17 razões porque deixei o movimento de línguas

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1 PENTECOSTALISMO 17 Razões Porque Deixei O Movimento De Línguas ALFRED H. POHL

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17 Razões Porque Deixei o Movimento de Línguas

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    PENTECOSTALISMO 17 Razes Porque Deixei O Movimento De Lnguas

    ALFRED H. POHL

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    NDICE

    Introduo -------------------------------------------------------- 3

    Dois Extremos ---------------------------------------------------- 6

    Histrico Pessoal ------------------------------------------------- 7

    Razo 1 ------------------------------------------------------------ 9

    Razo 2 ----------------------------------------------------------- 12

    Razo 3 ----------------------------------------------------------- 20

    Razo 4 ----------------------------------------------------------- 25

    Razo 5 ----------------------------------------------------------- 29

    Razo 6 ----------------------------------------------------------- 34

    Razo 7 ----------------------------------------------------------- 36

    Razo 8 ----------------------------------------------------------- 38

    Razo 9 ----------------------------------------------------------- 42

    Razo 10 ---------------------------------------------------------- 46

    Razo 11 ---------------------------------------------------------- 53

    Razo 12 ---------------------------------------------------------- 56

    Razo 13 ---------------------------------------------------------- 58

    Razo 14 ---------------------------------------------------------- 62

    Razo 15 ---------------------------------------------------------- 69

    Razo 16 ---------------------------------------------------------- 72

    Razo 17 ---------------------------------------------------------- 75

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    INTRODUO

    Aps um culto certa noite, um irmo cristo, pastor no Movimento Pentecostal, aproximou-se de mim e perguntou: Poderia dizer-me numa sentena ou duas por que deixou o Movimento Pentecostal? Ele estava pedindo uma impossibilidade! Como poderia eu condensar tudo que estava envolvido numa deciso to importante, revolucionria para a vida, numa ou duas sentenas? Deixei por uma srie de razes, e simplesmente dar uma listagem dessas razes sem uma boa explicao respaldada pelas Escrituras cumpriria muito pouco e na verdade resultaria em mal-entendidos.

    Neste testemunho proponho-me no s a alistar algumas das principais razes por que sa ou no estou hoje no Movimento de Lnguas, mas tambm ampliar a exposio de cada uma, pelo menos em certa medida, segundo o espao permita. Referncias aos ensinos sobre lnguas do pentecostalismo e evangelho pleno sero maiores do que s igrejas pentecostais tradicionais, conquanto haja muitos pontos de vista e doutrinas diferentes entre as denominaes que adotam tais princpios. Nem todos no movimento de lnguas concordam quanto s doutrinas do Esprito Santo.

    Alguns perguntam por que deixei o trabalho pastoral para dedicar-me a um ministrio de viagens especializado em ensinar a doutrina do Esprito Santo: em grande medida o meu ministrio agora envolve mensagens advertindo o povo de Deus. Justifica-se isso? Seria algo amorvel falar sobre este assunto quando sentimentos so to delicados nessa rea? Em resposta, sugiro, para sua considerao, as seguintes trs razes:

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    1. O MINISTRO DE DEUS DEVE ANUNCIAR TODO O CONSELHO DE DEUS

    Em Atos 20:20 e 27 Paulo declarou: Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desgnio de Deus. Creio pessoalmente que, em grande escala, a falha da parte de ministros fundamentalistas e no-pentecostais em ensinar e pregar ousada e claramente a verdadeira doutrina do Esprito Santo ao nosso povo: a) tem sido injusta e carente de amor a nossas congregaes; b) tem em muitos casos resultado nesses mal-orientados irmos serem enredados por falsos ensinos; c) tem contribudo para dividir ou abalar igrejas, etc. Permitam-me perguntar: por que no deveramos ensinar as doutrinas nas quais cremos em nossas prprias igrejas? No devemos isso ao nosso povo, bem como queles que poderiam considerar filiar-se a nossas igrejas? Isso poderia poupar muita dor de corao para todos os envolvidos mais adiante. Certamente, no devemos ensinar com malcia, mas em amor (Ef 4:15). Mas a falha em oferecer o correto ensino sobre o Esprito Santo para evitar sentimentos feridos agora ou temer o fanatismo no ir levar nosso povo a crescer em tudo naquele que o cabea, Cristo (Ef 4:15). Este ficar despreparado para os ventos de falsas doutrinas que possam soprar com vigor sobre o terreno.

    2. A COISA MAIS AMORVEL QUE UM MINISTRO DE DEUS PODE FAZER TANTO PROCLAMAR QUANTO DEFENDER A VERDADE DA PALAVRA DE DEUS.

    Este no somente o meu direito, mas tambm minha obrigao! Eu, como embaixador de Deus, sou responsvel por ensinar o povo de Deus. Deixar de faz-lo pode resultar em que alguns sejam desviados. Quem receber a culpa?

    3. UM VERDADEIRO MINISTRO DA PALAVRA DEVE TER, JUNTAMENTE COM O TEMA DE EXALTAO A CRISTO, UMA NOTA DE ADVERTNCIA.

    Foi o que Paulo fez. Em Atos 20:31, falando aos ancios efsios, ele disse:

    Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por trs anos, noite e dia, no cessei de admoestar, com lgrimas, a cada um. Novamente, em Colossenses 1:28 ele disse: A quem anunciamos [ou seja, Cristo], admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo.

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    Uma nota de advertncia parte importante da mensagem do ministro de Deus. No fcil nem agradvel, mas essencial. Se eu souber que a ponte adiante na estrada foi tragada pela enchente e vejo voc seguindo rumo ao perigo, que tipo de amigo seria se simplesmente lhe sorrisse, gesticulasse com a mo e gritasse, tenha um bom dia? Precisamos advertir porque amamos a Deus, o Seu povo e a Palavra de Deus!

    Desejo tornar claro que no sou um cruzado contra o movimento carismtico. Em vez disso, se assim permite que me expresse, um militante pela Verdade. Creio que, onde quer que as Escrituras deixem clara a verdade em contraste com o erro, precisamos tomar nossa posio pela autoridade final da Palavra de Deus. Isso eu tive que fazer, com grande custo para minha prpria vida. No sou contra as pessoas adeptas das lnguas, conquanto no possa concordar com os seus ensinos. Mas prontifico-me a ajud-las e aqueles que esto confusos e inseguros quanto ao que Deus realmente tem para si segundo a Sua vontade expressa nas Escrituras. Creio que o Senhor conduziu-me a este caminho a fim de que, conhecendo por experincia pessoal as armadilhas e problemas envolvidos, eu possa ser capaz de ajudar e ministrar a outros que se encontrem em circunstncias semelhantes.

    meu desejo tambm ajudar muitos a um reconhecimento do que a verdadeira vida cheia do Esprito realmente seja. Creio que ns, no movimento de lnguas, cometemos um srio erro em dar tanta nfase sobre o falar em lnguas, de tal modo que passamos por algo muito importante. Estando to ocupados com o que consideramos ser a evidncia de ser cheio do Esprito, como seja, o falar em lnguas, perdemos em grande medida o sentido e significado da vida cheia do Esprito segundo a Escritura. Minha preocupao com essa genuna vida cheia do Esprito que tanto desejo ver vivenciada pelo povo de Deus hoje, e estou certo de que muitos leitores compartilham desta preocupao comigo.

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    DOIS EXTREMOS

    H dois extremos, creio, que temos de evitar: Primeiro, quando no h fogo numa igreja fria e formal; e, em segundo lugar, quando h um fogo incontrolvel na igreja. Qual dessas duas situaes representa maior perigo? Certamente a frieza e formalismo sem vida no produz frutos e vida.

    Mas, por outro lado, pensem no dano e reprovao produzida por um tipo desequilibrado, extremista e fantico de atividade eclesistica. Uma boa regra a seguir : EVITE OS EXTREMOS!

    Em 1 Corntios 14:26 nos dito: Seja tudo feito para edificao, e no verso 40 lemos: Tudo, porm, seja feito com decncia e ordem. Eu conheo algo do extremo do fogo incontrolvel e sei que danos pode causar.

    Mas tambm perigoso resvalar para o extremo do demasiado formalismo e frieza. Lembremo-nos de que somos os detentores da vida eterna. Ns crentes em Cristo temos essa vida abundante da qual Cristo fala em Joo 10:10. Que sejamos aqui lembrados de que h uma vida plena do Esprito e pelo Esprito controlada que real, genuna, escriturstica, que cada um de ns, que somos crentes, deveramos conhecer em nossas atividades e experincias do dia a dia (Ef 5:18).

    Muitos hoje esto questionando e desejando maior profundidade e realidade em seu viver cristo. Isso aprecivel! Ao perceberem a frieza e talvez pouca nfase sobre a vida cheia do Esprito em suas igrejas, comeam a indagar-se se a resposta no poderia estar com o Movimento Carismtico.

    para corresponder a tais necessidades que estou dirigindo o meu ministrio agora, segundo o Senhor capacita.

    Quem sabe eu poderia neste ponto sugerir brevemente a soluo para esse problema? (Ampliarei isto mais pelo fim deste livro). A resposta para estes cristos no se encontrar no fanatismo, mas num correto entendimento do ensino bblico sobre a doutrina do Esprito Santo e Sua operao no crente e na igreja. Tudo de que precisamos j temos potencialmente na HABITAO NO NTIMO do Esprito Santo. Agora, depende de ns apropriarmos-nos desse Esprito ou submeter-nos ao Seu ministrio em ns e por nosso intermdio.

    A resposta, repito, no se acha no extremo de fanatismo ou fogo incontrolvel.

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    HISTRICO PESSOAL

    Para um breve histrico de minha histria pessoal no Movimento de Lnguas:

    Pertencia Igreja Apostlica do Pentecostes do Canad. Fui nela criado desde a infncia, fui nela salvo e batizado, nela ordenado e nela preguei, lecionei em nossa Escola Bblica por cinco anos, e fui o secretrio-missionrio de nossa denominao por cinco anos--durante os quais visitei e falei em quase todas as nossas igrejas pelo Canad.

    Apreciava plenamente o meu trabalho e responsabilidades na escola bblica, lecionar a Palavra de Deus para jovens e entusiasmados estudantes. Juntamente com outros temas bblicos eu ensinava Misses. Eu lecionava durante os meses de inverno e no vero viajava e ministrava nas vrias igrejas e acampamentos no interesse de misses. Meu corao estava em misses e eu amava o trabalho. Tive a alegria de ver um bom nmero de nossos estudantes e outros responderem ao chamado missionrio e depois envi-los para campos de trabalho. Sentia-me completamente satisfeito e, aparentemente, havia encontrado o meu nicho na vida e na obra do Senhor.

    Mas por que, ento sa?

    Primeiro me esforarei em alistar as razes principais, depois detalharei uma a uma. Contudo, ser impossvel considerar cada razo plenamente no escopo deste testemunho.

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    DEIXEI O MOVIMENTO DE LNGUAS EM RAZO: 1. De sinceras convices com respeito suas doutrinas, nfases e prticas. 2. De uma base bblica defeituosa para sua doutrina do Esprito Santo. 3. De uma exagerada nfase sobre um dom do Esprito Santo. 4. De uma deficincia de nfase de outras doutrinas. 5. De sua orientao experincia. 6. Do solapamento da personalidade do Esprito Santo. 7. Do orgulho espiritual e desunio produzida por sua doutrina. 8. Do ensino de que o falar em lnguas um sinal de espiritualidade, e mesmo de salvao. 9. Da busca por sinais, em vez de f. 10. De atividades questionveis praticadas ou toleradas. 11. Do temor de questionar as chamadas atividades do Esprito Santo. 12. Do ponto de vista de que a igreja corntia era uma igreja modelar. 13. Do perigo de reivindicar revelao extra-bblica. 14. Dos excessos e prticas enganosas toleradas em campanhas de cura divina. 15. Da tendncia devoo cega e inquestionvel a lderes populares. 16. Da possibilidade de que o Movimento Carismtico seja instrumentalidade em produzir a profetizada igreja ecumnica dos ltimos dias. 17. De sua distoro da verdadeira vida plena do Esprito.

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    RAZO 1:

    SINCERAS CONVICES CONCERNENTES SUAS DOUTRINAS, NFASES, E PRTICAS

    Como eu disse antes, sentia-me contente e feliz em meu trabalho e posio no Movimento, sentia-me em casa na comunho em que cresci, era aceito e apreciado, sem ter qualquer pensamento de deix-lo em absoluto. Mas, conforme lecionava minhas aulas na Escola Bblica, e era confrontado com perguntas srias e difceis de estudantes inquiridores, fui conduzido a um estudo mais profundo das Escrituras. Gradualmente tornei-me cnscio de srias deficincias e discrepncias em nossas doutrinas, nfases e prticas. Eu discutia algumas dessas questes perturbadoras com alguns de nossos irmos que tambm questionavam certas coisas. Alguns tambm finalmente abandonaram o Movimento, mas outros sem dvida sentiram que o preo de sair seria muito elevado. E foi um preo elevado, como descobri mais tarde. Eu no tinha quaisquer motivos ulteriores para sair, posso lhes assegurar!

    Os fundamentalistas e pessoas que no se ligam a lnguas no se dispunham a aceitar-nos de braos abertos! Eu no tinha nenhum chamado de igrejas para pastorear nem posies eclesisticas rendosas. Pelo contrrio, estivemos numa espcie de terra-de-ningum por cerca de sete anos. Deixamos o pessoal de lnguas, sendo considerados por alguns como traidores, e o pessoal no ligado a lnguas no parecia seguro de que nos desejavam ou podiam confiar em ns. Foi um perodo muito solitrio, pois naqueles dias (1950) o abismo entre os fundamentalistas e os pentecostais era muito largo. Hoje, em muitas igrejas e denominaes, no h praticamente abismo nenhum, com resultante confuso doutrinria e falta de um claro ensino sobre a doutrina do Esprito Santo.

    O DILEMA

    Por fim confrontei-me com um problema: Podia eu ensinar algo que minha denominao sustentava, mas que eu chegara a ver no estar em harmonia com as Escrituras? Poderia ensinar algo como verdade e desorientar aqueles estudantes confiantes, quando eu prprio no cria naquilo?

    Por fim eu tive que tomar uma deciso. Que direo tomaria? No podia ensinar algo em que no cria. No podia enganar outros. Ensinar algo que agora via nas Escrituras ser contrrio s doutrinas da denominao seria muito anti-tico. E, alm disso, o pensamento da prestao de contas diante de Tribunal de Cristo tinha que ser levado em conta. Eu

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    no podia prosseguir.

    No encerramento do ano escolar minha esposa e eu deixamos a escola, minha posio de missionrio-secretrio, e a denominao da forma mais serena como pudemos. Nosso objetivo no era causar problemas, nem prejudicar ou causar dano, mas sair e encontrar uma comunho onde pudssemos servir, ensinar e pregar o que estvamos comeando a ver nas Escrituras, e desligar-nos dos mtodos e prticas que agora sentamos ser antibblicos. Deus nos deu a graa de faz-lo desse modo, e somos-Lhe gratos por isso! Muita coisa altamente anti-tica era feito e est sendo feito em nome de Cristo hoje. Isso no devia ser assim!

    Muitos descrentes revelam maior tica do que alguns cristos! uma vergonha! Se um cristo no concorda com as doutrinas de sua igreja, no deve assumir o papel de solapar essa igreja ensinando coisas contrrias de modo disfarado. Se no puder faz-lo, ento, creio, ele (ou ela) deve ser suficientemente tico para sair sem alarde e encontrar uma comunho em que se ajuste. Mas no dividamos igrejas!

    Neste ponto gostaria de dizer algo sobre divisionismo que caracterstico de alguns carismticos. Por que empenhar-se em assumir a posse ou dividir igrejas, tudo em nome do Senhor, mas no para a glria do Senhor? Quanta dor de corao, luta e ira gerada nessas tentativas que deviam ter o objetivo de acarretar um resultado espiritual, quando na verdade o resultado de fato frequentemente carnalidade corntia e tragdia.

    A admoestao de Efsios 4:3 ainda tem fora para hoje: Procurando guardar a unidade do Esprito pelo vnculo da paz.

    Quase qualquer um pode perturbar, despedaar ou dividir uma igreja, o que geralmente no difcil de se conseguir, mas a verdadeira operao do Esprito Santo que a mantm unida. E voc, cristo, tem a responsabilidade bblica de trabalhar pela unidade e harmonia da igreja! Voc est trabalhando nisso?

    Recentemente estive numa igreja que se achava quase dividida ao meio dada a introduo de ensinos carismticos, com as resultantes faces e disputa. Foi de partir o corao ver a diviso e devastao causadas, no pelo Esprito Santo, pois Ele no atua pela diviso e luta, mas o rompimento foi resultado da obra de nosso inimigo, Satans!

    Por outro lado, um cristo no ligado a lnguas que freqente uma igreja que promova lnguas precisa ser tico tambm! Se no puder concordar, que v para outra parte em lugar de suscitar disputa dentro da igreja. Digo, pois, irmos, sejamos cuidadosos e ticos! Deus ter a cada um de

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    ns responsvel se destrumos, dividimos ou causamos desunio na igreja. uma questo perigosa mutilar a Noiva de Cristo! Tomem cuidado! Quem ousa pr as mos sobre o corpo de Cristo--a Igreja? (logicamente, estou aqui me referindo a uma igreja que verdadeiramente cr na Bblia). Creio que haver sria chamada para prestao de contas no Tribunal de Cristo nesse sentido. Novamente, sejamos cuidadosos e ticos!

    Quando deixamos o Movimento de Lnguas, eu havia proferido esta orao: Senhor, no permite que eu me torne amargo contra meus irmos! Eu sabia que a tendncia natural seria reagir quando fosse acusado de motivos inconfessveis ou de negar o Esprito Santo ou outras acusaes desagradveis. Mas agradeo ao Senhor por Ele ter to maravilhosamente respondido essa orao! luz do Tribunal de Cristo sou grato de que o Esprito Santo ps essa orao em meu corao.

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    RAZO 2:

    FALTA DE BASE BBLICA PARA SUA DOUTRINA DO ESPRITO SANTO

    O pessoal de lnguas edifica sua doutrina do Esprito Santo em grande parte no livro de Atos e em 1 Corntios captulos 12-14. A nfase recai sobre Atos e me recordo de meu prprio ministrio baseado nesse livro, no qual eu formulava doutrina sem reconhecer que se tratava de um livro histrico, um registro do incio da Igreja, e no basicamente um livro de doutrina, como so as Epstolas.

    Meu primeiro ponto, ento, neste tpico :

    FORMULANDO A DOUTRINA NO LIVRO DE ATOS

    No estudo do livro de Atos o estudante cuidadoso deve reconhecer vrias caractersticas importantes do livro. A menos que o faa pode terminar com doutrinas estranhas, peculiares e errneas, o que, de fato, muitos tm feito.

    Considerem comigo as quatro caractersticas seguintes de Atos que denominei Chaves Para um Apropriado Entendimento do Livro de Atos:

    1. Trata-se basicamente de um livro histrico, no um livro doutrinrio como as Epstolas.

    2. um livro que registra a transio do Velho para o Novo Testamento, da Era da Lei para a Era da Graa--a Era da Igreja.

    3. um livro que registra os incio da Igreja.

    4. um livro que primariamente se centraliza em torno dos apstolo de Cristo-- de fato os Atos dos Apstolos.

    Meus comentrios sobre cada uma dessas quatro chaves devem necessariamente ser breves aqui.

    Contudo, os que desejem um estudo ampliado podem solicitar um jogo de fitas intitulado The Four Group Recepes of the Holy Spirit in the Book of Atos. [No traduzido]

    CHAVE 1: ATOS , BASICAMENTE, UM LIVRO HISTRICO, E NO DOUTRINRIO.

    Por outro lado, as Epstolas foram escritas primariamente para revelar e ensinar a doutrina da Igreja. perigoso, portanto, comear a formular

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    nossas doutrinas sobre ocorrncias histricas em Atos porque a) h uma possibilidade muito real de que interpretemos mal as ocorrncias registradas. Obviamente, isso que, exatamente, est sendo feito, pois temos tantas diferentes interpretaes, todas derivadas do mesmo livro de Atos; b) Em vista de que Atos um livro de transio e dos incios da Igreja, a plena revelao da verdade da Igreja ainda no est ali registrada ou revelada. Isso se d nas Epstolas.

    Nas Epstolas temos o desabrochar pleno da revelao do Novo Testamento ou da verdade da Igreja. Que isso assim , permitam-me recordar uma declarao muitas vezes repetida por Paulo, eis que vos digo um mistrio. O que ele quis dizer por mistrio?

    Obvimente, era uma verdade neotestamentria no revelada mesmo em Atos, mas que estava sendo revelada nas Epstolas. Ver 1 Corntios 15:51-52; Efsios 3:1-6, etc. Devemos ser muito cuidadosos, ento, para considerar os eventos no livro de Atos sob a luz plena das Epstolas para guiar-nos na formulao de nossas doutrinas.

    CHAVE 2: ATOS UM REGISTRO DA TRANSIO DO VELHO PARA O NOVO TESTAMENTO, DA ERA DA LEI PARA A ERA DA IGREJA.

    A menos que este fato seja reconhecido, atramos a possibilidade de interpretao errada. Quando eu ensino o livro de Atos, geralmente sugiro sete razes porque deve ser considerado um livro de transio. Permitam-me assinalar duas ou trs razes aqui brevemente apresentando as seguintes perguntas:

    Primeiro, deve um crente na Era da Igreja ser batizado antes ou depois de receber o Esprito Santo? Em Atos 8:12-17 e 19:5-6 lemos que eles foram batizados antes de terem recebido o Esprito Santo. Mas em Atos 10:44-48 foram batizados depois. Ambas as prticas esto registradas em Atos. Qual a correta?

    Em segundo lugar, deve um crente ser batizado nas guas mais de uma vez? Em Atos 19:3-5 lemos que os doze homens em feso que j haviam sido batizados foram rebatizados sob o ministrio de Paulo. Por qu? Deve ser essa a prtica normal ao longo da Era Crist? Ou devemos aqui reconhecer uma transio--de crentes do Velho Testamento adentrando a Era Crist, vindo para a Igreja? Ao lermos Atos 19:1-7 cuidadosamente, descobrimos que aqueles doze homens foram discpulos de Joo Batista na sua transio de passagem a integrar a Igreja.

    Paulo reconhece a transio, ou, doutro modo, por que ele os batizou novamente? No teria sido porque reconheceu que o primeiro batismo deles nas guas no foi um batismo vlido para crentes na Era Crist,

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    para cristos?

    CHAVE 3: ATOS UM REGISTRO DOS PRIMRDIOS DA IGREJA

    Considerem isto: Primeiro, Deus estava introduzindo um novo plano e programa, e formando uma nova corporao, a Igreja, que no existia no Velho Testamento mas teve seu incio em Atos.

    O que ocorreu no Pentecostes (Atos 2), Samaria (Atos 8), Cesaria (Atos 10), e feso (Atos 19), no um avano na velha corporao, ou seja, o corpo de crentes veterotestamentrios, mas, o comeo da nova corporao, a Igreja.

    Em segundo lugar, eventos inaugurais geralmente so singulares, ocorrncias que se do uma s vez e no so necessariamente repetidos depois. Tal como o incio da Era da Lei no Monte Sinai (xo. 9:16-18), houve alguns eventos incomuns que no se repetiram novamente, de modo que podemos esperar que certos eventos singulares e incomuns que ocorreram no incio da Era da Igreja, no deviam ser duplicados ao longo de toda a Era da Igreja.

    Em terceiro lugar, eventos que se passaram na inaugurao da Igreja no tm necessariamente que ser adotados como padro permanente para o ministrio do Esprito Santo ao longo da Era da Igreja.

    CHAVE 4: ATOS UM LIVRO QUE SE CENTRALIZA PRIMARIAMENTE SOBRE OS APSTOLOS DE CRISTO.

    Notem o ttulo, Os Atos dos Apstolos.

    Nele, o Esprito Santo descreve a proeminncia, a importncia, e a autoridade daqueles homens que foram especialmente escolhidos pelo Senhor para pessoalmente O representarem na obra de completar o estabelecimento dos alicerces da Igreja. Isso claramente expresso em Efsios 2:20: Edificados sobre o fundamento dos apstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo a principal pedra da esquina.

    O Senhor Jesus havia comeado a fundao da Igreja, mas deixou a obra de completar essa tarefa queles homens escolhidos aos quais concedeu, no somente grande responsabilidade, mas tambm grande autoridade e poder.

    Aos apstolos, e queles a quem esses autorizaram, foram dadas credenciais, sinais confirmadores, os mesmos sinais confirmadores que o prprio Cristo teve, para capacit-los a completarem a fundao da Igreja que, logicamente, tem que ver com o seu princpio. Ou seja, sobre isso que Paulo est falando em 2 Corntios 12:12: Os sinais do

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    meu apostolado foram manifestados entre vs com toda a pacincia, por sinais, prodgios e maravilhas. Ver tambm Hebreus 2:3-4: Como escaparemos ns, se no atentarmos para uma to grande salvao, a qual, comeando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando tambm Deus com eles, por sinais, e milagres, e vrias maravilhas e dons do Esprito Santo, distribudos por sua vontade?

    PERGUNTA: Se todo cristo deve realizar sinais, prodgios, atos poderosos, ento onde e quais so os sinais de um apstolo sobre que Paulo est falando? Portanto, percebam: sinais especiais credenciadores foram concedidos aos apstolos para estabelecer os fundamentos da Igreja. Esses sinais, prodgios, atos poderosos visavam aos incios ou inaugurao da Igreja e no a serem o padro normal ao longo de sua histria. Contudo, muitos esto se empenhando em duplicar essas coisas hoje, as coisas que pertenciam aos apstolos e aos primrdios da Igreja.

    Ao concluir esta seo, permitam-me repetir que devemos ser cuidadosos quanto ao estabelecimento de nossas doutrinas em Atos porque um livro histrico e no basicamente um livro de doutrinas. Devemos reconhecer o seu carter transicional e tambm que se trata do registro dos primrdios da Igreja no que Deus empregou apstolos especialmente escolhidos e habilitados para completarem a fundao da Igreja. Portanto, devamos entender os eventos registrados em Atos luz do desabrochar pleno da revelao divina como nos foi dada nas epstolas doutrinais. Para uma considerao de 1 Corntios 12-14, tecerei comentrios sob a RAZO12 mais adiante nestes estudos.

    O ENSINO DA EXPERINCIA EM DOIS ESTGIOS

    Outro erro doutrinrio, como agora percebo, geralmente admitido pelo pessoal de lnguas, e isso tambm em grande medida baseado em Atos, sobre a experincia em dois estgios. Ou seja, que num ponto A do tempo voc foi salvo, e da, num ponto B, mais cedo ou mais tarde, se jamais se der, voc experimenta o batismo do Esprito Santo, falando em lnguas como evidncia. Esse ponto de vista deixa de levar em conta o seguinte:

    1. No Velho Testamento, os crentes no recebiam o Esprito Santo e no eram por Ele imbudos como ns cristos agora na Era da Igreja (1 Cor. 6:19- 20). Os crentes do Velho Testamento que entravam na Igreja em Atos no estavam experimentando uma segunda bno, mas, de fato uma primeira, no que concerne Igreja ou ao Corpo de Cristo. No estavam avanando no velho Corpo, mas entrando num novo Corpo, a

  • 16

    Igreja.

    2. A experincia de salvao normal da Era da Igreja envolve o recebimento do Esprito Santo no momento em que se cr em Cristo, e at que tenha recebido o Esprito Santo a pessoa no pertence a Cristo e a Seu Corpo (Rm 8:9).

    3. As recepes do Esprito Santo dos quatro grupos, registradas em Atos (captulos 2, 8, 10, e 19) envolvem a experincia de recebimento do Esprito Santo na Era da Igreja para nela habitar e no crente individual, e no uma segunda, pois antes do Pentecostes, o Esprito Santo no havia sido dado ainda (ver Joo 7:37-39).

    Ns [na igreja pentecostal] nos empenhvamos em apoiar esse ensinos da experincia em dois estgios do livro de Atos. Contudo, um estudo detido de Atos demonstrar que esse ponto de vista errado. Novamente, o tempo no me permite aqui entrar em detalhes, mas farei referncia a uma passagem-chave que empregam costumeiramente, e que eu prprio empregava para provar esse ensino da experincia em dois estgios.

    Atos 19:1-7. Por favor, tomem tempo para ler esta poro bblica antes de prosseguir:

    E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regies superiores, chegou a feso; e achando ali alguns discpulos, disse-lhes: Recebestes vs j o Esprito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Ns nem ainda ouvimos que haja Esprito Santo. Perguntou-lhes, ento: Em que sois batizados ento? E eles disseram: No batismo de Joo. Mas Paulo disse: Certamente Joo batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que aps ele havia de vir, isto , em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mos, veio sobre eles o Esprito Santo; e falavam lnguas, e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze homens.

    PERGUNTA: Esses homens haviam sido salvos no sentido neotestamentrio normal da palavra antes que Paulo os tivesse encontrado, e agora, sob o ministrio de Paulo, estariam experimentando uma segunda bno, um batismo ou recebimento do Esprito Santo?

    Ou foi esse um primeiro encontro com o prometido Consolador, o Esprito Santo?

    Por favor, considerem isto:

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    1. Esses homens eram discpulos de Joo Batista (versos 3-4) e estavam saindo do Velho Testamento, entrando na Era da Igreja.

    Lembrem-se que os crentes do Velho Testamento no receberam o Esprito Santo. Assim, esses homens, conquanto crentes no que concerne ao ministrio de Joo Batista, no tinham ainda recebido o prometido Consolador (Joo 14:16-18), e indicaram isto no verso dois quando disseram: Ns nem ainda ouvimos que haja Esprito Santo. Esta certamente no linguagem de nenhum cristo neotestamentrio! Obviamente eles no tinham informao da vinda do Esprito Santo no Pentecostes, etc.

    2. Notem a avaliao de Paulo de sua condio espiritual.

    Ele aparentemente sentiu alguma falta nesses discpulos, da que fez a pergunta:

    Recebestes vs j o Esprito Santo quando crestes? O termo grego aqui no indica um lapso de tempo entre o crer e o receber. Mas com esta pergunta, Paulo est sondando se eles eram crentes neotestamentrios que haviam recebido o Esprito Santo ou se ainda eram santos veterotestamentrios mal informados. por isso que Paulo lhes respondeu como fez no verso 4:

    Joo batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que aps ele havia de vir, isto , em Jesus Cristo.

    Como podem ver, eles ainda estavam do outro lado da cruz e do Pentecostes em sua experincia. E, ademais, Paulo reconheceu este fato permitindo-lhes serem agora batizados como cristos na Era da Igreja.

    Dizer, portanto, que esses homens eram salvos antes de seu encontro com Paulo e depois receberam o Esprito Santo aqui como uma segunda bno est longe de ser a verdade. Tenho um folheto publicado pela Gospel Publishing House, Springfield, Missouri, EUA, que contm esta declarao: Os doze homens em feso eram pessoas salvas--discpulos--mas no tinham recebido o Esprito Santo.

    Que concluso equivocada! Contudo, tenho de admitir que eu prprio outrora pregava dessa maneira.

    Uma PERGUNTA final: Se esses homens fossem cristos salvos antes de se terem encontrado com Paulo, e no tinham ainda recebido o Esprito Santo, luz do ensino da Epstola, como encontramos em Romanos 8:9: Vs, porm, no estais na carne, mas no Esprito, se que o Esprito de

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    Deus habita em vs. Mas, se algum no tem o Esprito de Cristo, esse tal no dele, onde ento se situavam eles espiritualmente?

    Obviamente, ento, esse dcimo nono captulo de Atos no pode ser usado honestamente como prova do ensino de uma experincia de segunda bno como algo a ser normal para a Era da Igreja.

    O ENSINO DE QUE O BATISMO E O RECEBIMENTO DO ESPRITO SANTO SO SINNIMOS

    Outro ensino em que a maioria do pessoal de lnguas erra de que o batismo e o recebimento ou a obteno da plenitude do Esprito so uma coisa s e a mesma. Mas esses so dois ministrios do Esprito Santo diferentes e separados. O que se segue de uma brochura promocional de uma igreja pentecostal que vi na Colmbia Britnica (Canad) em 1978: O batismo no Esprito Santo tambm chamado por outras frases sugestivas--Repleto com o Esprito Santo, o dom do Esprito foi derramado, a Promessa do Pai, O Esprito Santo veio sobre eles, Dotao do alto. Essa falha em distinguir entre batismo e plenitude, bem como entre outros ministrios e as atividades do Esprito Santo tem resultado em muita confuso. O batismo do Esprito referido em 1 Corntios 12:13 como colocando-nos no Corpo de Cristo--a Igreja. Ali lemos: Pois em um s Esprito todos ns fomos batizados em um corpo. Este um evento nico que no se repetiria e tem lugar na converso. Mas o enchimento com o Esprito Santo no um evento singular, antes pode repetir-se vez aps vez. Ver Atos 4:8, onde se diz que Pedro cheio com o Esprito Santo conquanto fosse cheio do Esprito no Pentecostes em Atos 2. Em Atos 4:31 vemos todo o grupo da Igreja novamente sendo cheio.

    Esse enchimento do Esprito Santo referido em Efsios 5:18, onde nos dito: E no vos embriagueis com vinho, em que h contenda, mas enchei-vos do Esprito. Eruditos do grego nos informam que a frase ser cheio do Esprito Santo de fato significa estai constantemente sob o controle do Esprito. O enchimento ou plenitude, pois, no apenas uma experincia de somente uma vez na vida, mas uma vida diria constantemente submetida ao controle do Esprito Santo, de modo que as palavras cheio ou plenitude assumam o sentido de pleno controle pelo Esprito Santo.

    Por outro lado, o batismo uma insero nica no Corpo de Cristo, para no ser repetida. No podemos dizer que esses dois ministrios do Esprito Santo sejam idnticos. Uma pessoa pode ser batizada com o Esprito, mas no ser cheia; contudo, no pode ser cheia sem ser batizada com o Esprito.

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    Algumas pessoas do Movimento de Lnguas tambm ensinam que h dois batismos no Esprito, um em Cristo, por ocasio da converso, e um segundo no Esprito Santo como uma experincia subseqente. Esse ensino, entretanto, est em direta contradio com a clara afirmativa de Paulo de que h somente um batismo no Esprito--Efsios 4:5.

    Considerem tambm o seguinte:

    1. Em parte alguma no Novo Testamento lemos de qualquer cristo experimentando o batismo no Esprito mais de uma vez, mas com respeito plenitude--sim! Em outras palavras, o batismo no repetvel, mas sim sua plenitude.

    2. No h ordem em parte alguma nas Epstolas de que os cristos devam buscar o batismo, mas h para a plenitude (Ef 5:18).

    3. Se o batismo uma experincia subseqente converso e to importante como o pessoal de lnguas insiste em que seja, ento no parece estranho que no haja referncia em parte alguma nas Epstolas para se buscar o batismo?

    Outro ensino do pessoal de lnguas deve ser mencionado aqui antes de deixarmos esta seo, e trata-se do falar em lnguas como EVIDNCIA INICIAL do batismo do Esprito Santo.

    Observem a frase evidncia inicial. Eles ensinam que todos os cristos devem experimentar a experincia da segunda bno do batismo ou enchimento com a evidncia acompanhante de falar em lnguas. Mas isto no se ajusta pergunta de Paulo, Falam todos em outras lnguas? em 1 Corntios 12:30, onde a resposta obviamente , No. Para contornarem isso tm que inverter o ensino da evidncia inicial que mais uma vez baseia-se numa interpretao questionvel de eventos no livro de Atos e inteiramente sem apoio das Epstolas.

    No h uma clara referncia na Escritura sobre a qual possam edificar esse ensino particular. Contudo, to bsico para todo o seu sistema de crena e prtica.

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    RAZO 3:

    UMA EXAGERADA NFASE SOBRE UM DOM DO ESPRITO SANTO

    J observaram como ns humanos temos a tendncia de ir a extremos? Isso especialmente verdadeiro em questes religiosas. Observem como algumas doutrinas ou ensinos em particular so realados ou exaltados acima de outras doutrinas importantes. E muitas vezes o prprio nome denominacional indica isto. Tomem o nome Adventistas do Stimo Dia. Esse nome fala do que esto realando e consideram mais importante, o stimo dia (sbado) e o advento (retorno de Cristo). Essas so suas posies peculiares e tornaram-se a razo para sua existncia como denominao, em primeiro lugar. Vejam outros nomes tambm: Igreja da Santidade, Igreja Triunfante da Chuva Serdia, Igreja Batista Sinais e Maravilhas, Igreja do Evangelho Pleno, Igreja Pentecostal, Igreja do Avivamento Bblico, etc. Algumas dessas igrejas tornam pblico por seus ttulos quais so suas doutrinas peculiares e quais, na sua avaliao, so as doutrinas e prticas mais importantes. Enfim, foi como suas denominaes tiveram incio.

    Essa nfase excessiva explica em parte, pelo menos, a existncia de tantas denominaes hoje. O pessoal pentecostal tem exaltado um dom nico do Esprito, qual seja, o dom de lnguas, acima de todos os outros dons e fora de toda proporo. Eles o tm exaltado num extremo no-escriturstico. Em minha opinio, esto cometendo o mesmo erro que Ellen G. White, do adventismo do 7o. dia, cometeu. Ela alegava ter tido uma viso em que o quarto mandamento (o do sbado) destacava-se acima dos demais nove, e estava circundado por um halo luminoso. Disso concluiu que ela e sua denominao deviam reconhecer a observncia do sbado como a mensagem e doutrina de mxima importncia para a sua igreja. E nisso que situam a sua nfase. Para muitos pentecostais-carismticos, o falar em lnguas tornou-se o que a observncia do sbado representa para os adventistas do stimo dia!

    Notem esta expresso de extremismo no seguinte texto:

    O FALAR EM LNGUAS, SEGUNDO ELES, A EVIDNCIA DO BATISMO OU PLENITUDE DO ESPRITO SANTO

    Este o ponto de vista mantido por muitos no Movimento de Lnguas, mas nem todos o adotam igualmente. Eu tive formao de crer nisso e o preguei.

    Mas tal posio, descobri por meu estudo e observao, insustentvel. Por qu?

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    1. Se o falar em lnguas A evidncia, ento todas as outras evidncias--tal como o testemunhar para Deus (Atos 4:31), e a vida de semelhana a Cristo, e o fruto do Esprito (Gl 5:22-23)--perdem importncia.

    2. Uma vez que obviamente o falar em lnguas pode ser imitado, e , pelos pagos, espritas, etc., torna-se uma evidncia questionvel. O engano e contrafao podem introduzir-se. Tal pensamento por si s devia fazer-nos questionar seriamente tal ensino.

    Isto precisamente o que me ocorreu enquanto ainda estava no Movimento de Lnguas. Como um Secretrio-Missionrio denominacional estava visitando e ministrando em nossas igrejas em Ontrio certo vero. Enquanto me encontrava numa dessas igrejas, o pastor consultou-me quanto possibilidade de ele e sua famlia irem para a Jamaica como missionrios. Levei sua folha de solicitao para nossa sede em Saskatoon, Saskatchewan [na regio cento-oeste do Canad], onde os apresentei a nosso Conclio Missionrio.

    Finalmente essa famlia foi enviada para a Jamaica. No muito depois da chegada deles l, recebi uma carta desse irmo. Parte dessa carta assim reza:

    Por toda a Jamaica h uma classe de pessoas conhecidas como Pocomania. Essa palavra significa meio-louco. Eles crem em toda forma de supersties e praticam toda espcie de maldade. Sendo que so em geral muito pobres, geralmente tm seus cultos ao ar livre. bastante comum ver grupos dessas pessoas tocando tambores e cantando nas ruas e ao longo das estradas. No ltimo domingo noite vi cinco grandes grupos em cerca do mesmo nmero de quarteires. Com freqncia se podem ouvir seus tambores at tarde da noite. Eles falam em lnguas e cantam nossos corinhos, e pelo fato de que isso traz grande oprbrio sobre o verdadeiro Evangelho, torna a pregao do Evangelho difcil.

    Fiquei chocado, particularmente com a declarao, eles falam em lnguas. Por toda minha vida foi-me ensinado, e eu mesmo ensinava, que o falar em lnguas A evidncia do batismo do Esprito Santo, que todo o fenmeno de falar em lnguas procedia de Deus, e agora era informado de que os pagos tambm falam em lnguas! O que era isso? No fosse o caso de que eu conhecia o missionrio pessoalmente, possvel que nem acreditasse nele. Mas aqui estava um de nossos prprios homens dizendo-me isso! Tal fato realmente levou-me a pensar e investigar, somente para descobrir que muitos no-cristos tambm

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    falam em lnguas--feiticeiros pagos, espritas, mrmons, uma ala de muulmanos, etc.

    Certa vez falei numa igreja missionria em Alix, Alberta. Durante a mensagem mencionei o incidente acima do que se passa na Jamaica. Quando conclu minha mensagem, um jovem das Ilhas Cook [perto da Nova Zelndia], que estava presente na reunio aquela noite, levantou-se e publicamente confirmou o que eu havia dito, de que os pagos falam em lnguas na sua ilha.

    Desse modo, o ensino de que o falar em lnguas A evidncia do batismo do Esprito Santo abre as portas para a possibilidade de lnguas falsas ou imitaes serem aceitas como evidncia genuna da plenitude do Esprito Santo. Por outro lado, que melhor evidncia h do que uma vida transformada, um viver semelhante a Cristo que se demonstra mediante o fruto do Esprito sendo manifesto: Mas o fruto do Esprito : amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, f, mansido, temperana. Contra estas coisas no h lei. (Gl 5:22-23)? Isso difcil de imitar ou contrafazer!

    Tambm me recordo da excitao de algumas pessoas do Movimento de Lnguas que visitaram o Templo Mrmon na Cidade do Lago Salgado, Utah [EUA]. Contaram-me que haviam descoberto que os mrmons tambm falam em lnguas, e voltaram com a impresso de que deve haver uma ntima relao entre eles, algum tipo de parentesco espiritual! Aparentemente, se somente eles falassem em lnguas, ento alguma doutrina falsa pode ser relevada! E onde hoje jaz o grande perigo. O moderno (novo) Movimento Carismtico admite que h faladores de lnguas que no revelam um novo nascimento ou arrependimento como os conhecemos e a Bblia ensina.

    TAMBM, AO PESQUISAR AS ESCRITURAS, VI QUE O DESTAQUE QUE DVAMOS AO DOM DE LNGUAS ERA ANTIBBLICO

    Camos no mesmo erro em que incorreram os corntios. Foi para corrigi-los que Paulo escreveu sua primeira epstola. Ele no escreveu para incentiv-los a fazer maior uso do dom de lnguas, mas, em vez disso, para corrigi-los no seu exagero e abuso desse dom. O dom de lnguas claramente um dos menores dons. Na primeira lista de dons em 1 Corntios 12:8-10, tal dom, com o seu dom-irmo de interpretao de lnguas, o ltimo na ordem. Isto tambm verdade na segunda lista no mesmo captulo, 1 Corntios 12:28, onde novamente aparece em ltimo na lista. Alm disso, nas outras duas principais listas dos dons nas epstolas--Efsios 4:11 e Romanos 12:6-8--o dom de lnguas nem mencionado. Isso nos devia dizer algo sobre a importncia relativa desse

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    dom.

    Da notem a avaliao de Paulo quanto importncia do dom de lnguas em 1 Corntios 14:5,6:

    E eu quero que todos vs faleis em lnguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza maior do que o que fala em lnguas, a no ser que tambm interprete para que a igreja receba edificao. E agora, irmos, se eu for ter convosco falando em lnguas, que vos aproveitaria se no vos falasse ou por meio da revelao, ou da cincia, ou da profecia, ou da doutrina?

    E em 1 Corntios 14:19-20:

    Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha prpria inteligncia, para que possa tambm instruir os outros, do que dez mil palavras em lngua desconhecida. Irmos, no sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malcia, e adultos no entendimento.

    Poderamos acrescentar uma referncia mais aqui--1 Corntios 13:1:

    Ainda que eu falasse as lnguas dos homens e dos anjos, e no tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

    Obviamente estas passagens ensinam que o dom de lnguas no o mais destacado dos dons, como os corntios erroneamente pensavam (tal como fazem muitos hoje). Foi devido a imaturidade dos corntios em entender isso que Paulo acrescentou o verso 20 de 1 Corntios 14 ao verso 19: Irmos, no sejais meninos no juzo... Em outras palavras, ele est dizendo que devem crescer e amadurecer. Com efeito, est dizendo: No continuem em sua forma infantil de pensamento. Vejam 1 Corntios 3:1, 2, onde ele os chama de bebs espirituais. Ele est dizendo, No permaneam num estado de incompreenso do propsito de Deus por conceder o dom de lnguas, mas, ao contrrio, cream, amaduream! Ele apela a que tenham pensamento maduro e correto, no a preocupao infantil com um dos menores dons.

    Um carismtico que incentivava todos a buscarem a experincia de lnguas foi confrontado com o fato de que alguns que tinham experimentado lnguas no demonstravam quaisquer mudanas bsicas em seu estilo de vida, mas ainda estavam envolvidos em prticas pecaminosas. Ele respondeu: Bem, se as lnguas no endireitarem suas vidas, eu no sei o que o far. Este um exemplo de exaltar um dom menor situando-o em posio de suprema importncia, o que inteiramente antibblico. Sejamos cuidadosos e estudemos com orao

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    as Escrituras, evitando tais erros e extremos que no glorificam a Cristo!

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    RAZO 4:

    UMA FALTA DE NFASE NAS OUTRAS DOUTRINAS, PARTICULARMENTE A OBRA DE CRISTO NA CRUZ

    A excessiva nfase que atribuamos a lnguas resultou numa reduzida nfase de outras importantes doutrinas. Isso era especialmente verdadeiro com respeito mensagem principal e central da Igreja--a pregao do simples e bsico Evangelho de Jesus Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreio (1 Co 15:1-4).

    PERGUNTA 1: Existe qualquer doutrina ou mensagem que a Igreja deve destacar acima das outras?

    PERGUNTA 2: Existe perigo de tornar-nos desequilibrados, pendendo para um lado?

    Creio que a resposta a ambas as perguntas um definido Sim! Isso se torna claro quando estudamos as epstolas aos corntios. Em sua excessiva nfase sobre lnguas deixam de atribuir ao simples Evangelho de Cristo o lugar de suprema importncia que devia ocupar na Igreja. como especializar-se em minudncias. Tornam-se unilaterais em doutrina e, conseqentemente, em prtica. Este um constante perigo para as igrejas, mesmo em nossos dias. Temos que estar constantemente em guarda para que no alcancemos extremos antibblicos.

    Por exemplo, permitam-me contar-lhes o que um irmo cristo me narrou recentemente sobre um encontro que teve com um crente nas lnguas. Esse homem disse ao meu amigo: Irmo, voc j falou em lnguas? Meu amigo respondeu No. Diante disso [o carismtico] disse-lhe: Bem, ento voc no tem nada!

    Enquanto eu, quando um jovem pregador, estava ministrando no Movimento de Lnguas, fui informado um dia de que os lderes de nossa denominao estavam criticando minha pregao. Diziam que eu estava pregando em demasia sobre a cruz e no mencionando lnguas o suficiente! Isso me perturbou grandemente! Eu realmente desejava a aprovao de nossos pastores e desejava fazer o que era certo. Como vem, cresci sob o ministrio de um pastor dedicado que conhecia o Evangelho e o realava. Ele amava e ensinava o livro de Romanos e assinalava a importncia da cruz de Jesus Cristo e a justificao pela f. Agora, era-me dito para mudar minha nfase no ministrio. O que eu devia fazer?

    Uma vez mais, recorri s Escrituras. A igreja corntia era a grande igreja

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    do dom de lnguas, de modo que comecei a ler e estudar sobre a nfase quanto a lnguas. E conforme eu lia, descobria que, conquanto eu me achasse fora de compasso com a igreja corntia, eu realmente no estava fora de compasso com Paulo. Li no captulo 1 de 1 Corntios, versos como o 18 e 23:

    Ns pregamos a Cristo crucificado, escndalo para os judeus, loucura para os gentios.

    E o verso 24 prossegue: Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

    E da, quando cheguei ao captulo 2, verso 2, li estas palavras de Paulo igreja de Corinto:

    Porque decidi nada saber entre vs, seno a Jesus Cristo, e este crucificado.

    Senti-me grandemente aliviado e encorajado. Eu podia estar fora de compasso com meus lderes denominacionais, mas estava em compasso com Paulo! Eu me encontrava em boa companhia! Pois obviamente Paulo estava lidando com o mesmo problema que eu estava defrontando.

    Notaram onde Paulo coloca sua nfase? Sim, ele estava determinado a que nada, nem mesmo as lnguas, tomassem o lugar da mensagem todo-importante da cruz--o simples, porm poderoso Evangelho de Cristo!

    Agora, por favor, observem as palavras entre vs (1 Cor. 2:2). Paulo estava escrevendo isto grande igreja faladora de lnguas de seus dias. (Incidentalmente, o falar em lnguas no mencionado como ocorrncia de qualquer das demais igrejas a que as epstolas foram escritas). Paulo, se estivesse em busca de popularidade e em sintonia com os corntios, devia ter mencionado a cruz mais as lnguas (talvez ele pudesse cham-lo de Evangelho Pleno), contudo no o fez! Para Paulo, a pregao da cruz era de mxima importncia, e nada devia desvi-lo disso. Mas ao faz-lo, ele se tornou um dos pregadores mais impopulares para a igreja corntia. Creio que sei um pouco como isso tambm--Ele prega a cruz em demasia, e no menciona lnguas suficientemente!

    Em sua segunda carta aos Corntios, captulo 11, versos 3-7, Paulo novamente lembra aqueles crentes sobre a importncia do simples e bsico Evangelho de Deus numa f e proclamao da Igreja. Lemos no verso 3: Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astcia, assim tambm sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que h em Cristo. Notem em

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    suas palavras, a simplicidade que h em Cristo. , repito, a perene tentao para uma igreja desviar-se dessa simplicidade do Evangelho e a ele fazer acrscimos ou dele subtrair. Estejamos atentos! Paulo da prossegue os advertindo quanto a findar com outro Jesus, outro esprito, outro evangelho. Sbrias palavras!

    Um pensamento mais: J notaram onde Paulo situa sua definio do Evangelho? Sim, em sua Epstola aos Corntios, a igreja que destacava as lnguas! Mas no somente isso. Segue-se logo aps seu ensino detalhado sobre os dons, e particularmente seu tratamento do dom de lnguas nos captulos 12-14. Encontramos a sua definio do evangelho bem no comeo do captulo 15, vesos 1-4. Aps mostrar aos corntios o seu erro de destacar as lnguas, Paulo agora lhes fala onde deviam dar nfase.

    Notem suas palavras:

    Tambm vos notifico, irmos, o evangelho que j vos tenho anunciado; o qual tambm recebestes, e no qual tambm permaneceis. Pelo qual tambm sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se no que crestes em vo. Porque primeiramente vos entreguei o que tambm recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

    Percebam como ele comea: Tambm vos notifico, irmos, o evangelho. A palavra tambm traduzida por agora. Paulo est dizendo, Agora, irmos. Tendo acabado de concluir o seu ensino sobre a questo do abuso das lnguas em sua igreja, ele est dizendo, com efeito: Tenho algo muito mais importante para vos declarar. Imaginem Paulo tendo que, nessas alturas, declarar o evangelho igreja de Corinto! Podem ver quo longe eles se desviaram do Evangelho por sua errnea nfase. Tornaram-se unilaterais, desequilibrados. Assim, Paulo forado uma vez mais a declarar-lhes esse simples Evangelho que lhes havia pregado quando comeou sua igreja.

    E a simplicidade desse Evangelho incorporada nos trs pontos cardeais da definio de Paulo nos versos 3 e 4: Cristo morreu por nossos pecados. . . foi sepultado, e . . . ressuscitou ao terceiro dia! Esse o evangelho que Paulo pregava, pelo qual somente so salvos os pecadores, e que era, e sempre ser a mensagem suprema da Igreja. Satans tentar o mximo para deter essa mensagem. s vezes ele emprega o fanatismo e a nfase errada de parte dos cristos para atingir os seus fins.

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    No desapontemos o nosso Senhor por no dar destaque ao Evangelho ou por acrescentar ou subtrair dele. Pois somente ele prossegue sendo a mensagem de Deus a um mundo perdido. Com Paulo (Rm 1:16), digamos sempre: Porque no me envergonho do evangelho de Cristo, pois o poder de Deus para salvao de todo aquele que cr; primeiro do judeu, e tambm do grego.

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    RAZO 5:

    SUA ORIENTAO EXPERINCIA

    Para muitos no Movimento de Lnguas a experincia tomou mxima importncia, lanando o ensino escriturstico para segundo plano. A experincia tornou-se o critrio da verdade. perigoso edificar doutrinas sobre experincia. A Bblia, no nossa experincia, a ltima instncia de autoridade.

    Lembro-me bem de uma ilustrao que empregava em meus tempos no Movimento de Lnguas. Um pastor fundamentalista havia ouvido que um garoto de cor em sua congregao estava freqentando reunies pentecostais. Ele chamou o garoto parte e advertiu-o quanto a adquirir experincias falsas. Mas antes que pudesse terminar sua admoestao, o rapazinho espertamente respondeu: tarde demais, pastor, eu j a obtive! Agora esta resposta, que supostamente comprovava algum fato, que pode despertar alguns risos e amns, realmente pode ser muito enganosa. No prova que a experincia seja genuna. Em segundo lugar, a experincia pode facilmente ser mal interpretada e incorretamente rotulada com um nome bblico.

    Poderamos indagar, essa experincia realmente o enchimento sobre o qual a Bblia fala? Comentando sobre isto, o Dr. Joo F. Walvoord declarou: O teste final (de qualquer experincia) deve sempre ser o que as Escrituras realmente ensinam (Joo Walvoord, The Holy Spirit, Dunham Publishing Company, 1958).

    H experincia e experincia. As pessoas ouvem vozes, vem vises, tm sonhos, tm contatos com seres no-humanos, caem prostradas sobre o assoalho, vem luzes, e por a vai. Se devemos crer e aceitar tudo isso como genuno e procedente de Deus, e edificar doutrina sobre tais alegaes, onde estaramos? Como ento podemos saber a verdade? H somente um meio, e este provar todas as coisas com a rgua das Escrituras, no pela experincia. O erro muitas vezes cometido ter a experincia e da tentar adequ-la s Escrituras, e encontrar um rtulo para ela.

    Devemos tambm estar muito seguros de que sabemos o que as Escrituras realmente ensinam; doutro modo, podemos ainda ajustar nossas experincias s Escrituras, colocar um rtulo bblico sobre elas, e seguir adiante atribuindo, sem saber, nossas experincias obra do Esprito Santo. Que isso tem sido feito e feito ningum pode honestamente negar.

    Algum tempo atrs li sobre alguns cristos brasileiros que reivindicavam

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    ter recebido mensagens de Deus de que deviam afogar seus filhos por causa do terrvel futuro que enfrentariam se crescessem neste mundo atribulado. Os enganados pais assassinaram seus prprios filhos! Agora, estou seguro de que eram sinceros e estavam convencidos de que as vozes que ouviram procediam de Deus. Mas estavam sinceramente enganados porque suas aes eram contrrias ao ensino da Palavra de Deus, as Escrituras. Lembrem-se que uma experincia no prova sua prpria genuinidade! Tambm, nunca toram as Escrituras para as acomodarem a suas experincias!

    Um evangelista passou vrias horas discutindo e examinando o ensino bsico do Movimento Carismtico luz das Escrituras com uma senhora carismtica, somente para ouvi-la dizer: Oh, mas minha experincia...! Ele ento lhe perguntou: Tomar as Escrituras ou sua experincia? No houve, porm, qualquer clara resposta da parte dela.

    Quando se coloca a experincia no mesmo p que as Escrituras, comete-se um grave erro. A experincia sozinha pode ser muito enganosa. Notem a advertncia de Cristo em Mateus 7:22-23:

    Muitos me diro naquele dia: Senhor, Senhor, no profetizamos ns em teu nome? e em teu nome no expulsamos demnios? e em teu nome no fizemos muitas maravilhas? E ento lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vs que praticais a iniqidade.

    Aqui o Senhor fala de miraculosas experincias sendo realizadas por no-cristos. Eles haviam sido enganados em crer, por suas experincias, que eram instrumentos do poder do Senhor quando na verdade eram obreiros da iniqidade. E notem tambm que eles estavam empregando o nome do Senhor em tudo isso. Cuidado com o engano, particularmente com o que se pratica empregando o nome de Jesus!

    O Dr. Joo F. Walvoord em seu livro intitulado The Holy Spirit [O Esprito Santo], escreve o seguinte:

    O teste final deve sempre ser o que as Escrituras realmente ensinam. A experincia pode servir como um teste parcial das concluses, mas em si mesma a Bblia deve ser tomada como a autoridade final. A experincia sempre possui dois terrenos fatais para o erro: 1) uma incompreenso da prpria experincia em si quanto a seu contedo e origem divina; 2) uma defeituosa concluso quanto ao sentido doutrinrio da experincia. Da, por um lado uma experincia supostamente de origem divina pode ser puramente psicolgica, ou, pior,

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    um estratagema enganoso de Satans. Por outro, uma genuna experincia pode ser mal interpretada e m rotulada.

    Demasiadas vezes o buscador da experincia de lnguas quase forado a falar em sons estranhos, e quando o faz, essa experincia lhe ento interpretada por algum carismtico e rotulada como o batismo. Mas seria? Tomamos o ensino escriturstico por nosso guia ou as palavas de um homem ou mulher? Declara o Dr. Walvoord:

    Sempre tendemos a interpretar a Escrituras mediante a experincia, em lugar de interpretar a experincia por meio da Escritura. O fator da experincia humana aproxima-se muito de alguns aspectos da doutrina do Esprito Santo, mas a experincia no pode ser normal, e se normal no pode ser apropriadamente interpretada. Muito mal tem vindo mediante doutrinas arbitrrias estabelecidas em ltima anlise sobre experincia, em vez de ser sobre a revelao (Joo Walvoord, The Holy Spirit, Grand Rapids: Zondervan).

    Em vista de que experincia to enfatizada, h grande perigo de que alguns busquem a experincia em vez do prprio Esprito Santo. Em outras palavras, o dom se torna mais importante do que o Doador. Preocupo-me grandemente com uma expresso que ouvi com freqncia: Voc recebeu, irmo? O que se quer dizer com isso? Refere-se meramente experincia? Temo que esse o sentido para muitas pessoas do Movimento de Lnguas hoje. Parece-me que a experincia de falar em lnguas tornou-se um smbolo de status. Concede-lhes prestgio espiritual e torna-os aceitveis a seus irmos carismticos.

    Outro erro, creio, o ensino de que todas as experincias registradas na Escritura devem ser experincia normal de cristos hoje. Um homem, referindo-se ao falar em lnguas, empenhou-se em provar que essa experincia era para todo cristo hoje porque est na Bblia. Ser que precisamos recordar a ns prprios que a circunciso tambm se acha na Bblia, no Novo Testamento, inclusive no livro de Atos? Significa isso que todos os cristos deviam ser circuncidados hoje? O que dizer das lnguas como de fogo que pousou uma sobre cada um deles no Pentecostes e de um som como de um vento impetuoso? Devemos buscar essas experincias hoje porque esto na Bblia? Faramos bem em prestar ateno s palavras de um professor de Bblia, F. D. Taylor, Sr., que sumariou esta pergunta com as seguintes palavras: Todas as experincias na Bblia foram dadas para instruo, mas no foram todas

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    dadas para duplicao (F. D. Taylor, Sr., Should I Speak in Tongues?, Scarborough, Ontario: Everyday Publicaes).

    Nunca nos esqueamos da importncia dos ensinos da Escrituras. Em 2 Timteo 3:16-17 lemos: Toda a Escritura divinamente inspirada, e proveitosa [para o qu?] para ensinar, para redargir, para corrigir, para instruir em justia; [para o qu?] Para que o homem de Deus seja perfeito [completo , maduro, cumpridor do propsito de Deus], e perfeitamente instrudo para toda a boa obra. a Escritura, primariamente, e no as experincias, que podem equipar-nos para um viver e servio eficazes por Cristo.

    Foi Pedro quem, com Tiago e Joo, testemunhou a transfigurao de Cristo sobre o monte (Mat. 17:1-9). Que experincia extraordinria deve ter sido esta para ele. Mas, aps recordar o episdio, notem o que ele diz em sua 2a. epstola, no captulo 1, vs. (19-21). Lemos em parte: Temos assim tanto mais confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso . .. Estava Pedro edificando sua teologia ou doutrina sobre essa maravilhosa experincia ou tinha ele algo mais seguro?

    Sim, ele tinha algo mais seguro. Era a Palavra de Deus que fora dada mediante homens santos de Deus que falaram da parte de Deus movidos pelo Esprito Santo (verso 21).

    Com efeito, Pedro aqui est dizendo: Eu tenho algo mais digno de confiana, mais seguro do que essa experincia do alto da montanha; a Palavra de Deus revelada, e pronunciada pelos profetas nas Escrituras. A Palavra mais segura da Escritura a melhor e final autoridade, no a experincia.

    Uma senhora que era muito dada a experincias carismticas estava recentemente tentando me convencer de que estas eram todas to maravilhosas e genunas. Mantive-me fazendo referncia s Escrituras e tentei mostrar-lhe que devemos ser guiados pelas doutrinas das Escrituras, no por nossa interpretao de experincias tidas, e que a Bblia a autoridade final da verdade. Aps um pouco ela revelou-se muito irritada e disse: Doutrina! Doutrina! Estou doente e farta dessa palavra! Desafortunadamente, ela estava situando a experincia acima da Palavra de Deus. exatamente essa atitude e falha em reconhecer as Escrituras como a autoridade suprema e final que conduz confuso e, muitas vezes, ao naufrgio espiritual. Construamos sobre a slida rocha da Palavra de Deus, no sobre a areia movedia das nossas experincias e interpretaes humanas delas!

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    Encerrando esta seo, permitam-me citar um pargrafo de um peridico cristo chamado Listening:

    Seja lembrado que no se pode confiar em experincias religiosas. A primeira conscientizao do Senhor, o xtase da adorao, o ato fsico da gua batismal, a segunda, terceira, ou centsima bno, so todas o que tem ocorrido EM voc. Obtenha sua confiana no que ocorreu POR voc. O lustre de sua experincia se esvai ou brilha segundo a sua sade, circunstncias, estrutura mental. Mas o que o Salvador realizou por voc quando morreu sobre a cruz, o que Ele est realizando agora vivendo sobre o trono, e tudo o que seu Nele nunca muda porque depende Dele, no de voc (Listening, Masters House, Box 5055, London, Ontrio).

  • 34

    RAZO 6:

    O SOLAPAMENTO DA PERSONALIDADE DO ESPRITO SANTO

    Para mim muito claro que a Bblia ensina a personalidade do Esprito Santo. O pronome pessoal Ele repetidamente empregado quando referindo-se ao Esprito Santo. Por outro lado, muitas seitas negam Sua personalidade e pensam que o Esprito Santo meramente uma fora impessoal, um poder ou uma influncia, mas no uma Pessoa.

    Pouco antes de eu deixar o Movimento de Lnguas, um irmo cristo muito querido e professor de Bblia assinalou-me que nossa denominao e o pessoal de lnguas em geral, estvamos, dada a nossa doutrina do Esprito Santo, gradualmente escorregando para o erro das seitas. Conquanto em teoria e em nossas Artigos de F adotemos a personalidade do Esprito Santo, na prtica, porm, O consideramos em grande medida como um Poder ou uma fora impessoal. De fato, quelas alturas eu no havia notado essa eroso gradual em minha prpria mente. Comecei a examinar sua advertncia e descobri que era de fato assim. Indaguei-me, Por que se desenvolve essa tendncia em nosso pensamento?

    Eu acreditava que uma das principais razes para isso era a nossa nfase sobre experincia. A plenitude do Esprito Santo tornou-se uma experincia desejvel. Tornamo-nos mais ocupados com nosso dom do que com o Doador. Isso aparece na freqente indagao: Voc recebeu? Apenas analisemos essa declarao: o que queremos dizer por tais palavras? (1) Se tudo com que estamos preocupados uma experincia, ento a pergunta significaria apropriadamente se a recebemos. E temo que para muitos tudo quanto importa. (2) Mas se reconhecemos que este um encontro com o ministrio do Esprito Santo ou um encontro com o mesmo em ns, ento dificilmente podemos fazer tal indagao pensando na experincia em si. H um real perigo aqui de estarmos mais preocupados com o dom do que com o Doador. (3) Mesmo que pudssemos dizer, Eu recebi o Esprito temos em mente o real ensino bblico a respeito? Realmente, seria o caso de termos mais Dele ou de Ele ter mais de ns? Acaso a Escritura no destaca isto, de que devemos submeter nossos membros, ns prprios, ao controle do Esprito Santo a fim de que Jesus seja o Senhor de nossas vidas? Romanos 6:13 nos diz: Oferecei-vos a Deus; assim tambm o verso 19 e Romanos 12:1-2. E acrescente-se a isso o sentido das palavras enchei-vos em Efsios 5:18: E no vos embriagueis com vinho, no qual h dissoluo, mas enchei-vos do Esprito. A expresso enchei-vos no grego significa estar constantemente sob o controle de. Os

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    cristos so assim instrudos e espera-se que estejam constantemente sob o controle do Esprito Santo, ou conduzidos pelo Esprito, ou que caminhem no Esprito. O caso, pois, que o Esprito Santo, que habita em cada crente, deve estar em controle dos corpos submetidos de todos os cristos, de modo que o Senhor Jesus possa ser glorificado mediante eles. No, realmente no devemos buscar uma poro maior do Esprito Santo, mas devemos assegurar-nos de que ns prprios estamos completamente submissos a Ele, de que Ele tenha tudo de ns!

    Essa nfase sobre a experincia reflete-se num folheto pentecostal que, por alguma razo, conservo ainda comigo. Trata-se do folheto No. 4285, publicado pela Gospel Publishing House, Springfield, Missouri, e tem por ttulo The Baptism of the Spirit. Permitam-me citar-lhes apenas uns poucos excertos aqui para ilustrar o que estou tentando dizer:

    Na casa de Cornlio (romanos) eles a receberam oito anos aps o dia de Pentecostes... Os discpulos em feso (gregos) a receberam vinte anos aps o primeiro derramamento. . . . Multides a esto recebendo hoje. . . . Ela para voc. . . . Somos instrudo a busc-la . . . Orar por ela. . . Louvar a Deus por ela em f . . . .

    [N.T.: O autor destaca que em ingls o pronome usado it (ele ou ela, empregado para coisas) e no Him, empregado como os pronomes Ele, ou O].

    Creio ser esse tipo de ensino que solapa e reduz nosso conceito de personalidade do Esprito Santo e nossa f Nele. Sei como isso, inconscientemente, me afetou.

  • 36

    RAZO 7:

    ORGULHO ESPIRITUAL E DESUNIO PRODUZIDOS POR SUA DOUTRINA

    Pela prpria natureza de sua doutrina do Esprito Santo, a porta aberta para a possibilidade de que se introduza o orgulho espiritual, e que o falador de lnguas julgue-se espiritualmente superior ao irmo que no teve experincia semelhante. Conquanto esse sentimento geralmente no seja abertamente expresso, no obstante ali est. Tenho observado isto muitas vezes, tanto em meus anos no Movimento como tambm desde que eu sa. Em caso de que algum pense ser esta uma avaliao injusta, permitam-me citar de um folheto que tenho diante de mim bem agora, escrito por um bem conhecido ministro pentecostal, R.E. McAlister, e publicado pela Gospel Publishing House, Springfield, Mo. o Evangel Tract No. 251.

    admitido por estudantes da Bblia por todo o mundo que o falar em lnguas segundo o Esprito inspire um sinal. Suponhamos que faamos a pergunta: sinal do qu? A resposta se acha na Palavra do prprio Deus, pois encontramos o sinal acompanhado do recebimento do Esprito Santo quando Deus padronizou a experincia do cristo no Novo Testamento. Todos os outros, a despeito do que professam ou aleguem, ESTO ABAIXO DE SEU NVEL. (Destaque acrescentado)

    Destarte, com o ensino de uma segunda bno com evidncia de falar em lnguas, vem o inevitvel pensamento: Todos os outros esto abaixo de seu nvel. Eu alcancei. Eu me encontro num plano mais elevado. Eu sou mais espiritual.

    Isto me faz lembrar da mesma atitude que era to comum na igreja corntia, e que Paulo deplorava. H pouco tempo minha ateno foi atrada para uma declarao que Paulo empregou vrias vezes em sua primeira carta aos corntios. Pode encontr-la no captulo 5, verso 2. A sentena andais vs ensoberbecidos. Seis vezes estas palavras aparecem nessa epstola. A Exhaustive Concordance of the Bible de Strong nos informa que a palavra ensoberbecido significa cheio de ar.

    Que descrio da condio espiritual da igreja de Corinto!

    Sim, eles tinham os dons do Esprito, especialmente o dom de lnguas, em operao na igreja. Julgavam-se espirituais, mas eram cegos ao fato de que pessoas espirituais no so orgulhosas. Eles estavam ensoberbecidos, cheios de ar, eram espiritualmente orgulhosos,

  • 37

    mas do ponto de vista de Deus, so chamados carnais quatro vezes em 1 Corntios 3:1-4. Por qu? Por causa de sua ignorncia espiritual (1 Cor. 12:1)--sua incompreenso e particularmente abuso do dom de lnguas.

    Que esse sentimento de superioridade e orgulho espiritual ainda existe descobri h no muito tempo. Aps um culto de domingo pela manh em que estava falando numa srie de mensagens sobre o Esprito Santo, um homem aproximou-se de mim. Ele quase esfregou o boto fixo na lapela de seu palet no meu rosto e perguntou-me se eu sabia o que era aquilo. Eu no respondi de imediato porque estava sem os meus culos e no podia focalizar os olhos sobre o boto to perto de meus olhos. Tentei recuar para obter o foco, mas ele continuou me seguindo. Antes que eu pudesse ler o que dizia o boto, ele disse: Voc no sabe nada sobre isto! Se soubesse iria reconhec-lo de imediato. Da ele deu-me umas batidinhas no ombro, apresentando-se em toda a sua altura e, olhando do alto para mim, mais embaixo, disse: Bem, eu tenho mais do que voc tem! Com isso ele volveu-se e caminhou para fora da igreja. A propsito, o boto que ele trazia era da Associao de Homens de Negcio do Evangelho Pleno.

    No s a doutrina e nfase deles produzem orgulho espiritual em alguns, mas tambm abre a porta para a desunio e diviso. Um resultado natural dessa experincia, ensino e nfase de lnguas produzir dois grupos na igreja--os que tm e os que no tm. Talvez possamos chamar a isso de conscientizao de categorias crists.

    No, no poderia ser bvia sobre a superfcie, mas o problema ali est. Um cristo se separa de outro porque julga que sua experincia o colocou num plano mais elevado do que a de seu irmo que no tem. Ou pode tratar-se de um grupo inteiro que se separar dos demais crentes ou uma igreja de outra. A atitude de que temos mais do que vocs tm parece ser a razo bsica subjacente para essas infelizes separaes e divises. Esta no simplesmente uma diviso carismtica-fundamentalista, mas ocorre, surpreendentemente, tambm com freqncia entre o prprio pessoal de lnguas. No era este um problema em Corinto igualmente? Havia divises e panelinhas em sua igreja (ver 1 Corntios 3:1-4). Tudo isso, Paulo nos informa, no um sinal de espiritualidade, mas de carnalidade, como lemos em 1 Corntios 3:3:

    Porquanto, havendo entre vs cimes e contendas, no assim que sois carnais e andais segundo o homem?

  • 38

    RAZO 8:

    O ENSINO DE QUE O FALAR EM LNGUAS UM SINAL DE ESPIRITUALIDADE OU MESMO DE SALVAO

    Um homem que havia h pouco experimentado o falar em lnguas disse que estava seguro agora de estar salvo. Poderamos ento fazer-lhe a pergunta: Como podemos realmente saber que estamos salvos? Qual a segurana confivel de que passamos da morte para a vida? Seria algum tipo de experincia? Se for, podemos confiar completamente em experincias? Neste caso, sabemos que o falar em lnguas pode ser e imitado. Pagos, espritas, mrmons, etc. tambm experimentam o falar em lnguas. Aparentemente h carismticos hoje que obviamente nunca se arrependeram, no tm revelado mudana ou transformao de vida e, contudo, so faladores de lnguas. Muitos catlicos-romanos carismticos continuam a venerar Maria e a ela orar, freqentam a missa, rezam para os santos, etc., etc. Devemos aceit-los como nossos irmos em Cristo simplesmente base do falar em lnguas? Podem eles, ou podemos ns com segurana, edificar sobre o fundamento de uma experincia?

    Basicamente, a segurana de nossa salvao repousa sobre a inaltervel e sempre confivel Palavra de Deus--Suas promessas ao crente. Uma tal promessa e palavra de Deus a ns se acha em 1 Joo 5:13: Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vs outros que credes em o nome do Filho de Deus. Como podemos saber que temos a vida eterna? Este verso nos diz claramente que nossa garantia jaz sobre a Palavra escrita de Deus.

    Experincias, emoes, sentimentos podem mudar ou desaparecer, mas a slida rocha da Palavra de Deus permanece. Pela f descansamos em Sua promessa. No disse Ele: Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a Minha Palavra e cr Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, no entra em juzo, mas passou da morte para a vida (Joo 5:24)?

    Eu cri em Sua Palavra; Nele cri, portanto tenho a vida eterna! Como sei? No por sentir alguma coisa, no porque tive uma viso ou ouvi uma voz, ou falei em lnguas, mas simples e basicamente porque ELE ASSIM O DISSE! Eu simplesmente O tomo por Sua Palavra. Eu tenho Sua Palavra que me respalda! E impossvel que Deus minta (Hb 6:18). Que segurana! Preciso de mais? Por simples f em Sua Palavra eu recebi salvao. Por simples f em Sua Palavra tenho segurana de minha salvao!

    Certamente haver outras evidncias comprobatrias, e estas so

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    tambm mencionadas na Palavra de Deus, que revela a realidade da nova criatura dentro em ns. Deve haver e haver uma mudana em nosso estilo de vida, tal como lemos em 2 Co 5:17: Assim que, se algum est em Cristo, nova criatura ; as coisas velhas j passaram; eis que tudo se fez novo.

    Isso mais plenamente desenvolvido na epstola de 1 Joo onde lemos palavras tais como estas: Ns sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmos. Quem no ama a seu irmo permanece na morte (1 Joo 3:14); e, E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos, isso , Sua Palavra (1 Joo 2:3). Se ns realmente conhecemos o Senhor, haver uma mudana de atitude para com a Palavra de Deus, e um amor crescente por ela e obedincia a ela. Desejaremos cumprir a vontade de Deus. Mas o tempo no nos permite avanar aqui neste tpico.

    O FALAR EM LNGUAS EVIDNCIA DE ESPIRITUALIDADE?

    Em segundo lugar, o falar em lngua uma evidncia de maior espiritualidade? De fato, agora, como podemos saber que somos espirituais? Pode algo basear-se numa experincia de uma vez por todas, uma vez na vida? esta a prova definitiva? Ou possvel que haja evidncias de uma espiritualidade interior manifestada em nossa caminhada e viver dirios?

    Tomar o falar em lnguas como evidncia de uma vida espiritual cheia do Esprito ou controlada pelo Esprito desconsiderar o ensino de 1 Corntios.

    Por favor, notem que aos crentes corntios no faltava nenhum dom (1:7).

    Eles tinham os dons do Esprito em sua igreja e davam particular nfase ao dom de lnguas como vemos nos captulos 12-14. Contudo, a despeito de tudo isso, Paulo os chama de carnais quatro vezes no captulo trs.

    E carnal o oposto de espiritual. Alm disso, Paulo lhes lembra que eles tinham disputas, divises, fornicao, discrdias, desordens na mesa do Senhor, etc. na igreja deles que todo o seu falar em lnguas no podia compensar. Eles eram carnais a despeito de tal dom. Ento, podemos perguntar--o que lhes estava faltando?

    Eles no percebiam, como muitos hoje tambm no percebem, que a espiritualidade no determinada pela manifestao dos dons do Esprito, mas pela manifestao do fruto do Esprito! por isso que, creio, Paulo sanduichou o Captulo do Amor (13) entre os dois que

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    tratam dos dons, os captulos 12 e 14. No se trata de ter ele mudado de assunto e subitamente decidiu escrever sobre amor, mas que estava tentando mostrar aos Corntios, to empolgados com sua nfase sobre lnguas, que estavam perdendo de vista um caminho sobremodo excelente (12:31), no tinham o fruto do Esprito em sua igreja e vidas. Faltava-lhes o fruto do Esprito que a evidncia da presena interior do Esprito Santo ativamente produzindo semelhana a Cristo na vida do crente, em outras palavras, a vida espiritual frutfera, controlada pelo Esprito e dEle cheia.

    Paulo inicia o captulo 13 com estas palavras: Ainda que eu falasse as lnguas dos homens e dos anjos, e no tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistrios e toda a cincia, e ainda que tivesse toda a f, de maneira tal que transportasse os montes, e no tivesse amor, nada seria.

    O que amor? o fruto bsico do Esprito. Diz Glatas 5:22-23: Mas o fruto do Esprito : amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, f, mansido, temperana. Contra estas coisas no h lei. Conquanto eu outrora cresse e ensinasse que o falar em lnguas fosse a evidncia de ser cheio do Esprito e de espiritualidade, luz do ensino da Palavra de Deus, tive que alterar completamente meu ponto de vista.

    Para encerrar esta seo, desejo assinalar brevemente o que agora creio serem as caractersticas (ou evidncias) de um cristo realmente cheio do Esprito e espiritual:

    1) Uma vida crucificada, de negao prpria (no apenas uma experincia de uma nica vez, mas uma VIDA), Gl 2:20; 6:14.

    2) Uma vida submissa, entregue ao Senhor. A vontade humana sujeita a Sua vontade, Rm 6:13, 19; 12:1-2.

    3) Um viver semelhante a Cristo -- Gl 2:20b; Rm 8:29.

    4) Uma vida frutfera--o fruto do Esprito manifestando-se, Joo 15:5,8; Gl 5:22-23.

    5) Uma vida eficiente no servio de Cristo e no testemunho--Atos 1:8; 4:31.

    6) Uma vida que glorifique a Deus--Joo 15:8; 1 Co 6:20.

    Aqui h duas passagens que deviam ser consideradas neste contexto:

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    Mateus 7:20: Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis, e Joo 13:35: Nisto conhecero todos que sois meus discpulos, se tiverdes amor uns aos outros.

    Por favor, observem que no diz, se vocs falarem em lnguas ou tiverem qualquer dom em manifestao em sua vida, mas amor, o fruto bsico.

    Este tambm o ensino claro de 1 Corntios captulo 13.

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    RAZO 9:

    BUSCA DE SINAIS, EM VEZ DE F

    Neste momento em que escrevo tenho diante de mim um recorte de uma pgina dedicada s igrejas do Calgary Herald [Calgary, Alberta, Canada]. Trata-se de um anncio de cultos de uma igreja carismtica--com grande nfase sobre milagres. Uma reunio chamada Noite de Milagres. A palavra milagres aparece quatro vezes neste nico anncio. E h outros semelhantes. Por que essa nfase sobre milagres, o espetacular, o sensacional?

    Vm-me mente as palavras do Senhor Jesus em Mateus 12:38-40: Ento alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quisramos ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma gerao m e adltera pede um sinal, porm, no se lhe dar outro sinal seno o do profeta Jonas. Pois, como Jonas esteve trs dias e trs noites no ventre da baleia, assim estar o Filho do homem trs dias e trs noites no seio da terra.

    Jesus disse: Uma gerao m e adltera pede um sinal! Essa busca por sinais certamente no conta com a aprovao divina! Por qu? Notem como o Senhor prossegue aqui nos versos 39 e 40. Sim, havia um sinal com o qual deviam ocupar-se--esse era o sinal de Jonas que apontava diretamente para a morte, sepultamento e ressurreio do Senhor Jesus. Esse o grande sinal que Deus deu ao mundo que muitas geraes tm e esto deixando de reconhecer.

    Em 1 Corntios 1:21-24 Paulo lida com o mesmo assunto e est em total harmonia com Cristo. Notem como ele o expressa: Visto como na sabedoria de Deus o mundo no conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregao. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas ns pregamos a Cristo crucificado, que escndalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que so chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.

    No verso ele declara: Os judeus pedem sinal. Assim, o que Paulo faz a respeito? Acaso produz sinais e maravilhas para atender ao seu anseio por isso? No!

    Conquanto Paulo pudesse faz-lo, como um apstolo no cronograma divino, no o faria simplesmente para satisfazer a curiosidade e atender demanda pelo espetacular (ver 2 Co 12:12), mas para autenticar o seu apostolado e sua mensagem quando requerido. Mas aqui, aos buscadores de sinais, ele tem somente um sinal, no verso 23:

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    Ns pregamos a Cristo crucificado! E no captulo 2 verso 2 ele diz : Porque nada me propus saber entre vs, seno a Jesus Cristo, e este crucificado.

    O cristo no deve preocupar-se com sinais, maravilhas, e milagres, mas com a obra de Cristo por ele sobre a cruz e com o Seu Evangelho. Isso somente o poder de Deus para a salvao de todo o que cr (1 Co 1:24; Rm 1:16). O erro dos corntios, que est sendo perpetrado hoje, era que se preocupavam com o espetacular com excluso do simples, contudo maravilhoso e poderoso Evangelho de Cristo que tem por enfoque a obra da cruz.

    Os carismticos falam sobre poder em suas reunies--manifesto no miraculoso e incomum. Mas esse o poder que salva as almas dos homens? Somente o Evangelho de Cristo poder fazer isto!

    Ademais, o cristo deve andar por f, no por vista (2 Cor. 5:7). Mas o buscador de milagres deseja sempre ver! Lembrem-se da lio que o Senhor ensinou a Tom, que, tambm tinha dito: Se eu no vir o sinal dos cravos em suas mos . . . de maneira nenhuma o crerei. A isso Jesus respondeu: Porque me viste, Tom, creste; bem-aventurados os que no viram e creram (Joo 20:24-29). A f genuna repousa sobre a Palavra de Deus, no sobre a vista.

    O derradeiro perigo de buscar sinais e milagres jaz no fato de que nos ltimos dias Satans empregar o miraculoso para enganar as multides, culminando nos enganos do Anticristo e Falso Profeta.

    TOMEM NOTA DESSAS ADVERTNCIAS:

    1) A advertncia de Cristo em Mateus 24:24: Porque surgiro falsos cristos e falsos profetas, e faro to grandes sinais e prodgios que, se possvel fora, enganariam at os escolhidos. Evidentemente, sinais e maravilhas podem ser e sero realizados por falsos cristos e falsos profetas. Quantos so e sero enganados por eles?

    2) A advertncia de 2 Ts 2:8-12: E ento ser revelado o inquo, a quem o Senhor desfar pelo assopro da sua boca, e aniquilar pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda segundo a eficcia de Satans, com todo o poder, e sinais e prodgios de mentira, e com todo o engano da injustia para os que perecem, porque no receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviar a operao do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que no creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqidade.

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    Parece que a ferramenta bsica de engano empregado pelo Anticristo ser seus poderes de realizar milagres. Quo eficaz isso ser e visto hoje pelo apetite antibblico de tantos por tanto sinais, maravilhas e milagres.

    Dar-se-ia o caso de que esto sendo preparados para o grande engano sobre o qual lemos aqui e tambm em Apocalipse captulo 13?

    Poderamos bem perguntar-nos porque o Senhor permitir esse poderoso engano. A resposta, creio, est bem nesta passagem de 2 Ts 2. Nos versos 10 e 12 encontramos estas clusulas: porque no receberam o amor da verdade e no creram a verdade. Duas vezes a palavra verdade aparece aqui. Deus permite esse poderoso engano, essa grande mentira, para dominar um povo que negligenciou e rejeitou a VERDADE--a Palavra de Deus, as Escrituras, e o prprio Cristo, que a Verdade (Joo 14:6). Em vista de que no puseram as Escrituras no seu lugar devido--no PRIMEIRO LUGAR, mas foram atrs do espetacular, do miraculoso, do sensacional, para satisfazerem seu anseio antibblico por essas coisas, Deus lhes enviar a operao do erro, para que creiam a mentira.

    Caros leitores, nosso reconhecimento da suprema autoridade da Palavra de Deus (Verdade) todo-importante. Doutrina importante! Permaneam em sintonia com o Livro, a Bblia!

    Todas as experincias, sinais, maravilhas, milagres, devem sujeitar-se s Escrituras. Nossa f deve basear-se na imutvel e eterna Palavra de Deus.

    Em ligao com este pensamento sugiro que tambm leiam Apocalipse 13:11-18.

    Em concluso, busquem Joo 4:46-54 onde encontramos o belo registro da cura do nobre. Quando o pai aproximou-se do Senhor em busca de cura para o seu filho, o Senhor lhe disse (verso 48): Ento Jesus lhe disse: Se no virdes sinais e milagres, no crereis. Por que Ele reagiu desse modo? Creio que foi para provar a f do pai--seria ele como a maioria dos judeus, buscador de sinais, ou tinha f genuna que podia sustentar-se na mera Palavra do Senhor?

    Ento, quando o Senhor simplesmente disse (verso 50) Vai, o teu filho vive ele apenas tomou o Senhor por Sua palavra. O verso prossegue dizendo: E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e partiu. Quo bela esta simplicidade de f! Ele no pediu por um sinal de que seu filho estivesse curado. Simplesmente creu na declarao do Senhor Jesus, sem quaisquer sinais. Como isso deve ter agradado o Senhor que

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    constantemente era incomodado por buscadores de sinais! Que possamos ns tambm ser achados nas fileiras desse nobre! Lembrem-se de Hebreus 11:6:

    Ora, sem f impossvel agradar-lhe; porque necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que galardoador dos que o buscam.

  • 46

    RAZO 10:

    ATIVIDADES QUESTIONVEIS PRATICADAS E TOLERADAS

    Escrevendo igreja corntia, Paulo apstolo disse: Porque Deus no de confuso, e Tudo, porm, seja feito com decncia e ordem (1 Co 14:33,40). Tendo sido criado no Movimento de Lnguas, eu no via a importncia dessas palavras como agora as considero. Pois naquela poca as atividades em nossas igrejas pareciam-me bem normais; eram parte do que eu havia sido ensinado desde a infncia e tinha como certo e apropriado. Mas ao encar-las distncia agora, e luz destas e outras passagens, sinto-me envergonhado de alguns dos procedimentos, mtodos e ocorrncias que testemunhei. Mesmo naquela poca eu me sentia s vezes abalado com o que via.

    Uma das ocorrncias muito comuns era o que costumvamos chamar cair sob o poder. Quando envolvia senhoras que caam prostradas ou, as vezes, agitadas sobre o assoalho, eram rapidamente cobertas com capas ou cobertores para impedir que se descobrissem. Essa prtica ainda seguida hoje.

    muito difcil reconciliar esse tipo de coisa com a Escritura. Tudo, porm, seja feito com decncia e ordem.

    Se essas pessoas so realmente prostradas pelo Esprito Santo, muito estranho que o mesmo Esprito Santo que nos deu as Escrituras entre em choque com as Escrituras que nos concedeu! Isto no pode ser.

    TRS PERGUNTAS SOBRE A PROSTRAO NO ESPRITO

    Devemos indagar-nos--esta prtica e experincia escritursica?

    Eis trs perguntas a considerar:

    1) H qualquer clara declarao nas epstolas para apoi-la?

    Quanto eu saiba, no h qualquer ensino escriturstico que o faa.

    2) H qualquer claro registro dessa ocorrncia na histria bblica da Igreja primitiva no livro de Atos?

    Onde encontramos essa imposio de mos sobre os crentes que resulte em grandes nmeros caindo ao cho? Alguns fazem referncia experincia de Saulo na estrada de Damasco (Atos 9). Saulo, ou Paulo, porm, no era um crente na poca, pelo contrrio, era um perseguidor dos cristos. Ele estava sendo abordado pelo Senhor! Ademais, ningum imps mos sobre ele antes que casse ao cho. Outros referem Joo 18:6, quando os que foram levar Jesus cativo caram: Quando,

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    pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caram por terra. Todavia, estes definidamente vieram em busca do Senhor, no para serem abenoados ou curados, mas eram, de fato inimigos que vinham para prend-Lo. No eram crentes, nem houve imposio de mos sobre eles. Comparem esse evento com Salmo 27:2: Quando os malvados, meus adversrios e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropearam e caram.

    3) H qualquer evidncia escriturstica de que um esprito mau pudesse fazer isso?

    Sim. Em Lucas 4:35 lemos: E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demnio, lanando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal. Ver tambm Lucas 9:42:

    E, quando vinha chegando, o demnio o derrubou e convulsionou; porm, Jesus repreendeu o esprito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai. H ampla evidncia de que devotos dos maus espritos, tais como feiticeiros, passaram por experincias semelhantes e certamente no pelo Esprito Santo.

    Tambm considerem isto: Muitas vezes nas filas de oraes as pessos que vm frente buscando cura caem prostradas sob o poder. Em vez de seres curadas (e para isso vieram), parece que so simplesmente deixadas parte. Onde est a base escriturstica para essa prtica?

    Isso no o que ocorria quando os doentes vinham ao Senhor ou a Seus apstolos!

    Lembrem-se disto: as experincias no devem automaticamente ser aceitas como procedendo de Deus ou do Esprito Santo simplesmente porque tm lugar numa igreja ou num ambiente religioso! Quaisquer manifestaes do esprito que no se relacionem com uma profunda convico do pecado e genuno arrependimento devem ser questionadas clara luz da Escritura.

    verdade, contudo, que na histria de reavivamentos da Igreja, ho