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5/12/2018 2.cap16-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/2cap-16 1/20 68 OXICOS AMBIENTAIS NÃO-METÁLICOS Poluentes do ar, solventes e vapores e pesticidas Curtis D. Klaassen A exposição às substâncias qufmicas presenles no ambienté pode causar efeitos deletéríos à saúde. É importante que o médico conheçü os efeitos potenciais dessas substâncias qufmicas e consi ders tais informações aofirmar um diagnóstico clínico ou plane jar o tralamenlo. As pessoas são expostas às substâncias qufmicas pelo ar que respiram, pelos alimentos que consomem e pela água que bebem. Os efeiios lóxicos dessas subslâncias dependent da dose. As concentrações das substâncias qufmicas no ar. nos alimemos e na água geralmente se enconiram abaixo dos niveis que provocam efeitos tóxicos. Os individuos com mats tendéncia a desenvolver efeitos tóxicos das substâncias quimicas são os que se expõem no ambiente de trabalho. porque em geral recebem doses maiores das substâncias quimicas do que a poptúação geral. Neste capítulo, o autor revê os efeitos tóxicos de 3 classes prin cipals de composlos qut'micos: poluentes do ar, solventes e vapores e pesticidas. Os tratctmenios especificos para as exposições aos com poslos desses 3 grupos se.rão analisados quando houver intenenções terapêuticas disponíveis. A poluição ambiental, um subproduto indesejávcl da alividade luimana, era relaiivamente insignificanie ale a urbanização. 0 uso do carvão para aquecer as residências produzia uma almosfera de fumaça sulfurosa acima das cidades. A partir do século XIII. foram envidados esforços periódicos no sentido de proibir a queima do carvão em Londres. mas em geral as pessoas aceitavam a atmosfera polufda como pane da vida urbana. As usinas de encrgia queimam combustfveis fósseis para gerar eletricidade: as siderurgicas tern proliferado nas margens de rios e lagos; as refinarias de petróleo tern sido implantadas nas proximidades dos ponos e campos petrolife- ros; as fundições de minérios torrificam e refinam metais nas proxi midades dos grandes depósitos naturais de minérios; e os automo- veis são encontrados em quase todos os locais. Todas essas manifestações das sociedades industrializadas poluem o ar, a água e o solo ao seu redor. POLUENTES DO AR Os poluentes do ar entrain no corpo principalmente pelos pul- mões. Alguns desses compostos quimicos são absorvidos para a corrente sanguinea e outros. que não foram absorvidos. são elimina- dos pelos pulmões. embora uma pane possa Hear retida. Absorção e deposieão dos tóxicos nos pulmões O local da deposição dos aerossóis no trato respiratório depende das dimensões da particula. Algumas particulas têm formato irregu lar. Existem algumas formas de detcrminar o tamanho ou compor tamento de uma particula, p. ex., diâmetro aerodinâmico, mass media etc. As particulas com diâmctros de 5 u.m ou mais geralment se depositam nas vias respiratórías superiores. As particulas com diâmetros entre 1 e 5 u.m são depositadas nas vias respiratória terminals ou nos alvéolos. As particulas que se deposiiam no seg mento anterior sem epitélio ciliar do nariz ficam retidas. até que sejam eliminadas quando o individuo limpa ou assoa o nariz o espirra. Na região posterior do nariz, uma camada de muco propeli da pelos cilios transporta as particulas insolúveis até a faringe em questão de minutos. Tais particulas são deglutidas e passam para o trato gastrintestinal. As particulas solúveis dissolvidas no muco po dem ser transportadas para a faringe ou absorvidas pelo epitélio par a corrente sanguinea. As particulas depositadas na árvore traqueobrônquica são elimi nadas pelo movimento ciliar ascendente do muco. Embora a veloci dade desse movimento ciliar varie nas diferentes regiões do trat respiratorio, esse mecanismo é rápido e eficiente. As taxas de trans porte variam de 0,1-1 mm/min, resultando em meias-vidas das par ticulas na faixa de 30-300 minutos. A tosse e o espirro transferem rapidamente o muco c as particulas para a glote. As particulas tam bém podem ser deglutidas. As particulas com menos de 1 u.m de diâmetro permanecem suspensas no ar inalado e chegam à região alveolar dos pulmões onde podem ser facilmente absorvidas. A superficie da zona alveo lar é grande (50-100 m 2 ). a taxa de fluxo sanguíneo é alta e o sangu está em contato direto com o ar alveolar (10 um). Todos esse fatores influenciam o grau de absorção; os fatores que determinam a taxa de absorção dos gases foram analisados no Cap. 13. Os ae rossóis liquidos atravessam as membranas das células alveolares po difusão passiva. numa taxa proporcional à sua lipossolubilidade. O mecanismos responsáveis pela remoção ou absorção das particula (geralmente com menos de 1 u,ni de diâmetro) dos alvéolos nã estão bem esclarecidos e são menos eficientes que aos que removem as particulas da árvore traqueobrônquica. Aparentemente, existem 3 processos envolvidos. O primeiro é a remoção física: as particula depositadas na camada liquida dos alvéolos parecem ser aspirada para dentro da "escada rolante" mucociliar da ârvore traqueobrón quica. O segundo é a fagocitose, geralmente por fagócitos mononu cleares ou macrófagos alveolares. O terceiro é a absorção pelo sis tema linfático. As particulas podem permanecer nos tecidos linfáticos por periodos longos e, por essa razão, tais tecidos são conhecidos como depósitos pulmonares de poeira. Em geral, a remoção das particulas presentes nos alvéolos é relativamente ineficaz. Apenas cerca de 20% desse material são removidos durante o primeiro dia depois da deposição; as particulas 1409

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OXICOS AMBIENTAISNÃO-METÁLICOS

Poluentes do ar, solventes e vapores e pesticidas

Curtis D. Klaassen

A exposição às substâncias qufmicas presenles no ambienté podecausar efeitos deletéríos à saúde. É importante que o médico

conheçü os efeitos potenciais dessas substâncias qufmicas e considers tais informações aofirmar um diagnóstico clínico ou plane jaro tralamenlo.

As pessoas são expostas às substâncias qufmicas pelo ar querespiram, pelos alimentos que consomem e pela água que bebem.Os efeiios lóxicos dessas subslâncias dependen t da dose. A sconcentrações das substâncias qufmicas no ar. nos alimemos e naágua geralmente se enconiram abaixo dos niveis que provocamefeitos tóxicos. Os individuos com mats tendéncia a desenvolverefeitos tóxicos das substâncias quimicas são os que se expõem noambiente de trabalho. porque em geral recebem doses maiores dassubstâncias quimicas do que a poptúação geral.

Neste capítulo, o autor revê os efeitos tóxicos de 3 classes principals de composlos qut'micos: poluentes do ar, solventes e vaporese pesticidas. O s tratctmenios especificos para as exposições aos com

poslos desses 3 grupos se.rão analisados quando houver intenençõesterapêuticas disponíveis.

A poluição ambiental, um subproduto indesejávcl da alividadeluimana, era relaiivamente insignificanie ale a urbanização. 0 usodo carvão para aquecer as residências produzia uma almosfera defumaça sulfurosa acima das cidades. A partir do século XIII. foramenvidados esforços periódicos no sentido de proibir a queima docarvão em Londres. mas em geral as pessoas aceitavam a atmosferapolufda como pane da vida urbana. As usinas de encrgia queimamcombustfveis fósseis para gerar eletricidade: as siderurgicas ternproliferado nas ma rgens de rios e lagos; as refinarias de petróle o tern

sido implantadas nas proximidades dos ponos e campos petrolife-ros; as fundições de minérios torrificam e refinam metais nas proximidades dos grandes depósitos naturais de minérios; e os automo-veis são encontrados em quase todos os locais. Todas essasmanifestações das sociedades industrializadas poluem o ar, a águae o solo ao seu redor.

POLUENTES DO AR

Os poluentes do ar entrain no corpo principalmente pelos pul-mões. Alguns desses compostos quimicos são absorvidos para acorrente sanguinea e outros. que não foram absorvidos. são elimina-dos pelos pulmões. embora uma pane possa Hear retida.

Absorção e deposieão dos tóxicos nos pulmões

O local da deposição dos aerossóis no trato respiratório dependedas dimensões da particula. Algumas particulas têm formato irregu

lar. Existem algumas formas de detcrminar o tamanho ou comportamento de uma particula, p. ex., diâmetro aerodinâmico, massmedia etc. As particulas com diâmctros de 5 u.m ou m ais geralmentse depositam nas vias respiratórías superiores. As particulas comdiâm etros entre 1 e 5 u.m são depo sitadas nas vias resp iratóriaterminals ou nos alvéolos. As particulas que se deposiiam no segmento anterior sem epitélio ciliar do nariz ficam retidas. até quesejam eliminadas quando o individuo limpa ou assoa o nariz oespirra. Na região posterior do nariz, uma camada de muco propelida pelos cilios transporta as particulas insolúveis até a faringe emquestão de minutos. Tais particulas são deglutidas e passam para otrato gastrintestinal. As particulas solúveis dissolvidas no muco podem ser transportadas para a faringe ou absorvida s pelo epitélio para corrente sanguinea.

As particulas depositadas na árvore traqueobrônquica são eliminadas pelo movimento ciliar ascendente do muco. Embora a velocidade desse movimento ciliar varie nas diferentes regiões do trat

respiratorio, esse mecanismo é rápido e eficiente. As taxas de transporte variam de 0,1-1 mm/min, resultando em meias-vidas das particulas na faixa de 30-300 minutos. A tosse e o espirro transferemrapidamente o muco c as particulas para a glote. As particulas também podem ser deglutidas.

As particulas com m enos de 1 u.m de diâm etro pe rmanecemsuspensas no ar inalado e chegam à região alveolar dos pulmõesonde podem ser facilmente absorvidas. A superficie da zona alveolar é grande (50-100 m 2). a taxa de fluxo sanguíneo é alta e o sanguestá em contato direto com o ar alveolar (10 um). Todos essefatores influenciam o grau de absorção; os fatores que determinama taxa de absorção dos gases foram analisados no Cap. 13. Os aerossóis liquidos atravessam as membranas das células alveolares po

difusão passiva. numa taxa proporcional à sua lipossolubilidade. Omecanismos responsáveis pela remoção ou absorção das particula(geralmente com menos de 1 u,ni de diâmetro) dos alvéolos nãestão bem esclarecidos e são menos eficientes que aos que removemas particulas da árvore traqueobrônquica. Aparentemente, existem 3processos envolvidos. O primeiro é a remoção física: as particuladepositadas na camada liquida dos alvéolos parecem ser aspiradapara dentro da "escada rolante" mucociliar da ârvore traqueobrónquica. O segundo é a fagocitose, geralmente por fagócitos mononucleares ou macrófagos alveolares. O terceiro é a absorção pelo sistema linfático. As particulas podem permanecer nos tecidoslinfáticos por periodos longos e, por essa razão, tais tecidos sãoconhecidos como depósitos pulmonares de poeira.

Em geral, a remoção das particulas presentes nos alvéolos érelativamente ineficaz. Apenas cerca de 20% desse material sãoremovidos durante o primeiro dia depois da deposição; as particulas

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1410 Seção XVI TOXICOI.OG1A

q u e p e rm a n e c e m p o r rn ai s d c 2 4 h c o s tu m a m se r e l im in a d a s m u i tol e n ta m e n te . A t a x a d c ssa e l im inação p o d e se r p re v i s t a c o m b a se n aso lu b i l i d a d e d a su b s t â n c ia n o s l í q u id o s p u lm o n a re s . O s c o m p o s to sm e n o s so lú v e i s sã o r e m o v id o s n u m a t a x a m a i s l e n t a . A p a re n te m e n -(e , l a l r e m o ç ã o se d e v e e m g ra n d e p a n e à d i s so lu ç ã o c à a b so rç ã op e lo sa n g u e . A lg u m a s p a r lí c u l a s p o d e m p e rm a n e c e r i n d e f ín id a m e n -te nos a lvéolos. caso as cé lu las que as fagoc i ta ram prol i fe rem e seju n ie m n u m a t r a m a re t i c u l a r , v i sa n d o a fo n n a r u m a p l a c a o u u mn ó d u lo d c p o e i ra a lv e o la r .

Tipos e fonle s dos po luentes do arCin c o p o lu e m e s sã o r e sp o n sá v e i s p o r q u a se 9 8 % d a p o lu i ç ã o d o

a r . T a i s c o m p o s i o s s ã o : m o n ó x i d o d e c a r b o n o ( 5 2 % ) , ó x i d o s d ee n x o f re (1 4 %) , c o m p o s to s o rg â n ic o s v o lá i e i s (1 4 %) . m a te r i a l p a r l i -c u l a d o (4 %) e ó x id o s d e n i t ro g ê n io (1 4 %) (Co s ta e A m d u r . 1 9 9 6 ) .Em g e ra l , o s p e sq u i sa d o re s d i s t i n g u e m 2 t i p o s d e p o lu i ç ã o . O p r i -m c i ro é d e v id o a o d ió x id o d e e n x o f re e à fu m a ç a l i b e ra d a p e l ac o m b u s iã o p a rc i a l d o c a rv ã o , c o m b in a d o s c o m n e b l in a e b a ix a si c m p e ra t t i r a s . Em v i r tu d e d e su a n a tu re z a q u ím ic a , e sse p ro c e sso éc o n h e c i d o c o m o poluição do tipo redutor. O se g u n d o t i p o d e p o lu i -ç ã o é d e v id o a o s h id ro c a rb o n e to s , ó x id o s d e n i t ro g ê n io e o x id a n tc sfo to q u ím ic o s , se n d o c a u sa d o p e lo e n v e lh e c im e n to d a f ro t a d e a u to -m ó v e i s e , n o s EU A , o c o r re e sp e c ia lm e m e e m re g iõ e s c o m o a b a fade Los Angeles, na qua] a luz so la r in tensa provoca reações fo toqui-m ic a s n a s m a ssa s d e a r p o lu id o . q u e f i c a m re t id a s p o r u m a c a m a d ad e in v e r sã o m e te o ro ló g ic a . D e v id o à n a tu re z a d e sse p ro c e sso , t a lf e n ô m e n o é d e sc r i t o c o m o poluição do ar do tipo oxidanie oufoio-qutmico. A s p a r t i c u l a s p ro d u z id a s c m c c r t a s c o n d iç õ e s , p r in c ip a l -m e n te p o r com bus tão , p o d e m a d so rv e r v a p o re s o u g a se s , a l t e ra n d oa p ro p r i e d a d e d e su p e r f i c i e e c r i a n d o u m p o lu e n te m a i s p e r ig o soq u e se e s t i v e sse m so z in h a s .

Cin c o fo n le s p r in c ip a l s sã o r e sp o n sá v e i s p o r 9 0 % d a s to n e la d a sd e p o lu e n te s e m i t id a s a n u a lm e n te : t r a n sp o r t e (p r in c ip a lm e n te a u to -m ó v e i s ) , i n d ú s t r i a . g e ra ç ã o d e e n e rg ia e l é t r i c a . a q u e c im e n to d e a m -b ie n te s e d e sc a r t e d e d e j e to s ( e m o rd e m d e im p o r t â n c ia r e l a t iv a ) .

Efe i tos da po lu ição do ar na s a úde

O s e p i só d io s d e p o lu i ç ã o m a c iç a p ro v o c a m m o rb id a d e e m o r t a -l i d a d e. Ex i s t e m 3 e x e m p lo s c l á ss i c o s : e m 1 9 3 0 .6 5 p e sso a s m o r re ra me m Me u se V a l l e y . Bé lg i c a ; e m 1 9 4 8 , 2 0 p e sso a s m o r re ra m e m D o -n o ra . Pe n s i lv á n ia : e e m 1 9 5 2 , 4 .0 0 0 e m L o n d re s . To d o s e sse s e p i só -d io s o c o r re ra m d u ra n te u m a in v e r sã o d a t e m p e ra tu ra a tm o sfe r i c a ,que se estendeu por 3-4 d ias , in te rva lo durante o qua l a concentraçãodos poluentes superou os n ive is habi tua is nessas a reas, que já aprc-sentavam polu ição maciça ; como o carvgo e ra o combuslfve l pr inc i pa l , essa polu ição fo i do t ipo redutor. A m a io r i a d a s p e sso a s q u ef ic ou d o e n te o u m o r re u e ra i d o sa ; a lg u m a s t i n h a m d o c n ç a s c a rd í a c a s ,rcspira tór ias ou ambas e nenhuma fo i capaz de l idar com o est resse

a d ic io n a l d c r c sp i r a r u m a r i n t e n sa m e n te p o lu id o .O s c fc i to s im c d ia to s p a ra a sa ú d e e s t ã o n i t i d a m e n te a sso c ia d o s

à p o lu i ç ã o d o l i p o r e d u to r . Em b o ra e x i s t a m e n o s e v id ê n c ia a sso -c i a n d o a p o lu i ç ã o o x id a n te fo to q u im ic a c o m o s e fe i to s d e l e t c r io sp a ra a sa i ld e h u m a n a . h á c o r re l a ç õ e s s ig n i f i c a t iv a s e n t r e o s n iv e i sdos oxidantcs no a r e as in te rnações hospi ta la res por d is t i i rb iosa l c rg i c o s . d o e n ç a in f l a m a tó r i a o c u la r , i n fe c ç õ e s a g u d a s d o t r a torespira tór io , inf luenza e bronqui te .

To x ic o lo g ia d o s p o lu e n te s d o a r

Dióxido de enxofre. O gás dióxido de enxofre é produzido principalmente pela queima dos combustíveis fósseis eontendo esse elemento. Aconccntração de dióxido de enxofre necessária para matar animais de labo-

ratório é tão alta que esse gás tern pouca relcvância nos problemas dapoluição do ar. O dióxido de enxofre é um irritanle das vias respiralóriassuperiores, que pode estimular a secreção de muco e causar broncoconstri-çSo. Emreianlo. a cxposição diária dc raios a 10 ppm de dióxido de enxofre

po r I -2 meses aumcnla 5 vezes a espessura da camada de muco da traquéiaEmbora os cilios batam em freqüência normal, o muco cspesso dificulta arcmoçào. A camada de muco anormal é causada pelo aumento da quantidadde células secretoras de muco nos brõnqu ios principals, onde mis células sãcom uns. assim com o nas vias respiratórias periféricas, onde clas cstão ausenles em condições normais (Hirsch el a/., 1975).

Uma resposta fisiológiea básica à inalaç3o de dióxido de enxofre é umbroncoconstrição discreta, que depende da integridade da inervação parassimpática. Quando exposta a 5 ppm de dióxido de enxofre por 10 min. maioria dos seres humanos demonstra aumento da rcsistência ao fluxo do aOs pacicnles asmáticos são mais sensíveis ao dióxido dc enxofre c a bronco

constrição pode ocorrcr com concentrações de apenas 0.25 ppm (Sbeppardeuil., 1981).

Aparentememe. o aumento da coneentração atmosférica dos óxidos denxofre. que em gcral se acompanha da clevação do nivel de material particulado. afcta sobremancira a morbidade e a monalidade. Nas cidadeallamente poluidas (Londres, Nova York. Cracóvia), a exposição por 24 a concentrações dc dióxido de enxofre na faixa de 0.11 -0,15 ppm e a conccnirações toiais de particulas entre 500 c 600 Ug/m 3 aumenta a morbidade e mortalidade; alim disso, observa-se uma redução lemporária da funçãpulmonar durante a exposição a cerca de 0,1 ppm de ditfxido dc enxofre c250 Ug/m' de material parliculado (Ware el at., 1981).

Ácido sulfúrico. Uma pane do dióxido de enxofre da atmosfera convertida em ácido sulfúrico. sulfato dc amônio e outros sulfatos. A conversao em ácido sulfúrico podc ser iniciada pela fuligem das chaminés ou pometais prcseiues em quantidades minimas, como vanádio ou mangancs. Ocomplexos estávcis de sulfito podem ser formados em presença dc metaicomo cobrc ou fcrro.

O ácido sulfúrico é uma substância irritantc do trato rcspiratório superior, em virtude dc sua acidez. Esse composto quimico aumenta a resistêncidas vias respiratórias, dependendo da concentracão e das dimensões daparticulas (Amdur eial., 1978). Particulas de I pm (1 mg/m 3) provocamaumento rápido da resistencia ao ar. enquanto particulas dc 7 pm induzemapenas um aumento ligeiro. porque não conseguem penctrar além do tratrcspiratório superior. O ácido sulfúrico provoca um aumento mais significative) na resistencia ao ar que o dióxido de enxofre, após cxposição breve oprolongada. O s asmáticos são m ais sensiveis ao ácido sulfúrico e ao dióxidde enxofre.

Sulfatos particulados. Os efeitos dos sulfatos sobrc a função respiralória são muito variáveis e o ion sulfato propriameme dito nâo altera a funçãorcspiratória. O sulfato de amônio e zinco. um componentc descrito do ncvoeiro (fog) de Donora, aumenta a resistencia rcspiratdria numa concentraçâo de 0,25 rng/m 3; esse composto quimico causa um aumento maior dresistencia ao ar do que o dióxido de enxofre.

O material particulado da atmosfera consiste numa mistura de compostos orgânicos e inorgânicos. O material particulado do ar cstá associado aaumento da monalidade por causas cardiorrcspiralórias c da mortalidadtotal (O stro c Ches tnut, 1998). Parecc que os efeitos deletérios para a saiiddas particulas transportadas pelo ar são menos dependentes da composiçãque de suas dimcnsões. Dessa forma, as particulas geralmente s3o classificadas como PM| 0 (< 10 microns) c PM2.5 (< 2.5 microns), mas as particulamenorcs causam mais efeitos deleuSrios à saúde (verseção Material particulado. adianle).

Ozô nio. O oxidante cneontrado em conccntrações mais alias na atmosfera poluída é oozònio (O3). Vários quilômetros acima da superficic da lerrahâ luz ultravioleta (UV) de ondas curtas em quantidades suficientes parconverter o O2 em O3 por absorção direta. Dentre os principals poluenteatmosféricos. o dióxido de nitrogênio 6 o mais eficiente quanto a sua capacdade de absorvcr luz UV. absorção que provoca uma série eomplcxa drcações, que podem scr simplificadas da seguinte forma:

N 0 2 — ^ - » N O + 0 - ( 68 .1

O- + 0 2 —» O3 (68 .2

O 3 + N O -> N 0 2 + 0 2 (68.3

A intensificação da luz UV na superficie da Terra (devido à destruiçãda camada de ozõnio da atmosfera) acelcra a formação do ozónio. Como NO2 é regencrado pela rcação do NO com O 3. o resultado é cíclico. Amesmo tempo, os átomos de oxigénio reagem com os hidrocarbonctos d

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68 TÓXICOS AMBIENTAIS NÂO-MkTÁUCOS

aimosfera. especialmentc olcfinas c aroiníiticos subsiiiuídos. resullando naprodução de composios oxidados e radicais livrcs, quc reagcm com o NOpara Format mais N0 2 . O resultado <S o acúmulo dc N 0 2 c O3, enquanto asconcentrayões do NO diminuem.

O ozõnio é um oxidante direlo e por essa razão atua como irritantcpulmonar capa/. dc provocar a morte por edema pulmonar. O edema pul-monar maciço é evidenciado em camundongos exposios a conccnlrações> 2 ppm. O o/.ônio causa descamação do cpitclio de lodas as vias rcspirató-rias ciliadas e provoca alteraçõcs d egeneralivas nas células do lipo I c edemaon nipiura dò endotilio capilar dos alvéolos. Mais larde, essas células sãosubsütuídas pelas cclulas do tipo II; a proliferação d o ultimo lipo de célula ó

uma caracleristica fundamental da toxicidade do ozônio. E importantc rcs-saltar que pcsquisadores detectaram toxicidade pulmonar em animais delaboratório dcpois de cxposições relalivamente breves às concentraçõcs deo/.ônio algumas vezes dctectadas por pcriodos curtos nas regiões urbanaspoluidas (Lippmann. 1989).

A cxposicão prolongada ao ozônio pode causar espcssamento dos bron-quíolos respiratorios terminals. Bronquite crônica. fibrosc e altcrações enfi-scmatosas são observadas em várias cspécies expostas ao ozônio emconcenlrações ligeiramente > I ppm.

Em conceniraçõcs de 0,25-0,75 ppm , o ozônio causa rcspirações rápidase superficiais, diminui a complacência pulmonar e provoca sintomas subjc-livos com o tossc. sensaçSo de constrição torácica e ressecam ento da gargan-ta. Tais conccntrações de ozônio podem estar presentes nos vôos longos emaltitudes elevadas. Além disso, o ozônio tairjbém aumenta a scnsibilidade do

pulmão a broncoconstritorcs como h islamina, acetilcolina e alcrgênios. alémde aumentar a incidèneia de infecção em animais dc laboralorio expostos aum aerossol dc microrganismos infecciosos, provavelmente pela inibiçãodos mecanismos de depuraçüo. A concentração de ozônio comumcme pre-sente no ar das cidades é scmclhante àqucla associada aos declinios mensu-ráveis da função rcspiratória em seres humanos (Kinney el«/.. 1988). Dessaforma, existe uma margem cslrcita entre os m'veis atuais dc ozônio e aconccnlração minima capaz de provocar efeitos. Fclizincme. nSo há umgrupo de pessoas de "alto risco" ou mais sensíveis ao ozôn io, ao contrário doque sc obscrva com o dióxido dc cnxofrc, ao qual os asmüticos sSo maissensfveis.

O m ecanismo bioqtu'mico da lesSo pulmonar induzida pelo ozônio podeser devido à I'ormacSo de intermediários realivos dos radicais livrcs. Osradicais livres induzidos pelo ozônio podem ser derivados da interaçiio com

os grupos sulfidrilicos, da decomposição oxidativa dos ácidos graxos insatu-rados 011 de ambas. Várias linhas de cvidência indicam que uma das açõesbiológicas do ozônio seja a reação com os ácidos graxos insalurados. Aozonização destes âcidos graxos é praticamentc cquivalente à peroxidaçãolipídica. Os compostos sulfidrilicos e antioxidantcs (como ácido ascórbico ea-tocoferol) protegem os animais dc laboratório contra a toxicidade doozõnio. mas ncnhum estudo demonslrou efeitos protetores nos seres humanos (Mcnzcl, 1994).

Dioxido de nitrog enio. Assim com o ocorrc com o ozônio, o dióxido denilrogênio é um irritantc pulmonar potente, capaz de causar edema pulm onar,sendo uma amcaça principalmcnte para os agricultures, porque quantidadessuftcienies desse com posto podem ser libcradas durante a ensilagem c causarsintomas dc lesão pulmonar. conhecida com o doença do enchedor de silo. Asresidèncias que usam fornos a gás ou aquecedores a queroscne podem ter

nivcis dc óxidos dc nitrogênio cerca de 5 v ezes maiores que as casas onde aeoccão dos alimentos é feita com cletricidade. A LC50 para uma cxposiçãodc 4 h ao dióxido de nitrogênio é de ccrca de 90 ppm. Como também seobserva com o ozônio. o dióxido de nitrogenio lesa as células do lipo I dosalvéolos.

A exposição experimental de animais ou seres humanos ao dióxido denitrogenio causa allerações detect.lveis na função pulmonar cujo padrâo ésemclhantc ao causado pelo ozônio — aumento da freqiiencia respiraiória eredução da complacência pulmonar. A resislência pulmonar ao fluxo dc arsofrc altcração minima. As allerações da função pulmonar ocorrcm quandoindividuos saudáveis são expóstos a conccntrações de 2-3 ppm. mas podemacontecer com nivcis mais baixos em alguns pacientes asmáticos (Orchekeial., 1976).

Aldeidos. Os aldcídos são formados pela oxidaçâo dos hidrocarbonetos

pela luz solar e pela combuslão parcial (exaustão dos automóveis, incêndiosflorestais); além d isso. esses compo stos são liberados pelas resinas contendoformaldcido (p. ex.. resinas das madeiras de compensado, aglomerados eespuma dc uréia-formaldeído para isolamento ). A reatividadc aita dos aidei-

1411

dos results cm mcias-vidas muito curias (apenas algumas horas) na almosfera. As concenlrações do s aldeidos varium de 0.0005-0.002 ppm num a atmosfera limpa, de 0.004-0.05 no ar ambicnte das cidades e até 0.8 ppm cmambientes fechados durante a utilizacSo de materials quc emitem formaldcido (Committee on Aldehydes. 1981: Woodbury e Zenz. 1983). Cerca de 50%do aldeido total do ar poluído são formaldcido (H 2CO ) e cerca de 5% estãsob a forma de acroleina (H 2C=CHCHO), compostos que provavelmentcontribucm para o odor do smog foloquimico c para a irrilação ocular que elcausa.

O form aldeido irrita as mucosas d o nariz. das vias rcspiratórias supcriores c dos olhos. As conccntrações de 0.5-1 ppm são detcctáveis pelo odor

nivcis cntre 2 e 3 ppm cau sam irritação suave c concentrações entrc 4 c 5 ppsão intoleráveis para a maioria das pessoas. A concentração do formaldeidpode chegar a 1 ppm no ar das residêneias recém -construídas. principalmcncm casas pré-fabricadas. Alguns cstudos detectaram uma corrclação significaliva entre a conccntração do formaldeido no ar das residências e a incidéncia da irritação ocular. Outros sinais e sintomas (p. ex., coriza, dor dc garganta. ccfalcia e tossc) também são mais comuns nas pessoas que vivcm cmambientes fechados com m'veis altos de formaldcido (Woodbury e Zenz1983). O padrão gcral da resposta respiratória ao formaldeido é semclhantao do dióxido dc cnxofre. O formaldeido pode provocar reaçõcs cutâneas noindividuos scnsibili/.ados. não apenas pelo contato, mas também por inalaçã(Maibach, 1983). A exposiçSo ocupacional ao formaldeido tambcm podcausar asma, mas isso parece ser um fenómeno muito incomum c não cslassociado à exposiçüo doméstica (Nordman etui.. 1985). A inalação d

formaldeido (6-15 ppm) por 2 anos causa carcinomas espinocelulares dcavidadc nasal dos camundong os e ralos (Kerns el til., 1983). Entretanlo . nãhá evidèneia de que a exposição ao formaldeido cause ncoplasias malignanos seres humanos (U.A.R.E.P., 1988).

A acroleina é muito mais irritantc quc o formaldeido. Estc primcircomposto é um contribuinte importante para a ação irritativa da fumaça docigarros e do smog foloquimico. O valor limilrofe ocupacional (VLO) dacroleina & dc 0.1 ppm; conccntraçõcs de I ppm causam lacrimejamento cmenos dc 5 min (Committee on Aldehydes. 1981). A acroleina aumenta rcsistência nas vias rcspiratórias e o volume corrente e diminui a freqiiencrcspiratória. Os aldeidos aumentain a resistência ao fluxo respiratório naconccntrações ab aixo das quc reduzem a freqiiencia rcspiratória.

Mon óxido de car bon o. O monóxido de carbono (CO) é um gás incoloinodoro, insípido e não-irritanlc. formado pela combustão parcial dc maiérias orgànicas. O CO é o poluente encontrado em maiores quantidades nacamadas atmosféricas mais baixas c. todos os anos. há várias mortes acidentais ou por suicídio. devidas à inalação deste gas.

Mesmo que sc soubesse há muito tempo que o CO e sintctizado norganismo durante a degradação do heme. não se acreditava que esse gálivesse alguma função fisiológica. Dcpois que se demonstrou que o fator drclaxamcnto derivado d o endotélio era o óxido nítrico. alguns pcsquisadoresugeriram que o monóxido dc carbono podcria ter uma funcão semelhant(Marks elal., 1991). Contudo. será ncccssário realizar muilos cstudos pardetcrminar sc o CO desempenha ou não alguma função fisiológica.

A concenlração media do CO na atmosfera e de cerca de 0.1 ppm. Afontes naturais — com o a oxidação almosfcrica do metano. incêndios floretais, oxidação da tcrpina c o oceano (onde os microrganismos produzem CO

— são responsáveis por cerca de 90% do monóxido de carbono atmosféricoa alividadc humana produz cerca de 10%.Anualmente, a vcntilação inadequada dos fornos de fundição c automó

veis provoca muitos óbilos. A maioria das vitimas dc incêndios cm locaifechados morre devido à imoxicação aguda pelo CO. em vcz de pelapróprias qucimaduras. Os aulomóvcis são a fonte principal de CO; aconccntraeões dess e gás podem chegar a 115 ppm no tráfego congeslionado75 ppm nos veiculos que trafegam pelas vias expressas e 23 ppm nas arearesidenciais. Em garagens e tiíneis subterrãneos. alguns estudos detectaramm'veis dc CO > 100 ppm por periodos longos. A instalacSo dc dispositivode controle da poluiç3o, incluindo conversores cataliticos nos sistemas dexaustão dos automóveis, tern rcduzido as emissões de CO devidas aoautomovcis de passeio.

A conceniração media do CO na atmosfera parece ser estabilizada po

mecanismos naturais eficicntes de remoção (escoadouros). O escoadourmais importante parece ser a rcação do CO com os radicais hidroxila dambiemc, rcsultando na formação do dióxido de carbono; as camadas maialias da atmosfera c o solo também funcionam como cscoadouros.

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1412 SeçãoXVI TOXICOLOGI

Ouira fonie dc exposição ao CO é o labagismo. Goldsmith c Landaw(1968) dcieciaram níveis médios de carboxiemoglobina (COHb) de 5,9% emfumantes invcierados (2 maços de cigarros/dia). que inalam a fumaça.

Reação do CO com a hemoglobina. A loxicidade do CO se devc à suacombinação com a hemoglobina para originar COHb. forma da hemoglobinaque não consegue transponar oxigênio. pois os 2 gases reagem com osmesmos grupos sintéticos do heme na molécula leiramérica da hemoglobina.Como a afinidade da hemoglobina pelo CO é cerca de 220 ve/.es maior doque pelo oxigênio, o CO 6 pcrigoso mesmo em concenirações muilo baixas.O ar conlém 21% de oxigênio por unidade de volume; por essa razão. acxposição a lima mistura gasosa de CO a 0.1% (1.000 pp m) no ar resuUaria

num nivel de carboxiemoglobinemia de cerca de 50%.

A rcdução da capacidade dc iransportar oxigênio no sangue é proporcio-nal à quamidade de COHb presenle. Enlrelanlo, a quanlidade de oxigêniodisponível para os lecidos é diminuída ainda mais pela influéncia inibilóriada COH b na dissociação de qualquer oxicmoglobina (OiHb) ainda disponi-vcl. Isto podc ser entendido mais facilmente comparando-se um pacienieanèmico com hemoglobina de 80 g/ f com um individuo com conceniraçãode hemoglobina de 160 g/£, mas com a metade desse valor sob a forma deCOH b (Fig. 68.1). Nas duas siluações, a capacidade de transponar oxigênioé a mesma. O paciente anêmico pode apresentar nenhum ou poucos siniomas, enquanto o individuo com intoxicação por CO estará cm colapsoimincntc.

A loxicidade do CO não se deve unicamen te à interferência desse gás na

übcração do O2 pelo sangue. O CO lambém exerce um efeito tóxico diretoligando-se aos cilocromos celulares, p. ex., aqueles que fazem pane dasenzimas rcspiratórias e da mioglobina (Gutierrez, 1982).

Fatores que determinant a loxicidade do CO. Os fatores que determi-nam a loxicidade do CO são: concentração do gás no ar inspirado, duraçãoda cxposição. volume rcspiratório por minuto, débito cardíaco, demanda deoxigenio pelos lecidos e concentração da hem oglobina no san gue. Os pacien-tes anêmicos são mais suscetíveis à intoxicação pelo CO que os individuoscom niveis normais de hem oglobina. O aumento da taxa meiabólica acenluaa gravidade dos sintomas da intoxicação por CO, razão pela qual as criançasmorrem mais rapidamente que os adultos quando expostas a determinadaconcentracSo desse gás.

A alteração da pressão barométrica não afeta as afinidades relativas dahemoglobina pelo Ò 2 e pelo CO. Contudo, em altitudes elevadas e outras

siiuações nas quais a pressão do oxigênio eslá reduzida. os efeitos de determinada concentracão de CO serão proporcionalmentc mais graves.

Sinais e siniomas da loxicidade do CO. Os sinais e sintomas da intoxcação pelo CO são típicos da hipoxia. Como o cérebro e COfaÇaO são oórgãos que mais necessitam de oxigénio e têm taxas metabólicas mais aliaeles são mais scnsíveis à hipoxia c respondem pela maioria dos efeitobservados depois da cxposição ao CO . Como se podc observar na Fig. 68.os sintomas da intoxicação pelo CO foram correlacionados com a concentrcSo da COHb. Entretanto. é importantc salientar que. em determinado pciente, os sinais e sintomas clinicos nem sempre se corrclacionam com csnomogram a num a relação rigorosamente quantitativa; além d isso, nem todesses sintomas são aprescntados por determinado paciente. Há uma variaçsignificaliva enlrc as pessoas e dispomos de poucas informaçõcs acerca dvariabilidade interindividual, da laxa e da duração da captação e dos parámtros cinéticos rclacionados, dificultando a criação de um nomograma reamente preciso. Entretan to, as rclações ilustradas ncssa figura podem ser útecomo dados semiquantitativos relacionando cxposição e efeito dcletériEmbora a inalaçüo de uma concentração alta possa induzir sinais de alcr(fraqucza e tonteira transilórias) antes que haja perda da consciência, alguindivíduos não aprcsentam qualquer sinal premonitório.

Conccnlraçõcs moderadas de COHb causam pouco efeito nas funçõvitais dos seres hunianos em repouso. Como já foi mencionado, a prcsendessa forma dc hemoglobina diminui a capacidade de transponar oxigênimas não altcra a P Q , do sangue arterial. Por essa razão, não há estimulaçdas respirações pelos mecanismos quimiorreceptorcs carotfdeos e aórticoEm contrapartida, a freqücncia cardíaca aumenta em todos os pacient

quando a COHb chega a 30%, provavelmcnic para compensar a vasodilatção periférica c ausada pela hipoxia; a acidose é causada pela hipoxia tissul

As manifcstaçõcs clínicas aprcsentadas pelos pacicntes com intoxicaçaguda pelo CO são variadas. Alguns pacicntes aprcsentam sintomas, qugeralmente não estão associados à intoxicação por essc gás: lesões cutâneasudorese cxcessiva, aumento do fígado. tendência a sangrar, febre, leucoctosc. albuminúria e glicosúria.

Palologia da inioxicação aguda pelo CO. Como mencionado anteriomente, os lecidos mais atingidos pela exposição ao CO são os que mais ressentcm da privação de oxigênio (ou scja, cérebro c coraçSo) e as lesõsão predominantemente hemorrágicas. O coração podc sofrer lcsão irrevesível dcvida à prcscnça de COHb no sangue; em alguns casos, podem sdetectadas evidencias de altcraçõcs isquèmicas e infarto subendocárdico. cefaléia grave que ocorre depois da exposição ao CO parece ser causada p

100CD

IIIfUJ 2_X _ |< WQ >

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80 .

60

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20 .

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B.-

/A

2 0 4 0 6 0

P o 2 ( torr)

80 100

Fig. 68.1 Efeito da carboxiemoglobina (COHb) na curva de dissociação

da oxiemoglobina.• A curva A (linha cominua) represcnta a curva de dissociação normal do oxige

nio. que não 6 alterada pela exislência de anemia (p. ex.. 80 g/ ( de hemoglobina no sangue). A curva B (linhaponlilhada) representa a situaç ão na qual há50 % de COHb e a concentração de hemoglobina está normal (160 g) ( de

hemoglobina no sangue e metade dos locais de ligação ocupados pelo CO ). Acapacidade de transponar oxigenio no sangue é a m esma em ambas as situa-ções: contudo. na prcscnça de C OHb, o oxigenio dissocia-se da hemoglobinacom valorcs m ais baixos de Po-- efeito devido às imerações cntre os locais deligação do O2 ou C O; exislcm 4 locais desses por m olécula de hemoglobina.

Pulso fraco e respiração lenta;insuficiência respiratoria e morte

C oma com convulsões intermitentes;redução da função cardíaca e da respiração;ode haver óbito

Sincope; aumento da respiração e do pulso;coma com convulsões intermitentes;

|_respiração de C heyne-StokesIgual ao item abaixo, co m p ossibilidademaior de colapso ou sincope; aumento da

I respiração e do pulso

Cefaléia grave; fraqueza; tonteira;redução da visão; nauseas e vômitos; colapso

Cefaléia; pulsações nas têmporas

Sensação de aperto ao redor da fronte; podehaver cefaléia branda; dilatação dos vasossanguineos da pele

Nenhum sintoma

Fig . 68 .2 Correlação entre a concentração da carboxiemoglobina e sinais e sintomas da intoxicação pelo monóxido de carbono.

• Na intoxicação por monóxido de carbono. observa-se uma progrcssão com

nua dos siniomas. Enlretanto, è importanie rcssallar que há variabilidainterindividual significativa na resposia à exposição ao monóxido de carbonO nivel sanguineo de carboxiemoglobina (COH b) devc ser usado apenas comparâmelro scmiquantilativo na rclação entre exposição e efeito. (Adaptado Sayers e Davenport, 1930.)

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6,1 TÓXICOS AMBIENTAIS NÂO-METÁUCOS 1413

edema cerebral e aumen io da pressão inlracraniana, resullanles da transuda-ção cxccssiva dos capilares submeiidos à hipoxia. Finck (1966) dcscrevcu asalterações patológicas observadas em 351 caso s faiais de intoxicação aciden-lal pclo CO. Os casos dc intoxicação rapidamente faial caracierizam-se porcongestão e hemorragias em todos os órgãos. Os pacienles que cvoluíram aoóbito dcpois de iniervalos mais longos apreseniam lesões hipóxicas, quceslão rclacionadas com a duraçâo da inconsciência quc se seguiu à hipoxia.

Bokonjid (1963) demonsirou que o período máximo de inconsciênciapós-hipóxica induzida pclo CO. que era compatível com a rccupcraçãoneurológica, 6 de 21 h nos pacienles com menos dc 48 anos e 11 h nosindivíduos acima dessa idade. Obscrvou-se recuperação comp lela da funçãomenial quando a inconsciência induzida pelo CO não passou de 15 h nogrupo mais idoso, ou 64 h no grupo mais jovcm. Talvez o efeito maisinsidioso da intoxicação pelo CO seja o desenvolvimcnto lardio de disfunçãoneuropsiquiáirica, que sc evidencia por cuforia inadequada c deficits deracioeínio. pensamenio abslrato e conccntraçao (Choi, 1983); alguns medicos acreditam que os m'veis de CO m uilo baixos para induzir coma lambémpossam causar efeitos neuropsiquiálricos.

A inloxicação grave pelo CO podc causar lesõcs culâneas que variam d eareas de eriiema c edema, à formação de vesículas e bolhas gcneralizadas.Alguns pacienles também podem ter rabdomiólise, provavelmenle causadapclo efeito lóxico direlo do CO sobre a mioglobina. e mioglobinúria cominsuficiencia renal.

Diagnostics da intoxicação aguda pelo CO. O diagnóslico prcsuntivoda inloxicação aguda pelo CO gcralmente c facililado pelas evidênciascircunslanciais, pois a vitima costuma scr enconlrada em circunslâncias quedeixam poucas diividas quanlo à causa da inloxicação. A COHb lem corvcrmclho-cereja c sua prcscnça cm concenlrações alias no sangue capilarpode eonferir uma coloração anormalmcnle avermclhada à pele, as mueosasc aos leitos ungucais dos dedos das mãos. Eniretanlo, os pacientes vivosgeralmcme se aprcsenlam cianólicos e pálidos c a "cianose verm elho-cercja"é observada apenas à nccropsia. O diagnóslico final depende da demonstra-ção de COHb no sangue. O tralamenlo não devc ser postcrgado enquanto seaguarda o resuliado desse exame nos casos de inloxicação grave, mas ademonstraçSo da COHb geralmenle tern significado forense. Se um pacicniemorrer numa aimosfera conicndo CO. a amostra de sangue colela dcpois desua mortc geralmenle content 60% de COHb; enireianlo. alguns indivfduosmorrem com concentrações mais baixas. Se o pacienie for relirado do am-bicnie enquanto ainda esiava respirando. a concentração de COHb pode

diminuir rapidamente e se a iroca respiratória ainda for adequada, essa formade hcmoglobina i eliminada do sangue em algumas horas.

Oeslino e excreção do CO. A COHb é lolalmente dissociável e, depoisque a exposição aguda for inienomp ida. o CO será excretado pelos pulm ões.Apenas uma quantidade muilo pequena sera oxidada em C0 2 .

O CO nfio pode ser excrctado se o paciente não estiver respirando bem.Aliim disso. a COHb é extremamente estável e pouco afetada pela pttlrefa-ção. Por essa razão. as medições válidas das conccntrações de COHb nosangue podem scr efctuadas muitas horas dcpois da morle. Em contrapartida.pouco ou nenhum CO é a bsorvido depois da mortc do paciente c a análise dosangue do coração fornece um valor exato da conccntração de COH b sangui-nca porocasiãoda mortc. Estcs fatores têm imporlância médico-lcgal.

Quando um indivfduo em rcpouso estiver respirando ar ambiente. aconcentração do CO no sangue diminui com uma meia-vida de 320 minutos.Se o ar ambiente for sub sliluido por oxigênio a 100%. esse valor é reduzidopara 80 min; em condições hiperbáricas, a meia-vida pode ser inferior a25 min (Peterson c Stew art. 1970). Tats faios constituent os principios biisi-cos do tratamento da intoxicação por CO.

Tralamenlo da inloxicação por CO. Primeiro. é essencial transient' opaciente para um local ao ar livre. Se a rcspiraçao estiver suprimida, arespiração artificial deve ser iniciada imediatamente. Em seguida, o tratamento é voltado para a adininistração de quaniidades suficientes de oxigénioàs células do corpo c eliminação acelerada do CO. Na maioria dos casos, aadministração rapida dc oxigênio a 100% por uma mascara bem adaptada csuficientc. Alguns medicos recomendam a administração de oxigênio hiper-bárico, caso haja à disposição uma unidade de oxigcnolerapia hiperbárica.Embora não esleja demonsirado conclusivamenle (Myers etal., 1985), arazão para essa recom endação é que o oxigenio hiperbárico, além dc fornecer

oxigênio em solução aos tecidos, lambém acelera a dissociação da COH b. Omelhor parâmetro para avaliar se a saturação do oxigenio voilou aos niveisadequados 6 a função neurológica do paciente; os niveis sanguineos deCOHb lambéin podem ser usados eomo dado adicional quanlo a cficacia da

oxigenação c. nesse sentido. niveis sanguineos decrescentes de COH b abaixoda saturação dc 10% podem ser usados com o paràmetro lerapêutico razoávelAs medidas complemcntares siio corrcçã o da hipotensão e acidose e tambéma monitoração da função cardiaca (Tintinalli el al., 1983).

Toxicidade da exposição prolongada aos niveis baixos de CO. O sistc-ma cardiovascular, principalm ente o co ração, é suscetível aos efeilos adver-sos das concentrações baixas dc COHb. Com concenlrações cntrc 6 e 12%o metabolism o deixa dc ser aeróbio e lorna-se anaeróbio (Ayres el al., 1970)Esludos clinicos e experimentais sugcriram quc a cxposição prolongada aoCO possa faciliiar o dcscnvolvimcnto da aterosclerose (Thomsen, 1974)

Além disto. o CO parece afelar o comportamenlo humano. O desempenhonos leslcs de vigiláncia é deprimido quando a COHb estiver em niveis deapenas 2-5%. Entretanto, esses niveis de COHb provavclmentc não alteranoutros comportamentos como dirigir, tempo de reaç3o, discriminações lem-porais. eoordcnação, processos sensoriais e atividades intelccluais comple-xas (National Research Council, 1977).

O fcto podc serexlremamcnte suscctivel aos efeitos do CO, que atravessa facilmente a placenta. Os lactentes nascidos de mães que sobreviveram àexposição às concentraçõcs alias por periodos curtos. enquanto ainda estavam gravidas. geralmenle apresentam seqüclas neurológicas e pode haverlesão significativa do cérebro (Lo ngo. 1977). Niveis baixos e persistenles deCOHb nos fctos das mulheres quc fumaram durantc a gravidez tambémpodem resultar em efeilos deletérios no desenvolvime nto do sistema ncrvosocentral (SNC).

Durantc a exposição prolongada ao CO . os pacientes desenvolvem policilemia. Outros mecanismos compcnsatórios lendem a ocorrcr, mas não foramdcmonsirados. Os seres humanos saudávcis são extremamenle sensíveis aqualquer grau dc hipoxia e eompensam dc im ediato essc cstresse aumentandoo débito cardíaco e a irrigação sanguínea dos órgãos essenciais. Os pacientescom docnça cardiovascular significativa são mais suscctiveis a toxicidade doC O . porque não conseguem compensar a hipoxia (ver Stewart. 1975).

Matéria particulada. As pneumoconioscs formam um grupo de doenças causadas pela inalação de poeiras. A silicosc c a doenca mais comumdesse gmpo. Depois do oxigenio. o silício é o elemenio encontrado emquantidades maiorcs na terra. Cerca de 60% das rochas da crosla tcrresirecontent silica e as poeiras da silica sâo enconiradas em algumas indústriasprincipalmente na mineraçSo de ouro, ferro e carvão; silharia; e jateamcnlodc areia. As particulas com mais de 10 |im tern pouco significado clinico

porque raramente elas chegam aos alvéolos. As parliculas com menos de2-3 jim são fagocitadas pelos m acrófagos alveolares c, por fim, essas célulasão deslruídas. Outros macrófagos proliferam e migrant para os locais envolvidos na reação e liberam cilocinas e oulros fatores de crcscimcnto, qucestimulam os fibroblastos a rcplicarem e aumentarcm a taxa de sintcse docolágeno. Os nódulos silicólicos resullantes dessas rcaçõcs tcm distribuiçãodifusa nos pulmões. Em geral, a doença demora 10-25 anos para desenvol-ver-se. Ã medida que a massa de tccido fibrótico aum cnla, a capacidadc vitadiminui e o paciente desenvolve dispnéia.

Outras doenças pulmonares desenvolvem-se simultaneamcnte com asilicosc e a silica pode facilitar sua patogenia. Há muilo se sabc que a silicoscatimenta a suscelibilidade à tuberculose e também o risco de infecção poroutros microrganismos.

A asbestose se deve à inalação prolongada da poeira do asbeslo, subslân

cia fibrosa composta de silicatos m inerais hidraiad os. Esse material c amplamente usado na indtistria porque não é inflamável, é flcxível e resistente aosácidos e álcalis e tem resistência elástica alia, baixa dcnsidade c resistcnciaclétrica alta. O asbeslo era usado comumenlc em isolamentos. revesiimentosde freios, iclhas c outros produto s. mas cm virtudc dos seus efeilos d eletérioit saúde seu uso tem dim inuído.

O asbeslo causa 3 lipos de doença pulmonar nos seres humanos: asbestosecarcinoma broncopulmonar e mesotelioma maligno. A asbestose (um tipo delibrosc pulmonar) desenvolve-sc inicialmente nas areas próximas aos bron-quiolos, ondc parece haver de posição prcferencial das fibras maiores do asbeslo. Tambcm há pleurite fibrótica, na qual a membrana pleural espessa ateencarcerar o pulmão numa capsula librótica rígida. As propriedades supcrficiaisdas fibras do asbeslo parecem ser importantes ao desenvolvimento da toxicidade , pois a intcração do ferro existenlc nas fibras com cspecies reativas do

oxigenio produzidas pela resposta inllamatória parece scr fundamental à lesãopulmonar induzida pelo asbesto (Timblin el al.. 1999). Os s inlomas clinicos daasbestose são semelhanles aos da silicosc: dispnéia. taquipnéia G tossc. Conludo. a tuberculose não c uma complicação marcante.

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1414 Se (âa XVI TOXICOLOGIA

O carcinoma broncopulmonar associado a inalação dc asbesto ocorrccerca de 20-30 anos depois do início da exposição. A inalação de asbeslocombinada com a da fumaca dos cigarros aumenta signifieativamcnic aincidéncia dc cancer pulmonar. cm comparação com a exposição a apenasum desscs falorcs (Sclikoff c Hammond, 1979). O mesotelioma, uma nco-plasia maligna rapidamentc fatal, lambém está associado à exposição àsfibras crisolfticas do asbcslo e pode desenvo lvcr-se na pleura ou no peritônio.gcrahnenle 25-40 anos depois do início da exposição (Sclikoff c Hammond.1979). Na Turquia. pcsquisadores airibuíram a incidência alia do mesotelioma ao ircmolita fibroso doesiuquc edacaiação das rcsidências. Dessa forma,parcce que o mcsolclioma não é uma reação específica ao asbesto, mas aqualqucr material fibroso natural ou sinlélico com fihras dc dimensõessemelhantes quc possa ser carcinogênico (Elmes, 1980). Contudo, cxcelopela inalação prolongada de maleVia fibrosa e a suspeita forlc dc aumento dorisco para as pcssoas que vivcm nas proximidades ondc há emissões conlen-do arsénico, existem poucas evidências convincentes de que a poluiçãoambiental do ar contribua para o risco de cancer (Kaplan e Morgan. 1981).

Muilas outras doenças pulmonares ocupacionais são causadas pela ina-lação prolongada de poeiras contendo minerals ou matéria orgânica, dcntrcclas a pncumoconiose dos mineradores de carvSo (doenea do pulmão preto).aluminose (pulm ão de bauxita: doença dc Shaver), baritose (devida ao bário),beriliosc, bissinose (devida ao algodão) e outras (ver Speizcr, 1994).

SOLVENTES E VAP ORES

O s so lv e n te s o rg â n ic o s e se u s v a p o re s sã o e l e m e n to s c o m u n s e mn o sso a m b ie n te . Ex p o s i ç õ e s a c id e n ta i s c u r t a s a c o n c c n l ra ç õ e s b a i -x a s d o s v a p o re s d e so lv e n te s c o m o g a so l in a , f l u id o s d e i sq u e i ro ,sprays a e ro ssó i s e r e m o v e d o re s d e m a n c h a s p o d e m se r r e l a t i v a m e n -t c i n o fe n s iv a s : e n t r e t a n to . a s e x p o s i ç õ e s a o s r e m o v e d o re s d e t i n t a s .a lv e j a n te s d e p i so s e a z u le jo s e o u t ro s so lv e n te s d o m é s t i c o s o uin d u s t r i a i s p o d e m se r p e r ig o sa s . A lé m d i sso . o d e sc a r t e d e a lg u n sd e sse s p ro d u lo s q u ím ic o s n ã o t e rn s id o e fe tu a d o a d e q u a d a n ie n te :por cssa razf to , há vazamenlos em depósi tos de l ixo tóxico e conta -m in a ç ã o d a á g t i a p o tá v e l . Co m o m u i to s t r a b a lh a d o re s d a in d ú s t r i ae s t ã o e x p o s to s a o s so lv e n te s e v a p o r e s . te rn s id o e fe tu a d o s e s fo rç o ss ig n i f i c a l iv o s n o se n t id o d e d e t e rm in a r o s n iv e i s se g u ro s d e c x p o s i -ç ã o . V a lo rc s l im i t e s (V LM) . o u c o n c e n l ra ç õ e s p c rm iss ív e i s m á x i -m a s ( V P M ) , foram c s t a b e le c id a s p a ra o s c o n ta m in a n te s t r a n sp o r t a -d o s p e lo a r ; o s V LM re p rc se n ta m a c o n c e n t ra ç ã o à q u a l a m a io r i ad o s t r a b a lh a d o re s é e x p o s t a se m r i sc o s n u m p e r ío d o d e 8 h , 5 x / se -m a n a d u ra n te o i n t e rv a lo d e e x p o s i ç ã o o c u p a c io n a l d a v id a d o t r a -b a lh a d o r .

V á r io s g a se s a n e s t é s i c o s . so lv e n te s e h id ro c a rb o n e to s f l u o ra d o s(u sa d o s c o m o p ro p c le n te s d o s p ro d u to s e m a e ro sso l ) c a u sa m e fe i lo ssu b jc t iv o s d e p o i s d e se rc m in a l a d o s e f r e q ü e n te n te n te sã o u sa d o s d eforma abusiva por essa razão . Ta l prá t ica per igosa , que te rn causadomuitas mortes , fo i ana l isada no Cap. 24 .

H i d r o c a r b o n e t o s a l i f á t i c o s

Hidrocarbonetos alifáticos de CI a C4. Os hidrocarbonetos de cadcia

retilinca com 4 ou menos átomos de carbono cstão presentes nos gasesnaturais (propano, metano) e no gás cngarrafado (propano. buiano). O meta-no c o etano sâo "asfixiantes simples"; seus efeitos são observados apenasquando suas conccmrações no ar cstão clcvadas a ponto dc reduzir a conceit-tracão do oxigênio, mas esses gases não causam efeitos sistèmicos gerais.

Hidrocarbonetos alifáticos de C5 a C8. Os hidrocarbonetos alifáticoscom pesos moleculares mais altos, assim como a maioria dos solventesorgiinicos, deprimem o SNC c causam tonteira e incoordcnação. Entretanto,polineuropatia é a rcação tóxica principal ao /i-hcxano. um solventc ampla-menie utilizado (USEPA, 1988). Essa complicação foi observada inicial-mcnie no Japão. ondc 93 trabalhadores envolvidos na produção de sandáliasforam acometidos por usarem uma cola que continha n-hexano a pelo menos60 % (lida el al., 1973). A 2-hcxanona (m etil n-butil cetona) indu/. alteraçõesneurológicas semelhantes às causadas pelo n-hexano. Ambos são melaboli-

zados cm 2.5-hexanediona. o mclabólito tóxico final (Fig. 68.3), que sc ligaaos grupos aminos dos neurofilamenlos, formando agregados c provocandoedema dos axònios (Anthony el al., 2001). Os sinais e sintomas clinicos scdevem à disfunção sensorial simétrica dos segmentos dislais das cxtremida-

OII

C H 3 - C - C H 2 " C H 2 " C n 2 " C H 3

meti ln-butil ce to na

C H 3 - C n 2 - C H 2 - C H 2 - C H 2 " C n 3

n-hexano

O OHCH3-C-CH2-OH2-C /H"Or i3 ■ *

5-h idrox i -2 -hexano na

O O

C H 3 - C - C H 2 - C H 2 - C - C H 3

2 ,5 -hexaned i o na

Fig. 68.3 Metaholismo do hexano.

• Tanto o n-hexano como o metil /i-buiil cetona (2-hexanona) são neurotóxicoc alivados por oxidação to-1 para o melabólito lóxico final, 2,5-hexanediona

des, que progride para fraqueza muscular dos dedos das mãos c dos pés perda dos reflcxos tendinosos profundos. A rcdução da velocidadc dc condução nervosa precede o inicio dos sintomas (Seppalainen. 1982). Em gcral. oprognóslico quanto à rccuperação é bom . cxcelo para os pacientes com lcsõegraves, m as a recuperação é lenta (Graham el al., 1987). A biotransformaçãdo «-hexano cm 2.5-hexanediona e 2-hcxanona mediada pelo citocromoP450 parece ser responsável pela neuropatia pcriférica associada à exposiçãa cstcs solventes (Couri e Milks. 1982).

Gaso lina c quero scne. A gasolina c o qucrosene. 2 destilados do petróleo prcparados pelo fracionamenlo do óleo cru. conlém hidrocarbonelo

alifáticos. aromáticos e vários outros hidrocarbonetos com cad eias ramificadas e insaluradas. Esses compostos são usados como combustivcis parailuniinação. aquccimento e motores; veiculos para alguns peslicidas; agentede limpeza e solventes para tintas. Como geralmente são armazenados emgarrafas que foram usadas para embalar bebidas. a gasolina e o queroscne sãcausas comuns de inloxicações acidentais em crianças. Uma preocupaçüoassociada à exposiçâo crônica à gasolina 6 que ela conlém cerca dc 2% dbenzeno e. por essa razão. pode causar leucemia.

As intoxicações causadas pela ingestão de gasolina e queroscne sãosemelhantes às provocadas pelo álcool etílico {ver Cap. 18). Os sinais sintomas incluem incoordenação, agitação, excitação, confusão, desoricntaçSo, ataxia. delírio e finalmcnte coma, quc pode eslcnder-sc por algumas horas ou vários dias. A inalação de concentraçõcs alias dos vapores da gasolinap. ex. por trabalhadores que limpam tanques de armazenamento, pode causa

morte imediata. Os vapores da gasolina scnsibilizam o miocárdio, de formquc quantidades pcquenas de cpinefrina circulante podem desencadear fibrilação ventricular; muitos hidrocarbonetos cxerccm essa ação. Concentraçõcalias do vapor dc gasolina lambém podem causar depressão rápida do SNCe óbilo devido à insuficiencia rcspiraloria. Com a inalação dc concentraçõcalias por algumas horas. o paciente pode desenvolver pneumonite.

As intoxicações causad as por esies hidrocarbonelos resultant da inalaçãdos vapores ou ingestão das prcp araçõcs líquidas. A ingestão é mais perigosporque os liquidos tém lcnsão superficial baixa c podem ser facilmcnleaspirados para o Iralo respiratório junto com os vômitos on a eruclação. Amorbidadc c atrihuida à aspiraçào, (|ue ocorre durante a ingcslão ou poocasião do tratamento. A lesão pulmonar não é causada pela absorção gastrintestinal da gasolina ou do querosc ne. A pneum onite quimica. complicadapor pneumonia bacteriana e edema pulmonar secundários. é a sequela mai

grave da aspiração. O óbito causado pelo edema pulmonar hemorrágicogcralmc mc ocorre em 16-18 h c raramente além de 24 h depois da aspiração

O exame dos lecidos dos pacientes que cvohn'ram ao óbito demonstrapulmões pesados. edemaciados c hemorrágicos. Os alvéolos eslão preenchi

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<W TÓXICOS AMBIENTAIS NÀO-MtYÁUCOS 141

dos por um exsu dalo rico em proleínas, células e fibrina, gcralmente com urnpadrão semelhante ao da doença da membrana hialina. As paredes alveolaresesião cspcssadas c podem romper-sc, causando seqiielas mcnos comunscomo cnfisema c pneumotórax. Os linfonodos pulmonarcs csião inflamadose. em alguns casos, foram encomradas broncopneumonia e aleleclasia.

As mcdidas sinlomálicas e dc susteniação provavelmenie são o melhorIralamenlo para as intoxicações por gasolina ou querosenc (Ervin. 1983:Gosselin eial.. 1984). Tend o cm visla o risco de aspiração, OS vômitos ou alavagcm gástrica devem ser eviiados. a menos que os riscos eslejam jusiifi-cados pcla presença de ouiras subslâncias tóxicas no deslilado do petróleo.A catarsc podc scr induzida com sulfalo dc magnésio ou sódio. Anlibiólicos

são usados se houver indicação específica, p. ex. pncumonile bacleriana. Aepiiiefrina e composlos relacionados devem ser eviiados porque podemprovocar arrilmias cardiacas. O iralamenlo deve incluir a correção dos dis-iiirbios hidrelelrolflicos.

A exposicão prolongada à gasolina passou a scr uma preocupação porque vários tanqucs de armazenamenlo subtcrrâneo dc gasolina vazani e scuconlcúdo pode acabar conlaminando a água potável.

H i d r o c a r b o n e t o s h a l o g c n a d o s

A s p ro p r i e d a d e s so lv e m e s e x c e lc n te s e a i n f l a m a b i l id a d e b a ix ad o s h i d r o c a r b o n e t o s h a l o g e n a d o s f iz er am c o m q u e e s s e s c o m p o s l o se s i e j a m e n t re o s so lv e n te s m a i s u t i l i z a d o s n a in d ú s t r i a . V á r io s h i d ro c a rb o n e to s d e b a ix o p e so m o le c u la r sSo e n c o n t ra d o s n a á g u a

p o i á v e l . A l g u n s d e s t e s , c o m o o c l o r o f ó r m i o . b r o m o d i c l o r o m e t a n o .d i b r o m o c l o r o m e t a n o e b r o m o f ó r m i o , s ã o p r o d u z i d o s a p a r t i r d ep re c u r so re s n a tu ra i s d u ra n te a c lo ra ç ã o d a á g u a ; o u t ro s c o m o ote t r a c lo re to d e c a rb o n o , d i c lo ro m e ta n o e 1 ,2 -d i c lo ro e t a n o n ã o p a re -cem se r dev ido s a ess e t ra ta me nto . A f i l tração ou o t ra tam ento d aá g u a c o m c a rv ã o , a n t e s d a c lo ra ç ã o , r c d u z e f i c a z m e n te a fo rm a ç ã od o s h i d r o c a r b o n e t o s d o r a d o s . E n i r e l a n t o , o s h i d r o c a r b o n e t o s h a l o g e n a d o s s f to c o m u n s n a s a re a s d e d e sp e jo s t ó x ic o s e p o r i s so p o d e mc o n t a m i n a r o a b a s t e c i m e n t o d e á g u a p o t á v e l . C o m o a l g u n s e s t u d o sd e m o n s t r a r a m q u e a l g u n s d e s s e s c o m p o s t o s s ã o c a r c i n o g ê n i c o s e ma n im a i s e p o rq u e c x i s t e m c o r re l a ç õ e s d e m o n s t ra d a s e n t r e a c lo ra ç ã oda água e a inc idênc ia dos cânceres de colo in test ina l , re to e bexiga .h a m o t iv o s p a ra p re o c u p a ç ã o q u a n to à e x p o s i ç ã o d e p a rc e l a s m u i toa l i a s d a p o p u la ç ã o a e sse s c o m p o s to s q u fm ic o s p o r m e io d a á g u ap o t á v e l . C o m o o s h i d r o c a r b o n e t o s h a l o g c n a d o s s ã o e x t r e m a m e n t el ip o sso lú v c i s , e l e s p o d e m se r a b so rv id o s f a c i lm e n te d e p o i s d a in a -l a c ã o o u in g e s t ã o . A ss im c o m o o c o r re c o m m u i to s o u t ro s so lv e n te so r g â n i c o s , o s h i d r o c a r b o n e t o s h a l o g e n a d o s d e p r i m e m o S N C .

Tetracloreto de carbono. O letracloreio dc carbono (CCI4) era usadocom vários propósitos medicos c, durante algum lempo, foi amplamenteutilizado como removedor de manchas e agenie de limpeza dc lapetes;enirelanto, sua utílização com lais finalidades jú foi abandonada porque hojehá allernativas mais scguras. Entreianlo. o CCI 4 ainda é usado na fumígaçãode grãos c como insclicida.

A exposição iransitória a concenirações lóxicas do vapor de CC 14 provo-ca os seguinies sinais c sintomas: irriiação dos olhos, nariz e da garganta;nauseas c vômilos; sensaçSo de congeslão na cabeça; lonteira c eefaléia. Sea cxposição for inlcrrompida de imediaio. os sintomas gcralmente regridemem algumas horas. A cxposição prolongada ou a absorção de quanlidadesmaiores desse composlo quimico podc causar estupor, convulsões, coma emone devida à depressão do SNC . Fibrilação ventricular ou dcpressão doscentros bulbares vitais pode provocar mone siibita.

Os efcitos tóxicos tardios do CCI4 incluem nauseas, vômitos, dor abdominal. diarréia e hematcmesc. Os efeilos tóxieos lardios mais graves dessecomposto decorrem das ações hepalolóxicas e ncfrolóxicas. Os sinais esintomas da lcsão hcpâlica podem aparecer depois de um intervalo dc vá-rias horas ou 2-3 dias e, cm alguns casos, ocorrem na ausência dc efeilosgraves imediatos do SNC. As evidéncias bioquímicas de lesão hepálicacostumam incluir elevaçõcs significalivas das atividades das transaminasesc dc várias oulras enzimas hepálicas no plasma. Enirelanto. a alividade dafosfatase alcalina aumenta apenas ligeiramcnle. As anormalidades hisiológi-cas principals são cstcalose hepática e necrose cenirolohular do figado.

O mecanismo da lesSo hepática provocada pelo CCI 4 foi csludado poalguns pesquisadorcs (ver Kalf ei at., 1987) c o compo slo iransformou-se nsubstância dc referenda para lodos os composlos hepalolóxicos. A lesaproduzida pelo CCI4 parcce ser mediada por um meiabólilo reativo — radicalivre iricloromcu'lico (-CCij) — formado pela clivagem homolt'tica do CCI4ou por cspécies ainda mais reaiivas — radical livre tricloromctilperoxilic(Cl,CO O-) — produzidas pela reaçãodo CC I 3com o 0 2 (Slaicr. 1982). Essbiolransformação é catalisada por uma monooxigcmise dependcnie do cilocromo P450. Por essa razüo, agentes como o DDT e fenobarbiial, quinduzem essas enzimas. aumenia significalivamente os efeilos hcpaiotóxicodo CCI4. Já os agenles que inibem a alividade melabólica do composl

alenuani a hepalotoxicidade do CCI4. A bioiransformação do CCI4 em iniermedii'irios realivos é uma rcação rcd utora. em vez de oxidaliva. daf ser malenla sob pressões alias de oxigênio.

A loxicidade causada pelo CCI4 parecc ser devida à reaçSo dos radicailivres (-CCIj ou CljCOO-) com lipidios e proieinas; enlrelanlo. a importância rclaliva das interaçõcs com vários componentes lissulares para o desenvolvimento desia lesão c comrovcriida. O radical livre provoca a pcroxidação dos lipidios policnóicos do reliculo endoplasm âlico e leva à formação dradicais livres sccundários, derivados desses lipidios — uma rcação emcadcia. Essa peroxidação lipídica deslrutiva resulla na degradação da eslrulura e da função das membranas e, se o paciente liver sido cxposlo a quanlidades suficientes dc CCI4. há aumento do Ca 2+ ciloplasmático inlracelulalevando à mone celular (Plaa, 1991; Kalf eial., 1987; Recknagel el a1989). Em animais dc laboratório, a peroxidação lipídica leva à produçãod

uma série incomum dc metabóliios não-cnzimáiicos do ácido araquidònicchamados isoprostanos {ver Cap. 26) —, em paralelo com a hepatoioxicidade induzida pelo CCI4; esses composlos podem tcr uma função diagnóslicna idcntificacão da pcroxidação lipídica em seres humanos (Morrow el a1990, 1994; Roberts c Morrow. 1994). As células de Kupffcr lambém parlcipam do mecanismo lóxico do letracloreio de carbono, provavelmente liberando fatorcs quim iouixicos para nculrofilos, que acenluam o eslresse oxidalivo (Edwards et al.. 1993).

Os indivfduos que se recuperam da ingeslão aguda de clanol parccem scmais suscelfveis às ações hepalolóxicas dos hidrocarbonetos halogenadoOutros álcoois como o isopropanol possuem capacidade ainda maior dpolcncializar esses efeilos do CCL 4 (Plaa. 1991). Esla intcração cnire isopropanol e CCL4 foi realeada num acidenie industrial ocorrido numa fábrica dengarrafamento desse gás. na qua! os irabalhadores exposlos aos 2 compos

los desenvolveram efeilos lóxicos (Folland el til.. 1976).A medida que a lesão hcpática avança. sinais dc lesão renal lambcm

podem ser observados e predominar no quadro clinico. A intoxicação branda dos seres humanos podc scr evidenciada por oligúria reversível. que seslende por alguns dias. Alguns esludos demonstraram que. nas inioxicaçõenão-falais. a recuperação da função renal ocorre em 3 fases. Na primeira fas(depois de 1-3 dias), a oligúria rcgride mas as concentrações da uréia creatinina coniinuam elcvadas. A segunda fase comcça com o dcclinio rápdo das concenirações plasmâlicas desses composlos. Na terccira fase, cercde I mês depois da lcsão inicial. o fluxo sanguine o renal e a fillração g lomcrular comcçam a mclhorar e a funç3o renal é recuperada depois de 100200 dias.

O tralamenio de emergència da intoxicação por CCI4 deve ser iniciadimcdiaiamcnie em qualquer individuo sob suspeila de ler absorvido quanlidades tóxicas desle composlo. As pessoas exposlas ao vapor lóxico devemscr levadas ao ar livre. A dcscontaminaçüo gasirinieslinal deve scr considerada. dependendo da condição clínica do pacienlc; o carvão alivado provavelmente seria o méto do lcrapcutico mais indicado. Se o pacienlc for atendido pela primeira vez no cslágio de deprcssão avançada do SNC, devem scenvidados lodos os csforços para cviiar hipoxia. Os fármacos simpalicomimélicos não devem ser usados sob qualquer prelcxlo, tendo em visla o riscodc causarcm arrilmias graves no miocárdio sensibilizado.

O iralamenlo das insuficiências renal e hepálica aguda causadas peloCCI4 é difícil. Embora a insuficiencia hepálica seja uma manifcsiação proeminente da intoxicação por esse lóxico, a insuficiencia renal 6 a causa maicomum dos óbilos. Mesmo que os sinais e sintomas iniciais possam esiaassociados à depressão da função hepálica. a função renal deve scr monilorada cuidadosamenle, antccipando-sc à ocorrência dc oligúria ou aniiria.

Outros h idrocarbonetos ha logenados. Cloroformio . d ic lorometan(cloreto de mclileno). tricloroelileno, telracloroeiileno (perelorelileno)l.l.l-lricloroelano e 1.1,2-tricloroelano causam alguns dos mesmos efeilolóxicos do CCI4 (Bruckner e Warren. 2001). Todos esses composlos produ

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1416 ScçãoXVI TOXICOLOC

zero dcprcssão do SNC e alguns foram usados como anestésicos inalatórios.Além disso. cssas substâncias podem sensibilizar o coraçSo às arrilmiasprodu/idas pelas catecolaminas. O potencial hepatotóxico é maior com oclorofórmio c o 1.1,2-tricloroetano e menor com o tricloroctileno. o letraclo-roctilcno, o 1.1. ] -tricloroetano c o diclorometano; o clorofórmio pode serhcpatotóxico porque é metaboli/.ado em fosgénio (Pohl ei al.. 1978), Cloro-fórmio. 1.1.2-tricloroetano e tctracloroctileno também são nefrotóxicos.Como causam mcnos lcsão orgânica quc o CClj e o clorofórmio, o 1, 1.1 -tri-cloroelano. o tetracloroetilcno c o tricloroetilcno tèm sido amplamentc usados como agcntcs de limpeza a seco e solventcs industriais; já o diclorometano é usado como desfolhanlc dc tintas. O diclorometano tern um cfeito

tóxico adicional porquc c metabolizado a CO pelo citocromo P450 (Kubic eAnders, 1975). Alguns desscs solventes de hidrocarboneto dorado causamcancer hcpálico cm camundongos. mas esse efcito não foi dcmonstrado emseres humanos.

Entrc 1961 e 1980, a Grã-Bretanha notificou 330 inloxicações e 17mortes causadas pela inalaçãodetricloroetileno. tetracloroetileno c 1,1,1-tri

cloroetano, os 3 solventes industriais usados com mais frcqiicncia (McCarthy c Jon es. 1983). Os óbitos foram devid os a narcose profunda, a aspiraçãodos vômitos durante anestesia ou arritmias cardiacas (Jones e Winter. 1983).Não foram observados sinais de hepatotoxicidade. A exposição a concentra-ções alias de tricloroetileno foi associada à neuropatia do trigemeo (Annau.1981); a exposição prolongada dos trabalhadores aos hidrocarbonetos halo-genados usados como solventes produziu aitcracoes comportamentais (Annau. l98l:Lindstrom, 1982).

Assim como ocorre com os clorofluorcarbonos. os hidrocarbonetos d o rados exercem um efeilo deletcrio na camada dc ozônio, que protege a Terrada radiação solar. A radiaçãu ullraviolela c im portanlc na etiologia do cancerdc pcle. 011S0 desses compostos químicos está diminuindo, com a ades3o aoProtocolo de Montreal, um acordo internacional para intcrromper o uso doscompostos quimicos que destroem a camada dc ozônio.

ÁIcoois al i fáticos

O etanol fo i ana l isado no Cap. 18 .

M e t a n o l . O metanol (á lcool mct í l ico on á lcool de madeira ) é umso lv e n te i n d u s t r i a l c o n iu m e t a m b é m é u sa d o c o m o I fq u id o a n t i -c o n g e la n te . so lv e n te p a ra g o m a - l a c a e a lg u m a s t i n t a s e v e rn i z e s ec o m p o n e n t s - d c r e m o v e d o re s d e t i n t a s . O s c o m b u s t iv e i s só l id o s e n -

l a t a d o s c o n tê m m e ta n o l . Co m o a d u l t e ra n te . o m e ta n o l l o rn a n ã o -p o -t á v e l e l i v re d e im p o s to s o e t a n o l u sa d o p a ra l im p e z a . r e m o ç â o d et in tas e outras f ina l idades.

A a b so rç ã o e a d i s t r i b u iç ã o d o m e ta n o l c d o e t a n o l sã o se m e -Ih a n te s . A lé m d i sso , o p r im e i ro c o m p o s lo é m e ta b o l i z a d o n o s se re sh u m a n o s p e l a s m e s m a s e n z i m a s q u e m e t a b o l i z a m o e t a n o l — d e s i -d ro g e n a se d o á l c o o l e d e s id ro g e n a se d o a ld e id o — e m in t e rm e -d i á r i o s t ó x i c o s c o m o o f o r m a l d e í d o e á c i d o l o r m i c o ( F i g . 6 8 . 4 )(Te p h ly el al., 1 9 7 9 ) . Co m o t a m b é m a c o n te c e c o m o e t a n o l , a o x i -d a ç ã o d o m e ta n o l o c o r re n u m a t a x a d e p e n d e n te d a su a c o n c e n t ra ç ã osa n g u ín e a . En t rc t a n to , e ssa t a x a c o r re sp o n d e a p e n a s a 1 4 ,2 8 % d ata x a d e o x id a ç ã o d o e t a n o l e , p o r e ssa r a z ã o , a o x id a ç ã o e a e x c rc ç ã oc o m p l e t a s d o m e t a n o l g e r a l m e n t e d e m o r a m v á r i o s d i a s .

O m e ta n o l c a u sa m e n o s e m b r i a g u e z q u e o e t a n o l : n a v e rd a d e , ae m b r i a g u e z n ã o 6 u m s in to m a m a rc a n te d a in to x ic a ç ã o p e lo m e ta n o l , a m c n o s q u c o p a c i e n le t e n h a c o n su m id o g ra n d e s q u a n t id a d e so u t a m b é m t e n h a in g e r id o e t a n o l . U m p e r ío d o d c l a t é n c i a a ss in to -m á t i c a d e 8 -3 6 h p o d e p re c e d e r o i n i c io d o s s in to m a s d a in to x ic a -ç ã o . Se o e t a n o l fo r c o n su m id o s im u l t a n e a m e n te e m q u a n t id a d e ssu f i c i e n te s , o s s in a i s e s in to m a s d a in to x ic a ç ã o p o r m e ta n o l p o d e mse r s ig n i f i c a t iv a m e n te p o s t e rg a d o s o u . e m a lg u n s c a so s , a t é m e sm osu p r im id o s . Em t a i s c a so s , a i n to x ic a ç ã o p e lo e t a n o l é m a rc a n te e ain g e s t ã o d o m e ta n o l p o d e p a ssa r d e sp e rc e b id a .

O s s in a i s e s in to m a s d a in to x ic a ç ã o p o r m e ta n o l sã o c e fa l é i a ,v e r t i g e m . v ô m i lo s , d o r i n t e n sa n o a b d o m e su p e r io r , d o r l o m b a r ,

d i sp n é ia . a g i t a ç ã o m o to ra , e x t r e m id a d e s f r i a s c ú m id a s , v i sã o e m -b a ç a d a e l i i p e re m ia d o d i sc o ó p t i c o . Em g e ra l , a p re ssã o a r t e r i a l n ã oé a l t e ra d a . N o s p a c i e n te s e m e s t a d o g ra v e , a f r e q ü ê n c ia d o p u l so cb a ix a .

Metanol

P r i m e i r a e t a p a

Formaldeido

S e g u n d a e t a p a

Lactato

Piruvato

T e r c e i r a e t a p a

Alcooldesidrogenaserápida)

H \ D ependente do pH H \c = o *■ c = o

HO/ " O /Ácido fórmico \ Formato

D ependente de tolato (lenta)

C 0 2 + H 2 0

Fig. 68.4 Meiabolismo do meianol em seus intermediaries lóxicos, fo

maldeido e dcido formica.

A altcração laboratorial mais marcante c a acidosc metabólica comdiferença aniônica grave — rcsultado da oxidação do metanol em ácidfórmico, quc se acumu la (Jacobson c McM anin, 1986). Tam bém hâ cetonemia e acelontiria modcradas. Apesar da acidose grave, a rcspiração dc Kiissmatil não é comum. devido à dcpressão rcspiratória causada pela intoxicaçiío. Pacientes relativamcntc assintomáticos podem entrar cm coma comrapidez surpreendentc. Nos pacientes moribundos. as respirações são lentasuperficiais e arquejantes com "boca dc pe ixc". O óbito. quc cm geral se deva insuficiència respiratória, pode ocorrcr cm scguida ou depois dc m uitas hras cm com a.

A necrose pancreálica foi obscrvada à necropsia c a lesao do pancrea

parccc ser rcsponsável pela dor abdominal grave que geralmente acompanha intoxicação por metanol (Kaplan. 1962).

Os distúrbios visuais. manifestações mais marcantes da intoxicação dseres humanos com metanol. tornam-se evidentes logo depois do inicio dacidose. Pu pilas dilatadas e não-realivas e deficit visual são achados tipicoA lesao ocular, que envolve principalm ente as células ganglionares da retin6 um proccsso mflamaiório destrutivo scguido de atrofia. Em pouco tempoa retina lorna-sc congestionada e edemaciada c as bordas do ncrvo ópticpodem ficar borradas (Gossclin el al., 1984). O resultado final 6 cegueirbilateral, que geralmente é irreversível. A toxicidadc ocular parece ser causada especificamente pelas concentraçõ es altas do ácido fórmico que, por suvcz, estão rclaeionadas com niveis baixos de tetraidrofolato hepálico. Amorte causada pelo metanol quasc sempre é precedida de cegueira. A ingetão dc apenas 15 mf de metanol pode causar cegueira e ingestões d

70-100 mi geralmente são fatais. a menos quc o pacienle seja tratado.A gravidade da maioria dos sintomas da intoxicação por metanol parec

ser proporcional à acidosc e, por essa razão, a correção dessc distúrbiofundamental ao sucesso do tratamento. Além disso. a inibição do metabolismo do metanol diminui as concentraçõcs do formaldeido e áciilo fórtnico nsangue c assim atenua a toxicidadc. Isso 6 conseguido com etanol, que atucomo substrato competitivo. Como o etanol tern afinidade 100 vezes maiopela desidrogenase do álcool do quc o metanol, a competição que ele cxercé eficaz. Na prática, o ideal é conseguirconcentração sanguínca dc etanol nfaixa dc I git. A dose de impregnação dc etanol (0,6 g/kg) deve ser administrada logo que o diagnóstico de ingestão significativa dc metanol estiveconfirmado e a infusão de etanol (cerca dc 10 g/h para adultos) deve seiniciada para manter a concenlraçã o desejada. A hem odiálise deve ser iniciada logo que for possivel dep ois da administração de etanol aos pacientes com

a c id o se o u q u e a p rc se n te m c o n c e n t ra ç õ e s sa n g u ín c a s d c m e ta n o> 500 mg/f. A diálise remove o metanol c corrige a acidose. que pode sercsistente à administraçâo de bicarbonalo. Como o etanol também 6 rcmovido pela diálise. a taxa de infusão deve ser aumentada em cerca de 6 g/liora

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68 TÓXICOS AMB1ENTA1S NÃO-METÁUCOS 141

O 4-metilpirazol 6 um inibidor específico da dcsidrogenase do álcool e foiusado como anlídoto em animais de laboratório (McMartin eial.. 1980).Folalo e leucovorina (esla ülliina um metabólilo alivo do ácido fólico)tambéni foram usados na tenialiva dc aumeniar a laxa de melabolismo doformialo (No kcrcf« /., 1980). Depoisda intoxicação por metanol. o pacienlepode desenvolver lesão neurológica. que se caracteriza por disfunção motorairrcvcrsível scmclhante ao parkinsonismo (LeWitl e Martin. 1988); a levo-dopa pode alenuar a rigidcz c a hipocinesia desses pacienles (Guggenheimeial., 1971).

Isopropanol. O isopropanol usado como álcool limpanie em

loções para as mãos e nas preparações anticongelanies e degelaniescausa alguns casos de inioxicação acidenial ou intencional. Assimcomo ocorre com o etanol e metanol. o isopropanol é um depressordo SNC , mas não causa lesão da retina ou acidose, com o se observacom o metanol.

Em adultos, a dose letal provável do isopropanol 6 dc cerca de250 mi de uma solução de peso-volume a 95%; portanto, esse ál-cool é mais tóxico que o etanol. Embora os sinais e sintomas daintoxicação pelo isopropanol sejam semelhantes aos da toxicidadedo etanol, existem algumas diferenças importantes. O isopropanolcausa gastrite mais grave com dor, nauseas, vômitos e hemorragia.Vômiios seguidos de aspiração são uma ameaça grave e complica-

ção perigosa. A intoxicação por isopropanol demora mais tempoporque esse álcool é oxidado mais lentamente que o etanol (Gosse-lin et al., 1984) e seu meiabólito principal (acetona) também depri-me o SNC . Cetoacidose e cetonuria (sem glicosúria) reforçam essediagnóstico. Assim como ocorre com outros alcoóis, a hemodiáliseajuda a eliminar o isopropanol do organismo.

Glicóis

Além do seu uso como permutadores de calor. formulaçõesanticongelanles, liquidos hidráulicos ou intermed iaries quim icos, osglicóis também são usados como solvcntes para prcparaçòes farma-cfiuticas, aditivos alimentares e lacas.

Etilenoglicol. O etilenoglicol (HOCH2CH2OH) é amplamente

usado como anticongelante de radiadores de automóveis, produtosque sSo as causas habituais das intoxicações por esse composto.Como acontece com o etanol, o etilenoglicol causa depressão doSNC. Os pacienles que ingerem grandes quanlidades desenvolvemnarcose, que pode evoluir para o coma e a m orte. Além da depressãodo SNC. o etilenoglicol causa lesão renal grave e a maioria dasvítimas desenvolve doença renal aguda. Os pacientes que morremdevido a uremia apresentam doença renal grave, incluindo destrui-ção das células intersticiais, edema intersticial, necrose hemorrâgicafocal no córtex. degeneração hidrópica extensa, vários cilindroscclulares e cristais de oxalato nos túbulos contornados (Gosselinel al., 1984).

A etapa inicial da oxidação do etilenoglicol em monoaldeido(glicoaldeído) é mediada pela álcool dcsidrogenase; a oxidação doglicoaldeido ao metabóliio ácido principal (ácido glicólico) é cata-lisada pela aldeído desidrogenase. Essas duas etapas oxidativas ge-ram NADH a partir do NAD, desviando assim o potencial redox efavorecendo a produção do lactato a partir do piruvato. Em seguida,o ácido glicólico é metabolizado em ácido glioxílico e, por fim, emácido oxálico (HOOCCOOH). O etilenoglicol provavelmente causadepressão inicial do SNC; 0 oxalato e outros intermediaries pare-cem ser responsáveis pela nefrotoxicidade. Os cristais tipicos dooxalato de cálcio geralmente são observados na urina e podem serum indfcio diagnóstico inicial da intoxicação por etilenoglicol. Osácidos glicólico e láctico são os principals responsáveis pela acidose

metabolica (Gabow el al., 1986).O tralamenio especifico da intoxicação por etilenoglicol é seme-

Ihante ao da intoxicação por metanol. A acidose metabólica é trata-da com bicarbonate de sódio. O etanol é usado como substrato

competitivo pela álcool desidrogenase. com o objetivo de reduzirtaxa de produção dos metabolites tóxicos. O 4-metilpirazol, uinibidor experimental da álcool desidrogenase, pode ser mais eficaque o etanol (Baud et al.. 1988). A hcmodiálisc 6 eficaz para remver o etilenoglicol que não foi metabolizado e corrigir a acidose. administração parenteral de Ca 2 + é recomendada para tratar os epasmos m usculares, que podem ser devidos à quelação do Ca 2 +peoxalato formado pela biotransformação do etilenoglicol.

Dietilenoglicol. O dietilenoglicol (HOCH2CH2-OCH2CH2OHé usado cm produtos de laca, cosméticos. anticongelantes e lubri

cantes e como composto emoliente e plaslificador. A toxicidadcausada por esse álcool era um problema significativo apenas quado ele era usado na década de 1930 como solvente numa preparaçãde sulfanilamida. Nesse, 105 das 353 crianças que ingeriram a prparação de dietilenoglicol-sulfanilamida morreram devido it lesrenal. Os efcitos do dietilenoglicol são semelhantes aos do etilenglicol e a intoxicação deve ser tratada da mesma forma.

Propilenoglicol. As propriedades ffsicas do propilenoglic(CH3CHOHCH2OH) são semelhantes às do etilenoglicol. mas esprimeiro com posto é muito menos tóxico. Por essa razão. 0 propinoglicol é usado como solvente para fármacos, cosméticos, loçõe pomad as; em produtos alimen tares; como agente plastificador; e

formulações anticongelantes; com o perm ulador de calor; e em liqudos hidráulicos. Assim como ocorre com o etanol, sua ação famacológica principal é causar depressão do SNC; entrelanto, seliminação é mais lenta e. por esta razão. suas ações são maprolongadas.

Éteres glicólicos. Os éteres glicólicos são componentes encotrados em filmes, isolamentos para cabos de alia voltagem. tiniaesmaltes para un has, agentes descongelantcs dc com bustíveis, tintde escrever etc. e também são usados na produção dos semicondtores. A inalaçâo prolongada dos éteres m onometílico e m onoetílido etilenoglicol por animais de laboratório pode causar atrofia teticular e infertilidade (Bruckner e Warren, 2001). Além disso, esséteres glicólicos são teratogênicos em ratos e coelhos. Esses 2 éterdo etilenoglicol são metabolizados pelo álcool desidrogenase ealcoxiácidos. Como 0 ácido metoxiacético também causa toxicidatesticular em ratos machos, parece que os alcoxiácidos são resposáveis por esse efeito tóxico. Já o éter monometílico do propilenglicol, um substrato ruim para o álcool desidrogenase, não cauatrofia tcsticular.

Hidrocarbonetos aromáticos

Benzeno. O benzeno é um solvente excelente. sendo um composto amplamente usado nas sínteses químicas e componente natral dos combustiveis para automóveis. Entretanto, o benzeno tecausado efeitos tóxicos graves nos seres humanos expostos

concentrações altas.Depois da exposição aguda a uma grande quantidade de benzen

por ingestão ou inalação dos vapores concentrados, 0 efeito tóxicprincipal ocorre no SNC. Os sintomas causados pela cxposiçãbranda são tonteira, fraqueza, euforia, cefaléia, nauseas, vômitosensação de constrição torácica e marcha cambaleante. Se a exposção for mais grave, os sintomas progridem para visão embaçadtremores, respiração superficial e rápida, irregularidades ventriculres, paralisia e inconsciência.

Em geral, a exposição prolongada ao benzeno se deve à inalaçãdo vapor ou ao contato com a pele. Os sinais e sintomas da exposção prolongada ao benzeno incluem efeitos no SNC e no tra

gastrintestinal (cefaléia, perda do apetite, sonolência, nervosismo palidez), mas a manifestação tóxica principal é a anemia aplásicAs células da medula óssea que se encontram nas fases iniciais ddesenvolvimento são as mais sensiveis ao benzeno (Andrews e Sn

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de r , 1991) e a pa rada da ma tu ração aca r re la dep leção g rada t iva dascc lu la s c i rcu lan te s .

Um a p reocupação im por tan te é a re lação en t re expos ição p ro lon-gada ao benzeno e l eucemia (R ins ky el al.. 1987 ; Meh lman . 1991).Os e s tudos ep idemio lóg icos fo ram rea l i zados com I raba lhadores daindús tr ia de pneumáticos e fábricas de sapatos . nas quais o benzenoé amplamenle us ado . E n t re os t raba lhadorcs que morre ram dev ido àcxpos ição ao benzeno , os ób i tos fo ram caus ados por l eucemia ouanemia ap lâ s ica em pe rcen tagens p ra t i camente igua i s . O benzeno éc la s s i fi cado pe la E PA e IARC com o ca rc inógen o hum ano . E s s e com-

posto é metabolizado a uma série de produtos fenól icos com anéisfcchados c seus conjugados (Snydcr ei al.. 1993). A anemia aplás icae a l eucemia p rovave lmente não s e devem a um dcs s es mc tabóü tos .mas envo ivem a ação con jun ta de vá r ios me labó l i los (Snydc r el al.,1993) . No proces s o de p rodução des s es me tabó l i tos , s ão fo rmadosin te rmed ia r ie s rea t ivos que s e l igam cov a len temen te com vá r ias p ro -te inas e DNA e podem ser responsáveis pelos efe i tos tóxicos dobenzeno na medula óssea (Kalf el al., 1987).

T o l u e n o . O tolueno (C6H5CH3) é muito usado como solvente det in tas , ve rn izes . co la s , e s ma l te s e p rodu tos de l aca e como in te rme-diário qin 'mico das s inteses de outros compostos orgânicos . O tolueno é depre ssor do SNC e con cent raçõ es baixas cau sam fadiga , fra-qucza e confusão. É pelos efe i tos dos solventes como o tolueno noSNC q ue os " che i radores de co la " ina lam s eus vapores . Ao co n t rá r iodo benzeno , o to lueno não caus a anemia ap lá s ica ou l eucem ia . Con -l u d o , os s o lven te s da co la cos tumam s e r mis tu rados e os " che i rador e s " ge ra lmen te s ão expos tos a ou t ros s o lven te s a lém do to lueno .

P E S T I C I D A S

Pesticida é um termo geral que inclui inset ic idas , ra t ic idas , fun-g ic idas , he rb ic idas e fumiga tó r ios . Os pes t i c idas p roduz i ram impac -los s ign i f i ca t ivos : na ag r icu l tu ra aum entan do a p rodução das co lhe i -tas; na s a i ide humana reduz indo a s doenças como ma la r ia , f eb reamarela e pes te bubón ica ; e na economia d iminu indo a fo rça det raba lho neces s á r ia pa ra p roduz i r a l imen tos .

O us o dos pes t i c idas aumentou acen tuadamente des de a Segun-da Guerra Mundial . Entre tanto, seu uso na agricul tura a l ingiu umpa tamar nos ú l t imos 15 anos e começo u a d iminu i r , po r que a s p lan -ta s e s tão s endo a l l e radas por engenha r ia gené t i ca (OGM. o rgan i s -mos gene t i camente modi f i cados ) pa ra neces s i t a rem de menos pes t i c idas . Nos E UA, anua lmente s ão comerc ia l i zados ma is de 500mi lhões de qu i los de pes t i c idas . enquan to no mundo todo o cons ume anua l chega a 2 , 25 b i lhões .

Pes t i c idas s ão compos tos qu imicos fab r icados com o un ico p ro -pós i to de des t ru i r a lguma fo rma de v ida . A tox ic idade s e le t iva dospes t i c idas é a l t amente des e jáve l , mas todos podem te r a lgum e fe i totóx ico nos s e re s humanos .

I ns e t ic idas

E mbora o s e to r ag r íco la s e ja 0 cons umidor p r inc ipa l dos ins e t i c id a s , ou t ra s ind í i s t r i a s t ambém us am grandes quan t idades e a u t i l i -zação des s es compos tos den t ro e ao redor das re s idênc ia s é s ign i f i -ca t iva . Os re s idues dos ins e t i c idas cos tumam pe rs i s t i r nos p rodu tosc a s pes s oas s ão expos ta s a n fve i s ba ixos des s es compos tos qu imi cos nos a l imen tos . Vár ios ca s os de in tox icação aguda com ins e t i c i das t e rn s ido p rovocados pe lo cons umo de a l imen tos mac içamentecon taminados duran te o a rmazenamento ou t rans por te m a r i t i m e O sins e t i c idas ap l i cados nas ca s as e nos j a rd ins t ern caus ad o in tox ica -ções ac iden ta i s nas c r i anças menores .

Inseticidas o rgan oclo rado s. Os inseticidas organoclorados inclucm osdcrivados dorados do etano. dentre os quais o DDT é o mais conhecido;os ciclodienos, incluindo clordano, aldrin. dieldrin, heptaclor e endrin; eoutros hidrocarbonetos incluindo os hexaclorocicloexanos como lindano.

Scção XVI TOXICOLOGI

toxafeno. mirex e clordecona. Entre meados das décadas de 1940 e I96 0, oinseiicidas organoclorados eram muito usados na agricultura e nos programas de controle da malaria.

DOT. O DDT. mais comum dentre os derivados dorados do etantambém e conhecido como clorofenotano.

— cci3 —

DD T . CLO RO F E NOT A NA

Antes da imposição das resirições significativas ao seu uso cm muiiopaises, o DDT era o inseticida sintético mais conhecido. mais barato e provavelmente mais eficaz. Por essas razõcs. foi amplamente utilizado depode sua introdução em meados da década de 1940.

O DDT tern hidrossolubilidadc cxtrcmamentc baixa, mas é muito liposolúvel. É rapidamente absorvido quando dissolvido em óleos, gorduras osolventes lipidicos. mas não é bem absorvido como pó scco ou suspcnsãaquosa. Depois da absorção, o DDT conccntra-se nos tecidos adiposos. armazenamento do DDT nesses tecidos tern função protctora. porque issdiminui a quanlidade do compo slo nos locais da sua ação tóxica — o cérebrO DDT atravessa a placenta e sua concentração no sangue do cordão umblical varia na mesma faixa detectada no sangue das mães expostas (Saxenelal.. 1981).

Como o DDT é degradado muito lentamente no ambiente e é armazenadna gordura dos animais, é um candidato ideal à bioamplificação, ou scja, umsérie de organismos da cadeia alimentar acumulam quantidades progrcssivamentc maiorcs em seus tecidos gordurosos. em cada m'vcl crcsccnte da cscairofica. Por fun. uma espécie siluada no lopo da cadeia alimentar d esenvolve oefeitos delctirios. Por exemplo, a população das aves que se alimentam dpeixes tern declinado. Tal declinio foi atrihuido à redução da espessura dcascas dos seus ovos. que é um a conscqüência comprovada da ingestão de DDe inseticidas à base de hidrocarbonetos dorados scmelhantes.

Tendo em vista a distribuição onipresentc do DDT. todas as pessoanascidas a partir de m eados da década de 1940 tiveram um periodo longo dexposição a esse inseticida. que foi arm azenado em seu s tecidos gordurosoNuma taxa constante dc ingestão, a conccnlração do DDT nos tecidos adipsos atinge um estado de equilíbrio e permanece relativamenie constant

Quando a exposição termina, o DDT 6 eliminado lentamente do organismAlguns estudos estimaram que a eliminação por excreção ocorra a uma taxdc cerca dc I % do DDT armazenado por dia. Antes da excreção, esinseticida é lentamente desalogenado e oxidado pelas monooxigenases dpendentes do citocromo P 450; um dos principals produtos da cxcrcção descomposto é o DDA (ácido bis [p-clorofenil] acético).

O DDT possui uma margem ampla de segurança c, apesardc sua ulilizção e disponibilidade generalizadas. não existem estudos conclusivos e bemdocumentados demonstrando a intoxicação dc fctos humanos por cle. Opoucos óbitos humanos associados à exposição excessiva a esse inseticidprovavelmente resultaram do solvente querosenc, cm vcz do próprio DDTO efeito agudo mais marcante desse inseticida é a estimulação do SNC.

Os sinais e sintomas da intoxicacão hum ana por doses alias de DDT sãparestesias da lingua, dos lábios e face; apreensão; hipersensibilidade ao

estimulos; irrilabilidade; lonteira; tremor; e convulsões tônico-clônica(Ecobichon, 2001). O mecanismo de ação desse composto no SNC não esttotalmenie esclarecido. O DDT 6 capaz de alterar o transporte de Na + c Kalravés das membranas dos axònios, resuhando em aumento do pos-polencial ncgativo, prolongamcnto dos potenciais dc ação, disparos repctitivodepois de um unico esn'mulo e series esponlâneas de poienciais dc açã(Narahashi, 1983).

Em animais de laboratório, a adminislração inlravenosa do DDT provoca morte por fibrilação ventricular. Aparentemente, esse inseticida comparlilha com outros hidrocarbonetos dorados a tendência de sensibilizar miocárdio e, embora sua ação principal ocorra no SNC e na medula suprarenal. pode gerar o cstímulo necessário para fibrilação ventricular,

As doses relativamenie baixas do DDT induzem o sistcma das oxidasede função mista (citocromo P450) do retfeulo endoplasmálico do figado

cfcilo dcmonsirado nos cxtcrminadorcs (Kolmodin el al.. 1969) e nos funcionários dc uma fábrica de DDT (Poland elal.. 1970). O resultado é alleracão do melabolismo dos fármacos, xcnobiólicos e hormônios eslcróides. Além disso, esse inseticida pode ser responsável pelo aumento d

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68 TÓX1COS AMBIENTAISNÃO-METÁUCOS

freqiiência das rachaduras dos ovos e pela condição da po pulação reprodulo-ra de algumas aves (p. ex.. ver Radcliffe, 1967), A indução do cilocrom oP450 pelo DDT parccc acelerar o mclabolismo dos eslrogênios das aves.O descquilíbrio endócrino rcsullanlc provavelmente, afeta o metabolismodo cálcio. a deposição dos ovos e a produção dos ninhos, dc forma que osucesso reprodutivo total c a sobrcvivência dos filhotes podcm ser rcdu zidos(Lundholm, 1987). Como agravante desse prohlema, o DDT também cxerceurn cfeito estrogcnico (Kupfcr c Bulger. 1982) e inibe a Ca 2+-ATPase.nccessária para a calcificação das cascas dos ov os (Miller el al., 1976).

Voluntários consumiram 35 mg/dia de DDT, quantidade 1.000 vezesmaior do que a ingestão humana media, por até 25 mcscs. scm dcscnvolverquaisquer cfcitos deletérios evidentcs (Hayes. 1963). Entrctanto. existe aprcocupação de que o DDT poderia ser carcinogênico depois da exposição adoses pequenas do coinposto por um perfodo longo (IARC. 1974a). O usocxtenso do DDT nos paíscs industrializados não foi associado ao aumento docãncer hcpálico nos seres humanos. Num esludo sobre a mortalidade de maisde 3.800 irabalhadores aposenlados que haviam trabalhado no controle dcpragas. os pcsquisadores não dctectaram elcvação significativa na taxa pa-drão dc mortalidade. mas havia cxcesso de óbilos por leuccmia (principal-menle leticemia m ielóide) e cânceres do cérebro e dos pulm ões (Blair el al.,1983).

O DDT foi banido dos EUA em 1972 para quase todas as indicações.exceto para as aplicaçõcs csscnciais à saúdc pública e algumas poucasindicações para protcgcr as colheitas, para as quais não havia outras allerna-

livas cficazcs. Tal dccisão sc baseou na possibilidade de haver um desequi-líbrio ccológico causado pclo uso contfnuo do DDT; na incertcza do efeito(caso exista) da cxposição c do armazcnamento prolongados de concentra-çõcs baixas de DDT nos seres humanos; c no desenvolvimento dc cepas deinsetos resistentes. Vários outros países lomaram decisões semelhantes.Contudo. o DDT ainda é amplamente usado em alguns paíscs tropicais paracontrolar a malaria. Em virtude da rcdução do uso dessc inseticida em muitospaiscs, outros pcsticidas subslituiram o DDT. mas alguns deles são maistóxicos para os seres human os.

Meloxiclor. A formula estrutural do metoxiclor. um derivado clorado d octano, é a seguintc:

— C C I3 —

METOXICLOR

Esse composto eslá sendo usado em quantidadcs crcscentcs como substitute do DDT. O aspecto interessante do metoxiclor é que ele é muito menostóxico para os mamiferos que o DDT (a DLsopara ratos é dc 6.000 mg/kg,em comparação com 250 mg/kg no caso do DDT), não é carcinogênico e nãopersiste no organismo por períodos tão longos. O metoxiclor é armazenadonos tccidos adiposos numa pcrcentagem de até 0.2% da taxa de armazena-mento do DDT c sua meia-vida em ratos é de apenas 2 semanas. em com pa-raçüo com 6 meses para o DDT (Ecobichon. 2001). A meia-vida mais curiarefletc o metabolismo m ais rápido por O-desmetilação (Kapoo r el al., 1970);cm seguida. esse composto c conjugado c excrctado na urina. Contudo, o

metoxiclor tern atividade estrogènica e. por essa razão, existe a preocupaçãode que ele e outros estrogénios am bientais possam induzir efeitos delctériosà saúde humana. como aumenlo do cancer dc mama cm mulhercs e rcduçãodas contagens de cspermatozóidcs cm homens.

Ciclodienos dorados. A Fig. 68.5 ilustra as estruturas dos ciclodicnosdor ado s usados com m ais frcqiiéncia. Esses compostos cstimulam o S NC c po risso alguns dos sinais e sintomas da intoxicação são semelhantes aos causadospelo DDT. Entrclanto. os mecanismos celulares pclos quais os ciclodicnoscstimulam o SNC são difercntes dos que foram demonstrados para o DDT . Osciclodicnos atuam como antagonistas nos receptorcs ionolrópicos do acidoY-aminobutirico (GABA). rcduzindo a captação dos ions clorelo. rcsultando narepolarização parcial do neurônio e num estado de excitação descontrolada. Osciclodicnos do rado s tendem a provocar convulsões antes que apareçam outrossinais menos graves da intoxicação. As pessoas intoxicadas pclos inseticidas

desse grupo qucixam-sc de cefaléia e nauseas, vômitos. tontcira e abalosclõnicos suaves. mas alguns pacientes lêin convulsões sem sinais premon itórios(Hayes. 1963). Ao contrário do DDT, os ciclodienos tèm provocado váriasmortcs devidas à intoxicação aguda.

C l

ALDRIN

O C H , C C I ,

C l

DIELDRIN-

C l C l

HEPTACLOR

C l C l

CLORDANO

Fig. 68.5 Estruturas quimicas de alguns ciclodienos dorados.• (* 0 endrin é um cstereoisômcro do dicldrin.)

Lima difcrcnça importantc cntrc o DDT e os ciclodienos dorados é qos últimos são absorvidos rapidamente pela pele normal. Os ciclodienpodem nSo acarretar um risco significativamentc maior do que o DDT paa população gcral cxposla a pequenas quantidadcs dc alimentos. mas

manipulação das soluções concentradas de um ciclodieno é mais perigosaAssim como aconlece com o DDT, os ciclodienos dor ado s são altamcte lipossolúveis e ficam armazenados no tecido adiposo; esses inseticidinduzem o sistema do cilocro mo P 450 do fígado, são degradados lentamenpersistem no ambiente e sofrem bioampliftcação por mcio da cadeia alimctar dos animate. Esse grupo de inseticidas produziu hepatomas dependentda dose em camu ndong os e tcm o maior potencial carcinogcnico dentre todos inseticidas. Por essas razões, o aldrin e o dieldrin foram banidos dos EUem 1974, enquanto a utilização do clordano e do heptaclor nas colheittambém foi suspensa naquele pat's em 1976.

Outros hidrocarbonetos dorados. Estc grupo de inseticidas inclui lindano, o toxafeno. o mirex c a clordecona. compostos quimicos que compartilham algumas das propriedades do DDT. Embora nflo alterein a condção axônica. eles atuam nas tcrminaçõcs nervosas prc-sinápticas do SNC

aumentam a liberaçãodc neurotransmissores (Shankland, 1982).Hexaclorclo de benzeno (BHC) e lindano. O hexacloreto de benze

(conhecido mais propriamente como hexaclorocicloexano) tcm a seguinformula estrutural:

C l C l

HEXACLOROCICLOEXANO(HEXAC LORETO DE BENZENO)

Esse composto. uma mistura dc 8 isômeros e o isômcro y, c conhecidcomo lindano, sendo o m enos lóxico e do qual depende quase toda a atividde inseticida do BHC. usado clinicamente como cctoparasiticida (ver adiate). O lindano causa sinais dc intoxicaçào semelhantes aos produzidos pcDDT: tremores. ataxia. convulsões c prostração. Nos casos graves de inlox

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1420 Seção XVI TOXICOLOG 1

cação aguda. híi convulsõcs lônico-clônicas violentas. Os isômeros a e y sãoestimulantcs do SN C, mas os isômero s fJ e 8 são depressores. A estimu laçãodo SNC parece ser dcvida ao bloqueio dos efeitos do GABA (Maisumura eGhiasuddin, 1979). O lindano induz as enzimas microssômicas hepálicas.Esse inselicida e o BHC foram implicados em numerosos casos de anemiaaplásica (Rugman e Cosstick. 1990); contudo. um csludo com 60 casos dcanemia aplásica não conseguiu demonsirar qualquer associação enlre a inci-dência dcssa docnça e a cxposição ocupacional aos pesticidas (Wang cGrufferman, 1981). Pesquisadores dem onslraram que alguns dos isòm erosdo BHC. incluindo o lindano, produzem hepatomas cm rocdores (Cueio,1980).

A bioiransformação dos isômeros do BHC cnvolve a formação dosclorofenóis. Em comparação com o DDT. o lindano tern persislência relati-vamente breve no ambiente.

Toxafeno. O loxafeno é uma mislura complexa de mais de 175 hidrocar-bonetos policlorados Cio, dos quais apenas cerca de 20 são eonhecidos(p . ex.. heplaciorobornano) (Saleh. 1991). Como ocorre com oulros insetici-das do grupo dos hidrocarbonetos dorados, o cfcito lóxico principal doloxafcno é a estimulação do SNC. Esse inselicida parece ser mctabolizadomuito rapidamente e por isso tern meia-vida mais curia que oulros hidrocarbonetos dorados. Alguns estudos demonslraram que o loxafeno induz lumo-res hepáiicos em camundongos e provoca muiaçõcs (Hooper et al., 1979).observações que levaram a uma redução nolâvcl em sua uiilização.

Mirex e clordecona. O mirex e a clordecona são inselicidas do grupo dos

hidrocarbonetos dorados com persisiência exiremamente longa no ambienlee conceniram-sc m ilhares de vezes na cadeia alimentar (W aters et al., 1977).Suas formulas eslruturais são as seguintes:

MIREX CLORDECONA

Com o ocorre com outros inselicidas do grupo dos hidrocarbonetos d o rados, o mirex e a clordecona causam estimulação do SNC, lcsão hcpática eindução do sistema do citocromo P450. Atrofia testicular e rcdução daprodução de espermatozoides podem ser devidas a uma ação esirogênicadircta da clordecona (Eroschcnko. 1981). Esses 2 inselicidas são carcinogc-nicos para animais de laboratório (Cueto et al., 1976: Waters et al., 1977).

Uma grande negligência na higiene industrial resultou na intoxicação de76 dcnlre 148 trabalhadores expostos pela fabricaçío da clordecona emHopewell, Virginia (Taylor el al., 1978). Esses trabalhadores sofrcram efeitos neurológicos que se caracterizavam por iremores e flutter ocular (opso-clono): hepatomegalia e esplenomegalia: erupções: alterações mentais; ealargamenlo da base da marcha. Os exames laboraloriais demonslraram

reduções das comagens e diminuição da mobilidade dos espermatozoides. Acontaminação da area ao redor da fâbrica resultou em redução da produçãopesqueira e colheita de mexilhões em James River e regiões ameaçadas dabaía de Chesapeake.

O mirex provavelmcnte é oxidado em clordecona (Carlson if al.. 1976).O mciabolito principal da clordecona é seu derivado alcoólico. que aparecena bile humana sob a forma de conjugados do ácido glicurônico (Guzelian.1982). A via principal de eliminação da clordecona 6 fecal. A colcsliramina{ver Cap. 36) adminisirada aos pacienies intoxicados aumema a excreçãofecal da clordecona em 3-18 vezes. abrevia sua meia-vida sanguinea de 140para 80 dias e acelera a vclocidadc dc recupcração das manifcstações tóxicas(Cohn et al., 1978). A clordecona fecal origina-se das cxcrcções biliar cintestinal (Guzelian. 1982). Nos seres humanos, apenas cerca de 5-10% daclordecona cxcrelada na bile aparecem nas fezes, indicando que há reabsor-ção intestinal extensa desse composto (Cohn et al., 1978); a bile pareceaumentar significativamente cssa rcabsorção (Boylan et al.. 1979). Por essarazão, a colcstiramina po de aumentar a excreção intestinal da clordecona , porse ligar aos componenies da bile na luz intestinal. Esse inselicida foi detec-

tado nos leites de nutriz.es, vacas e ralas; o leite das vacas contaminadas podser uma fonlc de exposição humana.

Inseticidas organofo.sforados. Os inselicidas organofosforados substtuiram em grande pa ne os hidrocarbonetos do rad os. Os organofosfatos nãpcrsislcm no ambienle e tern potencial carcinogcnico extremamentc baixomas são muito mais lóxicos para os seres humanos. Na verdade, o paration o pesticida envolvido co m m ais freqiiência cm inioxicaçõ es fatais. A farmacologia e a toxicologia desses compostos foram analisadas no Cap. 8.

Inselicidas c arb am ato s. Os inseticidas carbamatos são scmelhanles aoorganofosfatos em varios aspccios. O inscticida mais comum do grupo é carbaril: como esse com posto e outros semelhanles são inibidores da coline

terase, tambim foram analisados no Cap. 8.Inseticidas botânicos. O piretro e os compostos cslruturalmcnte rela

cionados são usados como inselicidas bolânicos. O piretro é um extrato cralcrgenico oblido das flores do Chrysanthemum cincerariaefolium. A pirtrina é um extrato muilo mais rcfinado, que conlém as 6 piretrinas naluraisA maior atividade inscticida desse composto reside na pirctrina 1. Sua fomula csirutural é a scguintc:

H3C .CHS

H3CNH,A,< OO,

; c = c x H H-R H

C H 2C H = C H C H = C H 2

C H ,

PIRETRINA I

Os pireiróitles (derivados sinléticos da pirctrina) e as piretrinas sãusados cm muitos inselicidas domésticos por sua ação ríipida. Scu mccanismo de ação nas membranas neuronais é manter o canal de sódio aberto popen'odos anormalmente longos, resultando num fluxo prolongado de sódioEssa transferência prolongada do sódio eleva e prolonga o pós-potencial ddespolarização, que atinge o poiencial limiar da membrana para iniciapós-descargas repetitivas (Narahashi et al., 1998). Os piretróidcs são muitmais tóxicos para os inselos que para os mamiferos, em virtude das diferenças nos canais de sódio entre esses gêneros. Em g cral, o piretro é classificadcomo inseticida mais seguro porque sua toxicidade primária é pequena. Aloxicidade baixa dos piretróides para os mamiferos se deve em grande panà sua biotransformação rápida pela hidrólise dos ésteres e/ou hidroxilaçã

(Aldridge, 1983). A biotransformação lenla do piretro nos insetos é retardadainda mais por sua formulação com hutóxido de piperonil (que inibe cilocromo P450), aumentando sua eficácia inseticida. Ao contrário dos mamiferos. os organismos aquáticos são extremamente sensíveis aos piretróide(Khan, 1983).

As propriedades alergênicas do pirelro são acenluadas, em comparaçãcom outros pesticidas. Exislem muitos casos descrilos de dermalite de contato e alergia respiratória. As pessoas sensiveis ao pólcn da ambrósia sãparlicularmenlc suscetiveis a essas reaçõe s. As prcparaçõcs contendo piretrnas ou pirctróidcs sintclicos tern muito menos tendência dc provocar reaçõealérgicas que as preparações produzidas com po de piretro.

A rotenona é obtida das raizes de plantas como Derris e LonchocarpuAntes de ser aplicado com o inscticida, esse com posto foi usado pela primeirvez para paralisar peixes. A rotenona tern a seguintc formula cstrutur al:

ROTENONA

A intoxicação dos seres humanos pela rotenona é rara. Esse composttern sido aplicado diretamenie para iratar piolhos da cabeça. escabiose oulros ecto parasilos. Os efeitos locais são conjuntivite, derm atite, faringite rinite. A ingestão oral de rotenona causa irritação gastrintcstinal, nauseas vômitos. A inalação do pó é mais perigosa, pois pode causar estimulaçãrespiratória seguida de dcpressão e convulsões. A rotenona inibe a oxidaçã

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do NADH em NAD. bloqueando assim a oxidação do NAD dos substraloscomo glulamato, a-cctogluiarato c piruvato.

A nicolina 6 um dos inscticidas mais lóxicos (verCap. 9). A intoxicaçãoé seguida de salivação e vômitos (dcvidos à csiimulação ganglion ar), fraque-za muscular (causada pela esiimulação seguida de deprcssão da junçãoneuromuscular) e, por fim. convulsões clônicas e supressão das respirações(efcitos no SNC).

Avermectinas. As avcrmeciinas foram isoladas de uma cultura do acti-nomiceio do solo Streplomyces avermitilis. A ivermeetina, um análogo sin-lético, foi desenvolvida como insclicida, sendo um composio eficaz contravarios insetos. mas também muitos parasitos. Scus efeitos farmacológicos e

toxicológicos foram descrilos no Cap. 42.Inse t ic idas usados como ec toparasi t ic idas. O te rmo ectoparasiticidas

rcferc-se aos fármacos usad os contra parasitos dos animais. Nos seres hum a-nos. esses compostos são basicamcnte pediculicidas e acaricidas.

O lindano (isÕmero gama do hexuclorocicloexano) é um acaricida usadopara o tratamcnto daescabiose. O composto é aplicado na concentração a 1 %sob a forma de creme, loção ou xampu. A mislura é aplicada numa camadaUna sobre toda a superficie da pele (do pescoço para baixo) (30 g de cremepara aclultos) e não deve scr rcmo vida por 8-12 horas. Em geral, o prurido éaliviado em 24 h e a grande maioria dos pacientes não nccessita de unisegundo iratamento. Contudo. se for necessário, a segunda e a terceiraaplicações podem ser realizadas a intervalos semanais. Essc fármaco lam-bém é um pcdiculicida muilo ativo e eficaz para o tratamcnto da pediculosedo púbis. da cabcça e do corpo. Uma única aplicação do creme. da loção oudo xampu a 1% geralmente é suficiente para crradicar o ectoparasilo. Olindano tambéni é usado para tratar infcstaçõcs por Phthirus pubis (piolholadro. chato. piolho das virilhas).

O malalion 6 um inseticida organofosforado. A farmacologia geral dosanticolinesterásicos foi analisada no Cap . 8. O malation tern ação pcdiculicida c lendicida rápida: os piolhos e scus ovos (lêndcas) são mortos em 3 s pelomalation a 0.003% e 0.06% em acetona, respectivamente. A preparaçãofarmacêutica contém 78% de isopropanol. Fora dos EUA, o malalion estádisponível para o tratamento conira piolhos e léndeas do couro cabcludo. Apreparação deve ser csfregada suavcmenie no couro cabeludo e deixada por8-12 h; em seguida. os cabeios devem ser enxaguados c penleados. Se fornccessário, podc-se faz.er uma segunda aplicação depois de 7-9 dias.

O benzoalo de benzila é uma subslância relativamenie inofensiva que.em concenlrações alias, é lóxica para o ACarus scabiei. Esse composto tern

sido muilo usado no tratamento da cscabiose e também é eficaz contrapediculose. No traiamenio da escabiose. a loção a 26-30% é aplicada nocorpo inteiro (do pescoço para baixo), depois do banho compleio. Quando aprimeira aplicação secar. deve-se aplicar uma segunda camada. O resíduo clavado depois de 24 horas.

O croiamilon (/V-clil-o-crotonotoluidina) é um escabicida eficaz dispo-nivel para aplicayão tópica. Em alguns indivíduos, provoca irritação. princi-palmente na pele inflamada. ou caso seja aplicado por pen'odos prolon gados;além disso. o croiamilon pode causar sensibilização. Paradoxalmente, aspreparaçõcs também possucm propricdades anlipruriginosas.

Uma emulsão de tetraidronaftalcno e oleato de cobre é alardeada comopcdiculicida e lendicida. mas sua eficâcia ainda não foi determinada emdefinitive

O tiabendazol pode ser aplicado na pele para iratar larva migrans culá-

nca (ve rC ap. 42). O compo sto tern atividade escabicida e. com lal finalidade.é usado em ouiros paises exceto os EUA. O tiabendazol também lem reputa-ção de possuir alividade antifúngica sua ve.

F u m i g a n t e s

O s fu m ig a n te s sã o u sa d o s p a ra c o n t ro l a r i n se to s , ro e d o re s en e m a t ó d e o s d o s o l o . T a i s c o m p o s t o s e x e r c e m a ç ã o p e s t i c i d a c mp re p a ra ç õ e s g a so sa s e sã o u sa d o s p o rq u e p o d e m p e n e t ra r e m a re a sd e o u t ra fo rm a in a c e ss iv e i s . O s a g e n te s u sa d o s p a ra p ro t e g e r p ro d u -to s a l im e n ta re s a rm a z e n a d o s sã o c i a n e to d e h id ro g ê n io , a c r i l o n i t r i l a(u m c i a n e to o rg â n ic o , CH 2 = CH CN ) , d i s su l f e to d e c a rb o n o . t e t r a c lo -re to d e c a rb o n o , c lo ro p ic r in a . d ib ro m e to d e e t i l e n o . ó x id o d e e t i l e -n o , m e t i lb ro m e to e fo s f in a .

Cian eto. O cianeto (ácido hidrociânico (HCN). ácido prússico) é um dosvenenos com ação mais râpida; as vitimas podem morrer alguns minutosdepois da exposição. O gás cianeto de hidrogénio é usado para fumigar

navios e consiruções e esterilizar o solo. Dcvido à sua capacidade de formacomplexos com os m etais. o cianeto é usado em mctalurgia, clcirogalvanizaçüo e limpeza de m etais. Nos lares, os cianetos estão presenies nos polidorede praia, inseticidas, raticidas e planias conlendo cianeto (mandioca) e sememes de frutas (maçã. damasco, amêndoa elc.). Oef eito tóxico principal dlaeirila, um "remedio popular contra o cancer" usado antigamente, se devao seu glicosídeo cianogênico. As monooxigenases dependentes do cilocromo P450 liberam cianeto dos nilrilos orgânicos (Willhile e Smith. 1981)assim como as S-transferases da gluialiona liberam esses compostos doliocianalos orgânicos (Okawa e Casida, 1971); o cianeto também é ummeiabólito do nitroprussiato (Cottrell ei al., 1978). A combustão dos pláslicos contendo niirogênio pode resultar na libcração do HCN. Os incêndios bordo de aviões maiaram 119 passageiros em Paris em 1973 e 303 peregrinoem Riad. na Arabia Saudila. em 1980. devido à combuslão do materiaplástico seguida da liberação de HCN (Weger. 1983). O cianeto lambém usado nas execuções nas cham adas câm aras de gâs e, cm 1978, foi usado pomais dc 900 "suicidas-assassinos" rcligiosos na Guiana.

O cianelo tern afinidade muito alta pclo ferro cm seu estado férricoQuando absorvido, o cianeto rcage rapidamentc com o ferro trivalente dcitocromo oxidase das miiocôndrias. inibindo assim a respiração cclular rcsultando cm acidosc láclica e hipoxia citotóxica. Como a ulilização doxigenio csia bloqueada. o sangue ven oso é oxigenado e quasc tão vermelhovivo quanto o sangue arterial. A respiração é eslimulada porque as célulaquimiorreceploras respondem à redução da pressão de oxigênio. Há umestágio transilório de estimulação do SNC com hiperpnéia e cefaléia; pofim. surgem convulsões hipóxicas e o pacicnte morrc cm parada rcspiratóriaEm geral, a maioria das pessoas com exposição aguda ao cianeto morrimediatamente ou se recupera por completo; contudo, existcm alguns relatode scqiiclas neurológicas como sindromes extrapiramidais, alterações dpersonalidade e déficils de memória enire as vitimas sobrcviventes.

Para ser eficaz. o iratamenlo da intoxicação pe lo cianeto deve scr rápidoO diagn óstico pode scr facilitado pelo odo r caractcn'stico do cianeto (óleo damênd oas am argas). Com o a toxicidade resulta da ligação ao ferro férrico doxidase do citocrom o, o iratamenlo lem como objetivo evilar ou impedir essligação. fornccendo grandes quanlidades dc ferro férrico para compelir pelcianeto. Um mecanismo eficaz é administrar substâncias como o nilrito, quoxida a hemoglobina em mctemoglobina. Em geral, o nilrito de amilo adminislrado por inalação, enquanto a solução dc nilrito de sódio é preparadpara administração iniravenosa (10 mi da solução a 3%). A metemoglobin

compete com a citocromo oxidase pelo ion cianeto; a rcação favorece metemoglobina. cm virtude da ação de massa. Há fonnação de cianometemoglobina e o ciiocromo oxidase é restaurado. Como allcrnaliva, podc-sadministrar 4-dimctilaminofcnol, que lamhém oxida a hemoglobina em metemoglob ina. numa dose de 3 mg/kg por IV (Weger, 1983). Os compostos dcobalto lêm grande afinidade pelo cianelo (Way, 1984) e hoje o C02EDTAeslá sendo usado cm alguns paises para Iratar a intoxicação humana pocianeto (Cottrell eial., 1978; Weger, 1983). Da mesma forma, a hidroxicobalamina pode ser usada para iratar os cfeitos tóxicos do cianeto. porque scombina com essc composio c forma cianocobalamina (vilamina B12).

O mecanismo principal de eliminação do cianelo do organismo é suconversão enzimálica pela enzima mitocondrial rodanesc (transulfurase) emtiocianalo, que <5 rclativamenle atóxico. Para acelerar a destoxificação,tiossulfato de sódio & adminislrado por via intravenosa (50 mf. da soluç

aquosa a 25%) e o liocianato formado pode ser excreiado facilmente nurina:

N a 2 S 2 0 3 + CN - > SCN - + N a 2 S 0 3 (68.4

Em camundongos. Way e colaboradores (1972) demonstraram que nilrito aumenta a DL50 do cianeto de poláss io de 11 mg/kg para 21 mg/kg; administração do tiossulfato aumenta essc valor para 35 mg/kg, enquanto nilrito seguido dc liossulfato aumenta a DL 50 para 52 mg/kg. Alguns casode intoxicação aguda por cianeto em seres humanos foram iralados comsuccsso dessa forma.

O oxigenio adminislrado isoladamente. mesmo sob pressões hipcrbáricas, tern efeilo protelor minimo na intoxicação por cianeto; entrctanto, oxigenio potcncializa dramaticamente os efeitos proietores do liossulfato o

nilrito e liossulfato (Way el al.. 1972). O mecanismo dessa ação não estclaro, mas a prcssão do oxigenio intracelular pode ser suficientemente altpara causar a oxidaeão nâo-enzimálica dos cilocromos reduzidos, ou o oxigenio pode deslocar o cianelo do citocromo oxidase por uma ação dc massa

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1422 Seçilo XVI TOXICOLOG

Se o ciancto liver sido ingerido, a lavagem gásirica devc scr realizadadepois e não anies de instituir as medidas terapculicas mais cspccílicas.

Metilbrometo. O meiilbromelo é usado como inscticida fumigalório eem alguns cxliniores dc incêndio. Algun s especialistas di/.cm quc 0 melilbro-melo foi responsávcl por m ais mortcs enire pessoas quc sofreram exposiçõesocupacionais na California na década de 1960 que lodos os ouiros inseticidasorganofosforados (Hine, 1969). Como o mctilbromclo é muilo lóxico, acloropicrina (CCI3NO2). urn eslimulador polenlc do lacrimcjamento, é acres-ceniado aos fumigalórios como alcna contra a cxposição ao metilbromelo.

Os sinais e siniomas principals da inloxicaçüo por melilbromelo rcfe-rcm-sc ao SNC e incluem mal-cslar. cefaléia. distúrbios visuais, nauseas evômitos. Em geral, o óbito ocorrc duranie uma convulsão. Depois de expo -sição rcspiralória grave, o edema pulmonar podc ser fatal. A grande afinida-de do nietilbrometo pclos grupos sulfidrflicos pode ser rcsponsável por suaação tóxiea. Por cssa razão. os agenles sulfidrílicos podem ser eficazcs com oanlídolos para a intoxicação por melilbromelo.

Dibrom oclorop ropano e d ibrom eto de e ti leno . O d ibromocloropropa-no (CICHiCHBrCi^Br) e o dibrometo dc etileno (1,2-dibromoetano) sãofnmigatórios do solo usados para controlar nematódeos. Nos seres humanos,eles acarretam depressão moderada do SNC e congestão pulmonar depois daexposição por inalação; além disso, causam distúrbios gasirintestinais eedema pulmonar se forem ingeridos. Os 2 compostos causam carcinomagáslrico em ratos c camundongos (Powers etal., 1975; IARC, 1977). Odibromocloropropano causa esterilidade e/ou rcduções anormais das conta-gens dos espcrmato/.óidcs nos trabalhadores cnvolvidos em sua fabricação.O uso dcsses compostos está diminuindo em vinude dc sua carcinogenicida-de e seus efcitos adversos sobre a função reprodulora.

Fosfina. A fosfina (PH 3) é um fumigalório para cereais: em prescnça daumidade atmosférica. o composto í liberado gradativamcnte pelos compri-midos dc fosfeto dc alumínio. A fosfina é mais tóxica quc o metilbrometo;contudo, como é nccessário usar quantidades menores do primeiro compostopara fumigar o mesmo volume de grãos. a fosfina mostrou-se mais seguraque o metilbrometo. Irritação c edema pulmonarcs graves são os efeitostóxicos principals da fosfina; também foram observadas lesões hepáticas emiocárdicas.

R o d e n t i c i d a s ( r a t i c i d a s )

A lg u n s r a t i c id a s sã o m u i to tó x ic o s p a ra o s se re s h u m a n o s . m a s

a lo x ic id a d e d e o u t ro s c o m p o s to s é m a i s se i e t iv a . Em a lg u n s c a so s ,essa se le t iv idade base ia -se num aspec to espec if ico da f is io logia dosro c d o re s ; e m o u l ro s , a v a n ta g e m se d e v e a o s h á b i to s d e sse s a n im a i s .Co m o o s r a t i c id a s p o d e m se r u sa d o s e m i sc a s c o lo c a d a s e m lu g a re sin a c e ss iv e i s . a p ro b a b i l i d a d e d e c o n la m in a re m o a m b ie n te é m u i tom e n o r d o q u e a d o s o u t ro s p e s t i c id a s . Po r e ssa r a z ã o , o p ro b le m ato x ic o ló g ic o a c a r re t a d o p e lo s r a t i c id a s é b a s i c a m e n tc a i n g e s t ã oac identa l ou com f ina l idade su ic ida .

Varfarina. Um dos raticidas usados com mais frcqiicncia. a varfarina éconsiderada segura porque sua toxicidadc depende da ingeslão repetida.EntretantO, a ingestão diária por seres humanos de 1-2 mg/kg por 6 diascausou docnça grave num individuo que tcntou se suicidar. A varfarina. um

anticoagulante oral, foi analisada no Cap. 55.Cila ve rmc lha. Os bulbos da cila vermclha (Urginea m aritime/) tern sidousados há muitos anos como raticida relativamenie scguro. Os principiosativos são glicosideos escilarSnicOS. Assim como ocorre com os glicosideosdigitiilicos (ver Caps. 34 e 35). esses glicosideos cxercem ações cardiotôni-cas. Os sinais e sintomas associados à ingestão de doses grandes da cilavermclha são vômitos e dor abdominal, visão embaçada. irregularidadescardíacas. convulsões e morte por fibrilação ventricular. A utilidadc raticidaseietiva dcsse composto sc deve à incapacidade de os ratos vomitarem(Lisellaefííí . , 1971). Se houver necessidade, o tralamcn toda ingestão pclosseres humano s é igual ao da dose cxccs siva de digitiilicos (ver Cap s. 34 e 35).

Fluoroacelato de sódio. O fluoroacetato de sódio e a fluoroacetamidaestão cntre os raticidas mais potentes. Como tambcm são altamente tóxicospara oulros animais. sua utilização está restrila aos exterminadores de pragas

licenciados. O fluoroacelato excrcc sua ação lóxica inibindo o ciclo do ácidocílrico. O composto & incorporado a lluoroacelil cocn/.ima A. que se combinacom o oxaloacetato para format fluorocitrato. O ultimo composto inihe aenzima aconitasc e assim impede a conversão do citrato em isocitrato. Comoscria de esperar. o coracão e o SNC são os tecidos acometidos mais gravc-

mente pela inibição gcral do metabolismo energético oxidalivo. Por esrazão. os sinais c sintomas da imoxicação por fluoroacelato (além dos sinainespecificos como nauseas e vômitos) são irregularidades cardíacas. cianse . convulsões gcneralizadas e mone por fibrilação veniricular ou insuficiêcia respiratória. A adminislração dc grandes quantidades de acetalo pareantagonizar a ação do fluoroacetato numa reação competiliva; os macaccom intoxicação por fluoroacetato foram tratados eficazmente pela adminitraçâo do mon oacetato de glicerol.

Estricnina. A estricnina é o principal alcalóide prescnte na no/, vômicfruto de uma ürvorc naliva da índia, Slrychnos nuxvomka. A noz vômica fintroduzida na Alemanha no s<Sculo XVI como veneno para ratos e outr

pragas animais. Sua utilização como pesticida ainda ocorre hoje é uma fonde intoxicação acidenlal por estricnina cntre crianças e animais domeslicde cstimação. A formula estruiural da estricnina é a seguinle:

ESTRICNINA

A estricnina provoca excitação de lodas as regiões do SNC. Enlretancsse cfeilo não resulta da excitação sináplica dircta. A estricnina aumentanivel de excilabilidadc dos neurônios por inibição bloqucadora seietiva. Econdições normais. os impulsos nervosos ficam restritos as vias apropriadpor influências inibilórias. Quando a inibição esiá bloqucada pela estricnina alividade neuronal persistente é acenluada c os cstimulos sensoriais resulam em efeiios reflexos cxagerados.

A estricnina c um convulsivanie poicnte e as convulsões têm um padrmotor caracteríslico. Considcrando que a estricnina reduz a inibição. incluido a inibiçâo recíproca existenie enire os músculos aniagonistas. o padrão dconvulsão é delerminado pclos músculos m ais potentes que atuam em detcminada articulação. Na maioria dos animais de laboratorio. a convulscaracteriza-se pela cxtensão tônica do corpo c dc todos os membros. extensão tônica 6 prcccdida c scguida durante a fase dc depressão pós-ict

por abalos extensores sinictricos fásicos, que podem scr desencadeados pqualqucr modalidade de cstimulo sensorial.A ação convulsivanie da estricnina sc deve à intcrfcrcncia na inibiç

pós-sináplica mediada pela glicina (Aprison eial.. 1987). um Iransmissinibitório importante para os neurônios motorcs c intcrnciirõnios da meduespinhal, e a estricnina atua como antagonista competitivo seletivo. blqucando os efeitos inibitórios da glicina cm todos os rcccptorcs dessc ncurtransmissor (ver Cap. 12). Exemplos bem conhecidos desse tipo de inibiçãpós-sináptica são as influÊncias inibitórias cxistcntcs entre os neurônimotores dos grupos musculares an tag on ists c a inibição espinhal recorrenmediada pela célula de Renshaw. As células de Rcnshaw são cxcitadas pelcolaterais intra-espinhais dos axónios dos neurônios motores, que liberaacctilcolina. A estricnina bloqucia a inibição recorrente na sinapse formadentre a célula de Rcnshaw e o ncurônio motor, antagonizando a ação d

glicina liberada por essa cclula. A inibição pós-sinápiicasensível à estricninnos centros mais altos do SNC lambém é mediada pela glicina.Os efeitos da estricnina nos seres humanos São muito scmclhantcs ao

descritos com referenda aos animais de laboratorio. O primeiro efcito notdo C rigidez dos m úsculos da face e do pescoço. L ogo depois. obscrv a-hiperatividade dos reflexos. Qualquer csu'mulo sensorial podc desencadcuma resposta motora violenta. Nos estágios iniciais. essa resposta 6 uimpulso extensor coordenado e. nos eslágios mais avançados. podc havuma convulsão lctánica complcta cm quc o corpo é arqueado em hiperextesão (opistótono), dc forma que apenas a pane superior da cabcça c calcanhares podem tocar na supcrficie. Todos os músculos voluntárioincltlindo os da face, ficam em contração completa. A respiração ccssdevido à contração do diafragma e dos músculos do tórax e do ahdome. Oepisódios convulsivos podem recorrer repctidas vczes com peiiodos intcrm

tcntes de depr essã o: a estimu lação sensorial agrava a freqüència e a gravidde das conv ulsõe s. O obito se deve à paralisia bill bar. causada principalmenpela hipoxia resultante dos pen'odos dc depressão respiralória. Nos estágioiniciais. o pacicnte mantém a consciência e também percebe exageradamenlodos os estimulos. As contraçõcs muscularcs são muito dolorosas e

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paciente fica cxtreinamenle aprcensivo e temeroso quanlo à morlc iminentc.Sc o paciente não for iralado, a mone causada pela esiricnina geralmcnteocorre depois da scgunda à quinia convulsões complelas. mas a primeirapode ser fatal se for prolongada. A combinação de depressão respiratória econtraçòes musculares violentas pode causar acidose respiratória c metabó-lica grave.

Os objetivos mats urgentes do iratamcnto da intoxicação por estricninasão evitar as convulsões e sustentar a respiração. O diazepam é o fármacomais útil para essa finalidade, pois antagoniza as convu lsões sem potenciali-zar a depressão p6s-ictal (Gosselin et al.. 1984: ve r Cap . 17). A ancstesia ou0 hloqueio neuromuscular pode scr necessário para controlar as convulsões

rcfratárias dos pacientes com intoxicaçõcs grave s. Todos os tipos de estimu-lação sensorial devcm ser atenuados. Se a ventilaçâo não for normalizadapela supressão das convulsões, a intubaçào com respiração artificial é umamedida cssencial.

Fósforo. O fósforo clcmentar branco ou amarelo causava cnvcnenamen-tos liumanos quundo aplicado sob a forma de pasta no pão para atrairroedores. Logo depois da ingestão, o fósforo causa irritaçíío gastrinteslinalgrave e, se a dose for suficicntc, a hcmorragia e o colapso cardiovascularpodem causar o (Sbito do paciente em 24 horas. O vômito é luminescentc ctern um odor caractcrfstico de alho. Se o paciente sobrcviver à fase inicial dalesao gastrintcstinal, a fasc seguinte pode ser intoxicação sistcmica e necrosehepalica secundârias. A atrofia amarela aguda e grave do figado 6 um asequela tardia, que pode ser fatal.

A intoxicação crónica pelo fósforo caracteriza-se por caquexia, ane

mia, bronquitc e necrose da mandibula, conhecida como necrose fosfórica(phossyjaw).

Fosl'eto dc zinco . O fosfeto de zinco reage com a água e o HCI do tratogastrintcstinal e produz o gás fosfina (PH3). que causa irritação gastrintcstinal grave. A insensibilidade aparentc de cães e gatos íoi atribuída às quali-dades cméticas do zinco em anim ais. cxceto roedores. A s fases m ais avança-das da inloxicação são scmelhantes ao envcnenamento pelo fósforoelemental amarclo.

u-naftiltiouriia. A formula estrutural da ct-naftiltiouréia é a seguinte:

SII

NH—C—NH-

a-NAFTILTIOURÉIA

As propriedades raticidas seletivas dcsse composto se devem as susceti-bilidadcs difcrcntcs das várias espécies. A DL50 em ratos é de ccrca de3 m g/kg, em cues é de 10 mg/kg. em cobaias é de 400 mg/kg c cm macacosé de 4 g/kg. Nas espécies suscetíveis, os efeitos lóxicos principals são edemapulmonar c derramc plcural m aciços, devidos ap arentemente a uma ação noscapilares pulmonares. Os microssomos do figado e do pulmão dos roedoresliberam enxofre atòmico a parlir da a-naftiltiouréia (Lee etal., 1980). Atoxicidade pulmonar pode ser devida pelo menos em parte à ligação doenxofre its macromoléculas dos tccidos. Os agentes bloqueadores sulfidrili-cos s5o antidotos eficazes em ratos, em algumas condições experimentais

(Koch e Schwarzc. 1956).Táli o. O sulfato de tálio 6 muito perigoso . Como esse eleme nto não tern

toxicidade selctiva para roedores c algumas pessoas foram intoxicadas pelolálio. hoje scu uso cstá rigorosamente controlado em muitos paises. A into-xicaçao aguda etirsa com irritação gastrintcstinal, paralisia motora e mortepor insuficiencia respiratória. As doses sublctais ingeridas por dcterminadopen'odo conferem uma tonalidadc avcrmelhada it pele e causam alopecia,sinais tipicos da intoxicação por tálio. As alterações patológicas incluemconstrições perivascularcs e alterações degenerativas do cércbro, do figadoe dos rins. Os sintomas neurológicos são marcanlcs e incluem tremorcs.dores nas pernas, parestesias das mãos e dos pés e polineurites, principal-mente nas pernas. Psico ses. deiírio, convulsõc s e outros tipos de encefalopa-tia também podem ocorrer. O tratamento da intoxicaçüo por lálio inclui aadministração oral dc ferrocianeto férrico (azul da Prussia), hcmodiálise e

diurese forçada. O azul da Prussia liga-sc ao tálio no intestino e acclcra suaexcrcção fecal. A administração de agentes quclantes sistêmicos deve serevitada. porque esses compostos podcm aumentar a captação do lálio pelocércbro (Hayes, 1982).

H e r b i c i d a s

A p ro d u ç ã o e o u so d e c o m p o s to s q u im ic o s p a ra d e s t ru i r e rv ad a n in h a s a u m e n ta ra m s ig n i f t c a t iv a m e n te n a s u l t im a s 2 d é c a d a sH o je . o s h e rb i c id a s su p e ra m o s in se t i c id a s e m q u a n t id a d e s u sa d a s v a lo re s d e v e n d a s . Em b o ra a lg u n s c o m p o s to s h e rb i c id a s c a u se mp o u q u i ss im a to x ic id a d e n o s m a m i fe ro s , o u t ro s sã o a l t a m e n te to x ic o s e t e rn c a u sa d o m o r t e s h u m a n a s . H á p re o c u p a ç ã o c re sc e n teq u a n lo a o s e fe ito s d o s h e rb i c id a s p a ra a sa tid e . d e v id o a o e sc o a m e nto d e sse s p ro d u to s d a s a p l i c a ç õ e s a g r í c o la s c à c o n ta m in a ç ã o d ore se rv a tó r io s d e á g u a p o tá v e l .

Com posto s clorofenóxicos. Provavelmente, os herbicidas mais conhecidos são o ácido 2.4-dklorofenu xiacélico (2,4-D) c o ácido 2,4.5-iriclomfenoxiacélko (2,4,5-T) e seus sais e ésteres. Suas formulas eslruturais são aseguintes:

ÁCIDO 2,4-DICLOROFENOXIACÉTICO(2. 4-D)

C l \ V ) / O C H 2 C O O H

C lÁCID0 2,4,5-TR1CLOROFENOXIACÉTICO

(2. 4. 5-T)

Esses 2 compostos são usados para controlar crvas daninhas de folhalargas que crescem nos campos e evitar o crcscimento de árvores ao longo dauto-estradas e acostamentos: esses compostos atuam como hormònios derescimento nas plantas. Os animais mortos pelas doses maciças de 2.4-Dparecem morrer por nbrilação ventricular. Em doses menores. quando a morté mais demorada, ha viirios sinais de comprometimento ncuromuscular, in

cluindo rigidez dos membros, ataxia, paralisia e finalmente coma. Relatoclinicos de intoxicação causada pclos herbicidas clorofenóxicos são raros.Esses herbicidas nào sc acumulam nos animais. Além disso, não sã

muito metabolizados, mas são excretados ativamentc na urina (Berndt Koschier. 1973). Sua mcia-vida plasm alica nos seres humanos 6 de cerca dI d ia (Gehring do/ . . 1970) .

Os herbicidas clorofenóxicos tern causado derm atite de contato cm serehumano s e uma forma m uito grave de derma tite — cloracne — foi detectadnos trabalhadores envolvidos na fabricação do 2,4,5-T (Poland el al.. 1971A dermatite parecc ser devida principalmente à ação de um contaminantconhecido como TCDD (2.3,7,8-teiraclorodibenzo-/»-dioxina) (o 2,4-D nãcontém TCDD) cuja estrutura é a seguinte:

:oc0:2. 3, 7, 8-TETRACLOROD IBENZO-P-DIOXINA(TCDD)

A exposição ao TCDD ocorre não apenas com os herbicidas, mas lambent é devida à sua libcração durante alguns processos de fabricação, p. exqueima de compostos organoclorados e clareamento da polpa dc papcl.

O TCD D é particularmcnle tóxico para algumas espécies. A DL50 parcobaias é de 0,6 ug/kg, mas esse valor é 10.000 vezes maior em hamsters. Omeeanismo rcsponsavel pela morte é desconhecido; existcm altcraçõcs morfológicas no figado. no timo e nos órgãos reprodutorcs, mas não graves o suficiente para explicar o óbito. O TCDD não tern efeito lóxico cm culturas dcélulas. Esse composto 6 um indutor potente da aril hidrocarbon eto hidroxilase

uma monooxigenasc dependente do citocromo P450 microssômico (Poland Glover, 1974). Além disso, o TCD D é um teratógeno muito potente (Neubeel al., 1973) e alguns estudos demonstraram ação carcinogènica cm animais dlaboralóriofVan Miller el al., 1977: Kociba el al., 1978).

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1424 Seção XVI TOXICOLOG

Exposições humanas acidentais indicam quc o TCDD teffl pouca toxici-dade cm comparação com algumas ouiras espécies (p. ex., cobaias) (Holms-ledl. 1980). Nas pessoas expostas, os cfeilos da intoxicação pelo TCDD sãocloracne. porfiria. hipcrcolesterolemia e distúrbios psiquiátricos (Hayes,1982). Durante a guerra do Vietnã, o agenlc laranja, u ma m isiura dc 2.4-D e2,4,5-T (quc estava coniaminada com TCDD), foi borrifado em grandesáreas de floresias e prcsume-se que muitos soldados tenham sido exposios aesses composios. Embora haja comrovérsias, esiudos epidemiológicos DSOdeteclaram quaisquer efeilos advcrsos à saííde causados pelo TCDD nosveteranos da guerra do Vieinã (Kclchum elal,, 1999). Não parcce haverdifercnças nas concentrações plasmáticas dcsse composto nos veteranos do

Vieinã e oulros veieranos, ind icando que a cxposição dos s oldados anierica-nos ao TCDD no Vieinã lenha sido muilo menor do quc sc acrcditava(Centers for Disease Control. 1988). Entretanio, vârios esludos epidemioló-gicos foram realizados com trabalhadores expo stos a concenlraçõcs elevadasde dioxinas na indiistria quimica c por explosõcs qufmicas. Tais estudossugcrem quc o TCDD em concentrações altas poderia ser carcinogénico paraos seres humanos (Huff et til., 1994).

Dinitrofcnóis. Vários dinitrofenóis substiluídos. eni composição simples ou com o sais dc aminas alifáticas ou áicalis, são usados no controle daservas daninhas. Existem casos descritos de intoxicação humana por dinilro-ortocresol (DNOC). Os cfcitos tóxicos imediatos dos dinitrofenóis sc dcvcmao desacoplam ento da fosforilação oxidativa. A taxa mctabólica dos pacien-tes intoxicados podc aumcntar acenluadamente e a (emperatura do corpoaumcnta. Os sinais e sinlomas da intoxicaçâo aguda dos seres humanos são

nauseas, agilação, niborização da pele, sudorese, respiraçõcs rápidas, taqui-cardia, fcbre. cianose e, por fim, colapso e coma. Essa intoxicaçSo temevolução rápida c o óbito ou a recuperaçao ocorre dcntro dc 24-48 horas . Sea gcração de calor for maior do quc a capacidadc dc dissipação, o pacientepode tcr hipertcrmia fatal. O tratamento específico consiste em banhosgelados para abaixar a febre, administração de oxigénio e correção dosdistúrbtos hidrclctrolíticos. Por conterem um grupo fcnólico, os salicilatosdcvem ser evilados durante o tratamemo da intoxicação por dinitrofeiióis.

Compostos bipiridflicos. Do ponto de vista toxicológico, o paraquat éo composto mais importantc desse grupo dc herbicidas. Sua formula estrutu-ral é a scguinte:

HnC - s l - C H ,

PARAQUAT

Durantc a ultima década. foram notificadas várias ccntcnas de mortesacidentais ou por suicídio causadas pcla intoxicação com paraquat. A s altera-çôes patológicas demonstradas à nccropsia indicam lesõcs dos pulmões,fígado e rins: em alguns casos, também há miocardite. A alteração patológicamais marcantc é a proliferação generalizada das cclulas fibroblásticas dospulmões. efeito que não depende da via de administração do tóxico. Emboraa ingestão do paraquat cause distúrbios gaslrinteslinais no decorrer de algumas horas, o inicio dos sintomas respiratórios e a morte por insuficienciarespiratória podem demorar vârios dias.

Alguns pesquisadores sugcriram um mecanismo bioquimico para expli-car a lesão pulmonar provocada pelo paraquat (Bus et at., 1976) (Fig. 68.6).Parecc que csse composto passa por uma oxidação-redução cíclica de um

único elétron, com formação subseq üente do radical ãnion superóx ido (O2").O supcróxido é transformado por reações não-cn/.imáticas em oxigêniosingleto, que ataca os lipídios poliinsaturados associados às membranascclularcs, resultando na produção de hidropcróxidos lipídicos. Os últimoscompostos são instáveis na presença de quantidades mínimas dos ions mcla-licos de Iransição c se decomp õcm em radicais livres lipidicos. A rcação cm

cadcia da pcroxidaeSo lipfdica iniciada dessa forma é um pouco semelhantà descrila com relação ao CCI4 (ver Smith, 1988).

Em vista da toxicidadc pulmonar tardia grave causada pelo paraquat, otratamento imediato é importante e inclui a remoçâo do composto tóxico dotrato alimentar por lavagem gástrica e uso de catárticos, a prcvcnção dabsorção adicional (p. ex., administração oral da argila de Fuller) c a remoção do paraquat absorvido por hcmodiálise ou hcmoperfusão (Cavalli Fletcher. 1977; Davies el al.. 1977).

Um estudo demonstrou que 21 % das amostras dc maconha vendidas nsudoeste dos EUA c 3,6% das amostras coletadas em todos os EUA cstavamcontaminadas com paraquat. A fontc da contaminação era um programa dborrifaçüo aérea implcmcnlado no Mexico. As previsões indicavam que ofumantes de maconha seriam expostos por inalacão a 0.5 mg ou mais dparaquat por ano. Contudo. grande partc do paraquat provavelmente iS pirrolzada à medida que as folhas qucimam. Nâo existem casos clinicos comprovadodc intoxicação por paraquat cntre usuários da maconha. mas não foram realizados estudos sistemáticos com esses individuos (Landrigan et al., 1983).

Aminoácidos fosfonometílicos. O glifosato e o glufosinato são 2 herbicidas desse grupo cujas estruturas químicas estão ilustradas a seguir:

H O O C C H2N H CH 2P—OH

OH

GLIFOSATO

H O O C C H C H 2C H2P — C H3

N H , OH

GLUFOSINATO

Esses 2 compostos sío herbicidas sistêmicos n3o-seletivos dc amplespectro para plantas anuais e percnes. As culturas tern sido alteradas poengenharia genética para lorná-las resislentcs ao glifosato e assim poderemser borrifadas para destruir todas as plantas indesejáveis.

O glifosato é um herbicida praticamente atóxico. Infelizmcntc. comcçoa ser utilizado com finalidadc suicida em alguns paises. As intoxicaçõebrandas caractcrizam-sc por sinlomas gaslrinteslinais (nauseas, vômitosdiarréia e dor abdominal) devidos a irritação c lesSo das mucosas, quregridem cm 24 horas. Nas intoxicações m oderadas , os pacientes aprescntamsintomas intestinais mais graves e persistentcs (lilcera c hem orragia) e hipotensão, algum grau dc disfunção pulmonar, disliirbios áeido-básicos e lesõehcpática e renal. A intoxicação grave caractcriza-se pordisfunção pulmonainsuficiencia renal, hipotensão e choque vascular, parada cardiaca. convulsões repctidas, coma e morte (Talbot el al.. 1991; Tominack el til.. 1991). Oglifosato é preparado numa formação de polioxielileno-amina surfactantc suspeita-sc que, nos casos de suicidio . a toxicidade scja devida ao surfactante . em vez de ao glifosato.

Ou tro s h erbicid as. Existem vários outros hcrbicidas que. em sua maiopane, causam cfeilos tóxicos agudos relativamente brandos nos mamiferosElcs incluem os carbamatos (p. ex.. profam e barbari), uréias substitufda(p . ex., monuron e diuron), triazinas (p. ex.. atrazina e 0 composto rclacionado aminotriazol). derivados da anilina (p . ex.. alaclor, propaclore propanil). derivados da dinitroanilina (p. ex.. triflualina) e derivados do ácidbenzóico (p. ex.. amiberi).

F u n g i c i d a s

Co m o o c o r re c o m o u t ro s g ru p o s d e p e s t i c id a s , o s fu n g ic id af o r i n a m u m g r u p o h c t e r o g ê n e o d e c o m p o s t o s q u i m i c o s . C o m p o uc a s e x c e ç õ e s , o s fu n g ic id a s n ã o fo ra m su b m e t id o s a e s tu d o s to x ic oló g ic o s d e t a lh a d o s . Em b o ra a lg u n s c o m p o s to s u sa d o s p a ra c o n t ro l ad o e n ç a s fú n g ic a s d e p l a n ta s . se m e m e s e p ro d u to s a g r i c o la s se j a m

NADPH vf s Paraquat

NADPParaquatreduzido

Upidios poliinsaturados-da membrana celular

+0 2 singleto

— H2Q

■* Hidroperóxidoslipidicos | F e

Radicais livres de lipidios

TOXICIDADEPULMONAR

Fig . 68 .6 Mecanismo proposto para a toxicidade pulmonar indiaida pelo paraquat.

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pra t i camente a tóx icos . ex i s t em a lgumas exceções impor tan te s ; osf u n g i c i d a s c o n t e n d o m e r c ú r i o t ê m g e r a d o m u i i a s p r e o c u p a ç õ e s .T a i s compos tos fo ram re s pons áve i s por a lguns ób i tos ou incapac i -dades ncuro lóg icas i r reve rs íve i s , r e s u l t an te s do us o indev ido dass ementes de ce rea i s t ra tadas como produ io a l imen i íc io pa ra an ima isc s c rc s humanos . Os e fe i tos lóx icos do mercúr io e de s cus de r ivadosfo ram ana l i s ados no Cap . 67 .

Ditio carba mat os. Os fungicidas desse grupo geralmente são usados naagricultura. Eles causam pou cos efeilos lóxicos agudos e os valores da DL50

oral cm ratos variani dc várias ccnlcnas dc m iligranias até vârios gramas porquilograma. Excclo pela dermalilc dc conlato induzida pclo diliocarbamalo(Fishcr. 1983). cxislc pouca cvidéncia de lcsâo humana causada pcla cxpo-siçâo a esses composios. Enireianlo, pode haver algum po tential teratogêni-co e/ou carcinogènico (Organização Mondial de Saííde. 1975). Dois gruposde ditiocarbamaios lêm sido usados: dimelUdiliocarbamatos e elilenobisdi-tiocarbamatos, que lcm as seguinies formulas estruturais:

H3CN

N—C—S- Cátionde metal

ÇH 2-NH-C* i3**»

f z ^ de metalC H , — N H — \

DIMETILDITIOCARBAMATOS ETILENOBISDITIOCARBAMATOS

üs nomes dos fungicidas são derivados dos cations mctálicos. Porcxcm-plo, quando o cálion c zinco ou fcrro. o dimeiilditiocarbamalo respeclivo éconhccido como ziram ouferbam. No grupo dos dietilditiocarbamatos. quando o cation for mangancs. zinco ou sódio. os fungicidas respectivos sãomaneb, zineb ou nubam. Estudos dcmonstraram quc alguns dimetilditiocar-bamatos são teraiogènicos em animais e podem format nitrosaminas in vitroe in vivo (IARC. 1974b: Organização Mundial de Saúdc. 1975). Os etilcno-bisdiiiocarbamaios lambém são teratogénicos. Além disso, o ultimo grupo decompostos é decomposto e forma etilcnotiouréia (ETU) in vivo, no amb ientcc durantc a cocção dos alimentos contendo resíduos desses tóxicos. A ETU6 carcinogênica. mulagênica e lcratogênica, além dc ser urn antitircóideo

(IARC, 1974b, 1976). Os fungicidas ditiocarbamatos sãoanálogos do dissulfiram e podcm provocar uma rcsposia scmelhante aqucla ao ultimocomposlcaso sejam ingeridos junto com etanol (ver Cap. 18).

Hex acloro benze no. A cxposicSo ao hexaclorobcnzeno aumenta o pesdo figado. as quantidades dc reiiculo endoplasmático liso c eslimula aalividades das monooxigenases depcndentes do citocromo P450 (Carlson Tardiff. 1976). Entre 1955 e 1959. houve m ais de 300 intoxicações human ana Turquia cm conscqüéncia do consumo de trigo tratadocom hexaclorobenzeno (Schm id. 1960) e alguns dos pacienles mo rreram; a sfndrome principainclufa porfiria com lesões culâneas. porfirinúria e fotossensibilização. Ohexaclorobenzeno é eliminado do organismo principalmcnte pclas fezes, em

virtude da excreção intestinal. Em macacos rhesus, esse processo pode seacelerado em 5 vezes pela ad ministração oral de 61eo mineral (Rozman el al1983).

Pentaclorofenol. O pentaclorofenol é usado como inscticida, herbicidc fungicida e lem aplicações importantcs na conservação da madeira. Váriocasos de intoxicação humana foram associados ao uso dcsse produto. Emseres humanos e animais de laborau'irio, a ação tóxica aguda do pentaclorofenol é scmelhante à dos herbicidas nitrofenólicos — aumento marcante dlaxa melabólica. devido ao desacoplamento da fosforilação oxidativa. Opentaclorofenol i5 rapidamente absorvido pela pclc. Dois casos dc intoxicçSb fatal e vários oulros casos não-fatais ocorreram num bcrçário de hospitao pentaclorofenol tinha sido usado como fungicida na lavanderia e, por fimentrou em contato com os lactcntes por meio das suas fraldas (Armstronelal.. 1969).

Algumas amosiras comerciais dc pentaclorofenol cslão contaminadacom dibenzodioxinas policloradas c dibenzofuranos (Buser, 1975). Em geral, esses contaminantcs são menos tóxicos quc o contaminantc letraclorodioxina (TCD D) do 2,4,5-T. Embora o pentaclorofenol seja altamente lóxicpo r si próprio. alguns estudos sugeriram qu c esses contaminan tcs possam seresponsáveis por alguns dos efeitos indesejáveis do produto na sua formimpura (Johnson el al., 1973; Goldstein elal.. 1976). O tratamento da intoxicação com pentaclorofenol 6 semelhanle ao da intoxieação com dinitrofenóis. A excreção fecal do pentaclorofenol pode ser acelerada pela colestiramina. quc intcrrompe a circulação cntcrocpática dessc eomposto tóxic(Rozman el al., 1982).

B I H L I O G R A F I A

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