wayuri 3 2014 final

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Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN/São Gabriel da Cachoeira. Julho/Agosto/Setembro 2014 VII Encontro de Produtores Indígenas do Rio Negro rea- lizado em Barcelos, definiu o I Festival da Mandioca do Rio Negro para 2015 Movimento Indígena perde Moura Tukano De julho ao mês de agosto, a FOIRN, através das Coordenadorias Regionais, realizou cinco Assem- bleias Regionais, no Tiquié (Pari Cachoeira), Içana (Tunuí Cachoeira), no Alto Rio Negro (Juruti), no Baixo Rio Negro (Barcelos) e na região do Uaupés (Iauaretê). Nestes eventos foram discutidos vários assuntos de interesse as comunidades e povos indígenas que vivem nessa região. O tema cen- tral das discussões e debates foi “Fortalecimento da Gestão Territorial e Ambiental das Terras In- dígenas, valorizando o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro”. Pág 5-6 A mobilização pela valorização do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, tem os conhecedores tradicionais como principais integrantes. Na foto, dois conhecedores tradicionais palestram em Loiro - Uaupés.

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Edição 3/2014 do Wayuri. A edição resume as principais atividades realizadas pela FOIRN, Coordenadoria Regionais e associações de base nos meses de julho, agosto e setembro de 2014.

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Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN/São Gabriel da Cachoeira. Julho/Agosto/Setembro 2014

VII Encontro de Produtores Indígenas do Rio Negro rea-lizado em Barcelos, definiu o I Festival da Mandioca do Rio Negro para 2015

Movimento Indígena perde Moura Tukano

De julho ao mês de agosto, a FOIRN, através das Coordenadorias Regionais, realizou cinco Assem-

bleias Regionais, no Tiquié (Pari Cachoeira), Içana (Tunuí Cachoeira), no Alto Rio Negro (Juruti),

no Baixo Rio Negro (Barcelos) e na região do Uaupés (Iauaretê). Nestes eventos foram discutidos

vários assuntos de interesse as comunidades e povos indígenas que vivem nessa região. O tema cen-

tral das discussões e debates foi “Fortalecimento da Gestão Territorial e Ambiental das Terras In-

dígenas, valorizando o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro”. Pág 5-6

A mobilização pela valorização do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, tem os conhecedores tradicionais como principais integrantes. Na foto, dois conhecedores tradicionais palestram em Loiro - Uaupés.

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Denunciamos a situação da saúde indígena no Rio Negro. Como fazer para que nossos conhecimentos tradicionais continuem sendo praticados e transmitidos para próximas gerações?

Destacamos nesta edição (capa) a carta de repúdio que elaboramos

e publicamos sobre a situação da saúde indígena no Rio Negro, que é um

re!exo da realidade da saúde indígena no nosso país.

De junho a agosto, levamos para as bases através de Assembleias

Regionais a discussão sobre a valorização de conhecimentos tradicionais e

conservação de biodiversidade no Rio Negro.

Está mais que comprovado pela ciência dos brancos que nossa forma

de viver e de relacionar com a natureza é fundamental para a vida no pla-

neta. Sem saber ou prestar atenção naquilo que fazemos todos os dias nas

nossas comunidades, estamos contribuindo para que problemas ambientais

globais, como aquecimento global e outros sejam combatidos através de

!oresta em pé. Recentemente, foi veiculado pela mídia aternativa que as

Terras Indígenas, são as áreas mais preservadas no brasil, como em todos

os lugares no mundo, onde vivem grupos indígenas. E isso, só é possivel por

que conhecimentos de como cuidar e relacionar com a natureza nos foi re-

paradas pelas gerações passadas. E, é muito importante que esses conhe-

cimentos continuem sendo transmitidos para as futuras gerações.

Consciente da importância da valorização da nossa cultura, das nos-

sas línguas e das formas de transmissão de conhecimento, a FOIRN através

de suas 5 coordenadorias regionais, vem mobilizando e discutindo nas ba-

ses, a importância da preservação e transmissão desses conhecimentos e

saberes. Um preparativo para a Assembleia Geral da FOIRN, que será rea-

lizado em Santa Isabel do Rio Negro, em novembro, e terá como tema

central o mesmo em discussão e debate nas bases. O que fazer para

que nossos conhecimentos e a nossa forma de viver na comunidade não

apenas seja valorizado mas, também continue sendo transmitido às novas

gerações? Convidamos você leitor a re!etir e participar dessa discussão e

construção.

Estamos levando a você a nossa terceira edição do Wayuri - boletim

informativo que propõe levar informações e conhecimentos sobre as ativi-

dades da FOIRN e outros temas de interesse dos povos

indígenas do Rio Negro. Boa leitura!

Almerinda Ramos de LimaPresidente da FOIRN (2013-2016)

Diretoria executiva (2013-2016)Almerinda Ramos de Lima (Tariana) - PresidenteIsaias Pereira Fontes (Baniwa) - Vice Presidente

Marivelton Rodriguês Barroso (Baré) - DiretorNildo Jose Miguel Fontes (Tukano) - Diretor

Renato da Silva Matos (Tukano) - Diretor

Parceria

Apoio institucional

Av. Àlvaro Maia No 79/CentroSão Gabriel da Cachoeira/Am

Caixa Postal 31 - CEP: 69750-000Tel (97) 3471-1632

Fundada em 30 de abril de 1987, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), assume o compromisso de defender os direitos dos povos indígenas que habitam a região do Rio Negro. Compõe-se de 5 Coordenadorias Regionais (CABC, COITUA, COIDI, CAIARNX e CAIMBRN), onde reúne 93 associações de base que representam as comunidades distribuídas ao longo dos princi-pais rios formadores da bacia do Rio Negro.

São cerca 750 aldeias onde habitam mais de 55 mil índios, compreendendo apro-ximadamente 10% da população indígena do Brasil. As 23 etnias das famílias linguísticas Tukano, Maku, Aruak e Yanomani comparti-lham entre si, uma área de 11,6 milhões de hectares de terras indígenas demarcadas que compreende os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Bar-celos.

Com visão no futuro, a FOIRN atua para garantir aos povos indígenas instrumen-tos para o reconhecimento, respeito, valoriza-ção da cultura e a garantia dos Direitos Indí-genas conquistados na Constituição Federal. Trabalha também para formular e desenvolver projetos nas áreas de saúde, cidadania, educa-ção escolar, economia, ações de etnodesenvol-vimento e sustentabilidade.

A FOIRN

EDITORIAL

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Saúde Indígena no Rio Negro está em caos

A FOIRN cumprindo seu papel de Controle Social, levou a discussão e debate da saúde indígena nas Assemblei-as das Coordenadorias Regionais (ver página 4) desde inicio de junho deste ano, com a proposta de realizar um diagnós-tico sobre a situação atual da Saúde indígena no Rio Negro.

Nas cinco Assembleias Regionais realizados nas bases (Pari Cachoeira - Tiquié, Barcelos, Juruti - alto Rio Negro, Tunuí Cachoeira - Içana e Iauaretê - Uaupés) os relatos e depoimentos de lideranças, de ACIS e alguns pro"ssionais de saúde foi a mesma: Saúde indígena em situação caótico.

Falta de medicamentos, problemas de logística, trans-porte de equipes e remoção de pacientes em condições pre-cárias e inadequadas, consequentemente, aumento de mor-talidade infantil e materna, desnutrição de crianças e idosos, são apenas alguns dos problemas.

Diante dessa situação, a FOIRN mobilizou lideranças indígenas para iniciar uma discussão e debate sobre a situa-ção. Desde então, foi criado uma agenda de trabalho conjun-ta e participativa dedicada ao assunto. O primeiro debate realizado com os pro"ssionais de saúde e funcionários do DSEI - Alto Rio Negro, foi realizado no dia 26 de julho em São Gabriel da Cachoeira. Com tema “Audiência participa-tiva sobre a situação administrativa do DSEI - ARN”, o evento reuniu mais de 70 participantes, desde barqueiros ao coordenador substituto do DSEI-ARN.

Depois de uma série de depoimentos, nas quais princi-palmente os barqueiros se mostraram revoltados com a situ-ação em que se encontram: não recebem salário há quase 2 meses. Os pro"ssionais apresentaram séries de di"culdades que encontram quando vão para a área, como as péssimas e inadequadas condições de trabalho.

Onde está o problema? O que fazer para resolver o problema? Durante a reunião, coordenada pelos Diretores da FOIRN e algumas lideranças indígenas, foram formados grupos de trabalho para apontar os problemas e propostas de melhoria e solução. Com varias propostas apresentadas, entre elas, a elaboração de uma Carta Denúncia sobre a Sa-úde Indígena no Rio Negro, para sistematizar os resultados dos GTs, foi formada uma comissão para a sistematizar as propostas e a elaboração da carta. Foi marcada uma próxi-ma reunião para leitura e aprovação da carta.

Pólos Base (Unidades de Saúde em pontos estratégicos) estão caindo. Acima (foto), pólo Base de Canadá- Rio Aiarí e abaixo, equipe de Saúde do DSEI chegando no Pólo Base Patos - Rio Papuri. Fotos: SETCOM/FOIRN

Telesaúde Indígena do Rio Negro. A FOIRN conta com parceria e apoio da Canadense e-KSS através do seu Programa “Telesaúde Indígena da Amazônia”, um programa pioneiro de empoderamento indígena cujos resultados representam um comprometimento por meio do “Programa Toda Mulher e Toda Criança” da Orga-nização das Nações Unidas. A e-KSS trabalha com a FOIRN para conduzir pesquisa, transferir conhecimento, promover colaboração, prover assistência técnica, educação e treinamento em saúde, com o objetivo de em-poderar os povos indígenas da Amazonia, assegurando desta forma a sustentabilidade de resultados em saú-de voltados às mulheres e crianças indígenas. Os Pontos do Telesaúde da fase experimental estão em: Pari Cachoeira, Iauaretê, Assunção do Içana e Taracuá.

SAÚDE INDÍGENA

Page 4: Wayuri 3 2014 final

Governo propõe Instituto Naci-onal de Saúde Indígena - INSI

Os problemas com a saúde indígena

não ocorrem apenas no Rio Negro, e sim,

no Brasil todo. Diante, dos problemas, o

Governo Federal lançou a proposta de

criação do Instituto Nacional de Saúde

Indígena (INSI).

Com isso, gerou ondas de protestos

e manifestações das principais organiza-

ções indígenas e indigenistas no país, en-

tre elas, a FOIRN, que divulgou uma mo-

ção de repúdio contra a proposta de cria-

ção do INSI, como resumo abaixo.

Porquê nos manifestamos contra a

criação do INSI? São vários motivos, a

principal delas, é que agindo assim, o

governo brasileiro desrespeita nossos

direitos garantidos na CF 1988 e, princi-

palmente o que consta no 169 da OIT,

onde, garante que nós povos indígenas

devemos ser consultados, antes de qual-

quer intervenção do estado brasileiro,

que esteja relacionados aos nossos inte-

resses. Que nesse caso da criação do

INSI não foi cumprido.

E ainda, de acordo com especialis-

tas no tema, mesmo com a criação do

INSI, os problemas não serão resolvidos,

correndo risco de ter a gestão do mesmo-

jeito está hoje, ou ainda pior.

FOIRN publica Moção de repúdio à proposta de criação do INSI pelo Governo Federal“A FOIRN vem por meio deste manifestar-se contrária à formação do Instituto Nacional de Saúde Indígena. Em pri-meiro lugar é notável a falta de preparação e discussão aberta, ou, de consulta aos povos indígenas garantida por Lei (OITI 169) de tal iniciativa. Apesar de no ano passado, 2013, serem realizadas Conferências Locais, Distritais e Naci-onal de Saúde indígena promovidas pela Secretaria de Saúde Indígena, SESAI, não foi sequer mencionada a ideia deste instituto. Ao tomar conhecimento da proposta governamental de estabelecer, contrariamente aos interesses dos povos indíge-nas, mais uma instância burocrática e normativa percebemos que os assuntos levantados pelas populações indígenas são diretamente negligenciados em favor de uma agenda criada sem dar voz às populações indígenas e suas organizações. Pro-por a criação de tal Instituto desta maneira vai contra toda a história e luta, debates, busca por autonomia e melhorias à saúde indígena. Na região do Rio Negro, ampla e diversa, o trabalho de debate vai além de uma convocação extraordiná-ria e imediata do CONDISI/DESEI-ARN para a apresentação de um modelo institucional externo, ou seja, com alicer-ce em teoria institucional e sem presença da população interessada. Os povos indígenas do Rio Negro se mobilizam atra-vés do movimento indígena há cerca de trinta anos e esta experiência mostra que a construção coletiva, o debate aberto e estruturado demanda grande esforço e tempo. Para a criação deste Instituto vemos que nenhum destes foi levado em conta. Sugerimos que os proponentes de tal Instituto respeitem a história da saúde indígena e elaborem uma proposta que seja condizente após debates, apresentações e conferências junto aos povos indígenas”

FOIRN publica Carta de denúncia sobre a situação da Saúde Indígena no Rio Negro

No dia 6 de agosto, foi re-

alizada a reunião na Câmara

Municipal de São Gabriel da Ca-

choeira, pela Comissão formada

na primeira reunião, para apre-

sentar a Carta de denúncia pro-

posta para leitura e aprovação.

Em seis páginas, a carta

inicia com o histórico de luta dos

povos indígenas pela qualidade

de vida, especialmente à saúde, e

as conquistas, como a criação do

subsistema de saúde indígena, e

posteriormente a criação dos

DSEIs.

Porém, Governo a"rman-

do que a gestão iria melhorar

mais, a responsabilidade foi re-

passada da FUNASA para o Mi-

nistério da Saúde (MS).

A justi"cativa é que a saú-

de indígena não fosse terceiriza-

da e que estando na responsabi-

lidade do MS, seria menos buro-

crático e as coisas iriam andar

mais. Criou-se a Secretária de

Saúde Indígena (SESAI), após 5

anos de criação, os problemas conti-

nuam os mesmos, apesar do aumento

de verbas para a saúde indígena, a

situação "cou ainda pior, como apre-

sentado acima.

A carta de denúncia elaborada,

apresenta os principais problemas e

propostas de solução, classi"cando,

as ações necessárias em: ações de

urgência, de curto e médio Prazo e

de longo prazo.

A Carta termina exigindo que

instituições como o Ministério Púbi-

co Federal, Comissão Nacional de

Política Indigenista, FUNAI, Minis-

tério da Justiça, Ministro da Saúde,

Secretário da SESAI, CGU, TCU e

Chefe Distrital da Saúde Indígena no

Rio Nego, cumpram suas responsabi-

lidades e atribuições nesse processo.

Leia a carta na internet nesse link:

http://zip.net/bxpd9X

Ou pode ter acesso ao documento

procurando uma cópia na FOIRN em

São Gabriel da Cachoeira.

SAÚDE INDÍGENA

4

Page 5: Wayuri 3 2014 final

5

Valorização dos Conhecimentos Tradicionais e Conservação de Biodiversidade foi o tema das cinco Assembleias Regionais da FOIRN.

Está mais que comprovado pela ciência ocidental através de

estudos e pesquisas, que nosso modo de viver e de nos relacionar

com a natureza, é fundamental não apenas para nós, como para a

existência no planeta. Um exemplo. As áreas mais protegidas e me-

lhor conversadas no Brasil e no mundo, são aquelas onde vivem

grupos indígenas.

Isso só é possível por que temos conhecimentos que recebe-

mos dos nossos antepassados, relacionados a caça, a pesca, a medi-

cina e outros. Atualmente a preocupação com os desa"os globais,

como mudanças climáticas, são grandes. E a necessidade de preser-

vação das !orestas, "ca cada vez mais indispensável para garantir o

futuro no planeta.

A FOIRN consciente de que os conhecimentos tradicionais

são fundamentais para a preservação e conservação de biodiversi-

dade, nesse ano, em novembro, realizará a XVIII Assembleia Geral

como tema dedicada para discutir e debater sobre o tema.

Mas, antes disso, como etapa preparatória, realizou cinco

Assembleias Regionais através das cinco Coordenadorias (CABC,

COITUA, CAIARNX, COIDI e CAIMBRN), também como o tema

“Valorização dos Conhecimentos Tradicionais e Conservação de

Biodiversidade”. Onde, cada regional, discutiu o tema de acordo

com sua especi"cidade, porém, como o mesmo objetivo: saber

como e se os conhecimentos tradicionais estão sendo transmitidos,

nas formas e espaços de transmissão tradicional, e debater elabo-

rar propostas visando a valorização destes.

Através das Assembleias Regionais foi possível discutir assun-

tos de interesse de cada regional e algumas comum para todas,

como a Saúde Indígena. As Assembleias realizadas em Barcelos -

Baixo Rio Negro e Juruti - Alto Rio Negro, tiveram como pauta

central a Demarcação de Terras Indígenas.

Pari Cachoeira - Alto Tiquié

A COITUA (Coordenadoria das Organizações Indígenas do

Tiquié e Uaupés), foi realizado entre 3 a 5 de julho em Pari Ca-

choeira, evento que reuniu 10 associações Indígenas.

Fortalecimento das associações de base e da Coordenadoria

Regional, alternativas econônicas e a valorização dos conhecimen-

tos tradicionais e conservação da biodiversidade foram debatidos

ao longo dos três dias de evento. Teve também a apresentação dos

objetivos e os eixos da Política Nacional de Gestão Territorial e

Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). Um dos resultados do

Participantes da Assembleia Ordinária da CAIARNX em Juruti - Alto Rio Negro

Participantes da Assembleia Ordinária da COITUA em Pari Cachoeira - Alto Tiquié

Onde vem os recursos !nanceiros para a realização das Assembleias Regionais? A Embaixada da Noruega através

de seu Programa de apoio aos Povos indígenas apoia o projeto  “ Fortalecimento das Coordenadorias Regionais e Fortalecimento Institucional da FOIRN”. A Embaixada da Noruega apoia projetos de organizações indígenas e indigenistas nas Américas, Ásia e África. A Noruega atua em defesa dos direitos indígenas, e principalmente, por reconhecimento do importantíssimo papel dos povos tradicionais no combate ao desmatamento e o aquecimento global. A Rainforest Fundation Norwegan apoia o Projeto “Direitos Indígenas, Fortale-cimento Institucional e Governança na Bacia do Rio Negro, Noroeste Amazônico”, que tem como objetivo principal garantir o Forta-lecimento Institucional, regional e externo do movimento indígena, viabilizando a discussão do Plano de gestão Ambiental e Territorial. As assembleias regionais foram apoiadas por estes projetos, entre outras fontes, entre eles o Projeto Bem viver "nanciado pela Horizon-te3000. Localmente, teve também o apoio da FUNAI e parceria de instituições parcerias locais como ISA, SEMEC-SGC e SEIND.

COORDENADORIAS REGIONAIS

Participantes da Assembleia Ordinária da CAIMBRN realizado em Barcelos.

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Participantes apresentam resultados de GTs em Iauaretê na Assembleia Ordinária da COIDI. Foto: Almerinda R.Lima/FOIRN

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lheiros para Conselho da Roça e 20 delegados para As-

sembleia Geral da FOIRN.

Tunuí Cachoeira - Rio Içana

Nos dias 20 a 23 de agosto, a CABC (Coordenado-

ria das Associações Baniwa e Coripaco), representantes

de 12 associações indígenas de 93 comunidades do Rio

Içana e a!uentes.

Na Assembleia foi realizado uma o"cina sobre

PNGATI e palestras sobre o Sistema Agrícola Tradicio-

nal do Rio Negro. Foi apresentado o histórico do Movi-

mento Indígena Baniwa e Coripaco, a história de luta e

as principais conquistas.

Um dos principais resultados da assembleia foi a

criação do “Conselho Kaali”, um espaço para discurtir

de forma estratégica e coordenada a gestão territorial e

ambiental do Território Baniwa e do Patrimônio Cultural

Baniwa e Coripaco.

O Conselho criado está em processo de organiza-

ção e composição (terá 45 conselheiros de várias catego-

rias, tendo, entre estes, os conhecedores tradicionais

como a base de formação do conselho).

Foi feita a recomposição da diretoria da CABC, a

indicação de 20 delegados para a Assembleia Geral da

FOIRN e a indicação de 2 conselheiros para o Conselho

da Roça Local (São Gabriel da Cachoeira).

Iauaretê - Uaupés

A COIDI (Coordenadoria das Organizações Indíge-

nas do Distrito de Iauaretê), reuniu 12 associações indí-

genas em Iauaretê entre 25 a 27 de agosto para discutir

“Alternativas Sustentáveis para Gestão Territorial e

Conservação de Biodiversidade no Distrito de Iauaretê”.

Além do tema principal da Assembleia, foram dis-

cutidos vários temas, como fortalecimento das associa-

ções de base e da COIDI. A Assembleia da COIDI tam-

bém de"niu delegados para a Assembleia da FOIRN em

novembro.

Em todas as assembleias regionais realizados, di-

retores da FOIRN e Departamentos estiveram presentes

para apresentar relatórios de atividades e compartilhar

informações sobre direitos indígenas e assuntos de inte-

resse dos povos indígenas.

COORDENADORIAS REGIONAIS

evento foi a indicação de dois conselheiros para o Conse-

lho de Roça Local (SGC) no âmbito do Sistema Agrícola

Tradicional do Rio Negro.

Barcelos - Baixo Rio Negro

Em Barcelos, a Assembleia da CAIMBRN (Coor-

denadoria das Associações do Médio e Baixo Rio Negro),

realizada nos dias 30 de julho a 01 de agosto, discutiu,

além do tema principal, o Ordenamento Territorial e

Pesqueiro e Demarcação das Terras do Médio e Baixo

Rio Negro.

Os participantes da assembleia, elaboraram e pu-

blicaram uma moção de repúdio ao ataque aos direitos

indígenas em Barcelos, pois, lá, lideranças indígenas vem

sofrendo ameaças por parte de uma minoria contrária a

Demarcação de Terras, que, também, incitam ódio contra

as lideranças e parceiros, através de mobilizações em

meios de comunicação, como as redes sociais. Espalhando

mentiras e falsas a"rmações sobre a luta do movimento

indígena local e regional.

Na assembleia foi apresentada uma proposta de

adesão de mais uma associação indígena à FOIRN. A

proposta foi aceita e aprovada pela assembleia. Portanto,

a CAIMBRN, passa a ter agora, 12 associações de sua

abrangência, como a adesão da NACIB (Núcleo de Artes

e Cultura Indígena de Barcelos).

Juruti - Alto Rio Negro

A Assembleia Ordinária da CAIARNX (Coordena-

doria das Associações Indígenas do Alto Rio Negro e

Xié), foi realizado em Juruti 14 a 16 de agosto. O evento

reuniu associações da região do Alto Rio Negro (acima

de São Gabriel da Cachoeira) e Rio Xié.

Além do tema central, foram discutidos assuntos

como a reativação do extrativismo da piaçava, objetivos e

eixos da PNGATI, demarcação de Terras Indígenas Cue-

Cué e Marabitanas), impactos da Operação do Exercito

Brasileiro na Ilha das Flores nas comunidades indígenas.

Foram feitas recomendações e propostas pela as-

sembleia, que "nalizou com a indicação de dois conse-

Participantes da V Assembleia Ordinária da CABC, realizada entre 20 a 23 de agosto em Tunuí Cachoeira, na qual, foi criado o “Conse-lho Kaali”. Foto: SETCOM=FOIRN

Page 7: Wayuri 3 2014 final

ACIR comemora 21 anos em Cartucho

O"cinas, palestras e depoimentos de lideranças históricas do Movimento Indígena do Rio Negro marca-ram o Seminário de Comemoração de 21 anos da Asso-ciação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas (ACIR), em Cartucho - Médio Rio Negro entre 31 de agosto a 02 de setembro.

Mais de 130 pessoas de 13 comunidades indígenas do médio Rio Negro se reuniram para ouvir e conhecer a história de luta do movimento indígena no Rio Negro e especi"camente da região do Médio Rio Negro. Libório Diniz e Braz França, foram os palestrantes sobre o his-tórico do movimento. Di"culdades, ameaças, e desa"os na época foram os principais destaques dos relatos.

“Na época, os políticos daqui (Santa Isabel do Rio Negro), diziam que estávamos invadindo município de-les, e que deveríamos voltar para São Gabriel da Cacho-eira, por que aqui, não existia mais índios”- lembra o Libório.

“É muito importante aos mais jovens conhecerem o his-tórico de luta e conhecer as conquistas, pois, assim, con-tinuaremos nos fortalecendo”- comentou Marivelton Rodriguês Barroso, Diretor da FOIRN mediador das pa-lestras.

O evento encerrou com a festa de comemoração de 21 anos, que teve como atração principal o II Festi-val da Dança da Mandioca (Maniaka Murasy).

UNIDI realizou Assembleia em Loiro no

Médio Uaupés Fazia mais uma década que a União das Nações In-dígenas do Distrito de Iauaretê (UNIDI), não conseguia realizar uma assembleia para discutir demandas e soluci-onar problemas. Com apoio de instituições parcerias (ver página 5) realizou assembleia ordinária na comunidade Loiro no médio Uaupés entre 21 a 23 de agosto. O evento reuniu mais de 150 participantes de 12 comunidades.

Entre os principais temas em discussão e debate foi a regularização e fortalecimento da associação. Todos os participantes concordaram que a associação é muito im-portante para eles buscarem seus direitos e como também lutar pela melhoria da qualidade de vida para as comuni-dades locais, de abrangência. E por isso, deve ser fortale-cida para atuar de acordo com seus objetivos.

Discutiu-se também a importância da valorização das antigas lideranças, alguns presentes, como Armando Maia, Jose Maria e Flávio Carvalho, estes eles tem muito a contribuir no processo de fortalecimento da associação, como também na discussão de tema sobre os conhecimen-tos tradicionais.

A Diretora Presidente da FOIRN, Almerinda Ra-mos de Lima participou do evento, onde, apresentou as principais atividades e projetos da FOIRN, como também informações atualizadas sobre a luta do movimento indí-gena do Rio Negro e do Brasil.

Os alunos da escola da comunidades colocaram no local do evento artesanatos e trabalhos sobre a cultura indígena, e participaram em massa a assembleia.

ASSOCIAÇÕES DE BASE

Manoel de Lima da comunidade de Nova Esperança (Uaupés) e dona Maria Viera da comunidade Loiro (Uaupés), palestram na VII Assembleia da UNIDI. Foto: Almerinda R. Lima/FOIRN

Diretoria da ACIR comemora os 21 anos da associação junto com participantes de 13 comunidades e convidados em Cartu-cho - Médio Rio Negro. Foto: SETCOM-FOIRN

A Associação das Mulheres Indígenas do Distri-to de Iauaretê (AMIDI) realizou VI Assembleia Assembleia em Iauaretê nos dias 7 a 9 de julho

Os temas da Assembleia foram: Saúde da Mulher, Direitos da Mu-

lher (Lei Maria da Penha), Concepção própria das mulheres indíge-

nas sobre a saúde, revisão e aprovação do Estatuto da AMIDI, Al-

coolismo entre os jovens da região de Iauaretê. Mais de 100 pesso-

as, sendo a maioria mulheres indigenas participaram do evento. As

participantes recomendaram que é muito importante que eventos

como essa assembleia fosse realizada, para que as mulheres, jovens

tenham conhecimentos de seus direitos. O evento foi realizado em

parceria e apoio com a FOIRN, que também contou com participa-

ção e apoio da FUNAI, DSEI/CASAI e Conselho Tutelar. Presi-

dente da FOIRN, Almerinda Ramos e Lima e Francinéia

Fontes, vice-Coordenadora do DMIRN.

Mulheres debatem temas de interesse na Assembleia da AMIDI em Iauaretê - Uaupés. Foto: Almerinda R. LIma/FOIRN

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I Festival da Mandioca será em Barcelos (AM)Apresentações culturais, exposição e vendas de artesanatos, jogos indígenas, o"cinas, palestras temáticas são algu-mas das propostas feitas na pré-programação do I Festival da Mandioca que será realizada em Barcelos. “Um even-to que vai contribuir na valorização, divulgação da Cultura Indígena do Rio Negro e a luta pelos direitos” - a"rma Marivelton R. Barroso, diretor da FOIRN presente no VIII Encontro de Produtores Indígenas.

ECONOMIA INDÍGENA

VIII Encontro de Produtores Indígenas de!niu o I Festival da Mandioca para 2015

" Barcelos foi o local do VIII Encontro de Produ-tores Indígenas do Rio Negro, evento realizado pela FOIRN através da Wariró - Casa de Produtos Indíge-nas do Rio Negro." O evento aconteceu entre 13 a 15 de agosto, e reuniu mais de 50 participantes, vindos das cinco co-ordenadorias regionais. " Na abertura oficial do evento, Marivelton Ro-driguês Barroso - Diretor da FOIRN, falou da impor-tância do evento na região do Baixo Rio Negro e que a discussão sobre a economia indígena é uma das lutas do movimento indígena do Rio Negro." Em três dias de encontro, foram apresentadas experiências de economia indígena desenvolvidas ao longo do Rio Negro. Desde aos menos conhecidos como o movimento de artesãos do Alto Rio Negro até aos mais conhecidos, como a Pimenta Baniwa e banco Tukano. Experiências como o beneficiamento da “Castanha da Amazônia” pela Reserva Extrativista do Rio Unini, Núcleo de Artes e Cultura Indígena de Barcelos (NACIB), Associação dos Artesãos Indígenas da Comunidade Areial (AAICA) e da Associação das Mulheres Indígenas do Distrito de Taracúa (AMIRT) do Rio Uaupés completaram as apresentações de ex-periências." As apresentações de experiências foram impor-tantes para a troca de experiências entre os partici-pantes e expositores. Pois, nas exposições, as dúvidas foram esclarecidas. Houve também apresentação de parceiros e convidados como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), FVA e o IDAM-Barcelos. " O representante da CONAB apresentou os pro-gramas do Governo Federal como o PAA (Programa-ção de Aquisição de Alimentos), Programa Nacional de Alimentação Escolar e Compras Institucionais. " A discussão da política de preços de produtos indígenas foi um dos destaques do encontro. Para isso, experiências e orientações das gerentes da Wariró e da

Galeria Amazônica foram importantes para o entendi-mento de como é feito e definido o preço dos produtos. " O que faz você definir o preço de seu produto? Foi uma das perguntas orientadoras para a discussão de como os produtores definem os preços, feito por grupos organi-zados por coordenadorias regionais. “Cada regional tem sua especificidade, para nós povos do Tiquié e Uaupés, todos os produtos básicos são muito caros, por isso, pre-cisamos considerar isso”- disse um dos participantes, vin-do de Pari Cachoeira, Alto Tiquié." O exercício de discussão e definição da tabela de preço é importante para a Wariró de acordo com a Neiva de Souza, a atual gerente da Loja. “Trabalhamos com uma tabela de preços de 2008, por isso, propomos no encon-tro passado, para que nessa oitava edição, o foco da dis-cussão fosse a atualização de preços dos produtos”." A atualização de tabelas de preço feito em Barcelos, será levada em consideração a partir de agora, alguns va-lores de acordo com a gerente deverão ser reavaliados, e, e isso, será feito junto com os produtores que levarem seus produtos à loja.

Definido local do I Festival da Mandioca" Em outubro de 2o13, no sétimo encontro, foi pro-posto a realização do Festival da Mandioca do Rio Negro, como um evento cultural para troca de experiências, valo-rização e divulgação da cultura indígena do Rio Negro. " E em Barcelos, os grupos de trabalhos, também discutiram e apresentaram uma pré-proposta de progra-mação do festival. Locais como São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro foram alguns nomes citados, mas, a maioria indicaram Barcelos para sediar o primeiro Festival da Mandioca, em setembro de 2015. “Ter o I Fes-tival da Mandioca aqui em Barcelos vai ser importante, pois, vai fortalecer ainda mais a luta pelos nossos direitos, entre estes, à demarcação de nossas terras (em processo), todos os que vierem serão muito bem-vindos” - comemo-rou o Clarindo Campos da etnia Tariana, líderança indí-gena, fundador do NACIB.

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PERDEMOS MOURA TUKANO. Um dos principais líder do movimento indígena no Amazonas, o tukano Manoel Moura morreu no dia 3 de agosto em Manaus, aos 61 anos de idade. Manoel deixou um legado importante na construção e estruturação do movimento indígena, com passagens importantes em entidades como a Coordenação das Organizações Indígenas Brasileira (Coiab), da qual foi o primeiro coordenador em 1989, além de ajudar diretamente na criação de várias organizações indígenas no Rio Negro. Ultimamente,

uma das atividades de Manoel Moura era realizar palestras em defesa da Amazônia e as riquezas da região, entre as quais minério, madeira, petróleo e a terra. E fazia parte da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI). Moura Tukano nasceu em Pari Cachoeira Rio Tiquié . A morte do Moura Tukano repercutiu a nível nacional, e foi homenageado pelas principais organizações indígenas e indigenistas do país, lembrado como grande líder indígena Brasileiro

" O II módulo do Curso Básico de Formação em PNGATI reuniu 25 cursistas e mais servidores da FUNAI no espaço Público do ISA, entre 04 a 08 de agosto em São Gabriel da Cachoeira. Des-sa vez, foi da vez do geógrafo Lucas P Lima, discutir conceitos e os processos de elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), um instrumento necessário para a implementação do PNGATI. " Foi trabalhado as etapas de elaboração do etnomapeamento e etnozoneamento. Os cursistas exercitaram a elaboração de mapas, e levaram como tarefa a fazer para nas comunidades o exercício de elaboração de PGTA e a tradução de termos usados na PNGATI para as línguas indígenas. Os resultados serão apresentados no ter-ceiro módulo, previsto para novembro. O curso terá 4 módulos e, é realizado pela FOIRN em parceria com o ISA e apoio do PDPI.

FORMAÇÃO

II Módulo do Curso Básico de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI)

Foto: Joselma Lana Marques

FOIRN em parceria com Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza curso de Formação Avançada para Ges-

tores de Projetos Indígenas. " Aconteceu entre 12 a 16 de setembro, a primeira etapa de mais uma turma do Pro-grama de Formação Avançada para Gestores de Projetos Indígenas realizada pela FOIRN em parceria com UFPE e apoio do MEC. O curso reuniu 10 participantes em São Gabriel da Cachoeira, para as aulas via video confe-rência com o Professor Renato Athias. O pri-meiro módulo teve como tema “Realidade Indígena Local e Brasileira - Levantamento de projetos na região e implementação”. " O curso é coordenado pelo Departa-mento de Educação da FOIRN e terá 5 módu-lo, sendo três presenciais e duas de etapas em em campo (nas comunidades).

II Encontro para elaboração do Plano de Manejo de Recursos Pesqueiros no baixo Uaupés

" O Encontro foi realizado pela COITUA em parceria com a AEYTIM/FOIRN/FUNAI e ISA, em Monte Alegre - baixo Uaupés, entre 6 a 16 de agosto. No encontro foram apresentadas aos participantes conceitos e entendimento da cartografia e tipos de mapas. Para assim, apoiar no exercício de elaboração de mapas com identificação de lugares sagrados, e locais de uso pelas comunidades. Onde, também foi discutido amplamente o papel dos Agentes Indígenas de Manejo Ambienntal (AIMAS), no processo de de elaboração do plano que se encontra em processo.

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ALTERNATIVAS ECONÔMICAS

Fundo Wayuri: Criado para a participação das associacões indigenas, parceiros e pessoas físicas na arre-cadação de recursos "nanceiros, o Fundo Wayuri é uma das formas de você participar no fortalecimento do Movimento Indígena do Rio Negro para continuar a luta pelos Direitos Indígenas. O recurso arrecadado é investido no fortalecimento das associacões de base, Coordenadorias Regionais e manutenção da FOIRN. A gestão do fundo é feita por uma Coordenação onde há participação da diretoria da FOIRN, Conselho Dire-tor, Conselho Fiscal e Associações de base. O cenário em que vivemos hoje, exige, que nossas organizações estejam cada vez mais fortes e você pode contribuir nesse processo. Participe colaborando:Banco do Brasil Ag. 1136-3 C/C: 17.563-3. (envie seu comprovante de depósito ou transferência para nós:

[email protected])

O!cina de discussão para a reativação do extrativismo da Pia-çava foi realizada Cumati no Rio Xié. A FOIRN em parceria com a Fundação Vitória Amazônica (FVA), atendendo as demandas das comu-nidades, vem desde 2013 realizando um projeto de estudo de viabilidade de reativação de extração da piaçaba na região do Rio Xié (a!uente do Rio Negro). A o"cina realizada em Cumati, reuniu 10 comunidades e cerca de 130 participantes, na qual foram discutidos e debatidos as pau-tas - Desenvolvimento Sustentável na região; - Discussão do processo de reativação do extrativismo da piaçava como forma de geração de renda para as comunidades indígenas.

Vai começar a primeira temporada do projeto comunitário de pesca no Rio Marié. No dia 10 de setembro, a ACIBRN (Asso-ciação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro), recebeu os materiais para o inicio das atividades do projeto Comunitário de Pesca no Rio Marié, que já tem data prevista para começar: 25 de setembro, que irá a novembro. Como já publicamos na edição anterior deste boletim, a empresa Untamed Angling do Brasil, foi a selecionada para operar no Marié, nos locais, definidos pelo estudo de viabilidade e im-pactos ambientais, já está iniciando a primeira etapa da atividade, que é a formação de guias de turismo e motoristas fluviais.

FUNAI em parceria com a FOIRN apoia a reativação do Projeto de be-ne!ciamento de arroz em Ucuqui Cachoeira - alto Aiarí. Entre 5 a 8 de agosto, equipe composta por representante da FOIRN (Isaias Fontes), FUNAI e IDAM realizaram uma viagem até Ucuqui Cachoeira - Alto Aiari, com objetivo de iniciar a reativação da produção artesanal de arroz. A ação faz do Plano de Ação pactuado com a FUNAI.

Conselho da Roça Local (São Gabriel da Cachoeira) realizou primeira reunião em São Gabriel da Cachoeira, no início de setembro. A I reunião do Conselho da Roça Local (São Gabriel da Cachoeira) aconteceu no dia 3 de setembro, reuniu os conselheiros indicados nas assembleias regionais. A reunião apontou que: (a) - É necessá-rio profundar e expandir a difusão do patrimônio com realização de um seminário para debater especificidades e variedades; (b)- valori-zação econômica ver a possibilidade de construção da Associação Direto da Roça; (c) - Elaboração do regimento interno de funciona-mento do Conselho Local e; (d) - Tornar ao conhecimento publico da formação do Conselho da Roca através de campanhas de divulgação nos meios de divulgação disponível. Na foto ao lado, professora

Sandra Gomes apresenta a experiência do SAT-RN em Tunuí Cachoeira, Médio Içana duran-te a V Assembleia Regional da CAB e colabora na discussão sobre o assunto.

Foto: SETCOM-FOIRN

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A O"cina realizada em Cumati discutiu as etapas principais de extrativismo e comercialização da piacava. Foto: SETCOM-FOIRN

A diretoria da ACIBRN recebe materiais em Tapurucuara Mirin, e as primeiras atividades (treinamentos são iniciados) . Foto: CAIMBRN

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INSTITUCIONAL

Como funciona a FOIRN? A FOIRN foi fundada no dia 30 de abril de 1987 durante a II Assembleia Geral dos Povos Indíge-nas do Rio Negro. Na época de criação a grande bandeira de luta era a demarcação das Terras Indíge-nas, e hoje, continua sendo, um dos principais objetivos e motivos de existência. Atua em diferentes fren-tes, como a valorização da identidade e cultura, educação, alternativas econômicas e geração de renda entre outros. Para atender toda essa demanda é necessário recursos humanos quali"cados e recursos "nanceiros para a manutenção dos mesmos, além da estrutura e equipamentos. Atualmente, a FOIRN é uma das maiores organizações Indígenas do país. Para que isso seja possível, a instituição segue rigorosamente o Plano Estraté-gico, que orienta as ações dos Departamentos e Setores de atividades. O Plano Estratégico é revisado anualmen-te, onde ações, objetivos e metas são revisadas e atualizadas. O Conselho Diretor, a segunda instância mais im-portante de decisão política da FOIRN acompanha as ações da Federação através do Plano Estrategico. Visite o

site da FOIRN e saiba mais: www.foirn.org.br

XVIII Assembleia Geral da FOIRN será em Santa Isa-

bel do Rio Negro em Novembro. As Assembleias da

FOIRN serve para: I – Estabelecer as metas e plane-

jamentos do trabalho da FOIRN; II – Analisar e apro-

var as ações desenvolvidas pela Diretoria da FOIRN;

III – Analisar e aprovar as contas da FOIRN;IV – Dis-

cutir e aprovar alterações no estatuto da FOIRN; V –

Eleger os membros da Diretoria e do Conselho Diretor,

dentre aqueles candidatos pré-selecionados pelas as-

sembleias regionais; VI- Aplicar penalidades a mem-

bros da Diretoria, nos casos previstos neste estatuto.

Departamentos de Educação, Mulheres Indígenas e Juventude da FOIRN. Os Departamentos da FOIRN estiveram presentes nas Assembleias Regionais da FOIRN, para apresentar as atividades realizadas e planejamentos de atividades voltadas para usas áreas de atuação. No inicio de setembro, o Coordenador do Depar-tamento de Educação, Ivo Fontoura, participou da O"cina de Produção de Materiais Didáticos realizado pelo Ob-servatório de Educação Escolar Indígena da Universidade Federal de São Carlos/SP, na coordenação da professo-ra Clarice Conh. A o"cina reuniu professores Baniwa, pesquisadores e membros do Observatório para iniciar o processo de elaboração de materiais didáticos especí"cos. Foram previstas mais duas o"cinas para esse ano. Re-presentantes da FUNAI e SEMEC-SGC também estiveram presentes da reunião. Foto acima: Coordenadora do DAJIRN, Adelina Sampaio (centro), leva o Estatuto de Adolescentes e Jovens para às bases.

FOIRN participa de eventos da RFN na NoruegaRepresentando a FOIRN, Diretor Marivelton R. Barroso,

participou de 15 a 17 de setembro em Hurdalsjoen, Noru-

ega, o Seminário de 25 anos da Rainforest, evento que

reuniu cerca de 60 pessoas representantes de organiza-

ções parceiras como a Foirn e ISA e 40 pessoas da Rain-

forest. Os temas principais do Seminário foram: 25 anos

da RFN e a proteção da Floresta tropical baseada nos di-

reitos. “O que fazer para garantir o sucesso?, como ques-

tão orientadora dos debates e discussões. E no dia 18 de

setembro participou a Conferência internacional de co-

memoração da RFN, em Oslo, que também reuniu organi-

zações indígenas e parceiros apoiadas pela Rainforest em

25 anos de existência, com a presença do Rei da Noruega

Harald V.

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Foto: Divulgação RFN

Foto: SETCOM-FOIRN

Tema: “Programa Regional de Desenvolvimento In-dígena Sustentável: Fortalecimento da gestão terri-torial e ambiental das terras indígenas, valorizando o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro”.

XVIII Assembleia Geral da FOIRN

Santa Isabel do Rio Negro - 18 a 10/11/14

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Informativo

Edição: 3/2014. Jul-Agosto-Set

Setor de Comunicação/FOIRNRaimundo M. Benjamim Nivaldo da Silva Cordeiro

Textos e edição: Raimundo M. Benjamim, Almerinda R. Lima (Editorial)Fotos: Acervo FOIRNRevisão: Diretoria Executiva

Ao adquirir os produtos da Wariró, você além de você contribuir na geração de renda, estará colaborando na preserva-ção da cultura, dos mitos e história dos povos indígenas do Rio Negro

Os povos do Rio Negro conservam a sua rica cultura através de suas cestarias e cerâmicas que tem destaque nas formas, variedades e utilidade. O artesanato indígena não se desi-gna apenas para o uso doméstico, mas, tam-bém ao uso simbólico em rituais tradicionais.

Contato

[email protected]

vozes do Rio NegroFOIRN na Radio Municipal de São Gabriel da Cachoeira - AM

Terça-Feira 7hs a 8hs

WARIRÓ

O conteúdo deste boletim pode ser usados para fins educativos ou divulgação do Movimento Indígena desde que a fonte seja citada.

Quinta-Feira20 hs a 21hs

Ajude-nos a reconstruir o nosso espaço físico. Participe na reconstrução da Loja Wariró contribuindo e divulgando. Entre em contato e saiba mais:

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Antes do incêndio Depois do incêndio