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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PBLICA PARANAENSE2009Produo Didtico-PedaggicaVerso OnlineISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDEVOLUME I I GOVERNO DO PARAN SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO SUPERINTENDNCIA DA EDUCAO

Unidade Didtica Desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita a partir do estudo da fbula e do mito CIANORTE 2010 2 IDENTIFICAO PROFESSORA PDE: Vera Lcia Mariano REA DO PDE: Lngua Portuguesa PROFESSOR ORIENTADOR: Acio Flvio de Carvalho ESCOLA DE IMPLEMENTAO: Colgio Estadual Primo Manfrinato Ensino Fundamental e Mdio PBLICOOBJETODAINTERVENO:5sriedoEnsino Fundamental 3 SUMRIO Capa........................................................................................................................01 Identificao............................................................................................................02 Mensagem citao................................................................................................04 Apresentao..........................................................................................................05 Objetivo geral.........................................................................................................06 Objetivos Especficos..........................................................................06 Mdulo 01..............................................................................................................07 Identificando os gneros.....................................................................07 Identificando o gnero fbula..............................................................08 Atividades...............................................................................10 Moral da Histria! O que isto?..........................................................11 Atividades...............................................................................12 Caractersticas especficas do gnero fbula.....................................12 O dilogo e a pontuao no texto.......................................................13 Atividades...............................................................................14 O adjetivo na construo do texto.......................................................15 Atividade................................................................................16 Mdulo 02..............................................................................................................16 Conhecendomaissobreosprincipaisfabulistaseumadesuas obras A raposa e as uvas................................................................. 17 Atividades..............................................................................19 Mdulo 03..............................................................................................................25 Produo escrita.................................................................................25 Lendo e conhecendo outras verses..................................................26 Mdulo 04..............................................................................................................27 Fbula: A queixa do pavo...............................................................27 Atividades.............................................................................28 Um pouco da histria..........................................................................28 Ento, o que mito?..............................................................29 O mito hoje.............................................................................29 Mitologia.................................................................................30 Atividades......................................................................30 Entendendo a mitologia grega............................................................30 Os principais seres mitolgicos da Grcia Antiga..................31 Atividade.......................................................................31 Sugestes de leitura............................................................................32 Referncias bibliogrficas...................................................................................33 4 Queminventouafbulafoiopovo,eos escritoresforamaperfeioando.Asabedoria queestnasfbulasamesmasabedoriado povo, adquirida fora de experincias. (DonaBentaaosnetos,emFbulas,de Monteiro Lobato. So Paulo, Brasiliense, 1995.) 5 APRESENTAO

Considerando que a leitura a base para a construo do saber e, com isso, instrumentoimportantenaconstruodoindivduocomopessoaecomocidado, tornam-se relevante buscar estratgias para capacitar os alunos a ler e compreender diferentestiposdetextos,bemcomocriarsituaeseficazesqueosmotivem experincia da produo do discurso escrito. Nestesentido,escolhemostrabalharcomalunosde5sriedoEnsino Fundamental,procedimentosdeleituraeestudodefbulas,comorecursode incentivo criatividade, emoo e imaginao, que possibilitam o conhecimento de valores, virtudes, vcios, atitudes e saberes humanos em determinados contextos scio-histrico culturais. Entendemosqueogneronarrativofabulares,numcontextoatualde interaosignificativa,permitirqueoeducandoamplieoseuconhecimentoa respeitodelemesmo,domundoemquevive,edashabilidadesespecficasde leitura e escrita. Osalunosteroaoportunidade,aolongodestaproduodidtica,de conhecer mais sobre as fbulas: sua histria, seus objetivos, os principais autores, o seu surgimento, as diferentes verses, e, por meio delas, descobrir como vieram os homensdedeterminadaspocas,comoagiamecomosecomportaramem sociedade frente a determinadas situaes. Nesteestudo,faremosrefernciaaEsopoeaFedro,ospaisdognero. Surge ainda a oportunidade de levar os alunos ao mundo greco-latino e aos mitos, e tambmahistriasdeentidadesmticas,porquefazempartedomesmoplanode fico, que a fbula. 6 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL - Criar situaes de motivao e prazer no ato da leitura com vistas formao de um hbito, e ao desenvolvimento de uma competncia real. OBJETIVOS ESPECFICOS - Trabalhar texto fabular como motivador do gosto pela leitura; - Conhecer a fbula como expresso textual; - Apreciar as caractersticas e qualidades do texto fabulstico; - Oportunizar ao aluno informaes necessrias do mundo Greco-latino; - Proporcionar aos alunos, condies de conhecerem e valorizarem os clssicos da literatura infantil e seus criadores; -Incentivaroprocessodeproduodetexto,proporcionandosituaesemqueo alunoestrutureopensamento,oraciocniolgico,segunciaeorganizaode ideias, produzindo textos com clareza e melhor desempenho. - Introduzir atravs das fbulas, conceito de valores, ticos e cidadania.Oprocessodeavaliaodessaestratgiasercontnuo;constarde atividadesdeleituraeproduodetextosescritosdognerofbula,de dramatizaes de histrias mitolgicas, seja individualmente, seja em grupo. Paraatingirosobjetivos,estetrabalhosedesenvolverem32h/aeser organizado em mdulos. 7 MDULO 01 IDENTIFICANDO OS GNEROS

O que um gnero textual? Gneros textuais so os diferentes textos que circulam em nossa sociedade; cadatextopossuicaractersticasprpriascomo:aestrutura,alinguagem,as condies de produo, veculo onde circula, e o pblico leitor. Desta forma, podem serconsideradosexemplosdegnerostextuais:histriasemquadrinhos,piadas, receitasdebolo,contos,aconversatelefnica,cartapessoal,entrevista,bilhete, discursopoltico,narraodejogodefutebol,letrasdemsica,email,fbulase outros.Vamoscomearnossotrabalhoporumgneroquejexistianotempode Plato e que muito usado nos dias de hoje: a fbula.A propsito: quem foi Plato? Que uma fbula? Quem inventou essa forma de texto?PLATO foi um filsofo grego; nasceu em Atenas (principal cidade-estado na GrciaAntiga)esedestacouentreospensadoresmaisinfluentesdacivilizao ocidental.Foiumbrilhanteescritorfilsofo.Seusdilogosabordavampraticamente todosostpicosquevieramaserdiscutidosporfilsofosqueseseguiramaele. Suas obras fazem parte da mais reconhecida literatura mundial. Desde jovem, Plato tinha ambies polticas, mas logo se decepcionou com alideranapolticadeAtenas.Seupensamentopolticopodesersintetizadona frase:Cadaumdeveatenderasnecessidadesdacidadenaquilopeloqualasua natureza esteja mais dotada. Escreveuquasetodasassuasobrasnaformadedilogos.ARepblica uma de suas principais obras.Faleceu aos oitenta anos de idade.

8 IDENTIFICANDO O GNERO FBULA Nacontinuidadedoprocedimentodeconhecimentodafbulacomvistasao exerccio da leitura, cabe perguntar: DE ONDE VM AS FBULAS? A fbula, comeo de tudo. Asfbulassotoantigasquantoaconversasdoshomens,svezes,nem sabemosquemascriou,pois,pelaoralidade,eramcarregadascomoventodeum ladoparaoutro,jqueaprpriapalavraprovmdolatim;nessalnguaapalavra fbula significava o ato de contar, histria, narrativa. NosculoVIIa.C.(aproximadamente700anosantesdonascimentode Cristo), j se tinha notcias dessas histrias, sendo que as fbulas muito antigas do OrienteforamdifundidasnaGrcia,h2600anosporumescravochamado ESOPO.Apesardegago,corcunda,feioemido,comodiziamalguns,era inteligente, esperto e de muito bom senso. Por esse motivo, conquistou a liberdade e viajoupormuitasterrasdandoconselhosatravsdasfbulas.Fedrooprimeiro escritorlatinoacomporumacoletneadefbulas,tendosidoimitadoedifundido vrias vezes. Vamos conhecer um exemplo: VNUS E A GATA Esopo Uma gata se apaixonou por um rapaz, e pediu, por favor, a Vnus que fizesse comqueelavirassemoa,poisachavaqueassimpodiaconquistarorapaz.A paixoeratantaqueadeusaficoucompenaetransformouagatanumalinda garota. O rapaz se apaixonou por ela no mesmo instante e pouco depois os dois se casaram. 9 Umdia,Vnusresolveuverificarseagatatinhamudadopordentroassim como tinha mudado por fora e mandou um rato passear pelo quartoonde estava o casal.Agarota,completamenteesquecidadequemera,correuatrsdoratopara agarrarobicho.Pareciaqueestavaquerendocomeroratonamesmahora.A deusa, vendo aquilo, ficou to chateada que imediatamente transformou a moa de novo em gata. MORALDAHISTRIA:Aaparnciapodesermudada,masanatureza no. Comosepodeverpeloexemplo,FBULAumapequenahistriaque transmite uma lio de moral.Aspersonagensdasfbulassogeralmenteanimais,quesoapresentadas com certas caractersticas que fazem lembrar atitudes humanas, como o egosmo, a ingenuidade,aastcia,avaidade,amentira,etc,podemserescritasemprosaou em verso. A fbula est presente em nossa cultura h muito tempo e, desde que existe, utilizadacomfinseducacionais.Desdeasorigens,asfbulasforamtransmitidas oralmente de pai para filho, de av para neta, de amiga para amigo. Muitos provrbios populares vieram da moral contida nestas narrativas, como porexemplo:ApressainimigadaperfeioemAlebreeatartaruga;Um amigo na hora da necessidade um amigo de verdade em A cigarra e a formiga; Quemofeioama,bonitolheparece,emAcorujaeaguia;Quemtudoquer nada tem, em A galinha dos ovos de ouro; Quem desdenha, quer comprar, em A raposa e as uvas. Algumasassociaesentreanimaisecaractersticashumanas,feitaspelas fbulas, mantiveram-se fixas em vrias histrias e permanecem at os dias de hoje. Por exemplo: Leo poder real Lobo dominao do mais forte Raposa astcia e esperteza Cordeiro ingenuidade

10 ATIVIDADES 1.Em grupo de at trs alunos, pesquisar uma fbula na biblioteca do Colgio e trazer para a sala de aula. 2.Ler com ateno as fbulas pesquisadas, analisar o comportamento de cadapersonagem e relacionar com as atitudes das pessoas na vida real. 3.Ainda em grupo, procurar nos textos elementos comuns que caracterizam o gnero fbula. Continuando o conhecimento da fbula: Ognerofbulacontinuoupresentenahistriadomundo.Muitodepoisde Esopo e de Fedro, (no sculo XVII =1700), um escritor francs de nome Jean de La Fontaine ficou famoso porque usava fbulas, em versos e em prosa, para denunciar as misrias e as injustias de sua poca. Apartirdessapoca,muitashistrias,escritasinicialmenteparaadultos,j comearam a ser adaptadas para crianas, retirando delas os elementos violentos e osaspectosnocivoseducao.Masa fbulamodernapreservatodoovigorque vem apresentando desde os tempos antigos. NoBrasil,temosograndefabulista,MonteiroLobato(dequemfalaremos mais adiante), que alm de recontar as fbulas de Esopo e La Fontaine, cria as suas prprias.At hoje esse gnero narrativo existe e por ser curto, tem o poder de prender aateno,deentreteredeixarumamensagem,umensinamento.Etambmnos levaadoismundos:1.Oimaginrio,onarrativo,fantstico:2.Oreal,dissertativo, temtico. Aoslongosdosanos,algumasfbulasforamsofrendotransformaes.Ao serem narradas de gerao em gerao e, tambm, aos serem contadas a pessoas dediferentesregiesedeoutrasculturas,asfbulasforamlentamentese modificando. E at mesmo a moral das fbulas pode sofrer alteraes, dependendo de quem a conta.

11 MORAL DA HISTRIA! O QUE ISTO? La Fontaine dizia que a moral de uma fbula era a sua alma; mas tambm dizia que, se o leitor pudesse entender essa moral facilmente durante a leitura, no era preciso escrev-la com todas as letras no final. Muitas vezes, a moral da fbula no est escrita, mas com leitor esperto, fcil descobri-la. Portanto,emtodasasfbulasexisteumamoral,escritaouno,queensina liesdevidaedizcomodevemosnoscomportar.Vocsabeporqu?Porque moralumconjuntodevalores,deprincpiosqueaspessoasadotamcomo:a bondade, a virtude, a honestidade, a solidariedade. Algumas atitudes, nas fbulas, so valorizadas e em outras, no, dependendo da poca e da cultura em que elas foram contadas. Muitasvezes,amoralde uma fbulapode noschocar porseucinismo,pois mostra claramente a vitria dos espertalhes sobre os ingnuos, dos fortes sobre os fracos. Mas a lio mais importante desse tipo de texto no est na aceitao pura e simplesdamoraldahistria,esimnaanliseecompreensodomodocomo certos personagens enganam ou vencem outras, bastante comum que a moral de uma fbula entre em conflito com a moral de uma outra fbula. Por exemplo: na fbula A raposa e o leo, a amizade venceu omedo(dafamiliaridadenasceoabuso).NafbulaAraposaeocorvoonde mostrou a esperteza da raposa (cuidado com quem muito elogia). Leitura e interpretao da fbula O leo e o mosquito EsopoUm leo ficou com raiva de um mosquito que no parava de zumbir ao redor de sua cabea, mas o mosquito no deu a mnima. - Voc est achando que vou ficar com medo de voc s porque voc pensa que rei? disse ele altivo, e em seguida voou para o leo deu uma picada ardida no seu focinho. Indignado,oleodeuumapatadanomosquito,masanicacoisaque conseguiu foiarranhar-secomasprpriasgarras.Omosquitocontinuoupicandoo leo, que comeou a urrar como um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus prprios dentes e garras, o leo se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo para contar a todo mundo que tinha vencido o leo, mas entrou 12 diretonumateiadearanha.Aliovencedordoreidosanimaisencontrouseutriste fim, comido por uma aranha minscula. MORAL DA HISTRIA:............................................................................................ ATIVIDADES 1.Que moral voc criaria para a fbula O leo e o mosquito? 2.Quais as personagens da fbula? 3.O que aconteceu com o mosquito? 4.Por que o leo ficou to enfurecido? 5.Numa fbula h sempre uma crtica a determinado tipo de comportamento, que se deveria ser evitado. Na fbula O leo e o mosquito, a crtica refere-se a que tipo de atitude? 6.Que outro ttulo voc daria fbula O leo e o mosquito? CARACTERSTICAS ESPECFICAS DO GNERO FBULA importante observar aquilo que distingue ou caracteriza o texto da fbula, a saber: - Brevidade: a narrativa curta, geralmente, um dilogo; - As personagens quase sempre so animais; - Transmite sempre um ensinamento; - No final da histria, destaca-se uma moral; - Seqncias narrativas apresenta os elementos da narrativa: - Ao (seguncia de acontecimentos); - Personagem (seres que participam dos acontecimentos); - Narrador (que conta a histria); -Tempoeespaoimprecisos:espao(lugardosacontecimentos),tempo(quando acontece a histria); 13 - Ttulo composto pela referncia s personagens;- Personagens tpicas; - Os ensinamentos so apresentados como vlidos para qualquer poca e lugar. O DILOGO E A PONTUAO NO TEXTO Recapitulando:Jlemosvriostextosdognerofbula;vocdeveterpercebidoquea maioriadelesapresentadilogos.Apalavradilogovemdogregoequerdizer conversao.Nestaformadetexto,portanto,freqenteapresenadeumsinal grficoassim:(-).Istosechamatravesso;estesinalquemarcaafalada personagem.Cadanovopargrafo,iniciadoporumnovotravesso,indicaa mudana de turno das personagens. Porexemplo,naversodeEsopodafbula:Oleoeomosquito,o mosquito responde ao leo: -Vocestachandoquevouficarcommedodevocsporque voc pensa que rei?- disse ele altivo, e em seguida voou para o leo deu uma picada ardida no seu focinho. Muitasvezes,numdilogo,queremosidentificarapessoaqueestfalando. Paraisso,empregamosverboscomodizer,falar,afirmar,negar,responder, perguntar, indagar, mandar, entre outros. Estesverbospodemvirantesdafaladapersonagem,seguidosdedois pontos, exemplos: 1.Cansada daquela histria, uma das rs ps a cabea para fora da gua e disse: -Chega!Chega!Porfavor!Oqueparavocsdistrao,paransa morte! 2.Eles podem aparecer no meio da fala da personagem:- Nada disso disse o galo. Eu canto para ajudar os homens! 3.Podem vir depois da fala da personagem, como j vimos: - J estou grande que nem ele? perguntou aos outros sapos. 14 Alm do travesso, tambm possvel utilizar as aspas (...) para assinalar a fala das personagens, introduzida por dois pontos, como no exemplo a seguir: Quando viu os peixes pulando e batendo a cauda na areia ele sorriu e disse: (fala do narrador) Como vocs no quiseram danar ao som da minha flauta, tambm no vou permitir que dancem agora! (fala da personagem) O sapo e o boi Esopo H muito, muito tempo existiu um boi imponente. Um dia o boi estava dando seu passeio da tarde quando um pobre sapo todo mal vestido olhou para ele e ficou maravilhado.Cheiodeinvejadaqueleboiquepareciaodonodomundo,osapo chamou os amigos. Olhem s o tamanho do sujeito! At que ele elegante, mas grande coisa: se eu quisesse tambm era. Dizendo isso o sapo comeou a estufar a barriga e em pouco tempo j estava com o dobro do seu tamanho normal. J estou grande quem nem ele? Perguntou aos outros sapos. No, ainda est longe!Respondeu os amigos. O sapo se estufou mais um pouco e repetiu a pergunta. Nodisseramdenovoosoutrossapos,emelhorvocpararcomisso porque seno vai acabar se machucando. Maseratantaavontadedosapodeimitaroboiqueelecontinuouse estufando, estufando, estufando at estourar. MORAL DA HISTRIA: Seja sempre voc mesmo. ATIVIDADES 1. Vamos ler com ateno a fbula; O sapo e o boi e colocar o travesso onde necessrio. 2. Para que haja identificao do leitor com a histria, necessrio caracterizar as personagens, suas atitudes diante da vida e a situao vivida. 15 a) Quem so as personagens? b) Com que qualidades estas personagens so apresentadas no texto? 3. Retire da fbula acima os verbos que anunciam as falas das personagens: 4. Amoraldestafbulaapresentaumareflexosobreocomportamento humano. Voc acredita que existem pessoas que agem assim? Justifique sua resposta. 5. Vocestdeacordocomamoraldestafbula?Justifiquesuaresposta, procurandocomprov-lacomumfatoqueconheaouquetenhaacontecido com voc. 6. D outro final para esta fbula, modificando tambm a moral da histria. . O ADJETIVO NA CONSTRUO DO TEXTO Ao ler as fbulas, percebemos que as personagens apresentam determinadas caractersticas: Leo medroso, enfurecido; sapo invejoso; boi imponente; gata linda. Estas qualidades so denominadas de adjetivos. Adjetivossopalavrasquemodificamosubstantivo,atribuindo-lhe caractersticas, como cor, tamanho, finalidade, estado, entre outras. Vamoslermaisumafbulaeobservarcomoosadjetivosfuncionamna construo do texto. O galo e a jia Um galo jovem e enrgico ciscava a poeira do cho quando encontrou uma jia. Convencido do que tinha achado uma coisa preciosa, mas sem saber direito o que fazer daquilo, o galo ficou com ar importante e disse jia: -Olhe,seiquevocumacoisamuitofina.Squenodomeugosto. Para falar a verdade, eu preferia de longe um gro de deliciosa cevada. MORAL DA HISTRIA: s vezes o que precioso para um no tem valor para o outro. Observaram? Aspalavrasqueestodestacadas na fbulaOgalo eajia so adjetivos, so qualidades. 16 Esopo termina suas fbulas com frases explicativas, representando a moral; josfabulistasapartirdeMonteiroLobato,introduziramosprovrbioscomo encerramento. Voc sabe o que um provrbio? Osprovrbiossofrasesbreves,annimas,popularesquesorepassadas degerao agerao,cujocontedotemporobjetivoalertar,aconselharde forma indireta e rpida, e que nos levam reflexo, e a um posicionamento crtico sobre as condutas humanas. Veja alguns exemplos de provrbios: - Quem no arrisca, no petisca; - Quem ama o feio, bonito lhe parece; - Quem no deve, no teme; - Mais vale um pssaro na mo do que dois voando.

ATIVIDADE 1.Em dupla, pesquisem mais provrbios junto aos seus familiares, em revistas, jornais, livros, para-choques de caminhes e na internet, e tragam para a sala de aula. Aps a anlise de cada um, faremos cartazes que sero expostos no mural do Colgio. MDULO 02 Continuandooestudodasfbulas,nestaunidadetemtica, estudaremosdetalhadamenteafbula,Araposaeasuvas,em versesdiferentes,comautorescomo:Esopo,Fedro,LaFontainee MonteiroLobato.Veremoscomodiferentesculturasemomentosleem deformasdiversasamesmahistriaecomoestestextosse caracterizam quando recriados.Analisaremos tambm as mudanas de valores (sociais, culturais, religiosos e familiares), entre geraes. 17 CONHECENDO MAIS SOBRE OS PRINCIPAIS FABULISTAS E UMA DE SUAS OBRAS: A RAPOSA E AS UVAS.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Raposa_e_as_Uvas 1-AssistiremosagoraaovdeoqueretrataafbulaAraposaeasuvas, disponvel no site: http://www.youtube.com/watch?v=4qpzwEDZFLc 2-Quediferenasesemelhanaspodemosencontrarentreotextoverbal (representa a fala, a escrita) e o texto no verbal (vdeo)? Agoraumbommomentoparaconfrontarasvriasversesde(Esopo, Fedro,LaFontainee Monteiro Lobato) dafbulaAraposae as uvaseanalisaro contexto scio-histrico em cada verso escrita. 18 1. ESOPO: EsopofoiummoralistaefabulistagregodosculoVIa.C.queterianascido emalgumacidadedaAnatlia.Sobresuavidaexistemversesincertase contraditrias,sendoamaisantigaencontradaemHerdito:segundoeste historiador,etambmnaopiniodePlutarco,Esopoeraumescravogagoe corcunda,masdonodegrandeinteligncia,queaoobtersualiberdadeviajoupela sia, Egito e Grcia. Duranteessasandanas,setornouamigodoreiCreso,daLbia,queo encarregou de levar oferendas ao templo de Delfos, mas chegando l, e percebendo a cobia dos sacerdotes, o fabulista dirigiu sarcasmos aos religiosos, no lhes deu o dinheiroqueoreienviaraeselimitou a fazersacrifciosaosdeuses.Enraivecidos, ossacerdotesdecidiramvingar-sedaquelaatitude,eparaissoesconderamna bagagem de feso um copo ou faca de ouro, acusando-o em seguida de roubo. Por essa razo o ex-escravo foi preso e condenado a ser jogado do alto de uma rocha. Esopo tornou-se famoso pelas suas pequenas histrias de animais, cada uma delas com um sentido e um ensinamento. Seus personagens apesar de selvagens eirracionaisnavidanormal falam,cometemerros,sosbiosoutolos,mausou bons,exatamentecomooshomens,porqueaintenodofabulistaeramostrar como o ser humano poderia agir. Ele nunca escreveu as narrativas criadas em sua imaginao, apenas as contava ao povo, que as apreciava e por isso se encarregou derepeti-las.Apesardisso,somenteduzentosanosapsasuamortequeelas foram transcritas para o papel, e depois reunidas as de vrios outros fabulistas que empocasecivilizaestambminventaramcontosdemoralidadepopular,mas cuja autoria permaneceu desconhecida. OfilsofogregoDemtriodeFalero(345-283),queajudouPtolomeuIa organizar a famosa biblioteca de Alexandria, no Egito, foi quem preparou a primeira coletneadasfbulasdeEsopo,quechegaramaosnossosdiasatravsdos escritosdomongebizantinoMaximusPlanudes,autordeumabiografiasobre Demtrio. Antes disto, suas histrias foram registradas em louas e tecidos. Entre as maisdetrezentashistriasatribudasaofabulista,asmaisconhecidasso:A raposa e as uvas, O leo e o ratinho, A galinha e a pomba,A galinha dos ovosde ouro, e a guia e a coruja, A cigarrae a formiga, A lebre e a tartaruga, A raposa e o corvo, O sapo e o boi, e outros. 19 Vamos agora, ler e interpretar uma dessas fbulas do autor Esopo: A raposa e as uvas: Uma raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas grades de uma viosa videira, alguns cachos de uvas negras e maduras. Elaentousoudetodososseusdoteseartifciosprapeg-las,mascomo estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vo, e nada conseguiu. Porfimdeumeiavoltaefoiembora,econsolandoasimmesma,meio desapontada disse: - Olhando com mais ateno, percebo que as Uvas esto todas estragadas, e no maduras como eu imaginei a princpio. MORALDAHISTRIA:Aonoreconhecereaceitarasprpriaslimitaes,o vaidoso abre assim caminho para sua infelicidade. ATIVIDADES 1.Que tal, transformar esta fbula em histrias em quadrinhos? (O professor distribuir papel sulfite para esta atividade, depois ser fixado no mural do Colgio). 2.Reescreva a fbula:A raposa e as uvas substituindo a raposa por um ser humano, fazendo as adaptaes necessrias. 3.ComacolaboraodosProfessoresdeArtesedeEducaoFsica,em grupo,vamosdramatizarafbula:Araposaeas uvasnasverses dos autores: Esopo e Monteiro Lobato, e apresentaremos tambm aos outros colegas de outras turmas.. 20 2. FEDRO: (em latim Phaedrus, 30-16 a.C. 44-50 d.C.) FoiumfabulistaromanonascidonaMacednia,Grcia.Filhodeescravos, provavelmentefoialforriadopeloimperadorromanoAugusto.Seunomecompleto era Caio Jlio Fedro.(latim: Gaius Iulius Phaedrus). CoubeaFedro,quandoiniciou-senaliteratura,enriqueceuestilisticamente muitasfbulasdeEsopo,todasnoescritas,mastransmitidasoralmente,isto, serviamdeaprendizagem,fixaoememorizaodosvaloresmoraisdogrupo social. Deste modo, Fedro, como introdutor da fbula na literatura latina, redigia suas fbulas,normalmente sriasousatricas,tratandodasinjustias, dosmalessociais polticos,expressandoasatitudesdosforteseoprimidos,masocasionalmente brevesedivertidas,explicando-nos,todavia,porquetevetantosucessosculos depois, na Idade Mdia.Fabulista da poca dos imperadores Tibrio e Calgula, nos primeiros sculos da era crist, e seguidor de Esopo, Fedro fez a stira dos costumes e personagens da poca. Por isso, com o grande incmodo que causaram as suas crticas, acabou sendo exilado. Nesta poca, com a morte de Augusto, em 14 d.C. e a ascenso de Tibrio,amonarquiatornou-seumverdadeirodespotismo,sufocandotodaa aspiraodeliteraturaedeindependncia.Publicoucincolivrosdefbulas espicas, com provveis aluses aos acontecimentos de sua vida. Vamos ler e interpretar a fbula A raposa e as uvas na verso do autor Fedro: O soberbo finge desprezar o que no pode conseguir. Faminta, uma raposa bracejava Para dvas um cacho agadanhar Dalta parreira que sobre ela estava, E neste af pulava a bom pular. Como, porm, baldado fosse o intento De atingir o manjar que a seduzia, Parou cansada, e neste quebrantamento Foi-se afastando, enquanto assim dizia: 21 -Inda bem que esto verdes; no as quero: Travam como de fel; no as tolero Aqueles que improperam maldizentes Do que fazer no podem, neste espelho Devero remirar-se, conscientes De haverem desprezado o bom conselho. (FEDRO, 2001, p.145) ATIVIDADES 1. Apsterlidoafbula:ARaposaeasuvas,NAVERSODEFEDRO, escreva um bilhete avisando a raposa que as uvas esto verdes. (Use papel sulfite, pinte as margens e escreva com letra basto). 2. Usando a linguagem no verbal, crie um pictograma (inspire-se nos sinais de trnsito) para sinalizar. A A localizao do parreiral; B - Proibido entrada de animais; C As uvas esto verdes. 3. AFbula naversodeFedroestescritaemprosaouemverso?Justifiquesua resposta. 4. Comente:Oquevocentendeporumtextoescritoemprosa? E otextoem verso? 5. Analise a frase: O soberbo finge desprezar o que no pode conseguir. 3. JEAN DE LA FONTAINE (1621 - 1695 Poeta e fabulista francs, nascido em Chteau-Thierry, cuja produo literria caracterizou-se por sua maneira de criticar sociedade atravs de recursos como a sutileza, ironia e astcia expressas em suas famosas histrias de animais. Desenvolveuseusestudosbsicosemsuacidadenatal,entrouparao Oratrio(1641) e logo a seguir foi para o Seminrio de Saint-Magloire. Depois de 18 mesescomonovio,abandonou avidareligiosa epassouaestudarleis.Casou-se com Marie Hricart (1647), com quem teve um filho (1654). 22 Foiconsideradoopaidafbulamoderna.Almdecomporsuasprprias fbulas,tambmreescreveuemversosfrancesesmuitasdasfbulasantigasde Esopo e de Fedro (alguns autores chegam a afirmar que La Fontaine no passa de merotradutordasobrasdeFedro).Aquinesteperodo,asfbulasganharamum sentidomaismoderno,poiscomoparticipantesdacortefrancesa,elecriticavaa sociedadepormeiodesuasfbulas.Emsuaobraprima,Fbulas,elemostraa vaidadeeestupidezdaspessoas,atribuindotaiscaractersticasaosanimais.A principalcaractersticadoseumododeescrevereramarimas,oquefacilitavaa memorizao das histrias. Concluindo,pode-se,at,estabelecerumasegunciaaxiomtica:La Fontaine est para a fbula, assim como est para Fedro, que esteve para Esopo. A inverso da ordem dos termos, ou dos nomes, em quase nada vai mudar o rigor do raciocnio,amenosquesequeiraestabeleceradiacroniadosautores.Entoser necessrio comear por Esopo: Esopo, do sculo VI a.C. est para a fbula, assim comoestparaFedro,dosculoId.C.eparaLaFontaine,dosculoXVII,jnos tempos modernos.(Prof. Dr.Acio Flvio de carvalho, UEM, 2010). Vamos ler e interpretar a fbula A raposa e as uvas na verso do autor La Fontaine: Certa raposa astuta, normanda ou gasc, Quase morta de fome, sem eira nem beira, Andando caa, de manh, Passou por uma alta parreira Carregadas de cachos de uvas bem maduras. Altas demais no houve impasse: Esto verdes j vi que so azedas, duras... Adiantaria se chorasse? (LA FONTAINE, 1989, p.211) 23 ATIVIDADES 1.Vejaseh,notextoacima,palavrascujosentidovocdesconhea.Se houver,tentededuzirosignificadopelocontextoouconsultandooscolegas. Se ningum souber, consulte o dicionrio. 2.Leiamcomatenoafbula:Araposaeasuvas,naversodoautorLa Fontaine, e reconte-a aos colegas, utilizando as suas prprias palavras. (Esta atividade poder ser realizada em grupo). 3. Desenhe e ilustre a fbula acima, em uma cartolina, para ser fixado no mural do Colgio. (Em grupo de at trs alunos). 4. Que outra moral voc daria a esta fbula? Justifique sua resposta. 5.Numafbulahsempreumacrticaadeterminadotipodecomportamento, quesedeveriaevitar.NafbulaAraposaeasuvas,naversodeLa Fontaine, a crtica refere-se a que tipo de atitude? 4. MONTEIRO LOBATO: JosBentoMonteiroLobato,nasceuemTaubat,SoPaulo,em1882e morreu em So Paulo, em 1947. Lobato,umdosmaioresescritoresdenossaliteratura,foirevisor,tradutor, adaptador de clssicos; escrevia para jornais e criou a Cia Editora Nacional. Revolucionoualiteraturainfanto-juvenilescrevendo:Ameninadonariz arrebitado,ReinaesdeNarizinho,OMinotauro,SeresdeDonaBenta,e outros. Alm de recontar as fbulas de Esopo e de La Fontaine, cria as suas prprias comaturmadostio,noqualPedrinhodiz:Asfbulas,mesmoquandonovalem grande coisa, tm um mrito: so curtinhas. Narizinho acha as fbulas sabidssimas e Emlia as considera uma indireta. Oescritorbrasileirousoufbulasparacriticaredenunciarasinjustias, tiranias, mostrando s crianas a vida como ela . Em suas fbulas, alerta que o melhor ser esperto, inteligente, porque o forte sempre vence e Visconde afirma que o nico meio de derrotar a fora a astcia. 24 Vamos ler e interpretar a fbula A raposa e as uvas na verso do autor Monteiro Lobato: Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer gua boca. Mas to altos que nem pulando. O matreiro bicho torceu o focinho. - Esto verdes murmurou. Uvas verdes, s para cachorros. E foi-se. Nisto deu o vento e uma folha caiu. A raposa ouvindo o barulhinho voltou depressa e ps-se a farejar... MORAL DA HISTRIA: Quem desdenha quer comprar. (LOBATO, 1994, p.58) ATIVIDADES 1.Por que a raposa voltou rapidamente ao ouvir um barulho de algo caindo com o vento? 2.Analise a moral da histria: Quem desdenha quer comprar. 3.Agora,compareasfbulas,deacordocomosaspectosindicadosno quadroabaixo,evejaoquemudaeoquepermanecenassuas sucessivas reescritas. ESOPOFEDROLA FONTAINE MONTEIRO LOBATO Caracterizao das personagens Indicaes de tempo e espao; apresentao de cenrios Linguagem (vocabulrio, presena de dilogos, adjetivos, etc) Aes das personagens A reao da raposa quando percebe que as uvas esto verdes Conflito (elemento de transformao) Moral da histria Desfecho (situao final) 25 4.Nacomparaodasdiferentesverses,possvelperceberindicaes queremetemaocontextohistriconosquaisasfbulasforamescritas? Justifique sua resposta. 5.Comentaravidadosfabulistasfamosos:Esopo,Fedro,LaFontainee Monteiro Lobato. 6.Aps leitura das quatro verses da fbula: A raposa e as uvas, que tipo de ensinamento elas apresentaram para a sua vida? 7.Reflita e responda:Na fbula estudada, a raposa um animal, que age como humano. E na vida real, quem seriam estas raposas? MDULO 03 PRODUO ESCRITA Chegouasuavezdeproduzirumafbula. Vocpodercriarumadiferente, com animais de sua preferncia, ou se preferir poder criar uma nova verso para a fbula A raposa e as uvas, modernizando-a. No se esquea de alguns detalhes no momento da produo: -Lembre-sedequeonarradorsomentecontaosfatossemparticipardiretamente deles (narrador observador); -Procureusarpersonagensquerepresentematitudesecomportamentosque melhor condizem com as pessoas que sero retratadas na fbula; - Evite repeties de palavras, use bem o recurso da pontuao; - Faa dilogos, marcando as falas das personagens com aspas ou com travesso; - Utilize adjetivos, se necessrio; - Encerre a fbula com uma moral, de acordo com a histria que escreveu; - D um ttulo. 26 LENDO E CONHECENDO OUTRAS VERSES

AfbulaAraposaeasuvastambmfoiescritanaversodeoutros escritores como: Millr Fernandes, Ruth Rocha, e na verso humorada de J Soares (Desfabulando). Chegou a vez de conhec-las: 1. MILLR FERNANDES Derepentearaposa,esfomeadaegulosa,fomedequatrodiasegulade todosostempos,saiudoarealdodesertoecaiunasombradeliciosadoparreiral que descia por um precipcio a perder de vista. Olhou e viu, alm de tudo, altura de umsalto,cachosdeuvasmaravilhosos,uvasgrandes,tentadoras.Armouosalto, retesouocorpo,saltou,ofocinhopassouaumpalmodasuvas.Caiu,tentoude novo,noconseguiu.Descansou,encolheumaisocorpo,deutudoquetinha,no conseguiunemroarasuvasgordaseredondas.Desistiu,dizendoentredentes, com raiva: Ah, tambm, no tem importncia. Esto muito verdes.E foi descendo, com cuidado, quando viu sua frente uma pedra enorme. Com esforo empurrou a pedraatolocalemqueestavamoscachosdeuva,trepounapedra, perigosamente,poisoterrenoerairregularehaviaoriscodedespencar,esticou a partae...conseguiu!Comavidezcolocounabocaocachointeiro.Ecuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes! MORAL DA HISTRIA: A frustrao uma forma de julgamento to boa como qualquer outra. (FERNANDES,1978, p.65) 2. RUTH ROCHA Umaraposapassouporbaixodeumaparreiracarregadadelindasuvas. Ficoulogocommuitavontadedeapanharasuvasparacomer.Deumuitossaltos, tentou subir na parreira, mas no conseguiu. Depois de muito tentar foi-se embora, dizendo: -Eunemestouligandoparaasuvas.Elasestoverdesmesmo...(ROCHA,1996, P.25) 27 3. DESFABULANDO (J Soares) Passava certo dia uma raposa perto de uma videira. Apesar de normalmente nunca se alimentar de uvas, pois se trata de um animal carnvoro e no vegetariano o que nos faz desconfiar um pouco da fbula original-, ateno foi chamada pela belezadoscachosquereluziamaosol.Fenmemoestranhssimo,umavezque, geralmente,paradesesperodosecologistas,sendograndeconhecedordefrutas, bastou-lheumolharparaperceberqueasuvasnoestavammaduras.Esto verdes disse a raposa, deixando estupefatos dois coelhos que estavam ali perto e que nunca tinham visto uma raposa falar.

MORAL: Nem todas as raposas so despeitadas. (J Soares Revista Veja abril-1992) MDULO 04 No mdulo anterior, lemos diversas fbulas, antigas e modernas, em prosa e emversos.VamosagoralerafbulaAqueixadopavoquetemcomo personagensprincipaisJuno,importante deusagrega,eum pavo,everemosque muitodosmitosgregosfazempartedaculturadeoutrospovos,figurandotambm nas fbulas. A QUEIXA DO PAVO Esopo Chateadoporquetinhaumavozmuitofeia,umpavofoisequeixarcoma deusa Juno. -verdadequevocnosabecantardisseadeusa.Masvocto lindo, para que se preocupar com isso?S que o pavo no queria saber de consolo. - De que adianta beleza com uma voz destas? Ouvindo aquilo, Juno se irritou. 28 - Cada um nasce com uma coisa boa. Voc tem beleza, a guia tem fora, o rouxinolcanta.Voconicoquenoestsatisfeito.Paredesequeixar.Se recebesse o que est querendo, com certeza ia achar outro motivo para reclamar. MORALDAHISTRIA:Emvezdeinvejarostalentosdosoutros, aproveite o seu ao mximo. ATIVIDADES Interpretando a fbula A queixa do pavo 1. Explique com suas palavras o que a deusa Juno respondeu ao pavo. 2. Por que o pavo estava chateado? 3. A quem o pavo foi se queixar? 4. Quais as caractersticas do pavo, da guia e do rouxinol? 5. Voc concorda com a moral dessa fbula? Justifique sua resposta. 6.Voc j sentiu inveja de algum? De quem? Por qu? UM POUCO DA HISTRIA Voc sabia que os super-heris dos desenhos animados e dos quadrinhos, e muitos outros animais, por exemplo, de fbulas, tambm fazem parte da mitologia? Vocsabiaquenosdiasatuaisnoexistemseressobrenaturaiscomoo Minotauro,quenosdesafiamparanostornarmosheriscomoosdeantigamente, mashoutrosseresfantsticos,muitomaisterrveisqueoMinotauro,quesoa fome, a Aids, O trabalho infantil, a violncia, os desastres ecolgicos, etc.Porm,estamosvendonovosheris,osVoluntriosqueusamseus superpoderesparaajudarosoutros,emboranosejamfortes,bonitose destemidos, eles se destacam participando de campanhas de solidariedade.Voc tambm pode ser um heri, tratando bem as pessoas, a escola de seu bairro, seus colegas, enfim, melhorando o mundo. Paravoc,quemsoosherisdavidacotidiana?(Levantarosmodelosde vida que esses heris representam: jogadores de futebol, amigos, parentes), refletir sobreoqueoslevamaserconsideradosherisecompar-losaosheris 29 mitolgicos,podeserabaseparaumadiscussosobreosvaloresporeles defendidos. Ospersonagensdamdiasovistos,tambm,comonovosheris,fazem parte,simultaneamente,davidacomumedeummundodistante.esseduplo carterquegarantesuaeficcia,enquantomitos,despertanoindivduoum processo de projeo identificando, tornando-se modelos de vida. Essa conversa pode conduzir os educandos a perceberem quais as virtudes ecaractersticasquejulgamimportanteshoje,almdeestimularoquestionamento sobreosmodelosdecomportamentodosherisdehojeedeontem,queso reproduzidos pelos alunos. ENTO, O QUE MITO? Mitoumarealidadeculturalextremamentecomplexa,quepodeser abordada e interpretada atravs de perspectivas mltiplas e complementares. O mito contaumahistriasagrada,elerelataumacontecimentoocorridonotempo primordial,notempofabulosodoprincpio.Emoutrostermos,omitonarracomo, graassfaanhasdosEntesSobrenaturais,umarealidadepassouaexistir,seja umarealidadetotal,oCosmo,ouapenasumfragmento:umailha,umaespcie vegetal,umcomportamentohumano,umainstituio.Omitofalaapenasdoque realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente (Mito e Realidade, p.11). SegundooDicionrioAurlio:mitoanarrativadostemposfabulososou hericos,ouarepresentaodefatosoupersonagensreaisexageradapela imaginao popular e pela tradio.O mito foi criado para explicar algo que a cincia no consegue explicar. Ele surge quando o homem encontra no meio algo que no pode explicar atravs de sua experincia, e descartado quando a comprovao cientfica deste fato realizada. O MITO HOJE Oconceitodemitopassouporevoluo,poisanteselesecompunhade fbulaseestriasfantsticasehojeadotaumsignificadomaisprofundo,quetem mais a ver com as emoes humanas. 30 Tantoohomemmodernocomooantigo,nopossuisomentearazo,mas sentimentos e emoo. Assim tudo aquilo que os seres humanos tm em comum se revelanosmitos.Elessopartesdoinconscientecoletivodaspessoas,ouSeja, tudo aquilo que elas desejam ou sentem se resume em um smbolo, um nico mito. MITOS So pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. Osmitoshojetmumpodermuitogrande,quenssvezesnem percebemos. Eles representam todas as preocupaes, desejos e anseios de todos ns.Elessomemrias,viveroatquenohajamaishomemsobreaterrae talvez at depois disso. MITOLOGIA: Asmitologiassoconjuntosdefigurassimblicasdoimaginrio,imaginrio esse,fantasiosoemquedeuses,semideuseseherisengendrammodelosde comportamento e de modos arquetpicos de estar em relao com o mundo. ATIVIDADES 1.Voc conhece alguma histria que fala de mito? Que tal repassarmos aos nossos amigos da sala. 2.Pesquise na biblioteca do Colgio, em livros ou mesmo na internet outros textos mticos e traga-os nossa realidade. 3.Compartilhe com os amigos os textos pesquisados. ENTENDENDO A MITOLOGIA GREGA Osgregosantigosenxergavamvidaemquasetudoqueoscercavam,e buscavam explicaes para tudo. A imaginao frtil deste povo criou personagens e figuras mitolgicas das mais diversas. Heris, deuses, tit e centauros habitavam o mundomaterial,influenciandoemsuasvidas.Bastavalerossinaisdanatureza, para conseguir atingir seus objetivos. 31 Aofinaldestemdulo,faz-senecessrio ainda,conhecer osprincipaisseres mitolgicos da Grcia Antiga: Os principais seres mitolgicos da Grcia Antiga eram: 1.Heris: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplo: Heracles ou Hrcules e Aquiles; 2.Ninfasseresfemininosquehabitavamoscamposebosques,levando alegria e felicidade; 3.Stiros: figura com corpo de homem chifres e patas de bode; 4.Centauros: figura formada por uma metade de homem e outra de cavalo; 5.Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe, atraam os marinheiros com seus cantos atraentes; 6.Grgonas: mulheres, espcies de monstros, com cabelos de serpentes; 7.Quimeras: mistura de leo e cabra, soltavam fogo pelas ventas; 8.Minotauro:umdosmitosmaisconhecidosejfoitemadefilmes, desenhos animados, peas de teatro, jogo, etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabea de touro. Forte e feroz, habitavam um labirinto na ilha de Creta;9.Labirinto: Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porm acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro. ATIVIDADE 1-Aprofunde mais o seu conhecimento, atravs da pesquisa, alguns dos seres mitolgicos citados acima: Ninfas, Minotauro e sereias, e busque diferentes textos de sua autoria. 32 Apresentamosemseguida,sugestesdeleituradefbulas,comoobjetivo de provocar mais atitudes de leitura e de interpretao. Vamos ento, na medida do possvel conhec-las?

SUGESTES DE LEITURA 1.A reunio geral dos ratos 2.O urso e as abelhas 3.A gralha vaidosa4.O leo apaixonado 5.O vento e o sol 6.As rvores e o machado 7.O leo e as outras feras 8.O homem e suas duas mulheres 9.O ratinho da cidade e o ratinho do campo 10. A raposa e a cegonha 11. O leo e o ratinho 12. A velha e suas criadas 13. O burro e o cachorrinho 14. Os dois amiguinhos 15. O gato, o galo e o ratinho 16. O lobo e o burro 17. A cigarra e as formigas 18. O parto da montanha 19. A raposa e o leo 20. O gato e o galo 21. O urso e a raposa 22. O cachorro na manjedoura 23. O rapaz e a moa inconstante 24. A raposa e o corvo 25. O homem, seu filho e o burro 26. O lobo e a cabra 27. O pescador flautista 33 28. Os meninos e as rs 29. O burro que vestiu a pele de um leo 30. O cachorro e sua sombra 31. A raposa e a mscara 32. A guia e a seta 33. As rs em busca de um rei 34. A gansa dos ovos de ouro 35. O macaco e o golfinho 36. As viajantes e o urso 37. Os ladres e o galo 38. O astrnomo 39. O burro e o seu condutor 40. A rosa e a borboleta 41. O garoto do Olha a lobo 42. O milhafre, o falco e os pombos 43. As lebres, as raposas e as guias 44. O leopardo e a raposa 46. A lebre e a tartaruga. E outras... REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ASH,R.EHIGTON,B.TraduoHeloiseJahn.SoPaulo:Companhiadas Letrinhas, 1994. CARVALHO, Acio Flvio. A Ascendncia Clssica de La Fontaine, 2010. ELADE, Mircea. Mito e Realidade. So Paulo: Perspectiva, 1986. FERNANDES,EvanilRodrigues.OespaodoMitonasHQSContemporneas, Google. Acessado em 20 de abril de 2010. MACHADO, Ana Maria.Clssicos de Verdade- Mitos e Lendas greco-romanos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006. 34 MARCUSCHI,LuizAntnio.Gnerostextuais:definioefuncionalidade.In: DIONSIO,ngelaPaivaetal.(org.).Gnerostextuais&ensino.2.ed.Riode Janeiro: Lucerna, 2003. MENEGASSI,JosRenilson.Leitura,EscritaeGramticanoEnsino Fundamental das Teorias s Prticas Docentes, Eduem, 2010. OLIVEIRA,RejanePivetta,disponvelem http//www.estrelinhas.unisinos.br/index.php? acessado em 11 de junho de 2010. PARAN,SecretariadeEstadodaEducao.DiretrizesCurricularesda Educao, 2008. PEREIRA,SilvanaCristinaBergamo.SEQUNCIADIDTICA:Fbula.2008. Acessado em: 20 de abril de 2010. RODELLA,Gabriela;NIGRO,Flvio;CAMPOS,Joo.Portugus-Aarteda Palavra, AJS Ltda, 2009. SEGUNCIA DIDTICA: Uma proposta para o ensino da Lngua Portuguesa nas sriesiniciais.CadernoPedaggico1AMOP-AssociaodosMunicpiosdo Oeste do Paran Departamento de Educao, 2006/2007. SILVA,MariadoCarmoBatista.SEQUNCIADIDTICA:AFbulaeoutros enunciados:UmapropostadeEnsinoInterdisciplinar.2008.Acessadoem:15 de abril de 2010. TUFANO, Douglas e NBREGA, Maria Jos. Esopo Fbulas completas. Projeto de Leitura: Google. Moderna. Acessado em: 10 de junho de 2010. http://letras.terra.com.br/luan-santana/1129633/. Acessado em: 19 de junho de 2010. http://sites.google.com/site/Kattyrasga.Carasnaminhajanela....LnguaPortuguesa. Oficina Pedaggica S.J. Campos SP. HOME. Acessado em 28 de maio de 2010. http://pt.wikipedia.org/Wiki/Fedro. Acessado em: 03 de maio de 2010. http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/-15kMitologiaGrega.Google. Acessado em: 12 de abril de 2010. http://www.youtube.com/watch?v=4qpzwEDZFLcAcessado em 20 de julho de 2010.