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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE AGRONOMIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM AGRONOMIA ENGENHARIA RURAL RELATÓRIO DE ESTÁGIO Leodário Montemezzo Junior Santa Maria, RS, Brasil 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE AGRONOMIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM AGRONOMIA

ENGENHARIA RURAL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Leodário Montemezzo Junior

Santa Maria, RS, Brasil

2011

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Relatório de Estágio Curricular Supervisionado em

Agronomia Engenharia Rural

por

Leodário Montemezzo Junior

Relatório apresentado ao Curso de Agronomia da Universidade

Federal de Santa Maria, como parte das exigências da disciplina

EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia

Orientador: Airton dos Santos Alonço

Supervisor: Airton dos Santos Alonço

Santa Maria, RS, Brasil

2011

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Curso de Agronomia

A Comissão examinadora, abaixo assinada,

aprova o Relatório de Estágio

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado em

Agronomia Engenharia Rural

elaborado por

Leodário Montemezzo Junior

como parte das exigências da disciplina

EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia,

e como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Agrônomo

COMISSÃO EXAMINADORA:

_________________________________________

Airton dos Santos Alonço

(Presidente/Orientador)

_________________________________

Otávio Dias da Costa Machado

_____________________________________

Matheus Potrich Bellé

Santa Maria, 9 de dezembro de 2011

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APRESENTAÇÃO

Juntamente com a elaboração do novo Plano Político pedagógico foi incluído o

Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa

Maria. O Parecer número 21, de 2001, do Conselho Nacional de Educação, define o Estágio

Curricular como um “tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência,

alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois

poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação pedagógica entre

alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um

aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um processo de ensino/aprendizagem que,

tornar-se-á concreto e autônomo quando da profissionalização deste estagiário.”

O estágio curricular deve ser compreendido como um tempo destinado a um processo

de ensino e aprendizagem, é reconhecer que apesar da formação obtida em sala de aula ser

importante, somente esta não é suficiente para formar um profissional. A incursão do aluno

em um ambiente de trabalho, convivendo com profissionais de diferentes perfis, com leituras

distintas da realidade é indispensável para potencializar a capacidade crítica do indivíduo.

Buscando os objetivos propostos pelo estágio curricular supervisionado, este foi

realizado no período de 08 de agosto a 30 de novembro de 2011, no Laboratório de Pesquisa e

Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas, do Departamento de Engenharia Rural da UFSM,

em Santa Maria - RS.

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Lista de figuras

Figura 1: Componentes de um ventilador centrífugo e esquema do fluxo do fluido (Fonte:

MOREIRA 2006) ...................................................................................................................... 10

Figura 2: Estrutura metálica para fixação de mecanismos dosadores, inversores de freqüência

e motores de acionamento. ....................................................................................................... 16

Figura 3: Esteira feltrada para amparar as sementes dosadas. ................................................ 17

Figura 4: Sensor óptico de contagem de sementes graúdas utilizado no experimento. .......... 17

Figura 5: Tubo condutor de sementes com três cortes transversais para possibilitar a

instalação do sensor óptico. ...................................................................................................... 18

Figura 6: Dosador de disco alveolado horizontal. ................................................................... 19

Figura 7: Efeito da velocidade tangencial do disco perfurado horizontal sobre a qualidade de

distribuição longitudinal de sementes para espaçamentos aceitáveis. ...................................... 20

Figura 8: Unidade pneumática de sementes, montada sobre a bancada de ensaio de dosadores

de sementes. .............................................................................................................................. 23

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SUMÁRIO

1. ATIVIDADE DESENVOLVIDAS ....................................................................... 7

2. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 9

3.1 Velocidade de semeadura. ................................................................................... 12

3.2 Classificação de espaçamentos. .......................................................................... 13

4. DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ............................................................ 15

4.1 Avaliação de dosadores de sementes .................................................................. 15

4.1.1 Identificação do local ideal para instalação de sensor óptico para contagem

de sementes no tubo condutor. .......................................................................................... 17

4.1.2 Influência da velocidade tangencial do disco dosador na distribuição

longitudinal de sementes. ................................................................................................. 19

4.1.3 Tamanho amostral para ensaios de regularidade de distribuição longitudinal

de sementes por semeador de precisão ............................................................................. 21

4.1.4 Atividades complementares e aula prática ................................................... 21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 25

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1. ATIVIDADE DESENVOLVIDAS

Esse relatório descreve e discute as atividades realizadas durante o Estágio Curricular

Obrigatório Supervisionado do curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM), realizado no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas -

LASERG, que faz parte do Departamento de Engenharia Rural – UFSM.

O período de realização do estágio foi de agosto a novembro de 2011, perfazendo um

total de 300 horas, sob supervisão e orientação do Engenheiro Agrícola e Professor Doutor

Airton Dos Santos Alonço, no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas

Agricolas da UFSM.

Durante o desenvolvimento do estágio junto ao LASERG foram desenvolvidas

atividades referentes à: avaliação de dosadores de sementes, desde o planejamento

metodológico do ensaio até resultados e considerações finais; revisão bibliográfica na área de

máquinas agrícolas, com o intuito de adquirir conhecimento teórico sobre os assuntos tratados

no decorrer do período de estágio; apoio como mão-de-obra para a realização dos

experimentos em andamento no laboratório.

A cada semestre o Prof. Airton dos Santo Alonço ministra uma aula prática de

Máquinas Agrícolas para o curso de Zootecnia da UFSM, onde foram desenvolvidas algumas

atividades fundamentais ao seu acontecimento.

Além destes, é rotineiro o cuidado que se deve ter com limpeza e organização do

ambiente de trabalho, tanto no espaço definido para trabalho teórico quanto na oficina

mecânica presente no laboratório.

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2. INTRODUÇÃO

O Engenheiro Agrônomo tem o papel de aproximar o agronegócio do ecossistema

natural, mantendo uma relação custo/benefício adequada. Assim, o curso de Agronomia tem

como meta preparar profissionais modernos, com potencial para promover mudanças no meio

agrícola e com capacidade para desenvolver uma agricultura sustentável em que exista inter-

relação entre o ambiente, o homem e a área econômica. Através disso, possuir qualificação,

conhecimento e ética, tendo então a capacidade de refletir sobre os sistemas produtivos,

intervindo nas atividades agrárias, e assim promover o maior desenvolvimento econômico,

social e ambiental.

Nesse processo as máquinas agrícolas têm um papel fundamental: amparar e

multiplicar as capacidades humanas. Diferentes máquinas agrícolas são utilizadas para se

produzir alimento em larga escala, desde o preparo do solo até a colheita seja ela de grãos,

frutos, tubérculos e/ou outros. Com a crescente demanda mundial por alimento com alta

qualidade e baixo custo, as máquinas agrícolas desempenham um papel importante na

redução do custo de produção, possibilidade de aumento de escala de produção sem alteração

no quadro de mão-de-obra e rapidez no processo de realização dos diferentes trabalhos.

Com estes objetivos diferentes máquinas são idealizadas e construídas pelo homem.

Para tal, existem aqueles que se dedicam a detectar as dificuldades existentes para as

diferentes tarefas agrárias e desenvolver ou aperfeiçoar o maquinário existente, chamados de

pesquisadores ou, com mais coerência, de cientistas. Tais profissionais prestam um serviço

fundamental ao desenvolvimento tecnológico do setor e se mantém na extremidade que tem

por função direcionar e qualificar a agricultura como um todo.

Este relatório descreve e discute as atividades realizadas no Laboratório de Pesquisa e

Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas da UFSM, pertencente ao departamento de

Engenharia Rural, durante o período de Estágio Curricular Obrigatório Supervisionado do

curso de Agronomia, realizado no período de 08 de agosto a 30 de novembro de 2011, sob

orientação e supervisão do Prof. Airton dos Santos Alonço.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Com o advento da agricultura de precisão e a ocorrência de custos cada vez mais altos

para a implantação das culturas, torna-se indispensável que o processo de produção se torne

eficaz em todas as etapas envolvidas. A primeira e mais importante etapa para se obter

sucesso em uma lavoura de produção de grãos é a semeadura, Balastreire (1987) afirma que

os fatores que afetam a semeadura podem estar relacionados com as sementes, o solo, a

máquina, o clima e o operador. A máquina responsável por semear é denominada de

semeadora e é definida por Machado et al. (2005), como a máquina que tem por função dosar

as sementes individualmente ou em grupos e conduzi-las até o sulco de semeadura, segundo

espaçamento e profundidade recomendados para a cultura e de maneira uniforme.

Segundo Murray et al. (2006), os componentes de maior importância em uma

semeadora-adubadora de precisão são os componentes responsáveis pela abertura do sulco de

semeadura e controle da profundidade, os responsáveis por dosar as sementes e os que tem

por função conduzir as sementes do mecanismo dosador até o sulco de semeadura. Para que o

processo de semeadura seja eficaz é necessário que todos estes componentes sejam calibrados

e harmonizados minuciosamente, possibilitando o pleno funcionamento da semeadora.

Segundo Balastreire (1987), o componente mais importante das semeadoras de

precisão é o dosador de sementes. Coelho (1996) define mecanismo dosador como sendo o

elemento responsável pela retirada das sementes do reservatório e encaminhamento das

mesmas para os elementos de deposição. Os mecanismos dosadores de sementes são

classificados por Delafosse (1986), em mecânicos e pneumáticos, em sua forma de dosagem

das sementes. Dosadores de sementes pneumáticos de diferenciam dos dosadores mecânicos

por se utilizarem de pressões positivas ou negativas para efetuar o trabalho de coletar as

sementes do reservatório e transportá-las até o tubo condutos de sementes.

Segundo Delafosse (1986), um dosador pneumático se caracteriza por possuir um

compartimento de alimentação de sementes, um disco perfurado para sementes montado sobre

um eixo horizontal e um compartimento de vácuo ou de pressão que está ligado ao

mecanismo pressurizador.

Os dosadores de precisão pneumáticos possuem discos verticais perfurados para

dosagem, nos quais atuam os efeitos de pressurização ou sucção de ar, desta forma, as

sementes são captadas pelo diferencial de pressão criado e mantido até uma abertura de saída,

onde o diferencial de pressão é eliminado e as sementes dosadas são então liberadas e

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conduzidas até o solo (SILVA, 2005). O disco perfurado para fixação das sementes é

composto por furos de diâmetro menor que as sementes que se irá utilizar, para possibilitar

que as sementes sejam carregadas do reservatório de sementes até o ponto onde a pressão

positiva ou negativa é cortada (DELAFOSSE, 1986). Este tipo de dosador também possui um

mecanismo responsável por retirar o excesso de sementes preso à perfuração, impedindo que

mais de uma semente se fixe ao mesmo orifício. Para que este tipo de dosadores funcione é

necessário se utilizar de uma fonte geradora de pressão, para isto são utilizados ventiladores

centrífugos, que são bombas de ar que criam um diferencial de pressão e provocam uma

vazão do fluido (MOREIRA, 2006).

Segundo Moreira (2006), um ventilador centrífugo consiste em um rotor com pás

(impelidor), uma carcaça de conversão de pressão e um motor de acionamento. O diferencial

de pressão é causado pelo movimento circular do rotor e do impelidor, que puxam o ar para o

centro do rotor e fazem com que o mesmo circunde o impelidor até ser impulsionado para

fora, pela abertura de descarga, gerando uma vazão de ar, conforme ilustra a figura 1.

Figura 1: Componentes de um ventilador centrífugo e esquema do fluxo do fluido (Fonte: MOREIRA 2006)

Avaliando o sistema pneumático de dosagem em comparação ao sistema mecânico de

dosagem, Delafosse (1986) chegou à conclusão de que a uma velocidade de 5 km h-1

um

dosador pneumático obtém 34% de precisão a mais que um dosador mecânico para sementes

de soja, para milho o esse mesmo valor chega a 82%. Dosadores pneumáticos são os que

causam os menores valores de danos físicos as sementes e sofrem pouca influência do

formato das mesmas, estes mecanismos são os recomendados para sementes com tegumento

sensível e com formato irregular (DELAFOSSE, 1986).

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Tourino et al. (2009), citam em seu trabalho que os dosadores pneumáticos podem

proporcionar uma melhor distribuição das sementes, consequentemente uma maior

produtividade. Balastreire (1987) menciona ainda que estes dosadores se caracterizam por não

proporcionar danos físicos as sementes e permitir uma velocidade de trabalho maior.

Santos (2006) realizou uma avaliação técnica de diferentes semeadoras, cada uma com

sistema de abertura do sulco diferente, uma das respostas do trabalho foi a uniformidade de

distribuição por uma semeadora pneumática a vácuo com pressão de trabalho de 2,74 kPa,

para sementes de milho.

Karayel et al. (2004) observaram que para dosadores pneumáticos de milho a pressão

que se obtém os melhores resultados é com 4 KPa, já para soja a o melhor desempenho foi

obtido com 3 KPa. O estudo contou com a avaliação de diferentes níveis de pressão negativa

e diferentes velocidades, no mesmo estudo, os autores analisaram a relação entre propriedades

físicas das sementes, como massa de mil sementes, área projetada, massa específica e

esfericidade, para prever qual o nível de pressão negativa deve ser utilizado para cada caso, e

determinou um modelo matemático com resultado mais expressivo para a relação entre

pressão negativa do dosador pneumático com massa de mil sementes atingindo uma precisão

de cálculo de 99%.

Estudando a velocidade periférica do disco, a pressão de negativa de trabalho e a

forma do orifício de dosagem do disco dosador em nível laboratorial e a campo, Singh et al.

(2005) avaliaram parâmetros como a média de espaçamentos, coeficiente de variação,

porcentagem de aceitáveis, duplos e falhas, encontrando um diâmetro do orifício de 2,5 mm

para sementes de algodão com a entrada chanfrada 120°, como a combinação que obteve

melhor desempenho nos ensaios. Foram encontrados 94,7% de aceitáveis e um coeficiente de

variação de 8,6 %, com uma pressão de vácuo de 2 kPa na velocidade periférica de 0,42 m s-1

.

Yazgi & Degirmencioglu (2007) estudaram as variáveis ( operacionais de uma

semeadora pneumática a vácuo para sementes de algodão em parâmetros de nível de pressão

negativa, diâmetro do orifício de dosagem e velocidade periférica do disco dosador.

Avaliando a uniformidade de distribuição de sementes através da metodologia de superfície

de resposta, em porcentagem de espaçamentos aceitáveis, duplos e falhas, encontraram o

melhor resultado para uma pressão negativa de 5,5 kPa e um diâmetro do orifício de 3 mm.

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3.1 Velocidade de semeadura.

Existem duas grandes maneiras de se aumentar a capacidade operacional durante a

semeadura: aumento da largura de trabalho ou aumento da velocidade de trabalho (podendo

ainda combinar ambas). A primeira alternativa é a mais recomendada, porém ela expõe o

produtor a custos maiores com maquinaria, já na segunda opção o custo de aquisição de novas

máquinas é excluído, todavia, a demanda de tração para desempenhar a mesma atividade com

maior velocidade é mais alta (FURLANI et al. 2006 ) e, acima de certos limites de

velocidade, há o efeito negativo do incremento de velocidade sobre a distribuição longitudinal

de sementes e, também, sobre a produtividade final da cultura que está sendo implantada.

Nesse sentido, Dias (2009) afirma que aliar qualidade na semeadura com capacidade

operacional capaz de suprir a demanda de trabalho é o principal ponto a ser equalizado.

Em estudo realizado por Furlani et al (2006),foram avaliadas as velocidades de 4,6,

6,2 e 8,1 km h-1

com variação do nível de reservatório de uma semeadora e concluíram que a

maior potência exigida no motor foi observada na maior carga e velocidade. Estudaram ainda

o consumo horário de combustível do trator e observaram que com o aumento da velocidade e

da carga de trabalho o consumo era aumentado, concluindo que velocidade e cargas

superiores necessitam de maior potência no motor e proporcionam maior consumo de

combustível. Em contrapartida, Modolo et al. (2004) concluiram que a variação da velocidade

de deslocamento não influenciou os parâmetros força de tração média na barra, profundidade

de semeadura e uniformidade de distribuição de sementes, em um estudo levando em

consideração a profundidade e a uniformidade de distribuição de sementes de milho em

função de duas velocidades de deslocamento. O autor ainda afirma que há influência da

velocidade de trabalho na acurácia da distribuição longitudinal de sementes.

Segundo Vieira (2002), a velocidade ideal de semeadura é aquela em que o sulco é

aberto e fechado sem remover exageradamente o solo, permitindo distribuir as sementes com

espaçamentos e profundidades constantes. Mahl et al. (2004) avaliando a demanda energética

e a eficiência da distribuição de sementes de uma semeadora-adubadora para semeadura

direta, submetida à variação de velocidade e condições de solo, na semeadura da cultura do

milho, concluíram que a maior velocidade proporcionou menor porcentual de espaçamentos

normais e aumento no porcentual de espaçamentos múltiplos e falhos, e também resultou em

um maior coeficiente de variação e pior índice de precisão. A melhor precisão na distribuição

de sementes ocorreu na menor velocidade de deslocamento.

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Em um estudo com quatro velocidades de deslocamento (V1=3 km/h, V2=6 km/h,

V3=9 km/h e V4=11,2 km/h) e dois níveis de profundidade (P1 = 5 cm e P2 = 10 cm) para

adubação em milho, Silva & Silveira (2002) constataram que nas duas maiores velocidades de

deslocamento o número de sementes dosadas por metro linear é menor que nas duas menores

velocidades. Os autores ainda afirmam neste estudo que para uma velocidade de semeadura

de 3 km h-1

a uniformidade de espaçamentos na linha de semeadura é ótima, regular para 6 e 9

km h-1

e insatisfatória para 11,2 km h -1

.

Cortez et al. (2006), estudaram as velocidades de 4,24, 4,8 e 6,0 km h-1 para a cultura

da soja. Neste estudou percebeu-se que o incremento da velocidade de deslocamento do

conjunto trator/semeadora diminui o número de espaçamentos aceitáveis em uma semeadora-

adubadora pneumática, sendo que quanto maior foi a velocidade de semeadura, menor a

quantidade de espaçamentos aceitáveis e maior a quantidade de espaçamentos falhos e

múltiplos.

Lopes et al. (1999), afirmam em seu trabalho que conforme a velocidade de semeadura

é incrementada, o espaçamento entre sementes na linha de semeadura também é aumentado, o

que causa redução no número de planta. ha-1

. Esta redução pode ser crucial na produtividade

conforme abordado por Nielsen (1995) e Merotto Junior et al., (1999).

A velocidade é uma variável de extrema importância para o desempenho de

mecanismos dosadores, muitos autores avaliam o comportamento de diversos tipos de

dosadores em diferentes velocidade. Reis & Alonço (2001) realizaram um estudo com o

objetivo de avaliar a precisão de semeadoras e mecanismos dosadores, para tal foram

consultados vários trabalhos conduzidos no Brasil entre os anos de 1989 e 2000 e concluíram

que a eficácia de distribuição longitudinal de dosadores pneumáticos e de discos alveolados se

assemelha quando submetidos a velocidades acima de 7,5 km.h-1

.

3.2 Classificação de espaçamentos.

O mecanismo dosador é o principal componente de uma semeadora de precisão, sendo

ele o responsável pelo papel fundamental da máquina. Devido a isso, a maioria dos estudos

que são realizados para avaliar o desempenho de semeadoras se concentra em avaliar o

funcionamento dos mecanismos dosadores nas mais variadas condições de trabalho, e também

de suas características construtivas.

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Para que estes estudos sejam realizados é necessário que as variáveis em questão

sejam padronizadas, bem como os métodos de coleta de dados e sua análise. Para padronizar e

orientar pesquisadores em seus experimentos, a International Organization for Standardization

(ISO, 1983), indica como os ensaios de semeadoras-adubadoras e de mecanismos dosadores

de sementes devem ser feitos, segundo a norma, os mecanismos em avaliação devem ser

montados de forma estática em uma estrutura metálica que possibilite a captação das sementes

dosadas em esteira recoberta com material aderente. Após a dosagem o espaçamento contido

entre cada semente deve ser medido e anotado em planilha prá elaborada. Esta norma

preconiza que os dados coletados sejam submetidos à análise da porcentagem de

espaçamentos de aceitáveis, índice de múltiplos e índice de falhos, índice de qualidade de

alimentação e precisão além da média e coeficiente de variação (CV) da população de

espaçamentos entre sementes.

Os espaçamentos medidos devem ser classificados em aceitáveis, múltiplos e

falhos,segundo ABNT (1994), sendo que os falhos são os espaçamentos que se mantém

acima de 1,5 vezes o Xref1, os espaçamentos múltiplos são aqueles que ficam abaixo de 0,5

vezes o Xref, e os espaçamentos aceitáveis são os que ficam entre 0,5 e 1,5 vezes o Xref. O

Coeficiente de Variação (CV) deve ser calculado para os espaçamentos classificados como

aceitáveis, múltiplos e falhos com o objetivo de evitar qualquer tipo de manipulação de dados.

Kurachi et al. (1989) realizaram um estudo comparando métodos de avaliação de

dados coletado para avaliação de semeadoras, foram utilizadas amostras com 250

espaçamentos entre sementes de milho obtidas em bancada de ensaios e submeteram tais

dados a diferentes tratamentos. Foi estudado o comportamento de tais dados segundo as

normas propostas pela ISO (1983), pela ABNT (1984) e também um método experimental

adotado pela Divisão de engenharia agrícola/laboratório de ensaios de semeadoras e de

adubadoras/seção de projetos e materiais. As conclusões deste estudo revelam que com a

variação dos métodos de análise de variáveis para avaliação de mecanismos dosadores de

sementes foram encontradas discrepâncias significativas entes os métodos, principalmente nos

valores de espaçamentos aceitáveis e com o CV do experimento.

A ABNT (1994) e a ISO (1983) preconizam que a esteira coletora de sementes para

ensaios de dosadores em laboratório seja recoberta com um material aderente, com o intuito

1 O Xref é a média de espaçamentos entre sementes obtida no experimento, esta média é a base para que

os espaçamentos sejam classificados em aceitáveis múltiplos e falhos. Este valor de referência também deve ser

usado para dividir os espaçamentos em classes de freqüência, que devem ter amplitude de 0,1 Xref.

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de fixar as sementes e evitar que exista variação no posicionamento das sementes em cima da

esteira ocasionado pelo movimento da mesma. Em contrapartida, um estudo realizado por

Jasper et al. (2009), demonstrou ser eficiente o uso de conjunto de avaliação com esteira

feltrada. O estudo foi baseado na comparação de dois modelos de bancadas simuladoras em

laboratório, uma com esteira recoberta com graxa e outra com esteira feltrada. O

delineamento experimental foi inteiramente casualizado com dez repetições e foi composto de

duas partes, na primeira foram analisados os dados da esteira feltrada e na segunda os dados

da esteira recoberta com graxa. Ao analisar comparativamente os dados obtidos os autores

concluíram que não houve diferença entre os dois modelos de bancadas, validando o uso de

esteira feltrada.

A ABNT (1994) prevê a possibilidade de se usar sensores no tubo condutor de

sementes, que executam a contagem do espaço entre passagem de sementes eletronicamente,

descartando o uso de esteira. Nesse sentido, Lan et al. (1999) comparando coleta manual e coleta

eletrônica de espaçamentos entre sementes de 1,8 a 4,5 mm em esteira recoberta com graxa, à uma

velocidade simulada de 3,2 km/h, comprovaram que os dados se assemelham no que diz respeito a

espaçamentos múltiplos, falhos e aceitáveis. Segundo os autores, o sensor utilizado trabalhou bem

para obter 508 espaçamentos entres sementes, nos ensaios o sensor contou duas sementes a mais

(phanton seeds) e deixou de contar outras duas (missed seeds), e comprovou a possibilidade de

usar um sensor óptico para agilizar o processo de obtenção de dados nesse tipo de ensaio.

4. DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

Durante o período de estágio foram desenvolvidas atividades voltadas à pesquisa e

desenvolvimento de máquinas agrícolas. Dentre elas pode-se destacar a avaliação de

dosadores de sementes, inclusive as atividades necessárias para realização de tal tarefa, e a

preparação da instrumentação para a avaliação de dosadores de fertilizantes.

4.1 Avaliação de dosadores de sementes

No processo de avaliação de dosadores de sementes é necessário que exista um

planejamento da metodologia que se irá aplicar para que a(s) hipótese(s) proposta(s) seja(m)

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comprovada(s) ou não. No decorrer do estágio foi possível observar e interagir em todas as

etapas básicas para a correta avaliação destes mecanismos, desde a elaboração do projeto de

pesquisa até a exposição dos resultados e conclusões em congressos especializados. Durante o

período de estágio foram realizadas tarefas de: elaboração de projeto de pesquisa; revisão

bibliográfica sobre o tema; montagem da instrumentação bem como sua calibração;

mensuração e classificação dos espaçamentos entre sementes; discussão dos dados obtidos;

elaboração de trabalhos científicos.

Os trabalhos realizados e também aqueles com participação na sua execução que

abrangem este tema serão descritos a seguir:

Identificação do local ideal para instalação de sensor óptico para contagem de

sementes no tubo condutor;

Influência da velocidade tangencial do disco dosador na distribuição longitudinal de

sementes;

Tamanho amostral para ensaios de regularidade de distribuição longitudinal de

sementes por semeadora de precisão.

Os experimentos com dosadores de sementes são realizados montando a

instrumentação necessária em uma bancada de ensaios de dosadores de sementes (BEDOSA),

desenvolvida e descrita por Silveira et al. (2009) e Alonço et al. (2010). Esta bancada é

composta por estrutura metálica para fixação dos mecanismos dosadores, esteira carpetada

para amparar as sementes dosadas e motores para acionamento de ambos controlados por

inversores de freqüência. A bancada pode ser visualizada nas Figuras 2 e 3.

Figura 2: Estrutura metálica para fixação de mecanismos dosadores, inversores de freqüência e motores de

acionamento.

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Figura 3: Esteira feltrada para amparar as sementes dosadas.

4.1.1 Identificação do local ideal para instalação de sensor óptico para contagem de sementes

no tubo condutor.

Este estudo teve como objetivo detectar a altura correta para instalação do sensor

óptico (Figura 4) no tubo condutor de sementes, visando a seu pleno funcionamento. Para que

fosse possível identificar este local, foi elaborado um experimento com três posições do

sensor óptico ao longo do tubo condutor, com cinco repetições para cada posicionamento. O

sensor óptico foi ativado para que realizasse a contagem de sementes em cada uma das

posições e as sementes eram coletadas em um recipiente e contadas manualmente para

comparação.

Figura 4: Sensor óptico de contagem de sementes graúdas utilizado no experimento.

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Foram realizados três cortes transversais no tubo condutor de sementes,

respectivamente a 5, 10, e 15 cm abaixo da abertura de entrada para sementes (Figura 5), de

modo que o sensor pudesse ser instalado e emitisse e recepcionasse os feixes de luz que

indicam a passagem de sementes.O dosador utilizado neste ensaio foi do tipo disco perfurado

horizontal montado sobre uma bancada de ensaios de dosadores de sementes.

Figura 5: Tubo condutor de sementes com três cortes transversais para possibilitar a instalação do sensor óptico.

Para que fosse comprovado o melhor local de instalação do sensor óptico foram

realizadas contagens eletrônicas em comparação com a contagem manual de sementes. Para a

contagem de sementes não ser influenciada por erro humano, as sementes foram coletadas em

um recipiente no mesmo instante em que o sensor era acionado. A coleta era realizada durante

30 segundos, passado este tempo o sensor era desligado e a coleta de sementes era

interrompida. Para cada posição do sensor o procedimento era realizado cinco vezes,

totalizando quinze coletas.

Com a análise dos dados obtidos foi possível identificar que o sensor óptico deve ser

instalado na posição localizada a quinze centímetros abaixo da abertura de entrada de

sementes. Não foi aplicada análise estatística, pois o sensor não obteve funcionamento nos

outros posicionamentos testados, sendo que a cinco centímetros da abertura de captação o

sensor não realizava a contagem, enquanto que a 10 cm, a contagem passou a ser influenciada

pelo formato ou largura do tubo condutor, chegando a contar 400% a mais do que a contagem

manual(real).

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4.1.2 Influência da velocidade tangencial do disco dosador na distribuição longitudinal de

sementes.

Para este estudo foram observadas quatro velocidades tangenciais do disco dosador de

sementes e a distribuição longitudinal de sementes foi avaliada, simulando uma semeadora

hipotética que utiliza um equipamento que permite variação de densidade de sementes.ha-1

,

através de um controlador eletrônico. O objetivo deste estudo foi identificar se com a variação

da velocidade tangencial do disco perfurado horizontal a eficácia de dosagem de sementes de

milho se mantém satisfatória, visto que os estudos realizados com dosadores de sementes

apontam que o aumento da velocidade acarreta em diminuição dos espaçamentos classificados

como aceitáveis.

O experimento foi conduzido em uma bancada de testes existente no LASERG, nela

foi montado um dosador de disco alveolado horizontal (Figura 6) de uma semeadora para

agricultura de precisão, equipada com controlador de semeadura. Utilizando o inversor de

freqüência, para controle da Rotação Por Minuto (RPM) gerada pelo motor de acionamento

do dosador, foi possível controlar quatro velocidades tangenciais distintas no disco alveolado

(V1=0,074 m.s-1

; V2= 0,0941m.s-1

; V3= 0,102 m.s-1

; V4= 1,114 m.s-1

) mantendo a velocidade

de semeadura em 1,39 m.s-1

(5km.h-1

), a qual foi simulada pela velocidade da esteira feltrada.

Considerando um espaçamento entre linhas de 0,5m e índice de aproveitamento de sementes

de 92%, foram obtidas as populações de plantas: 46.723; 59.740; 65.474; 72.413 plantas.ha-1

.

Foram realizadas cinco repetições para cada tratamento, em cada tratamento foram

mensurados 40 espaçamentos entre sementes e classificados em aceitáveis, múltiplos e falhos

(ABNT, 1994).

Figura 6: Dosador de disco alveolado horizontal.

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Na figura 7 encontram-se os resultados da regularidade de espaçamentos aceitáveis.

Os espaçamentos múltiplos e falhos tenderam a aumentar a sua quantidade com o aumento da

velocidade tangencial do disco alveolado horizontal, enquanto que os espaçamentos aceitáveis

tenderam a diminuir quando houve incremento de velocidade.

Figura 7: Efeito da velocidade tangencial do disco perfurado horizontal sobre a qualidade de distribuição

longitudinal de sementes para espaçamentos aceitáveis.

Na Tabela 1 são apresentadas as médias percentuais de espaçamentos aceitáveis,

múltiplos e falhos para as velocidades tangenciais avaliadas. Para a velocidade tangencial de

0,11 m.s-1

houve redução significativa nos espaçamentos aceitáveis e aumento de múltiplos,

para os espaçamentos aceitáveis a analise de regressão demonstrou que com o aumento da

velocidade tangencial reduziram-se os espaçamentos.

Tabela 1: Médias dos espaçamentos aceitáveis, múltiplos e falhos em função da velocidade tangencial do disco

Velocidade

Tangencial (m.s-1

)

Médias dos Tratamentos

Aceitáveis Múltiplos Falhos

0,07 98,0 a 1,0 a 1,0 a

0,09 97,5 a 2,0 a 0,5 a

0,10 96,5 ab 2,5 ab 1,0 a

0,11 89,5 b 6,5 b 4,0 a

** Médias seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si pelo teste de tukey 5% de

probabilidade de erro.

Esses resultados corroboram com outros autores (MOLIN et al. 2006; MELLO et. al.

2007), e demonstram que quando a velocidade tangencial é aumentada de 0,09 m.s-1

para 0,11

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m.s-1

existe diferença estatística para aceitáveis, que diminuíram de 97,5% para 89,5%

respectivamente. Quando analisa-se a mesma variação de velocidade para espaçamentos

múltiplos, percebe-se que com o incremento da velocidade houve aumento da quantidade

destes espaçamentos. Para os espaçamentos falhos não houve diferença estatística com o

incremento da velocidade.

4.1.3 Tamanho amostral para ensaios de regularidade de distribuição longitudinal de sementes

por semeador de precisão

Este tem como objetivo principal comprovar que o tamanho de amostra a ser coletado,

em ensaios de dosadores de sementes, não afeta a qualidade da avaliação feita pelo

pesquisador. A ABNT (1994) recomenda que sejam realizadas 250 medições de espaçamentos

entre sementes e estas sejam classificadas conforme preconizado na mesma norma. Com este

trabalho irá se avaliar a possibilidade de se mensurar o mínimo possível de espaçamentos

entre sementes sem que a avaliação seja influenciada. Para isto vários ensaios serão realizados

até que se confirme a hipótese ou não. Durante o período do estágio foram realizados alguns

dos ensaios onde foram mensurados 280 espaçamentos entre sementes utilizando quatro

dosadores distintos, dois deles do tipo pneumático e outros dois de discos alveolados

horizontais, para sementes de milho e soja. Para a realização dos ensaios, os quatro dosadores

foram montados sobre a bancada de ensaios de dosadores de sementes.

Após a instrumentação estar devidamente testada e calibrada, foram então coletados os

dados, cada amostra era composta por 280 espaçamentos entre sementes, medidos

manualmente com auxilio de trena. Por fazer parte de uma tese de doutorado ainda não

finalizada, os dados, a metodologia ou quaisquer resultados não podem ser divulgados neste

trabalho.

4.1.4 Atividades complementares e aula prática

Além de atividades referentes à pesquisa, também é necessário que outras tarefas, não

menos importantes, sejam executadas diariamente. Tais tarefas influenciam diretamente sobre

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a qualidade do ambiente de trabalho em que a equipe do laboratório está inserida diariamente.

O rendimento de cada um está diretamente relacionado a fatores como higiene, conforto,

organização e bom funcionamento dos equipamentos necessários.

A oficina de trabalho do laboratório é equipada com diversos equipamentos

necessários para executar inúmeras tarefas. É muito importante que os trabalhos que devem

ser executados na oficina não sejam prejudicados ou atrasados pela instrumentação mal

organizada e em locais de difícil acesso. A organização da oficina deve permitir que as

ferramentas necessárias estejam dispostas de tal forma que seu acesso seja facilitado e não

proporcionem risco de acidentes àqueles que estejam trabalhando no local.

Para que as dependências do laboratório se manterem organizadas, foram executadas

tarefas de organização básica em cada vez que a oficina foi utilizada. Além destas, foi

realizada uma organização de todo o material da oficina com o objetivo de facilitar o acesso a

determinadas áreas, posicionar novos equipamentos e armazená-los em locais pertinentes. A

limpeza do local de trabalho é um fator que afeta diretamente o rendimento do trabalho que se

está executando, neste sentido, foram realizadas varreduras na oficina com o objetivo de

retirar impurezas como poeira, limalha de ferro, sementes caídas e outras que eventualmente

eram produzidas durante as operações realizadas.

Foi realizada uma aula prática da disciplina de Máquinas e Implementos Agrícolas

(EGR 1003), ministrada pelo Prof. Airton dos Santos Alonço para o curso de Zootecnia da

UFSM. Nesta aula prática cada integrante do laboratório elaborou um roteiro a respeito do

conteúdo referente aos seus estudos. Durante a explanação foram apresentados três diferentes

dosadores pneumáticos, após breve introdução sobre normas para ensaios de dosadores de

sementes em laboratório, foi explanado sobre os principais componentes desse tipo de

dosador, suas características e princípios de funcionamento. Na Figura 8 pode ser observado o

mecanismo dosador pneumático de sementes que foi posto em funcionamento durante a aula

prática para visualização dos alunos e para que se pudesse exemplificar como é executado o

procedimento de mensuração de espaçamentos entre sementes e os limites que os classificam

em aceitáveis múltiplos e falhos.

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Figura 8: Unidade pneumática de sementes, montada sobre a bancada de ensaio de dosadores de sementes.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio curricular é uma forma de complementar a formação acadêmica, pelo

aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante a graduação por meio de atividades e

situações reais de atuação profissional. No curso de Agronomia este estágio é fundamental,

pois possibilita aos alunos que retomem muitos dos conhecimentos adquiridos durante a

graduação. Também traz a possibilidade de vivenciar situações ainda desconhecidas, fazendo

com que o aluno use os conhecimentos adquiridos para resolver alguns problemas e assim

adquirir a experiência necessária para desempenhar a profissão de Engenheiro Agrônomo.

Através das atividades realizadas tem-se a oportunidade de aprender as técnicas e

procedimentos utilizados para ensaios de dosadores de sementes, sobre funcionamento de

semeadoras de precisão com as quais se tem contato direto, além de ouvir discutir e estudar

sobre outros tipos de máquinas agrícolas, expandido a capacidade de percepção e

conhecimento. Outro ponto a destacar é o contato direto com a pesquisa cientifica que, através

de muito estudo, apresenta possibilidade de mudar a realidade a qual estamos diariamente

expostos.

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25

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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