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ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA E TECNOLOGIA SOCIAL – SENESTS Realização:

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ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA E

TECNOLOGIA SOCIAL – SENESTS

Realização:

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Reidy Rolim de Moura

I Seminário Nacional de Economia Solidária e Tecnologia Social (SENESTS). Ponta Grossa, 26 e 27 de agosto de 2014.

Reidy Rolim de Moura (Org). Anais do I Seminário Nacional de Economia Solidária e Tecnologia Social. Universidade Estadual de Ponta Grossa. 1 edição. Ponta Grossa, Paraná. 2015.

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“Seminário Nacional de Economia Solidária e Tecnologia Social” (SENESTS)

Com esta temática, a IESol/UEPG (Incubadora de Empreendimentos Solidários da Universidade Estadual de Ponta Grossa) aposta em caminho profícuo para discussões e práticas que, conjugadas, podem operar mudanças substantivas nos empreendimentos econômicos solidários e na vida de seus trabalhadores e trabalhadoras.

Ademais, como tema ainda incipiente, pode converter-se igualmente em matéria de pesquisa, a partir de suas múltiplas possibilidades e dimensões, sempre numa perspectiva multidisciplinar.

O Seminário Nacional de Economia Solidária e Tecnologia Social (SENESTS) integra o projeto “Fortalecimento da Economia Solidária nos Campos Gerais”, que conta com patrocínio da Petrobras e é desenvolvido pela IESol/UEPG. Em seus 9 anos de criação, a IESol/UEPG mantêm-se comprometida com a economia solidária, acreditando e lutando por uma nova organização da sociedade. E neste sentido, as contribuições, pistas e interrogações deste evento indicam um fecundo debate, com possíveis reverberações nos planos teórico e prático.

 

Bom e Solidário evento!

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Comissão Científica

Adriano da Costa Valadão

Francisco Salau Brasil

Luiz Alexandre Gonçalves Cunha

Manuela Salau Brasil

Marcia Alves Soares da Silva

Reidy Rolim de Moura

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DESENVOLVIMENTO DO ARTESANATO NA PERSPETIVA DA ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DE INCUBAÇÃO DO GRUPO DE ARTESÃS

E ARTESÃOS DE JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

William Rubens Evangelista Oliveira¹

Bianca Aparecida Lima Costa²

Carla Cristina Balbino dos Santos³

               

O artesanato revela-se como a expressão cultural de uma determinada localidade e envolve um significativo número de pessoas que, em geral, organizam-se em associações ou cooperativas e expõem seus produtos manuais em feiras ou lojas. Esse tipo de atividade engloba tanto o campo como a cidade, mas de forma preponderante tem como protagonistas desses processos mulheres que buscam trabalho e renda. Em Minas Gerais, o movimento de economia popular solidária em várias regiões têm uma participação importante de empreendimentos com essas características. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFV é um programa de extensão, fundado em 2003, e tem como objetivo apoiar e fomentar empreendimentos econômicos solidários, trabalhando a auto gestão e incentivando a autonomia destes. Dentre as iniciativas incubadas pela ITCP-UFV, pode-se destacar o Grupo de artesãos e artesãs de Juiz de Fora que vem sendo acompanhado desde 2013. O grupo já existia de maneira pouco organizada, desde 2004, contando com a participação de muitas iniciativas individuais com produtos de variados tipos em eventos pontuais de economia popular solidária na cidade. A partir de 2012, esse coletivo se ampliou e se fortaleceu em torno da organização de feiras mensais, passando a reunir-se regularmente. Atualmente, a iniciativa envolve cerca de 60 pessoas, sendo 90% mulheres, e 5 associações, que desenvolvem trabalhos nas áreas do artesanato, apicultura, pães e doces caseiros, entre outros. As atividades realizadas pela ITCP-UFV no ano de 2014 com o grupo tiveram como objetivo a aproximação com os participantes da feira e a formação em aspectos relativos à economia popular solidária. Dentre as ações realizadas, destacam-se: 1) Levantamento e sistematização de informações sobre os participantes e funcionamento da feira; 2) Realização de um Planejamento Estratégico; 3) Realização de Oficinas sobre economia popular solidária e associativismo; 4) Apoio a organização e divulgação da feira, com a elaboração de logomarca e materiais informativos; e 5) Apoio ao acesso à políticas públicas, por meio da elaboração de uma lei municipal de fomento à economia popular solidária que está sendo discutida com a Prefeitura da Cidade e órgãos competentes. Tais atividades são realizadas mensalmente por meio da atuação de técnicos, bolsistas e professores que compõem a equipe da ITCP-UFV.O objetivo desse trabalho é analisar as ações realizadas no processo de incubação do grupo, buscando sistematizar as metodologias utilizadas, adequá-las a  necessidade de cada empreendimento e avaliar os resultados das mesmas na organização do empreendimento. Busca-se, dessa forma, compreender como a Incubadora

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desenvolve tecnologias apropriadas aos empreendimentos do segmento de artesanato e de que forma tais ações podem contribuir para o fortalecimento da organização em diferentes campos.

_____________________________________________________________________

1 Estudante de Bacharelado em Cooperativismo pela Universidade Federal de Viçosa E-mail:[email protected]

2 Professora do Departamento de Economia Rural e Coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCP-UFV) E-mail:[email protected]

3 Estudante de Bacharelado em Cooperativismo pela Universidade Federal de Viçosa  E-mail:[email protected]

A ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO REDE DE PADARIAS COMUNITÁRIAS

(GRANDE CURITIBA)

Khalil Gibran Martins ZeraikAbdalla1

Farley Simon Mendes Nobre2

Um modelo de gestão baseado nos princípios da Economia Solidária apresenta características democráticas, bases cooperativas, práticas de autogestão, fatores que contribuem para criação e geração de oportunidades de trabalho e renda, de uma maneira justa socialmente, contribuindo com a sociedade economicamente, com práticas e princípios sustentáveis. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo identificar através de um estudo de caso, como as práticas de economia solidária adotadas pela Rede das Padarias Comunitárias da Região de Curitiba-PR contribuem para a sustentabilidade nas dimensões social, econômica e ambiental. Quanto ao método de pesquisa trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, buscando analisar as contribuições das práticas de Economia Solidária para a Sustentabilidade através dos dados qualitativos coletas por meio de realização de entrevistas. Como resultado, pode-se observar contribuição efetiva dos princípios de economia solidária adotados pela Rede das Padarias Comunitárias na sustentabilidade de maneira geral, porém, especialmente na dimensão social, onde são apresentados os maiores resultados. Por fim, as considerações finais abordam a Rede de Padarias comunitárias, pautadas em uma lógica de Economia Solidária, busca estabelecer uma sociedade econômica através de uma gestão participativa, com um conjunto de atividades de produção, distribuição, consumo e crédito realizadas pela população local, afim de gerar trabalho e renda. Sua lógica defende a não exploração, resgata os princípios de cidadania, dignidade, solidariedade, estabelecendo um ambiente de cooperação, pensando no bem do coletivo e sem

1 Mestrando – UFPR Universidade Federal do Paraná. [email protected]

2 Doutor – UFPR Universidade Federal do Paraná [email protected]

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destruir o ambiente. Os princípios da Economia Solidária, enraizados da Rede de Padarias Comunitárias, acabam por contribuir muito para o desenvolvimento sustentável dos seus territórios. Garante a perenidade do negócio como um todo e acaba por atender os três pilares do desenvolvimento sustentável, pois é capaz de gerar e distribuir renda onde há déficit econômico, reinserindo a economia os envolvidos com o projeto. Cria empregos em um território com poucas oportunidades, oferece oportunidades a moradores locais, com baixo nível de instrução, que não possuem outras oportunidades de emprego, incentiva o estudo e a capacitação de seus colaboradores, oferece qualidade de vida aos seus colaboradores e a oportunidade de participar ativamente da gestão no negócio. Entrega um ambiente propício de trabalho, sem exploração, seguindo a lógica da cooperação, bem como disponibiliza informação e orientação para consumo sustentável dos recursos naturais, bem como cuidados com a saúde humana. Pontos fundamentais para o sucesso desse projeto, é a disponibilidade de recursos através do fundo de mini-projetos que possibilita a compra dos equipamentos. E a assessoria do CEFURIA, que presta todo o suporte para a Rede de Padarias Comunitárias. As pesquisas qualitativas realizadas nessa pesquisa, permite observar grande sinergia aos resultados obtidos, indicando alinhamento e legitimidade às práticas de economia solidária enraizadas na Rede de Padarias Comunitárias e suas contribuições para Desenvolvimento Sustentável em suas dimensões, econômica, social e ambiental.

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APOIO E FOMENTO A EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOSDO SEGMENTO ARTESANATO: ANÁLISE DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO DA

ASSOCIAÇÃO DOS ARTESÃOS E PRODUTORES DE ALIMENTOS CASEIROS DA REGIÃO DE VIÇOSA/MG

Carla Cristina Balbino dos Santos3

William Rubens Evangelista Oliveira2

Bianca Aparecida Lima Costa3

A Economia Solidária pode ser definida de várias formas diferentes, que na sua essência vão ter como base alternativas às práticas e consequências do capitalismo. Suas ações são direcionadas às dimensões sociais, econômicas, políticas, ecológicas e culturais, tendo como princípios a cooperação, autogestão, solidariedade, reciprocidade, equidade e democracia, visando a valorização das pessoas e não do capital (LAVILLE e GAIGER 2009). O campo da Economia Solidária é composto por três ramos: 1) Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) nos mais variados formatos como associações, cooperativas, empresas autogestionárias, redes solidárias, clubes de trocas, bancos comunitários e outros; 2) Entidades de apoio com a função de fomentar, capacitar, dar suporte para o desenvolvimento e fortalecimentos dos EES, por exemplo as incubadoras, ONG’s, entre outros; e 3) gestores públicos que são os responsáveis pela consecução de políticas de Economia Solidária em diferentes níveis de governos (VIEIRA 2008). Entre as entidades que desenvolvem ações direcionadas ao fomento de EES, podemos citar as universidades por meio principalmente de programas de extensão. Nesse contexto, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCP-UFV) foi fundada em 2003 e tem uma atuação multidisciplinar, com estudantes e professores de diversas áreas, com objetivo de apoiar iniciativas coletivas visando seu fortalecimento nos aspectos econômicos, organizacionais e sociais. A ITCP-UFV desenvolve atividades com diferentes segmentos produtivos, dentre eles o artesanato, onde as ações visam estimular a capacidade criativa e produtiva de grupos formais e informais focando na inclusão social, geração de trabalho e renda, sustentabilidade, formação e organização desses EES. Tais ações são realizadas por meio de metodologias participativas que buscam construir soluções que dialoguem conhecimentos científicos e populares, gerando inovações e tecnologias sociais adequadas aos empreendimentos econômicos solidários. Dentre os grupos incubados pela ITCP-UFV, pode-se destacar a Associação dos Artesãos e Produtores de Alimentos Caseiros da Região de Viçosa/MG – ADAPAC, que está sendo assessorada desde maio de 2013. Tal associação foi fundada em 1993 e é constituída por um grupo de 33 pessoas, majoritariamente mulheres, que confeccionam uma variedade de produtos trabalhados em biscuit, lã, bordado, artigos para cozinha, pães caseiros, bombons, tortas e outros. Seus produtos são comercializados principalmente em feiras realizadas aos finais de semana na Praça principal da cidade. O objetivo desse trabalho é analisar as ações realizadas no processo de incubação da ADAPAC, buscando sistematizar as metodologias utilizadas e avaliar os resultados das mesmas na organização do grupo. Busca-se, dessa forma, compreender como a Incubadora desenvolve tecnologias apropriadas aos empreendimentos do segmento de artesanato e de que forma tais ações podem contribuir para o fortalecimento da organização em diferentes campos.

3 1 Estudante do Curso de Bacharelado em Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected] 2 Estudante do Curso de Bacharelado em Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

3Professora Adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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Referências

LAVILLE, Jean-Louis; GAIGER, Luiz inácio. Economia Solidária. In: CATANNI, Antonio David; LAVILLE, Jean-Louis; GAIGER, Luiz inácio; HESPANHA, Pedro. Dicionário Internacional da outra economia. São Paulo: Almedina Brasil LTDA, 2009. p. 162

VIEIRA, Sérgio Murilo Seixas. Uma análise da trajetória do movimento de Economia Solidária no Brasil após a implantação do primeiro Fórum Social Mundial. RS.Monografia. Curso bacharel em Ciências Econômicas da Universidade Federal de santa Catarina, 2008.

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PRODUZINDO ALIMENTOS, REALIZANDO SONHOS

Paula Juliana GrottoDébia4

Leonardo Henrique Martim Lago5

Gabriel Pazoto Nakamura6

Max Emerson Rickli7

Economia solidária é um movimento social sob forma de associação e cooperativas com a intenção de garantir a sobrevivência das classes menos favorecidas. É uma forma de produzir, vender, trocar sem explorar o ser humano e sem destruir o meio ambiente, tornando-o alto sustentável. No entanto, a falta de recursos e conhecimento pode levar a desmotivação. Por isso que é de grande importância o papel que as incubadoras de empreendimentos realizam, fornecendo assessoria para esses grupos, oferecendo cursos de formação, apoio para tomada de decisões e inclusão social. É necessário que sejam observados características do ambiente para que o trabalho seja realizado de acordo com a realidade e para que não ocorra conflito entre as ideias. Com base nesse contexto de economia solidária, o objetivo do trabalho foi substituir a tecnologia convencional pela tecnologia social, levando conhecimento para o campo e ensinando de uma forma simples e prática como se produz hortaliças minimamente processadas. Produtos minimamente processados são alimentos que tiveram suas características físicas alteradas, porém mantiveram-se frescas. Estes produtos ganharam espaço devido a mudança de estilo de vida, mulheres inseridas no mercado de trabalho, horários de almoço cada vez mais curtos e pela procura de praticidade. O trabalho foi realizado em uma propriedade da Vila Rural de Cruzeiro/PR. Foi realizado um curso de higiene na manipulação de alimentos e produção de hortaliças minimamente processadas. Para a realização do curso foram usados o máximo de materiais já existentes na propriedade. Foram utilizadas diferentes verduras (couve, salsinha, cebolinha, entre outras), utensílios e materiais de limpeza e sanitização. Os utensílios foram lavados com esponja e detergente e sanitizados com álcool em gel. As hortaliças foram lavadas com água corrente, sanitizadas com hipoclorito de sódio a 150 ppm, processadas, centrifugadas, pesadas e embaladas, rotuladas e armazenadas sob refrigeração. Os produtos fabricados durante o curso foram armazenados durante 10 dias para avaliação de características sensoriais. Durante os primeiros 5 dias as hortaliças não apresentaram mudança no sabor, cheiro e cor, passando do quinto dia essas propriedades foram diminuindo, podendo ter um prazo de validade ideal em torno de 7 dias. O curso proporcionou aos produtores conhecimento sobre a seleção de verduras que devem ser de qualidade, cuidados com a higiene na manipulação e armazenamento adequado dos produtos, que são fatores que contribuem para manter a integridade dos produtos. A comercialização dos produtos é feita de forma indireta, onde o agricultor entrega

4 1Universidade Estadual de Maringá - Tecnóloga em Alimentos e mestranda em Ciências Agrárias. Email: [email protected]

5 Universidade Estadual de Maringá – Graduando em Engenharia de Alimentos. E-mail: [email protected]

6 Universidade Estadual de Maringá – Graduando em Engenharia Civil. E-mail: [email protected].

7 Universidade Estadual de Maringá – Zootecnista. Coordenador da Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários de Umuarama. E-mail: [email protected]

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seus produtos para o mercado local e este vende para o consumidor e de forma direta onde os consumidores compram os produtos direto na propriedade. Com o processamento das hortaliças ele consegue um lucro de 100% a mais do que vendendo a verdura in natura, agregando valor em seu produto. O intuito do trabalho realizado é fortalecer e fomentar a agricultura familiar através da expansão, da diversificação e do aumento da produtividade dos negócios, gerando um acréscimo na renda da família rural causando assim um aumento na qualidade de vida da mesma.

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PROJETO ALTERNATIVO, RECEITA PARA SUSTENTABILIDADE, RENTABILIDADE DE PEQUENOS PRODUTORES E AUXILIO NA FORMAÇÃO

ACADÊMICA.

Max Emerson Rickli8

Júlio Augusto9

Gabriel Pazoto Nakamura10

Vinicius Rodrigues Moretto11

O Projeto Alternativo, foi realizado no Núcleo Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IEES) da Universidade Estadual de Maringá. Concedeu-se a inauguração da IEES no dia 21 de Março do ano de 2006, o qual é ligada ao grupo UNITRABALHO UEM coordenado pela professora Dr. Maria Nezilda Culti, do campus sede em Maringá, já a IEES é coordenada pelo Mes. Zootecnista Max Emerson Rickli. A IEES Conduz como objetivo o acompanhamento, assessoria e capacitação de produtores de acordo com suas necessidades, viabilizando a produção e agregando valor aos produtos comercializados, além disso, trabalha com famílias de assentamento, grupos de trabalhadores organizados em cooperativas ou associações, trabalhadores de reciclagem de resíduos sólidos, desempregados e excluídos do mercado de trabalho sempre priorizando a produção agroecológica. No Núcleo Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IEES) o acadêmico é capacitado para lidar com diversas situações, como um trabalho social, e a execução de projetos no meio Rural, assim como o Projeto alternativo, que se fundamenta na construção de uma horta Mandala, aliado a Compostagem e Minhocultura, este tem como meta aumentar a sustentabilidade e rentabilidade de um pequeno produtor na região do Arenito Caiuá, que atualmente tira sustento de uma pequena produção leiteira. Em sua Propriedade localizada na cidade de Xambre- Pr, o projeto esta em andamento, de inicio foi realizado a correção do solo, e estreado com a construção da Horta Mandala, que consiste em um sistema de produção, nos quais os canteiros se disponham em círculos ou redor de uma lagoa, que tem por finalidade, a irrigação das hortaliças, frutíferas, ervas medicinas e a criação de peixes, animais, como galinhas, codornas, patos etc., como a propriedade tem por finalidade a produção leiteira, os dejetos excretados pelos animais durante a ordenha, foram utilizados na montagem de uma compostagem, que no prazo de no Maximo 150 dias resultara em composto orgânico, que será utilizado na adubação da horta mandala e na alimentação de minhocas, as quais serão cultivadas em cativeiros próprios para sua criação. As minhocas geram um composto orgânico rico em nutrientes (Macro e Micronutrientes), que pode substituir o substrato orgânico, o chamado Húmus de Minhoca, que futuramente servira

8 Max Emerson Rickli Mestre em Zootecnia- Universidade Estadual de Maringá/Campus de Umuarama, [email protected]

9 Júlio Augusto, Graduando do Curso de Agronomia, na Universidade Estadual de Maringá/ Campus Regional de Umuarama, [email protected]

10 2GabreilPazoto Nakamura, Graduando do Curso de Engenharia Civil na Universidade Estadual de Maringá/ Campos Regional de Umuarama,[email protected]

11 Vinicius Rodrigues Moretto, Graduando do Curso de Agronomia na Universidade Estadual de Maringá/ Campos Regional de [email protected]

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para a produção de mudas de hortaliças, viabilizando ainda mais sua produção, em todas as etapas é importante à presença do produtor, a cada atividade realizada voltada ao projeto é passado uma orientação e treinamento para que ele possa continuar a realizar, visando sua aprendizagem para que no futuro ele mesmo possa conduzir o Projeto.

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A FORMAÇÃO DE REDE DE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES UNIVALI NA

FORMAÇÃO DA REDE LITORAL NORTE

Danúbia Junckes12;Daniel Klann13;

Géssica Peres14;Leila Andrésia Severo Martins15.

O termo de referências dos Pontos de Comercialização Solidária são espaços permanentes de comercialização solidária tendo como objetivo promover e estimular a comercialização de bens e serviços produzidos pelos empreendimentos de economia solidária nos circuitos locais, a partir de uma relação comercial baseada nos princípios do comércio justo e solidário, as experiências são vivenciadas de forma participativas, coletivas e autogestionária, onde os produtos de comercialização são de mais de um produtor e a gestão grupal, realizada pelos empreendimentos. O conceito de “rede de economia solidária” (RES) vem acompanhado do aspecto econômico, ou seja, é uma estratégia para conectar os empreendimentos solidários, na sua produção, comercialização, financiamentos, consumidores, em um crescimento conjunto, autossustentável. O presente trabalho teve como objetivo o relato de experiência da articulação dos pontos de comercialização na formação da Rede de Comercialização Litoral Norte assessorados pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares Univali, tendo com a proposta no ano de 2013 desenvolvermos e articular suas atividades junto aos empreendimentos em rede de economia solidária. A Rede de Comercialização Litoral Norte surgiu com a sugestão de fomentar e articular os empreendimentos de economia solidária do Litoral Norte de Santa Catariana, apresentando uma maior viabilidade para os mesmo, a rede de comercialização é composta pelas cidades de Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema com os respectivos pontos fixos Feira Itinerante, Navebrick, CEPESI, Feira Universidade Ecosolidária, Empório do Artesão, Empório da Roça, Arte é lixo e Associação Artesões de Meia Praia, sendo articuladas e incubadas pela ITCP UNIVALI. Com a formação da Rede, analisou-se a necessidade de realizar um diagnóstico com entrevistas semiestruturadas com os associados de cada ponto de comercialização tendo assim o levantamento dos pontos fortes e fracos da Rede. Após analise dos dados de cada ponto fixo, foi identificado pontos em comuns entre os empreendimentos, estabelecendo ações para serem realizados no ano de 2013, em que os empreendimentos irão estar presentes nas ações previstas. Os principais resultados encontrados foram: Mobilização para formações em Economia Solidária; Formação em Políticas

12 Acadêmica de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

13 Acadêmico de Relações Públicas da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

14 Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

15 Mestre em Educação e Cultura pela UDESC, professora dos cursos de Administração, Direito e Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos da Universidade do Vale do Itajaí e Coordenadora do Projeto de Extensão Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

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Públicas em Economia Solidária; Formação em oficinas de reaproveitamento de materiais; Formação de atendimento ao público; Formação na área de turismo local; Articulação com o comprometimento do trabalho coletivo; Formação em língua estrangeira e Divulgação dos empreendimentos. Após examinar os resultados e apresentá-los aos pontos fixos definiu-se realizar quatro encontros participativos de planejamento para executar as ações em Rede, sendo realizado um encontro em cada empreendimento, nestas reuniões ficou acordado para o ano de 2013 elaborarmos a logo de identificação da Rede, promover duas oficinas de idiomas, fomentar o turismo local em uma oficina de formação, e por último dia 15 de dezembro no dia Nacional da Economia Solidária, cada empreendimento em seu ponto de comercialização realizará a comemoração do dia.

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O PAPEL DAS FEIRAS REGIONAIS DE ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA NO FORTALECIMENTO DOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS

Daiane Jovelina de Oliveira16

Bianca A. Lima Costa17

Alexandre Pires Lage18

A Economia Popular Solidária (EPS) é composta por organizações coletivas e autogestionárias que buscam produzir, vender, comprar e trocar de uma forma diferente. Essas iniciativas são variadas e podem envolver cooperativas, associações, grupos populares, clubes de troca, empresas autogestionárias, bancos comunitários, redes de cooperação de diferentes segmentos econômicos. No Estado de Minas Gerais, várias organizações envolvidas com esse movimento veem participando da organização de feiras regionais e estaduais com esta temática. Pode-se destacar a participação do Fórum Mineiro de EPS e suas regionais nesse processo, principalmente na busca por recursos públicos para viabilizar tais eventos. Desde 2006, feiras regionais têm sido realizadas, principalmente com recursos de emendas de participação popular ao orçamento estadual. As feiras são espaços de divulgação, mobilização e articulação dos empreendimentos econômicos solidários e têm aglutinado cada vez mais grupos em torno do tema da Economia Popular Solidária. Além da venda de produtos, a feira tem propiciado a organização desse movimento e a prática da solidariedade. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCP-UFV) é um programa de extensão universitária que apoia grupos e empreendimentos coletivos e populares com os princípios da Economia Solidária. Ela atende vários segmentos como artesanato, reciclagem, agricultura familiar e agroecologia. A ITCP também assessora, desde 2010, o Fórum Regional de Economia Popular Solidária da Zona da Mata Mineira (FREPS-ZMM) que é um espaço de articulação desse movimento e de deliberações coletivas das ações em nível regional. O Fórum abrange diversas cidades da região, integrando mais de 600 pessoas, divididas em cerca de 100 empreendimentos. O FREPS-ZMM realiza diversas atividades, dentre elas, contribui na organização das feiras regionais. Dessa forma, a equipe da ITCP-UFV se envolve diretamente nesse processo e desde as últimas edições das feiras regionais tem sistematizado dados sobre os empreendimentos participantes e a percepção dos visitantes da feira. O objetivo desse trabalho é apresentar os dados dessa pesquisa que giram em torno das seguintes questões: Como a Feira regional é organizada? Qual seu diferencial com relação a outras feiras? Como os empreendimentos percebem tais espaços? Como o público identifica ou não a feira sendo da Economia Popular Solidária? Quais os principais desafios e resultados desses eventos? Como tais espaços podem fortalecer os empreendimentos econômicos solidários? O levantamento de dados foi realizado por meio de questionários e entrevistas semiestruturadas com visitantes, organizadores e empreendimentos participantes da feira.

16 Estudante do Curso de Bacharelado em Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

17 Professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

18 Estudante do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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O ARTESANATO E A ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO MEIO DE RESGATE IDENTITÁRIO DA REALIDADE LOCAL

Fabio Luiz Selvo do Nascimento19

O presente projeto tem como foco artesãos da comunidade de Almirante Tamandaré, cidade da região metropolitana de Curitiba. Com 110 mil habitantes, têm um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do Brasil. O contato com essas pessoas foi possível, graças ao evento “Comunidade Viva”, evento esse, parte do curso de extensão universitária “Empreendedorismo Social” que aconteceu entre os meses de agosto de 2013 e janeiro de 2014, organizado pela PUCPR. Com o objetivo de incentivar o “Senso de pertencimento” dos moradores à sua localidade, foram propostas oficinas em que eram trabalhados vários temas, entre eles, uma oficina para encontrar potenciais empreendedores e identificar habilidades tendo como foco a Economia Solidária. Assim pôde-se ter contato com alguns moradores, que fazem trabalhos manuais como, flores decorativas, pinturas em tecido e telas, entalhes em madeira, entre outras artes. Esses grupos são os grandes guardiões do patrimônio cultural dessa região, pois preservam saberes herdados de seus antepassados. Fazem parte da história e da construção da identidade da cidade. Entre os trabalhos encontram-se técnicas dos descendentes de poloneses, de ucranianos, de nordestinos e outras etnias. Mas, embora muita habilidade artística, esses artesãos não se beneficiam desse dom, e muitas vezes não compartilham com a comunidade. Pretende-se então, apoiar para o despertar dessas pessoas e contribuir com desenvolvimento dessa comunidade. A proposta é incentivar esses artesãos, na formação de um grupo de trabalho, dentro da perspectiva da Economia Solidária proposta pela Federação Brasileira de Economia Solidária (FBES) destacando a valorização do trabalho, o saber e a criatividade humana e não o capital-dinheiro e sua propriedade sobre quaisquer de suas formas. Nesta perspectiva, também, a Economia Solidaria é um poderoso instrumento de combate à exclusão social, provando que é possível organizar a produção e a reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os valores da solidariedade humana. Em seguida, desenvolver com os artesãos em parceira com a comunidade de Almirante Tamandaré, qual é a identidade deste povo, o que constitui ser um tamandareense. Por exemplo, durante a semana de imersão na região, percebeu-se que um traço cultural da maioria das pessoas do local é a receptividade, isso foi percebido durante a divulgação do projeto. Outra característica da região, são os campos cobertos por pequenas margaridas amarelas. Isso tudo, faz a identidade dessa comunidade e deve ser valorizado. Então, ao invés de bordar ou pintar nos panos desenhos como a “Torre Eiffel”, ou camisetas com nomes de cidades “NEW YORK”, “LONDON”; porque não valorizar a cidade onde se vive. Possibilitando às pessoas orgulho de seu local. E como conhecer essa historia? Ouvindo os moradores mais antigos, procurando saber de onde e como vieram. Existem belas histórias aguardando para serem compartilhadas. E, isso será possível, com o apoio da Incubadora Social Marista Trilhas, que graças a um financiamento concedido pelo CNPq, torna viável esse projeto. Espera-se com este trabalho replicar para outros contextos culturais, como povos Quilombolas e tribos indígenas, contribuindo para criar grupos étnicos cooperativos de trabalho que tenham como diferencial sua cultura, valorizando o saber local, e procurando desenvolver o pertencimento e o orgulho de fazer parte de seu povo, seja qual for a origem. Levando em conta que essa é uma das premissas da Economia Solidária, o desenvolvimento destinado a promover as pessoas e coletividades sociais, a sujeitos dos meios, recursos e ferramentas de produzir e distribuir as riquezas, visando à suficiência em resposta às necessidades de todos e o desenvolvimento genuinamente sustentável.

19 Graduando em Ciências Sociais - PUCPR. Pesquisador Trilhas Incubadora Social Marista/PUCPR. [email protected]

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A ECONOMIA SOLIDÁRIA ARTICULADA AO DESENVOLVIMENTO LOCAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO TRABALHO ASSOCIATIVO

Marli Kuasoski20

Priscila CrovadorDavebida21

O presente resumo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre o papel da economia solidária para o desenvolvimento local, como forma de promover o associativismo nas comunidades. A metodologia empregada neste resumo é bibliográfica, valendo-se de artigos publicados que abordam a temática da economia solidária e do papel das cooperativas e associações em prol do desenvolvimento local. O termo economia solidária foi cunhado na França por Jean-Louis Laville e Bernard Eme, que se dedicaram em estudá-la, e refere-se às iniciativas e ações socioeconômicas diversas como respostas aos problemas locais (FRANÇA FILHO, 2003). No que concerne à definição de economia solidária, propriamente dita, França Filho (2003, p. 20) a concebe como “uma emanação de ações coletivas buscando a instauração de novos modos de regulação, tanto em nível internacional quanto em nível local, a fim de completar as regulações nacionais ou suprir as suas faltas”. Leite (2009, p. 34) define que “a economia solidária tem como especificidade combinar dinâmicas de iniciativas privadas com propósitos centrados não no lucro, mas no interesse coletivo”. Através dos conceitos supracitados, pode-se entender que a base da economia solidária é as práticas desencadeadas pela própria sociedade a fim de contribuir para a sua regulação e essas ações se dão pela forma de associações e ou cooperativas autogestionadas. De acordo com CDoucet&Favreau (1991, apud Andion, 1998) o movimento solidário é peculiar ao dinamismo presente em cada grupo social e as suas iniciativas emergem das ações locais das comunidades. A comunidade pode ser compreendida como a “partilha de um mesmo território, concebido ao mesmo tempo como espaço físico e como espaço de pertencimento a uma rede de relações constituída” (CDOUCET; FAVREAU, 1991, apud ANDION, 1998, p. 14). A partir dos conceitos apresentados, pode-se entender que a comunidade, por meio de suas iniciativas e atitudes, é autora e propulsora do desenvolvimento do território onde ela se insere. Embora cada comunidade possua suas próprias características e isso influencie na formação do seu movimento solidário, ela é capaz de mudar a realidade social do seu meio. Como aponta Buarque (2008) “O desenvolvimento local pode ser conceituado como um processo endógeno de mudança, que leva ao dinamismo econômico e à melhoria da qualidade de vida da população em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos”. Desse modo, a partir dos seus esforços para promover o seu próprio desenvolvimento, a comunidade melhora a qualidade de vida dos seus membros. Gaiger (2003, p. 193) relata que os fatos que se relacionam com a cooperação são evidentes quando há “o maior interesse e motivação dos associados, o emprego, mutuamente acordado, da maior capacidade de trabalho disponível, a divisão dos benefícios segundo o aporte em trabalho”. A partir do exposto, conclui-se que as comunidades possuem um importante papel no desenvolvimento da economia local, pois a partir do momento que as pessoas se unem em forma de cooperativas ou associações, elas trazem benefícios para si próprias através da melhoria da qualidade de vida. Além disso, a economia solidária está alicerçada no conceito de coletividade, ou seja, onde as iniciativas e as ações dos cooperados e associados estão voltadas para o desenvolvimento coletivo e não ao lucro individual, pois parte-se da premissa de crescer em conjunto.

20 Especialista em Controladoria e Finanças Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) [email protected]

21 Especialista em Gestão estratégica de Pessoas Especialista em Auditoria e Controladoria Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) [email protected]

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Referências ANDION, Carolina. Gestão em organizações da economia solidária: contornos de uma problemática. In: Revista de Administração Pública (RAP) Rio de Janeiro n(I):7-25. jan./fev. 1998. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/ article/viewFile/7680/6246. Acesso em 28 jul. 2014.

BUARQUE, Sergio C. Construindo o Desenvolvimento Local Sustentável: Metodologia de Planejamento. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

FRANÇA FILHO, Genauto Carvalho de. A temática da economia solidária e suas implicações originais para o campo dos estudos organizacionais. Fórum II ENEO. In: Revista de Administração Pública (RAP) Rio de Janeiro 37(1):11-31, Jan./Fev. 2003. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6474/5058. Acesso em: 28 jul. 2014. GAIGER, Luiz Inácio Germany. A economia solidária diante do modo de produção capitalista. In: Caderno CRH, Salvador, n. 39, p. 181-211, jul./dez. 2003. Disponível em: http://www.ufpa.br/itcpes/documentos/eco_sol_mod_cap.pdf. Acesso em: 28 jul. 2014.

LEITE, Marcia de Paula. A Economia Solidária e o Trabalho Associativo: Teorias e realidades. Revista Brasileira de Ciências Sociais (RBCS) v. 2, n. 6, fev. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v24n69/03.pdf. Acesso em: 28 jul. 2014.

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A IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E OS DESAFIOS NO MERCADO

Priscila CrovadorDavebida22

Marli Kuasoski23

Mônica Aparecida Bortolotti24

O presente resumo tem como objetivo falar sobre a Economia Solidária bem como seus desafios no mercado. A metodologia empregada é bibliográfica, valendo-se de livros e artigos publicados. Caracterizada como um modo de produção baseado na igualdade de direitos, a economia solidária de acordo com Singer (2003), é um composto de atividades econômicas que fundam o social em seu aspecto mais abrangente. Podem apresentar-se em atividades relacionadas ao consumo, produção, distribuição, poupança e crédito e estão alinhadas em forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva do capital e participação democrática. Oposto ao mercado capitalista, as instituições de economia solidária desenvolvem-se alicerçadas em valores humanos e em práticas sustentáveis e sociais. Conforme dados da SENAES - Secretaria Nacional de Economia Solidária (2006), 53% das cidades brasileiras possuem Empreendimentos Econômicos Solidários, os chamados EES, fato que evidencia a importância destas instituições e sua contribuição da formação do PIB. No entanto, apesar do potencial competitivo em impulsionar a colocação econômica e social em comunidades, a Economia Solidária ainda confronta-se com desafios para consolidar-se de forma competitiva e permanente. Muitas deficiências são encontradas como, por exemplo, a ausência de estratégias de produção sistematizações que almejem um crescimento sem perder as peculiaridades solidárias da atividade. O estudo de Coelho (2014), indica algumas dificuldades enfrentadas nestas instituições como: qualificação de mão de obra; individualismo; a comercialização; dificuldade de acesso ao crédito; falta de assistência técnica em geral como contabilidade, marketing e administração. Para Tauile (2001) ao falar de instituições de economia solidária, é importante entender que elas estão inseridas em um sistema em que predominam as práticas e os efeitos da concorrência e, as empresas capitalistas conseguem minimizar o problema através da inovação, colocação de novos serviços, novos produtos e diferentes técnicas de produção e, ao atuar como inovadora, esta empresa consegue mesmo que em um espaço curto de tempo exercer como monopolista e assim praticar o preço que for conveniente até que outras empresas consigam entrar no mercado. Empresas capitalistas ainda conseguem realizar o chamado dumping, prática que permite que o produto seja vendido extremamente abaixo do valor de mercado, fazendo com que a concorrência, muitas vezes sem condições de competir, saia do mercado (GAIGER, 2003). Ao contrário das táticas utilizadas por empresas capitalistas, as instituições de economia solidária encontram dificuldades para seu crescimento que ao se deparar com a concorrência, nem sempre têm à disposição ferramentas necessárias para se preservar, visto que geralmente iniciam suas atividades com ferramentas ultrapassadas e baixo capital. E no decorrer das atividades, o montante gerado não caracteriza lucro e sim uma sobra que é dividida entre os membros de acordo com o trabalho realizado e raramente é reinvestida no negócio. Enfrentam também outros problemas como a preparação dos trabalhadores em relação ao empreendimento e a conscientização em relação a importância de capital de giro, fator este que impede a prática de dumping Desta forma, a falta de recursos compromete a gestão. Diante de tantas contradições, muitas empresas de economia solidária deixam este caminho e

22 Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, Especialista em Auditoria e Controladoria Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). [email protected]

23 Especialista em Controladoria e Finanças Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)[email protected]

24 Mestre em Extensão Rural (UFSM), Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO [email protected]

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transformam-se em empresas capitalistas, como é o caso da Cooperativa Rochdale e outras tantas cooperativas no Brasil. (GAIGER, 2004). No entanto, vale lembrar a prática de economia solidária vai além da geração de rendas. Apresentam também características como: melhorar relações na comunidade em si e com o meio ambiente, ausência de competição, foco na cooperação, a não exploração da mão de obra, igualdade de poder. Portanto, cabe ao consumidor final utilizar o seu poder de barganha, valorizar e priorizar negociações em instituições de economia solidária, só assim estarão contribuindo para que os modelos econômicos e sociais sejam repensados.

Referências

COELHO, Julia. Economia solidária e desenvolvimento sustentável: análise preliminar visando avaliar os espaços da economia solidária no RS, disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0CCgQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.fbes.org.br%2F%3Foption%3Dcom_docman%26task%3Ddoc_download%26gid%3D220&ei=5YrRU5TEGMvNsQSIjILoBQ&usg=AFQjCNGra9oKKCSooyBwDmu8-jqTpIn2Xg&sig2=2swbv8Tiem2vxHfgk59yWw - acesso em 20/07/14

GAIGER, L. A Economia Solidária Diante do Modo de Produção Capitalista. São Leopoldo: Unisinos, 2003. Disponível em: <http//www.ecosol.org.br, acesso em 20/07/14

GAIGER, L.I. (Org.). Sentidos e experiências da Economia Solidária no Brasil – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.

SENAES. Secretaria Nacional de Economia Solidária. Atlas da Economia Solidária no Brasil. 1. ed. Brasília: MTE/SENAES, 2006

SINGER, P. Introdução à Economia Solidária – São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003

TAUILE, J.R. Do Socialismo de Mercado à Economia Solidária. São Leopoldo: Unisinos, 2001. Disponível em: http://www.ecosol.org.br, acesso em 19/07/2014

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DIAGNÓSTICO RÁPIDO PARTICIPATIVO EMANCIPADOR COMO TECNOLOGIA SOCIAL PARA A ECONOMIA SOLIDÁRIA E A GESTÃO SOCIAL

Érica Alves Marques25

Jéssica de Carvalho Machado26

José Roberto Pereira27

Marcondes Lomeu Bicalho28

A economia solidária constitui uma prática de organização de trabalhadores comprometida com a emancipação social, assim como as tecnologias sociais, compreendidas como produtos, técnicas e/ou metodologias, desenvolvidas para uma interação com a comunidade e que represente efetivas soluções de transformação social. Nesse sentido, as tecnologias sociais são desenvolvidas com enfoque na inclusão social e em ações proativas, coletivas, solidárias e democráticas, onde os resultados refletem maior transparência nas informações. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (INCUBACOOP) da Universidade Federal de Lavras busca assessorar grupos de trabalhadores desempregados, com trabalho precarizado e trabalho informal, contribuindo para a ampliação da economia solidária na região de Lavras. A INCUBACOOP, por meio do assessoramento à formação e consolidação de empreendimentos solidários, atua de forma interdisciplinar no âmbito da universidade, buscando alcançar a inclusão dos trabalhadores por meio da economia solidária e das tecnologias sociais. Nesse sentido, fundamenta-se em metodologias participativas, dentre as quais, destaca-se o Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE). A intervenção participativa, realizada por meio do DRPE, respeita um processo circular e cumulativo de coleta de informações, conjugando técnicas coletivas com técnicas individuais, a fim de captar as diferentes percepções e situações do grupo ou empreendimento, de forma a coletar o máximo de informações possíveis. O DRPE contribui para que as ações realizadas pela INCUBACOOP sejam desenvolvidas com êxito, uma vez que torna possível analisar de forma clara e rápida a realidade de cada empreendimento, servindo de base para o planejamento participativo. Dessa forma, o DRPE constitui uma tecnologia social de grande relevância para alcançar a emancipação social dos trabalhadores organizados em associações e cooperativas. É uma tecnologia social por possuir princípios metodológicos que orientam a prática, como flexibilidade, natureza participativa, caráter catalizador e ampliador das capacidades estratégicas dos empreendimentos solidários. Os resultados mostram que o DRPE é capaz de iniciar um processo de desenvolvimento participativo que extrapola os limites das associações e cooperativas, pois proporciona a construção de elementos próprios de uma ação gerencial dialógica voltada para o bem comum.

25 Engenheira agrônoma pelo Instituto Federal de Minas Gerais, campus Bambuí. Mestranda em Tecnologias e Inovações Ambientais pela Universidade Federal de Lavras. E-mail: [email protected].

26 Graduanda em Administração Pública pela Universidade Federal de Lavras. E-mail: [email protected].

27 Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília. Professor Associado da Universidade Federal de Lavras. Bolsista Produtividade CNPq e Pesquisador Mineiro pela FAPEMIG. E-mail: [email protected].

28 Mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras. Biólogo pela mesma Universidade. E-mail: [email protected]

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ECONOMIA SOLIDÁRIA E A EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO RESPONSÁVEL: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

Abdala Mohamed Saleh29

Pascoalina Bailon de Oliveira Saleh30

A Educação para o Consumo Responsável - ECR - coloca em relevo, no âmbito da educação e de forma essencial a atitude crítica do indivíduo em relação ao mundo que o cerca. Deste modo, insta-o a refletir sobre formas de consumo, trabalho e produção que levem em conta o ser humano. Tais formas vão ao encontro do que apregoa a Economia Solidária - ES. Afinal, a ES pode ser “uma alternativa superior ao capitalismo, por proporcionar às pessoas uma vida melhor, com solidariedade e respeito à diversidade”. Por outro lado, é interessante mencionar a forte ligação que se construiu entre os movimentos de consumo responsável, a ES e o comércio justo, tendo como ponto básico a cadeia produtiva solidária, o que permitiu fortalecer mutuamente os três elementos. Há na literatura uma visão de que tal cadeia se consolida tendo como ponto de partida os critérios socioambientais em todo o processo do produtor ao consumidor. Neste trabalho, far-se-á uma discussão sobre a relação entre a ES e a ECR, tendo como interlocutor preferencial o público escolar - professores, alunos e profissionais de educação. Os alunos, em sua maioria, não participam da área produtiva, porém fazem parte do sistema econômico por meio do consumo. Aqui, inicialmente, revisita-se a forma de abordagem da ECR + financeiro por nós elaborada, representada por um modelo gráfico, que leva em conta fatores que vão além do aspecto ambiental, na medida em que inclui a Saúde, a Publicidade, o Direito, a Ética e a vertente financeira (+financeiro). Deste modo, o olhar crítico sobre o consumismo poderá resultar em ações mais amplas que o combate - necessário mas insuficiente - aos danos ambientais. Concebeu-se a parte majoritária de tal modelo a partir da coleção do Inmetro/IDEC, respectivamente Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e Instituto de Defesa do Consumidor, a qual foi organizada em 2002 e tem títulos idênticos aos fatores acima mencionados, excetuando-se o aspecto financeiro que foi incluído por nós por meio da quantidade preço. Ainda sobre a coleção, ela se inspirou nos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - que se referem ao consumo: Trabalho e Consumo, por exemplo. Finalmente, analisa-se, à luz do referido modelo ECR + financeiro, um exemplo que foi abordado por meio da ES: “QUANTO CUSTA”: “jogo da cadeia justa e solidária”, o qual representa um jogo de papéis que se refere a duas cadeias de produção do cacau: uma convencional e outra justa e solidária. Tal jogo analisa os diferentes atores da cadeia comercial e os papéis de cada um. Ao se utilizar o referido modelo, pretende-se investigar as aproximações e distanciamentos da ECR em relação às noções de cadeia comercial convencional e justa.

29 Professor Associado do Departamento de Matemática e Estatística (DEMAT/UEPG/PR) – [email protected]

30 Professora Associada do Departamento de Letras Vernáculas (DELET/UEPG/PR) – [email protected].

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ECONOMIA SOLIDÁRIA E A RELAÇÃO COM A GESTÃO PARTICIPATIVA: UM CONTEXTO TEÓRICO

Mônica Aparecida Bortolotti31

Priscila Crovador Davebida 32

Marli Kuasoski 33

Definida como modo de produção pautada pela igualdade, a economia solidária, objetiva a equidade dos direitos sociais e o uso coletivo da posse dos meios de produção, além da necessidade dos autores serem os agentes da autogestão de sua produção de forma organizada e cooperada (SINGER, 2008). De acordo com o Atlas da Economia Solidária no Brasil (2006) os Estabelecimentos de Economia Solidária (EES) no Brasil, concentra-se na Região Nordeste, com 44% do total, seguido da Região Sul com 17% (Rio Grande do Sul com 10,8%, seguido de Santa Catarina 2,8%; e Paraná com 3,4%), Região Sudeste com 14%, Região Norte com 13% e Região Centro-Sul com 12%. Assim, o objetivo do estudo é apresentar a relação da gestão participativa dos empreendimentos na contextualização da economia solidária. A metodologia utilizada quanto aos objetivos é descritiva, quanto aos procedimentos pesquisa bibliográfica, e quanto à problemática pesquisa qualitativa. Conforme Leite (2000) os fundamentos organizacionais da gestão participativa são: a estrutura, a cultura e o clima organizacional. i) Fundamento Estrutural: as estruturas dos empreendimentos que utilizam a gestão participativa geralmente são de pequeno porte, onde o sistema de operacionalização e de comunicação são agilizados para que aconteça a tomada de decisão, o que reduz custos e atribui responsabilidade aos colaborardes, pela própria configuração da dinâmica da empresa; ii) Fundamento Cultura: os valores e as crenças da organização devem ser preservados pelos colaboradores e pela empresa, assim quando acontece o envolvimento das partes, acontece a contribuição para o desenvolvimento e crescimento, bem como o reconhecimento da importância do trabalho realizado. E, iii) Fundamento do Clima Organizacional: é considerado o instrumento de mensuração da satisfação dos colaboradores de uma empresa, em relação a diferentes realidades da empresa (estrutura) e com relação à cultura. O clima organizacional é um reflexo dos modelos e da gestão dos recursos humanos, dos instrumentos de comunicação e dos programas de valorização empresarial para com seus colaboradores. Os fundamentos da Economia Solidária, segundo o embasamento teórico do Atlas da Economia Solidária no Brasil (2006) pautam-se: na cooperação, na autogestão, nas atividades econômicas e na solidariedade nas transações. i) na cooperação: objetivos em comuns, esforços conjuntos, propriedade coletiva, responsabilidade solidária diante das dificuldades. ii) Autogestão: práticas participativas nos processos de trabalho e nas estratégicas cotidianas. iii) Atividade Econômica: Fortalecer e agregar conhecimento, recursos e esforços com intuito de viabilizar a coletividade através da prestação de serviços, crédito, comercialização e consumo. E, iv) Solidariedade nas transações: responsabilidade e objetivos comuns para que os interesses coletivos sejam beneficiados. Portanto, considera-se que os quatro princípios da economia solidária (cooperação, autogestão, atividade econômica e solidariedade nas transações) estão diretamente relacionados com os três fundamentos da gestão

31 Mestre em Extensão Rural (UFSM), Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO, [email protected]

32 Especialista em Gestão estratégica de Pessoas (UNICENTRO), Especialista em Auditoria e Controladoria (UNICESUMAR), Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO, [email protected]

33 Especialista em Controladoria e Finanças (UNICENTRO), Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO, [email protected]

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participativa (estrutural cultural e clima organizacional), pois ambos preconizam a valorização das relações humanas no processo de produção em um sistema capitalista.

Referências

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de pesquisa social. São Paulo. Atlas, 2002.

LEITE, F. T. et al . Por uma Teoria da Gestão Participativa: Novo Paradigma de Administração Para o Século XXI. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2000.

MINISTÉRIO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO. Secretaria Nacional de Economia Solidária. Atlas da Economia Solidária no Brasil 2005. Brasília, 2006. Disponível em:<http://portal.mte.gov.br/data/files/ff8080812c318c92012c3712cff10cd7/sies_atlas_prte_1.pdf> acesso em: 20 abr. 2014

SINGER. P. Economia Solidária (Entrevista). IN: Estudos Avançados. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a20v2262.pdf> acesso em: 20 abr. 2014

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ECOSSOCIOECONOMIA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA APROXIMAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA

Carlos Alberto Cioce Sampaio34

Lourença Santiago Ribeiro35

Luciane Cristina Ribeiro dos Santos36

As crises históricas causadas pela dinâmica capitalista e economia de mercado fizeram surgir movimentos de resistência,contra suas principais mazelas como as desigualdades sociais. As alternatividades apontadas por Boaventura Sousa Santos (2011) ou a ecossocioeconomia apontada por Ignacy Sachs (2007) possuem o desafio de superar a mera crítica para ação possível, evidenciando neste sentido que há experiências propositivas em curso, como é o caso da economia solidária, temática aqui apresentada. A ecossocioeconomia retrata experiências do cotidiano, comunitárias, organizacionais, territoriais que muitas vezes ficam relegadas a um mundo invisível ou descalço, nas palavras de Manfred Max-Neef (2012). Os significados das relações ecossocioeconômicas estão próximos com os que vivenciam a maioria das pessoas, aproximando-se da realidade e se afastando da espetacularização da pobreza. Por sua vez, não tem a pretensão de se transformar em outro modelo hegemônico, tal como a economia de mercado, como que pudesse existir uma única maneira de viver. A ecossocioeconomia caracteriza-se, sobretudo, por três modalidades de agir. O primeiro é o agir extraorganizacional, aquele que releva na ação organizacional o impacto da decisão sobre o entorno territorial. Segundo é o agir interorganizacional que espacializa e temporaliza a organização dentro de um arranjo sociopolítico e socioeconômico. O último é o agir extrarracional que valoriza a dimensão tácita do conhecimento dos atores sociais envolvidosno dado território (SAMPAIO, 2010).A economia solidária surgiu na Europa, como uma reação ao capitalismo industrial, no qual se configura a exploração do capital sobre o trabalho. No Brasil, a economia solidária foi concebida no final do século XX, como resposta dos trabalhadores às novas formas de exclusão, exploração e precarização do mundo do trabalho, resultado das mudanças políticas e estruturais que afetaram o cenário econômico. Os postulados da Economia Solidária baseiam-se no humanismo, solidariedade e cooperação materializadas na propriedade coletiva dos meios de produção e autogestão, preservando ainda o direito à liberdade individual (SINGER, 2002).O cooperativismo compreendido pela economia solidária não é a organização de muitos proprietários, como que um número maior de acionistas pudesse por si só sugerir solidariedade. Um dos princípios norteadores da economia solidária é que a racionalidade organizacional tem intencionalidade substantiva, ainda que se recorra a lógica instrumental, baseada no cálculo de consequências, mas que se privilegiem resultados coletivos sobre os individuais. A autogestão se realiza por meio da adoção de práticas que valorizam e propiciam a democracia, autonomia do coletivo e participação. Trata-se de um exercício cotidiano

34 Pós-Doutor em Ecossocioeconomia/UACH (Chile) e Cooperativismo Corporativo/UMondragón (Espanha). Professor do Curso de Turismo e Programa de Pós-Graduação (PPG) em Gestão Urbana/PUCPR e do PPG em Desenvolvimento Regional/FURB. Pesquisador CNPq. Coordenador Adjunto da Área em Ciências Ambientais/CAPES.e-mail: [email protected]

35 Mestre em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação/UFPR. Supervisora de Projetos em Economia Solidária/Trilhas Incubadora Social Marista/PUCPR.e-mail: [email protected]

36 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana/PUCPR. Pesquisadora/ Trilhas Incubadora Social Marista/PUCPR.e-mail: [email protected]

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de partilha do bem querer, que fortalece a cooperação entre os membros do empreendimento coletivo por via das relações sociais fraternas. O modelo de gestão possui horizontalidade, confiança e transparência nas relações sociais. As cooperadas e cooperados participam do processo de concepção e execução da tomada de decisão. Elas e eles são sujeitos e ao mesmo tempo finalidade por si só da atividade econômica. A economia solidária, como uma manifestação da ecossocioeconomia, privilegia o território local, aonde as pessoas nascem, crescem, vivem - se conhecem, dialogam, amam e trabalham -, e morrem. O lugar possui histórias e estórias próprias. O trabalho possui significados, seja reprodutivo, produtivo e redistributivo, e não é necessariamente sinônimo no seu conjunto de atividades repetitivas e alienantes. Há que se recordar, como apontava Jose Maria Arizmendiarreta (in AZURMENDI, 1992), protagonista do cooperativismo de Mondragon, antes de se criar empreendimentos cooperativos há de se formar mulheres cooperativas e homens cooperativos.

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OS DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA CULTURA NA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Marcia Alves Soares da Silva37

A economia solidária (ecosol) é uma proposta que teve maior avanço a partir da década de 1990, tendo como objetivo a inserção de trabalhadores no mercado de trabalho, em forma de cooperativas e/ou associações, a partir dos princípios da autogestão, solidariedade, equidade e cooperação entre os membros, onde, de acordo com Gaiger (2013) os Empreendimentos Econômicos Solidários (ESS) envolvem setores populares dotados de referências culturais e lideranças genuínas que valorizam a vida comunitária, o associativismo ou as mobilizações de classe. Contudo, a economia solidária vai além do âmbito econômico, mas diz respeito a uma nova perspectiva política, social e também cultural Isto porque, se a economia solidária se propõe a ser uma alternativa dentro do sistema capitalista e levando em consideração que estamos inseridos dentro da cultura capitalista, que prega o individualismo, o egoísmo, a subordinação, hierarquia nas relações sociais e também de trabalho, a economia solidária também deve se propor a discutir sobre uma nova cultura: uma cultura solidária. Esta proposta é inovadora e desafiadora, porque a construção de uma cultura solidária envolve a mudança no próprio modo de vida dos trabalhadores e nas relações interpessoais entre os mesmos, onde é imprescindível para qualquer ação baseada nos princípios da ecosol que se pense também em uma nova cultura de relações sociais e de trabalho, onde os trabalhadores além de adotarem a ideia da ecosol também devem pensar em mudar determinados comportamentos e ações. Neste viés, dentro da proposta da economia solidária, as pessoas envolvidas nas práticas cotidianas de criação e formações de cooperativas estão construindo cultura. A cultura solidária é a expressão concreta da solidariedade entre os membros, ou seja, uma consciência comum, e afirma uma posição de resistência e assinala um caminho possível, construindo a partir de práticas desenvolvidas em comum. Define-se simultaneamente como um projeto e um processo, que apontam para uma prática política de transformação. Além disso, nasce de uma negação do egocentrismo e do primado da competição desenfreada e supõe a prática de interações sociais igualmente solidárias (OLIVEIRA, 2006). Conforme o autor, não é fácil assimilar e rapidamente incorporar novas formas de pensar e de agir, colocando-as em prática, de modo a sempre levar em consideração o outro, a cada instante da vida, ou seja, mostra-se a relevância de um curso de formação em cooperativismo: ideia de cooperativa, implicações do ato de cooperar, cooperação e competição, diferenciações entre autogestão e heterogestão, relações entre indivíduo e coletividade, princípios do cooperativismo, noções de Direito, adequação dos produtos e serviços à necessidade do mercado/público, viabilidade econômica do empreendimento. A partir do debate e das experiências nas atividades da Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), percebemos que o principal entrave à autogestão e à economia solidária é justamente a questão cultural. Isto porque a cultura do capitalismo, do individualismo e da competição está impregnada no nosso cotidiano. Assim, a cultura solidária é uma forma de superação deste “velha” cultura do capitalismo, ou seja, é uma alternativa no intuito de promover o ser humano e potencializar as relações entre os membros dos empreendimentos. É necessário que todos tenham consciência da importância dessa mudança cultural, que refletirá não somente nas relações de trabalho, mas também no lado afetivo, de modo que cultivem e pratiquem a igualdade entre todos. Em suma, nossa proposta é instigar a discussão sobre a cultura solidária, visto que há poucos debates sobre a temática, levando em consideração as

37 Mestre em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF); Técnica em Economia Solidária na Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol – UEPG); [email protected]

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contribuições das ciências humanas sobre o conceito de cultura e o desafio da construção de uma cultura solidária dentro dos EES em que a IESol atua.

ReferênciasBRASIL, Manuela Salau; FEDEL, André de Souza; SAWCZYN, Sabrina. O novo nasce do velho: cultura e economia solidária. Anais do III CEPIAL, Curitiba, 2012.

GAIGER, Luiz Inácio. A economia solidária e a revitalização do paradigma cooperativo. RBCS Vol. 28 n° 82 junho/2013.

OLIVEIRA, Paulo de Salles. Cultura solidária em cooperativas. Projetos coletivos de mudança de vida. São Paulo: Edusp, 2006.

SERON, Paulo. Cultura Solidária. Revista de Psicologia da UNESP, 7(1), 2008.

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SOLIDARITY ECONOMY IN THE USA: AN INTERVIEW WITH MICHAEL JOHNSON

Fabiane Kravutschke Bogdanovicz38

The history of Solidarity Economy in the United States under that denomination began between 2005 and 2007 (POIRIER & KAWANO, 2008, p. 10). Its influences were mainly the World Social Forums and RIPESS (Red Intercontinental de Promoción de la Economía Social Solidaria, which had its first international meeting in Peru, 1997, according to MILLER, 2010, p. 2). In 2007, Atlanta held the first United States Social Forum (USSF) with 10.000 participants unhappy with the country’s growing inequality, poverty and environmental degradation (ALLARD & MATTHAEI, 2007). The USSF presented 75 workshops and resulted in the launching of U.S. Solidarity Economy Network – SEN (POIRIER & KAWANO, 2008, p. 14; ALLARD & MATTHAEI, 2007; MILLER, 2010, p. 2). In 2009, the first U.S. Forum on the Solidarity Economy took place at the University of Massachusetts, with people from various parts of the world, mainly Latin America (KAWANO et al, 2010, p. 2). As result, a group from New York City got together and found SolidarityNYC, aiming to develop a network and map the local Solidarity Economy efforts, to build political and economic power in their communities (LUNA, 2014). In their first three years, they built relationships interviewing and videotaping leaders engaged in comunity-controlled economic development and social justice groups, aspiring to map the iniciatives and help people organize and get connected (LUNA, 2014). They followed the Brazilian example of the National Secretary of Solidarity Economy – SENAES, which mapped Solidarity Economy iniciatives in Brazil, in 2007. Michael Johnson is one of the members of SolidarityNYC. He has been deeply involved in social movements, such as the Student Movement from 1968, in community organizing in the late sixties and early seventies, and an activist for racial desegregation in the school system in the late seventies. In 1979, he co-founded an intentional community in Staten Island, NY, called Ganas (which is featured in the SolidarityNYC videos at http://solidaritynyc.org/#/videos/ganas-intentional-community and has been involved in worker coop and solidarity economy movements since 2007, with the Valley Alliance of Worker Cooperatives, Grassroots Economic Organizing, and the Community Economies Collective (GRASSROOTS ECONOMIC ORGANIZING, [s.d.]). In an interview from April 14, 2014, Johnson talked about some issues on Solidarity Economy, Ganas Intentional Community and cooperatives in the U.S.A. He claimed there are about 12.000 intentional communities around the world, mainly in rural areas. Intentional communities include ecovillages, cohousing communities, cooperative living and other similar projects, where like-minded people “live and work together in cooperation for shared goals [and where] they collectively own the properties they use” (SOLIDARITYNYC, 2012). Johnson claimed there aren’t many workers’ coop in New York City and, throughout the country, they are very reluctant to widen alliances. Johnson cited the National Workers’s Coop Conference, which took place in May, and the biennial Western Workers’ Coop Conference in 2015, both in which the SolidarityNYC team intend to promote Solidary Economy as un umbrella term for the various coop movements. Johnson reported there have been a lot of competition among coops chaising government funding, which was an important motivation for the research that resulted in “Growing a resilient city: Possibilities for Collaboration in New York City’s Solidarity Economy”, a report about the city’s resources. When asked about university incubators of Solidarity Economy, he answered that the only one is the Cooperative Enterprise Collaborative, at University of Massachusetts (UMassCEC). They provide courses and help students and members of the community involved in cooperative business get together and develop. In conclusion, Johnson explained that, even though Solidarity Economy is relatively new in the U.S.A., it’s spreading coast to coast and getting stronger.

38 Psychologist, Solidarity Economy Technitian at IESol/UEPG – Incubadora de Empreendimentos Solidários/ Universidade Estadual de Ponta Grossa. Email: [email protected]

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References

ALLARD, Jenna; MATTHAEI, Julie. Rede de Economia Solidária nasce nos Estados Unidos. Translated by Francisco Botelho. 2007. Available: < www.fbes.org.br/index.php?option=com_ content&task=view&id=2447&Itemid=1>. Retrieved July 29, 2014.

GRASSROOTS ECONOMIC ORGANIZING. Michael Johnson’s bio. Available: <www.geo.coop/bios#michael >. Retrieved July 29, 2014.

JOHNSON, Michael. Solidarity Economy in the U.S.A. Staten Island, NY. Statement given to Fabiane K. Bogdanovicz. April 14, 2014.

KAWANO, Emily; MASTERSON, Tom; TELLER-ELLSBERG, Jonathan (eds). Introduction: Building the Solidarity Economy movement in the U.S. Solidarity Economy I: Building Alternatives for People and Planet. Amherst, MA: Center for Popular Economics, 2010. Available: < www.academia.edu/2472194/Building_a_Solidarity_Economy _from_Real_World_Practices>. Retrieved July 29, 2014.

LUNA, Mira. SolidarityNYC: Transforming Our City through Economic Democracy. 2014. Available: <www.shareable.net/blog/solidaritynyc-transforming-our-city-through-economic-democracy>. Retrieved July 29, 2014.

MILLER, Ethan. Solidarity Economy: Key concepts and issues. In KAWANO, Emily; MASTERSON, Tom; TELLER-ELLSBERG, Jonathan (eds). Solidarity Economy I: Building Alternatives for People and Planet. Amherst, MA: Center for Popular Economics, 2010. Available: < www.communityeconomies.org/site/assets/media/Ethan_Miller/Miller_ Solidarity_Economy_Key_Issues_2010.pdf>. Retrieved July 25, 2014.

POIRIER, Yvon; KAWANO, Emily. Another Economy is possible! Visions related to the building the Solidarity Economy and related alternatives in North America. 2008. Available: < www.ussen.org/files/SE-Vision-North%20America-Final.pdf>. Retrieved July 29, 2014.

SOLIDARITYNYC. Ganas Intentional Community. 2012. Available: < http://solidaritynyc.org/#/videos/ganas-intentional-community>. Retrieved July 29, 2014.

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INTEGRAÇÃO DO ENSINO, EXTENSÃO E PESQUISA NO DESENVOLVIMENTO DA INCUBAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Max Emerson Rickli39

Juliano Guilherme Sapia40

Claudia Rezende Dias41

Elbe Antonio Vieira42

Com o êxodo rural as cidades se tornaram um problema social, e a demando por produção de alimentos de qualidade é visível, mas a rentabilidade dos pequenos produtores rural vem diminuindo com o passar dos anos, pela crescente dependência do mercado de insumos, que aumenta os custos numa proporção desigual em relação aos produtos da agricultura familiar. Uma das alternativas é os pequenos produtores se associarem e cooperarem entre si, para reduzir custos de produção e agregar valor ao produto da terra. A IEES (Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários) tem como objetivo atender e colaborar na demanda de tecnologia social, por meio de visitas, reuniões ou cursos de capacitação. Diagnosticar novos empreendimentos a fim de caracterizar os grupos e propor as ações pertinentes; Capacitar os produtores de acordo com as necessidades dos mesmos, visando aumento da produção, melhoria da qualidade dos alimentos e inserção no mercado; Acompanhar e/ou assessorar os empreendimentos em estágios mais avançados do processo de incubação, reforçando a inserção em cadeias produtivas; e ainda inserir o acadêmico ao fazer a extensão universitária capacita-o praticando seus conhecimentos em situações reais. É público alvo da IEES: grupos de trabalhadores organizados em cooperativas e associações, famílias de pequenos agricultores (urbanos e peri-urbanos), famílias de assentamentos, trabalhadores da reciclagem de resíduos sólidos, desempregados e excluídos do mercado formal de trabalho. Neste processo envolve-se a comunidade universitária, com a comunidade em geral realizando projetos de pesquisa e extensão diretamente na propriedade, criando assim unidades demonstrativas de tecnologias aplicadas diretamente ao produtor, com o intuito de melhorar a renda e a qualidade de vida do produtor deixando menos vulnerável ao grande mercado do agronegócio, que muitas vezes sonega parte do lucro do pequeno produtor, tornando em alguns casos necessitando de subsídios governamentais para se manter no mercado. E o acadêmico encara uma realidade, de uma pequena propriedade familiar, tendo criar alternativas viáveis para a sobrevivência financeira destas propriedades. Esta troca de saberes transforma a teoria em ciência empírica e a prática produtiva, mesclando a pratica do dia a dia com a teoria aprendida na academia. Nas unidades demonstrativas a prática e a teoria são trabalhadas juntamente, e a anotação dos dados se transforma em pesquisa científica. Esta vivencia do acadêmico com o pequeno produtor faz com que o conhecimento guardado ou restrito estritamente ao mundo acadêmico possa ser acessado pelo pequeno produtor rural, técnicas muitas vezes vistas como distantes e impossíveis são colocados à disposição deste agricultor familiar. E o acadêmico sai da academia e transforma seu conhecimento

39 Zootecnista, mestre em zootecnia, departamento de medicina veterinária, UEM, coordenador da Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários, campus regional de Umuarama, [email protected]

40 Graduando de Agronomia, Campus Regional de Umuarama,UEM, [email protected]

41 Psicóloga social, Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários, [email protected]

42 Produtor rural, segundo grau completo

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teórico em pratica produtiva, contribuindo para a geração de trabalho e renda no campo com isso dá opções de reverter o êxodo rural de décadas e também contribuindo que filhos de produtores se motivem a continuar no campo, devido a perspectiva de trabalho e renda no campo serem melhores que na cidade. É papel das universidades e das incubadoras universitárias de empreendimentos de economia solidária, promoverem este intercambio de saberes, contribuindo pela socialização do conhecimento acadêmico ao produtor e enriquecendo a academia com os saberes e culturas populares, presentes no dia a dia dos produtores rurais e que podem ser esquecidos se não forem sistematizados pela academia; quebrando desta forma a distancia que existia da academia com o pequeno produtor.

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REFLEXÕES DO ESTUDO E USO DA TECNOLOGIA SOCIAL NOS PROJETOS DA INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS - IESOL

Luiz Alexandre Gonçalves Cunha43

Alnary Nunes Rocha Filho44

DrielliPeyerl45

Nas últimas décadas eventos histórico-geográficos relacionados ao processo de globalização modificaram os rumos das nações capitalistas. Destacam-se as crises do petróleo que desencadearam novas urgências para todos os países, em especial os países denominados desenvolvidos, colocando na pauta econômico-ambiental a questão das energias alternativas. Nesse contexto, destaca-se o aparecimento de alianças estratégicas e de difusão tecnológica relacionada aos interesses das grandes corporações econômicos e dos países nos quais elas atuam. Assim,observa-se a concretização de políticas públicas voltadas às pequenas e médias empresas e ao desenvolvimento regional (FURTADO, A.; 2005). Dessa forma, pressionado pelos acontecimentos, mas mais ainda pelos movimentos sociais, políticos e partidários “verdes”, começaram a serem incorporadas, aos projetos governamentais, propostas que buscam pensar em alternativas ao padrão tecnológico dominante que nasceu com o sistema fabril (DE DECCA, 1982). Nesse contexto, surge o conceito de tecnologia social, definido como “produtos e técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social” (DAGNINO, 2010, p. 11). Na verdade, Dagnino cita a definição de TS que constatava no site da Rede de Tecnologia Social-RTS. Baseado nesse conceito, a proximidade eintegração das políticas públicas de fomento à TS com a economia solidária-ECOSOL foi um processo natural numa conjuntura histórico-geográfico de crítica às concepções de desenvolvimento que dominaram o pós-guerra até a década de 1980 (MALUF, 2000; SOUZA, 1997). A Incubadora de Empreendimentos Solidários-IESOL, programa de Extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), trilha este caminho de aproximação e integração que se concretiza neste momento com a aprovação e implementação pela Incubadora de projetos nos quais o conceito de TS integra-se às propostas da ECOSOL e também à concepção de desenvolvimento territorial.De qualquer forma, vale ressaltar que, desde a criação da IESOL em 2005, tem-se trabalhado amplamente com o conceito e teoria da Ecosol. Portanto, este resumo busca refletir como tem se dado este encontro na IESOL. Percebeu-se que os EES, que se dividem entre as três linhas temáticas incorporadas à Incubadora – agropecuária, artesanato, reciclagem – apresentam-se como locus privilegiado para trabalhar a busca e utilização de TS como alternativa a tecnologia convencional hegemônica. Assim, quando a IESOL apoia EES que buscam a alternativa da agroecologia, parte-se para viabilizar padrões não hegemônicos de produção e comercialização alternativos. Nesse caso, destaca-se um pré-assentamento que é apoiado pela Incubadora desde sua criação, que hoje se denomina de Comunidade de Resistência Emiliano Zapata (ROCHA FILHO, 2013). A Comunidade fez a opção produtiva pela agroecologia e nesse esforço buscaram-se adaptar o sistema de irrigação, a localização do lote da horta, os insumos e equipamentos num processo que levou a certificação da produção pela ECOVIDA. Mas a TS que se considera como o maior avanço

43 Doutor. Professor dos cursos de graduação e pós-graduação de Geografia e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: [email protected]

44 Mestre em Ciências Sociais Aplicadas e doutorando em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa – E-mail: [email protected]

45 Doutora. Universidade Estadual de Campinas – Bolsista de Pós-Doutorado FAPESP (Processo N° 2014/06843-2) - E-mail: [email protected]

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do EES em tela é a Rede Solidária de Consumidores Agroecológicos Emiliano Zapata. Aqui a inovação social relaciona-se a comercialização, numa tentativa de superar a dificuldade de locais para fixos para comercializar a produção oriunda dos agricultores familiares e, mais ainda, dos produtores de pré-assentamentos, os quais ainda não tem pleno acesso às políticas públicas de apoio a agricultura familiar, como o PAA, o PNAE, entre outros. A Rede, como opção é bem sucedida, não obstante todas as dificuldades, pode ser vista como uma TS, pois é alternativa aos padrões de comercialização convencionais e vem permitindo a inclusão social dos beneficiários.

Referências

DAGNINO, R. (org.). Tecnologia social: ferramenta para construir outra sociedade. 2 ed. Campinas: Komedi, 2010.

DE DECCA, E. O nascimento das fábricas. 9 ed. São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção é História)

FURTADO, A. T.. Novos Arranjos produtivos, Estado e Gestão da Pesquisa Pública.Online version ISSN 2317-6660.Ciênc. Cult. Vol. 57, no. 1. São Paulo: Jan./Mar., 2005.

MALUF, R. S. Atribuindo sentido(s) a noção de desenvolvimento econômico.Estudos Sociedade e Agricultura, UFRRJ, ISSN 1413-0580. 15 de Outubro de 2000: págs. 53-85, Rio de Janeiro.

ROCHA FILHO, A. N. A ATERRA – Associação dos Trabalhadores Rurais da Reforma Agrária – Comunidade de Resistência Emiliano Zapata – Ponta Grossa-Pr.: A organização da agricultura familiar como resistência simbólica da ocupação de espaço. In: XX Semana de Geografia da UEPG, 2013, Ponta Grossa – Pr. Anais (online). Disponível em: http://sites.uepg.br/semanadegeografia/wp-content/uploads/2013/11/14112013_sala1.pdf

SOUZA, M. L. Algumas notas sobre a importância do espaço para o desenvolvimento social. Revista Território, ano II, nº 3, jul./dez.1997.

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A PARTICIPAÇÃO DO MOVIMENTO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA

DO FÓRUM REGIONAL DA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS

Alexandre Pires Lage46

Bianca A. Lima Costa47

Daiane Jovelina de Oliveira48

Norteada por princípios como a solidariedade, igualdade, respeito ao meio ambiente, autogestão e cooperação, a Economia Solidária (Ecosol) se mostra como uma importante alternativa às relações de sociabilidade altamente excludentes impostas pelo atual sistema predominante. Além disso, tem como pilares a horizontalidade nos processos e a propriedade coletiva, outros fatores que combatem a desigualdade de recurso e poder, as relações de concorrência exigidas pelo mercado e a exploração crescente dos recursos naturais. Representada por uma variedade de ações econômicas e sociais, ela se apresenta muitas vezes através de cooperativas, podendo aparecer na forma de cooperativas de produção, de consumo ou de crédito. Além das cooperativas, também são iniciativas da Economia Solidária associações, grupos populares informais, clubes de troca e empresas autogestionárias, sendo todos eles denominados Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). Os EES, atuantes tanto no meio urbano como rural, desempenham atividades como prestação de serviços, trocas, finanças solidárias, produção de bens, entre outros. Também são atores da Economia Solidária as Entidades de Apoio, Assessoria e Fomento (EAF), organizações responsáveis por desenvolver ações de apoio direto aos empreendimentos, como capacitação, assessoria, incubação, assistência técnica e organizativa. Além delas, os Gestores Públicos possuem o papel de elaborar, executar, implementar e coordenar as políticas de Economia Solidária de prefeituras, governos estaduais e federal. Como representantes do Estado, buscam, através de ações e políticas públicas, impulsionar o fomento deste setor e o fortalecimento das diversas inciativas deste movimento. A Economia Solidária, enquanto movimento social, se organiza através de espaços de reunião, articulação e debate, denominados Fóruns de Economia Popular Solidária, buscando principalmente a construção de políticas junto ao Poder Público e a formação social, política e técnica dos participantes. Os Fóruns de Economia Solidária possuem organização, estrutura e representação caracterizadas pela questão territorial. Os EES, EAF's e Gestores Públicos de uma cidade que desempenham atividades nas perspectivas e princípios da Ecosol, formam um Fórum Municipal. Os Fóruns Municipais, dialogando e articulando-se formam os Fóruns Microrregionais, que entre si, formam os Fóruns Estaduais. Estas representações estaduais, ao se integrarem, compõem assim o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES). É neste contexto, que o Fórum Regional de Economia Popular Solidária da Zona da Mata Mineira (FREPS-ZMM), vem se organizando e buscando cada vez mais, conquistas no cenário da geração de trabalho e renda e inclusão social. Atualmente, integrado por mais de 600 pessoas, divididas em cerca de 100 empreendimentos, o Fórum abrange hoje mais de dez cidades da Zona da Mata, como exemplo, Juiz de Fora, Cataguases, Leopoldina, Bias Fortes, Belmiro Braga, Lima Duarte, Viçosa, Cajuri, Recreio e Matias Barbosa. Neste sentido, o FREPS-ZMM se mostra um importante instrumento da Economia Solidária da Zona da Mata no que diz respeito à articulação dos empreendimentos junto

46 Estudante do Curso de Bacharelado em Ciências Econômicas da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

47 Professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

48 Estudante do Curso de Bacharelado em Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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aos poderes públicos municipais. Devido à organização dos empreendimentos tanto em nível municipal quanto regional, algumas prefeituras, muitas vezes representadas por suas secretarias, passam a enxergar estes atores como fundamental setor econômico a ser contemplado por ações públicas. O presente trabalho busca analisar a participação do FREPS-ZMM na construção de políticas públicas municipais de Economia Solidária nas cidades que compõem o fórum. As perguntas norteadoras da pesquisa são: dentre os municípios que têm representantes participando do Fórum quais têm algum tipo de política pública direcionada à Economia Solidária? Quais ações são realizadas? Como o Fórum participa da construção dessas políticas? Quais os canais de participação? Quais os resultados e desafios dessas políticas? Trata-se de um estudo de caso apoiado em entrevistas semiestruturadas com gestores públicos, representantes de empreendimentos e lideranças do Fórum.

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A TECNOLOGIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA: O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO SOCIAL DO PROGRAMA COMUNIDADE ESCOLA

Ecinoely Francine Przybycz Gapinski49

Carlos Cesar Garcia Freitas50

A tecnologia consiste em uma atividade humana, socialmente condicionada, que reúne um conjunto de meios - procedimentos e instrumentos - para a obtenção de um fim almejado, que visa fundamentalmente ao domínio e ao controle da natureza, seja esta física ou social. Assim, as Tecnologias Sociais figuram como propostas metodológicas alternativas de contribuição ao desenvolvimento das comunidades. O Instituto de Tecnologia Social (ITS), (2004, p. 26) define a Tecnologia Social (TS) como o “conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para a inclusão social e melhoria das condições de vida”, portanto, pode ser considerada uma importante ferramenta de auxílio aos gestores públicos municipais. O presente trabalho visa apresentar os resultados de um estudo que teve como objetivo conhecer a concepção da realidade e analisar o processo histórico de construção social do projeto Tecnologia Social Oficinas Educativas aos Finais de Semana - Programa Comunidade Escola, que promove as escolas municipais como espaços abertos de conhecimento e irradiação da vida da comunidade, ampliando a diversidade das ações e o tempo de utilização dessas escolas num compromisso com a continuidade, o aperfeiçoamento e as mudanças nas áreas de atendimento a demandas sociais, abrangendo o combate à violência, a ação social e a segurança alimentar, a educação infantil e o ensino fundamental, a cultura e o esporte e lazer. Concebido em um modelo de gestão de responsabilidade compartilhada, com atuação inter-setorial, esta prática tecnológica foi certificada em 2011 pela Fundação Banco do Brasil como Tecnologia Social e integra as políticas públicas do Município de Curitiba – PR, possuindo como público-alvo crianças, onde a quantidade atendida já é superior a um milhão e continua ativo e em pleno funcionamento até está data. As áreas de atuação deste projeto de Tecnologia Social destacam eixos como Cultura, Educação e Cidadania, Esporte e Lazer, Geração de Renda e Saúde. Sendo assim apresenta-se o seguinte questionamento: “Como se deu o processo de construção social do Projeto Tecnologia Social Oficinas Educativas aos Finais de Semana - Programa Comunidade Escola?”. Para tanto foi realizada uma pesquisa de caráter descritiva, com abordagem qualitativa, por meio de análise documental. Ainda, como destaque metodológico foi utilizado como abordagem da análise à teoria da Construção Social da Tecnologia, identificados por meio dos componentes da estrutura da prática tecnológica, sendo: base sócio material, estrutura institucional, estoque de conhecimentos científicos e tecnológicos, alternativas de escolhas humanas e formas fenomenológicas de tecnologia.. A Construção Social da Tecnologia é imprescindível para conhecer e entender o tratamento adequado do fenômeno tecnológico, por meio do qual foi possível identificar uma linha lógica, ou seja, uma perspectiva histórica, na qual a TS foi inserida, dentro da realidade local, assim como os componentes básicos desta prática. A prática tecnológica denominada Oficinas Educativas aos Finais de Semana - Programa Comunidade Escola, de iniciativa da Administração Pública Municipal de Curitiba- PR, iniciada em 2005, contribui para o enfrentamento da vulnerabilidade social. Esta Tecnologia Social associada a uma política pública está engajada no empoderamento e equidade da sociedade em que atua, entendendo que a educação e as crianças, público-alvo da tecnologia, representam o futuro das nações, demonstram ainda, que, boas iniciativas sobrevivem há vários anos, neste caso até os dias atuais, independentemente da gestão administrativa que a criou, sendo reaplicada em várias gestões e em várias escolas do município.

49 Mestranda (UNICENTRO) [email protected]

50 Doutor (UENP/UNICENTRO) [email protected]

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CONSTRUÇÃO E FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM ECONOMIA SOLIDÁRIA: A FORMAÇÃO DO FÓRUM LITORÂNEO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

PERES, Géssica51

JUNCKES, Danúbia52

BONI, Idalina Maria53

MARTINS, Leila Andrésia Severo54

O trabalho apresenta o relato de experiência sobre a atuação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares - ITCP da UNIVALI/SC na formação da Rede de Políticas Públicas. A Incubadora tem como objetivos contribuir com o fortalecimento de ações de economia solidária, quer na assessoria e formação política de seus membros quer na mobilização coletiva por políticas públicas para fomento, sustentação e manutenção dessas organizações. O sucesso de muitos desses empreendimentos depende da competência de seus membros e de políticas públicas que promovam e viabilizem tais ações. O trabalho de incubação é norteado pelos princípios da economia solidária. Como forma de melhor organizar seus trabalhos, a Incubadora é organizada em redes de trabalho - rede de comercialização, rede de catadores, rede de alimentação e rede de políticas públicas. A metodologia de trabalho em Rede iniciou com a elaboração de um diagnóstico realizado no início de 2013. O diagnóstico envolveu a coleta e análise de dados junto aos empreendimentos dos municípios de Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema e Porto Belo. Com base na análise foram mapeadas as demandas comuns entre os empreendimentos e o contexto dos municípios onde estão localizados, definido a partir de então, um plano de trabalho na área de políticas públicas. A principal estratégia da Rede é a organização dos processos de articulação e fomento das políticas públicas em economia solidária dentro do Fórum Litorâneo. Nesse fórum, estão concentrados os Empreendimentos Econômicos Solidários dos municípios que compõem a região litorânea do estado de Santa Catarina, que são assessorados pela Incubadora. Com o intuito de apoiar e contribuir para a disseminação de políticas públicas que versem sobre a inclusão social, a geração de trabalho e renda, a Rede realiza a articulação e mobilização dos Empreendimentos Econômicos Solidários para a participação nas feiras da Universidade, feiras locais e regionais e nacionais visando fortalecer a conquista e emancipação de espaços de comercialização, para melhorar as condições de trabalho e renda para os envolvidos. A Rede atua na articulação de ações das Incubadoras no estado com a participação em encontros da Rede de Incubadoras e reuniões do Fórum Catarinense de Economia Solidária. Desenvolve ainda atividades de formação, reconhecimento e valorização dos empreendedores. Nesse sentido, foi possível destacar o papel da Incubadora e dentro do Fórum Litorâneo no apoio e fomento para o desenvolvimento de políticas de incentivo à Economia Solidária. Com base nos trabalhos desenvolvidos foi possível sensibilizar os empreendedores sobre a importância das políticas públicas em economia solidária, em programar iniciativas de geração de trabalho e renda, iniciativas de organização popular e capacitação

51 Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

52 Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

53 Técnica de campo da ITCP Univali. Mestre em Turismo e Hotelaria. Administradora.

54 Coordenadora da ITCP. Mestre em Educação e Cultura. Psicóloga. Professora do Curso de Direito, Administração e CST Gestão de RH Univali.

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profissional desses empreendimentos no que tange o fortalecimento da Economia Solidária, desenvolvimento econômico e a autogestão. O trabalho realizado busca o empoderamento dos empreendimentos e que estes sejam precursores de mudanças no cenário de políticas públicas que beneficiem o movimento da economia solidária.

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CONSTRUÇÃO SOCIAL DA TECNOLOGIA: ANÁLISE DO PROGRAMA MULHERES MIL NA COMUNIDADE DE MONTEIRO – PB

Maura Aparecida de Paula Santos55

Carlos Cesar Garcia Freitas56

Carlos Alberto Marçal Gonzaga57

Cristina Ide Fujinaga58

O atual modelo competitivo embasado na lógica da racionalidade utilitária, tem se constituído, muitas vezes, em entraves ao desenvolvimento social. Porém, a contribuição com alternativas sociais no setor tecnológico, tem modificado essa realidade social e estimulado uma maior participação dos envolvidos no processo e a valorização das culturas regional e local.Deseja-se, portanto, que a tecnologia seja vista “como um processo – uma prática social específica, na qual interferem várias estruturas e relações sociais” (TRIGUEIRO, 2009, p. 94). Todavia, concentrar apenas no produto tecnológico, não é o mais adequado, uma vez que as interferências tecnológicas devem acontecer sempre quando se considera a realidade social local. O que justifica a importância de se conhecer o desenvolvimento histórico-social local para melhor apropriação tecnológica e para que os promotores do desenvolvimento comunitário identifiquem as forças e fraquezas da comunidade a ser trabalhada. Nesse contexto, o presente artigo aborda a construção social da tecnologia da comunidade de Monteiro (comunidade no interior da Paraíba, no nordeste brasileiro) utilizando como metodologia para análise dos dados a estrutura da prática tecnológica. O estudo é realizado a partir da análise dos dados provenientes de um recorte transversal do fenômeno investigado (Programa Mulheres Mil – formado por mulheres em condições de vulnerabilidade social) cuja metodologia utilizada é a descritiva com a análise documental e de campo (dados primários e secundários).Esta análise está embasada na construção teórica referente à estrutura da prática tecnológica proposta por Trigueiro (2009), que oferece as categorias de análise para a discussão das informações coletadas.A interação entre os vários componentes da estrutura da prática tecnológica origina um conjunto de relações de grande tensão e disputa que vão interferir não apenas na esfera tecnológica, visto que, há variedade de opções de escolhas de formas tecnológicas e a decisão final vai repercutir em várias esferas, social, econômica, ambiental, entre outras.Dessa forma, torna-se essencial examinar como esse público ‘externo’ (cientistas, empresários, engenheiros, dirigentes de órgãos públicos, políticos, membros de organizações não governamentais e de movimentos sociais, consumidores e o público em geral) reage em meio a - “arena de disputas, em que se manifestam pressões e necessidades sociais” (TRIGUEIRO, 2009, p. 91) de origens diversas, que é o campo científico. Essa verificação resulta na questão da legitimação da prática tecnológica. Verificou-se portanto que a base sociomaterial - o governo federal - é o promotor, incentivador e mantenedor, que por sua vez por meio do Ministério de Desenvolvimento social (MDS) intermedia essa prática tecnológica. Este orientado pelas propostas do MDS, definiu como público alvo, as mulheres em condições de vulnerabilidade social. Os Institutos Federais 55 Especialista em moda e Gestão pelo SENAI SC/Curitiba ([email protected])

56 Doutor em Administração pela Universidade Federal do Paraná ([email protected])

57 Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paranál ([email protected])

58  Pós doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP ([email protected])

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(IF’s), como fazem parte da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, com cobertura em todos os Estados do país, contribuem com a execução, ou seja, oferecem a estrutura física material e educacional para oferta dos cursos profissionalizantes59. Quando o quadro de servidores não atende à demanda dos cursos/oficinas, abre-se então para as parcerias, onde envolve o município, o Estado e também organizações privadas. E essa estrutura se dá em todos os Estados brasileiros, uma vez que todos os Estados aderiram ao Programa Mulheres Mil (PMM). Esta análise revelou, entre outras informações, que é o governo federal (por meio do MDS) quem direciona a maior parte das decisões, estando os principais atores, o público alvo beneficiado, com pouca participação nas decisões, somente as que se referem a escolha dos cursos/oficinas a serem oferecidos.Deseja-se,portanto, contribuir com a ciência no presente artigo, ou seja, com informações para o prosseguimento e/ou aprofundamento de novos estudos, com o “entendimento de que o problema da exclusão social e a tecnologia estão relacionados e que esta pode desempenhar um papel importante na redução das desigualdades sociais” (LIMA; DAGNINO; FONSECA, 2008, p. 118).

ReferênciasLIMA, M. M. T.; DAGNINO, R. P.; FONSECA, R. Um enfoque tecnológico para inclusão social. Perspectivas em Políticas Públicas. Belo Horizonte, v.1, n. 2, p. 117-129, jul./dez. 2008.

TRIGUEIRO, M. G. S. Sociologia da tecnologia: bioprospecção e legitimação. São Paulo: Centauro, 2009.

59 Cursos profissionalizantes – ofertam no município de Monteiro como curso técnico integral, entre outros, o curso de instrumento musical (http://www.ifpb.edu.br/campi/monteiro/cursos/cursos-tecnicos- integrados).

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POLÍTICAS PÚBLICAS, DEMOCRATIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Arilson Pereira do Vale60

Este artigo procura apresentar postulados teóricos sobre política de ciência e tecnologia e desenvolvimento a partir dos Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Igualmente apresentamos proposições contidas na obra do Filósofo da Tecnologia Andrew Feenberg e em sua Teoria Crítica da Tecnologia, em especial a abordagem sobre “democratização da tecnologia”. Buscamos com tal análise a compreensão que os Estudos CTS e Feenberg desenvolvem tomando a tecnologia como um fenômeno essencialmente social e com a possibilidade de pensarmos um modelo alternativo de racionalizar a sociedade em direção à formas caracterizadas pela democracia e não pelo controle autoritário. A partir desse referencial teórico apresentamos considerações críticas sobre a Política Pública para Arranjos Produtivos Locais (APLs) e o significado de ciência, tecnologia e desenvolvimento que sustentam essa política. Na sequência do trabalho procuramos confrontar os pressupostos teóricos de uma Tecnologia Social (TS) e da Economia Solidária (ES) com os pressupostos dessa política pública de desenvolvimento econômico e regional conhecida como Arranjo Produtivo Local (APL). O objetivo então deste artigo é, primeiramente, a análise da proposta teórico-metodológica dos APLs a partir do referencial teórico dos Estudos CTS e dos conceitos sobre Filosofia da Tecnologia de Andrew Feenberg. Também se constitui objetivo do mesmo a crítica às políticas públicas de desenvolvimento econômico e social que são limitadas por não questionarem ou proporem alternativas à macro dinâmica de uma economia de mercado, como por exemplo os APLs. Ou seja, enquanto identificamos nos pressupostos neoliberais da política pública para APLs a valorização à ideologia do empreendedorismo e o estímulo à competitividade, nos fundamentos de uma TS e de uma ES identificamos a proposição de ampliação da democracia, da cidadania e da solidariedade. Enquanto a proposição dos APLsestimula a cooperação com vistas à competição, nos empreendimentos solidários a cooperação e a solidariedade adquirem dimensões sociais, culturais e políticas para além do econômico, para além de uma mera inserção competitiva, para além de uma simples inclusão numa lógica excludente.Enquanto nos APLs há o estímulo a fundamentos neoliberais de “gestão e governança”, nos empreendimentos solidários e numa TS encontramos o fundamento solidário da “autogestão”. Portanto, APL é uma estratégia ou metodologia de desenvolvimento econômico que se sustenta nos fundamentos neoliberais e se restringe a uma estratégia de inserção e vinculação em práticas e dinâmicas comerciais capitalistas. Enquanto que os empreendimentos da ES e a TS possuem potencial emancipatório e até mesmo revolucionário; não são apenas tentativas de resposta às contradições do capitalismo ou forma complementar da economia capitalista, mas alternativa superior ao capitalismo. Enfim, por que se valer do referencial conceitual de Feenberg nessa construção teórica? Porque ao incorporar o político e o ideológico ao tecnológico, Feenberg nos ajuda a pensar nas políticas públicas de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento como elemento de luta contra a desigualdade e promoção da Inclusão Social.

60 Doutorando do PPGTE/UTFPR-PR (Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná). [email protected]

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TECNOLOGIA SOCIAL “SINÔNIMO” DE POLÍTICAS PÚBLICAS NOS ORGÃOS PÚBLICOS MUNICIPAIS

Ecinoely Francine Przybycz Gapinsk61

Carlos Cesar Garcia Freitas62

O desenvolvimento de uma determinada região está muito relacionado à geração de emprego, renda, saúde e educação; fatores que dependem, em grande parte, da eficiência e eficácia da administração pública na elaboração de políticas públicas que possam suprir estas demandas sociais. Historicamente, os órgãos públicos municipais vem concentrando cada vez mais responsabilidades em sua esfera governamental decorrente do processo de agregação de atividades das responsabilidade dos Estados e da União (MATIAS; CAMPELLO, 2000), uma vez que compreende a esfera mais próxima do poder público junto à sociedade. Porém, em razão de limitações como falta de recursos equitativos as suas demandas sociais, de estrutura física e humana, de metodologias de ação adequadas, de desvios de verbas, entre outros problemas, acabam seus esforços sendo ineficientes para atender as necessidades locais. Assim, as Tecnologias Sociais figuram como propostas metodológica alternativa de contribuição ao desenvolvimento das comunidades. O Instituto de Tecnologia Social (ITS), (2004, p. 26) define a Tecnologia Social (TS) como o “conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para a inclusão social e melhoria das condições de vida”, portanto, pode ser considerada uma importante ferramenta de auxílio aos gestores públicos municipais e um instrumento de transformação social. Apesar de constituir-se em uma política pública do governo federal, vinculada a Secretaria para Inclusão Social, do Ministério da Ciência e Tecnologia, é um fenômeno, ainda, pouco conhecido (FREITAS, 2013) e que poderia contribuir nas soluções para as demandas sociais, especialmente nas esferas de atuação dos órgãos públicos municipais, por constituir-se em uma proposta metodológica de intervenção coletiva. Neste contexto, o presente estudo, além de seu objetivo específico, visa ampliar o debate sobre as Tecnologias Sociais e sua relação com a gestão pública. Aponta-se, ainda, a necessidade de aprofundar o debate sobre as formas que vêm assumindo as relações entre coletividade científica, Estado e sociedade (BAUMGARTEN, 2008). Sendo assim apresenta-se o seguinte questionamento: “Qual o envolvimento dos órgãos públicos municipais nos projetos de Tecnologia Social?” O objetivo geral deste estudo consiste em analisar a relação entre órgãos públicos municipais e os projetos de Tecnologia Social. Para tanto foi realizada uma pesquisa de caráter descritivo, com abordagem quantitativa, junto a uma amostra de 146 projetos de Tecnologia Social, por meio de análise documental ao banco de dados da Fundação Banco do Brasil. Entre os resultados alcançados pode se observar que ao longo das três últimas edições do prêmio de Tecnologia Social houve um aumento considerável no número de projetos com envolvimento dos Órgãos Públicos Municipais, porém, um número pouco representativo, diante do potencial de contribuição e transformação social das tecnologias sociais, onde, na maioria das vezes este contato tem ocorrido apenas na condição de parceiras junto a outras organizações, tendo sido identificado apenas 25 projetos onde figure como proponente ou responsável pela Tecnologia Social um Órgão Público Municipal. Observa-se ainda pelos dados analisados, que aliado a preocupação com a educação, a necessidade de geração de renda, meio ambiente e saúde são as temáticas que despertaram a maior atenção dos órgãos públicos municipais para com as Tecnologias Sociais. Embora esta participação seja um tanto quanto incipiente, a iniciativa não deixa de ser muito interessante, uma vez que incentiva e auxilia a emancipação e equidade das comunidades, promovendo a inclusão social e a diminuição da fronteira entre as classes mais altas e as mais

61 Mestranda (UNICENTRO) [email protected]

62 Doutor (UENP/UNICENTRO) [email protected]

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baixas, que consequentemente dependerão cada vez menos de auxilio dos órgãos públicos municipais para manter suas condições mínimas de sobrevivência, onde muitas vezes estes municípios possuem orçamentos reduzidos, melhorando cada vez mais a condição da sua comunidade, investindo e distribuindo em outras áreas o recurso público.

Referências BAUMGARTEN, Naíra. Tecnologias Sociais, Inovação e desenvolvimento. In: ESOCITE- Jornadas Latino Americanas de Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia, 7, 2008, anais. Rio de Janeiro: VII ESOCITE, 2008. Disponível em: http://www.necso.ufrj.br/esocite2008/resumos/35793.htm.

FREITAS, Carlos Cesar Garcia, SEGATTO, Andrea Paula. Tecnologia Social: Caracterização da produção científica. 2013. ITS, Instituto de Tecnologia Social. Tecnologia Social no Brasil: direito à ciência e ciência para cidadania. Caderno de Debate. São Paulo: ITS: 2004.

MATIAS, Alberto Borges; CAMPELLO, Carlos A. G. B.. Administração Financeira Municipal. São Paulo: Atlas, 2000.

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APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO NA INCUBAÇÃO DO GRUPO GERMINARTE, UM CASO DE TECNOLOGIA SOCIAL APLICADA NO VALE

DO MUCURI

Bruno Rodrigues Silva Schitino63

Danilo Pereira Duarte64

Farlon Santos Coutinho65

O tema do nosso trabalho se refere à experiência da ITCP/UFVJM junto ao grupo Germinarte no uso de tecnologias sociais na incubação deste grupo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é mostrar como as tecnologias convencionais das Ciências Administrativas, amplamente difundidas nas grandes empresas de sistema capitalista e utilizadas para dar base a este sistema por meio da busca de uma maior eficiência e produtividade do mesmo, podem ser utilizadas para o desenvolvimento de empresas autogestionárias que baseiam sua produção de acordo com as premissas da Economia Solidária. Justificativa: As ciências da administração, notoriamente voltadas para a sustentação e desenvolvimento do sistema capitalista, podem e devem ser utilizadas nos trabalhos com grupos de economia solidária, pois mesmo tendo sido pensadas para empresas capitalistas, contém diretrizes de organização que se enquadram em qualquer tipo de sociedade, pois o objetivo destes conhecimentos é, sobretudo, garantir a organização e organicidade dos espaços em que são aplicados, além disso, a aplicação destes conhecimentos em empreendimentos marginalizados é o real exercício do papel de uma universidade, que é desenvolver de forma inclusiva a sociedade na qual se insere. Referencial Teórico: O referencial teórico utilizado para a elaboração deste trabalho inclui o Prof. Renato Dagnino entre outros autores voltados para a área de tecnologias sociais, utilizados para descrever o que é uma tecnologia social; Paulo Freire, sendo este o ponto de orientação da nossa metodologia de trabalho junto ao grupo incubado; Tadeu Cruz, Idalberto Chiavenato e Plano de Negócios do SEBRAE foram nossas referências de conhecimento da Administração aplicadas no Grupo Germinarte; o Relatório Geral do Grupo Germinarte, desenvolvido como um documento de registro das atividades junto ao Germinarte foi nossa base de avaliação sobre as técnicas e metodologias aplicadas ao Germinarte. Metodologia de Extensão: Nossa metodologia de extensão se deu e se dá junto ao grupo por meio de reuniões semanais. Nós nos reunimos durante cerca de duas horas a cada semana para sabermos como foi a semana do grupo Germinarte, quais os problemas internos (principalmente de organização e motivação) e externos (referentes a comunicação, escoamento de produção e outros problemas que eles enfrentam, além de saber como está e se existe o planejamento das futuras atividades que eles pretendem desenvolver a curto e médio prazo), dessa maneira é possível identificar pontos fortes e fracos, além de ameaças e oportunidades às quais o grupo está sujeito e, com base nisso, elaborar planos de acordo com o conhecimento acadêmico e discutir junto com eles o ajuste e execução dos planos. Buscamos sempre fazer das reuniões um espaço de diálogo franco em que imperam o caráter mais informal e coloquial, respeitando assim as condições sócio educacionais inerentes ao grupo, fugindo assim do pensamento imperativo da academia de que o conhecimento produzido dentro das “ilhas do conhecimento” são as únicas verdadeiras, além de criar um ambiente mais amistoso em que eles se sentem mais confortáveis e confiantes para expor seus problemas e planos

63 Discente do Curso de Administração de Empresa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)e estagiário da ITCP/UFVJM-CM– [email protected]

64 Discente do Curso de Administração de Empresa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e estagiário da ITCP/UFVJM-CM – [email protected]

65 Discente do Curso de Administração de Empresa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e estagiário da ITCP/UFVJM-CM – [email protected]

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para nós. Conclusão: A avaliação que fazemos dos resultados alcançados é que necessita-se haver compreensão por parte de quem trabalha com estes grupos das suas limitações, respeitando-se assim o tempo necessário ao entendimento dos objetivos do trabalho a ser desenvolvido junto aos mesmos. Para isso é necessário muito diálogo e humildade no trabalho a ser desenvolvido com estas pessoas. Além disso, é aceitável e até recomendável adaptar os conhecimentos produzidos na academia para se realizar um trabalho junto aos mesmos, independentemente do seu cunho ideológico ser capitalista ou socialista, pois em nosso mundo real as pessoas precisam comer para sonhar e trabalhar para comer e cabe a nós fazer com que o trabalho destas pessoas se desenvolva de maneira eficaz e eficiente, mas respeitando e educando o ser humano que trabalha.

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ASSESSORIA ECONÔMICA, CONTÁBIL E JURÍDICA AOS EMPREENDIMENTOSINCUBADOS PELA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS

POPULARES (ITCP/UFV)

Gabriel Magalhães Rodrigues66

Bianca Aparecida Lima Costa67

Nilcélia Souza dos Santos68

Samuel Trevenzoli da Silva69

No contexto de mudanças no mundo do trabalho, principalmente na década de 1990 no Brasil, com o aumento da informalidade e do desemprego, organizações de diversos setores iniciam os debates sobre a economia solidária como possibilidade de desenvolvimento local e inclusão social. A Economia solidária pode ser considerada uma forma de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito centrada na valorização do ser humano e não do capital. Tem base associativista e cooperativista e possui uma finalidade multidimensional, isto é, envolve a dimensão social, econômica, política, ecológica e cultural. A base dessa economia são os Empreendimentos de Economia Solidária (EES) que têm como princípios a autogestão, cooperação, igualdade, democracia e sustentabilidade ambiental. Tais empreendimentos populares enfrentam vários desafios quanto à regularização jurídica e contábil, pois muitas iniciativas não conseguem se adequar aos formatos já instituídos, seja por falta de informação, excesso de burocracia ou inviabilidade econômica considerando impostos e outras estruturas necessárias para sua formalização. As incubadoras universitárias de cooperativas populares e empreendimentos solidários surgiram no final da década de 90 e têm o propósito de fomentar e assessorar as iniciativas de economia solidária, tendo como referência metodológica a conciliação entre o saber popular e o saber técnico-científico. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCP-UFV) é um programa de extensão que recentemente passou por uma reestruturação que buscou aprimorar aspectos jurídicos e contábeis dos empreendimentos incubados. Nesse sentido, a ITCP-UFV conta com uma equipe que compõe o Núcleo econômico, contábil e jurídico (NECJ) que assessora os empreendimentos em relação às regularizações necessárias para iniciativas formalizadas ou em processos de formalização. No ano de 2014, a NECJ realizou as seguintes atividades: 1) visitas aos empreendimentos incubados para verificação de documentação jurídica e contábil; 2) três adequações de estatutos em conformidade ao Novo Código Civil; 3) uma cartilha sobre obrigações fiscais; 4) elaboração de um projeto de lei para a Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE) ; 4) orientações quanto à emissão de notas fiscais; e 5) apoio na adequação contábil de um dos empreendimentos incubados para acesso à uma política pública. Embora de estruturação recente, pode-se destacar que os resultados da atuação da equipe podem ser vistos na melhoria de alguns aspectos jurídicos e contábeis dos empreendimentos incubados. Trata-se de um setor importante,

66 Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Econômicas da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

67 Professora adjunta do Departamento de Economia Rural e Coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

68 Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Viçosa. E-mail:[email protected]

69 Estudante do curso de Bacharelado em Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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pois contribui com empreendimentos populares que não teriam acesso a tais serviços. O núcleo também é fundamental para promover reflexões sobre metodologias adequadas à assessoria de empreendimentos solidários nessa área específica e formar profissionais capazes de atuar com essas iniciativas. Portanto o NECJ trabalha no sentido de auxiliar os demais segmentos da ITCP-UFV quanto as questões referentes a formalização de empreendimentos solidários e no esclarecimento de dúvidas relacionadas aos aspectos jurídicos, econômicos e contábeis do cotidiano dos empreendimentos incubados.

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CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS A PARTIR DA INCUBAÇÃODE EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS: A EXPERIÊNCIADA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Alvino de Souza Amaral70

Bianca Aparecida Lima Costa71

Thamara Cortes Novaes72

Daiane Jovelina de Oliveira73

A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCP-UFV) foi criada em 2003, desde então desenvolve ações direcionadas ao fortalecimento e fomento a Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). O programa de extensão universitária ITCP-UFV tem por objetivo geral o apoio a iniciativas coletivas visando seu fortalecimento nos aspectos econômicos, organizativos e sociais. A ITCP desenvolve suas atividades baseadas numa metodologia de incubação que está dividida em três fases principais: Pré- Incubação, Incubação e Desincubação. As ações são realizadas de forma participativa e priorizam a autonomia e o empoderamento dos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos nesses processos, promovendo tecnologias adequadas aos empreendimentos coletivos e populares. Tais atividades articulam extensão, pesquisa e ensino por meio do envolvimento de professores, estudantes e técnicos de diferentes áreas do conhecimento. A ITCP, atualmente, incuba empreendimentos dos seguintes segmentos: 1) artesanato e cultura, 2) agricultura familiar e agroecologia e 3) reciclagem. Na área de artesanato e cultura, são apoiadas a Associação dos Artesãos e Produtores de Alimentos Caseiros da Região de Viçosa/MG – ADAPAC e o Grupo de Artesãos e Artesãs de Juiz de Fora. A ADAPAC foi fundada no ano de 1993 e é constituída majoritariamente por mulheres que confeccionam variados tipos de artesanatos, como tricô e crochê, biscuit, pinturas em porcelana, jogos de cozinha, garrafas e caixas decoradas, pães artesanais, bolos, doces, entre outros. O empreendimento atualmente realiza feiras semanais em uma praça pública de Viçosa com apoio da Prefeitura Municipal. O grupo de Juiz de Fora iniciou suas atividades em 2012 por meio da organização de uma feira mensal e, atualmente, envolve cerca de 60 artesãs e artesãos, sendo 90% mulheres, desenvolvendo e expondo trabalhos na área do artesanato, apicultura, pães e doces caseiros, entre outros. No segmento da agricultura familiar e agroecologia, são apoiados: Grupo de Agricultores Familiares de Araponga e São Miguel do Anta e a Rede Agroecológica de Prosumidores Raízes da Mata. O grupo de Agricultores realiza coletivamente o beneficiamento e a comercialização de pó de café agroecológico, sendo formado por 14 integrantes. Atualmente, este produto é vendido em pequenos mercados nas cidades de Araponga, Canaã, São Miguel do Anta, Ervália e Viçosa, sendo que a ultima cidade a venda é mais significativa. A Rede de Prosumidores é um grupo de consumo composta por aproximadamente 24 produtores e produtoras que vivem da

70 Estudante do curso de Bacharelado em Cooperativismo pela Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected].

71 Professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail:[email protected].

72 Estudante do curso de Bacharelado em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa. Email: [email protected].

73 Estudante do curso de Bacharelado em Cooperativismo pela Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected].

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agricultura familiar e produção solidária, dentre produtores individuais, associações e cooperativas, atingindo diretamente cerca de 80 pessoas. Os produtores da Raízes da Mata encontram-se nascidades de Viçosa, Ervália, Divino, Espera Feliz, Araponga e Coimbra, todos municípios do estado de Minas Gerais. A iniciativa conta ainda com 406 consumidores cadastrados que buscam um meio alternativo de consumir, de forma solidária, segura e sustentável, envolvendo milhares de pessoas à iniciativa. No segmento de reciclagem, o empreendimento incubado é a Associação dos Trabalhadores da Usina Triagem e Reciclagem de Viçosa – ACAMARE. A associação foi criada em 2002, na cidade de Viçosa, em decorrência da desativação do depósito de lixo por iniciativa da Prefeitura Municipal em parceria com a Universidade Federal de Viçosa. Atualmente, a Acamare conta com 19 associados que triam e vendem os resíduos sólidos advindos da coleta seletiva da cidade. Além disso, o programa trabalha com o apoio aos Fóruns e Redes, em especial ao Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária. O desenvolvimento da metodologia de incubação é pensado a partir das especificidades de cada um dos segmentos apresentados. O objetivo desse trabalho é sistematizar as ações desenvolvidas pela ITCP-UFV no ano de 2013 e 2014, analisando inovações metodológicas e tecnologias sociais construídas a partir desse processo de extensão. Busca-se também avaliar os principais resultados dessas atividades.

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O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO FORTALECIMENTO DOS EMPREENDIMENTOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE

COOPERATIVAS POPULARES DA UNIVALI

Daniel Klann74

Idalina Maria Boni75

Leila Andrésia Severo Martins76

Cristiane Maria Riffel77

A economia solidária tem impulsionado o surgimento de novas formas de trabalho e a organização de empreendimentos econômicos orientadas por princípios como liberdade, fraternidade e igualdade, seguindo os princípios de coletividade e autogestão. Hoje, além de mobilizar e buscar autorreconhecimento e a emancipação de seus grupos e associações, a economia solidária caminha em busca de visibilidade que garanta credibilidade e, consequentemente, a adesão de novos empreendedores, apoio de gestores públicos parceiros, consumidores, fortalecendo ainda mais seus princípios. Neste contexto a comunicação é essencial, contribuindo para divulgar os princípios da economia solidária e oportunizar que cada vez mais pessoas entendam essa concepção. A comunicação é aquela pensada estrategicamente, sob a ótica da comunicação organizacional no terceiro setor. Na realidade destas organizações a comunicação contribui para divulgar a causa e a missão das entidades. Contribui ainda no fortalecimento das estratégias de captação de recursos. Na economia solidária a comunicação é vital entre membros dos empreendimentos. Sendo assim a comunicação não somente é fundamental para divulgar o trabalho dos empreendimentos, mas estimulando e aprimorando o relacionamento interno de seus membros. Diante desse contexto, o artigo visa promover a reflexão sobre o papel da comunicação no fortalecimento e na divulgação do trabalho dos Empreendimentos Econômicos Solidários, a partir da experiência desenvolvida pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Univali/SC. Como forma de melhor organizar suas atividades, a Incubadora atua assessorando quatro de redes de empreendimentos - rede de comercialização, rede de coletores de materiais recicláveis, rede de alimentação e rede de políticas públicas. Para atender as demandas de comunicação já mapeadas no planejamento feito com as redes foi desenvolvido um programa de comunicação em 2013. Uma das principais estratégias desenvolvidas nesse plano é a assessoria de imprensa, com a produção de releases e agendamento de entrevistas que visam dar visibilidade às atividades da economia solidária na mídia, bem como divulgar os eventos envolvendo a Incubadora. O desenvolvimento de materiais gráficos como cartaz, faixas e folders também tem sido enfatizado visando à divulgação dos eventos, além de fortalecer o trabalho da Incubadora suas atividades e a identidade do movimento. As redes sociais são usadas como ferramenta de divulgação, mas principalmente de interação com os públicos. Outra estratégia desenvolvida foi à produção de um vídeo institucional sobre a Rede de Cooperativas de Coletores de Materiais Recicláveis. O vídeo hoje contribui para o processo de captação de recursos e apoio junto aos órgãos públicos da região. O trabalho de comunicação tem contribuído para divulgar as atividades da Incubadora sob o aspecto institucional. Mas o principal

74 Acadêmico do curso de Relações Públicas da Universidade do Vale do Itajaí. Bolsista de Extensão na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. E-mail: [email protected]

75 Técnica de campo da ITCP Univali. Mestre em Turismo e Hotelaria. Administradora.

76 Coordenadora da ITCP. Mestre em Educação e Cultura. Psicóloga. Professora do Curso de Direito, Administração e CST Gestão de RH Univali.

77 Professora da equipe ITCP. Mestre em Extensão Rural. Jornalista e Relações Públicas. Professora do Curso de Comunicação Social Univali.

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resultado alcançado tem sido a mobilização dos empreendedores, a aproximação da Incubadora com os grupos, o engajamento das pessoas nas atividades de formação realizadas, além da divulgação da concepção da economia solidária na comunidade regional.

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AS RELAÇÕES GRUPAIS NA AUTO E HETERO GESTÕES

Pamela Bartolomei Seleme78

A Economia Solidária surge como alternativa superior ao capitalismo, propondo a autogestão, que “tem como mérito principal não a eficiência econômica [...], mas o desenvolvimento humano que proporciona aos praticantes” (SINGER, 2002, p.21). Este contrapõe-se ao modelo heterogestionado, comum no modo de produção capitalista, que segue uma “hierarquia que deve ser respeitada conforme há concentração do poder de decisão” (BEATRIZ, 2012, p. 56). Ambos os modelos de administração geram implicações no comportamento e qualidade de vida do ser humano. Para compreendê-las, é necessário analisar o clima de relação de grupo que se forma em cada modelo, podendo “variar desde sentimentos de bem estar e satisfação até mal-estar e insatisfação” (MOSCOVICI, 2002, p. 153). Desta forma, deve-se analisar as características de cada modelo de gestão e de que maneira regem as relações de grupo, para verificar-se a eficiência dos modelos no resgate da “dignidade humana”.Roger Harrison propõe uma adaptação da teoria de Maslow, na qual, como explica Moscovici (2002), as necessidades humanas dividem-se em três núcleos: físico-econômico –envolve sensação de bem estar, eficiência das relações com o ambiente e liberdade do movimento físico;sócio-emocional – abrange afeto e amor, inclusão social e participação em grupos; e competência do ego – abarca a possibilidade do saber, ser capaz, ter habilidades, produzir, realizar e criar. Nesta análise serão abordados apenas os dois últimos núcleos.No que diz respeito ao núcleo sócio-emocional, Singer (2002) defende que a economia solidária resgata a dignidade humana, quando, valendo-se do modelo de autogestão, permite ao indivíduo “participar das discussões e decisões do coletivo ao qual se está associado” (SINGER, 2002, p.21).Para tanto, a autogestão propõe um voto para cada sócio da cooperativa, o que levaria à igualdade de poder. Não apenas neste sentido, atinge-se a qualidade de vida quando se assume também uma igualdade de participação, na medida em que o indivíduo efetivamente participa da tomada de decisão. Porém, ainda na autogestão há espaço para lideranças quando os sócios devem eleger “delegados por seção ou por departamento, que se reúnem para deliberar em nome de todos” (BEATRIZ, 2012, p.56). Já na heterogestão, a liderança e o poder são mais evidentes e centralizados. Contudo, isso não significa que desencadeará necessariamente resultados negativos, uma vez que é a qualidade da relação, esta influenciada pelo estilo de liderança exercida e pela forma de distribuição do poder, que resultará em implicações positivas ou negativas na qualidade de vida, conforme afirma Moscovici (2002).Esta autora assevera quea boa comunicação também é importante para um grupo funcional. Na heterogestão, geralmente acontece a alienação dos subordinados pela precária comunicação, “pois quem está embaixo na hierarquia sabe apenas o necessário para a realização das tarefas” (BEATRIZ, 2012, p. 56). Já na autogestão a informação circula facilmente entre os níveis da cooperativa; contudo, isso pode resultar em desgaste nas relações, uma vez que não há superiores, os conflitos devem ser solucionados pelos envolvidos. Em contrapartida, Singer (2002) defende que o trânsito de informações na autogestão, proporciona crescimento pessoal, no sentido que “educa e conscientiza, tornando a pessoa mais realizada, autoconfiante e segura” (SINGER, 2002, p.21), abarcando a competência do ego. A inovação e um bom relacionamento são componentes necessários para que se desenvolvam sentimentos de afeto entre os integrantes do grupo, compreendendo o núcleo sócio-emocional. Para ser atingido, as relações não podem ser superficiais e conflitantes, mas “harmoniosas, propícias à cooperação” e que assim permitam “real integração de esforços e efetividade que levem à coesão do grupo” (MOSCOVICI, 2002, p.152). Deste modo, a qualidade dos relacionamentos interpessoais independe de o grupo ser auto ou heterogestionado.Com o exposto, percebe-se que ambos os modelos de gestão “servem a fins diferentes” (SINGER, 2002, p. 23).A heterogestão almeja o lucro das empresas capitalistas e a autogestão aspira tornar empresas solidárias, mas economicamente produtivas. Portanto, a 78 Graduanda em Psicologia. Trilhas Incubadora Social Marista. [email protected].

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eficiência em resgatar a dignidade humana não reside no modelo de gestão, mas na qualidade das relações estabelecidas dentro do grupo.

ReferênciasBEATRIZ, MARILENE ZAZULA. Economia Solidária: os caminhos da autonomia coletiva. Curitiba:Juruá, 2012

MOSCOVICI, FELA. Desenvolvimento Interpessoal: treinamento em grupo. 21ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.

SINGER, PAUL. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.

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FORMIGUINHAS DA ARTE: UMA NOVA ECONOMIA É POSSÍVEL

Erica Carolina Correia da Silva79

Valéria Luci Janhaki80

No primeiro semestre do ano de 2014, duas facilitadoras capacitadas pela metodologia do SESI-PR chamado Arranjo Educativo Local, um espaço que proporciona a formação cidadã realizado por meio de interação entre membros da comunidade, trabalhou três aspectos importantes com um grupo de costureiras e artesãs do município de Fazenda Rio Grande no Estado do Paraná. As facilitadoras capacitadas chegaram até a localidade com o objetivo de auxiliá-las no processo de integração do grupo e cooperação, para que ao final, pudessem estabelecer um vínculo entre os participantes que daria suporte para compreender a dinâmica envolvida no trabalho com a economia solidária.Fazenda Rio Grande está localizado na região metropolitana de Curitiba, conhecido por ser uma cidade relativamente nova,cujo ano de instalação foi em 1993,é um dos municípios brasileiros que mais cresce, pois o crescimento anual da localidade é de 2,65% e o do estado do Paraná é de 1,10%, podendo-se inferir que a expansão populacional mostra-se significativamente acentuada em relação ao estado. Conta com uma população de aproximadamente 84.514 habitantes, e densidade demográfica de 700,02hab./Km². O grupo participante contou com aproximadamente 15 mulheres residentes do município, na grande maioria, donas de casa, mães de família, com pouca escolaridade e sem formação profissional especifica. A metodologia acima citada, que foi aplicada com o grupo é dívida em três momentos, sendo o primeiro o reconhecimento do Eu, para o desenvolvimento humano individual; O segundo, o Eu com os Outros, para o fortalecimento de laços e estabelecimento da confiança e da colaboração; e o terceiro: Nós no Mundo, para o desenvolvimento sustentável, no qual os laços fortalecidos pela cooperação e confiança entre pessoas conscientes do seu potencial. Através desta metodologia aplicada foi possível perceber a importância da economia solidária no grupo, onde as/os participantes puderam trabalhar características importantes da economia solidária, como o compartilhamento de experiências coletivas de trabalho, cooperação, solidariedade, autogestão e como trabalhar em grupo.No Final da metodologia foi solicitado aos participantes que realizassem uma ação para celebrar o trabalho desenvolvido durante os três meses de trabalho, de modo que todos os integrantes partilharam da ideia de montar um projeto de criação de uma associação de artesões chamado “Formiguinhas da Arte”, nome este criado no dia da feira de economia solidaria realizado pela Rede Marista de Solidariedade e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária na Pontifica Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em novembro de 2013. O objetivo da feira foi proporcionar espaço para comercialização de produtos e serviços realizados por grupos que trabalham na perspectiva da Economia Solidária. Para o grupo, a associação de artesões com prática na economia solidária irá propiciar além da geração de trabalho e renda, um ambiente de fortalecimento do grupo, onde cada um poderá exercer a cooperação, pensando no bem de todos, já que não terá patrão nem empregado.

79 Graduanda de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. [email protected]

80 Graduanda de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná[email protected]

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O CONTROLE DEMOCRÁTICO COMO TECNOLOGIA SOCIAL NO EMPODERAMENTO DE AGENTES DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Fabiane K. Bogdanovicz81

Ana Carolina Gilgen82

Luciane Gomes Pereira83

Este artigo pretende abordar a relação entre a participação política, na forma de controle democrático, e o entendimento de Tecnologia Social (TS) como todo conhecimento empregado para solucionar alguma problemática, alterar condições, que levam a uma maior eficácia (ADAMS et al, 2011, p.18) e transformação social. O termo “controle social” designa “o resultado histórico das relações humanas engendradas pelas forças políticas, econômicas e sociais de determinadas sociedades” (CALVI, 2008, p. 12). Assim, existem diferentes controles na sociedade, como expressão da correlação de forças de cada momento histórico. No entanto, um deles detém a hegemonia: o controle social do capital (CALVI, 2009, p. 12). Na sociedade brasileira, o termo “controle social” historicamente expressa o “controle do Estado e do capital sobre as classes subalternas” (CALVI, 2008, p. 10), sendo usado em seu sentido coercitivo, excluindo a sociedade civil dos processos de tomada de decisão (CALVI, 2008, p. 13). A partir de 1980, no período de redemocratização do país, outro significado de controle social passou a ganhar visibilidade na medida em que a sociedade civil avançava nos processos de luta frente ao Estado autoritário (BRAVO e CORREIA, 2012). Assim, o controle social, a partir de então, também chamado “controle democrático” passou a designar o controle da sociedade civil sobre o planejamento, execução e monitoramento das políticas públicas estatais (BRAVO e CORREIA, 2012), corroborando com a concepção da esfera pública ampliada e democrática (CALVI, 2008, p. 15). A correlação de forças do período de transição democrática levou a diversos avanços, inclusive em âmbito legal, consolidados na promulgação da Constituição Cidadã de 1988 que estabelece as regras da descentralização político-administrativa, bem como, traça diretrizes de funcionamento da participação da sociedade civil, estabelecendo meios para tal, como os conselhos de Políticas e de Direitos, os Fóruns, Orçamentos Participativos, Conferências, etc. (CALVI, 2008, p.10). No contexto da Economia Solidária (EcoSol) em Ponta Grossa, contamos com o Conselho Municipal de Economia Solidária composto de forma tripartite paritária pelos segmentos: Poder público, Entidades de Apoio e Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). Da mesma forma são organizadas, a cada quatro anos, as Conferências de EcoSol em nível macrorregional, estadual e nacional. Há também, a nível regional, o Fórum de EcoSol dos Campos Gerais. A IESol, através de seu Núcleo de Participação Política, desenvolve ações de incentivo ao engajamento dos EES aos espaços de controle democrático supracitados. São realizadas oficinas formativas com metodologia participativa, visando à preparação dos sujeitos assessorados pela incubadora para a sua integração aos instrumentos da democracia participativa. Essa face do trabalho da IESol aponta as Conferências, Fórum e Conselho como espaços disparadores da criticidade, empoderamento e clareza na leitura da realidade nos agentes da EcoSol. Revelando, assim, o papel da EcoSol na formação de consciência crítica e de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento local, o bem-viver e a justiça social. Os espaços de exercício democrático apesar de, em âmbito legal, não levarem em conta aspectos inerentes à sociedade capitalista, como a divisão de classes, na prática são canais de expressão da correlação de forças da sociedade civil e da luta de classes. Bravo e Correia (2012) afirmam que os instrumentos de controle democrático não constituem espaços

81 Psicóloga, UEPG, [email protected]

82 Geógrafa, UEPG, [email protected]

83 Estudante de Serviço Social, UEPG, [email protected]

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homogêneos, havendo o embate de propostas divergentes que são lançadas para dar rumo à “política específica na direção dos interesses dos segmentos das classes dominantes ou das classes subalternas, lá representados”. Dessa forma, a apropriação dos referidos espaços por parte dos agentes da economia solidária constitui uma TS, conforme conceito apresentado anteriormente, na medida em que constrói o empoderamento dos sujeitos incubados, conformando locais onde o projeto de uma outra sociedade baseada nos princípios da EcoSol é proposto e construído, aglutinando forças e gerando pressão sobre o Estado com o intuito de ganhar visibilidade nas ações da esfera pública.REFERÊNCIAS

ADAMS, Telmo et al. Tecnologia Social e Economia Solidária: Desafios educativos. Diálogo, Canoas, 18, jan-jun. 2011. Disponível em: <http://www.revistas.unilasalle. edu.br/index.php/Dialogo/article/view/101>. Acesso em: 29 Jul. 2014.

BRAVO, Maria Inês Souza; CORREIA, Maria Valéria Costa. Desafios do controle social na atualidade. Serv. Soc. Soc., São Paulo , n. 109, Mar. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282012000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 Jul. 2014.

CALVI, K.. O controle social nos conselhos de políticas e de Direitos. Emancipação, Ponta Grossa, 8, abr. 2009. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/ emancipacao/article/view/111/109. Acesso em: 20 Jul. 2014.

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EDUCAÇÃO POPULAR E APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO NA APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA SOCIAL EM UM EMPREENDIMENTO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

FORMADO POR CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Camila Sopko84

Igor F. G. Lopes85

Gilson C. F Cruz86)

Reidy R Moura87)

A tecnologia social surgiu historicamente no final do século XIX a partir de alternativas de enfrentamento a um modelo tecnológico desenvolvimentista impulsionado pela Revolução Industrial e que favorecia condições de exploração e desigualdade impostas pelo sistema econômico capitalista nas relações de trabalho, produção e consumo. Dessa forma a tecnologia social visa o desenvolvimento de técnicas, processos e conhecimentos tecnológicos que priorizem o ser humano e o bem-estar social, buscando equilibrar o desenvolvimento econômico com outras formas de desenvolvimento como o social, cultural e ambiental. Conceitualmente na atualidade, a tecnologia social surge em contraponto à chamada tecnologia convencional, que abrange as formas de tecnologia desenvolvidas para atenderem aos padrões econômicos do sistema capitalista, priorizando a maximização dos lucros sem levar em consideração fatores como a segregação e a exclusão social. O domínio do conhecimento técnico-científico por determinados segmentos da sociedade pode levar a formas de controle e poder desses sobre outros segmentos sociais marginalizados, que por razões históricas, sociais ou diversas outras não tiveram acesso, ou tiveram acesso restrito à educação formal ou a qualquer forma de divulgação do conhecimento técnico-científico. O ensino formal e informal dos conhecimentos técnico-científicos acumulados pela humanidade ao longo da história tem papel fundamental na propagação de conceitos que servem de base para o desenvolvimento e apropriação de tecnologias pelas pessoas. O modelo educacional da sociedade capitalista privilegia determinados segmentos sociais com o acesso ao conhecimento técnico científico, segregando de certa forma os que não tem acesso a esse sistema ou não atendem aos padrões do ensino formal relacionados aos processos tecnológicos convencionais, que acabam sendo inacessíveis para serem utilizados e apropriados pelos segmentos marginalizados que não tiveram acesso à educação formal de qualidade. Dentro do modelo proposto pela Economia Solidária, a tecnologia social enquadra-se como modelo de desenvolvimento tecnológico que atende aos requisitos de uma economia justa, solidária e atuante nos princípios da educação popular, e as Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP’s) tem papel fundamental como difusoras da tecnologia social nos empreendimentos de economia solidária (EES) incubados, por estarem na interface entre academia e sociedade como projetos e programas de extensão, estabelecendo um diálogo entre o conhecimento técnico-científico acadêmico formal e os saberes populares. A Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), ITCP que atua como programa de

84 Graduanda de Serviço Social, Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG, [email protected]

85 Graduando de Engenharia de Materiais, Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG, [email protected]

86 Professor do Departamento de Geografia, Professor Coordenador da IESol, Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG, [email protected]

87 Professora do Departamento de Serviço Social, Coordenadora da IESol, Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG, [email protected]

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extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), tem entre seus 13 empreendimentos e grupos incubados um trabalho realizado com uma associação de catadores de materiais recicláveis, a Associação dos Recicladores Rei do PET (ARREP). A ARREP está em processo de incubação desde 2010, e ao longo desse tempo a equipe de incubação detectou entre as diversas demandas do empreendimento a necessidade de melhorias na organização do processo produtivo e a necessidade da implantação de um programa de alfabetização entre os associados. Este trabalho discute o diálogo que deve ser estabelecido entre a tecnologia social, a economia solidária e a educação popular na prática da incubação de empreendimentos formados por catadores de materiais recicláveis, para uma maior apropriação dos processos tecnológicos pelos associados, de maneira a possibilitar o empoderamento, autonomia e a viabilidade econômica necessários para a manutenção do empreendimento.

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EMPREENDIMENTOS DE CATADORES E O ACESSO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES E

TRABALHADORAS DA USINA DE TRIAGEM E RECICLAGEM DE VIÇOSA/MG NO PROGRAMA BOLSA RECICLAGEM

Kennedy Sousa Cândido88

Bianca A. Lima Costa89

Thamara Cortes Novaes90

Marcella Nunes Cordeiro Costa91

A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP-UFV é um programa de extensão da Universidade Federal de Viçosa e desenvolve trabalhos relativos à promoção da Economia Popular Solidária e o desenvolvimento local sustentável através do fomento e acompanhamento de organizações populares, sejam elas cooperativas, associações ou grupos informais. Nesse sentido, a reciclagem se faz presente como uma das frentes de trabalho da ITCP-UFV, atualmente, assessorando a Acamare (Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa – MG). As atividades da Usina compreendem a triagem, prensagem, enfardamento, armazenamento e comercialização de materiais recicláveis. Durante o Planejamento Estratégico desenvolvido com os membros da Associação, um dos objetivos levantados consistia em habilitar à Acamare para o acesso a Política Pública do Estado de Minas Gerais, denominada Bolsa Reciclagem. Essa ação pública surge em meio a problematização das questões socioambientais que envolvem os(as) trabalhadores(as) da reciclagem e a capacidade de reinserção dos materiais segregados, enquanto matéria-prima no ciclo produtivo da indústria recicladora. O Programa da Bolsa Reciclagem oferece o auxílio financeiro de forma trimestral, de acordo com a produtividade do empreendimento. No mínimo 90% da bolsa deve ser repassada ao trabalhador e os 10% restantes podem ser utilizados para sanar despesas administrativas, de comunicação, formação de estoque, etc. Todas as cooperativas ou associações de catadores do Estado podem ter acesso desde que satisfaçam as condições previstas no Programa da Bolsa Reciclagem Lei nº 19.8231/2011, por meio do Decreto 45.975/2012. No caso Acamare, a ITCP-UFV apoiou o empreendimento na organização dos documentos de acordo com as exigências do Centro Mineiro de Referência em Resíduos - CMRR, órgão que analisa a submissão dos pedidos da bolsa reciclagem. As perspectivas avaliadas referem-se aos aspectos jurídicos e fiscais do empreendimento. Dessa forma, a ITCP-UFV teve que adaptar a sua metodologia de incubação para apoiar a Associação no acesso a essa política pública. Tratou-se de uma experiência importante tanto para equipe quanto para o grupo, pois levantou aspectos de produção e organização que antes não estavam sendo evidenciados. O objetivo desse trabalho é apresentar as ações realizadas pela Incubadora junto à Acamare para o acesso ao Programa Bolsa Reciclagem, sistematizando a metodologia utilizada para tanto e avaliando os principais resultados desse processo.

88 Estudante do curso de Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

89 Professora Adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

90 Estudante do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

91 Técnica da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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EXPERIÊNCIA DE INCUBAÇÃO NA CADEIA PRODUTIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Thamara Cortes Novaes92

Bianca Aparecida Lima Costa93

Marcella Nunes Cordeiro Costa94

Kennedy Sousa Cândido Queiroz95

A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (ITCPUFV) é um programa de extensão universitária, constituído em 2003, que desenvolve ações direcionadas ao fortalecimento e fomento à Economia Solidária por meio de uma atuação multidisciplinar. Busca-se a geração de trabalho e renda, a promoção do consumo consciente, do comércio justo, da segurança alimentar, da produção agroecológica e solidária, da reciclagem e do desenvolvimento local sustentável. A ITCP-UFV atua com organizações produtivas e associativas de catadores de materiais recicláveis, tendo em vista a qualificação desses trabalhadores, a geração de trabalho e renda e a inclusão social dessas iniciativas no mercado, bem como o acesso dessa população às insurgentes políticas públicas destinadas à esse segmento social. Nesse contexto, a Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE) recebeu apoio da ITCP-UFV de 2004 a 2011. No ano de 2014, por meio do projeto “Economia Solidária e Geração de Renda na Zona da Mata Mineira”, financiado pelo CNPq, a Incubadora retomou suas atividades com o grupo. A equipe da ITCP-UFV responsável pela incubação da Associação é composta 4 estudantes de graduação, 1 técnico e 1 docente que realizam acompanhamento sistemático ao empreendimento, visitas de monitoramento, assessoria técnica, estudos e pesquisas. No ano de 2014, foi realizado um diagnóstico da realidade da associação que culminou em um planejamento estratégico que levantou as seguintes ações a serem desenvolvidas conjuntamente: 1) aquisição de equipamentos e materiais de consumo, tais como Equipamentos de Proteção Individual e uniformes; 2) organização do espaço de trabalho; 3) confecção de materiais de divulgação; 4) apoio à melhoria da coleta seletiva; 5) assessoria para o acesso às políticas públicas e aos direitos trabalhistas básicos; 6) fortalecimento da parceria com o poder público local e 7) realização de intercâmbios para troca de experiências com outras iniciativas organizativas de catadores de materiais recicláveis. Como principal resultado alcançado desse processo de incubação aponta-se a habilitação da ACAMARE para o recebimento do Bolsa Reciclagem, um programa de governo de Minas Gerais que oferece um benefício financeiro aos catadores organizados em associações e cooperativas. Além disso, foi realizado um intercâmbio com uma cooperativa de Belo Horizonte, por meio do qual os trabalhadores da ACAMARE tiveram oportunidade de trocar experiências e conhecer ações bem sucedidas no âmbito da cadeia produtiva de resíduos sólidos. É possível afirmar que foi criada uma relação de proximidade e confiança da ITCP-UFV com o grupo, o que tem facilitado a dialogicidade no processo de extensão universitária. Em relação a incubação desse segmento, considera-se que o grupo ainda é perpassado por inúmeras carências, principalmente no

92 Estudante do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

93 Professora Adjunta da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

94 Técnica da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

95 Estudante do curso de Cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

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âmbito da geração de renda e acesso aos direitos mínimos por parte dos trabalhadores, o que justifica a continuidade desse processo de intervenção social e o desenvolvimento de tecnologias sociais adequadas às iniciativas em questão.

EXPERIÊNCIA DE PESQUISA NA ECONOMIA SOLIDÁRIA: PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE E DE PRÁTICAS INTERACIONAIS EM COOPERATIVAS DE

RECICLAGEM

Robinson Henrique Scholz96

Patrícia Silva de Deus97

Maria de Lourdes Borges98

Graciema de Fátima da Rosa99

O objetivo do presente estudo é analisar a construção da subjetividade de catadores organizados em três cooperativas de reciclagem de resíduos pós-consumo e seus efeitos nas práticas interacionais. Subjetividade é entendida como construção de estratégias de enfrentamento das mudanças, pressões, necessidades, problemas que catadores utilizam para enfrentar suas realidades, bem como os efeitos delas nas suas práticas interacionais que terminam por interferir nas decisões e na organização grupal. As ações de pesquisa envolveram o processo de incubação de sete cooperativas, bem como a sistematização do processo por meio de 18 entrevistas semiestruturadas. As análises das entrevistas demonstraram a existência de processos de socialização das atividades operacionais e de descanso (indo de encontro à tradicional divisão do trabalho), processos de cooperação por meio de vaquinhas e empréstimos para o enfrentamento das dificuldades financeiras dos membros, aprofundamento de vínculos por meio das interações mais próximas que ajudam na elaboração dos problemas comuns, mas ainda verifica-se a percepção de autoritarismo por parte de algumas lideranças. Os resultados foram discutidos com as lideranças das cooperativas estudadas. Através deste estudo, percebe-se que busca pelo entendimento do sentido do trabalho pode ser iniciada a partir da colocação de Codo (1997), para o qual, no trabalho, o ser humano e a natureza entram em uma relação de dupla transformação, que termina por gerar significado. Assim, ao trabalhar, o ser humano consegue dar significado à natureza. Porém, quando, ao trabalhar, ele não consegue produzir esse significado, daí decorre o sofrimento psíquico do trabalhador. Para Morin (2001), há algumas características para um trabalho que tem sentido para o sujeito: é realizado de forma eficiente e leva a um resultado, é intrinsecamente satisfatório, é moralmente aceitável, é fonte de experiências de relações humanas satisfatórias, garante a segurança e a autonomia e tem uma carga

96 Mestre em Ciências Sociais. Centro Universitário La Salle – Unilasalle. [email protected]

97 Bacharel em Administração Hab: Recursos Humanos. Centro Universitário La Salle – Unilasalle. patrí[email protected]

98 Doutora em Administração. Centro Universitário La Salle – Unilasalle. [email protected]

99 Mestre em Educação. Centro Universitário La Salle – Unilasalle. [email protected]

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de trabalho adequada. Ainda para a autora Morin (2001), um dos principais aspectos que faz com que um trabalho tenha sentido é quando o trabalhador tem clareza sobre os seus objetivos. É preciso ainda que esses objetivos tenham valor para quem os realiza. E mais, é necessário que o trabalho esteja conectado com as competências do trabalhador, estimule a satisfação das necessidades de crescimento pessoal e de senso de responsabilidade. Neste estudo verifica-se ainda que a psicologia atua como um facilitador no fortalecimento dos vínculos e na articulação dos problemas apresentados pelos membros dos grupos, tentando de forma grupal ajudar o sujeito na sua individualidade e subjetividade. Entre estes sujeitos existem diversas histórias individuais de sofrimento, problemas psicológicos, dificuldades financeiras e de relações familiares e isso impacta diretamente na subjetividade de cada um, e cada um vai representar e projetar dentro do grupo um pouco disso que está dentro dele.

Referências

CODO, W. Um diagnóstico do trabalho (em busca do prazer). IN A. TAMAYO, J. BORGES-ANDRADE & W. CODO (Eds.). Trabalho, organizações e cultura (pp. 21-40). São Paulo, SP: Cooperativa de Autores Associados, 1997.

MORIN, Estelle. Os sentidos do trabalho. Revista de Administração de Empresas, Jul./Set. 2001, v. 41, n. 3, jul – set 2001.

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O DESAFIO DA FORMAÇÃO DE REDE DE COOPERATIVAS DE CATADORES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS

POPULARES DA UNIVALI/SC NA ASSESSORIA À FORMAÇÃO DA REDE DE COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DA FOZ DO RIO

ITAJAÍ.

Marina Montibeller Biasuz100

Catarine Krug101

Leila Andrésia Severo Martins102

Cristiane Maria Riffel103

O processo de industrialização trouxe consigo um sistema capitalista no qual o consumismo se expande a cada ano que passa. Esse alto nível de consumo faz com que a sociedade produza uma grande quantidade de resíduos sólidos. Dentre as alternativas de destino final para estes resíduos, destaca-se a reciclagem, pois a partir do reaproveitamento de materiais descartáveis são amenizados impactos ambientais, economizados recursos naturais e ainda possibilitados ganhos sociais ao agregar os catadores de materiais recicláveis no seu circuito produtivo. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares - ITCP da UNIVALI/SC na formação da Rede de Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis da Foz do Rio Itajaí. A Incubadora realiza assessoria às cooperativas de materiais recicláveis considerando a relevância destas organizações na sociedade – no âmbito social pela geração de emprego e renda, inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social; no âmbito ambiental pela contribuição na redução do passivo decorrente dos impactos gerados pelos resíduos sólidos urbanos. O trabalho de incubação é norteado pelos princípios da economia solidária e conta com o apoio de um grupo de trabalho e estudos com a participação da ITCP junto aos bolsistas, acadêmicos, professores de diferentes áreas da UNIVALI e representantes das cooperativas com a missão de dar suporte a Rede e assessorar de forma integrada a superação dos desafios que o setor enfrenta, este grupo foi criado através da iniciativa da ITCP após o evento 1º Cooperagem que é realizado anualmente em prol dos catadores na UNIVALI. A metodologia de trabalho em Rede iniciou com a elaboração de um diagnóstico realizado no início de 2013 pela ITCP. O diagnóstico envolveu a coleta e análise de dados junto aos empreendimentos dos municípios de Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema. A elaboração do diagnóstico utilizou a metodologia SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats), que avalia as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do trabalho dos empreendimentos. Com base na análise foram mapeadas as demandas comuns entre os empreendimentos em termos de gestão, infraestrutura, aspectos legais e relacionamento com os cooperados. A partir das demandas foi elaborado um plano de ações que foi socializado e aprovado junto a Rede. O plano de ação, redigido no modelo 5W2H, definiu ações que contemplou ainda os módulos: gestão, bases legais, infraestrutura, viabilidade financeira, relações institucionais e formações, onde foram definidas as ações a serem realizadas, organizadas considerando alta

100 Bolsista de Extensão da ITCP Univali. Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental. [email protected]

101 Bolsista de Extensão da ITCP Univali. Acadêmica do curso de Psicologia. [email protected]

102 Coordenadora da ITCP. Mestre em Educação e Cultura. Psicóloga. Professora do Curso de Direito, Administração e CST Gestão de RH Univali. [email protected]

103 Professora da ITCP. Mestre em Extensão Rural. Jornalista e Relações Públicas. Professora do Curso de Comunicação Social Univali. [email protected]

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prioridade, média prioridade e baixa prioridade. Os principais resultados alcançados até o momento foram a elaboração do diagnóstico da rede, o fortalecimento da formação da rede com a sensibilização dos catadores para a importância da integração entre associações e cooperativas, bem como o incentivo à inclusão socioeconômica dos catadores nos municípios que contemplam a Rede. Por fim, a formação da Rede de Cooperativas de Coletores de Materiais Recicláveis da Foz do Itajaí busca fortalecer os empreendimentos por meio de sistema sustentável e participativo. A intenção é fomentar novas formas de comercialização dos materiais reciclados a preços mais justos. Desta forma, os resultados obtidos nesta experiência contribuem para motivar o desenvolvimento de novas redes e o fortalecimento das redes em processo de formação.

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UNIFORÇAS: DESAFIOS QUE PERMEIAM A CONSTRUÇÃO E FORMALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Tainá Michele Becker104

Daiana Schwengber Cerato105

Patrícia Silva de Deus106

Robinson Henrique Scholz107

A UNIFORÇAS é um empreendimento composto por mulheres que tem sua origem nas Frentes Emergenciais de Trabalho, no município de Canoas e por isso mantém vínculos com a Secretaria de Desenvolvimento Social, bem como também está aproximando-se da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do mesmo município com o objetivo de incluir-se nos debates no que diz respeito à Economia Solidária e usufruir dos espaços destinados a estes empreendimentos - os Centros de Capacitação e Produção em Economia Solidária. O grupo busca se consolidar com o objetivo de atuar na área da prestação de serviços, no segmento da construção civil, nos setores de limpeza predial, pós construção, manutenção e jardinagem. Este espaço conquistado pelas mulheres é relativamente novo e requer maior empenho, busca pela confiança do contratante e apoio em um mercado diferente do habitual. O processo de formação de um empreendimento implica muitas etapas que demandam das pessoas envolvidas, tempo, trabalho coletivo, cooperação e disciplina. Muitos desafios se manifestam nestas etapas e cabe aos envolvidos no processo atuarem de forma comprometida desde os momentos iniciais onde são realizados diagnóstico, traçados os objetivos, metas e a organização das ações para a elaboração de um plano de negócios até a prática diária de trabalho. A incubadora de empreendimentos solidários tem papel fundamental na formalização da UNIFORÇAS, pois desempenha ações de apoio ao grupo, dando suporte técnico, socializando o conhecimento acadêmico, buscando novas tecnologias sociais e contribuindo no desenvolvimento de metodologias tão necessárias nesta fase inicial. Um dos grandes desafios é manter o grupo focado e motivado a concretizar o negócio para que assim possa entrar no mercado de forma sustentável, gerando trabalho e renda para seus participantes. No momento, busca-se concretizar a formalização através da construção do estatuto da cooperativa, que almeja consolidar o documento, mas que encontrava dificuldades devido a falta de conhecimento técnico. A UNIFORÇAS tem dois anos de trajetória e as tentativas de concretizar as ações neste período não alcançaram os resultados esperados. Esta é uma das razões pela qual o grupo se dispersa com facilidade, desmotivando-se e exigindo que as ações desenvolvidas pela incubadora de empreendimentos solidários sejam

104 Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário La Salle- UNILASALLE e Especialista em Neuropsicopedagogia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. Analista de Projetos no Centro Universitário La Salle – UNILASALLE. E-mail: [email protected]

105 Graduada em Biologia pelo Centro Universitário La Salle- UNILASALLE e pós- graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela mesma Instituição. Especialista em educação Ambiental pela Universidade federal de Pelotas. Mestranda em Saúde e Desenvolvimento Humano pelo Centro Universitário La Salle- UNILASALLE. CNPq no Centro Universitário La Salle – UNILASALLE. E-mail: [email protected]

106 Graduação em Administração pela UNISINOS, graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário La Salle. Bolsista CNPq no Centro Universitário La Salle – UNILASALLE. E-mail: [email protected]

107 Graduada em Administração/Hab. Recursos Humanos pela UNISINOS. Mestre em Ciências Sociais pela UNISINOS. Doutorando em Ciências Sociais pela mesma Instituição. Professor do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE. E-mail: [email protected].

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pontuais, com resultados concretos e a curto prazo. É preciso oferecer algo que signifique as ações, que tire do papel os ideais e as discussões levando para outro patamar o empreendimento gerando autonomia e segurança. Nessa direção, os trabalhos com este empreendimento tiveram início através de reuniões de aproximação, mobilização dos sujeitos envolvidos, diagnóstico e início da elaboração de um plano de negócios que norteará as práticas do grupo, bem como o aperfeiçoamento da sua identidade visual e elaboração de material de divulgação e a construção do trabalho coletivo através da assessoria pedagógica e técnica para o fortalecimento da economia solidária e do cooperativismo.

ReferênciasPEREIRA, Maria Isabel, Cooperativas de trabalho: O impacto no setor de serviços. São Paulo: Pioneira, 1999.

SARATT, Newton; MORAES, Rogério Pires. Cooperativas de trabalho: um diferencial inteligente, Porto Alegr: Ipsis Litteris, 1997.

SCHINEIDER, Jose Odelso. Democracia , participação e autonomia cooperativa. 2. ed. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 1999.