yiÁ oguntÉ

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YIÁ OGUNTÉ MAIANDRA 14

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Page 1: YIÁ OGUNTÉ

YIÁ OGUNTÉ

MAIANDRA 14

YEMONJA OGUNTÉ

Yemanjá Ogunté é cultuada na África, na região de Abeokuta, e Oyó, e seu nome é devido ao rio Ogun, que percorre região, no qual ela é a orixá

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patrona, sendo assim recebeu dois nomes: Yeyê Omo ejá òdò Ogun té, Mãe dos filhos peixes do rio Ogun, ou então Yemanjá Ogunté Ogunmasomi.

Também chamada na santeria cubana de “Yemanjá Okuté ou Okuti” e, entre os ararás é conhecida como Akadume. Seu nome não deve ser pronunciado por quem tenha ela assentada, sem antes tocar a terra com os dedos e leva-los aos lábios.

E uma yagbá do rio Ogum, que corre por Oyó e Abeokutá, vem do território de Nupé, perto de Bida; também se diz que vem de Tapa, e associada com Abeokuta; Ibadán e de Shaki. E outros ainda dizem ser da terra de Mina (versão de Cuba).

Ogunté quer dizer aquela que contém Ogum é aquela que luta ao lado dele.

É a quarta Yemanjá, quer dizer aquela que contém Ogum. Esposa de Ogum Alagbedé, mãe de Ogum Akorô Onigbé, após a retirada de Ogum Alagbedé para a cidade de Ifé Irê tornou-se esposa de Oxaguiã, mãe de Ogunjá e Oxóssi Inle.

Tem estreitas ligações com Babá Egún, daí vem à questão do seu animal favorito, o carneiro.

É a guerreira do castelo de Olokun (que é a grande ancestral mãe de todas as Yemanjá).

Foi mulher de Obalúayé, de Aganjú, de Orunmilá e de Ogum. É mais cultuada como esposa de Ogum Alagbedè, (deus dos ferreiros) mãe de Akoro.

A guerreira

É considerada a quarta guerreira e yagbá mais “quente”. É a única das Yemanjá que carrega uma espada. Porta a espada da morte, o alfanje, por isso também tem o poder de ceifar a vida.

Apresenta-se jovem e muito guerreira , ardilosa e ambiciosa. É uma guerreira terrível que carrega, presos à cintura, um facão e outras armas de ferro confeccionadas por Ogum Alagbedé, seu marido.Dizem que é rancorosa, severa e violenta. É indomável, mas justiceira. É de caráter vingativo, muito rígida e não perdoa.

Vive com Ogum em campanhas de guerra e seu filho Ogunjá. Em muitos axés, ela também luta ao lado de Oxaguiã e teve um papel importantíssimo na fundação de Ejigbò.

Senhora das águas que ninguém segura, as águas violentas, que saem arrastando tudo, Guerreira como Yansã, Dona do canto mais alto e profundo, diz à lenda que Ogunté chamava Ogum Alagbedé, com um canto agudo, que podia ser ouvido de qualquer parte.

Rege os caranguejos, e os animais predadores dos oceanos. Representa a força e a luta pela sobrevivência marinhas. Gosta de dançar com uma

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serpente (jibóia) enroscada nos braços.

Se apaixona por Odé Erinlè, o enfeitiça, e o leva para sua casa, ensina a ele a arte da cura e da magia, após algum tempo Erinlè decide ir embora e ela corta sua língua para que ele não conte os segredos que ela o ensinou.

Em muitos axés, ela também luta ao lado de Oxaguiã e teve um papel importantíssimo na fundação de Ejigbò.

ASPECTOS GERAIS

É dona das águas e representa o mar, fonte fundamental da vida. “A Porteira de Olokum” vive perto das praias, no encontro das águas com as pedras sendo seu habitat as pedras ou arrecifes dos mares e rios, próximos de praia. Por isso se diz que “o santo nasce do mar”. A mesma se acha no mar, no rio, no lago, e no mato. Só sai á noite, sendo considerada a Yemanjá da Noite, Senhora das Sete Estrelas.

“Esta Yemanjá trabalha muito”. E uma amazona terrível. O rato pertence a ela. E com eles envia mensagens a seus filhos e pode transformar-se em rato pra os visitar, ela teme o cachorro.Vive dentro da mata virgem. É feiticeira, expert em preparar afoxé. (pós-mágicos, que se preparam com seivas de animais, pós-mágicos para o bem e para o mal).

Animais: Fala-se também, que Ogunté gosta que seus animais sejam castrados na hora do sacrifício. Come carneiro e todos os bichos machos, castrados na hora do sacrifício. Gosta de comer galo na companhia de Ogum. Não gosta do pato e sim do carneiro. Pomba, Galinha de Angola, Tartaruga, Galinha. Yemanjá Ogunté não come pato. Gosta que seus adimús sejam regados com muito mel. Come padê com Ogum.

Quizila: Sua maior quizila é a pata.

Fundamento: Come com seu filho Ogum Akorô nos campos e caminhos. Geralmente por ser do monte se assenta em pedra de ametista e não em pedra do mar. Em seu Igbá é colocado uma faca virgem, pó de ferro e folhas de louro.

Veste o azul, cristal, verde água, branco, traz um abebê, mas esconde-o nas costas quando puxa a espada de guerra, usa capacete, peitaça, adê, escudo, adornos com seus tons de azul noite, verde e prateado, traz em seu adê as sete estrelas da noite.

Suas roupas carregam, azul marinho, rosa e azul turquesa e às vezes verde escuro. Em alguns períodos, deve vestir branco, pois como dizem os antigos, isso a acalma. Nas mãos carrega a ofangi (espada) e a abebé, podemos

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também enfeitá-la com uma penca que contenha seus símbolos, o peixe, a estrela, a espada, a meia lua, assim como os brajás de búzios e assim como as sete armas de Ogum.

Sincretismo: Está sincretizada com Nossa Senhora das Neves.

Pedras: São seus os corais e madrepérolas; ametista.

Flores: Flor da água, violeta, rosas brancas.

Perfume: Verbena.

Saudação: Seus filhos apóiam o corpo no chão do meio lado (adobalé), sobre o braço do lado esquerdo e direito, e saúdam-na assim: Omí o Yemanjá!!!, Omí Lateô!!!, Omí Yaloddê!!!

Arquétipo dos filhos de Yemanjá Ogunté

Lado positivo: de todas as Iemanjás são as mais trabalhadeiras.

Inteiramente dedicadas, são pessoas extremamente competentes, capazes e

corretas, pois sua organização e mania de limpeza saltam aos olhos. São,

como todas as qualidades de Iemanjá, extremamente ligadas à família e

cuida dela sempre como a cabeça. Amigas, apesar de não muito constantes.

Como amantes são esporádicas. Gostam mais do trabalho que do sexo.

Dentro do culto sempre se destacam, pois tem uma grande capacidade de

liderança e conhecimento. São pessoas que procuram o saber, procuram

aprender, pois são interessadas e atenciosas. Grandes anfitriãs, ouvintes e

conselheiras. Sabem exatamente aquilo que querem da vida, por isso estão

sempre trilhando o caminho que melhor lhe convêm.

Lado negativo: são do todo de indivíduo que tem um toque de falsidade em

sua personalidade. Dramáticos, se irritam facilmente. Suas amizades duram

pouco, pois se ligam às pessoas por conveniência. Não são amigos fiéis, pois

só dão valor àqueles que podem lhe oferecer algo de concreto. Na verdade,

parecem crianças que quando ganham um brinquedo novo, esquecem o

velho com facilidade. Gostam também de jogar as pessoas umas contra as

outras, e quando odeiam, querem destruir rapidamente. São de opinião que

guardar rancor é uma bobagem, por isso destrói seus inimigos, a fim de não

acumular sentimentos negativos. São pessoas sui generis.

Precauções: tomar cuidado com o mar, acidentes domésticos, acidentes de

trânsito, doenças de barriga e dos seios, caso seja mulher.

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Metal: Prata.

Pedra preciosa: pérola e brilhante.

Profissão: Serviço Social, Pedagogia, Advocacia, Medicina.

Com quem Yiá Ogunté caminha?

Temos que deixar claro, que uma qualidade de Orixá, muitas vezes tem caminhos diferentes, conforme a ancestralidade do filho, assim uma pessoa de Ogunté, pode ter como ojúory, Ogun, Odé ou até mesmo Xangô, pois não devemos se esquecer de onde vem o culto desse Orixá (região de Oyó). Essa é uma questão que intriga muitos dos filhos de Yáogun, pois erroneamente divulgam que ela só vem com Ogun.

Outro ponto que vale discutir, é sua ligação com o Odú Yorossún, isso por vários motivos, além de reger quase todas a qualidades de Yemanjá, Yorossún, representado pelo n.º 4, também faz analogia ao fato de Ogunté ser a quarta filha de Olokún, de ser acompanhada por 4 Orixás (Ogun Alagbedé, Ogun Akorô, Odé Erinlè e Oxaguiã).

Em alguns casos ela se apresenta na caída 3 de Etaogundá, justamente por adquirir as características inclusive espirituais, como caminhos de Ogum.

Mas na maioria das vezes ela responde no Odú 9 Osá, por este ser água sobre fogo, e ter ligações com Yia-mi-Oshorongá, Egun-gun e todas as iagbás por ancestralidade.

Raras vezes Ogunté responde com o Odú 7 Odí, pois esse mesmo é um odú feminino, ar sobre água, trazendo em seu bojo em Osogbô, a negatividade e carregos de Exu e Egum. E também por este odu carregar Obaluaye, Odé, Ogum, Oxaguiã e Exú todos ligados a Yemonjá.

Igbá Yiá Ogunté:

Reponde geralmente em 4 (Yorosum), 9 (Osá) ou 16 (Aláfia) dependendo do Odú do filho. (Geralmente 9)

4 pratos rasos (louça, porcelana ou cristal)

1 sopeira (louça, porcelana ou cristal)

1 terrina redonda

1 bacia grande ágata

4 búzios

4 moedas prata

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4 idés prata

4 conchas Shell ou abalone

4 cristais; (água-marinha, quartzo transparente, amazonita ou jadeíta)

Uma concha grande

Um coral cérebro

1 estrela do mar

1 faca virgem

Okutá (ametista) ou pedra do mar

1 penca Yemanjá

1 penca Ogum

4 Pérolas de água doce e salgada

Traz em seu ibá seus instrumentos além de um barco de madeira de cedro tradicional pintado de azul e branco, um pote de chumbo, uma bigorna, um cata-vento e uma corrente com 21 ferramentas Ogun. Essa corrente é amarrada ao redor da sua sopeira.

Yemanjá Ogunté é a água fria, razão pela qual seus filhos são mais felizes nos meses de inverno. Para pedir um favor a ela gelo deve ser incluído em algumas cerimônias. Quase nunca come um pato, mas quando feito isso ocorre em uma ocasião especial deve ser dado de uma maneira atípica: Em uma bacia de ágata com água do mar é adicionado waji e é colocada no topo de sua sopeira e depois sacrifica pato na bacia, nunca no okutá ou na sopeira. Você pode sacrificar dois galos lá também.

Iyá Ogun, Iyá T’Ogun e Ogunté

Assim como existem os três irmãos guerreiros: Já, Jagun e Ajagunan existem três irmãs guerreiras filhas de Olokun que são Iyá Ogun, Iyá T’Ogun e Ogunté, cada uma ligada a um orixá. São muito parecidas e quentes, o que as difere são os orisás com quais fazem oro. Para Todas é imprescindível que se arrume o Orisá Ogun Alagbedé. São conhecidas como Iyemanjá Ogun.

Iyá Ogun: Esta Iyemanjá também é conhecida como Iyá Ogun Ajipo, vive no rio e possui seios enormes. Guerreira e valente. É ela quem proporciona, às mulheres maduras, a possibilidade de gerarem filhos, suas contas são todas em tons cristais incluindo seu kele, se veste de branco e azul claro, ligada a Odé Arole e Ogun Alagbedé e todas comem Agutan (carneiro).

Iyá T’Ogun: Também conhecida como Iyá Ogun Asomi. Possui, como suas irmãs, caráter guerreiro e combativo. Costuma portar duas espadas ou facões de lâminas longas. Habita a superfície dos mares, mas pode também

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ser encontrada nos pântanos próximos do mar. É companheira de Omolu Azawani e Sango e devem ser arrumados para a mesma logo na iniciação. Suas contas são todas azuis escuras cristal incluindo seu kele. Veste-se de branco e azulão e seu abebé é em formato de peixe.

Iyá Ogunté: Também conhecida como Iyá Okunté. Esta Yemanjá. Esta é a mais guerreira de todas, vive com Ogun Algbedé em campanhas de guerra. É mãe também de Ogun Alokoro e tem caminhos com Oxoguian. Seu kele é feito de miçanga verde cristal ou azul claro cristal e se veste de branco com verde escuro, branco com azul claro, verde com azul e porta um punhal nos seios e outro na cintura junto com o Axofá e na mão trás o alfanje.

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ODÉ INLÉ

Oxossi Inle ou Erinle: É o filho querido de Oxaguian e Yemanjá. Veste-se de branco em homenagem a seu pai. Usa chapéu com plumas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxaguian usa em suas contas um azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogunjá.

Tido por alguns como filho de Ainá, Erínlè é considerado por outros como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um orixá caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Enquanto médico dominou, antes de Ossãe, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Ossãe e de Ifá devido à sua importância como curandeiros medicinais.

É muito confundido no Brasil. Seu assentamento é completamente diferente dos demais Oxossis, pois Erinle ou Inle é um orixá do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara.

Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossain, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Oxossi.

Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como seu filho, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Oxum e a Yemanjá pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orixá andrógino e considerado o mais belo dos caçadores.

Erinlé (Erínlè) é uma divindade Yorubá cujo culto se localiza junto do rio com o seu nome, um afluente do rio Osùn (Oxum) que atravessa Ìlobùú, uma cidade do sul da Nigéria Ocidental, Ogbomoxo e Oxogbo, centro de comércio de produtos agrícolas como inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão e quiabo. Caçador, pescador e médico-botânico, neste aspecto muito similar a Osanyin (Ossain), pelo que o cajado dos sacerdotes de Erinlé (òsù-erínlè) assemelha-se ao cajado dos sacerdotes de Ossain.

Embora possa ser descrito como uma divindade hermafrodita, nas terras Yorubás é cultuado como uma divindade masculina. No candomblé Ketu, no Novo Mundo, Erinlé é apresentado muitas vezes como Òsóòsì (Oxóssi) Ibualama, um velho caçador, ou como Inlé, um jovem delicado.

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Certo é que Erinlé mora na floresta como Ossain e Oxóssi, possuindo ainda ligação com Okô, o Orixá da agricultura, e ao mesmo tempo nas águas como Yemanjá, Oxum e Otin. Dessa ligação com as águas se diz que Erinlé mora onde a água doce se encontra com a água salgada. Erinlé seria acompanhado por Abatan, sua contrapartida feminina, metade do equilíbrio masculino-feminino. Na Nigéria Erinlé tem vários caminhos (ibú): Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú.

Erinlé é o Orixá da caça, cultuado as margens do rio Erinlè e considerado por muitos como pai de Oxum. A palavra Erinlé quer dizer “Terra dos Elefantes” e por isso é considerado o caçador de elefantes tendo seu Fio-de-Contas na cor Marfím.

Erinlé, o caçador orixá guerreiro,um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.

Erinlé necessitava de dinheiroe seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário. O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé. Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô. O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo dinheiro que devia e muito mais. Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.

Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado. Foi até um ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d'água.

Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.

Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.

Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água. Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai. Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo pelo chão. O jorro d'água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.

Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa. No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.

Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.

Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.

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Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.

Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranquilas que correm juntas para a lagoa.

Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.

tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.

por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé, passou a ser conhecido como Ibualama.

Erinlé, o caçador orixá guerreiro,um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.

Erinlé necessitava de dinheiroe seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário.

O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé. Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô. O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo dinheiro que devia e muito mais. Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.

Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado. Foi até um ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d'água.

Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.

Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.

Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água. Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai. Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo pelo chão. O jorro d'água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.

Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa. No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.

Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.

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Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.

Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé. Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranquilas que correm juntas para a lagoa.

Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.

tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.

ERINLE

O culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn Ogbè.

Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland.

Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè ou Erínlè "Ajaja". Ajaja é um título honorífico que significa "Ele que come cachorro", "o que é feroz". No Brasil, no Candomblé Ketu, ele é conhecido como Inlè eÒsóòsì Ibualama. Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante.

Erínlè é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas ele é adorado principalmente como uma divindade masculina em Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A residência verdadeira dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.

No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè.

Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina deErínlè mas alguns reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios.

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Erínlè seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina. Duas divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina.

Além disso, na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto - guardião de Erínlè e Abátàn, Otin - filha de Erínlè e Abátàn, Jobia - filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o "senhor" (dono) do medicamento (medicina) de Èdè - filho de Erínlècom Osun, e, por último, Asao - duplo de Erínlè. Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú.

É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.

O awo - ota - Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe - Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun.

O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlèem muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.

ÒPÁ ÒRÈRÈ

O òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a representação para os seus seguidores da importância de Erínlè como curandeiro. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé. Pássaros de ferro empoleiram-se no topo. A maioria dos exemplos mostra um grande pássaro central cercado por pássaros menores.

Não há diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e Osányìn encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e assim os estilos variam imensamente. Porém há dois desenhos comuns do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um grande

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pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo circular, que olham para o pássaro mais alto, central.

Lá também pode ser encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua especificação é considerada um requisito de Odù).

Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e estilos. Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a divindade Odù e os Olódù de adivinhação. As curvas graciosas destes pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento permanente de folhas de metal. Tais folhas, que não morrem, são uma lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos de Erínlè!

O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder sobre / pacto de Osányìn e Erínlè com as Ìyáàmi. São os medicamentos herbários de Erínlè e Osányìn que podem neutralizar ou contrapor-se aos ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa "mulheres que possuem e são pássaros", sendo os pássaros os mensageiros de Àjé/Ìyáàmi. Estes mensageiros também podem ser vistos em muito da estatuária religiosa e do simbolismo real, como por exemplo, no alto da coroa dos Oba.

Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas). Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas. As Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na terra.

Boyuto ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá.Boyuto leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè. Esta qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè. É dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè, chamado Ode Kobaye. "Esta profundidade escura do redemoinho é chamado Ojuto.

Acredita-se assim, profundamente, que as duas casas históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro das correntes coloridas de índigo. Do fundo do ibu Ojuto, assim é acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e desaparecem no ar." (Baba Erinlè de Ílobúù falando com R. F. Thompson no local de rio Erínlè, em Ílodúù, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também conhecido comumente com osu de Erínlè.

Òkànràn Ogbè - O nascimento do culto de Erínlè

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Um Itan do Odu Ònkànràn Ogbè conta a história de um homem Nùpe (Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ílobùú. Ele era o herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras políticas o título lhe foi usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade - ele teria sido morto para destruir a possibilidade de qualquer reivindicação futura à coroa.

Àyònù veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador nativo que tinha uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora mostrando-se apto nas habilidades da caça e agudo em aprender todos os segredos possíveis, não vivia sua vida conforme um caçador. Àyònù contou sua história para o amigo caçador. O amigo era Erínlè mas ele não o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no mato para não serem afetados por nenhum dos espíritos animais. Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente como Àwé.

Erínlè, por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele tinha embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a terra abriu-se e os dois desceram para o palácio subterrâneo.

Erínlè tinha estado caçando por um longo tempo e, assim, ele decidiu fazer um pacto com Àyònù.Erínlè prometeu para Àyònù um nova coroa para recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal. Ele disse para Àyònù que, por tanto tempo quanto ele continuasse a lhe trazer comida de caça, ele o compensaria com um título novo. Erínlè também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele.

Erínlèe Àyònù consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na terra. Ele disse paraÀyònù que se ele precisasse dele novamente deveria chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão. Àyònù nunca mais viu seu amigo novamente.

Àyònù construiu sua casa lá e logo outros caçadores vieram viver com ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles consultaram Ifá. Os adivinhos lançaramÒkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse: ire! Desde esta época a cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida por guerra, mesmo durante o tumultuoso século dezenove, marcado por muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.

ORIKI TI ERINLÉ

Àwá ti Erínlè fi sodi o

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Àwá ti Erínlè fi sodi

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Ogun ò jà jà

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A guerra não pode nos atacar,

Kógun ó jà¹loòbú

A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.

Àwá ti Erínlè fi sodi

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,o.

Porque a guerra e a escravização tiveram pouco efeito sobre o povo de Ìlobùú a fama de Erínlè espalhou-se através da Yorùbáland e o seu culto foi a partir daí estabelecido, expandindo-se além de sua região de origem.

Inle ama todos os alimentos finos e bebidas. Ele adora pedras preciosas, arte, música e do amor pela cura. Seu colar que é usado pelos sacerdotes de Inle é composto por azul, amarelo, contas verdes e coral. É também adornado com múltiplos pedras preciosas. Os filhos de Inle são geralmente pessoas tranquilas. Eles parecem amar a área médica e eles são conhecidos por nutrir pessoas. Seus filhos são feitos como eu disse acima, através dos segredos da Yemanja. Para iniciá-lo, a pessoa deve ter Oxossi ao lado dele durante toda a cerimônia. Ele come carneiros, galos, codornas e pombos. Todos os seus animais são brancos devido ao branco é puro e limpo. Ele é o patrono dos médicos e hospitais. Ele é o médico de Orixá. Se você olhar para o tridente de Inle, você vai notar que é o mesmo símbolo usado hoje por toda e qualquer faculdade de medicina em todo o mundo. É uma equipe que contém duas serpentes envolvidas em torno dele.

O Pataki de Inle

Inle estava andando ao lado da praia observando as diferentes ervas que cresciam na borda da floresta. Ele estava reunindo e estudando cada um deles para ver o que há propósito era em sua magia médica.

Ele estava vestido muito exóticamente, como sempre fazia, bebendo seu vinho e seus bolos e doces. Ele se sentou em uma pedra que estava perto do mar e estava fazendo o que ele faz de melhor, que é o estudo. De repente, ele ouviu um splash na água que o surpreendeu, mas quando ele se virou para olhar não havia nada lá.

Dias passaram e os mesmos incidentes continuaram acontecendo. Não era do seu conhecimento que este respingo estava sendo feito pela grande rainha do oceano,

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Yemanja. Ela sempre soube que o tempo Inle veio para sentar-se sobre as rochas para estudar suas ervas.

Yemanja ficou intrigada com a beleza que tinha Inle e profundamente queria saber mais dele. Dentro dos dias em que ela o viu, ela inexplicavelmente caiu em amor e desejo por ele.

Depois Yemanja tem seus nervos juntos viu Inle sentado na mesma pedra em que ele sempre se senta. Inle ouviu o barulho, mas como ele já estava imune ao fato de que cada vez que ele virou-se que não havia nada para ver. Mas este dia, quando ele se virou, ele viu uma linda sereia com cabelo longo e preto com pérolas e diamantes que adornavam seu pescoço e peito.

Ele estava apaixonado por isso que ele não tirava os olhos dela que brilhavam como o corpo de Yemanja à luz do sol. Yemanja nadou perto de Inle e disse: “Olá” e Inle não respondeu, porque ele estava com falta de palavras para responder. Yemanja riu e perguntou-lhe o seu nome. Ele respondeu a ela com o nome dele. Os dois começaram a se envolver na conversa e Yemanja disse a ele como ela o viu caminhar junto ao mar todos os dias. Inle perguntou-lhe se era ela que ele iria ouvir todos os dias fazendo salpicos na água. Yemanja respondeu que sim e ela lhe disse que estava apenas observando-o de longe.

Todos os dias estes dois orixás encontraram à beira-mar nas rochas e conversaram até que um dia Yemanja inclinou-se para ele e lhe deu um beijo. Inle, que estava esperando por isso estava muito animado para a grande mãe do oceano estava em seus apertos. Inle perguntou se ela gostaria de vir morar com ele em sua casa como sua esposa para desfrutar de paisagens e da vida da Terra.

Yemanja lhe disse que adoraria, mas ela era uma rainha e seu castelo e o seu reino era o oceano. Inle disse-lhe que era impossível para ele ir com ela, porque ele não podia respirar debaixo d'água quanto podia. Yemanja sorriu e lembrou-lhe quem ela era. Yemanja agarrou a mão de Inle, e trouxe-o para a água.

Inle estava muito nervoso e com uma carícia de sua mão, Yemanja passou as mãos sobre a boca, o nariz e os pulmões.

Ele a abraçou e os dois beijaram enquanto submerso na água. Inle no início era assustado, vendo que o seu estava indo cada vez mais fundo na água do oceano. Yemanja sorriu para ele e disse-lhe para respirar, ela deu-lhe o segredo de respirar debaixo de água. Inle fez o que ela disse e ambos desceram para o castelo de Yemanja.

Semanas passaram e os amantes eram inseparáveis.

Yemanja mostrou Inle cada ciclo e marés do oceano acima e abaixo. Ela o levou para Olokun, onde residia. Ela o levou para as partes do mundo que ele nunca viu. Ela até levou

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para a água do rio onde sua irmã morava Oxum. Quando Oxum viu Inle, ela estava enrolada em sua beleza também. Yemanja continuou a levá-lo em todos os lugares e mostrou-lhe todas as riquezas e jóias que ela contém. Todos os seus segredos que ninguém viu, Inle tinha visto todos eles.

Meses se passaram, e Inle estava deslizando pelo oceano observando os peixes que nadavam cotidianamente com a corrente ao mesmo tempo no mesmo lugar. Inle estava sentado perto de um coral e viu Exu que nadou ao lado dele e Exu percebeu que algo estava errado com Inle. Ele viu Inle todos os dias e ele percebeu que todos os dias que vai, por seu rosto que ele mudava mais e mais.

Ele perguntou a Inle qual era o problema. Inle olhou Exu e começou a dizer-lhe que ele amava Yemanja, mas ele não estava feliz onde ele estava. Ele estava desaparecido de sua casa em terra. Ele perdeu a vida diferente das árvores da terra seca. Os pássaros, as flores, os animais diferentes, as coisas que significava muito para ele sobre a terra seca. Ele perdeu a missão de ajudar as pessoas com as suas doenças e ele se sentiu entediado onde ele estava. Exu disse-lhe para seguir o seu coração e para ser honesto com Yemanja.

A poucos dias mais se passam e comportamento de Inle tinha mudado e agora a grande rainha do mar é percebeu suas mudanças. Ela pergunta o que está errado, mas ele diz a ela que ele está bem.

Confusa e preocupada, ela vai para onde Exu está e pergunta se ele sabe o que há de errado com Inle. Exu olhou para Yemanja e lhe disse que ele não se lembrava o que Inle lhe tinha dito.

Yemanja olhou Exu e disse-lhe que se ela lhe desse alguns agrados, ele iria se lembrar. Exu levantou-se e disse que sim. Yemanja deu a Exu algumas oferendas e Exu passou a contar a Yemanja que Inle não era feliz vivendo aqui no seu domínio das águas.

Ele disse a ela que Inle perdeu sua vida nas terras secas. Yemanja compreendeu sua tristeza e não queria de maneira alguma que ele se sentisse assim. Ela estava determinada a vê-lo feliz e se deixá-lo voltar para a terra seca o faz feliz, então ela iria conceder-lhe o que ele queria.

Ela se aproximou Inle e lhe perguntou se ele sentia falta de onde ele veio. Inle disse-lhe que sim, ele, de fato, não gostava de perder a vida que ele tinha. Ela disse a ele que o amava, mas não há nada para ele fazer aqui. Ninguém aqui precisa de sua experiência aqui. É a mesma rotina todos os dias, o dia todo. Yemanjá perguntou se ele gostaria de voltar para a superfície e continuar sua vida. Ele baixou a cabeça e respondeu a ela, sim.

Yemanja com um rosto severo pegou Inle pela mão e começou a subir para a superfície do oceano. Ela o levou para o mesmo local onde se encontraram pelos rochedos.

Quando Inle viu à beira-mar, ele estava feliz e disse Yemanja que ele a amava, mas ele

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simplesmente não pode lidar com a solidão do oceano. Yemanja balançou a cabeça e disse-lhe que ela entendeu.

Inle estava prestes a saltar sobre a rocha, à beira-mar quando Yemanja agarrou Inle e arrancou a língua para fora da boca. Inle na dor Yemanja perguntou por que fazia isso. Ele fez sinal para ela como e o porquê daquilo.

Yemanja respondeu-lhe que ela fez isso para que ele não pudesse contar a ninguém sobre seu domínio sob o mar. Ela disse que suas riquezas e os segredos são para ela e para o mundo aquático que vive dentro dela. Uma vez que ele não podia suportar ficar com ela depois que ela apresentou-o a esse estilo de vida, então ele não vai ter a língua para dizer o que ela tem muito abaixo. E apartir de agora, você pode e só vai falar através de mim. Seus filhos também serão meus filhos e serão iniciados através de mim. Com um brilho de seus olhos, ela começou a nadar para o meio do oceano rindo.

Inle viu Yemanja na distância enquanto descia de volta ao seu reino. Ele, então, voltou para sua casa, onde todo mundo perguntou onde ele estava. Como não podia falar, ele apenas acenou com a cabeça. Ele viveu mudo sem o mundo entendê-lo.

Erinlé, o caçador orixá guerreiro,um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.

Erinlé necessitava de dinheiroe seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário. O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé. Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô. O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo dinheiro que devia e muito mais.

Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.

Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado. Foi até um ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d'água.

Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai. Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.

Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.

Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água. Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai. Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo pelo chão. O jorro d'água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.

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Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa. No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.

Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.

Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.

Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.

Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranquilas que correm juntas para a lagoa.

Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.

Tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.

Por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé, passou a ser conhecido como Ibualama.

ORIKI TI ERINLÉ

Àwá ti Erínlè fi sodi o

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Àwá ti Erínlè fi sodi

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Ogun ò jà jà

A guerra não pode nos atacar,

Kógun ó jà¹loòbú

A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.

Àwá ti Erínlè fi sodiNós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,o.

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Inle na Santeria Cubana:

Inle é o orixá da saúde e toda a cura médica. A Casa de Inle reside perto das costas de onde o rio e oceanos se encontram. Inle é um homem com traços finos como o de uma mulher. Ele se adorna e arruma o cabelo em sete tranças e veste as melhores roupas. Por sua vaidade e elegãncia, ele também se tornou o patrono dos homossexuais. Inle não era, ao contrário, como ele é casado com Abata. Inle teve relações com Yemanja e Oxum.

Seu conhecimento de todas as ervas medicinais e paus é muito abundante. Ele aprendeu muito com Osain e colocou o seu conhecimento para usar, cuidando dos necessitados e os doentes. Ele é um homem muito humilde e está sempre cuidando para aqueles que estão em necessidade dele.

Inle, bem como é um caçador e um grande pescador. Ele anda com um equipamento de pesca e seu anzol. Ele gosta de sentar-se ao lado das águas com seu melhor amigo Oxossi e ambos pegar peixes com facilidade. Onde quer que Inle está, você pode sempre encontrar o seu melhor amigo Oxossi nas proximidades de caça. Estes dois andam de mãos dadas. Eles gostam de sentar-se nos rios, beber e conversar.

Inle é representado em Santeria em uma terrina verde azulado em que detém os segredos do Inle. Ele pega um tridente na frente dele, que é o espírito de Boyuto. Antes de seu casamento com Abata, Inle teve um relacionamento com Yemanja e devido a isso, Yemanja fala por Inle. Inle não é coroado diretamente sobre a cabeça de seus filhos. O que é feito é Yemanja com orôs para Inle. Isso significa que eles são iniciados no ritual de Yemanja com o conhecimento adicional do orixá Inle.

A família de Inle

AbataEla é a esposa de Inle. Sua ajudante. Você pode associa-la com a enfermeira que auxilia o médico. Ela é aquele que ajuda Inle em todos os seus casos médicos. Em algumas casas ou nações, ela vive dentro de uma mesma terrina com Inle e em outra, ela vive em uma terrina separada que vive ao lado dele. Ambas as formas são aceitáveis.

BoyutoEle é o espírito que anda com Inle e ele guarda a visão das pessoas. Ele é representado pela cana de pesca e a tridente que está colocado na frente do Inle. Ele é o orixá que trouxe prata para Obatalá. Ele também é o orixá de miragens (miragens da sobremesa e do mar), Ele também é conhecido por ajudar as pessoas com a sua visão e também ajudou Ibu Olodi (caminho de Oxum), em uma de suas batalhas, que é a razão pela qual ela leva tudo dupla .

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Logun EdeEle é o filho de Inle com Oxum. Ele, como seu pai é um orixá andrógino e contém os segredos e as riquezas de seu pai.

TobiaEle é um dos ajudantes de Inle. Ele é representado pelo anzol que se coloca sobre a vara de pesca para apanhar um peixe.

AsaoEle também é um grande amigo de Inle e acompanha-o em todos os lugares.

Inle, ou Erinle, representa a fertilidade da água doce e sua capacidade de prover o sustento da pesca e irrigação. Ele governa os rios, mas não os oceanos, que são o reino da Yemanja. Ele é adotado como o patrono dos pescadores.Inle sempre teve uma aparência muito andrógina. Como tal, recentemente, ele foi adotado como um protetor dos homossexuais.

Inle também é uma figura estudiosa e coloca esse conhecimento para usar na cura. Um gancho de peixes de prata com rede (para representar o seu aspecto de pesca), ou duas serpentes entrelaçadas em uma equipe (para representar a cura), é usado para representar Inle. Suas cores são azul, amarelo e aqua.

Seu nome correto em yorubá é Inlé Ayayé, vive na terra e na água. O irmão de Abbata, inseparável par de Oxum e ser concebido por Oxalá.

INLE é considerado Orixá maior. Médico Orixá. Padroeiro dos médicos e proprietário do rio. Ele é a divindade da economia extrativista ou pesca e coleta pré - horticultura. Ele é um caçador e pescador. Andrógino e muito bonito.

Este santo é bom para todas as famílias. É um espírito pacífico, Inle nunca fez mal a ninguém, era um caçador, pescador e para alguns médicos.

INLE é o Consolador da família e da casa, é o único espírito que mais capacitado aliviar o sofrimento de qualquer casa. Apesar de todas as virtudes Inle não era um caçador habilidoso nem médico nem Oluwo, no entanto, realizou todas essas coisas e se saiu muito bem e por ter feito tudo isso recebeu de Olorum o status de Orixá, a verdadeira profissão de Inle era pescador, pois ele era um pescador especialista.

A mulher de Inle era Abbata , Abatta não era mal-humorada, mas não apreciava tarefas domésticas, e apesar do ciúme e diligência de Inlé, Abatta lutou várias vezes por ele, e diz-se que muitas vezes Abbata pagou Inle para que ele trabalhasse no campo. Inle é e existe através Yemanjá, transporta um peixe como um símbolo. Ultimamente

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Inle não poderia pescar, porque um dia Inle estava pescando e foi presenteado com um peixe gigantesco: e o peixe era o próprio espírito de Inlé, e comer o peixe pra ele significava comer a própria carne.

O símbolo é a Serpente Abbata - Este ou Belló e seu segredo para a adoração é um avental onde eles gravaram alguns colares arabescos e caracóis de contas, porque a ela se ela é enrolada em seus braços ou no Ozuna Inle. Este Ozun deve ser um pequeno bastão de metal com sua base com 16 (dezesseis) espiguetas pendentes espinhos incorporado como todos os funcionários, que representam os 16 Oddun o Diloggún.

Inle ou Erinle é um orixá que representa peixe e coleta de pré-hortícola. Proteje os médicos e pescadores. É um orixá médico. É guerreiro, caçador e pescador. Ele está representado na natureza pelo peixe. Ele simboliza a saúde é recebido para evitar a doença. É arrimo de família humana. Ele guia os caminhantes. Vive na terra e na água. Orixá da economia extrativista.

Sua adoração:Seu culto vem da aldeia de Ilobu, através do qual um pequeno rio que leva seu nome, é dito ter protegido os iorubás da invasão do Fulani. Diz-se ser andrógino e muito bonito.