xviii semana de estudos clássicos

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Universidade Federal do Ceará Centro de Humanidades Núcleo de Cultura Clássica – DLE Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGLetras XXVIII Semana de Estudos Clássicos O Feio e o Torpe na Antiguidade e sua Recepçao 20 a 25 de junho de 2016 Caderno de Resumos Apoio: PPGLetras: Capes/Funcap; CNPq/Universal; Fundação Onassis, POET.

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  • Universidade Federal do Cear Centro de Humanidades

    Ncleo de Cultura Clssica DLE Programa de Ps-Graduao em Letras - PPGLetras

    XXVIII Semana de Estudos Clssicos

    O Feio e o Torpe na Antiguidade e

    sua Recepa o

    20 a 25 de junho de 2016

    Caderno de Resumos

    Apoio: PPGLetras: Capes/Funcap; CNPq/Universal; Fundao Onassis,

    POET.

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    Caderno de Resumos

    Konstantinos P. Nikoloutsos (Saint Josephs University) Hideous Creatures Made Icons: Versaces Medusa and the Starbucks Siren The paper explores the process whereby Medusa and the Sirens, archetypal figures of deformity and horror in classical myth, become iconic and are placed at the service of modern commercial gain. I shall argue that the plasticity and manipulability that characterize contemporary appropriations of Medusa and the Sirens in the realm of marketing finds a parallel in the rhetorical and aesthetic fluctuation of these legendary creatures between the hideous and the alluring in ancient textual and visual discourses. Konstantinos P. Nikoloutsos is Associate Professor of Classics at Saint Josephs University (Philadelphia, USA). He has published extensively in the fields of Roman elegy and classical reception, with an emphasis on cinema and theater. He is the editor of Ancient Greek Women in Film (Oxford University Press, 2013) and Reception of Greek and Roman Drama in Latin America (special issue of Romance Quarterly 59.1: 2012), and co-editor of Classical Tradition in Brazil: Translation, Rewriting, and Reception (New Voices in Classical Reception Studies: Conference Proceedings Series, 2: 2016). His honors include the 2008 Paul Rehak Prize from the Lambda Classical Caucus and the 2012-13 Loeb Classical Library Foundation Fellowship from Harvard University. Joo Batista Costa Gonalves (POSLA-UECE/PPGL-UFC)

    A esttica do corpo grotesco na teoria Bakhtiniana: a representao da imagem do Cristo crucificado conforme os evangelhos cannicos

    Proponho-me, nesta palestra, a tomar como base a discusso de Mikhail Bakhtin (1965/2008) sobre o corpo grotesco, a fim de refletir sobre como o terico russo constri este conceito a partir da anlise da obra rabelaisiana e, em seguida, mostrar como a noo de corpo grotesco pode ser ampliada para dar conta de explicar as representaes da imagem do corpo de Cristo crucificado tal como representado nos evangelhos cristos. Joo Batista Costa Gonalves. Formado em Letras pela Universidade Federal do Cear (UFC), onde tambm conclui mestrado e doutorado em Lingustica e onde atualmente realizo Estgio de Ps-Doutorado no Programa de Ps-Graduao em Lingustica (PPGL). Sou professor adjunto L na Universidade Estadual do Cear (UECE) do Curso de Letras e do Programa de Ps-Graduao em Lingustica Aplicada (PosLA) em que oriento pesquisas em nvel de mestrado e doutorado em torno do pensamento terico do Crculo Bakhtiniano na anlise de diferentes discursos.

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    Liebert de Abreu Muniz (UNICAMP) Cenas de restaurao: a grotesca imagem da bugonia nas Gergicas 4.281-314 As Gergicas de Virglio, em 4.281-314 versos centrais que funcionam como um verdadeiro eixo entre a primeira e a segunda metade do livro 4 e entre duas importantes digresses, a do velho de Tarento (4.125-48, Corycius Senex) e a do epyllion de Orfeu e Eurdice (4.315-558) , descrevem um mtodo ficcional, que vagava pelo imaginrio dos antigos (cf. Varro, RR 2.5.5; 3.16.4), para a restaurao de um enxame perdido, a saber, o rito brutal da bugonia, literalmente o nascimento a partir de um boi morto. Nesse rito, a carcaa putrefata de um animal serviria para dar origem a um novo enxame de abelhas. A descrio, problemtica pela perspectiva de sua aplicabilidade, pode ser lida como uma cena de restaurao, na qual se representa a (re)estruturao social da Roma de meados do sc. I a.C. Liebert de Abreu Muniz. Graduao em Letras pela UFC (2009). Mestrado em Letras pela UFC (2012), na rea de Literatura Clssica, com pesquisa sobre os gneros literrios nas Gergicas de Virglio. Atualmente, doutorando em Lingustica pelo IEL/UNICAMP, na rea de Estudos Clssicos, com pesquisa sobre o discurso literrio no mesmo poema virgiliano. Geraldo Augusto Fernandes (UFC) Uma dama em que tudo cu e mamas e barriga Nessa XXVIII Semana de Estudos Clssicos, o tema O feio e o torpe na Antiguidade e suas recepes abre caminho para que, atravs das recepes, o tema possa ser visitado em sua abrangncia por outras estticas literrias aps a Antiguidade clssica. No Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de 1516, encontram-se inmeros poemas que remetem Antiguidade, mas tambm inmeros poemas em que o feio e o torpe se revelam. o caso do poema de Diogo Fogaa, uma cantiga em que o poeta se dirige a uma dama muito gorda que se encostou nele e ambos caram. Denegrindo a dama, Fogaa diz a ela que, nela, tudo cu e mamas e barriga. Geraldo Augusto Fernandes frequentou o Mestrado e o Doutorado na Universidade de So Paulo, estudando e pesquisando o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de 1516, ainda objeto de sua pesquisa. Na Universidade Federal do Cear, professor adjunto de Literatura Portuguesa. Diretor de Comunicao Social da ABREM Associao Brasileira de Estudos Medievais.

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    Paulo Cesar de Ges Barros (UFC) Alfabeto Snscrito - 6 horas/aula Programa: 1. Reviso de fontica e fonologia; 2. A organizao cientfica do DEVANAGARI e a ordem dos dicionrios de Snscrito; 3. Elementos do alfabeto devanagari; 4. as treze vogais iniciais e mediais; 5. Os grupos consonantais e as ligaduras (SAMYOGA); 6. Exemplo de MANTRA. Paulo Cesar de Ges Barros graduado em Letras/alemo pela UFC (2010). No incio da dcada de 90 concluiu o Curso Elementar e Bsico de Extenso em Snscrito, com a durao de sete semestres, ministrado pelo eminente linguista e ento professor do Departamento de Letras Vernculas da UFC, Jos Rebouas Macambira. Na Alemanha, onde morou por dez anos (1994-2004), realizou estudos em francs e ingls na Fachhochschule-Kln. tambm msico e professor de violo clssico. Adriano Scatolin (USP)

    Ccero, os feios e os torpes

    Uma das caractersticas mais marcantes da invectiva entre os romanos, de maneira geral, e na oratria de Ccero, em particular, o uso legtimo de destruio da imagem do adversrio fazendo uso de categorias como aparncia fsica e conduta moral que, a nossos olhos modernos, soam ultrajantes, escandalosas e mesmo criminosas. Esta palestra abordar o uso de tais estratgias na obra oratria de Ccero.

    Adriano Scatolin. Formado em Latim pela Universidade de So Paulo, comecei minhas pesquisas acadmicas em 1997, quando obtive uma bolsa para estudar e traduzir a obra De Satyrica Gracorum posi et Romanorum satira (1605), do erudito suo Isaac Casaubon. Levei o mesmo tema para o mestrado, que conclu em 2003. No doutorado, concludo em 2009, dediquei ao estudo e traduo do De oratore (55 a.C.), de Ccero. Atualmente, dedico elaborao da primeira traduo completa em portugus desta ltima obra.

    Brunno V. G. Vieira (UNESP/Ps-Doc. UNICAMP)

    A potica do terror em Lucano: o episdio da bruxa Ericto (6, 413-830)

    Chama-se Ericto uma bruxa da Tesslia, cujas prticas mgicas, sangrentas e impiedosas, desafiam o entendimento do narrador da Farslia e vm apavorando leitores da obra at os dias de hoje. Nesta fala, proporei uma anlise dos recursos poticos utilizados por Lucano na construo desse episdio, a fim de procurar desvendar no microcosmo dos seus hexmetros o que denomino potica do terror na Farslia. A partir dessas consideraes, apresentarei a traduo decassilbica de Jos Feliciano de Castilho ao texto, publicada no Dirio do Rio de Janeiro em 1864.

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    Brunno V. G. Vieira professor de Lngua e Literatura Latina na UNESP e atualmente faz estgio de Ps-Doutorado na UNICAMP. Traduziu os cinco primeiros cantos da Farslia de Lucano (Editora da Unicamp, 2011) e poemas de Ovdio, Horcio e Fedro. Colaborou nas anotaes das Buclicas de Odorico Mendes (Ateli, 2008) e co-organizou os livros Permanncia Clssica (com M. Thamos, Escrituras, 2011) e Acervos especiais: memrias e dilogos (com A. P. Meneses, Cultura Acadmica, 2015). Francisco Edi de Oliveira Sousa (UFC) Turpis amor em Proprcio: elegia e filosofia moral Este trabalho discute a qualificao de turpis atribuda elegia amorosa na poesia de Sexto Proprcio (c. 50-15 a.C.), e essa discusso pauta-se por reflexes de filosofia moral interessadas na oposio entre turpe e honestum. Por um prisma moral, a elegia amorosa seria turpis. Em seus quatro livros de elegias, Proprcio pratica a elegia amorosa nos dois primeiros; no terceiro, sugere uma tentativa de libertao da temtica amorosa, o que se consolidaria no quarto livro. Nessa tentativa, o poeta emprega uma estratgia de retomada e recusa de caracterizaes anteriores da elegia amorosa, procedimento que evidencia uma considerao moral atrelada ao termo turpis e a outros debatidos pela filosofia, como honestus e dolor, e que evoca Lucrcio, Ccero e uma teraputica filosfica.

    Francisco Edi de Oliveira Sousa, professor de lngua e literatura latina na Universidade Federal do Cear; possui graduao (1997) e mestrado (2001) em Letras pela Universidade Federal do Cear, doutorado (2008) em regime de co-tutela pela Universidade de So Paulo e pela Sorbonne (Paris IV), ps-doutorado (2013) pela Sorbonne (Paris IV); pesquisa especialmente a pica greco-romana (e sua relao com outros gneros poticos), poesia e retrica, poesia e filosofia.

    Orlando Luiz de Arajo (UFC)

    Quem "deseja" o feio bonito lhe parece: incesto e necrofilia em Dos amores apaixonados, de Partnio de Niceia

    Pretendemos analisar, a partir das histrias de Hiparino e de Temteo, em Dos amores apaixonados, de Partnio de Niceia, o tema da necrofilia e do incesto em sua relao com o desejo pelo inslito, bem como sua atrao pelo que , por definio, um tabu na maioria das sociedades.

    Orlando Luiz de Arajo Professor Adjunto da Universidade Federal do Cear onde atua na graduao em Letras, Filosofia e Teatro, e no Programa de Ps-Graduao em Letras, Literatura Comparada, e na Ps-Graduao em Estudos da Traduo|POET. Realiza, atualmente, um Ps-Doutorado com bolsa CAPES (Processo N 99999.000773/2015-08) no Centro de Estudos Clssicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com o projeto intitulado Dos Amores Apaixonados, de Partnio de Niceia: Traduo, Aluso e Dilogos de Gneros.

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    Hugo Filgueiras de Arajo (UFC) Hefesto: o deus feio, que produz beleza Hefesto dentre os deuses olimpianos foge regra da beleza divina, atributo de todos os deuses gregos. Ele considerado feio, por ser coxo, e na mitologia motivo de riso e escrnio. Contudo, ele o deus que armou todos os outros deuses e heris da mitologia, assim como foi o patrono dos artesos, escultores, escritores e arquitetos. Apresentaremos Hefesto como o deus feio que detinha a arte de criar e inspirar a produo de coisas belas. Hugo Filgueiras de Arajo. Doutor em Filosofia pela Universidade Federal da Paraba (2012). Atualmente est fazendo Ps-doutorado na Universidade de Atenas, na Grcia. Ele parte do corpo docente do Curso de Filosofia da Universidade Federal do Cear e coordenador do Laboratrio de Filosofia Antiga da UFC. Atua na rea de Filosofia, com nfase em Histria da Filosofia Antiga e Antropologia, nos temas: alma, corpo, Plato e Mistrios Iniciticos na Cultura Grega Antiga. Maria Aparecida Montenegro (UFC) Scrates e Tersites: os feios de Plato e Homero Pretendo mostrar que possvel traar um paralelo entre dois dos mais clebres feios da Antiguidade grega, a saber, o Scrates Platnico e Tersites, o guerreiro aqueu da Ilada totalmente avesso ao perfil do kals anr imortalizado por Homero e fundador do ideal do kals kagaths, alimentado na posteridade (de Herdoto a Aristteles). O aspecto que pretendo explorar a compleio fsica explicitamente desavantajada de ambos os personagens, em franco contraste com a veracidade de suas falas. Maria Aparecida Montenegro doutora em Filosofia pela UNICAMP (1999), estgio ps-doutoral em Filosofia Antiga na University of Notre Dame (2003-2004) e ps-doutorado em Filosofia na Universit degli Studi di Milano (2011). professora da Universidade Federal do Cear, onde trabalha desde 2001. Atualmente coordenadora do GT de Filosofia Antiga junto ANPOF, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos Clssicos - SBEC e tutora do PET - Filosofia. Tem experincia na rea de Filosofia, com nfase em Filosofia Antiga, Filosofia da Linguagem, Filosofia e Literatura, Filosofia da Mente, Filosofia da Psicanlise, atuando principalmente nos seguintes temas: Plato, conhecimento e linguagem, Wittgenstein, Freud.

    Diana Junkes Bueno Martha (UFSCar) A musa no medusa: desejo e poesia em cabelos de serpente O objetivo desta comunicao propor alguns pontos para a reflexo acerca da leitura contempornea do mito de Medusa. Para tanto, parte-se do poema A musa no medusa, de Haroldo de Campos, publicado no livro pstumo Entremilnios. Do

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    belo ao aterrorizante, as metamorfoses de que trata o mito permitem pensar, tambm, na travessia do desejo ao gozo, no que singulariza o feminino, a partir de Freud e Lacan, e no que dele emana, para cada um de ns, em nossa beleza, em nossa monstruosidade cotidiana. Diana Junkes Bueno Martha doutora em Estudos Literrios pela UNESP/Araraquara. Foi Visiting Scholar das Universidades de Illinois (EUA/2010) e Yale (EUA/2012). Em 2011-2012 realizou ps-doutorado na USP sobre as relaes entre literatura, psicanlise e anlise do discurso. professora de literatura brasileira na UFSCar, na graduao e na ps-graduao; nesta universidade, tambm coordena o Grupo de Estudos de Poesia e Cultura GEPOC-CNPq e o programa de Ps-Graduao em Estudos de Literatura. Claudiclio Rodrigues da Silva (UFC) A Fala e o Falo do Deus: o feio como culto na priapeia greco-latina O culto a Priapo, o deus da fertilidade, cuja retido se d no descalabro com que, ora em seu nome, ora em sua voz, se adverte o leitor sobre uma certa punio a quem ousar tocar no alheio, ou infringir uma ordem, seja ela natural ou social: ser possudo pelo falo do deus como castigo. O falicismo, o discurso do jocoso e do obsceno e as ameaas dos poemas priapeus greco-latinos do perodo que compreende o sculo III a.C. ao sculo VI d.C. sero expostos a partir do seguinte questionamento: como um deus menor pode constituir um discurso maior de preservao da vida? De que modo o feio e o torpe se singularizam e se tornam um oximoro, portanto uma carga semntica de beleza (essncia do discurso) pela feiura (aparncia do significante-significado)? Claudiclio Rodrigues da Silva mestre em teoria da literatura pela UFF e doutor em Potica pela UFRJ. Professor adjunto de Literatura Brasileira na UFC, pesquisa o erotismo no sagrado em autores brasileiros modernos e contemporneos e coordena o GELE (Grupo de Estudos a Lngua de Eros). Yuri Brunello (UFC) Botelho, Eco e a "nova Grcia" Msica do Parnasso uma coletnea lrica publicada em 1705 por Manuel Botelho de Oliveira. Falando da Itlia moderna, Botelho caracteriza-a - na sua dedicatria de abertura - como uma Grcia renovada: "Transformou-se a Itlia em uma nova Grcia". Nessa "nova Grcia" encontra um espao privilegiado, um dado extremamente relevante em poca moderna, um elemento, como explica Umberto Eco, destinado a adquirir um peso sempre maior: a feiura. Yuri Brunello professor adjunto de Literatura italiana da Universidade Federal do Cear. Foi professor temporrio da Universidade Federal do Paran e visiting scholar na Stanford University (EUA) e na Concordia University de Montreal (Canada). Seus escritos sobre o romantismo, o barroco, o modernismo e a literatura

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    italiana contempornea foram publicados em revistas acadmicas internacionais, como o "Journal of Modern Italian Studies", "Studi Secenteschi", "La Rassegna della Letterarura Italiana" e os "Nouveaux Cahiers Franois Mauriac". Josenir Alcntara de Oliveira (UFC) O Feio entre o Concreto e o Abstrato: Um Exame Etimolgico, Semntico e Intercultural. Esta palestra, intitulada O feio entre o concreto e o abstrato: Um exame etimolgico, semntico e intercultural, tem por objetivo resgatar propositivamente a motivao etimolgico-semntica da abstrao em torno do termo feio, em algumas lnguas de algumas culturas. Para atingir tal objetivo, estriba-se na Filologia, entendida em seu sentido mais amplo, proposto por BASSETTO (2001: 37), para quem ela a pesquisa cientfica do desenvolvimento e das caractersticas de um povo ou de uma cultura com base em sua lngua ou em sua literatura. Josenir Alcntara Professor Associado de Lngua Latina e Filologia Romnica, na Universidade Federal do Cear (UFC). Sua titulao Mestre em Filologia Romnica e Doutor em Filologia e Lngua Portuguesa, ambos os ttulos pela Universidade de So Paulo (USP). Solange Maria Soares de Almeida (UFC) A torpeza entorpecida no canto IX da Odisseia, de Homero, e em Meu tio o Iauaret, de Joo Guimares Rosa

    Este estudo tem como objetivo apontar similitudes entre alguns elementos encontrados no Canto IX da Odisseia, de Homero, e em Meu tio o Iauaret, de Joo Guimares Rosa. O mtodo utilizado foi uma comparao dos textos literrios, fundamentada na pesquisa terico-bibliogrfica. Dentre os textos tericos, destacamos o artigo de Ana Luiza Martins Costa, no qual encontramos uma minuciosa anlise do Caderno de leitura de Homero, caderneta que contm observaes de Guimares Rosa sobre a narrativa pica, alm do registro de passagens da Ilada e da Odisseia. Rosa no teria apenas lido as duas epopeias, porm as estudara com afinco. Ao longo da narrativa do conto, podemos ver que Rosa faz uma releitura de Homero, tanto em relao bebida oferecida pelo visitante como, tambm, hospitalidade do anfitrio, sua selvageria e ao temor difundido por seu aspecto grotesco. Solange Maria Soares de Almeida. Doutoranda em Letras, pela Universidade Federal do Cear. Pesquisadora na rea de Teatro Clssico, especificamente, Comdia tica. Integrante do GEA - Grupo de Estudos Aristofnicos. Mestre em Letras, com rea de concentrao em Literatura Comparada, pela Universidade Federal do Cear. Graduada em Letras - Portugus e Literatura, pela Universidade Federal do Cear. Professora/Tutora, no curso de Licenciatura em Letras - Portugus, executado pela Universidade Federal do Cear, atravs do Instituto UFC Virtual, na modalidade semipresencial, no programa Universidade Aberta do Brasil.

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    Pauliane Targino da Silva Bruno (UECE/UFC)

    O turpis na Pharsalia de Lucano O presente trabalho pretende apresentar a noo do turpis filosfico no poema pico Pharsalia de Lucano. O turpis considerado o sumo mal para a filosofia estoica contrapondo-se ao sumo bem, honestum. Considerando a abordagem sobre o turpis de Ccero no livro 2 do De finibus bonorum et malorum, pretende-se mostrar como Lucano usa o mencionado conceito filosfico no seu poema. Na Pharsalia, o termo turpis aparece dez vezes e cada um desses registros sero analisados, na tentativa de justificar o uso do termo mediante o contexto narrativo e potico.

    Pauliane Targino da Silva Bruno. Professora Assistente de Latim da Universidade Estadual do Cear (UECE) e doutoranda em Letras na rea de Literatura Latina pela Universidade Federal do Cear (UFC). Possui mestrado em Letras na rea de Literatura Latina e Grega, Especializao em Estudos Clssicos e graduao em Letras Portugus pela UFC. Tem experincia na rea de Letras com nfase em Lngua Latina e Literatura Latina. Atualmente pesquisa sobre a poesia de Lucano e as questes divinatrias na Roma Antiga.

    Roberto Arruda de Oliveira (UFC) Roma antiga: becos e ruelas ftidos Os autores latinos nos deixaram preciosas informaes acerca de seu tempo, das ruas estreitas e imundas por onde circulavam mendigos, prostitutas, ladres, comerciantes, parasitas, polticos, crianas maltrapilhas e chorosos, etc. Murmrio, gritos, nada parece conter esse rumor confuso que, durante todo o dia, eleva-se das ruas e se mistura ao odor das linguias, aos sons dos pratos e talheres, s cantorias desafinadas de bbados. Roma , antes de tudo, um barulho, um contraste entre a extrema pobreza e a ostentao insolente do luxo. Roberto Arruda de Oliveira. Professor associado da Universidade Federal do Cear onde ministra lngua e literatura latina. Concluiu mestrado com dissertao sobre a Buclica IV de Virglio e doutorado com tese sobre a poesia de Proprcio. Silvia M. A. Siqueira (UECE MAHIS) O rito do Pharmaks: a feiura como smbolo do mal e a purificao da comunidade. Pretende-se discorrer sobre a feiura como forma de purificao. Em Atenas, durante as festas Tharglias, acontecia um ritual largamente difuso chamado pharmaks, quando eram escolhidas duas pessoas feias e com aspecto repugnante, um homem e uma mulher, ambos eram expulsos da cidade sob chicotadas e xingamentos. Assim escolhendo a deformidade fsica com representao do mal a comunidade, por meio desse rito, aplacava o medo de contaminao da cidade.

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    Silvia M. A. Siqueira - UECE - MAHIS - Ensina na Universidade Estadual do Cear na Graduao e no Mestrado Acadmico (MAHIS), lidera o grupo de pesquisa Cultura Escrita e Oralidade na antiguidade e medievo (ARCHEA). Seus estudos tratam predominantemente das mulheres no mundo greco-romano, especialmente no rico e multifacetado ambiente religioso. Ana Maria Csar Pompeu (UFC) O feio e o torpe na cidade aristofnica A comdia antiga se disfarava de tragdia para supostamente adquirir a mesma dignidade do gnero srio ao seu discurso como cidade justa. Ela se apresenta como nuvens que imitam o que viram por ltimo exagerando nos traos mais feios; aparece tambm como besouro comedor de fezes que se ala ao Olimpo para resgatar a deusa Paz das garras do deus Guerra. E o heri cmico monta o besouro ftido, promove a paz aos gregos e vencedor da disputa do mais feio e torpe para governar Atenas, fazendo-a retornar aos dias de glria. Ana Maria Csar Pompeu doutora em Letras Clssicas pela Universidade de So Paulo (2004). Fez um estgio ps-doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal (2010). Atualmente, Professora Associada da Universidade Federal do Cear. Atua nos Programas de Ps-graduao em Letras (PPGLetras) e em Estudos da Traduo (POET). Publicou Aristfanes e Plato: a justia na plis (2011), Dioniso matuto: uma abordagem antropolgica do riso na traduo de Acarnenses de Aristfanes para o cearenss (2014) e traduziu, de Aristfanes, Lisstrata (1998; 2010) e Tesmoforiantes (2015). Fernando Santoro (UFRJ)

    Risos de Clera

    A comdia uma imitao mais verdadeira, enquanto a tragdia mais comovente; isso porque esta exprime homens melhores e como gostaramos de ser, ao passo que aquela, piores e como gostaramos de no ser; ora, o que gostaramos de ser ainda no somos e nos move mais do que o que gostaramos de no ser, mas j somos. Prova disto que da tragdia samos motivados para aes elevadas e da comdia samos envergonhados, e a vergonha um reconhecimento. Personagens da comdia e seu efeito sobre os espectadores. Fernando Jos de Santoro Moreira concluiu o doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1998. Realizou um ps-doutorado em Filosofia na Universidade de Paris IV em 2000 e um estgio snior na cole Normale Suprieure e na Universidade de Paris IV em 2010-11. Foi professor visitante na cole Normale Suprieure de Paris nos anos acadmicos de 2010/11 e 2013. Secretrio Geral da Sociedade Brasileira de Estudos Clssicos no binio 2010/11. Atualmente Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor de Programa no Collge International de Philosophie. Dirige o Laboratrio

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    OUSIA de Estudos em Filosofia Clssica e integra o GdRI "Philosopher en Langues. Comparatisme et traduction". OS VELHOS TAMBM QUEREM VIVER: O RETORNO DO MITO DE ALCESTE UMA ANLISE DA OBRA DE GONALO M. TAVARES Renato Cndido da Silva (UDC) O presente artigo objetiva analisar a obra de Gonalo M. Tavares, com um recorte especfico em Os velhos tambm querem viver, publicada em 2014. Gonalo M.Tavares, ao retomar a tragdia Alceste, do tragedigrafo grego Eurpedes, transpe a ao para o final do sculo XX. A histria se passa em Saravejo, entre 1992 e 1996, perodo no qual a cidade esteve sob o domnio do exrcito srvio. Ao produzir sua obra, o escritor utiliza-se de uma linguagem hbrida; mesclando a narrativa e a lrica. Desse modo, o principal objetivo o de analisar a narrativa de Gonalo M. Tavares, evidenciando o narrador intruso, tendo em vista que em vrios momentos interrompe a narrao para se posicionar de modo irnico, principalmente para atacar o Coro de Saravejo. Renato Cndido da Silva. Especialista em Estudos Literrios e Culturais pela FAG - Faculdade Assis Gurgacz. Graduado em Letras pela UDC Unio Dinmica Cataratas. Atualmente leciona Literatura Inglesa pelo IDECC - Instituto de Desenvolvimento, Educao e Cultura do Cear. O GROTESCO E O EROTISMO EM APULEIO E SHAKESPEARE: O FEIO BOM DE CAMA Mrcio Henrique Vieira Amaro (UFC)

    Os estudos sobre o grotesco tm se intensificado de forma especial com o advento da modernidade, quando surge um amplo conjunto de obras que tm no disforme um importante elemento composicional. Dentro desse universo, a representao do grotesco amolda-se aos mais diferentes gneros com igual plasticidade. Pretende-se demonstrar que o motivo da metamorfose parece constituir um tpos privilegiado para o uso de imagens grotescas, que - plasmadas a partir de uma linguagem singular - determinam os limites entre o humano e o bestial. Assim, buscar-se- nessa fronteira antittica onde alternam-se o ethos do homem e do animal, representando, respectivamente, o nobre, honestum, e o torpe, turpe - refletir sobre o papel do grotesco nas cenas de metamorfose, limitadas, aqui, s descries de cenas de sexo envolvendo personagens metamorfoseadas. Utilizar-nos-emos de um recorte de duas obras representativas de importantes gneros e momentos da literatura: O asno de ouro, de Lcio Apuleio, do perodo alexandrino, e Sonho de uma noite de vero, de William Shakespeare, do final do Renascimento. A partir da anlise comparativa de ambas as obras, procurar-se- verificar como a linguagem articulada para exprimir o grotesco e de como esse ajusta os conceitos antitticos de nobreza e torpeza. Mrcio Henrique Vieira Amaro. Doutorando em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Cear. Mestre em Literatura Compara pela Universidade

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    Federal do Cear. Bacharel em Direito pela UNIFOR. Atualmente, graduando em Letras Ingls pela Estcio FIC, e professor de Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa junto Universidade Regional do Cariri.

    O GROTESCO E O RESIDUAL EM AVELINO Romildo Biar Monteiro (UFC) O presente trabalho busca analisar os aspectos grotescos e os resduos medievais encontrveis no conto Avelino pertencente lavra de narrativas curtas do Editor de insnia (1965), de Jos Alcides Pinto. Para tanto, ancoramo-nos na Teoria da Residualidade, proposta terico-investigativa sistematizada por Roberto Pontes, da Universidade Federal do Cear, que se baseia no princpio de que toda cultura contm resduos de outros tempos e espaos. A referida teoria investiga o esprito residual do imaginrio popular presente no fazer literrio, ao revelar substratos mentais e culturais que foram ao longo dos tempos incorporados, e que so empregados, pelo autor, na criao literria. Ao escrever esta, aquele lapida esses sedimentos, num procedimento de cristalizao, como tentaremos revelar no conto Avelino. Nessa perspectiva, trabalhamos com os conceitos de resduo, mentalidade, hibridao cultural e cristalizao. Enfim, nosso trabalho, busca mostrar, pelo vis da residualidade, a existncia do imaginrio grotesco e da mentalidade medieval no texto alcidiano.

    Romildo Biar Monteiro. Graduao em Letras pela Universidade Federal do Cear. Pesquisador do Grupo de Estudos em Residualidade Literria e Cultural GERLIC. Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica PIBIC, atuando nos seguintes projetos: Resduos medievais na Literatura Popular, O Mal: conduta, desvio e sano resduos medievais na literatura e Aspectos residuais da representao do diabo medieval presentes na literatura popular e escolarizada, ambos financiados pelo CNPq e desenvolvidos sob a orientao da professora Dra. Elizabeth Dias Martins. DOUTOR DEE: O GROTESCO EM SANDMAN Glaudiney Moreira Mendona Junior (UFC) Categorizado como quadrinhos de horror, a obra mais emblemtica de Neil Gaiman e que trouxe o autor para os holofotes, apresenta uma viso bem particular do que seria considerado horror. Mesmo desenvolvendo diversos assuntos em sua obra, o grotesco manifesta-se em algumas passagens, levando o leitor a lembrar que o horror pode sempre surpreender e causar indignao. Para este trabalho, escolheu-se um momento que, particularmente, causou comoo no autor deste trabalho e que merece, segundo o mesmo, um destaque na obra no quesito grotesco. Busca-se discutir a natureza grotesca da obra Sandman, em particular a revista nmero 06, protagonizada pelo antagonista John Dee e intitulada "24 Horas".

    Glaudiney Moreira Mendona Junior. Mestre em Cincia da Computao pela Universidade Federal do Cear, integrante do Grupo Paideia de Mitologia e Teatro de Bonecos, professor da Universidade Federal do Cear.

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    A CONCEPO DO BELO E DO FEIO EM PLOTINO Alexsandra Aquino Monteiro (UECE) Orientadora: Dra. Francisca Galilia Pereira da Silva

    O presente artigo pretende discutir a concepo do belo e do feio em Plotino (205-270 d.C.) no tratado sobre o Belo, Enada I, 6. Neste tratado Plotino inaugura sua concepo do belo sensvel, a compreenso do feio nos corpos sensveis e a feiura da alma. Desta maneira, o filsofo procura esclarecer que a beleza visvel ou audvel, que est presente nos corpos, advm de uma beleza que anterior. E a alma por ser bela em si, v a beleza dos corpos por meio da imagem e recordao de um conhecimento superior, que pertence a ela, porque est relacionada com a inteligncia, devido forma ideal, a alma unificada com a matria imprime nela a forma ideal (pensamento) torna possvel a existncia da beleza sensvel. Plotino compreende que o feio nos corpos sensveis acontece quando a matria no comunga com a forma ideal e a feiura na alma ocorre ao misturar-se com a matria, a alma corrompida. Assim, ao apresentar a relao da alma com a matria em Plotino pode-se demonstrar uma esttica que prope ir alm da beleza sensvel, alcanando as belezas da alma, e delas ao belo inteligvel possvel chegar Beleza Suprema.

    Alexsandra Aquino Monteiro. Graduanda em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Estadual do Cear UECE. Orientadora: Dra. Francisca Galilia Pereira da Silva.

    EXITUS, POSSIBILIDADE DO : DO UNO, SUMO BELO AO BELO SENSVEL

    Marden Moura Lopes (UECE) O presente trabalho busca demonstrar a procedncia itinerria da realidade, sua emanao do Belo inteligvel ao belo sensvel. A hiptese que orienta nossa abordagem busca assegurar que as emanaes do Uno trazem em si um latente desejo de retorno, para tanto seguimos guisa de Ullmann, sem prescindir das Enadas, claro. Logo, se assevera que no h como falar em , pois o real, ao inerir em si este desejo de retorno, est totalmente, consciente ou no, direcionado para aquele princpio do qual depende ontologicamente, denominado Uno. Deste argumento heurstico se deriva, de imediato, um corolrio, a saber, no existe, ontologicamente falando, o feio em si (como realidade ontolgica independente ou absolutamente contraposta ao Uno), portanto, podemos somente falar de possibilidade do , entendido enquanto emanao do real e estratificao desse retorno. Nossa reflexo segue as linhas clssicas do pensamento de Plotino a respeito do que ele entende por emanao sem, porm, nos determos no conceito de Beleza para apear a nossa cognoscibilidade da concepo de .

    Marden Moura Lopes. Bacharel em Filosofia pela FCF, Especialista em Filosofia pela FCF e Mestrando em Filosofia pela UECE.

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    O FEIO () NA FILOSOFIA DE PLOTINO Robert Brenner Barreto da Silva (UFC)

    Esse trabalho tem por objetivo abordar a questo do feio na perspectiva plotiniana, mais especificamente na sua primeira Enada, tratado sexto, intitulado Sobre o Belo I 6[1]. O feio vinculado ao corpo e noo de matria. Dessa forma, veremos que o feio est ligado mistura estabelecida no corpo, o que, por sua vez, implica tambm no mal. Tornando necessrio o voltar-se para as Formas, atravs da purificao (), no esforo de limpar a sujeira oriunda da mistura com o corpo, enquanto ele no est em conformidade com a razo ordenadora. Dividiremos esse trabalho em trs passos: (1) Introduo ao pensamento de Plotino, (2) A apresentao da ideia de Belo e feio, (3) A tese fundamental a respeito do feio. Para tal, usaremos o texto clssico citado I 6[1], bem como literatura secundria a exemplo do O aprendiz do belo: a arte esttica em Plotino de Marcus Reis e A oposio phsis/tkhne em Plotino de Luc Brisson. Esperamos dessa forma tecer a relao entre Forma e corpo como modo de compreenso do feio no tratado referido de Plotino.

    Robert Brenner Barreto da Silva. Robert Brenner Barreto da Silva graduando do 8 semestre em Filosofia pela Universidade Federal do Cear, membro do Grupo de Estudos Platnicos, do Programa de Ensino Tutorial (PET- Filosofia), participante do PROCAD UFC- UFMG de Filosofia Antiga, estuda a questo do Intelecto no pensamento de Plotino. Sob orientao da Prof. Dra. Maria Aparecida de Paiva Montenegro. UMA INTERPRETAO DA PERGUNTA SOCRTICA SOBRE O BEM (): GADAMER E A POSSIBILIDADE DE UMA TICA FILOSFICA Viviane Magalhes Pereira (PUCRS)

    A reflexo terica sobre os modos de comportamento humanos j est presente na tradio ocidental desde a filosofia grega antiga. A temos como exemplar a tica de Aristteles, cujo trabalho se caracterizou por reunir questes postas por seus antecessores a respeito do thos do ser humano em um mbito conceitual que chamamos de tica. Contudo, a preocupao maior com esse problema estava ligada auto-organizao da prpria plis. Perguntar pelos modos de comportamento significava inquirir o cidado pelo seu papel nesse espao de coletividade, isto , dentro de um conjunto determinado de regras e ante certas circunstncias. Filosoficamente isso se desenvolveu como um questionamento maior pelo bem comum e, por fim, pela prpria ideia de bem. Scrates foi a figura emblemtica que Plato trouxe para os seus dilogos e, segundo autores contemporneos, como Hans-Georg Gadamer (1900-2002), ainda hoje nos traz elementos para pensar sobre a possibilidade de uma tica filosfica. Nesta

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    comunicao apresentaremos a interpretao desse filsofo alemo sobre aquela problemtica em torno da tica. Viviane Magalhes Pereira. Doutora em Filosofia pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Durante o perodo de mestrado, concluiu os cursos de alemo e ingls na Universidade Federal do Cear, um curso de inverno de alemo na Universitt Duisburg-Essen e participou do PROCAD PUCRS-UFC. Depois disso, realizou um estgio de pesquisa sanduche na Albert-Ludwigs-Universitt Freiburg. Desenvolve pesquisa na rea de Filosofia, com nfase em Hermenutica, atuando, em especial, nos seguintes temas: Histria da Filosofia, Filosofia Contempornea, Metafsica, Esttica, tica, Martin Heidegger e Hans-Georg Gadamer. Outras reas de interesse: Cinema e Literatura (Poesia e Prosa). UM RESGATE DA CATARSE EM RS FUNDAMENTADA EM ARISTTELES Vernica Valria Arajo Almeida Sampaio (UFC)

    O Teatro Grego uma grande representao artstica, que teve a louvvel tarefa de participar da formao do cidado grego antigo. Diante disso, Aristfanes, representante da Comdia Antiga grega, desempenhou sua funo de imitador da realidade. Ele escreveu Rs em 405 a.C., considerada sua ltima comdia antes do golpe dos Trinta em 404 a.C., fato de consolidao da queda da Democracia de Atenas e do fim da longa Guerra do Peloponeso. A partir da, a parbase fora proibida, assim modificando a estrutura da Comdia. Aristteles, que descreveu um estudo sobre os gneros textuais na Potica, afirmou que a Comdia imitava os vcios humanos, mas s quanto quela parte do torpe que era ridculo. Logo, quando o poeta cmico exps esses defeitos e os ridicularizou, no o fez por acaso, porm, intencionava castig-los para corrigi-los por meio do riso. Aristfanes, tambm, considerado um stiro, devido crtica aos desmandos e corrupo da sociedade ateniense. Essa anlise se limitar ao estudo de Rs em uma tentativa de reconstituir a catarse cmica, ausente nos estudos da Potica de Aristteles. Vernica Valria Arajo Almeida Sampaio. Especialista em Letras Clssicas pela UFC (Universidade Federal do Cear) e Graduada em Letras Portugus/Literatura) pela UECE (Universidade Estadual do Cear). A FEITIARIA E O TORPE EM METAMORFOSES DE APULEIO Joo Marcos Alves Marques (UECE) O presente artigo tem por objetivo analisar a obra Metamorfoses, escrita por Apuleio durante o segundo sculo no Imprio Romano, ser dado particular ateno s representaes relativas ao universo mgico e como as mesmas atravs da viso pessoal de Apuleio se revestem de caracterizaes que aludem a uma associao entre magia e a elementos como o torpe, o proibido. Joo Marcos Alves Marques. Discente do Mestrado Acadmico em Histria (MAHIS-UECE), com bolsa da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel

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    Superior (CAPES). Discente do curso de especializao em Histria do Brasil (IDECC-UVA). Graduado em Histria pela Universidade Estadual do Cear (UECE). O TORPE NA JUSTIA. AS ERNIAS E A EXIGNCIA DA VINGANA caro Gomes Silva (UFC) O artigo toma como referncia a trilogia Orestia de squilo para abordar a maldio da famlia dos Atridas, que aflige os descendentes de Plops. A tragdia Eumnides, ltimo volume da trilogia, possui traos singulares em relao ao convencionalismo dos volumes anteriores, Agammnon e Coforas: trata-se de uma tragdia de difcil classificao, pois no ocorrem assassinatos sangrentos neste episdio, mas uma curiosa reconciliao. Ao final, a deusa Atena fundar o Tribunal do Arepago e transmutar uma personagem coadjuvante que opera o desenrolar da trama: as Ernias, que podem ser lidas como monstros do remorso, associadas a uma justia violenta e vingativa (feita com as prprias mos); veremos que as Ernias perseguem aqueles que cometeram crimes sanguine coniuncti de at primeiro grau, tal como Orestes por ter assassinado sua me, vingando a morte do pai. Partindo de uma discusso acerca do contexto histrico dos sculos IV e V a. C., quando uma legislao esteve em plena fase de elaborao entre os helnicos, tambm destaco esta tragdia como uma origem mtica para as instituies jurdicas da poca representadas pelas Eumnides e que possuem o logos como o novo campo de disputa em oposio justia antiga, agora tida como torpe. caro Gomes Silva. Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Cear (UFC). Bolsista PET Programa de Educao Tutorial pela mesma instituio. Aluno da turma 18 do Curso de Mitologia promovido pelo Grupo Paideia, associado ao Ncleo de Cultura Clssica do Departamento de Letras Estrangeiras do Centro de Humanidades da UFC. Orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida de Paiva Montenegro. AS VRIAS FACES DE MEDUSA Edinaura Linhares Ferreira Lima (UFC) Marcelle Pereira Santos (UFC) Pretendemos analisar o Mito da Medusa e dos vrios olhares que esse mito pode apresentar da Antiguidade remetendo Contemporaneidade. Tomando como base o dualismo existente dentro da prpria Grgona feio x belo, bem x mal, humano x animalesco. Trazendo reflexes sobre o simbolismo presente no mito. Edinaura Linhares Ferreira Lima. Professora de Lngua Portuguesa, Literatura e Produo Textual da Secretaria de Educao Bsica do Estado do Cear. Formada em Letras na Universidade Federal do Cear. Especialista em Lngua Portuguesa e

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    Literatura. Especialista em Gesto Escolar. Mestranda em Cincias da Educao e Multidisciplinaridade. Marcelle Pereira Santos. Professora de Lngua Portuguesa, Literatura e Produo Textual da Secretaria de Educao Bsica do Estado do Cear. Formada em Letras Portugus/e Ingls na Universidade Federal do Cear. Especialista em Lngua Portuguesa e Literatura. A MEDEIA DE EURPIDES: MULHER INJUSTIADA OU MONSTRO DO RETORNO BARBRIE? caro Gomes Silva (UFC) O artigo toma como referncia a personagem Medeia do tragedigrafo Eurpides para propor duas leituras complementares mscara trgica desta herona: na primeira, partindo das observaes de Duby e Perrot ao destacarem ambiguidades quanto aceitao do feminino na cultura helnica, leio Medeia como uma mulher vtima de injustias, humilhada pelas atitudes do marido Jaso, que acabou cometendo o ato sanguinrio do infanticdio enquanto tentava lidar com a dor; na segunda, partindo da concepo proposta por Julio Jeha de que os monstros na literatura exprimem medos individuais ou coletivos, leio as atitudes monstruosas de Medeia como o medo do retorno a um estgio de barbrie, sem leis, na Grcia Antiga. Veremos o torpe como um elemento facilmente encontrado nas tragdias dos sculos VI e V a. C. os personagens anteriormente louvados pelas virtudes heroicas, agora se desfazem diante do pblico ao apresentarem um carter que beira o monstruoso. No intuito de alcanar estes objetivos, abordo a conjuntura histrica dos helnicos, destacando a relao das tragdias com a tradio mtica e, sobretudo, com as leis: durante o mesmo perodo, uma legislao escrita e codificada publicamente esteve em plena fase de elaborao, entre erros e acertos para ser colocada em prtica.

    caro Gomes Silva. Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Cear (UFC). Bolsista PET Programa de Educao Tutorial pela mesma instituio. Aluno da turma 18 do Curso de Mitologia promovido pelo Grupo Paideia, associado ao Ncleo de Cultura Clssica do Departamento de Letras Estrangeiras do Centro de Humanidades da UFC. Orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida de Paiva Montenegro. A TIRANIA, O TIRANO E O REI NA OBRA TROIANAS DE SNECA Leticia Freitas Alves (UFC) O presente trabalho tem como objetivo analisar a trage dia Troianas, escrita pelo dramaturgo e filo sofo Se neca, sob a perspectiva da tirania. Muito foi dito por filo sofos e por literatos acerca da figura do tirano. Em nossa pesquisa, iniciamos com uma ana lise breve da trajeto ria filoso fica que o termo percorreu. Primeiramente, observamos a tirania sob a perspectiva de Plata o, em seguida, sob a de C cero, e, por fim, sob a do pro prio Se neca em seu tratado filoso fico, De Clementia. Tambe m

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    procuramos observar a figura do rei, que aparece na maior parte das vezes como uma contraposia o a figura do tirano. Passamos, enta o, a ana lise do texto no que tange a esses conceitos. Como eles se apresentam dentro da trage dia? Seu uso e distinto daquele que e aplicado em obras filoso ficas? Qual seria o objetivo de Se neca ao tratar de forma cont nua esse tema em suas trage dias? Essas sa o perguntas que nortearam nossas reflexo es. Longe de fecharmos a questa o, buscamos aqui suscitar algumas considerao es que sa o importantes para a compreensa o da obra e devem ser aprofundadas. Afinal, o dia logo entre a literatura e a filosofia e estreito e importante, assim, determo-nos nessas perspectivas e essencial para a compreensa o da obra. Leticia Freitas Alves. Licenciou-se em Letras-Portugue s pela Universidade Estadual do Ceara (UECE) em 2012. E mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceara (UFC), sob a orientaa o do Professor Doutor Francisco Edi de Oliveira Sousa. Em sua pesquisa de mestrado, estudou o longo relato da personagem Eur bates, o mensageiro, presente na pea Agamemnon de Se neca, do ponto de vista do dia logo com outras obras e do dia logo entre os ge neros tra gico e e pico. BELAS, RECATADAS E DO LAR: A CONTRUO DO IDEAL FEMININO DE ASCESE: A IMPORTNCIA DO BELO NAS REPRESENTAES DAS VIRGENS CRISTS DO SCULO IV E V. Ruben Ryan Gomes de Oliveira (UECE) Orientadora: Silvia Mrcia Alves Siqueira (UECE) Este trabalho tem por objetivo analisar o conceito de belo na tradio crist, tendo como contexto histrico o perodo conhecido por Antiguidade Tardia. Nosso enfoque ser a anlise de algumas representaes biogrficas de virgens crists, percebendo a importncia da noo de beleza para a construo do ideal feminino de ascese. Analisaremos a relaes estabelecidas entre o belo e o feio, o belo e o bom, a beleza corprea e a beleza divina, sempre tendo em mente o contexto cultural do cristianismo dos primeiros sculos. Dentre as personagens estudadas, enfatizaremos na vida de Macrina, uma virgem Capadcia que viveu no sculo IV d. C. e construiu um mosteiro na regio de Anisa, alm de ter sido modelo de conduta para muitas virgens. Tomaremos como fonte de estudo a biografia dela escrita por seu irmo Gregrio de Nissa, intitulada Vida de Macrina, alm de outras fontes que nos ajudem a perceber a representao do belo nas biografias dessas mulheres. Ruben Ryan Gomes de Oliveira. Graduando em Histria pela Universidade Estadual do Cear (UECE), desenvolvendo pesquisa em antiguidade, com o auxlio da professora Silvia Mrcia Alves Siqueira. Atuou como bolsista de monitoria (Promac) da disciplina de Histria Antiga I, assim como tambm foi bolsista de iniciao cientfica (PIBIC/CNPq). Atualmente bolsista de iniciao cientifica pelo programa IC/UECE atuando no projeto intitulado "Biografia de mulheres: representaes de clarissimae feminae da elite romana crist na cultura escrita dos sculos IV e V d.C.". Alm de membro do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita e

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    Oralidade na Antiguidade e no Medievo (Archea - UECE), grupo vinculado com o Mestrado Acadmico da Universidade Estadual do Cear (MAHIS - UECE). Slvia Mrcia Alves Siqueira. Doutora em Histria Antiga, professora adjunta do curso de Histria e do Mestrado Acadmico em Histria (MAHIS), da Universidade Estadual do Cear (UECE) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade (ARCHEA). CAECUS AMOR EST: A VISO DO AMANTE EM LUCRCIO E OVDIO Maria Ozana Lima de Arruda (UFC) Orientador: Francisco Edi de Oliveira Sousa (UFC) Este trabalho aborda a cegueira do amor na obra De rerum natura, de Lucrcio (98?-55? a.C.), e na obra Ars amatoria, do poeta Ovdio (43-17 a.C.), luz da filosofia helenstica. Em uma anlise comparativa dos dois poemas, examinamos um trecho no qual os dois poetas falam da viso deturpada do homem quando est sob o influxo da paixo, uma vez que, ao olhar para a amada, enxerga-a bela (ou diz enxerg-la bela) e ignora os defeitos de sua aparncia e de sua personalidade. Maria Ozana Lima de Arruda. Graduanda do Curso de Letras - Portugus da Universidade Federal do Cear (UFC). Francisco Edi de Oliveira Sousa, professor de lngua e literatura latina na Universidade Federal do Cear. O AMOR TORPE EM O MERCADOR DE PLAUTO Elvis Freire da Silva (UFC) O objetivo deste trabalho traar algumas consideraes sobre o amor torpe em O Mercador de Plauto. Para isso, iremos partir de uma rpida anlise do amor na antiguidade, suas dimenses na literatura grega, e como o mesmo conceito chega comdia romana. Em seguida, analisaremos como se configura esse amor torpe e moralmente reprovvel, seja na relao entre jovem e velho, seja na relao extraconjugal. Por fim, podemos concluir que a literatura romana, especialmente a comdia de Plauto, perpassada pelos valores sociais e morais da poca e esses mesmos valores pautam a conduta amorosa das personagens do teatro. Elvis Freire da Silva. Graduado em Letras Portugus/Italiano e suas respectivas literaturas pela Universidade Federal do Cear e mestrando em Letras pela mesma universidade. Atualmente trabalha na rea de Literatura Comparada, com nfase em Comdia Antiga, desenvolvendo a pesquisa intitulada "O duplo dionisaco em Tesmoforiantes de Aristfanes" sob orientao da Prof Dra. Ana Maria Csar Pompeu. Bolsista: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, CAPES, Brasil.

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    O LAMENTO DE ANDRMACA EM EURPIDES Luciano Heidrich Bisol (UFC) Este trabalho inclina-se sobre uma cano executada dentro da tragdia Andrmaca (c. 426 a.C.) de Eurpides (c.480-405 a.C.), trata-se do nico trecho elegaco que chegou a ns de todo o corpus trgico do sculo quinto. Buscamos apurar a maneira como o autor insere-se na tradio elegaca e quais os desdobramentos de sentido decorrentes deste ponto de interseco entre diferentes gneros literrios. O presente estudo investiga a filiao da cano, localizada entre os versos 103 e 116 do drama de Eurpides como um threnos, isto , lamento. Alm disso, nossa pesquisa identifica a maneira como os topoi acionados no discurso da protagonista neste excerto contribuem para a persuaso junto plateia da existncia de uma mulher no palco. Neste sentido, o trabalho visa contribuir para a compreenso da performance desses gneros elegia, threnos e tragdia na Antiguidade. Luciano Heidrich Bisol. Licenciado em Letras Portugus-Grego, Mestrando na linha de Letras Clssicas pela UFC. A CONSTRUO DO GROTESCO ENQUANTO CATEGORIA ESTTICA Cssia Alves da Silva (UFC/IFRN) O presente trabalho apresenta uma reflexo acerca do grotesco enquanto categoria esttica. Para tanto, parte-se de um panorama geral sobre o tema, fazendo uma relao com os seus possveis sinnimos. Essas consideraes seguiro as perspectivas de autores como Umberto Eco, Immanuel Kant, Jos Ferrater Moura, dentre outros. Em seguida, constri-se uma definio do grotesco comeando pelo que diz o Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa, passando pela origem do termo e terminando nas definies propostas por trs dos autores mais especialistas no assunto: Victor Hugo, Wolfgang Kayser e Mikhail Bakhtin. Cssia Alves da Silva. Doutoranda em Letras pela Universidade Federal do Cear (UFC) e professora de Lngua Portuguesa e Literatura do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

    A IMPOSITIO VERBORUM: UMA ANLISE A PARTIR DA OBRA DE LINGUA LATINA DE VARRO Ccero Barboza Nunes (UFPB)

    Pretendemos neste trabalho mostrar como a impositivo verborum, isto , a

    etimologia, apresentada na obra De Lngua Latina de Varro. Sua relevncia reside

    em demonstrar que os debates varronianos, alm de profcuos nos estudos da

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    antiguidade, permanecem vivos nas discusses sobre a linguagem na atualidade.

    Varro foi autor dos mais fecundos, mas apenas parte de sua obra, que trata desde a

    agricultura e a pecuria at a gramtica, passando pela biografia e pela histria, bem

    como pela filosofia, chegou aos dias atuais. (PEREIRA, 2006, p.53). De acordo com

    Jean Collart (1978, p.32) Varro considerava a gramtica como uma forma de

    encontrar subsdios tericos para explicar a origem da linguagem.

    Ccero Barboza Nunes. Mestrando em Lingustica e Ensino pela Universidade

    Federal da Paraba. Professor de Lngua Latina da Universidade Federal Rural de

    Pernambuco e Autarquia Educacional de Serra Talhada.

    FBULA CANIS ET LUPUS NUM ENFOQUE CONVERSACIONAL Cinthya Sousa Machado (UFRJ)

    Este trabalho pretende fazer um estudo a respeito da ana lise da conversaa o tendo como base uma fa bula latina. Esse ge nero litera rio foi escolhido, uma vez que encontramos representao es de situao es cotidianas, de onde podemos extrair certos padro es do comportamento social, tendo como base as experie ncias reais. Apesar de o latim na o ser mais uma l ngua falada, ela pode ser estudada sob esse prisma, pois, como se sabe, na Roma antiga havia o costume da leitura em voz alta. Dessa forma, podemos supor que, mesmo nos textos escritos, encontram-se marcas da oralidade. O ge nero fabul stico, por oferecer bastantes dia logos, possui uma maior probabilidade de aplicaa o dos conceitos da ana lise da conversaa o. O texto escolhido para a ana lise e Canis et lupus do autor latino Fedro, famoso fabulista, que foi um escravo liberto pelo princeps Augusto e os preceitos da ana lise da conversaa o sa o fundamentados em Anlise da Conversao, de Luiz Marcuschi.

    Cinthya Sousa Machado. graduada em Letras- portugus e suas respectivas literaturas pela UECE, especialista em Lngua Latina pela UERJ, mestra em Letras Clssicas pela UFRJ. Foi professora substituta de lngua e literatura latina na UFRJ por quatro anos. Cursa atualmente doutorado em Letras Clssicas pela UFRJ e professora Assistente de Lngua e Literatura Latina na UECE. ENTRE O CMICO E O TRGICO: A MORTE, O JULGAMENTO E SALVAO NO TEXTO AS RS, DE ARISTFANES Francisco Wellington Rodrigues Lima (UFC) O presente artigo tem por objetivo lanar um olhar sobre a morte simblica do teatro grego, bem como o julgamento e a salvao deste, uma vez que o tempo ureo do teatro grego, conforme nos apontou Aristfanes, no sculo V a.C., havia entrado em decadncia. Tenho necessidade de um poeta. Eles no existem mais; os que ainda esto vivos so maus. De modo cmico e trgico, o autor utiliza-se do meta-teatro para fazer brotar nas entrelinhas do texto o peso potico do fazer teatral, resgatando, por meio da descida do deus Dioniso ao mundo dos mortos, squilo e o teatro do seu tempo.

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    Francisco Wellington Rodrigues Lima. Doutorando em Letras/Literatura Comparada, Mestre em Literatura Comparada, Especialista em Estudos Clssicos e Graduado em Letras-Portugus e suas respectivas literaturas pela Universidade Federal do Cear (UFC). ator, diretor e dramaturgo da Cia. Teatral Moreira Campos. Foi Professor Substituto do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA) e atualmente Professor-Tutor do Instituto UFC Virtual. Bolsista FUNCAP-Doutorado e Pesquisador da Teoria da Residualidade Cultural e Literria. ENTRE O GROTESCO ARCAICO E O REALISMO GROTESCO, O CORPO DE POLIFEMO. UMA ANLISE DIALGICA DO DISCURSO DE HOMERO E VIRGLIO SOBRE OS CICLOPES Marcos Roberto dos Santos Amaral (UECE) Faremos uma anlise dialgica do discurso potico de Homero e Virglio em Odisseia, livro 9, e Eneida, livro 3, a fim de evidenciarmos de que forma o corpo grotesco de Polifemo constitudo na tenso entre o realismo grotesco e grotesco arcaico. Nosso objetivo demarcar a presena do grotesco constitutivo na cultura clssica, a partir da constatao do dialogismo primeiro constitutivo de qualquer forma discursiva. Fundamentar-nos-emos, sobremaneira, em A cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento: o contexto de Franois Rabelais, de Bakhtin, 1987. Sugeriremos que no discurso destas poesias a imagem de Polifemo constri-se atravs da tenso entre formas centralizadoras que utilizam o grotesco como negao do outro e formas descentralizadoras que o utilizam como afirmao da heterogeneidade. Marcos Roberto dos Santos Amaral. Mestrando do Programa de Ps-Graduao em Lingustica Aplicada da Universidade Estadual do Cear, na linha de Estudos Crticos da Linguagem. Bolsista Funcap.

    O TORPE EM METAMORFOSES DE OVDIO: O MITO DE PROGNE E FILOMELA Flaviano Oliveira dos Santos (UECE) Orientadora: Slvia Mrcia Alves Siqueira (UECE) Relatar as transformaes acontecidas durante a existncia do homem, esse o objetivo de Ovdio em Metamorfoses. Abordando o pico das transformaes, o presente trabalho pretende tecer algumas consideraes sobre um caso especfico relatado por Ovdio no poema: o mito de Progne e Filomela. Atravs deste mito podemos identificar alguns aspectos presentes na sociedade onde Ovdio viveu, identificando algumas concepes do mesmo e da sociedade que o formou. Flaviano Oliveira dos Santos. Graduando em Histria na Universidade Estadual do Cear (UECE); atualmente bolsista de iniciao cientfica (PIBIC / CNPq) com o projeto "As representaes do feminino em Roma atravs da ressignificao mtica

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    em as Metamorfoses de Ovdio (sc. I d. C.)" e integrante do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade (ARCHEA). Slvia Mrcia Alves Siqueira. Doutora em Histria Antiga, professora adjunta do curso de Histria e do Mestrado Acadmico em Histria (MAHIS), da Universidade Estadual do Cear (UECE) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade (ARCHEA).

    O RITUAL DO DEUS BACO: O TORPE EM AMBIENTE ROMANO Lucas Jos Cruz Bastos Moura (UECE) Orientadora: Slvia Mrcia Alves Siqueira (UECE) Esse artigo tem como objetivo analisar a questo do torpe presente no culto ao deus Baco em ambiente romano, indicando como o obsceno evocava uma degradao da imagem da pessoa e consequentemente feria a mos maiorum. Para tanto necessrio contextualizar a religio romana e a sua relao com as divindades estrangeiras, fazendo uma leitura analtica da trajetria de origem do deus e uma anlise da obra, As Bacantes. Enfim para melhor compreender o sentido do torpe procuraremos no relato de Tito Lvio verificar as condies da proibio das Bacanais em Roma analisando as causas advogadas contra o deus e os seus ritos. Lucas Jos Cruz Bastos Moura. Graduando em Histria pela Universidade Estadual do Cear (UECE). Bolsista Funcap com o projeto intitulado: As Relaes entre mito e a religio. O deus Baco em Ovdio. Membro do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e Idade Mdia (ARCHEA)

    Slvia Mrcia Alves Siqueira. Doutora em Histria Antiga, professora adjunta do curso de Histria e do Mestrado Acadmico em Histria (MAHIS), da Universidade Estadual do Cear (UECE) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade (ARCHEA).

    MULHERES EM LUTO: DESFIGURAO E DESESPERO NAS SUPLICANTES, DE EURPIDES Vanessa Silva Almeida (UFC) Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma anlise do carter do luto feminino presente na tragdia euripidiana As Suplicantes, provavelmente encenada entre os anos de 424 e 421 a. C. O trabalho fruto de nossa pesquisa de mestrado que tem por tema a traduo para o portugus brasileiro da pea citada a partir do texto original grego estabelecido por Frederick A. Paley (2010), e, atravs da mesma traduo, o estudo dos ritos fnebres religiosos da Grcia antiga. O recorte feito neste trabalho para a nossa anlise se resume no prodo da pea (vv. 42-86), no qual o coro de suplicantes descreve seu estado emocional de desespero, que interferir diretamente em seu estado fsico de dilaceramento diante da situao de seus mortos. Alm disso, apresentaremos nossa proposta de traduo do prodo da pea

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    com as devidas notas e comentrios, visando contribuir com mais uma traduo para o portugus de um texto do teatro grego. Vanessa Silva Almeida. Graduada em Letras Portugus-Ingls-Literaturas pela Universidade Federal do Cear (UFC). Aluna da Ps-Graduao em Estudos da Traduo (POET) da UFC, onde desenvolve pesquisa de Mestrado e prope a traduo integral e o estudo da tragdia As Suplicantes, de Eurpides sob a temtica do luto e da religio no que se refere aos ritos fnebres gregos, apoiada pela bolsa da Fundao Cearense de Apoio Pesquisa (FUNCAP). NARRANDO O FEIO: REFLEXES SOBRE O FEIO NA TRAGDIA GREGA ATRAVS DAS BACAS, DE EURPIDES Camila Smia da Silva Souza (UFC) Neste trabalho, desenvolvemos atravs da anlise da tragdia grega Bacas, de Eurpides o estudo do feio na tragdia grega considerando seus aspectos narrativos e encenao. Para tanto, utilizamos os textos de Aristteles, Potica e de Umberto Eco, Histria da feiura, para analisarmos as aparies do feio na tragdia. Observamos que atravs do uso narrativo foi possvel pela passagem do tempo ainda a apreciao do feio na tragdia e que os aspectos narrativos que o cercam terminaram por auxiliar a recepo da feiura entre a beleza da tragdia da Grcia antiga. Camila Smia da Silva Souza. Mestra em Literatura Comparada pela UFC. Possui graduao em Letras Portugus-Literatura concluda em 2011 pela Universidade Federal do Cear. Integra desde 2009 o Grupo de Estudos Narrativa e Espetculo (GENES) do Ncleo de Cultura Clssica da Universidade Federal do Cear.

    O TEMA DA EM ARISTFANES

    Paulo Csar de Brito Teles Jnior (UFMG) Nas peas do comedigrafo Aristfanes o tema da , ou seja, da obscenidade, da licenciosidade, recebeu uma projeo marcante. Podemos relacionar este tpico da comdia aristofnica aos rituais que eram oferecidos a Dioniso, deus do teatro, e noo de fertilidade que eles traziam. essncia do dionisaco, que atesta para a potencialidade produtiva da natureza, temos a morte, representada pela tragdia, e a ressurreio, representada pela comdia. Dioniso , assim, um deus que morre e que renasce, surgido atravs do hino unssono dos ditirambos, cantos que, em honra ao deus, celebravam a fecundidade, a renovao, a euforia. Nosso objetivo, portanto, apresentar como o uso da se manifesta em Aristfanes, procurando destacar quais so os elementos que esto ligados a ela nas peas do comedigrafo. Partindo da concepo de structure rotique proposta na obra de Pascal Thiercy (Aristophane: Fiction e Dramaturgie, 1986) e do estudo de Maria de Ftima Sousa e Silva (Nomos e Sexo na comdia de Aristfanes, 2005), demonstraremos como o humor torpe e custico de Aristfanes

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    assegurava, para alm do obsceno e do vulgar, uma densidade notvel composio cmica. Paulo Csar de Brito Teles Jnior. Possui graduao em Letras - Lngua Portuguesa e Lngua Francesa e Respectivas Literaturas (2014) pela Universidade Federal do Cear e aluno do mestrado em Estudos Literrios da Universidade Federal de Minas Gerais na rea de Literaturas Clssicas e Medievais. membro do Grupo de Estudos Aristofnicos (GEA), coordenado pela Profa. Dra. Ana Maria Csar Pompeu, e desenvolve pesquisas que contemplam os seguintes temas: Aristfanes, Comdia Antiga e Teatro Grego. POR ZEUS MERDEJANTE! EGITO E GRCIA SE ENCONTRANDO? ISSO S PODE DAR EM MERDA! Daniel de Carvalho Santos Pinheiro (UFC) Orientadora: Ana Maria Csar Pompeu (UFC) Esse trabalho fruto dos estudos realizados no projeto de pesquisa Traduzindo os camponeses aristofnicos como matutos cearenses: Trigeu em Paz e a Trigdia de Dicepolis em Acarnenses. Vamos abordar a comdia Aristofnica A Paz, e mais especificamente, a figura do escaravelho e sua importncia para a pea. Encenada em 421 a.C., cronologicamente, A Paz a quinta das 11 peas completas de Aristfanes que temos conservado, e obteve o segundo lugar nas Grandes Dionsias que disputou. O tema principal a prolongada ausncia de paz na Hlade, que j suportava mais de 10 anos de guerra. Daniel de Carvalho Santos Pinheiro. Discente em Letras pela Universidade Federal do Cear UFC. Bolsista PIBIC 2015-2016. Membro do GECA Grupo de Estudos da Comdia Aristofnica, coordenado pela Professora Dra. Ana Maria Csar Pompeu. Ana Maria Csar Pompeu. Professora Associada da Universidade Federal do Cear. Atua nos Programas de Ps-graduao em Letras (PPGLetras) e em Estudos da Traduo (POET). O FEIO NA FRASEOLOGIA BRASILEIRA: EXPRESSES COM CARA DE-X Vicente de Paula da Silva Martins (UVA/CENFLE) A reflexo sobre o feio vem de Plato e Aristteles. Assim como na Filosofia, Literatura e nas Artes Plsticas, o feio ou o grotesco est presente na Fraseologia Portuguesa medida que muitas expresses idiomticas privilegiam o disforme, o ridculo, o extravagante em seu sentido metafrico, prestando-se, quando bem empregadas, ao riso ou repulsa por seu aspecto inverossmil, bizarro, estapafrdio ou caricato. Para este estudo, constitumos um corpus de expresses grotescas extradas dos jornais de grande circulao. Do ponto de vista fraseolgico, qualquer falante do Portugus Brasileiro, ao ler ou ouvir a expresso algum tem cara de

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    bruxa, logo entender que se trata uma pessoa muita feia uma vez que o sentido metafrico de bruxa e horrenda revelam-se convergentes no plano cultural da lngua portuguesa. O estudo nos leva a postular que a expresso ter a cara de bruxa um culturema, isto , uma unidade fraseolgica que se define como um item simblico dos falantes em Lngua Portuguesa. Os somatismos (referentes parte do corpo) e zoomorfismos (referentes a animais) so as mais recorrentes no mbito da fraseologia do grotesco. Vicente de Paula da Silva Martins. Mestre em Educao e doutor em Lingustica pela UFC. Professor do Curso de Letras da UVA, em Sobral. AS MUITO BELAS QUE ME PERDOEM: FEIO, GROTESCO E IMAGEM FEMININA NA NARRATIVA FLMICA DE ANIMAO VALENTE Elayne Gonalves Silva (UECE) A pesquisa fundamentou-se teoricamente nos conceitos de belo e de feio, conforme pensados por Eco (2007) em seu Histria da feiura, e na noo de corpo grotesco, conforme pensada por Bakhtin (2013) em seu A cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento: o contexto de Franois Rabelais. O objetivo do trabalho foi analisar como a figura da bruxa retratada no filme de animao Valente, lanado no ano de 2012 pelos estdios Disney/Pixar. A partir da anlise dos aspectos visuais que compem a personagem em foco, foi possvel identificar que a feiticeira de Valente, por no estar em conformidade com um modelo clssico de corpo, por estar no perodo da velhice, por apresentar traos caractersticos moralmente questionveis como a engenhosidade e a desonestidade, por exemplo -, por possuir tamanho e propores corporais exagerados e por portar uma deformidade fsica pode ser classificada como um exemplo de corpo feio nos termos propostos por Eco (2007) e como um exemplo de corpo grotesco nos termos propostos por Bakhtin (2013). Elayne Gonalves Silva Mestranda pelo Programa de Ps-Graduao em Lingustica Aplicada (PosLA) da Universidade Estadual do Cear (UECE). HISTRIA CONTEMPORNEA EM RETRATO: TUCDIDES E ARISTFANES NA BUSCA PELA REPRESENTAO DO REAL E DO VERDADEIRO Rafael Ferreira Monteiro (UFC) O presente trabalho tem como objetivo apontar um aspecto do relacionamento entre Tucdides e Aristfanes, ou, entre Histria e Comdia Antiga: a busca pelo retrato fiel do contemporneo. Ambos os autores vivenciaram a Guerra do Peloponeso, um conflito que definiu para sempre o destino de Atenas, e suas obras possuem um grande valor para compreendermos melhor este perodo histrico, pois fornecem informaes bastante detalhadas. Como o historiador lida com acontecimentos, personalidades e aes, para compor o relato da guerra? E o poeta cmico? Neste trabalho, selecionamos um acontecimento (o Cerco de Pilos) e alguns personagens histricos (Clon, Ncias, Demstenes) que foram abordados tanto por

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    Tucdides quanto por Aristfanes. Apontamos algumas peculiaridades dos autores, e como cada um costuma trabalhar a obra. Ao utilizarmos as verses dos autores em conjunto, garantimos maior grau de confiabilidade. O historiador s autorizado a dizer a verdade. O poeta cmico observa esta verdade e a partir dela cria a pea. Mas para o leitor/espectador, convencido pela autoridade do discurso histrico, ou ludibriado pelo jogo da poesia cmica, como confiar no que contado/revelado? Ser contemporneo ao fato narrado proveitoso ou prejudicial? Rafael Ferreira Monteiro. Rafael Ferreira Monteiro graduado em Letras-Portugus (2010) e em Letras Clssicas (2015) pela Universidade Federal do Cear (UFC). Mestre em Letras (UFC), atualmente cursa o Doutorado em Letras na mesma instituio. professor do Curso de Grego (Extenso). reas de interesse: Historiografia Grega, Comdia Clssica. DO GROTESCO AO SUBLIME: O DUPLO DO A(U)TOR POR TRS DAS MSCARAS, DOS GESTOS E DAS VOZES EM ACARNENSES, DE ARISTFANES, E NO AUTO DA COMPADECIDA, DE ARIANO SUASSUNA Francisco Jacson Martins Vieira (UFC) Por ser uma arte que permanece h tantos sculos, o teatro desperta curiosidade acerca de seus primrdios, existindo vrias conjecturas e teorias sobre o surgimento da Comdia Antiga como ambiente extremamente propcio formao de duplos, presente no mito e culto do deus do teatro, Dioniso, no qual as vozes, os gestos e as mscaras grotescas so acessrios sobrepostos, como causa de equvocos e defesas, componentes centrais das invectivas pessoais ou intrigas como observados em Acarnenses, de Aristfanes, e no Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. notvel, contudo, observar que este artifcio, frequentemente utilizado por Aristfanes em suas peas tambm encontra eco na literatura popular de Suassuna por apresentar uma tessitura textual atravessada pelas mltiplas vozes de seus personagens constituindo-se em um fenmeno recorrente e natural que aponta para a tenso de uma crise profunda, denunciada pelo prprio poeta em seus discursos. Francisco Jacson Martins Vieira. Aluno do Curso de Doutorado do Programa de Ps-Graduao em Letras com rea de concentrao em Literatura Comparada e Linha de Pesquisa em Estudos Comparados de Literaturas de Lnguas Clssicas.

    ASPECTOS DO GROTESCO E DO CMICO NA PAZ DE ARISTFANES E EM DOM QUIXOTE DE CERVANTES Manuela Maria Campos Sales (UFC) Orientadora: Ana Maria Csar Pompeu (UFC) Por muitos sculos, o belo teve uma definio prpria, enquanto que o feio era tomado apenas como sua oposio. Sempre houve a presena do grotesco nas Artes e na Literatura; a Mitologia Grega est repleta de acontecimentos com situaes e figuras grotescas, disformes, deformadas (o Polifemo, por exemplo, um grotesco

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    terrvel: um gigante com somente um olho no meio da testa). Observou-se depois que alguns seres no eram horrendos por seus traos fsicos, mas por seus atributos. H outro perodo da histria da literatura em que o grotesco predominou sobre o sublime (o grotesco tornou-se uma das maiores belezas no drama). Partindo dessa ideia do grotesco, o artigo aborda cenas e aspectos de torpeza nas duas obras, mas no somente isso, tambm se prope a levantar semelhanas entre seus personagens principais e busca neles algo alm do ridculo e do risvel, busca mostrar que os dois feios querem, por meio de suas torpezas, alcanar algo nobre; Trigeu, em Aristfanes, mesmo montado em um escaravelho consegue libertar a Paz, e Dom Quixote, apesar de sua torpeza, pea fundamental para que as diversas histrias vividas por eles entrem em harmonia. Manuela Maria Campos Sales. Graduanda em Letras Portugus/Alemo pela UFC; bolsista de iniciao cientfica; participa atualmente do GECA (Grupo de Estudos da Comdia Aristofnica) e GES (Grupo de Estudos da Septuaginta).

    Ana Maria Csar Pompeu. Professora Associada da Universidade Federal do Cear. Atua nos Programas de Ps-graduao em Letras (PPGLetras) e em Estudos da Traduo (POET).

    DAS MSCARAS DO TEATRO GREGO AOS FANTOCHES DO PAIDEIA: O FEIO QUE LEVA AO RISO Danielle Motta Arajo (UFC) Nosso trabalho tem como objetivo primordial comparar a face dos fantoches do Grupo Paideia s mscaras teatrais gregas, identificando possveis semelhanas no que diz respeito s funes cnicas e reao da plateia. Para isso, faz-se necessrio uma breve apresentao do Grupo Paideia. Em seguida, falaremos sobre os fantoches do grupo e sobre o processo de confeco, principalmente do esculpir da face do boneco finalizao dos traos fisionmicos. Mostraremos, mesmo que brevemente, conceitos sobre a mscara e sua simbologia, principalmente a que est relacionada ao teatro grego. E finalizaremos com as comparaes entre as mscaras e os fantoches, demonstrando de que forma o feio pode levar ao riso. Utilizaremos apenas algumas personagens do elenco esculpido para as peas Psiqu e Eros (2003) e Lisstrata (2011). Danielle Motta Arajo. Especialista em Estudos Clssicos (UFC). Mestranda em Literatura Comparada pelo PPGLetras - UFC. O BOM, O MAU, O FEIO E O BONITO: UMA ANLISE DAS PERSONAGENS TRIGEU, BELEROFONTE, O ESCARAVELHO E A GUIA Brbara Arajo dos Santos (UFC) Orientadora: Ana Maria Csar Pompeu (UFC) Em vrios textos da cultura grega clssica, em geral, podemos perceber que os animais que visitam a morada dos deuses, o Monte Olimpo, em sua maioria so

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    animais belos e nobres. Vemos, como exemplo disto, a histria do famoso e belo cavalo alado Pgaso, filho da Grgona Medusa com o deus Poseidon. Pgaso ajudou o heri Belerofonte a derrotar a monstruosa Quimera e logo se juntou aos deuses sendo transformado por Zeus em uma constelao no mito grego. Ento, inspirado pela fbula A guia e o Escaravelho de Esopo (sculo VI a.C.), Aristfanes (447 a.C. 385 a.C.) dando seu toque de obscenidade e de escatologia insere em sua comdia A Paz o seu protagonista Trigeu para subir ao Olimpo montado em um torpe escaravelho, besouro conhecido popularmente como rola-bosta, para devolver a paz para o povo ateniense que estava sofrendo com a Guerra do Peloponeso. Este artigo visa desenvolver uma breve comparao entre esses animais, que aparecem tanto no mito, na fbula e na comdia, apresentar o contexto em que eles aparecem nos textos e depois fazer algumas consideraes utilizando os conceitos de beleza e feiura dos filsofos Umberto Eco e Plato sobre a aparncia e importncia desses mesmos animais. Brbara Arajo dos Santos. Graduanda em Letras - Francs, Especialista em Estudos Clssicos pela UNB e Pesquisadora da comdia A Paz de Aristfanes. Bolsista PIBIC. Membro do GECA Grupo de Estudos da Comdia Aristofnica, coordenado pela Professora Dra. Ana Maria Csar Pompeu.

    Ana Maria Csar Pompeu. Professora Associada da Universidade Federal do Cear. Atua nos Programas de Ps-graduao em Letras (PPGLetras) e em Estudos da Traduo (POET). O TORPE EM HERMES Paulo Roberto B Souza (UECE) Orientadora: Slvia Mrcia Alves Siqueira (UECE)

    O nosso objetivo nesse estudo identificar o Torpe e as facetas desleais do deus Hermes. No mesmo dia em que nasceu, j se apresentou ao mundo como um grande astucioso, enganador e ladro, e sua primeira vtima foi seu irmo Apolo. focando nesses traos de personalidade que identificaremos o deus como uma figura torpe. Os textos os quais tomaremos como referncia so: a Teogonia de Hesodo e os Hinos Homricos, mais precisamente o Hino a Hermes. Paulo Roberto B Souza. Graduando em Histria pela Universidade Estadual do Cear. Pesquisa sobre a literatura arcaica grega e a representao do homem e dos deuses gregos nessa literatura. Slvia Mrcia Alves Siqueira. Doutora em Histria Antiga, professora adjunta do curso de Histria e do Mestrado Acadmico em Histria (MAHIS), da Universidade Estadual do Cear (UECE) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade (ARCHEA).

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