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Estudo da Situação Econômico-Financeira das Empresa s Integrantes do
Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação da Cidade de Viçosa –
MG: Uma Análise Comparativa das Empresas Incubadas e Não Incubadas.
1. INTRODUÇÃO
As organizações vêm evoluindo, ampliando sua visão de forma a mudar sua
relação com o meio em que está inserida, dando uma maior ênfase nas relações
com o meio ambiente e com a sociedade. Gradativamente, mais e mais empresas
vêm procurando atender aos anseios da sociedade, implantando programas de
qualidade para seus produtos e serviços, adquirindo equipamentos que protegem o
meio ambiente e investindo em programas sociais para atender aos funcionários e à
comunidade onde a empresa está instalada.
As empresas que aderiram este novo perfil necessitam mostrar o montante
dos benefícios gerados, além dos lucros que incorporam seu patrimônio.
Desde sua origem a contabilidade vem avançando de forma a demonstrar
sempre a situação patrimonial da empresa; evoluindo da simples função de controle
do patrimônio e da riqueza gerada pela entidade, através de controles simples, para
uma posição de destaque, passando a ter uma importância cada vez maior para os
usuários no processo de tomada de decisão.
”A contabilidade costuma ser chamada de linguagem da empresa. Trata-se de um sistema de coletar, sintetizar, interpretar e divulgar, em temos monetários, informações sobre uma organização.” (PIZZOLATO, 1997, p. 1).
Segundo Iudícibus (2000, p. 44), a estrutura conceitual básica da
contabilidade responde a estímulos informativos dos vários setores da economia,
através de mecanismos próprios, mostrando-se essencialmente útil.
A contabilidade gera a diversos usuários informações, as quais devem ser
relevantes, precisas, úteis e fornecidas em tempo hábil para a tomada de decisão. A
partir dessas informações são feitos relatórios, os quais vêm ajudar na preparação
das demonstrações contábeis, sendo estas publicadas com o intuito de tornar
pública a situação econômica e financeira das empresas. Porém, grande parte dos
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usuários externos tem dificuldade em compreender as informações presentes
nessas demonstrações, já que são altamente técnicas.
Entende Assaf Neto (2002, p. 57) que o conhecimento das demonstrações
contábeis é parte “... de fundamental importância para toda a análise de balanços.
Somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se
podem desenvolver avaliações mais acuradas das empresas”.
No Brasil, principalmente, os usuários externos necessitam de um maior
número de informações, além das disponíveis, pois, muitos não têm acesso aos
relatórios internos da empresa de onde derivam os demonstrativos contábeis
publicados. De posse desses demonstrativos, os usuários devem saber qual a real
situação da empresa, se é rentável e se nela há preocupação sócio-ambiental.
Logo, pode-se perceber a necessidade de informações mais transparentes e
de melhor compreensão por todos os usuários interessados, reduzindo ainda
possíveis fraudes e irregularidades.
Considerando a responsabilidade da contabilidade de comunicar a seus
usuários informações úteis para o processo de tomada de decisão e comprovado
que os relatórios contábeis apresentados pelas pequenas empresas não mostravam
sua situação real, surgiu à técnica do Balanço Perguntado (KASSAI & KASSAI,
2001, p. 2). Nesta técnica, elaborada por meio de questionários aplicados, com
antecipação, aos sócios, empresários e empregados de empresas, é possível se
obter conhecimentos suficientes para a elaboração de relatórios contábeis, a fim de
apresentar a verdadeira situação econômico-financeira desta.
Num momento em que a competitividade acirrada impera em todos os setores
da economia, há uma exigência crescente dos agentes financiadores por uma
transparência nas organizações. Assim sendo, a compreensão e o emprego do
Balanço Perguntado, calculando-se índices financeiros e econômicos, como
ferramenta de análise e medida de desempenho, dá suporte à empresa no que se
refere à promoção do mérito e da transparência, à convergência entre os interesses
dos sócios.
Segundo Kassai e Kassai (2001, p. 1), as pequenas empresas têm tido uma
grande dificuldade em obter recursos para financiamento de seus investimentos,
entre outros problemas, pelo fato de não existir uma contabilidade estruturada para
elaboração de relatórios contábeis adequados.
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No Brasil existe uma grande falta de profissionalização da administração nas
micro e pequenas empresas, o que vem a causar escassez de dados e informações
financeiras contribuindo para a alta taxa de mortalidade dessas firmas. Com isso há
uma necessidade de obtenção de demonstrativos financeiros para que se possa
realizar uma melhor análise da situação econômico-financeira de sua gestão interna.
Assim, o Balanço Perguntado, sendo uma ferramenta para levantamento de
informações por meio de uma pesquisa antecipada, permite observar a situação
econômica e financeira das micro e pequenas empresas servindo como meio de
planejamento e gestão empresarial.
No sentido de tentar diminuir o índice de mortalidade das MPEs no Brasil,
surgiram as incubadoras de empresas, as quais buscam oferecer às MPEs apoio
estratégico nos primeiros anos de existência. Essas incubadoras têm sido bastante
utilizadas no Brasil e no mundo, fornecendo facilidades físicas, rede de
conhecimentos pessoais, animação, consultorias e diversos outros apoios aos novos
empreendedores. Elas permitem acelerar o processo de desenvolvimento
empresarial assegurando uma taxa alta de sucesso para as empresas que são
incubadas.
Com intuito de beneficiar os micro e pequenos empreendedores, surgiram
também os Arranjos Produtivos Locais (APL). Através desses Arranjos, as empresas
aglomeradas têm menor chance de mortalidade, uma vez que constituem subsídio
importante para o desenvolvimento de projetos em determinada área, sendo
beneficiadas através de compartilhamento de atividades comuns; maior acesso à
informação tecnológica; maior acesso a sistemas de informação e assistência
técnica; melhoria de processos produtivos; acesso a créditos; entre outros.
Nesse sentido, o presente trabalho propõe aplicar a técnica do Balanço
Perguntado e identificar, por meio de índices econômico-financeiros, a situação das
empresas aglomeradas no Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação
(APL – TI) da cidade de Viçosa-MG e fazer uma comparação entre a situação das
empresas que já foram (ou estão) incubadas e as que não passaram pelo processo
de incubação.
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1.1. Objetivo Geral
• Identificar a situação econômico-financeira das empresas aglomeradas no
APL – TI da cidade de Viçosa-MG, através da técnica do Balanço Perguntado,
fazendo uma comparação entre a situação das empresas que já foram, ou
estão, incubadas e as que nunca passaram pela incubação.
1.2. Objetivos Específicos
• Identificar e descrever as características das empresas que compõem o APL
– TI de Viçosa-MG, coletadas através do Balanço Perguntado.
• Identificar a situação de liquidez, endividamento e rentabilidade das empresas
aglomeradas neste APL, através do cálculo dos dados obtidos pela técnica do
Balanço Perguntado, por meio de indicadores econômico-financeiros.
• Fazer uma comparação entre as empresas que já foram incubadas e as que
não passaram pelo processo de incubação.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Definições de Micro e Pequenas Empresas
As pessoas adotam padrões diferentes para definirem o tamanho das
empresas, pois os padrões dependem muito do propósito do usuário. Segundo
Longenecker, Moore e Petty (1997, p.27), uma empresa pode ser definida como
“grande”, comparada a empresas menores e como “pequena”, comparada a
empresas maiores, entretanto, existem alguns critérios usados para medir o
tamanho de uma empresa, como: Número de Empregados, Volume de Vendas,
Valor dos Ativos, Seguro da Força de Trabalho, Volume de Depósitos; sendo, alguns
aplicáveis a todas as áreas industriais e outros relevantes apenas para certos tipos
de negócios.
Segundo o Sebrae (2005), a Classificação das Empresas por Porte se dá da
seguinte forma:
• Microempresa: na indústria, até 19 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, até 09 pessoas ocupadas;
• Pequena empresa: na indústria, de 20 a 99 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 10 a 49 pessoas ocupadas;
• Média empresa: na indústria, de 100 a 499 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 50 a 99 pessoas ocupadas;
• Grande empresa: na indústria, acima de 500 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, acima de 100 pessoas ocupadas.
De acordo com o IBGE (2001), as micro e pequenas empresas apresentam
as seguintes características:
• baixa intensidade de capital; • altas taxas de natalidade e mortalidade: demografia elevada; • forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-
de-obra ocupada nos negócios; • poder decisório centralizado; • estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo,
principalmente em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica;
• registros contábeis pouco adequados; • contratação direta de mão-de-obra; • utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada; • baixo investimento em inovação tecnológica; • maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e • relação de complementaridade e subordinação com as empresas de
grande porte.
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De acordo com o Sebrae (2006), um dos motivos pelos quais grande parte
das pequenas empresas morrem antes de completarem 5 anos é a Falta de
Planejamento. Muitas vezes, o futuro empreendedor arrisca-se na abertura de um
negócio sem realizar um planejamento adequado do mesmo.
Para que as chances de sucesso dos pequenos negócios venham a
aumentar, segundo Sebrae (2006), é preciso melhorar o preparo dos
empreendedores em termos de atitude empreendedora, planejamento e gestão
empresarial; além de melhorar o ambiente econômico, a partir de políticas públicas
de apoio aos pequenos negócios; como se pode ver no Quadro 1.
Quadro 1: Algumas Ações Para Se Ter Sucesso Nos Peq uenos Negócios
ÁREA AÇÃO Atitude Empreendedora, Planejamento e Gestão Empresarial
Ampliação dos esforços de capacidade, orientação e estímulo ao desenvolvimento das habilidades e atitudes empreendedoras, em todas as faixas etárias. Especial atenção nas fases do negócio:
Fase 1: candidato a empreendedor Fase 2: empresa jovem (até de 24/36 meses) Fase 3: empresa madura (mais de 24/36 meses)
Políticas Públicas
Tratamento diferenciado e favorável às MPEs Desburocratização da abertura/fechamento Recolhimento unificado de impostos
(federal/estadual/municipal) Política de compras governamentais para MPEs Política de crédito específica para MPEs
Conjuntura Econômica Recuperação da economia
Fonte: SEBRAE (2006).
2.2. Situação atual das micro e pequenas empresas n o Brasil
Segundo Sebrae (2005), o número de microempresas no Brasil, entre 1996 e
2002, evoluiu de 2.956.749 para 4.605.607, com crescimento acumulado de 55,8%.
Já o número de pequenas empresas em atividade entre os dois anos elevou-se de
181.115 para 274.009, com crescimento de 51,3%. O número de médias empresas
evoluiu, no período, de 20.527 para 23.652 unidades (15,2%), e as grandes
empresas passaram de 13.472 unidades em 1996, para 15.102 em 2002.
As Tabelas 1, 2 e 3 mostram o número de empresas formais no Brasil, por
porte e setor, nos anos de 1996 e 2002:
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Tabela 1: Número de micro e pequenas empresas form ais no Brasil em 1996 e 2002 Micro Pequena
1996 2002 1996 2002 Indústria 332.049 439.013 27.011 37.227
Construção 81.923 116.287 7.177 8.282
Comércio 1.608.521 2.337.889 68.411 105.891
Serviços 934.256 1.712.418 78.516 122.609
TOTAL 2.956.749 4.605.607 181.115 274.009 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).
Tabela 2: Número de médias e grandes empresas f ormais no Brasil em 1996 e 2002
Média Grande 1996 2002 1996 2002
Indústria 6.375 6.548 1.521 1.430
Construção 1.473 1.694 205 221
Comércio 4.376 4.862 2.896 2.846
Serviços 8.303 10.548 8.850 10.605
TOTAL 20.527 23.652 13.472 15.102 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).
Tabela 3: Número total de empresa s formais no Brasil em 1996 e 2002
TOTAL 1996 2002
Indústria 366.956 484.218
Construção 90.778 126.484
Comércio 1.684.204 2.451.488
Serviços 1.029.925 1.856.180
TOTAL 3.171.863 4.918.370 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).
Pode-se concluir que só houve aumento no número de empresas de 1996
para 2002, tanto em relação ao porte, quanto ao setor.
Na pesquisa realizada pela VOX Populi (2007) identificou-se a taxa de
mortalidade das micro e pequenas empresas e os fatores condicionantes da mesma.
A taxa de mortalidade das empresas brasileiras, por região, pode ser observada na
Tabela 4.
Tabela 4: Taxa de Mortalidade das MPE – 2005 REGIÃO
Norte Nordeste Centro Oeste
Sul Sudeste Brasil
Mortalidade 718 661 345 296 264 2.284
Natalidade 2.400 3.492 1.594 1.236 1.642 10.364
2005 Taxa de mortalidade
29,9% 18,9% 21,6% 23,9% 16,1% 22,0%
Fonte: VOX POPULI (2007).
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Além da mortalidade, a pesquisa identificou, também, fatores que
contribuíram para o sucesso de empresas ativas, conforme se observa na Tabela 5.
Tabela 5: EMPRESAS ATIVAS - Fatores contribuintes p ara o sucesso das empresas
CAPACIDADE EMPREENDEDORA 82% Empresário com persistência/perseverança Criatividade do empresário Aproveitamento das oportunidades de negócio Capacidade do empresário para assumir riscos Capacidade de liderança do empresário
46% 44% 34% 24% 23%
LOGÍSTICA OPERACIONAL 81% Escolha de um bom administrador Uso de capital próprio Reinvestimento dos lucros na empresa Acesso a novas tecnologias Terceirização das atividades meio da empresa
46% 37% 33% 27% 5%
HABILIDADES GERENCIAIS 76% Boa estratégia de vendas Bom conhecimento do mercado onde atua
53% 53%
OUTROS 1% NS/NR 0% BASE 6.726
Fonte: VOX POPULI (2007).
Com relação às empresas que foram extintas, nota-se que os principais
motivos que as levaram à extinção estão relacionados à falta de preparo de seus
gestores, como também problemas de cunho econômico, como ilustra a Tabela 6.
Tabela 6: EMPRESAS EXTINTAS - Razões que podem leva r empresas ao fechamento
FALHAS GERENCIAIS 68% Falta de capital de giro 37% Problemas financeiros 25% Ponto / local inadequado 19% Falta de conhecimentos gerenciais 13% Desconhecimento do mercado 11% Qualidade do produto / serviço 4% CAUSAS ECONÔMICAS CONJUNTURAIS 62% Falta de clientes Concorrência muito forte
27% 25%
Inadimplência / Maus pagadores Recessão econômica no país
19% 18%
POLÍTICAS PÚBLICAS E ARCABOUÇO LEGAL 54% Carga tributária elevada 43% Falta de crédito bancário 16% LOGÍSTICA OPERACIONAL 21% Falta de mão-de-obra qualificada 16% Instalações inadequadas 6% PROBLEMAS COM A FISCALIZAÇÃO 7% OUTRAS 4% NS/NR 3% BASE 446
Fonte: VOX POPULI (2007).
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Segundo Sebrae (2008), existem 5 milhões de micro e pequenas empresas
(MPEs) no Brasil. As MPEs representam 98% das empresas brasileiras. Daí
percebe-se a sua importância para a economia do país. No entanto, grande parte
delas acabam vindo a falir, devido a diversos fatores, sendo o principal deles a falta
de preparo de seus administradores.
Com o intuito de preparar melhor os novos empreendedores, diminuindo a
taxa de mortalidade das empresas, surgiram as Incubadoras de Empresas.
2.3. Incubadoras de Empresas
Conforme o dicionário Aurélio (1999), “incubadora” significa: “aparelho
destinado a manter temperatura constante para o desenvolvimento de ovos e cultura
de microorganismos ou de outras células vivas”.
Nesse sentido, as incubadoras de empresas servem para ajudar empresas a
se tornarem “grandes”.
Segundo Reparte (2008), incubadora é:
um sistema capaz de aperfeiçoar recursos existentes para o surgimento, desenvolvimento e consolidação de jovens empresas, de base tecnológica ou tradicional, tornando-as competitivas para o mercado global. Através de uma infra-estrutura física e serviços compartilhados, a incubadora apóia e hospeda, por tempo determinado, projetos de diversas áreas, proporcionando conhecimento necessário para concretizar boas idéias em produtos ou serviços sustentáveis.
Segundo Bermúdez (2000), são colocadas, à disposição das empresas
incubadas, consultorias e apoios na área gerencial para os empreendedores, o que
permitem não só a aceleração do processo, mas também a solidez necessária para
o ingresso no mercado altamente competitivo nas áreas inovadoras. A sinergia é um
dos fatores importantes do processo de incubação, não só entre as empresas
participantes, mas, também, com a comunidade local em que o programa está
inserido.
Basicamente o objetivo de uma incubadora é reduzir a taxa de mortalidade das pequenas empresas. Para isso, as incubadoras oferecem um ambiente flexível e encorajador onde são oferecidas uma série de facilidades para o surgimento e crescimento de novos empreendimentos a um custo bem menor do que no mercado, na medida em que esses custos são rateados e as vezes subsidiados. Outra razão para a maior chance de sucesso de empresas instaladas em uma incubadora, é que o processo de seleção capta os melhores projetos e seleciona os empreendedores mais
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aptos, o que naturalmente amplia as possibilidades de sucesso dessas empresas (E-COMMERCE, 2008).
De acordo com E-Commerce (2008), o número de incubadoras no Brasil vem
crescendo sensivelmente desde a década de 80, quando surgiram as primeiras.
Hoje existem, segundo dados da Anprotec - Associação Nacional de Entidades
Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançada, cerca de 150
incubadoras espalhadas pelo Brasil. Estima-se que há cerca de 1.100 empresas
residentes nessas incubadoras, representando uma geração de cerca de 6.100
novos empregos.
Além das incubadoras de empresas, a organização de empresas do mesmo
setor para a troca de informações, experiências, entre outros, torna-se um diferencial
num mercado altamente competitivo. Já que, independente de terem ou não sido
incubadas, a cooperação e a troca de experiências entre empresas de um mesmo
ramo pode trazer muitos benefícios para os empreendedores, tornando-os mais
capacitados e preparados para enfrentar futuros problemas e ajudando num melhor
desenvolvimento dessas empresas. Assim, surge o conceito de Arranjo Produtivo
Local (APL).
2.4. APL – Arranjo Produtivo Local
A junção de esforços em torno de atividades produtivas regionais, as quais
seguem uma vocação em comum, vem crescendo cada vez mais entre as empresas
brasileiras, principalmente entre as micro e pequenas. Nesse sentido, há um
aumento da promoção de desenvolvimento integrado e da competitividade das
organizações que fazem parte desses aglomerados.
Essa aglomeração constitui na formação de um Arranjo Produtivo Local
(APL).
De acordo com o FIEP (2007), um Arranjo Produtivo Local é:
o termo que se usa para definir uma aglomeração de empresas com a mesma especialização produtiva e que se localiza em um mesmo espaço geográfico. Os APLs mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Os APLs têm um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e tecnológico de uma região, beneficiando todas as empresas e engajando comunidades locais, centros de tecnologia e pesquisa, instituições de
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ensino e entidades públicas ou privadas. Tudo isso possibilita a geração de maior competência às empresas, maior competitividade e inserção em novos mercados, inclusive externos. As empresas instaladas em APLs exercem o aprendizado coletivo, a troca de informações, a eficiência coletiva e o aumento da competitividade.
Entre os integrantes desses aglomerados existe um vínculo muito forte de
interação, cooperação e aprendizagem. Os agentes são envolvidos na leitura da sua
realidade, no planejamento compartilhado e na busca conjunta de soluções. Assim,
compartilham pesquisas, idéias, recursos, benefícios, deixando de serem agentes
“excluídos” e passando a interagir ao se capacitarem e ao assumirem compromissos
para transformar coletivamente sua realidade.
A busca de se entender sistemas e arranjos produtivos locais fundamenta-se
na visão evolucionista sobre inovação e mudança tecnológica, a qual Cassiolato e
Lastres (2000, p.237) destacam: o reconhecimento de que inovação e conhecimento
colocam-se cada vez mais como elementos centrais da dinâmica e do crescimento
de nações, regiões, setores, organizações e instituições e, a compreensão de que a
inovação e o aprendizado, enquanto processos dependentes de interações, são
fortemente influenciados por contextos econômicos, sociais, institucionais e políticos
específicos.
Em 2004, foi criado o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos
Produtivos Locais (GTP/APL), composto por mais de 20 instituições governamentais
e para-estatais existentes no Brasil, objetivando a integração de ações voltadas a
empresas incluídas em APLs e, assim, conectar e coordenar esforços para o
desenvolvimento competitivo dos produtores.
Segundo MDIC (2008), o Termo de Referência elaborado pelo Grupo de
Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP/APL) diz que um APL
deve ter a seguinte caracterização:
• ter um número significativo de empreendimentos no território e de
indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, e
• que compartilhem formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança. Pode incluir pequenas, médias e grandes empresas.
De acordo com SEPLAN (2008), empresas aglomeradas em Arranjos
Produtivos apresentam os seguintes benefícios:
• Maior atração de capital; • Aumento da interação e cooperação entre produtores e empreendedores;
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• Aumento do dinamismo empresarial; • Redução de custos e riscos; • Promoção da inovação tecnológica; • Maior agilidade e flexibilidade da mão-de-obra; • Melhoria da qualidade de vida da região.
2.4.1. Situação atual dos arranjos produtivos locai s no Brasil
De acordo com IPEA e DISET (2006), o estudo das aglomerações produtivas,
mais conhecidas no Brasil como Arranjos Produtivos Locais, ou apenas “APLs”,
obtiveram um impulso nas últimas décadas devido ao sucesso de algumas
experiências no desenvolvimento de capacitações produtivas e empresariais nesse
tipo de organização. Além do mais, essas aglomerações produtivas localizadas
passaram a ter grande atenção de vários órgãos públicos (federal, estadual e local)
e instituições (Sebrae, Apex e outras) através de ações e medidas de apoio e do
aumento da competitividade desenvolvida pelas empresas locais.
IPEA e DISET (2006) chegaram-se à seguinte identificação estatística
apresentada na Tabela 7, onde os números referem-se a classes, ou grupos de
classes inter-relacionadas de atividades em que foram identificadas aglomerações
de empresas, industriais e de atividades de software, consideradas como APLs:
Tabela 7: Número de APLs potenciais identificados n o Brasil
ESTADOS
TOTAL DE
AGLOMERAÇÕES
ESTADOS
TOTAL DE
AGLOMERAÇÕES
SP 72 PI 9 MG 80 TO 10 RS 63 AL 11 SC 53 SE 16 PR 61 AM 20 RJ 34 RO 21 CE 19 AC 5 BA 53 AP 4 PE 36 RR 0 GO 30 MT 39 ES 25 MS 29 PA 15 RN 22 MA 15 PB 20
Fonte: IPEA e DISET (2006) - Elaborado com base nos dados da RAIS, 2004.
Como mostra a tabela acima, há um número bastante significativo de
potenciais APLs nas atividades industriais ou de software na maioria dos estados
brasileiros, exceto no estado de Roraima, onde não foi identificada nenhuma
aglomeração de empresas nessas atividades.
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2.4.2. Situação atual dos arranjos produtivos locai s no estado de Minas Gerais
Os mercados estão se mostrando cada vez mais exigentes, necessitando de
empresas mais flexíveis e com maior capacidade de adaptação às exigências, não
bastando apenas produzir bem. Diante disso, segundo Andrade (2008), cada vez
mais são fortalecidas as cadeias produtivas no desenvolvimento de Arranjos
Produtivos Locais (APLs) por meio de ações com base nos princípios da cooperação
e da parceria estratégica. Nesse sentido, o Sistema FIEMG (Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais) e seus parceiros vêm se beneficiando muito
com o fortalecimento dessas cadeias produtivas na promoção do desenvolvimento
local e regional, em Minas Gerais. Entre esses benefícios estão os avanços de
qualidade, produtividade, inovação, design. Além da capacitação das empresas para
fabricar produtos mais adequados à demanda dos mercados externo e interno, a
formação de consórcios de exportação e realização de ações de promoção
comercial dentro e fora do Brasil, entre outros, os quais dão suporte para as
empresas se defrontarem com diversos problemas, como as altas taxas de juros, por
exemplo.
De acordo com Crocco e Galinari (2002, p. 264), foram identificadas 40
aglomerações produtivas no Estado de Minas Gerais, espalhadas por diversas
regiões e com diferentes dimensões econômicas, estágios de cooperação,
atualização tecnológica e capacitação gerencial, atuando nos mais diversos setores
de atividade.
Foi verificado, segundo Crocco e Galinari (2002, p. 264), um predomínio de
aglomerações em indústrias maduras, como a têxtil e confecções, calçados,
extrativa mineral e de construção. Mas foram identificadas também aglomerações
em atividades de maior conteúdo tecnológico, como as de biotecnologia e material
de transportes. Ainda, existe a presença de pequenos pólos industriais espalhados
pelo Estado, os quais possuem um papel essencial na geração de renda e emprego,
na diversificação do setor de serviços, na elevação do grau de urbanização e de
qualidade de vida da população local, reduzindo o grau de pobreza da região. Um
exemplo desses pólos é o caso dos arranjos produtivos de calçados em Nova
Serrana, de móveis em Ubá e de confecções em Divinópolis.
Através deste levantamento foi concluído que as aglomerações locais
constituem-se em elementos importantes de uma política industrial para Minas
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Gerais, tanto em relação a objetivos de interesse local ou regional, como, em relação
a objetivos voltados para o aumento da competitividade industrial do Estado.
2.5. Balanço Perguntado
Mesmo com tantos indicadores, muitas empresas não conhecem sua real
situação econômico-financeira por não possuírem registros contábeis eficientes.
Para ajudar a solucionar problemas dessa natureza, Kassai (2001) desenvolveu uma
técnica chamada balanço perguntado.
O termo “balanço” advém das teorias contábeis e financeiras, enquanto que
“perguntado” inclui-se no ambiente e características das pequenas empresas. Esses
termos juntos representam uma técnica que diminui as dificuldades de obtenção de
informações e relatórios contábeis e possibilita a realização de análises de qualidade
de desempenho econômico.
O termo balanço perguntado trata-se de uma prática antiga que consiste
basicamente no interrogatório direto ao dono ou pessoal responsável pelo
empreendimento e, com base nas respostas e dados obtidos, na experiência do
perguntador e em alguns ajustes de consistência, são obtidas informações no
formato básico das demonstrações contábeis, podendo-se analisar, através de
indicadores financeiros, a situação em que a empresa se encontra.
Existem vários tipos de questionários, roteiros e check list, citados por Kassai
(2000), que orientam a elaboração de um balanço perguntado. No entanto, para
aqueles que têm uma noção mínima de contabilidade, um bom modelo pode ser
visualizado mentalmente como o preenchimento das principais contas de um
Balanço Patrimonial (BP) e de uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE),
além de outras perguntas e respostas que surgem naturalmente durante na
entrevista. A partir dos dados obtidos o perguntador, desempenhando o papel de
consultor, poderá identificar soluções e situações ideais para esse empreendimento.
É importante que se estabeleça um sentimento mútuo de confiança e de
comprometimento nesse “bate-papo” e, depois horas ou visitas, de reflexões, chega-
se ao produto final.
Os primeiros trabalhos utilizando o termo balanço perguntado foram
publicados a partir do ano de 2000, com autoria atribuída a Kassai, porém Nakao
(2003), em sua dissertação de mestrado, observou que outros autores já vinham
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utilizando esse termo anteriormente. Sendo assim, teve a oportunidade de
entrevistar alguns deles sobre a originalidade do termo e, apesar de descobrir
evidências de pioneirismo por parte desses, adotou como marco inicial a publicação
de KASSAI, KASSAI & NOSSA (2000).
No VII Congresso Brasileiro de Custos (Recife-PE) foi apresentado o trabalho
pioneiro, utilizando-se o termo balanço perguntado, cujo resumo da publicação
encontra-se a seguir:
“A difícil tarefa do cumprimento da missão das pequenas empresas, atrelada a sua capacidade de sobrevivência é uma luta constante e facilmente observada no testemunho de seus empreendedores. Dentre as dificuldades, muitas delas comuns às demais empresas, destacam-se a árdua tarefa de "levantar dinheiro" junto aos bancos para complementar o seu capital de giro ou mesmo para novos investimentos. Este artigo trata desse processo por meio do estudo de um caso real, evidenciando as experiências de dois profissionais diretamente envolvidos: o "dono" da pequena empresa e o "gerente" do banco, com as devidas adaptações para um trabalho acadêmico. Na etapa final da aprovação de um empréstimo bancário ambos já estão convencidos sobre a viabilidade do empréstimo e reina a amizade e confiança mútua. Entretanto, falta transpor um último obstáculo: como argumentar perante a matriz do banco?, se o gerente não tem autonomia e o dono da empresa não dispõe de uma contabilidade confiável. O artigo apresenta um modelo que permite avaliar e justificar a provável situação econômica da empresa, obtido a partir de informações não oficiais, a exemplo do "balanço perguntado" utilizado pela Caixa Econômica Federal. Ao final, apresentamos um apêndice contendo um glossário dos principais conceitos abordados neste trabalho.” (KASSAI, KASSAI & NOSSA, 2000).
De maneira geral, o Balanço perguntado é uma técnica feita através da
aplicação de um relatório, previamente elaborado, a proprietários ou responsáveis
de determinada empresa, com o objetivo de obter informações necessárias para
conhecer melhor a empresa e dados suficientes para o cálculo de indicadores
econômico-financeiros, podendo-se fazer uma boa análise da situação em que a
empresa se encontra.
2.6. Indicadores Econômico-Financeiros
Com o intuito de obter informações mais relevantes, acompanhar, preparar e
analisar, da melhor forma possível, a tomada de decisão de uma organização, torna-
se indispensável o uso de elementos de informação detalhados e completos, como
os indicadores econômicos e financeiros. As análises como a horizontal, vertical, a
16
liquidez, a taxa de retorno sobre investimentos, entre outros, permitem fazer o
diagnóstico da atividade de uma empresa e da sua evolução ao longo do tempo.
Os índices são relações que são estabelecidas entre grandezas, facilitando o
trabalho do analista. Entretanto, este deve estar sempre atento às interpretações
feitas, tomando uma série de precauções, pois os índices muitas vezes podem dar
falsa imagem de uma situação.
De acordo com Júnior e Begalli (2002, p.235), índice é a relação existente
entre contas dos demonstrativos financeiros, a fim de evidenciar determinado ponto
da situação financeira ou econômica de uma organização. A análise das
informações econômico-financeiras das empresas, por meio de índices, faz-se
necessária para fornecer aos usuários informações úteis.
Estudar os índices é fundamental para se fazer a análise das Demonstrações
Financeiras, já que mostram a relação entre contas ou grupos de contas dessas
demonstrações, evidenciando aspectos da situação financeira ou econômica de uma
empresa. Pode-se também ser feita a análise da situação econômica
separadamente da situação financeira e depois junta-las na conclusão.
Segundo Assaf Neto (2001, p. 48), através de informações retiradas das
demonstrações contábeis levantadas por uma empresa, podemos obter diversas
conclusões a respeito de sua situação econômica e financeira. Como, por exemplo,
obter conclusões sobre a atratividade de investir em ações de determinada
companhia; se a capacidade de pagamento (liquidez) encontra-se numa situação de
equilíbrio ou insolvência; se a atividade operacional da empresa oferece uma
rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietários de capital; entre diversas
outras, as quais nos possibilitam verificar a relevância das demonstrações contábeis
no processo de tomada de decisão.
Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 516) afirma que os donos de empresas
precisam entender bem o processo contábil de suas empresas e compreender os
demonstrativos financeiros, podendo, então, decidir que métodos trazem mais
vantagens para elas.
A análise por meio de índices é usada para comparar o desempenho operacional e financeiro e a situação de uma empresa para com outras ou consigo mesma ao longo do tempo. A informação contida nas demonstrações é de maior importância para os acionistas, credores e administradores, os quais normalmente precisam dispor de medidas relativas da eficiência operacional e da situação da empresa. A análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a interpretação dos
17
índices financeiros para avaliar o desempenho e a situação da empresa. Os insumos básicos para a análise baseada em índices são a demonstração do resultado e o balanço patrimonial da empresa, referentes aos períodos a serem examinados. (GITMAN, 2002 p.102)
Através dos índices obtem-se uma visão mais ampla da situação da empresa,
além de se criar medidas para desenvolver quadros de avaliação desta.
2.6.1. Índices de Liquidez
Segundo Gitman (1997, p.109), liquidez é a capacidade de uma empresa
satisfazer suas obrigações na data do vencimento, referindo-se à facilidade com que
a empresa pode pagar suas contas, ou seja, à solvência da situação financeira da
empresa, de forma global.
Através do cálculo e da interpretação dos Índices de Liquidez, de acordo com
Domingues (2005), pode-se analisar a liquidez ou a capacidade de solvência de uma
empresa, avaliando a capacidade desta em saldar seus compromissos, sendo que
essa análise poderá ser realizada, num longo prazo, num curto prazo ou em prazo
imediato. Normalmente, os índices de liquidez empregados são: Liquidez Corrente,
Liquidez Seca, Liquidez Geral e Liquidez Imediata. Todos eles fazem uma relação
dos bens e direitos de uma firma com suas obrigações, medindo o quanto uma
empresa tem para cada unidade monetária que ela deve.
O valor ideal para cada um desses índices é superior a 1, indicando assim
que a empresa apresenta pelo menos uma unidade monetária para cada outra
devida. Entretanto, a análise individual não pode ser parâmetro para um relatório, o
analista deve aplicar os quatro índices de liquidez para chegar a uma conclusão
sobre a capacidade da empresa cumprir com os compromissos assumidos. Além do
mais, segundo Domingues (2005), esse ponto não deve ser considerado como um
ponto de equilíbrio, pois, antes de defini-lo, deve-se associa-lo a outros índices,
analisando e comparando-os em outros anos e, com índices-padrão, ou seja, de
empresas concorrentes. Devem ser observados, também, outros fatores envolventes
como fluxo de caixa, estrutura de capital, entre outros.
18
2.6.1.1. Índice de Liquidez Corrente
O Índice de Liquidez Corrente (ILC) mostra a capacidade de pagamento da
empresa no curto prazo e seu cálculo se dá pela divisão entre Ativo Circulante (AC)
e Passivo Circulante (PC), de acordo com a Equação 1:
ILC = AC / PC. (1)
2.6.1.2. Índice de Liquidez Seca
O Índice de Liquidez Seca (ILS) apresenta também a capacidade de
pagamento da empresa no curto prazo, porém sem levar em conta os estoques.
Sendo calculado pela divisão do Ativo Circulante, sem os Estoques, pelo Passivo
Circulante, conforme Equação 2:
ILS = (AC – ESTOQUES) / PC . (2)
2.6.1.3. Índice de Liquidez Geral
O Índice de Liquidez Geral (ILG) indica a liquidez da empresa no curto e no
longo prazo. É calculado a partir da divisão da soma dos Ativos Circulante e
Realizável a Longo Prazo (RLP) pela soma dos Passivos Circulante e Exigível a
Longo Prazo (ELP), conforme indicado na Equação 3:
ILG = (AC + RLP) / (PC + ELP) . (3)
2.6.2. Índices de Endividamento
Para Assaf Neto (2002, p. 146), este indicador mostra o quanto a empresa
tomou emprestado para cada unidade monetária aplicada de capital próprio;
definindo também o índice pela relação das dívidas no curto prazo ou,
alternativamente, no longo prazo, dando maior importância ao endividamento em
função da maturação do passivo.
19
O endividamento de uma empresa tem relação geralmente com os recursos
de terceiros.
“A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos
de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros.” (GITMAN, 1997 p.
115).
Iudícibus (1994, p. 104) comenta que esse indicador possui grande
importância, significando a parcela do ativo total financiada com recursos de
terceiros. Destaca, ainda, que a presença de terceiros financiadores, no longo prazo,
pode aumentar despesas financeiras e dissipar a rentabilidade da empresa. Porém,
revela que a situação poderá ser boa quando os ativos gerarem retorno que
superem as taxas contratadas do financiamento.
Uma companhia pode ser levada à falência pelo excesso de capital de
terceiros. De acordo com Marion (1998, p. 464-465), as instituições financeiras,
normalmente, não estarão dispostas a conceder financiamentos para as empresas
que apresentarem esta situação desfavorável. Se a composição do endividamento
apresentar uma significativa concentração no Passivo Circulante (Curto Prazo), a
empresa poderá ter reais dificuldades num momento de reversão de mercado (o que
não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no Longo Prazo).
Para Iudícibus (1994, p. 106), caso esse índice apresente um valor,
acentuadamente, maior que um, existe uma exagerada dependência de recursos de
terceiros, e grande parte das empresas que vão à falência apresentam altos
quocientes durante um período relativamente longo.
Segundo Matarazzo (2003, p. 106), quanto maior for a relação dos Capitais
de Terceiros com o Patrimônio Líquido, menos liberdade de decisões financeiras, ou
maior dependência desses terceiros, a empresa terá. É desse ângulo que se
interpreta o índice.
Marion (1998, p. 465) afirma que empresas que recorrem a dívidas como
complemento dos Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas no seu Ativo
(ampliação, expansão, modernização, etc.), geram um endividamento sadio, mesmo
sendo elevado, já que essas aplicações deverão gerar recursos para saldar o
compromisso assumido. Porém, empresas que recorrem a dívidas para pagar outras
dívidas que estão vencendo, por não gerarem recursos para saldar seus
compromissos, recorrem a empréstimos sucessivos. Logo, gera-se um círculo
20
vicioso, tornando, a empresa, uma séria candidata à insolvência;
consequentemente, à falência.
A forma mais utilizada para detectar a situação em que a empresa se
encontra é através dos seus indicadores. Os índices de endividamento demonstram
a probabilidade da companhia não pagar seus compromissos, informando se a
empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários.
Segundo Marion (1998, p.465-466), os Indicadores de Endividamento são:
Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais, Garantia do Capital
Próprio ao Capital de Terceiros e Composição de Endividamento.
2.6.2.1. Participação de Capitais de Terceiros sobr e Recursos Totais
Esse índice mede a quantidade de Recursos Totais da empresa que se
originam de Capital de Terceiros em relação à quantidade do Ativo que é financiado
com Capital Próprio e pode ser obtido de acordo com a Equação 4.
Capital de Terceiros / (Capital de Terceiros + Capital Próprio) =
= Exigível Total / (Exigível Total + PL) =
= (PC + ELP) / (PC + ELP + PL) (4)
Sendo:
PC = Passivo Circulante;
ELP = Exigível a Longo Prazo; e
PL = Patrimônio Líquido.
2.6.2.2. Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros
Esse indicador mede a garantia oferecida, em dinheiro, pelo Capital Próprio
para cada uma unidade monetária de Capital de Terceiros e pode ser obtido por
meio da Equação 5.
Sendo calculado pela seguinte fórmula:
Capital Próprio / Capital de Terceiros =
= PL / Exigível Total =
= PL / (PC + ELP) (5)
21
2.6.2.3. Composição de Endividamento
O índice de Composição do Endividamento mede a quantidade de
endividamento que a empresa apresenta a Curto Prazo e a Longo Prazo.
O Endividamento a Curto Prazo é utilizado, normalmente, para financiar o
Ativo Circulante e o Endividamento a Longo Prazo, para financiar o Ativo
Permanente e pode ser calculado usando-se a Equação 6.
PC / Capital de Terceiros =
= PC / Exigível Total =
= PC / (PC + ELP) (6)
2.6.3. Índices de Rentabilidade
São várias as formas de se avaliar a rentabilidade de uma empresa, sendo
cada uma relacionada a um tipo de retorno da empresa.
"Essas medidas permitem a quem analisa, avaliar os lucros da empresa em confronto com um dado nível de vendas, um certo nível de ativos, o investimento dos proprietários, ou o valor da ação." (GITMAN, 1997 p. 120).
De acordo com Banco do Brasil (2007), os índices de rentabilidade, como o
próprio nome sugere, permitem avaliar o retorno, em termos de lucro ou prejuízo,
que uma empresa obteve em relação a um determinado nível de vendas, de ativos e
de dinheiro investido pelos sócios.
Segundo Marion (1998, p. 471), estes indicadores abrangem mais os
aspectos econômicos do que financeiros na análise empresarial. Eles estão
concentrados na geração dos resultados, na Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE), enfocando a rentabilidade da empresa, para o seu potencial de
vendas, para sua habilidade em gerar resultados, para a evolução das despesas,
etc, objetivando, então, calcular a taxa de lucro.
Os Índices de Rentabilidade, segundo Marion (1998, p. 472-473), são: Taxa
de Retorno sobre Investimentos (TRI), Margem de Retorno sobre o Patrimônio
Líquido (MRPL), Margem de Lucro sobre as Vendas (Margem Bruta, Margem
Operacional, Margem Líquida) e Giro do Ativo.
22
2.6.3.1. Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)
O Ativo, segundo Marion (1998, p. 471), representa investimentos realizados
pela empresa no sentido de obter Receita e, consequentemente, Lucro. Podemos,
assim, obter a Taxa de Retorno sobre Investimentos, analisando quanto a empresa
ganhou por real investido.
Este índice mede, então, o poder de ganho da empresa, ou seja, qual o
ganho que a empresa terá para cada unidade monetária investida. Sendo calculado
pela Equação 7:
TRI = Lucro Líquido / Ativo Total Médio (7)
2.6.3.2. Margem de Retorno sobre o Patrimônio Líqui do (TRPL)
Este índice mede o poder de ganho dos proprietários, ou seja, qual o ganho
que a empresa terá para cada unidade monetária investida pelos proprietários.
Machado (2006, p. 101) diz que:
a razão para a utilização do Patrimônio Líquido Médio entre o início e o fim do período se dá por questão de simplicidade, uma vez que há alterações em seu valor em virtude de pagamentos de dividendos e as integralizações de capital, realizadas em tempos distintos, onde se pode ponderar proporcionalmente a influência do prazo de permanência desses valores.
Sendo assim, é calculado de acordo com a Equação 8:
TRPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Médio ( 8)
2.6.3.3. Margem de Lucro sobre as Vendas
Este índice, de acordo com Marion (1998, p. 473), está dividido em Margem
Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida.
A Margem Bruta mostra o ganho que a empresa obteve para cada unidade
monetária vendida. Ganho este que irá remunerar as despesas e os proprietários da
empresa.
Segundo a Organização Contábil JL Ltda. (2008), essa margem serve para
medir a eficiência com que a empresa coloca seu produto ou serviço à venda. Sendo
23
assim, essa margem mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que
sobrou após a empresa ter pago seus produtos. Quanto maior for esse valor, melhor.
Essa margem é calculada através da Equação 9:
Margem Bruta = Lucro Líquido / Vendas Líquidas (9 )
A Margem Operacional mostra o ganho que a empresa obteve de Lucro
Operacional, para cada uma unidade monetária vendida.
De acordo com a Organização Contábil JL Ltda. (2008), essa margem serve
para medir a eficiência das operações da atividade fim da empresa, incluindo tanto a
eficiência fabril como a administrativa, permitindo avaliar-se a viabilidade do negócio.
Medindo, assim, a porcentagem de lucro obtido em cada unidade monetária de
venda, antes dos juros e imposto de renda. Quanto maior esse valor, melhor.
O cálculo dessa margem se dá através da Equação 10:
Margem Operacional = Lucro Operacional / Vendas Líq uidas (10)
A Margem Líquida mostra o valor, em dinheiro, que sobra para a empresa
(aos proprietários), para cada uma unidade monetária vendida. Em suma, a Margem
Líquida mede a eficiência e viabilidade do negócio. Esta margem se dá pela
Equação 11:
Margem Líquida = Lucro Líquido / Vendas Líquidas (11)
2.6.3.4. Giro do Ativo
Mostra quantas vezes o Ativo “girou”, no ano, pelas vendas, ou seja, quantas
vezes a empresa vendeu o seu Ativo.
De acordo com a Organização Contábil JL Ltda. (2008), O giro do ativo busca informar quanto foi vendido com o valor investido no ativo, esse índice pode ser utilizado para o ativo contabilizado no final do ano, ou o ativo médio entre o valor do início e final de ano, ou utilizando apenas o ativo circulante, ou apenas o ativo permanente, etc. Esse índice procura mostrar o quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 (Um Real) do investimento total, quanto maior, melhor. (ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL JL LTDA, 2008).
24
A Taxa de Lucro deverá ser cada vez maior, quanto maior for o “giro” do
Ativo. Assim, deve-se manter o Ativo a um mínimo necessário. Ativos muito elevados
prejudicam o “giro”, prejudicando, assim, a rentabilidade.
Assim, chega-se à seguinte Equação 12:
Giro do Ativo = Vendas Líquidas / Ativo Total (12)
Enfim, para se fazer a análise das demonstrações contábeis e ter um bom
conhecimento da situação econômico-financeira é fundamental a obtenção dos três
pontos seguintes:
• Liquidez: para a situação financeira;
• Rentabilidade: para a situação econômica;
• Endividamento: para a estrutura de capital.
Para Marion (2002, p. 15), esses três pontos formam o tripé de análise, como
mostrado pelo diagrama da Figura 1:
Figura 1: Pontos fundamentais na análise econômico- financeira
Fonte: Baseado em Marion (2002, p.15).
25
3. METODOLOGIA
Nesta pesquisa foi analisada a situação financeira de empresas de
Tecnologia da Informação. Para tal, foi utilizado o método do Balanço Perguntado.
O “balanço perguntado” consiste, basicamente, na obtenção dos dados econômico-financeiros diretamente com o empreendedor e, com base em suas respostas, na experiência do perguntador e em alguns ajustes de consistência, pode-se estruturar as informações no formato básico das demonstrações contábeis. (KASSAI E KASSAI, 2001).
Diante disso, adotou-se o método de pesquisa do tipo empírico-analítica com
aplicação de questionários. Segundo Martins (2002, p.34), “esta abordagem
apresenta em comum a utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de
dados marcadamente quantitativas”.
Os questionários foram aplicados aos empresários das 21 empresas
aglomeradas no APL – TI de Viçosa no período compreendido entre fevereiro e maio
de 2008, no entanto foram obtidos dados de apenas 12 dessas empresas. Segundo
Chizzotti (1991, p. 55), o questionário é um conjunto de questões previamente
elaboradas com o intuito de obter dos informantes respostas sobre o assunto que
estes saibam informar. Para Vergara (1998, p.53),
o questionário caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. (...) O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado. No questionário aberto, as respostas livres são dadas pelos respondentes; no fechado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas.
Foi também realizada uma entrevista semi-estruturada com os gestores das
empresas analisadas entre abril e maio de 2008. Para Lüdke e André (1986, p. 33),
especialmente nas entrevistas não totalmente estruturadas, onde não há imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que no fundo são a verdadeira razão da entrevista. Na medida em que houver um clima de estímulo e de aceitação mútua, as informações fluirão de maneira notável e autêntica.
Essa pesquisa, quanto aos fins, pode ser caracterizada como descritiva, pois
visa descrever as características de determinada população ou amostra. Nela está
envolvido o uso de uma técnica padronizada de coleta de dados: o questionário. Há
a preocupação em observar, registrar e analisar os fatos. Assume, em geral, a forma
26
de levantamento de dados. Para Silva e Menezes (2001, p.21), “a pesquisa
descritiva tem como principal objetivo descrever as características de determinada
população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis”.
Quanto aos meios utilizados, essa pesquisa pode ser caracterizada por
bibliográfica, por ser fundamentada em referencial teórico desenvolvido a partir de
livros, artigos e outras fontes de informação sobre o tema abordado. Segundo
Vergara (1998, p.46),
pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral, onde fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.
Foi realizado também um estudo de caso, o qual representa um análogo a
um experimento, podendo ser usado para determinar, por exemplo, se as
proposições de uma teoria estão corretas, representando uma contribuição
significante para conhecimento da teoria construída.
De acordo com Yin (1989, p. 23) apud Bressan (2000), o estudo de caso é
“uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um
contexto da vida real”. No qual não pode haver manipulação dos comportamentos
relevantes, porém onde é possível se fazer observações diretas e entrevistas
sistemáticas. O estudo de caso caracteriza-se pela “capacidade de lidar com uma
completa variedade de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e
observações”. (YIN, 1989, p. 19, apud BRESSAN, 2000).
Para se realizar esta pesquisa através do método do Balanço Perguntado,
foram utilizados os seguintes indicadores financeiros: Índices de Liquidez (Corrente,
Seca e Geral), Índices de Endividamento e Índices de Rentabilidade.
Os dados primários obtidos através dos questionários foram tabulados, e os
índices calculados, com o auxilio do software Microsoft Excel 2003, onde também
foram elaborados gráficos, para uma melhor visualização de algumas informações
obtidas. Foram construídas, também, tabelas indicando a situação financeira do
Arranjo Produtivo Local, como um todo, bem como a situação das empresas que já
foram incubadas e as que nunca passaram pelo processo de incubação.
27
De acordo com Foster (1986) apud Migliorini (2001, p. 94), a metodologia de
análise de índices financeiros é a técnica de análise difundida no ambiente
financeiro mais amplamente utilizada.
Para analisar a situação do Arranjo, foi feita a média dos índices das
empresas. É importante destacar que essa média foi feita apenas entre as empresas
que disponibilizaram as informações necessárias para o cálculo, já que algumas
empresas forneceram informações insuficientes. Sendo assim, estas últimas foram
incluídas para o cálculo da média somente dos índices que foram possíveis de se
obter com seus dados. Logo, a população variou conforme o índice em questão.
A cidade de Viçosa-MG apresenta outros Arranjos Produtivos Locais, no
entanto, foi utilizado para essa pesquisa o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da
Informação, o qual é o maior e mais desenvolvido APL da região.
No mundo atual, é de grande importância as atividades voltadas para a
tecnologia da informação (TI), a qual, segundo Alecrim (2004), “pode ser definida
como um conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de
computação”. As aplicações de TI estão ligadas a diversas áreas, tanto que existem
várias definições e nenhuma consegue determina-la por completo.
O público alvo do APL-TI da cidade de Viçosa são: Empresas de Viçosa que
atuam no desenvolvimento de softwares, hardwares ou processos de tecnologia da
informação. E seu foco estratégico, segundo TI.Viçosa (2008), é:
• Promover o APL com o objetivo de gerar maior reconhecimento/visibilidade nacional;
• Capacitação Gerencial e Técnica de Recursos Humanos; • Certificação CMMI (Capability Maturity Model Integration) ou MPS.BR
(Melhoria de Processo do Software Brasileiro); • Acesso a novos mercados nacionais e manutenção dos mercados
existentes; • Viabilizar a inserção do APL de TI no Parque Tecnológico de Viçosa; • Acesso à informação e à tecnologia com foco na inovação de produtos e
processos; • Acesso das empresas ao capital, através de linhas de crédito e de
fomento.
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do levantamento dos dados e análise dos mesmos, os resultados
obtidos neste estudo foram divididos da seguinte forma: a) Caracterização das
Empresas do APL-TI, através de gráficos; b) Análise geral da situação econômico-
financeira do APL-TI e c) Análise da situação econômico-financeira entre as
empresas do Arranjo que já foram, ou estão, incubadas e as que nunca foram
incubadas.
4.1. Caracterização das Empresas do APL-TI
Com vistas a obter os demonstrativos contábil-financeiros das empresas
estudadas, através da técnica do Balanço Perguntado, entrevistou-se os
proprietários ou a pessoa responsável pela gestão financeira de cada organização.
Na entrevista foi utilizado um roteiro para auxiliar na posterior elaboração das
demonstrações financeiras. Inicialmente procurou-se conhecer as características
gerais das empresas, buscando, assim, identificar o tempo de existência de cada
uma, como ilustra o Gráfico 1.
25,00%
8,33%
0,00%0,00%0,00%66,67%
menos de 1ano1 a 2 anos
2 a 3 anos
3 a 4 anos
4 a 5 anos
mais de 5 anos
Gráfico 1: Tempo de Existência das Empresas Fonte: Dados da pesquisa.
Como nota-se no Gráfico 1, a grande maioria das empresas tem mais de 5
anos de existência, enquanto as outras têm menos de 2 anos.
Em seguida, verificou-se o tempo de participação de cada empresa no APL-
TI, como é mostrado no Gráfico 2.
29
33,33%
0,00%66,67%
menos de 1 ano
1 a 2 anos
2 a 3 anos
Gráfico 2: Tempo de participação das empresas no AP L-TI Fonte: Dados da pesquisa.
Como se pode ver no Gráfico 2, 66,67% das empresas em questão estão
aglomeradas ao APL-TI há mais de 2 anos, enquanto 33,33% se integraram ao
Arranjo há menos de 1 ano.
Foi indagado aos entrevistados qual o número de sócios das empresas em
questão, como é observado no Gráfico 3.
Gráfico 3: Quantidade de sócios por empresa
Fonte: Dados da pesquisa.
No Gráfico 3, observa-se a quantidade de sócios que cada empresa possui,
obtendo um total de 27 sócios em questão.
Dada a grande importância das micro e pequenas empresas (MPEs) para a
economia brasileira, necessita-se de profissionais qualificados para gerirem essas
30
organizações. Assim, a formação e a qualificação profissional dos gestores estão
diretamente relacionadas com o sucesso do empreendimento.
Assim, buscou-se levantar junto às empresas qual o nível de escolaridade de
seus administradores, ilustrado no Gráfico 4.
Gráfico 4: Percentual do Nível de Escolaridade dos Sócios Fonte: Dados da pesquisa.
Nota-se no Gráfico 4, que a maior parte dos 27 sócios apresentados tem nível
superior completo e incompleto, sendo 34% já formados e 26% que ainda cursam
uma graduação. Os outros 40% apresentam: Pós-graduação (15%), Mestrado
(11%), Doutorado (7%) e Curso Técnico (7%).
Nesse contexto, é de extrema importância o preparo adequado dos gestores
das empresas. Entretanto, outro aspecto fundamental para o bom desempenho de
uma organização é a mão-de-obra utilizada na produção de um bem ou na
prestação de serviços. Logo, os funcionários são de grande importância para o
crescimento e a competitividade de uma empresa, cabendo aos administradores
ajuda-los a trabalharem juntos e de forma eficiente. Levantado o quadro funcional
das empresas em estudo, pôde-se ver que 4 das empresas apresentam mais de 16
funcionários, porém a grande maioria apresenta menos de 6.
Além dos funcionários, muitas empresas contratam estagiários, os quais
contribuem bastante com a organização através de conhecimentos atuais e boas
idéias. Já que, com o estágio, o aluno aprende a relacionar a prática com a teoria
estudada. Entretanto, apenas 3 das empresas indagadas utilizam os serviços de
estagiários.
31
Como visto anteriormente, as MPEs são fundamentais na conjuntura
econômica nacional. Todavia, muitas acabam vindo a falir devido a inúmeros fatores,
como falhas no planejamento, gerenciamento inadequado do negócio, falta de mão-
de-obra qualificada, entre outros.
Sendo assim, investigou-se quantas das empresas entrevistadas foram
incubadas, como mostra o Gráfico 5.
41,67%
50,00%
8,33%
JÁ FORAM OU ESTÃO INCUBADAS
NÃO FORAM INCUBADAS
EM FASE DE PRÉ-INCUBAÇÃO
Gráfico 5: Empresas X Incubação Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com o Gráfico 5, a metade das empresas analisadas nunca foi
incubada, enquanto, da outra metade, 41,67% já foram ou estão incubadas e 8,33%
estão para ser.
4.2. Análise geral da situação econômico-financeira do APL-TI
Após as análises preliminares, procurou-se averiguar alguns dados contábeis,
a fim de analisar, através de indicadores econômico-financeiros, a situação em que
se encontra o Arranjo Produtivo.
Feita a análise geral do Arranjo, chegou-se à seguinte situação, ilustrada na
tabela 8:
Tabela 8: Média das Empresas do APL-TI
ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS
Liquidez Corrente (LC) = 2,886663712
Liquidez Seca (LS) = 2,53481186
Liquidez Geral (LG) = 2,37066079
32
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,327199523
Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 3,986944112 Composição de Endividamento = 0,889104744
ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = -0,544330117 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = -0,424587587
Giro do Ativo = 1,411510324 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:
Margem Bruta = 0,595030137 Margem Operacional = 0,035968413
Margem Líquida = -0,104334961 Fonte: Dados da pesquisa.
O APL-TI apresenta uma boa liquidez, o que implica que as empresas nele
aglomeradas possuem uma boa capacidade de pagamento.
Quanto ao endividamento, nota-se que há uma maior concentração de capital
próprio na estrutura de capital na maioria das empresas, resultando, assim, numa
participação de capital de terceiros sobre recursos totais de aproximadamente 33%
no Arranjo. Cabe ressaltar que a maioria das dívidas contraídas pelas empresas são
de curto prazo, sendo que a composição de endividamento do APL-TI é de 0,89.
A rentabilidade do APL merece algumas observações: sua taxa de retorno
sobre investimentos e sua taxa de retorno sobre o patrimônio líquido estão
negativas, sendo respectivamente -0,54 e -0,42, o que mostra que os investimentos
feitos não são rentáveis.
O giro do ativo é um índice que merece uma atenção especial nesta pesquisa.
Como dito anteriormente, as empresas estudadas são aglomeradas no Arranjo
Produtivo de Tecnologia da Informação, por isso é natural que trabalhem com ativos
reduzidos, o que consequentemente gera um valor baixo para esse índice. Isto é o
que podemos observar na tabela acima, em que o APL apresentou uma média de
giro de 1,41.
É importante salientar, também, que o APL apresenta uma margem bruta
positiva e as demais margens negativas, o que significa que as empresas estão
tendo despesas e custos muito altos, além de dificuldades na formação de preços.
33
4.3. Análise da situação econômico-financeira das e mpresas – incubadas e
não-incubadas – do APL-TI
Após a análise geral da situação econômico-financeira do APL-TI, foram
realizadas análises, separadamente, da situação econômico-financeira das
empresas que já foram (ou estão) incubadas e das que nunca foram incubadas.
Primeiramente, analisou-se as empresas que já foram incubadas, as quais
representam – conforme mostra o gráfico 5 – 41,67% das empresas indagadas.
Feita a análise, chegou-se à seguinte situação, ilustrada na tabela 9:
Tabela 9: Média das Empresas do APL-TI que já fora m, ou estão, incubadas.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS
Liquidez Corrente (LC) = 3,634301123
Liquidez Seca (LS) = 3,467634457
Liquidez Geral (LG) = 2,86029674
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,161188395
Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 6,077777223 Composição de Endividamento = 0,833657115
ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = -1,356994101 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = -1,48287513
Giro do Ativo = 1,174290809 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:
Margem Bruta = 0,481125125 Margem Operacional = -0,566823741
Margem Líquida = -0,855004889 Fonte: Dados da pesquisa.
Observando a média das empresas já incubadas, na tabela acima, quanto à
capacidade de pagamento, verifica-se que as mesmas se encontram em uma
situação favorável. Nesse sentido, essas empresas estão com uma boa condição de
liquidez, podendo arcar com suas dívidas de curto e longo prazo, sem maiores
alardes, fato comprovado pelos índices de liquidez, os quais obtiveram um valor
acima de 1.
Quanto ao endividamento, essas entidades apresentam uma média de 16%
de capital de terceiros em sua composição e uma composição de endividamento de
aproximadamente 0,83. E, para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros, há R$ 6,08 de
Capital Próprio como garantia.
34
Nota-se que no período de 2007, essas empresas apresentaram uma
rentabilidade insatisfatória: a média dessas empresas apresentou valores negativos
de retorno sobre o patrimônio líquido e retorno sobre investimentos, o que significa
que seus investimentos não estão sendo rentáveis.
O Giro do Ativo foi baixo, o que não surpreende, pois empresas de tecnologia
da informação trabalham com poucos ativos.
Em relação à margem de lucro sobre as vendas, observa-se que: para cada
R$ 1,00 vendido por essas empresas, elas ganham, em média, cerca de R$ 0,48
para cobrir suas despesas e remunerar seus proprietários. Porém, para cada R$
1,00 vendido perdem cerca de R$ 0,57 e, deixam de ganhar, aproximadamente, R$
0,86.
Analisando as empresas do Arranjo que nunca foram incubadas, as quais
representam – conforme mostra o gráfico 5 – 58,33% das empresas indagadas,
chegou-se à seguinte situação, ilustrada na tabela 10:
Tabela 10: Média das Empresas do APL-TI que nun ca foram incubadas.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS
Liquidez Corrente (LC) = 1,391388889
Liquidez Seca (LS) = 0,669166667
Liquidez Geral (LG) = 1,391388889
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,576216216
Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 0,850694445 Composição de Endividamento = 1
ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = 0,674665858 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = 1,162843729
Giro do Ativo = 1,727803011 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:
Margem Bruta = 0,689950981 Margem Operacional = 0,538295207
Margem Líquida = 0,521223312 Fonte: Dados da pesquisa.
Quanto à capacidade de pagamento, as empresas que nunca foram
incubadas encontram-se numa situação favorável, apresentando um valor maior do
que 1 para os índices de liquidez corrente e geral, mostrados na tabela acima. Mas
vale ressaltar que o índice de liquidez seca apresentou-se inferior a 1, o que
caracteriza-se como um dado negativo. Entretanto, a liquidez de uma empresa não
35
pode ser analisada de forma fragmentada, deve-se fazer uma análise geral para
saber sua real situação.
Em relação ao endividamento, as empresas em questão utilizam-se muito de
capital de terceiros, como consta na tabela acima. A média da composição de
endividamento dessas empresas corresponde a 1, já que as empresas se utilizam
apenas de dívidas a curto prazo.
Quanto à rentabilidade, essas empresas apresentaram um retorno sobre
investimentos equivalente a 67% e um retorno sobre o patrimônio líquido de 116%.
Além disso, o ativo destas empresas “girou”, em média, 1,73 vezes no ano de 2007,
ou seja, elas venderam, aproximadamente, 1,73 vezes o seu Ativo.
36
5. CONCLUSÕES
As micro e pequenas empresas são elementos fundamentais na conjuntura
econômico-financeira brasileira, representando cerca de 98% das empresas
existentes no país. Na atual sociedade em que impera a competitividade, torna-se
primordial a qualificação dos gestores para que haja a produção de materiais e
prestação de serviços com qualidade. Entretanto, nota-se que muitas dessas
empresas acabam falindo com menos de um ano de atividade, devido a diversos
fatores, entre eles a falta de formação adequada de seus administradores. Nesse
contexto, surgem as incubadoras de empresas, que têm como finalidade melhorar
essa situação e diminuir a taxa de mortalidade dessas entidades, permitindo uma
aceleração do processo de desenvolvimento empresarial e fornecendo diversos
apoios aos novos empreendedores.
E no intuito de melhorar ainda mais o desenvolvimento de micro e pequenas
empresas, surgem, também, os Arranjos Produtivos Locais (APL). Os APL’s são a
junção de esforços em torno de atividades produtivas regionais, as quais seguem
uma vocação em comum. Nesse sentido, há um aumento da promoção de
desenvolvimento integrado e da competitividade das organizações que fazem parte
desses aglomerados.
Assim, essa pesquisa vem corroborar com os esforços desses
empreendedores, fazendo uma análise da situação econômico-financeira das
empresas aglomeradas ao APL-TI de Viçosa, Minas Gerais, além de fazer uma
comparação da situação entre as empresas desse Arranjo que já foram, ou estão,
incubadas e as que nunca passaram por esse processo.
Por entender que muitas empresas não conhecem a real situação em que se
encontram, utilizou-se como ferramenta de análise, a técnica do Balanço
Perguntado, que diminui as dificuldades de obtenção de informações e relatórios
contábeis e possibilita a realização de análises de qualidade de desempenho
econômico.
A partir do levantamento de informações junto a doze empresas, constatou-se
que a grande maioria tem mais de cinco anos de existência e que a mesma
proporção de empresas está aglomerada ao APL-TI há mais de dois anos.
A maior parte das empresas possui dois ou mais sócios e, grande parte deles
possui bom nível de escolaridade, com graduação e pós-graduação.
37
Destaca-se, também, que a maioria das entidades, possui menos de seis
funcionários e apenas três contam com os serviços de estagiários. É importante
salientar que metade delas não foi incubada. Em contrapartida, na outra metade,
grande parte já foi incubada e as demais estão para ser, o que é um fator positivo, já
que a incubação oferece uma gama extensa de benefícios ao empreendimento,
diminuindo assim, a taxa de mortalidade das empresas.
Quanto aos indicadores econômico-financeiros, as empresas indagadas
apresentam um bom grau de liquidez. A grande maioria delas se utiliza
preponderantemente de capital próprio e, coerentemente, há um valor significativo
de garantia de capital próprio ao capital de terceiros. Em sua maioria, as dívidas
vencerão no curto prazo.
Em termos de rentabilidade, o APL se encontra num estado de alerta, pois
tanto a taxa de retorno sobre investimentos quanto a taxa de retorno sobre o
patrimônio líquido são negativas na maioria das empresas investigadas, indicando
assim que os investimentos feitos não são rentáveis. As empresas giram pouco seus
ativos, o que é natural em empresas do ramo de tecnologia da informação.
Em sua maioria, as empresas possuem uma margem satisfatória de lucro,
entretanto, entre aquelas que não a possuem, notou-se que apresentam uma
margem bruta positiva e as demais margens negativas, indicando assim que essas
entidades devem repensar os seus preços e estudar uma forma de reduzir seus
custos e despesas.
Constatou-se que muitas empresas possuem dificuldades quanto à
contabilização de seus dados, o que foi refletido na falta de informações a algumas
questões dessa pesquisa.
Ao se comparar as empresas incubadas com as não-incubadas notou-se que
ambas estão com boa liquidez, entretanto, as incubadas estão em uma situação
ainda mais favorável.
Observou-se que as empresas não-incubadas se utilizam mais de capital de
terceiros que as incubadas. Notou-se, também, que em ambos os casos as
empresas contraem, preferencialmente, dívidas de curto prazo, especialmente as
não-incubadas que só se utilizam desse tipo de endividamento.
Quanto à rentabilidade, observou-se que as empresas não incubadas se
encontram numa situação mais favorável, pois apresentam indicadores satisfatórios.
Em contrapartida, as incubadas apresentaram uma rentabilidade insatisfatória,
38
indicando que ações devem ser tomadas para sanar esse problema, como por
exemplo, rever os preços e investimentos feitos pelas entidades e estudar uma
forma de reduzir seus custos e despesas.
Ainda existem poucos estudos abordando a utilização da técnica do balanço
perguntado em micro e pequenas empresas. Dada a relevância desse tema e o
interesse demonstrado pelos participantes desta pesquisa, sugere-se que outros
estudos sejam realizados sobre esse assunto, como, por exemplo, relacionar os
índices obtidos com o grau de escolaridade dos gestores, a área de formação dos
mesmos e o tempo de existência da empresa, no intuito de identificar se existe
alguma correlação entre esses fatores. Além de observar a situação das empresas
através de indicadores, podendo fazer uma comparação entre amostras.
39
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ANEXOS
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Anexo 1
QUESTIONÁRIO
1. Qual o nome desta empresa? (opcional)
2. Qual o tempo de existência dela?
( ) Menos de 1 ano
( ) de um a 2 anos
( ) de 2 a 3 anos
( ) de 3 a 4 anos
( ) de 4 a 5 anos
( ) mais de 5 anos ____________
3. Quantos sócios ela tem?
( ) 1 sócio
( ) 2 sócios
( ) 3 sócios
( ) 4 sócios
( ) 5 sócios
( ) mais de 5 sócios ____________
Qual o nível de escolaridade de cada um deles?
4. Quantos funcionários têm nesta empresa?
5. Há quanto tempo ela é integrante do APL-TI?
( ) Menos de 1 ano
( ) de um a 2 anos
( ) de 2 a 3 anos
6. Esta empresa já foi incubada? ( ) Sim ( ) Não
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7. Quanto, em dinheiro, em média, a empresa mantém em caixa e bancos? Houve
muita variação nessas contas nos últimos dois anos?
8. Esta empresa apresenta algum Estoque? Caso apresente, qual o valor médio
mensal dos estoques?
9. A empresa tem algum direito a receber que vencerá em mais de 12 meses? Se
tiver, qual o valor total em dinheiro desse(s) ativo(s)? Qual a data provável de
recebimento? Esses valores se repetem com freqüência ou aconteceu apenas
nos últimos anos?
10. Qual o valor acumulado médio dos ativos permanentes da empresa? Houve
muita evolução nos últimos anos? De quantos por cento?
11. Qual o valor médio, mensal, das dívidas da empresa (empréstimos,
financiamentos)?
12. A empresa apresenta alguma dívida que será paga em prazo superior a 12
meses? Qual o valor da dívida?
13. Qual o valor investido pelos sócios na empresa? Houve algum aporte de capital
recente? A empresa possui algum tipo de reserva de lucros?
14. A empresa recebe bolsas de pesquisa e/ou possui financiamentos não-
reembolsáveis (FINEP, ou outros)? Quanto?
15. Qual o valor médio de faturamento mensal da empresa? Existe sazonalidade?
16. Qual o valor médio dos gastos mensais da empresa com a produção ou
prestação de serviços (salários, matéria prima e energia elétrica)? Caso não
conheça esse valor, não precisa responder a essa questão.
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17. Qual o valor médio das despesas da empresa, por mês? (salários, aluguel, água,
telefone, etc.)
18. (Essa pergunta somente será respondida, caso você não tenha respondido a
pergunta 16.) Qual o percentual de despesas que você identifica como relativos a
produção e a prestação de serviços?
19. A empresa é optante pelo simples? Se a resposta for sim, quanto paga de
simples? Se a resposta for não, quanto, em média, a empresa paga por mês de
IR, CSSL, PIS e Cofins?