “Não aprendi línguas até hoje.”, o termo destacado tem posição
livre, podendo ser colocado em qualquer ponto do enunciado. c) No trecho: “Toda pessoa tem habilidade só no seu idioma.”, a posição do termo destacado faz com que ele incida
sobre o segmento “tem habilidade”. d) A organização do trecho: “Toda pesquisa de linguagem é perigosa porque tem o caráter de induzir o sentido.”
demonstra a opção do locutor em primeiro fazer uma declaração e depois apresentar uma justificativa para o que
foi declarado. e) No trecho: “Aqui, no Brasil, a crase não existe.”, os termos “Aqui” e “no Brasil” podem trocar de posição entre si.
Justifique as alternativas incorretas.
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22
Questão 14 4À porta do Grande Hotel, pelas duas da tarde, 14Chagas e Silva 6postava-se de palito à boca, como 19se
tivesse descido do restaurante lá de cima. Poderia parecer, pela estampa, que somente ali se comesse bem em Porto
Alegre. 8Longe 21disso! A Rua da Praia que 23o diga, ou 22melhor, que o dissesse. 24O faz de conta do 7inefável
personagem 5ligava-se mais à 25importância, à moldura que aquele portal lhe conferia. 15Ele, que tanto marcou a rua,
tinha 27franco acesso às poltronas do saguão em que se refestelavam os importantes. Andava 28dentro de um velho
fraque, usava gravata, chapéu, bengala sob o braço, barba curta, polainas e 10uns olhinhos apertados na 1_________
bronzeada. O charuto apagado na boca, para durar bastante, 29era o 9toque final dessa composição de pardavasco
vindo das Alagoas.
Chagas e Silva chegou a Porto Alegre em 1928. 16Fixou-20se na Rua da Praia, que percorria com passos lentos,
carregando um ar de 12indecifrável importância, tão ao jeito dos grandes de então. 17Os estudantes tomaram conta
dele. Improvisaram comícios na praça, carregando-o nos braços e 11fazendo-o discursar. Dava discretas mordidas 33e
consentia em que lhe pagassem o cafezinho. Mandava imprimir sonetos, que "trocava" por dinheiro.
Não era de meu propósito 31ocupar-me do "doutor" Chagas 34e, sim, de como se comia bem na Rua da Praia
de antigamente. Mas ele como que me puxou pela manga e levou-me a visitar casas por onde sua imaginação de
longe esvoaçava.
Porto Alegre, sortida por tradicionais armazéns de especialidades, 30dispunha da melhor matéria-prima para
as casas de pasto. 18Essas casas punham ao alcance dos gourmets virtuosíssimos "secos e molhados" vindos de
Portugal, da Itália, da França e da Alemanha. Daí um longo e 2________ período de boa comida, para regalo dos
homens de espírito e dos que eram mais estômago que outra coisa.
Na arte de comer bem, talvez a 26dificuldade fosse a da escolha. Para qualquer lado que o passante se virasse,
encontraria salões ornamentados 3_________ maiores ou menores, tabernas 35ou simples tascas. A Cidade 32divertia-
se também 13pela barriga.
Adaptado de: RUSCHEl, Nilo. Rua da Praia. Porto Alegre: Editora da Cidade, 2009. p. 110-111.
Considere as afirmações abaixo, a respeito dos tempos verbais utilizados no texto.
I. Os verbos era (ref. 29) e dispunha (ref. 30) estão conjugados no mesmo tempo e modo.
II. Todos os verbos do primeiro parágrafo estão conjugados no pretérito imperfeito do indicativo, porque fazem
referência a rotinas e hábitos do passado.
III. Os verbos ocupar-me (ref. 31) e divertia-se (ref. 32) estão conjugados no modo subjuntivo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
23
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24
Questão 15
Com relação à classe gramatical das palavras no texto, é CORRETO afirmar:
a) O adjetivo realmente, no quinto quadrinho, serve para intensificar o advérbio importantes. b) No terceiro quadrinho, a palavra ótima funciona como um substantivo, usado para caracterizar o comportamento
da mãe da professora. c) A palavra parabéns, no terceiro quadrinho, funciona como um advérbio, o qual indica uma circunstância de
modo. d) No quinto quadrinho, o verbo ensinar aparece conjugado no presente do indicativo, para indicar uma ação que
ocorrerá num futuro imediato. e) Os verbos amar e mimar, no primeiro quadrinho, estão conjugados no presente do indicativo e revelam, no
contexto, uma verdade geral a respeito do comportamento materno. Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 16
Leia o texto abaixo, de Gregório de Matos Guerra:
A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Considere as seguintes assertivas a partir do texto:
I. Tal soneto é característico do período barroco brasileiro, momento em que o homem do século XVII está divido
entre os valores antropocêntricos do Renascimento e as amarras do pensamento medieval restituído pela
Contrarreforma.
II. O soneto revela o dualismo que envolve o homem barroco, marcado por incertezas e inconstâncias.
III. O soneto apresenta a preocupação do poeta com a efemeridade da vida e das coisas.
Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 17
Sobre a fundamentação do Barroco no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
a) Tem como marco introdutório a publicação da epopeia, referenciada como a maior obra do gênero épico da
Língua Portuguesa cuja autoria é atribuída a Luís Vaz de Camões, publicada em 1640, ano em que Portugal e
consequentemente o Brasil voltam a se tornar autônomos em relação à dominação espanhola. b) A poesia barroca de Gregório de Matos e os sermões do Padre Antônio Vieira são, do ponto de vista estético,
distintos, pois o poeta tece críticas ferrenhas à sociedade baiana de seu tempo, ao passo que os sermões do
religioso se eximem de qualquer relação com os problemas a ele contemporâneos. c) Tanto a poesia satírica de Gregório de Matos quanto os sermões do Padre Vieira revelam o envolvimento de
ambos os autores com acontecimentos da época. Daí o poeta ser apelidado de “o boca do inferno”, e o Padre
jesuíta ter sido condenado ao silêncio por dez anos pela Igreja à qual pertencia. d) Um texto barroco bem caracterizado é aquele que reflete os anseios de um homem equilibrado, dominado pela
razão, além de ter como riqueza a metáfora e a metonímia, as quais tornam a linguagem concisa e clara. Tal
ocorrência é facilmente identificada tanto na poesia conceptista de Gregório como nos sermões cultistas do
Padre Vieira. e) O Barroco produzido no Brasil se restringiu a duas personalidades importantes, Gregório de Matos e Padre Vieira.
Por essa razão, Bento Teixeira, autor de Prosopopeia, não é reconhecido como poeta lírico, apesar de ter criado
sonetos de reconhecido valor estético sobre o amor erótico, o que lhe rendeu a prisão pela Santa Inquisição em
Olinda. Justifique as alternativas incorretas.
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27
Questão 18
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos (seleção, introdução e notas José Miguel Wisnik). São Paulo: Cultrix, 1981. Fragmento.)
Acerca da linguagem utilizada nos versos acima de Gregório de Matos, um dos principais nomes do Barroco, é correto
afirmar que
a) mostra-se predominantemente denotativa, evitando o uso de analogias. b) caracteriza-se pelo emprego de figuras de linguagem, classificando o trecho como cultista. c) é uma linguagem coloquial, buscando uma maior aproximação entre o eu lírico e o interlocutor. d) por meio da antítese – Depois da Luz se segue a noite escura – depreende-se que o eu lírico anula-se diante da
passagem do tempo.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 19
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório
de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais. b) preocupação com a identidade brasileira. c) crítica velada à forma de governo vigente. d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo. e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 20
Leia o poema.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. 18.
Assinale a alternativa correta.
a) O sujeito lírico, nesse poema, arrependido de seus pecados, pede perdão a Deus com amplo sentimentalismo,
sem a intervenção da razão. b) A presença frequente de antíteses na lírica amorosa de Gregório de Matos faz desse poema um exemplo de
representação do homem barroco, dividido entre a vida mundana e a religiosidade cristã. c) O sujeito lírico do poema constrói, com base em um episódio bíblico, um discurso racional na tentativa de
convencer Deus de que ele deve ser perdoado de seus pecados. d) A ovelha desgarrada, mencionada no poema, diz respeito ao sujeito lírico, de maneira que, assim, ele se compara
ao próprio Cristo. e) Apesar do pedido de perdão por seus pecados, o sujeito lírico reconhece, ao final do poema, que Deus deve
cobrar seu arrependimento para que a glória divina não se perca em vão.
Justifique as alternativas incorretas.
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30
Questão 21
Podemos associar corretamente essa pintura ao
a) Trovadorismo, pois os artistas compunham e cantavam para os
integrantes da Corte cantigas sobre as façanhas dos cavaleiros
medievais. b) Trovadorismo, pois as cantigas líricas e satíricas, escritas em versos,
eram cantadas pelos artistas ao som de instrumentos de corda. c) Humanismo, visto que as personagens do teatro de Gil Vicente, como os
trovadores e os jograis, eram em sua maioria nobres e constituíam a
elite da época. d) Classicismo, pois os temas presentes nas cantigas líricas e satíricas vêm
das narrativas da mitologia greco-latina. e) Classicismo, visto que Camões inspirou-se, para escrever Os Lusíadas,
nas cantigas trovadorescas que narravam as aventuras dos navegantes
portugueses.
Justifique as alternativas incorretas.
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31
Questão 22
Leia o poema a seguir, de Luís de Camões.
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim coa alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
Com base no poema e em seu contexto, afirma-se:
I. Criado no século XVI, o poema apresenta um eu lírico que reflete sobre o amor e sobre os efeitos desse sentimento
no ser apaixonado.
II. Camões é também o criador de Os Lusíadas, a mais famosa epopeia produzida em língua portuguesa, que tem
como grande herói o povo português, representado por Vasco da Gama.
III. Uma das características composicionais do poema é a presença de inversões sintáticas.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
a) I, apenas. b) III, apenas.
c) I e II, apenas. d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Justifique as alternativas incorretas.
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Questão 23
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria, e, enfim,
converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía*.
Luís Vaz de Camões
*soía: Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume
Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões.
a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com as suas
condições de vida e com a inevitabilidade da morte. b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da instabilidade se
torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas. c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se baseia
no postulado da imutabilidade. d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que
elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada. e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma ilusão. Justifique as alternativas incorretas.
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33
Questão 24
Leia os seguintes textos. O primeiro, um soneto de Luís de Camões, e o segundo, a letra da canção Me Acalmo, Me
Desespero, de Cazuza.
1.
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor estou de frio;
Sem causa, justamente, choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto; Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio, Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao céu voando;
Numa hora acho mil anos; e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando, Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
2.
O amor deflagra guerras
No coração de quem ama
Um bandido sórdido
Uma menina linda
O amor lança seu ferrão No desamparo dos amantes um inseto louco em volta da luz Um lobo solitário uivando na escuridão
Do amor pouco sei E quase tudo espero Amando eu me acalmo e me desespero
O amor faz da minha voz Um gemido surdo De mim um escravo lanhado Um tigre encurralado
O amor sombreia as trevas Clareia até cegar E um lar que não abriga O crime perfeito de dois assassinos
Considere as seguintes afirmações sobre a forma como o amor é descrito no soneto e na letra da canção.
I. O amor, por ser um sentimento de natureza contraditória, leva o indivíduo a ver o mundo como um lugar instável e
desconcertante.
II. O amor é um sentimento imprevisível que é deflagrado a partir da figura sedutora e angelical de certas mulheres.
III. O amor provoca o intenso desejo daquele que ama, fazendo com que ele, o amante, mantenha um diálogo com a
mulher amada.
Quais dessas afirmações são compartilhadas por ambos os eu líricos?
a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.
34
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35
Questão 25
TEXTO
Reinando Amor em dois peitos,
tece tantas falsidades,
que, de conformes vontades,
faz desconformes efeitos.
Igualmente vive em nós;
mas, por desconcerto seu,
vos leva, se venho eu,
me leva, se vindes vós.
Camões
Assinale a alternativa CORRETA acerca do texto.
a) Exemplifica o padrão poético do Classicismo renascentista, na medida em que tematiza o amor, utilizando-se da
chamada "medida nova". b) Embora apresente versos redondilhos, de tradição medieval, a linguagem dos versos revela contenção emotiva,
traço estilístico valorizado na Renascença. c) Revela influência das cantigas medievais, pela sonoridade das rimas e linguagem emotiva própria da "coita de
amor". d) É um texto do Humanismo, pois traz uma reflexão filosófica sobre o sentimento amoroso, afastando-se, assim, da
influência greco-romana. e) Antecipa o estilo barroco do século XVII devido à sua linguagem prolixa, em que se notam ousadas inversões
sintáticas e metáforas obscuras. Justifique as alternativas incorretas.
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36
Questão 26
No texto, o eu lírico:
a) chama a atenção do leitor para as artimanhas que as mulheres apaixonadas costumam tramar a fim de conquistar
os homens. b) dirige-se ao deus Amor, manifestando seu descontentamento com relação às falsas atitudes da amada. c) manifesta poeticamente a ideia de que o Amor, atendendo a diferentes vontades, produz diferentes efeitos. d) declara que, embora o amor esteja presente em todas as pessoas, nem todos o aceitam, fato que gera
desentendimentos dolorosos. e) dirige-se à pessoa amada para expressar seu entendimento a respeito dos aspectos contraditórios do sentimento
amoroso.
Justifique as alternativas incorretas.
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37
Questão 27
Acontecência
Acorda ligeira e vem olhar que lindo
sobre o morro sol se debruçar
leite novo espuma dessa madrugada
passarada vem te despertar
tantos pés descalços
posso ver meninos a correr na direção do dia
banho de açude alegre e lava o corpo
fruta fresca é pra te alimentar
acorda ligeira e vem ver que bonito
pelo pasto solta a vacaria
na barra da serra gavião campeiro
vem primeiro vento costurar
tantos pés descalços posso ver libertos
a correr na direção do dia
chuva desce pra regar a terra
engravidar sementes em frutas se tornar
NUCCI, Cláudio. Disponível em: < http://www.claudionucci.com.br/musica>.
Acesso em: 07 set. 2014.
A letra da canção “Acontecência” aproxima-se do ideário estético do Arcadismo por
a) adotar a convenção pastoral. b) representar a natureza de modo bucólico. c) valorizar o campo em detrimento da cidade. d) propor uma vida equilibrada e sem excessos.
Justifique as alternativas incorretas.
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38
Questão 28
Considerando a imagem da mulher nas diferentes manifestações literárias, pode-se afirmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu-lírico é feminino, mostrando o outro lado do relacionamento
amoroso. b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha de um aspecto físico em que sua beleza se iguale à
perfeição da natureza. c) no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como nas cantigas de amor. d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a dissimulação e a sedução, muitas vezes desencadeando
crises e problemas. e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela conquistado,
enquanto os homens viviam uma paz espiritual. Justifique as alternativas incorretas.
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39
Questão 29
Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Manuel Botelho de Oliveira.
E, tratando das próprias, os coqueiros,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos;
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento,
o néctar doce, o cândido alimento.
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos,
e como vários são nas várias cores,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha.
(COHN, Sergio. Poesia.br Rio de Janeiro: Azougue, 2012.)
Podemos relacionar os versos desse poema ao Quinhentismo Nacional, pois
a) o eu lírico repudia a presença de colonizadores portugueses em nossa terra. b) a fauna e a flora tropicais são descritas de maneira minuciosa e idealizada. c) o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos brasileiros para a metrópole. d) a exuberância e a diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta. e) a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os encontros amorosos do eu lírico.
Justifique as alternativas incorretas.
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40
Questão 30
O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento, e
durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de caráter religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume um caráter
apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no Brasil tiveram
início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das chamadas
literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil colônia, retratando os
primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras. b) Somente a afirmativa II é verdadeira. c) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Justifique as alternativas incorretas.
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41 Questão1 Texto 1
Apesar de consideradas pela crítica, durante muito tempo, uma manifestação menor da literatura, as narrativas de viagem viveram momentos de glória no passado. Inúmeros escritores se dedicaram ao gênero, e eram muitos os leitores aficionados pelos relatos de aventuras. Na forma de diários, memórias ou simplesmente impressões de viagens, os textos surgiam aos borbotões, nos séculos XVIII e XIX, ora inspirados pelo Velho, ora pelo Novo Mundo, expressando sempre o olhar fascinado, a curiosidade e o desejo do viajante de deixar registrada a sua experiência, que ele julgava ímpar.
Na Europa, os destinos mais buscados eram a Alemanha, a Itália e a Espanha, fosse pela mitologia, pela glória passada ou pela profusão de ruínas históricas. 1E não importava se a viagem durasse semanas, meses ou anos; interessava relatá-la e assim se inscrever na tradição do gênero. Dentre os mais ilustres viajantes, Goethe, Mme. de Stäel, Victor Hugo, Michelet, Lamartine e Mérimée foram autores que incentivaram outros escritores a também excursionar e a escrever sobre as novas terras.
A América foi igualmente pródiga em inspirar viajantes - em sua maioria pintores, botânicos, naturalistas, arqueólogos ou simples aventureiros -, ainda que a maioria não tivesse pretensões literárias e quisesse apenas fazer anotações acerca da geografia, fauna e flora tropical das novas terras.
Octavio Ianni, em A metáfora da viagem, afirma que a história dos povos “está atravessada pela viagem”, não importa se real (se ocorre o deslocamento geográfico, espacial e temporal), ou metafórica (sem o deslocamento físico, mas apenas o sensível ou sensorial), pois toda sociedade trabalha a viagem, “seja como modo de descobrir o ‘outro’, seja como modo de descobrir o ‘eu’”. A viagem destina-se, portanto, a ultrapassar fronteiras, a demarcar as diferenças e as semelhanças entre os povos.
E, se consideramos as condições em que os deslocamentos eram realizados, as enormes distâncias, o desconforto de navios, carros de bois e ferrovias, além dos perigos de toda natureza a que estavam sujeitos, causa espanto encontrar tantas mulheres, dentre os viajantes, que ousaram deixar a segurança de seus lares, suas famílias e enfrentar o preconceito, as novas fronteiras, o desconhecido.
DUARTE, Constância Lima; MUZZART, Zahidé Lupinacci. Pensar o outro ou quando as mulheres viajam. Revista Estudos Feministas. vol.16 n.3. Florianópolis. Setembro/dezembro. 2008. Apresentação. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
026X2008000300018&script=sci_arttext>. Acesso em: 12 ago. 2012.
Texto 2
Espalham-se, por fim, as sombras da noite. O sertanejo que de nada cuidou, que não ouviu as harmonias da tarde, nem reparou nos esplendores do céu,
que não viu a tristeza a pairar sobre a terra, que de nada se arreceia, consubstanciado como está com a solidão, para, relanceia os olhos ao derredor de si e, se no lagar pressente alguma aguada, por má que seja, apeia-se, desencilha o cavalo e reunindo logo uns gravetos bem secos, tira fogo do isqueiro, mais por distração do que por necessidade.
Sente-se deveras feliz. Nada lhe perturba a paz do espírito ou o bem-estar do corpo. Nem sequer monologa, como qualquer homem acostumado a conversar.
1Raros são os seus pensamentos: ou rememora as léguas que andou, ou computa as que tem que vencer para chegar ao término da viagem.
No dia seguinte, quando aos clarões da aurora acorda toda aquela esplêndida natureza, recomeça ele a caminhar, como na véspera, como sempre.
Nada lhe parece mudado no firmamento: as nuvens de si para si são as mesmas. 2Dá-lhe o Sol, quando muito, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a atenção, quando algum sinal mais particular pode servir-lhe de marco miliário na estrada que vai trilhando.
TAUNAY, Visconde de. Inocência. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000002.pdf>. Acesso em: 20 set. 2012.
a) Com base na frase abaixo, extraída do texto 1, determine a diferença que se estabelece entre os dois empregos
da palavra se. “E não importava se a viagem durasse semanas, meses ou anos; interessava relatá-la e assim se inscrever na tradição do gênero.” (ref. 1)
b) Reescreva o período abaixo, fazendo as alterações necessárias para atender ao que é proposto. “Raros são os seus pensamentos: ou rememora as léguas que andou, ou computa as que tem que vencer para chegar ao término da viagem.” (Texto 2 – ref. 1) Raros eram ___________________________________________________________.
c) Com relação à passagem “Dá-lhe o Sol, quando muito, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a atenção” (Texto 2 – ref. 2), explique por que o verbo dar encontra-se flexionado na 3ª pessoa do singular.
42 QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
43 Questão 2 Leia o excerto.
Ninguém mais vive, reparou? Vivencia. “Estou vivenciando um momento difícil”, diz Maricotinha. Fico penalizado, mas ficaria mais se Maricotinha estivesse passando por ou vivendo aquele momento difícil. Há uma diferença, diz o dicionário. Viver é ter vida, existir. Vivenciar também é viver, mas implica uma espécie de reflexão ou de sentir. Não é o caso de Maricotinha. O que ela quer dizer é viver, passar por. Mas disse vivenciar porque é assim que, ultimamente, os pedantes a ensinaram a falar.
Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 27 de junho de 2012. Adaptado.
a) Da personagem José Dias, diz o narrador do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis: “José Dias amava os
superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases”. Em que o comportamento linguístico de Maricotinha, tal como o caracteriza o texto, se compara ao da personagem machadiana?
b) Quem já _________________________ a perda de um parente conhece a dor que estou sentindo. Preencha a lacuna da frase acima, utilizando o verbo viver ou o verbo vivenciar, de acordo com a preferência do autor do texto. Justifique sua escolha.
c) No trecho “os pedantes a ensinaram a falar”, a palavra “pedante”, considerada no contexto, pode ser substituída
por __________________________. QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
44 Questão 3 Leia o seguinte texto.
A existência de todo grupo social pressupõe a obtenção de um equilíbrio relativo entre as suas necessidades e os recursos do meio físico, requerendo, da parte do grupo, soluções mais ou menos adequadas e completas, das quais depende a eficácia e a própria natureza daquele equilíbrio. As soluções, por sua vez, dependem da quantidade e qualidade das necessidades a serem satisfeitas. São estas, portanto, o verdadeiro ponto de partida, todas as vezes que o sociólogo aborda o problema das relações do grupo com o meio físico.
Com efeito, as necessidades têm um duplo caráter natural e social, pois se a sua manifestação primária são impulsos orgânicos, a satisfação destes se dá por meio de iniciativas humanas que vão-se complicando cada vez mais, e dependem do grupo para se configurar. Daí as próprias necessidades se complicarem e perderem em parte o caráter estritamente natural, para se tornarem produtos da sociedade. De tal modo a podermos dizer que as sociedades se caracterizam, antes de mais nada, pela natureza das necessidades de seus grupos, e os recursos de que dispõem para satisfazê-las.
O equilíbrio social depende em grande parte da correlação entre as necessidades e sua satisfação. E sob este ponto de vista, as situações de crise aparecem como dificuldade, ou impossibilidade de correlacioná-las.
Antonio Candido, “Os parceiros do Rio Bonito”.
a) Segundo o texto, as necessidades dos grupos sociais têm um “duplo caráter”. O que distingue um caráter do
outro?
b) Atenda ao que se pede: a) O referente dos pronomes sublinhados em “satisfazê-las” e “correlacioná-las” é o mesmo? Explique. b) Reescreva a frase “todas as vezes que o sociólogo aborda o problema das relações do grupo com o meio
físico”, pondo o verbo na voz passiva. QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
45 Questão 4
Sr. Diretor do Imposto de Renda: (...) Minha dúvida, meu problema, Sr. Diretor, consiste na desconfiança de que sou, tenho sido a vida inteira um
sonegador do Imposto de Renda. Involuntário, inconsciente, mas de qualquer forma sonegador. Posso alegar em minha defesa muita coisa: a legislação, 3embora profusa e até florestal, é omissa ou não explícita; os itens das diferentes cédulas não preveem o caso; o órgão fiscalizador jamais cogitou disso; todo mundo está nas mesmas condições que eu, e ninguém se acusa ou reclama contra si mesmo. Contudo, não me conformo, e venho expor-lhe lealmente as minhas rendas ocultas.
A lei manda cobrar imposto a quem tenha renda líquida superior a determinada importância; parece claro que só tributam rendimentos em dinheiro. A seguir, entretanto, a mesma lei declara: “São também contribuintes as pessoas físicas que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse, como se lhes pertencessem.” E aqui me vejo enquadrado e faltoso. Tenho a posse de inúmeros bens que não me pertencem e que desfruto copiosamente. Eles me rendem o máximo, e nunca fiz constar de minha declaração tais rendimentos.
Esses bens são: o Sol, para começar do alto (só a temporada de praia, neste verão que acabou, foi uma renda fabulosa); a Lua, que, vista do terraço ou da calçada da Avenida Atlântica, diante do mar, me rendeu milhões de 1cruzeiros-sonho; (...) as crianças brincando no play-ground ou a caminho da escola; em particular, três meninos que vêm e vão pelo ar, tão moleques e tão 5rendosos para este coração; (...) certos prazeres como andar por andar, ver figura em edições de arte, conversar sem sentido e sem cálculo, um filmezinho como Le petit poisson rouge, em que o gato salva o peixe para ser gentil com o canário, indicando um caminho aos senhores da guerra fria; e isso e aquilo e tudo mais de alta 6rentabilidade... 2não em espécie.
Estes os meus verdadeiros rendimentos, senhor; salários e dividendos não computados na declaração. Agora estou confortado porque confessei; invente depressa uma rubrica para incluir esses 4lucros e taxe-me sem piedade. Multe, se for o caso; pagarei feliz.
Atenciosas saudações. Carlos Drummond de Andrade, “Cadeira de balanço”.
Atenda ao que se pede. a) Reescreva o trecho “embora profusa e até florestal” (ref. 3), substituindo a conjunção e os adjetivos por
expressões equivalentes e introduzindo um verbo, sem alterar o sentido do texto.
b) As palavras “renda(s)” e “rendimentos”, usadas várias vezes no texto, apenas no final foram substituídas por “lucros” (ref. 4). Que palavras poderiam substituir “rendosos” (ref. 5) e “rentabilidade” (ref. 6), tendo em vista o contexto?
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DÚVIDAS
46 Questão 5 Leia o seguinte texto:
Um músico ambulante toca sua sanfoninha no viaduto do Chá, em São Paulo. Chega o “rapa”* e o interrompe: — Você tem licença? — Não, senhor. — Então me acompanhe. — Sim, senhor. E que música o senhor vai cantar?
*rapa: carro de prefeitura municipal que conduz fiscais e policiais para apreender mercadorias de vendedores ambulantes não licenciados. Por extensão, o fiscal ou o policial do rapa.
a) Para o efeito de humor dessa anedota, contribui, de maneira decisiva, um dos verbos do texto. De que verbo se
trata? Justifique sua resposta.
b) Reescreva o diálogo que compõe o texto, usando o discurso indireto. Comece com: O fiscal do “rapa” perguntou ao músico...
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DÚVIDAS
47 Questão 6
SONETO [Moraliza o poeta nos ocidentes do sol
a inconstância dos bens do mundo] Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
(MATOS, Gregório. Obras completas de Gregório de Matos. Salvador: Janaína, 1969, 7 volumes.)
Todo soneto apresenta a estruturação: tese, antitese e síntese. Com base nessa informação, faça o seguinte: a) Explique de que maneira a síntese do soneto de Gregório de Matos vincula-se ao projeto estético do Barroco.
b) Descreva como a relação entre os sentimentos de “alegria” e “tristeza” ganha novo sentido no desenrolar do
soneto. QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
48 Questão 7 SEGUE NESTE SONETO A MÁXIMA DE BEM VIVER QUE É ENVOLVER-SE NA CONFUSÃO DOS NÉSCIOS PARA PASSAR
MELHOR A VIDA
SONETO
Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c'os demais, que só, sisudo.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1989. p. 253)
O Barroco faz um uso particular de metáforas para concretizar abstrações. No texto, encontram-se vocábulos cujos
significados constroem imagens vinculadas à travessia do eu-lírico no mundo. Retire do texto quatro vocábulos desse
campo semântico, sendo dois verbos e dois substantivos.
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DÚVIDAS
49 Questão 8 Leia o fragmento a seguir e responda ao que se pede.
"Amores da alta esposa de Peleu
Me fizeram tomar tamanha empresa.
Todas as deusas desprezei do céu,
Só por amar das águas a princesa.
Um dia a vi co'as filhas de Nereu,
Sair nua na praia: e logo presa
A vontade senti de tal maneira
Que inda não sinto cousa que mais queira.
Como fosse impossíbil alcançá-la
Pela grandeza feia de meu gesto,
Determinei por armas de tomá-la
E a Dóris este caso manifesto.
De medo a deusa então por mi lhe fala;
Mas ela, c'um fermoso riso honesto,
Respondeu: 'Qual será o amor bastante
De ninfa, que sustente o dum gigante?"
Camões - "Os Lusíadas"
Nas estrofes acima, extraídas do episódio do Adamastor, observamos o amor entre o Gigante e Tétis, a "Princesa das
Águas". A partir disso, responda:
a) Como se manifesta, no texto, o amor do gigante, e como Tétis reage a esse amor?
b) Quem é, no poema de Camões, o gigante Adamastor?
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DÚVIDAS
50 Questão 9 Ao evidenciar as tendências do Arcadismo brasileiro, Antônio Cândido conclui:
A poesia pastoral, como tema, talvez esteja vinculada ao desenvolvimento da cultura urbana, que, opondo as
linhas artificiais da cidade à paisagem natural, transforma o campo num bem perdido, que encarna
facilmente os sentimentos de frustração.
(CÂNDIDO, Antônio. "Formação da literatura brasileira." São Paulo: Martins, 1959. p.54. v.I)
A partir de uma reflexão sobre a afirmativa transcrita acima, fale sobre as manifestações da Natureza na poesia
árcade:
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DÚVIDAS
51 Questão 10 Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse, perguntar-me-eis, e com muita razão, em
que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos
uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado,
os mortos são pó caído, os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz: Hic jacet1. Estão essas praças no verão
cobertas de pó: dá um pé-de-vento, levanta-se o pó no ar e que faz? O que fazem os vivos, e muito vivos. NÃO
AQUIETA O PÓ, NEM PODE ESTAR QUEDO: ANDA, CORRE, VOA; ENTRA POR ESTA RUA, SAI POR AQUELA; JÁ VAI
ADIANTE, JÁ TORNA ATRÁS; TUDO ENCHE, TUDO COBRE, TUDO ENVOLVE, TUDO PERTURBA, TUDO TOMA, TUDO
CEGA, TUDO PENETRA, EM TUDO E POR TUDO SE METE, SEM AQUIETAR NEM SOSSEGAR UM MOMENTO, ENQUANTO
O VENTO DURA. Acalmou o vento: cai o pó, e onde o vento parou, ali fica; ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima
de um telhado, ou no mar, ou no rio, ou no monte, ou na campanha. Não é assim? Assim é.
(VIEIRA, Antônio. Trecho do Cap. V do Sermão da Quarta-Feira de Cinza. Apud: Sermões de Padre Antônio Vieira. São Paulo: Núcleo, 1994, p.123-4.)
1 - Hic jacet: aqui jaz.
Em Padre Vieira fundem-se a formação jesuítica e a estética barroca, que se materializam em sermões considerados a
expressão máxima do Barroco em prosa religiosa em língua portuguesa, e uma das mais importantes expressões
ideológicas e literárias da Contra-Reforma.
a) Comente os recursos de linguagem que conferem ao texto características do Barroco.
b) Antes de iniciar sua pregação, Vieira fundamenta-se num argumento que, do ponto de vista religioso, mostra-se
incontestável. Transcreva esse argumento.
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DÚVIDAS
52
Questão1
Uma fábrica vendia 12 camisetas por mês para certa rede de academias desde janeiro de um determinado ano.
Devido ao verão, essa venda foi triplicada a cada mês, de setembro a dezembro. O total de camisetas vendidas nesse
quadrimestre e a média de vendas, por mês, durante o ano, foi, respectivamente,
a) 1.536 e 128
b) 1.440 e 128
c) 1.440 e 84
d) 480 e 84
e) 480 e 48
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DÚVIDAS
53
Questão2
Dois ciclistas estão em fases distintas de preparação. O técnico desses atletas elabora um planejamento de
treinamento para ambos, estabelecendo o seguinte esquema:
• ciclista 1: iniciar o treinamento com 4 km de percurso e aumentar, a cada dia, 3 km a mais para serem percorridos;
• ciclista 2: iniciar o treinamento com 25 km de percurso e aumentar, a cada dia, 2 km a mais para serem percorridos.
Sabendo-se que esses ciclistas iniciam o treinamento no mesmo dia e que o término desse treinamento se dá quando
os atletas percorrem a mesma distância em um mesmo dia, pode-se afirmar que ao final do treinamento o ciclista 1
percorre uma distância total, em km, de:
a) 781
b) 714
c) 848
d) 915
e) 1020
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DÚVIDAS
54
Questão3
Em uma tabela com quatro colunas e um número ilimitado de linhas, estão arrumados os múltiplos de 3.
Coluna 0 Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
Linha 0 0 3 6 9
Linha 1 12 15 18 21
Linha 2 24 27 30 33
Linha 3 36 ... ... ...
... ... ... ... ...
Linha n ... ... ... ...
... ... ... ... ...
Qual é o número que se encontra na linha 32 e na coluna 2?
a) 192
b) 390
c) 393
d) 402
e) 405
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DÚVIDAS
55
Questão4
Melhorando-se o nível de alimentação da população, condições sanitárias das casas e ruas, vacinação das crianças e
pró-natal, é possível reduzir o índice de mortalidade infantil em determinada cidade. Considerando-se que o gráfico
abaixo representa o número de crianças que foram a óbito a cada ano, durante dez anos, e que os pontos do gráfico
são colineares, podemos afirmar corretamente que o total de crianças mortas neste intervalo de tempo foi de:
a) 224 b) 280 c) 324 d) 300 e) 240
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56
Questão5
Em 2011, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a Associação das Indústrias de Alimentação (Abio) visando a
uma redução de sódio nos alimentos industrializados. A meta é acumular uma redução de 28.000 toneladas de sódio
nos próximos anos.
Suponha que a redução anual de sódio nos alimentos industrializados, a partir de 2012, seja dada pela sequência:
(1.400, 2.000, 2.600,..., 5.600)
Assim, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações a seguir.
( ) A sequência é uma progressão geométrica de razão 600.
( ) A meta será atingida em 2019.
( ) A redução de sódio nos alimentos industrializados acumulada até 2015 será de 3.200 toneladas.
A sequência correta é
a) F − V − V. b) V − F − V. c) V − V − F. d) F − V − F. e) F − F − V.
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57
Questão6
A figura abaixo mostra a trajetória de um móvel a partir de um ponto A, com BC CD, DE EF, FG GH,
HI IJ e assim por diante.
Considerando infinita a quantidade desses segmentos, a distância horizontal AP alcançada por esse móvel será de:
a) 65 m
b) 72 m
c) 80 m
d) 96 m
e) 100 m
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58
Questão7
7. (Ufms) Um total de 325 bolas são arranjadas em filas da seguinte maneira: na 1ª fila 1 bola; na 2ª fila 2 bolas; na 3ª
fila 3 bolas e assim sucessivamente.
O número de filas necessárias para arranjar esse total de bolas será de:
a) 18
b) 20
c) 21
d) 25
e) 28
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DÚVIDAS
59
Questão8
Nas sequências
... ;729log 0,001; log ;1log
31na e
... ;1- ;
3
1- ;
9
1nb
a diferença entre o décimo termo de na e o nono termo de nb é igual à :
a) 756
b) -270
c) 702
d) 756
e) 270
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60
Questão9
O conjunto solução do sistema
x y
3 2
3 27 9
2y xy 0
3
é formado por dois pontos, cuja localização no plano cartesiano é
a) Ambos no primeiro quadrante. b) Um no quarto quadrante e o outro no eixo X. c) Um no segundo quadrante e o outro no terceiro quadrante. d) Um no terceiro quadrante e o outro no eixo Y. e) Um no segundo quadrante e o outro no eixo X.
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61
Questão10
Em uma aula prática, um professor do curso técnico de edificações do campus Florianópolis do IFSC, pede para que
seus alunos determinem a altura de um poste que fica nas instalações da instituição, porém há uma impossibilidade
para se chegar tanto ao topo do poste, bem como sua base. Para realizar tal medida, são disponibilizados para os
alunos uma trena (fita métrica) e um teodolito. É realizado o seguinte procedimento: primeiro crava-se uma estaca no
ponto A a x metros da base do poste e mede-se o ângulo formado entre o topo do poste e o solo, que é de 60
(sessenta graus); em seguida, afastando-se 10m (dez metros) em linha reta do ponto A e cravando uma nova estaca
no ponto B, mede-se novamente o ângulo entre o topo do poste e o solo, que é de 30 (trinta graus).
A partir do procedimento descrito e da figura abaixo, é CORRETO afirmar que a altura do poste é de
aproximadamente:
a) 8,65m
b) 5m
c) 6,65m
d) 7,65m
e) 4m
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62
Questão11
Para melhorar as condições de acessibilidade a uma clínica médica, foi construída uma rampa conforme indicado na
figura abaixo.
O comprimento horizontal c da rampa, em metros, pode ser expresso por
a) 4 2 3 .
b) 8 2 3 .
c) 8 3.
d) 4 2 3 .
e) 8 2 3.
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63
Questão12
Uma raposa avista um cacho de uvas em uma parreira sob um ângulo de 30 formado com a horizontal. Então,
preguiçosamente ela se levanta, anda 3 m em direção à base da parreira e olha para as uvas sob um ângulo de 60 ,
como mostra a figura abaixo.
Nessas condições, a altura h do cacho de uvas, em metros, é
a) 1,0
b) 1,5
c) 1,7
d) 3,4 e) 5,1
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64
Questão13
Sejam α e β números reais com 2 2π α π e 0 .β π Se o sistema de equações, dado em notação
matricial,
03 6 tg,
6 8 cos 2 3
α
β
for satisfeito, então α β é igual a
a) 3
π
b) 6
π
c) 0 d) 6
π
e) 3
π
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65
Questão14
O esboço do gráfico da função f(x) a bcos(x) é mostrado na figura seguinte.
Nessa situação, o valor de a b é
a) 2
b) 3
c) 5
d) 6
e) 8
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66
Questão15
Um lago usado para abastecer uma cidade foi contaminado após um acidente industrial, atingindo o nível de toxidez
T0, correspondente a dez vezes o nível inicial. Leia as informações a seguir.
- A vazão natural do lago permite que 50% de seu volume sejam renovados a cada dez dias.
- O nível de toxidez T(x), após x dias do acidente, pode ser calculado por meio da seguinte equação:
T(x) = T0 (0,5)0,1x
Considere D o menor número de dias de suspensão do abastecimento de água, necessário para que a toxidez retorne
ao nível inicial. Sendo log 2 = 0,3, o valor de D é igual a:
a) 30
b) 32
c) 34
d) 36
e) 40
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67
Questão16
Sabendo que x e y são, respectivamente, as soluções das equações exponenciais 2x 6
1 3x 116
4
e
y 1 y9 3 3 18, é correto: assinale o que for correto.
( ) x y 8 ( ) y
2x ( ) x y 10 ( ) y x 1 ( ) x y 3
a) VVVFF
b) VFFVV
c) VFFFV
d) FVFVV
e) FVVFV
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68
Questão17
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Observe a tabela a seguir, que mostra a relação entre três redes sociais da internet e a quantidade de usuários, em
milhões de pessoas, que acessam essas redes na Argentina, Brasil e Chile, segundo dados de junho de 2011.
Número de usuários de redes sociais em milhões de pessoas
Argentina Brasil Chile
Facebook 11,75 24,5 6,7
Twitter 2,4 12 1,2
Windows Live profile 3,06 14,6 1,44
(http://www.slideshare.net/ecommercenews/estudoredesocialamericalatina)
Reescrevendo os dados da tabela em forma de matriz, temos:
11,75 24,5 6,7
A 2,4 12 1,2
3,06 14,6 1,44
Considerando que ija , com 1 i 3, 1 j 3, são os elementos da matriz A, então 22 21
33
a acos rad
aπ
vale:
a) 1
2
b) – 1
c) 0
d) 1
e) 1
2
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69
Questão18
Em certa cidade, a igreja está localiza no ponto A, a prefeitura no ponto B, e a livraria no ponto C, como mostra os
pontos a seguir. Sabendo-se que a distância da igreja à prefeitura é de 10 metros, a distância da prefeitura à livraria
corresponde a 15 metros, e que o ângulo formado por essas duas direções é 60 , a distância da livraria à igreja é:
a) 17 5 m
b) 5 7 m
c) 25 7 m
d) 7 5 m e) 15 m
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70
Questão19
O acréscimo de tecnologias no sistema produtivo industrial tem por objetivo reduzir custos e aumentar a
produtividade. No primeiro ano de funcionamento, uma indústria fabricou 8.000 unidades de um determinado
produto. No ano seguinte, investiu em tecnologia adquirindo novas máquinas e aumentou a produção em 50%.
Estima-se que esse aumento percentual se repita nos próximos anos, garantindo um crescimento anual de 50%.
Considere P a quantidade anual de produtos fabricados no ano t de funcionamento da indústria.
Se a estimativa for alcançada, qual é a expressão que determina o número de unidades produzidas P em função de
t, para t 1?
a) 1P(t) 0,5 t 8.000
b) 1P(t) 50 t 8.000
c) 1P(t) 4.000 t 8.000
d) t 1P(t) 8.000 (0,5)
e) t 1P(t) 8.000 (1,5)
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71
Questão20
Observe a matriz A, quadrada e de ordem três.
0,3 0,47 0,6
A 0,47 0,6 x
0,6 x 0,77
Considere que cada elemento ija dessa matriz é o valor do logaritmo decimal de (i j).
O valor de x é igual a:
a) 0,50 b) 0,70 c) 0,77 d) 0,87 e) 0,90
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72
Questão 1
Aplicando a definição, calcule o valor dos seguintes logaritmos:
a) 4
2
1 8log
b) 81log3
c) 22log 4
d) 8
4 64log
e) 000064,0log 5
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DÚVIDAS
73
Questão2
Adotando-se os valores 30,02log e 47,03log , escreva cada equação na forma de logaritmo e calcule-os:
a) 2710 x
b) 248 x
c) 189 x
d) 155 x
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DÚVIDAS
74
Questão3
Os átomos de um elemento químico radioativo possuem uma tendência natural a se desintegrar (emitindo partículas
e se transformando em outro elemento). Assim sendo, com o passar do tempo, a quantidade original desse elemento
diminui. Suponhamos que certa quantidade de um elemento radioativo com inicialmente m³ gramas de massa se
decomponha segundo a equação matemática:
700 10.)(
t
mtm
onde m(t) é a quantidade de massa radioativa no tempo t (em anos).
Usando a aproximação log2 = 0,3, determine:
a) log 16;
b) quantos anos demorará para que esse elemento se decomponha até atingir um dezesseis avos da massa inicial.
QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
75
Questão4
Os pontos P e Q representados no círculo trigonométrico abaixo correspondem às extremidades de dois arcos, ambos
com origem em (1,0), denominados respectivamente α e ,β medidos no sentido positivo.
a) Determine as medidas de α e ,β ;
b) Determine o valor da tg α β ;
QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
76
Questão5
A figura abaixo representa uma circunferência trigonométrica em que MN é diâmetro e o ângulo α mede 5
6
π
radianos.
QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
a) Determine os valores de seno, cosseno, tangente, cotangente, secante
e cossecante referente ao ânguloα ; b) Determine a razão entre as medidas dos segmentos AB e AC;
77
Questão6
Sabendo-se que 3
1sen e que α pertence ao 3º quadrante, obtenha:
a) Os valores de seno, cosseno e da tangente de 2 ;
b) O valor da expressão
sen 90º .tany
sec 180º
α α
α
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DÚVIDAS
78
Questão7
Um investidor aplicou certa quantia, em reais, à taxa de juro composto de 1% ao mês. Neste problema, desprezando
qualquer tipo de correção monetária devido à inflação, responda as perguntas a seguir.
a) Neste investimento, após 2 meses, seria possível resgatar o valor aplicado com lucro de R$ 4.020,00. Calcule o
valor inicialmente aplicado.
b) No investimento indicado, é possível resgatar um montante de 4 vezes o capital inicialmente aplicado.
Adotando–se log2 = 0,301 e log101 = 2,004; determine esse período em que o capital deverá ficar aplicado.
QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
79
Questão8
Seja x xf(x) 4 6 2 8.
a) Calcule f(0).
b) Encontre todos os valores reais de x para os quais f(x) 168.
c) Encontre todos os valores reais de x para os quais f(x) 0.
QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO ACIMA
DÚVIDAS
80
Questão9
Em um experimento no laboratório de pesquisa, observou-se que o número de bactérias de uma determinada cultura,
sob certas condições, evolui conforme a função t 1B(t) 10 3 , em que B(t) expressa a quantidade de bactérias e t
representa o tempo em horas.
A partir dessas informações, determine:
a) o número de bactérias após 9 horas de experimento;
b) Para atingir uma cultura de 810 bactérias, após o início do experimento, qual será o tempo decorrido?
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Questão10
Determine o conjunto solução das seguintes equações exponenciais:
a) 2 2x x 2x 264 16 b)
x10 0,00115,
0,2 2,3
c) x x3 9 10 3 3 0 d) 34x–1 + 9x = 6
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Questão11
Considere a função real f, de variável real x, definida pelo seguinte determinante:
2cos(x) 2f(x) para 0 x
1 2cos(x)π
Observe o gráfico da função f.
Determine os valores de x para os quais f(x) 1.
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Questão12
Os lados de um triângulo retângulo estão em progressão aritmética. Sabendo que a área do triângulo é 150, calcule as
medidas dos lados desse triângulo.
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Questão13
A concessionária responsável pela manutenção de vias privatizadas, visando a instalar cabines telefônicas em uma
rodovia, passou a seguinte mensagem aos seus funcionários: “As cabines telefônicas devem ser instaladas a cada 3
km, começando no início da rodovia”. Quantas cabines serão instaladas ao longo da rodovia, se a mesma tem 700
quilômetros de comprimento?
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Questão14
O fichário da clínica médica de um hospital possui 10.000 clientes cadastrados em fichas numeradas de 1 a 10.000.
Um médico pesquisador, desejoso de saber a incidência de hipertensão arterial entre as pessoas que procuravam a
clínica, fez um levantamento, analisando as fichas que tinham os números multiplos de 15. Qual o nº de fichas não
analisadas?
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Questão15
Observe a tabela de Pitágoras:
Calcule a soma de todos os números desta tabela até a vigésima linha.
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Questão16
Um menino propôs a seu pai que lhe desse R$1,00 no dia 1º de dezembro e fosse, a cada dia, dobrando o valor da
quantia diária, até o dia 24 de dezembro.
O filho usaria o dinheiro para comprar um presente de Natal para o pai.
a) No dia 15 de dezembro, qual foi o valor recebido pelo menino?
b) De quanto vai dispor o filho para comprar o presente?
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Questão17
A figura a seguir representa um modelo plano do desenvolvimento vertical da raiz de uma planta do mangue. A partir
do caule, surgem duas ramificações da raiz e em cada uma delas surgem mais duas ramificações e, assim,
sucessivamente. O comprimento vertical de uma ramificação, dado pela distância vertical reta do início ao fim da
mesma, é sempre a metade do comprimento da ramificação anterior.
Sabendo que o comprimento vertical da primeira
ramificação é de 1h 1 m ;
a) Determine o comprimento vertical total da raiz, em
metros, até 10h ?
b) Supondo que o comprimento vertical dessa raiz
tende-se ao infinito, qual seria o valor de
convergência desse comprimento?
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Questão18
Um time de futebol conseguiu um terreno para seu futuro centro de treinamento (CT). O terreno tem a forma de um
triângulo retângulo e suas dimensões são apresentadas na figura a seguir. O projeto de construção do CT prevê um
muro ligando os pontos A e C.
Sabendo que o segmento AD é a bissetriz do ângulo com vértice em A, calcule a medida, em metros, do muro AC.
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Questão19
Determine o conjunto solução da equação logarítmica x xlog (x 3) log (x 2) 2 .
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Questão20
Na elaboração de políticas públicas que estejam em conformidade com a legislação urbanística de uso e ocupação do
solo em regiões metropolitanas, é fundamental o conhecimento de leis descritivas do crescimento populacional
urbano.
Suponha que a lei dada pela função ktp t 0,5. 2 expresse um modelo representativo da população de uma
cidade (em milhões de habitantes) ao longo do tempo t (em anos), contados a partir de 1970, isto é, t = 0 corresponde
ao ano de 1970, sendo k uma constante real.
Sabendo que a população dessa cidade em 2000 era de 1 milhão de habitantes:
a) Extraia do texto dado uma relação de forma a obter o valor de k.
b) Segundo o modelo de evolução populacional dado, descreva e execute um plano de resolução que possibilite
estimar em qual ano a população desta cidade atingirá 16 milhões de habitantes.
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