2 a escravidoo classica3

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  • 8/6/2019 2 a Escravidoo Classica3

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    A Escravido ClssicaGrcia e Roma

    Histria EconmicaUNICURITIBA

    Professor Renato Carneiro

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    Escravido como

    modo de produoAs cidades-Estado gregas so as primeiras a tornar a

    escravido absoluta na forma e dominante na extenso,transformando-a de trabalho auxiliar e complementar, emum sistemtico modo de produo. Rezende, 2007.

    Roma, no entanto, aproveitaria o modelo, levando-o a umnvel de maior extenso e mais profunda utilizao.

    Nas civilizaes anteriores, o trabalho compulsrio eralimitado no tempo e, na maioria das vezes, executado por

    homens que permaneciam livres, embora atendessem uma necessidade do Estado ou da coletividade.

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    Trabalho Manual X Liberdade

    Ao dissociar o homem do resultado de seu trabalho, aescravido transformou o trabalhador em ferramenta, umobjeto falante, criando ainda uma separao entre otrabalho manual e a liberdade.

    Com isso bloqueou o espao para o desenvolvimentotcnico, fato que explica a exigidade de invenesque visassem aprimorar os processo produtivos. Otrabalho era destinado apenas a adaptar a naturezae no de transform-la.

    Assim, a nica forma de prover desenvolvimento para estassociedades era uma contnua expanso territorial e acrescente incorporao de novos escravos ao sistema.

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    Caractersticas gerais

    1. Apesar da limitao de um mercado interno, em funomesmo do trabalho compulsrio no-remunerado, essassociedades foram altamente monetarizadas.

    2. Embora organizadas em torno a ncleos urbanos, ascidades greco-romanas foram ncleos de proprietriosde terras e no centro de artesos e comerciantes.

    3. Baseavam seus modelos scio-econmicos na contnuaguerra de conquista, quando incorporavam novos

    escravos, terras e mercados. Quando uma destassociedades esgotava seu mpeto guerreiro, dava incio sua decadncia.

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    AEconomia Grega

    Particularidades geogrficas: poucas terras frteis; relevoacidentado e proximidade do mar.

    Por estas razes, os gregos se organizaram em cidades-

    Estado independentes, em permanente rivalidadeentre si e sua economia fosse orientada para anavegao e para o comrcio exterior.

    A economia grega foi marcada por trs fases distintas de

    sua evoluo: Perodo Arcaico: sculo VIII a meados do V a.C.

    Perodo Clssico: meados do V a finais do sculo IV a.C.

    Perodo Helenstico: finais do IV a meados do II a.C.

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    Perodo Arcaico: emigrao

    (sculo VIII a meados do V a.C.)Quando a Grcia adquiriu suas caractersticas bsicas:

    produo de vinho e azeite; urbanizao; monetarizaoe escravido. Depois da desestruturao do sistemapastoril rudimentar e comunal do perodo homrico(sculos XII a IX a.C.).

    Devido pouca oferta de alimentos, emigrao em massa,pela colonizao grega do Mediterrneo, ocupando aSiclia e o sul da Itlia, para produo de cereais (775 a675 a.C.).

    Outra onda colonizadora, mais de carter comercial, buscoucomplementar a economia das cidades-Estado da Grciacontinental, com matrias-primas (675-500 a.C.).

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    Perodo

    Arcaico: colonizao

    Em ambos perodos, as cidades fundadas tinham umarelao de independncia quanto s cidades-me.Mantinham apenas laos culturais e religiosos, podendo

    fundar outras colnias e comercializar livremente.Colonizao funcionava como especializao produtiva em

    nvel regional, o que impulsionou a monetarizao emprata, metal abundante na regio da Grcia.

    Predominncia do regime de propriedade privada, quesomada presso demogrfica e produo de vinhas eoliveiras, tornaram o trabalho escravo de auxiliar emcondio fundamental na economia grega.

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    Perodo Clssico: escravido

    (meados do V a finais do IV a.C.)Grande prosperidade neste perodo, tornando o trabalho

    escravo em padro social. A tcnica permaneceurudimentar e a produo continuou baseada nosprodutos tradicionais, que levou at os pequenosproprietrios a utilizar regularmente o trabalho escravo.

    Escravido por trs motivos: nascimento; inadimplncia (natica, at VI a.C.) e a guerra. Principalmente a guerra,constante entre cidades rivais, era a maior fonte deescravos, fazendo com que os preos ficassem baixos eestimulando uma atividade paralela de comrcio deescravos, utilizados generalizadamente e noconcentrados em algumas atividades econmicas.

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    Perodo

    Clssico: manufaturas

    Fora Estado, que era o maior empregador de escravos,manufaturas de grande porte empregavam entre 20 e 30.

    Em Atenas, Samos, Corinto e Mileto a pequena oficina,dirigida pelo proprietrio, com poucos escravos e alguns

    artesos assalariados, requeria parcos investimentos,ferramentas rudimentares, matrias-primas compradas semsobras.

    Produziam tecidos, cermica, moblias, armas, objetos devidro e metais. Transporte exclusivamente por via martima.

    Navios saam na primavera com figos secos, l, prata,armas, cermica, vinhos, azeite e voltavam com cereais,peixe seco, carne salgada, ferro, cobre, madeiras, cera,marfim, peles e linho at o outono.

    Balana comercial deficitria, pois importavam mais queexportavam.

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    Perodo Helenstico

    (finais do IV a meados do II a.C.)Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) que ops Atenas a

    Esparta, acabou por permitir que a Macednia, sobliderana de Alexandre Magno, dominasse a Grcia

    continental e mais o Egito, Fencia, Sria, Mesopotmia,Prsia e a ndia, a oeste do rio Indo, mesmo que porpouco tempo (334-325 aC.).

    Alargamento do espao econmico grego, ampliao demercados e da atividade econmica. Pela primeira vez,um imprio rene sistemas econmicos to diferentesentre si, precursor da centralizao poltico-econmica-militar de Roma sobre a antiguidade Clssica.

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    I

    mprio Helenstico

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    Perodo Helenstico

    No Egito, mesmo a produo e comercializao de leos etecidos de linho eram monoplio do Estado. Em toda area helenstica, houve desenvolvimento decorporaes fechadas de artesos, para controle decustos.

    Muitas terras passaram para os reis: controle tambm daproduo de alimentos. Ampliao do controle realexigiu crescimento da burocracia de homens livres

    assalariados, mais um elemento de dominao social eampliao da monetarizao.

    Circulao em larga escala do ouro e prata persas:bimetalismo e alta de preos, que s voltaram aosnveis do perodo Clssico, no sculo II aC.

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    AEconomia Romana

    De pequena cidade-Estado a uma capital de um imprioque durante muitos sculos ocupou toda a costa doMediterrneo, indo at s regies interiores da Europaocidental e Inglaterra.

    Seu sistema econmico tinha por caractersticas:

    Escravido como forma de trabalho;

    Monetarizao como padro de troca;

    Comrcio como atividade motora;

    Cidade como unidade produtora, sem deixar de estarligada s atividades rurais.

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    Criao do Estado Itlico

    (sculo VIII a incios do III a.C.)Destaque inicial pela geografia: dominava embocadura

    do rio Tibre, no vau que ligava norte e sul da Itlia.

    Especialmente comercial, at III a.C. foi predominante na

    produo trigo e criao de gado bovino, em mdias epequenas unidades produtivas. Principal fonte foi acomercializao do sal, padro para trocas (salrio).

    Produtores livres que pagavam impostos em espcie,prestavam servio militar gratuito, pouca escravido,mais domstica. Em 367 aC. proibio da escravidopor origem de inadimplncia.

    Guerras de conquista para aumentar reas agricultveis.

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    Criao do Estado Itlico

    Dependncia das atividades agrcolas causou guerras deconquista para aumentar reas agricultveis aosterritrios vizinhos.

    Em incios do III a.C., Roma era capital da regio ao suldo rio Arno, sem maiores mudanas econmicas, quetroca de pequenas barras de bronze por moedas deprata cunhadas a partir de 269 a.C.

    Completou incorporao das cidades gregas ao sul daItlia, iniciando processo que a levaria de ncleoagrcola a centro financeiro, aberto s influncias daeconomia helenstica.

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    Estabelecimento do Imprio

    Mediterrneo (sculos III a I a.C.)Conquista da Magna Grcia fez Roma assumir disputa

    comercial entre sul da Itlia e Cartago (fencios) pelocontrole do Mediterrneo ocidental. Da passou adominar tambm as ilhas, o norte da frica e pennsulaibrica. Mais adiante, Grcia, Macednia e siaMenor; Sria-Palestina, Glia e Egito.

    Saques, indenizaes pagas pelos vencidos, impostosregulares e explorao de jazidas minerais levaram

    enormes volumes de capitais para Roma. Surgimentode sistema bancrio pblico e privado e sociedadespor aes para explorar recursos das colnias. Minasde prata da Ibria cerca de 8 toneladas anuais.

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    I

    mprio Romano

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    Imprio RomanoFortalecimento de economia monetria, junto com maior

    espao econmico permitiu especializao produtivaregional muito maior que a grega.

    Trigo pela Siclia, frica do Norte e Egito; vinho e azeitepela Itlia e Grcia; minrios, Ibria. Gado, Itlia e siaMenor; manufaturados pela Glia e Sria. No haviacompetio entre regies do Imprio, levando aincremento do comrcio martimo, c/ Roma no centro.

    Monoplios estatais (minas, sal, transportes) e Estadotornou-se maior proprietrio de terras dos vencidos.Tudo era explorado para conforto dos cidadosromanos: ociosidade e acmulo de riquezas.

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    Imprio RomanoEstmulo ao cio e destruio da base militar-

    administrativa-econmica do sistema romano: ocampesinato itlico causaram incio da decadncia.Guerra contra Cartago durou 15 anos, provocandoenorme devastao mesmo nos territrios romanos,pelo abandono das terras pelos camponeses.

    Migrao em massa para as cidades. Campos sproduziam vinhas e azeite, com mo de obra escrava

    no-itlica em grandes latifndios. Imprio chegou ater 3 escravos para cada 5 homens livres.

    Escravismo dominante inibiu progresso tcnico,separando trabalho manual da condio de liberdade.

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    Apogeu e Crise da EscravidoC

    lssica (sculos I a III d.C.)Crise generalizada em incios do sc. III. No anterior, Roma

    tinha 90mi habitantes, em ncleos urbanos, com funesadministrativas ou militares, todas as demais atividadesexercidas pelos escravos.

    Romanizao do Imprio, levou ao xodo rural, pois foramdeslocados homens livres para as periferias: concentroupropriedades fundirias e expandiu a escravido rural.

    Crescentes populaes ociosas nas cidades, mantidas pela

    caridade dos cidados ou pelo Estado. Limitao dademanda e conseqente reduo da produo, semreduo de custos, levando a diminuir os recursos doEstado para manter exrcitos, obras e consumo deartigos de luxo, importados do Oriente a peso de ouro.

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    Apogeu e Crise da

    EscravidoC

    lssicaProblemas do Imprio: menor arrecadao impostos e menos

    homens livres; produo e circulao de mercadoriasatingidas por invases e guerras civis; crescente inflaopor manipulao monetria.

    No havia como manter situao, uma vez que a ltima guerrade conquista foi a Inglaterra, 43 d.C. Permitiram que tribosbrbaras se instalassem como agricultores nas franjas doImprio, sem repor suas necessidades.

    De 235 a 285 d.C. grande desequilbrio entre exrcitos

    romanos e brbaros; entre despesas e arrecadao doEstado; entre campo e cidade; entre produo e consumo;entre homens livres e escravos.

    No fim do III sculo, escravido deixou de ser modo produodominante, pela incapacidade de repor escravos.

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    Economia do Dirigismo Estatal

    (sculos IV a V d.C)Reconstruo do Imprio Romano, aps crise, passou porinterveno do Estado em todos os aspectos da vidaeconmica, inclusive pela superao da escravido paraassegurar o funcionamento do prprio Imprio.

    Dirigismo estatal pelos imperadores Diocleciano (285-305) eConstantino (324-337): artesos e comerciantes eramobrigados a corporaes de ofcio e servios gratuitos aoEstado; todos os que cultivavam a terra eram inamovveis,apesar de nominalmente livres (colonato); impostos e

    remuneraes recebidos/pagos em espcie;hereditariedade de funes profissionais permanentes;preos de mais de mil artigos fixados pelo Estado.

    Resultado: retrao da economia, oposta ao que se pretendia.

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    Economia do Dirigismo EstatalCrescente processo de ruralizao do Imprio ocidental, pois

    citadinos para fugir de impostos e servios pesados egratuitos para o Estado, como construo muralhas,conservao urbana, pagamento de funcionrios, alm da

    crise constante de abastecimento.Classe mais abastadas fogem para o campo, onde era mais

    difcil serem alcanados pelo Estado. Seguidos pelo pobrese dependentes da caridade dos cidados. Esvaziamentodas cidades e decadncia do Imprio, em movimento quedominaria a Europa pelos sete sculos seguintes.

    Oriente, onde escravido nunca foi absoluta, assumiu o eixoeconmico do imprio que se fragmentava, dando incio aum perodo de feudalizao do ocidente.