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Revista de Inform´ atica Te ´ orica e Aplicada - RITA - ISSN 2175-2745 Vol. 27, Num. 2 (2020) 81-95 RESEARCH ARTICLE Water Resources Analysis: An Approach based on Agent-Based Modeling An´ alise de Recursos H´ ıdricos: Uma Abordagem Baseada na Modelagem de Agentes Giovani P. Farias 1 *, Bruna S. Leitzke 1 , M´ ıriam B. Born 2 , Marilton S. de Aguiar 2 , Diana F. Adamatti 1 Abstract: The paper aims to present a river basin modeling using GAMA platform for water resources analysis. Currently, several models based on multi-agent systems are used for natural resources management and they present satisfactory results for this type of scenario. GAMA is agents based and widely used in this context with several studies already published. In this study, the S ˜ ao Gonc ¸ alo and Lagoa Mirim basins were considered from georeferenced data. In the modeling, regions, and rivers are agents on the system where rivers water can flow among neighbors regions. Keywords: Multi-Agent Systems — Natural Resources — Agent-Based Model — GAMA Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar a modelagem de uma bacia hidrogr ´ afica para a an ´ alise do uso dos recursos h´ ıdricos utilizando a plataforma GAMA. Na atualidade, diversos modelos baseados em sistemas multiagente s ˜ ao utilizados para a gest ˜ ao de recursos naturais e apresentam resultado satisfat ´ orio neste tipo de cen ´ ario. A ferramenta GAMA ´ e baseada em agentes e amplamente utilizada neste contexto, com diversos estudos j ´ a publicados. Neste estudo, considerou-se a bacia hidrogr ´ afica S ˜ ao Gonc ¸ alo e Lagoa Mirim a partir de dados georreferenciados. Na modelagem, regi ˜ oes e rios s ˜ ao agentes no sistema, sendo que a ´ agua dos rios pode fluir entre regi ˜ oes vizinhas. Palavras-Chave: Sistemas Multiagente — Recursos Naturais — Modelo Baseado em Agente — GAMA 1 Programa de P´ os-Graduac ¸˜ ao em Modelagem Computacional (PPGMC) – Universidade Federal do Rio Grande (FURG) – Brasil 2 Programa de P´ os-Graduac ¸˜ ao em Computac ¸˜ ao (PPGC) – Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – Brasil *Corresponding author: [email protected] DOI: http://dx.doi.org/10.22456/2175-2745.94319 Received: 07/07/2019 Accepted: 26/09/2019 CC BY-NC-ND 4.0 - This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License. 1. Introduc ¸˜ ao Recursos naturais compreendem os elementos da natureza aos quais seres humanos utilizam para sua sobreviv ˆ encia, sendo estes renov ´ aveis ou n ˜ ao renov ´ aveis. Com a crescente demanda da populac ¸˜ ao mundial, estes recursos tornam-se escassos em algumas regi ˜ oes, al ´ em disso, o mau uso, a falta de gerencia- mento e, ` as vezes, o compartilhamento dos mesmos acarretam em graves conflitos [1, 2]. Modelos baseados em agentes s ˜ ao ferramentas que surgi- ram da necessidade de capturar melhor as caracter´ ısticas de sistemas complexos, em particular, os sistemas ecol ´ ogicos e sociais, pois abrangem v ´ arias ´ areas de estudo. Deste modo, a partir da simulac ¸˜ ao multiagente, ´ e poss´ ıvel projetar pol´ ıticas adequadas para resolver os problemas mencionados [3]. Modelagem multiagente simula sistemas com base na to- mada de decis ˜ oes e ac ¸˜ oes de atores individuais ou grupos de atores, nas interac ¸˜ oes entre si e com o ambiente em que est ˜ ao inseridos. A gest ˜ ao de recursos renov ´ aveis em sistemas com- plexos, principalmente o recurso h´ ıdrico no contexto da bacia hidrogr ´ afica, ´ e um importante meio na busca de poss´ ıveis soluc ¸˜ oes aos problemas enfrentados pelos interessados em um determinado ecossistema [4]. O gerenciamento de recursos naturais aliado a t ´ ecnicas de Sistemas Multiagente (SMA) e jogos de pap ´ eis (RPG - Role-Playing Game)s ˜ ao encontradas em diversos trabalhos e apresentam soluc ¸˜ oes interessantes. O RPG ´ e bastante utilizado em estudos de caso que buscam uma soluc ¸˜ ao compartilhada entre as partes interessadas de um sistema, sendo que esta abordagem auxilia na tomada de decis ˜ ao [4]. Al ´ em destas t ´ ecnicas, diversas ferramentas e plataformas s ˜ ao usadas em aplicac ¸˜ oes de SMA, entre as quais pode-se citar CORMAS e GAMA (GIS Agent-based Modeling Architecture)[5] ampla- mente difundas em pesquisas realizadas pelo grupo CIRAD, da Franc ¸a [6, 7]. Neste trabalho, prop ˜ oe-se como estudo de caso a bacia hidrogr ´ afica Mirim-S˜ ao Gonc ¸ alo, localizada no sudeste do Rio Grande do Sul, a qual possui abrang ˆ encia nas prov´ ıncias

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Revista de Informatica Teorica e Aplicada - RITA - ISSN 2175-2745Vol. 27, Num. 2 (2020) 81-95

RESEARCH ARTICLE

Water Resources Analysis: An Approach based onAgent-Based ModelingAnalise de Recursos Hıdricos: Uma Abordagem Baseada na Modelagem de Agentes

Giovani P. Farias1*, Bruna S. Leitzke1, Mıriam B. Born2,Marilton S. de Aguiar2, Diana F. Adamatti1

Abstract: The paper aims to present a river basin modeling using GAMA platform for water resources analysis.Currently, several models based on multi-agent systems are used for natural resources management and theypresent satisfactory results for this type of scenario. GAMA is agents based and widely used in this context withseveral studies already published. In this study, the Sao Goncalo and Lagoa Mirim basins were considered fromgeoreferenced data. In the modeling, regions, and rivers are agents on the system where rivers water can flowamong neighbors regions.Keywords: Multi-Agent Systems — Natural Resources — Agent-Based Model — GAMA

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar a modelagem de uma bacia hidrografica para a analise do usodos recursos hıdricos utilizando a plataforma GAMA. Na atualidade, diversos modelos baseados em sistemasmultiagente sao utilizados para a gestao de recursos naturais e apresentam resultado satisfatorio neste tipode cenario. A ferramenta GAMA e baseada em agentes e amplamente utilizada neste contexto, com diversosestudos ja publicados. Neste estudo, considerou-se a bacia hidrografica Sao Goncalo e Lagoa Mirim a partir dedados georreferenciados. Na modelagem, regioes e rios sao agentes no sistema, sendo que a agua dos riospode fluir entre regioes vizinhas.Palavras-Chave: Sistemas Multiagente — Recursos Naturais — Modelo Baseado em Agente — GAMA

1Programa de Pos-Graduacao em Modelagem Computacional (PPGMC) – Universidade Federal do Rio Grande (FURG) – Brasil2Programa de Pos-Graduacao em Computacao (PPGC) – Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – Brasil*Corresponding author: [email protected]: http://dx.doi.org/10.22456/2175-2745.94319 • Received: 07/07/2019 • Accepted: 26/09/2019CC BY-NC-ND 4.0 - This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

1. Introducao

Recursos naturais compreendem os elementos da natureza aosquais seres humanos utilizam para sua sobrevivencia, sendoestes renovaveis ou nao renovaveis. Com a crescente demandada populacao mundial, estes recursos tornam-se escassos emalgumas regioes, alem disso, o mau uso, a falta de gerencia-mento e, as vezes, o compartilhamento dos mesmos acarretamem graves conflitos [1, 2].

Modelos baseados em agentes sao ferramentas que surgi-ram da necessidade de capturar melhor as caracterısticas desistemas complexos, em particular, os sistemas ecologicos esociais, pois abrangem varias areas de estudo. Deste modo, apartir da simulacao multiagente, e possıvel projetar polıticasadequadas para resolver os problemas mencionados [3].

Modelagem multiagente simula sistemas com base na to-mada de decisoes e acoes de atores individuais ou grupos deatores, nas interacoes entre si e com o ambiente em que estaoinseridos. A gestao de recursos renovaveis em sistemas com-

plexos, principalmente o recurso hıdrico no contexto da baciahidrografica, e um importante meio na busca de possıveissolucoes aos problemas enfrentados pelos interessados em umdeterminado ecossistema [4].

O gerenciamento de recursos naturais aliado a tecnicasde Sistemas Multiagente (SMA) e jogos de papeis (RPG -Role-Playing Game) sao encontradas em diversos trabalhos eapresentam solucoes interessantes. O RPG e bastante utilizadoem estudos de caso que buscam uma solucao compartilhadaentre as partes interessadas de um sistema, sendo que estaabordagem auxilia na tomada de decisao [4]. Alem destastecnicas, diversas ferramentas e plataformas sao usadas emaplicacoes de SMA, entre as quais pode-se citar CORMAS eGAMA (GIS Agent-based Modeling Architecture) [5] ampla-mente difundas em pesquisas realizadas pelo grupo CIRAD,da Franca [6, 7].

Neste trabalho, propoe-se como estudo de caso a baciahidrografica Mirim-Sao Goncalo, localizada no sudeste doRio Grande do Sul, a qual possui abrangencia nas provıncias

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da planıcie costeira Uruguaio-Sul Riograndense. Alguns dosmunicıpios que a bacia engloba sao: Arroio Grande, Candi-ota, Cangucu, Capao do Leao, Chuı, Jaguarao, Pelotas, RioGrande e Santa Vitoria do Palmar, com uma area total de25.961,04 km2 [8].

A modelagem da bacia foi realizada na plataforma decodigo aberto GAMA, sendo considerado os dados geograficosda regiao de estudo, onde cada regiao hidrografica e seus riosforam considerados agentes no modelo. A simulacao possi-bilita diversas analises do ambiente, tais como: consumo deagua e taxa de producao por regiao, volume de agua dos riosem cada regiao e fluxo de agua entre rios de regioes vizinhas.

O artigo encontra-se organizado da seguinte forma. NaSecao 2 sao apresentados conceitos basicos sobre SistemasMultiagente. A Secao 3 apresenta os trabalhos relaciona-dos que envolvem tecnologias similares as propostas nestetrabalho. Na Secao 4 e introduzida a plataforma GAMAcom suas caracterısticas e funcionalidades. Na Secao 5 eapresentado o estudo de caso, bem como, a modelagem dabacia hidrografica com a utilizacao da plataforma GAMA. Asanalises das simulacoes, realizadas no modelo de bacia hi-drografica, estao na Secao 6. Finalmente, a Secao 7 apresentaas conclusoes e trabalhos futuros.

2. Sistemas MultiagenteO uso de Sistemas Multiagente atualmente abrange pesquisasdirecionadas a diversos temas sobre o gerenciamento de ecos-sistemas. Com essa tecnica e possıvel reproduzir o conheci-mento e raciocınio de varios agentes heterogeneos que, juntos,precisam resolver problemas comuns de planejamento [9]. Se-gundo [10], os agentes de um sistema devem cooperar, apren-der e agir de forma autonoma. Desta maneira, os classificaem:

i. agentes reativos, os quais reagem a eventos no ambienteem que estao inseridos de acordo com regras/normasespecificadas previamente;

ii. agentes de interface que tem o intuito de auxiliar ousuario nas diversas aplicacoes;

iii. agentes de informacao que auxiliam o usuario a encon-trar, classificar e filtrar informacoes provenientes deinumeras fontes da internet;

iv. agentes colaborativos, os quais cooperam entre si paraalcancar objetivos/metas.

Sistemas Multiagente constituem-se de diversos agentesinteragindo em um ambiente, sendo introduzidos na Computa-cao na decada de 80, porem, somente nos anos 90 tornaram-sepopulares [11]. Cada agente do sistema possui comporta-mento individual e deve ser capaz de interagir com os demaisde forma organizada, desta maneira sao relevantes as carac-terısticas de [12]: cooperacao, coordenacao, competicao enegociacao. Tais caracterısticas tornam-se importantes pois a

maioria dos problemas a serem resolvidos buscam uma ma-neira distribuıda de resolucao. Alem disso, muitos destes pos-suem elevada complexidade, tornando impossıvel encontrara solucao apenas com um agente. Em SMA, agentes podemcooperar em busca da solucao de um objetivo geral, sendoque, cada um destes possui seu proprio objetivo, mas juntos,podem alcancar uma meta maior [13, 12]. Os benefıcios deutilizar SMA sao diversos, tais como:

i. rapidez na resolucao de problemas visto a inerencia doprocessamento concorrente;

ii. aumento da flexibilidade e escalabilidade atraves daconexao de varios sistemas;

iii. aumento da capacidade de resposta a um determinadoproblema pelo fato de todos os recursos estarem locali-zados no mesmo ambiente.

No desenvolvimento de SMA, uma arquitetura comu-mente utilizada e a BDI (Beliefs, Desires and Intentions),baseada num modelo cognitivo que representa crencas, dese-jos e intencoes [14]. De acordo com [11] a arquitetura BDI eestruturada da seguinte forma:

i. crencas representam o que o agente sabe sobre si mesmo,sobre os demais agentes e sobre o ambiente ao qual estainserido;

ii. desejos representam os estados que o agente almejaatingir, geralmente sao tratados como objetivos;

iii. intencoes sao representadas pela sequencia de acoesque um determinado agente executa para alcancar umobjetivo.

Para simular sistemas complexos e necessario compreen-der a dinamica e o funcionamento caracterıstico deste tipode sistema. Eles podem ser representados por uma grandevariedade de interacao entre os agentes envolvidos. Algumasferramentas sao especıficas para a simulacao de SMA, sendoque, no estudo deste artigo, voltado para a bacia hidrograficaMirim-Sao Goncalo, foi escolhida a plataforma GAMA [5].

Outras ferramentas vem sendo utilizadas para a simulacaoem aplicacoes de SMA, os autores [15] utilizaram a estru-tura JaCaMo [16] (Jason [17], CArtAgO [18] e M OISE [19]),que cobre alguns dos nıveis de abstracoes necessarios parao desenvolvimento de SMA, para analisar um experimentode ecossistema urbano. Utilizando o modelo de simulacaodo consumo urbano no Netlogo, [20] analisaram os sistemasde alocacao e fluxo de agua, energia e alimento. Com o in-tuito de desenvolver um RPG (Role-Playing Game) chamadoReHab, [21] propuseram uma modelagem baseada em mul-tiagente para harmonizacao entre regeneracao de biomassa ehabitat de reproducao de aves migratorias protegidas, onde aimplementacao foi realizada na plataforma CORMAS [6].

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3. Trabalhos RelacionadosNa literatura, diversos trabalhos utilizam SMA no contexto dogerenciamento de recursos naturais, bem como a integracao deSimulacao Baseada em Multiagentes (MABS – Multi-Agent-Based Simulation) e Jogos de Papeis (RPG – Role-PlayingGames) aplicados juntamente a outras ferramentas.

No trabalho [22], os autores utilizaram a metodologiadenominada GMABS criada a partir da integracao do RPG eSMA. Com base nesta metodologia foram desenvolvidos doisprototipos: o JogoMan que consiste em um jogo de papeiscom um numero mınimo de jogadores os quais devem estarfisicamente presentes em local e horario especıfico.

No segundo prototipo chamado ViP-JogoMan, foi possıvelinserir jogadores virtuais que conseguissem reproduzir com-portamentos reais e capturar autonomia, habilidades sociais,reacao e adaptacao de jogadores reais. Os jogadores virtuaisforam modelados utilizando a arquitetura BDI e como con-clusao do trabalho os autores apresentam alguns resultadosde testes obtidos com os dois prototipos, bem como uma dis-cussao preliminar sobre como a insercao de jogadores virtuaisafetou os resultados do jogo.

Em [23] e relatado as experiencias e licoes aprendidas apartir da aplicacao de um modelo baseado em agente paraestudar as dinamicas e interacoes complexas entre as partesinteressadas no manejo florestal, gerenciadas por tres vilare-jos na Ilha Palawan (Filipinas). Neste modelo foi utilizada aabordagem Commod (The Companion Modeling), que con-siste na aplicacao de RPG e simulacao computacional, a fimde desenvolver um plano colaborativo de gerenciamento derecursos. A conclusao obtida nesta pesquisa foi que o uso deRPG e a simulacao multiagente permitiram aos pesquisado-res entender como os atores envolvidos agem em relacao atomada de decisao sobre um ambiente controlado e tambemcomo elaboram estrategias de gerenciamento de recursos.

No trabalho de [24], os autores apresentam um modelomultiagente criado a partir da abordagem Commod do Valedo Rio Kat, Cabo Oriental, Africa do Sul. Este SMA foi de-nominado KatAWARE e, neste trabalho, o objetivo foi proporuma metodologia detalhada para formalizar e sistematizar asfases de modelagem desta abordagem. No contexto, o estudode caso foi a bacia hidrografica de Kat River e a especificacaoda estrutura do sistema e sua dinamica foi representada emdiagramas baseados em UML (Unified Modeling Language).Dessa forma, o trabalho apresentou o processo de desenvol-vimento da ferramenta KatAWARE, em tres versoes conse-cutivas e melhoradas com o objetivo de agregar as inumerasfontes de conhecimento e dados, desenvolvendo um planode manejo coletivo. As informacoes obtidas em cada sessaode RPG deram suporte aos cenarios das simulacoes. E as-sim, o RPG provou ser uma ferramenta facilitadora nessasdiscussoes, onde a implementacao e as simulacoes foram im-portantes para explorar cenarios e discutir resultados.

O artigo [25] apresenta aspectos teoricos e experimentaisda abordagem Commod, utilizando como experimento o con-flito entre duas comunidades etnicas e um parque nacional

no norte da Tailandia. Nas sessoes de RPG, foram discuti-das questoes fundamentais sobre desmatamento, conservacaoda biodiversidade e meios de subsistencia da comunidade,e a partir disso, a informacao foi representada em um si-mulador multiagente. A conclusao desta pesquisa mostrouque as interacoes colaborativas entre pesquisadores e partesinteressadas aumentaram a comunicacao e a aprendizagemcoletiva, melhorando a gestao integrada do desenvolvimentosustentavel de recursos renovaveis.

Em [26], os autores propoem a criacao de um RPG, ba-seado na abordagem Commod, para facilitar a negociacaosobre o gerenciamento de escoamento erosivo. O Thegamefoi organizado em duas sessoes com dois diferentes comitesde gestao de bacias hidrograficas em Pays de Caux (Franca),com o objetivo de discutir e compartilhar conhecimentos so-bre o meio ambiente e as partes interessadas. As informacoesobtidas durante as sessoes de RPG forneceram suporte assimulacoes. Nos resultados relatados pelos autores, apesarda complexidade inerente do problema de gestao, o grupo dejogadores conseguiu reduzir o fluxo de erosao em 20% a 50%atraves de um dialogo sobre pastagens, estocagem e gestao doperıodo de entressafra.

O trabalho de [27] apresenta as mudancas no uso da terrana ilha de Ushan, que faz parte do Parque Natural Regionalde Armorique na Bretanha - Franca. Essa regiao sofreu desli-zamentos de terra, resultando em consequencias na paisagem,atividades tradicionais e biodiversidade. A partir da aborda-gem Commod, os pesquisadores, juntamente com o gerente dareserva da biosfera e o Centro de Estudos do Milieud, realiza-ram um estudo sobre as interacoes entre as dinamicas sociaise ambientais nesta ilha protegida. Os objetivos do trabalhoforam: a concepcao de um modelo, a implementacao de umSMA geografico e o desenho de um jogo de RPG, para auxi-liar na tomada de decisao das partes interessadas, no manejosustentavel do uso da terra, e na sinergia com as polıticas degestao local.

O SMA foi desenvolvido com base no metodo ARDI eprojetado e implementado na plataforma CORMAS no qualfoi refinado e validado em quatro etapas da discussao. Sessoesde RPG foram realizadas com indivıduos envolvidos no pro-jeto. Ao final de cada rodada do jogo, o SMA fornecia mapas,dados estatısticos e simulacoes em 2D e 3D que viabilizavaas mudancas de terra induzidas pelas acoes dos jogadores.Discussoes foram realizadas apos as sessoes onde as partes en-volvidas tiveram um olhar crıtico e compararam os resultadosdo jogo a realidade.

No trabalho [28], e desenvolvida a modelagem de umSMA para investigar as interacoes entre a disponibilidade deagua, terra e a migracao de mao-de-obra na producao de arroz,a partir do conhecimento previo de um grupo de produtores donordeste da Tailandia. Em primeiro lugar, famılias agrıcolasjogaram um RPG para descobrir a dinamica do ambiente emelhorar as novas sessoes de jogo, e depois, para desenvolvero SMA. Como resultado, os autores concluıram que essemodelo e uma ferramenta de comunicacao que pode ser usada

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por cientistas locais e agricultores e foi desenvolvida paratrocar e gerar conhecimento sobre as interacoes do uso deagua e terra, e migracao laboral.

Na pesquisa apresentada em [29], os autores analisama disseminacao de informacoes sobre o Manejo Integradode Pragas (MIP) em comunidades de pequenos agricultoresandinos, no Peru. Os pesquisadores desenharam um SMA dosistema agrıcola andino e entao, desenvolveram o RPG comomodelo de papeis. O jogo foi testado com 90 agricultores debatata sendo estes de seis comunidades em tres paıses. Aposas sessoes de RPG, os pesquisadores realizaram entrevistascom os agricultores e concluıram que o RPG baseado emSMA e uma ferramenta que pode ser usada para o ensino e adisseminacao de informacoes do MIP, o que permite reduzir avulnerabilidade aos riscos de pragas na regiao.

O trabalho [21] apresenta o jogo ReHab. E um jogo ba-seado em RPG usado para introduzir as principais ideias degestao natural para os alunos nos primeiros anos de um cursode pos-graduacao na area. O objetivo principal do jogo eencontrar o equilıbrio do ambiente e e dividido em duas fases:a primeira, onde os jogadores nao podem comunicar-se comos colegas e devem escolher suas acoes individualmente; asegunda, onde os estudantes comunicam-se com os colegas etomam suas decisoes sobre as acoes do jogo. Todo o sistemae computacional e cada jogador joga em um computador. Osautores concluıram que um RPG bem projetado permite queos jogadores modelem, aprendam e reflitam sobre as respostasdo sistema socioecologico de forma individual ou coletiva,considerando varios regimes de gerenciamento.

A ideia do trabalho em [30] e propor uma nova aborda-gem para modelar uma simulacao multiagente participativa,chamada KILT. Esta abordagem difere das abordagens KISS eKIDS, bem conhecidas na literatura, porque as simulacoes po-dem ser estilizadas para os ecossistemas sociais e estimulam aaprendizagem social das partes interessadas, onde estas jogamem cartoes e as acoes sao computadas em uma simulacaomultiagente. Os autores concluem que, com essa aborda-gem, o foco da interacao pode ser definido nas interacoesdo participante do computador (os participantes observama simulacao na forma de um publico de cinema) ou nasinteracoes participante-participante (os participantes podemintervir enquanto a simulacao e executada ou em intervalosfornecidos durante a corrida).

E importante ressaltar que, neste trabalho, optou-se por uti-lizar a plataforma de modelagem, desenvolvimento e simulacaobaseada em agentes GAMA, visto que, a mesma permiteuma integracao de forma mais rapida e clara com sistemas deinformacoes geograficas, o que contribuiu para uma importacaode forma mais facil dos dados referentes a bacia hidrograficaMirim–Sao Goncalo.

4. Plataforma GAMA

A plataforma GAMA1 (GIS Agent-based Modeling Archi-tecture) e um ambiente de desenvolvimento integrado com-pleto, que permite alternar de forma rapida e pratica entreperspectivas de modelagem e simulacao. GAMA e baseadana consolidada IDE (Integrated Development Environment)do Eclipse, utilizando os diversos recursos presentes nesteambiente de desenvolvimento, e e desenvolvida por variasequipes da unidade internacional de pesquisa UMMISCO(Unite de Modelisation Mathematique et Informatique desSystemes Complexes) no IRD (Institut de Recherche pour leDeveloppement) da UPMC (Universite Pierre et Marie Curie)como um projeto open source desde o ano de 2007.

A plataforma apresenta um editor que visa facilitar o tra-balho de modelagem e desenvolvimento do usuario (Figura 1),contendo ferramentas usuais de IDEs, tais como: coloracaoda sintaxe, compilacao e preenchimento automaticos e apossibilidade de formatar ou comentar linhas de codigo es-pecıficas. Alem disso, a IDE esta conectada a uma extensadocumentacao online, permitindo aos usuarios a obtencao deinformacoes sobre as diversas palavras-chave, operadores edeclaracoes disponıveis.

O ambiente de desenvolvimento integrado permite formu-lar e construir modelos baseados em agentes, a partir de dife-rentes conjuntos de dados, possuindo integracao com sistemasde informacoes geograficas (GIS - Geographic InformationSystem). Alem disso, a flexibilidade de sua interface permiteorganizar os paineis de visualizacao com comandos simplesde arrastar e soltar ou atraves de layouts predefinidos, apre-sentando uma ferramenta de inspecao/verificacao de agentes,a qual permite obter informacoes sobre um ou varios agentes(visao tabular), e tambem possui um mecanismo de buscadesenvolvido para a obtencao de informacoes e exemplos deuso dos diversos operadores presentes na plataforma.

A plataforma de desenvolvimento, modelagem e simulacaoGAMA [5] tem por objetivo fornecer ferramentas para desen-volver e testar modelos complexos por meio da integracaoentre programacao baseada em agentes, gerenciamento dedados geograficos, ferramentas de visualizacao flexıveis erepresentacao em varios nıveis [31, 32]. GAMA fornece umalinguagem de modelagem completa GAML (GAma ModelingLanguage) e um ambiente de desenvolvimento integrado quepermite formular e construir modelos de forma tao rapida efacil quanto no NetLogo [33], indo alem do que Repast (Re-cursive Porous Agent Simulation Toolkit) [34] ou que Mason(Multi-Agent Simulator Of Neighborhoods) [35].

Atualmente, GAMA e utilizada em varios modelos, como[36, 37] e tambem em projetos, como sistemas de apoio a de-cisoes ambientais [38], projetos urbanos [39], gerenciamentode recursos hıdricos [40], invasoes biologicas [41] e adaptacaoas mudancas climaticas ou mitigacao de desastres [7].

1https://gama-platform.github.io/

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Figura 1. Interface da bacia Mirim-Sao Goncalo na plataforma GAMA

(a) regioes (b) rios (c) regioes e rios

Figura 2. Representacao grafica da bacia hidrografica Mirim-Sao Goncalo

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(a) regioes numeradas (b) rios alagados (c) rios secos

Figura 3. Representacao das regioes, cenario de alagamento e seca extrema

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5. Modelagem do ProblemaUma bacia hidrografica pode ser considerada como uma parteterritorial importante para a hidrologia urbana, pois ela rela-ciona a geografia natural da regiao, a agua, a civilizacao ea populacao. Dessa forma, existe a necessidade de gerir asbacias hidrograficas a partir de questoes sociais, economicas eambientais. Neste trabalho, apresenta-se a modelagem de umabacia hidrografica com a utilizacao da ferramenta GAMA, quepermite lidar facilmente com dados geoespaciais e vetoriaisde sistemas de informacao geografica.

O modelo de dados GIS utilizado neste trabalho, repre-senta uma base de dados com informacoes geograficas, queencontra-se em tres arquivos no formato shapefile, contendoinformacoes geoespaciais da bacia hidrografica Mirim-SaoGoncalo. Esses arquivos, descrevem espacialmente qualida-des de vetores (pontos, linhas e polıgonos) para representaras regioes, capacidades de uso do solo e os rios presentes nabacia, sendo que, cada um desses itens possui ainda atributosque o descrevem, como: nome, codigo, area, comprimento,etc. A plataforma GAMA consegue separar esses itens emdiferentes camadas tematicas e representa-los de forma inde-pendente, permitindo trabalhar com eles de modo rapido esimples. Deste modo, cada regiao, tipo de capacidade de usodo solo ou rio pode ser considerado um agente especıfico comsuas proprias caracterısticas e atributos.

Na Figura 2a, por exemplo, pode-se visualizar o formatoe localizacao de cada regiao, bem como acrescentar o atributocor a cada uma delas com tonalidade propria. GAMA per-mite ao usuario relacionar as informacoes existentes atravesda posicao e topologia dos objetos, gerando assim novasinformacoes. Neste caso, considerando a juncao das informa-coes na Figura 2a (regioes) e na Figura 2b (rios), obtem-se arepresentacao presente na Figura 2c (regioes e rios), da qual,a plataforma consegue extrair novas informacoes e atributospara cada objeto, como associar um rio a uma determinadaregiao de acordo com sua localizacao.

Tabela 1. Atributos basicos da regiao conforme sua area.

regiao area km2 cons prd no rios vizinhos1 956.55 0.09 9.5 161 [9, 12]2 3402.83 0.34 34 358 [5, 9]3 2069.33 0.20 20.6 255 [4, 5, 6, 7]4 1016.72 0.10 10.1 24 [3, 5, 7]5 5306.11 0.53 53 216 [2, 3, 4, 7, 8, 9]6 448.17 0.04 4.4 66 [3]7 590.02 0.05 5.9 22 [3, 4, 5]8 1081.65 0.10 10.8 213 [5, 9]9 3178.26 0.31 31.7 503 [1, 2, 5, 8]

10 564.70 0.05 0 0 [11, 12]11 1199.01 0.11 11.9 24 [10, 12]12 5047.57 0.50 50.4 452 [1, 10, 11]

O modelo hidrografico presente neste trabalho e compostopor 12 regioes (Figura 3a), com caracterısticas distintas con-forme o tamanho de sua area (Tabela 1) ou de acordo comos tipos de capacidade de uso do solo presentes na regiao

(a)

(b)

(c)

Figura 4. Divisao da bacia hidrografica: (a) regioes; (b) tiposde capacidade de uso do solo; (c) capacidades de uso do soloassociadas a cada regiao

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Water Resources Analysis: An Approach based on Agent-Based Modeling

(Tabela 2). De acordo com a Tabela 1, cada regiao apresentavalores especıficos para taxa de producao de bens/servicos(prd ) e consumo de agua (cons), os quais, estao relacionadoscom o tamanho da sua area (area). Neste caso, regioes comuma area maior apresentam uma taxa de producao e consumode agua maiores.

O modelo hidrografico tambem fornece a subdivisao dabacia de acordo com o tipo de capacidade de uso do solo,conforme apresentado na Figura 4b. Deste modo, cada regiaopossui um conjunto com os diversos tipos de uso do solo queestao associados a sua posicao geoespacial (Figura 4c).

A Tabela 2 apresenta os valores da taxa de producao (prd )e consumo de agua (cons) de acordo com os tipos de capa-cidade de uso do solo associados a cada regiao (Figura 4c).Cada tipo de capacidade de uso influencia na producao (prd )e consumo (cons) de acordo com o valor de seu ındice “i” equantidade “qtd” presente na regiao Ti(qtd), ou seja, quantomaior o valor do seu ındice e quantidade na regiao, maiorsera a producao e consumo da regiao. Deste modo, o tipo quemenos produz e consome agua e T0, consequentemente, o tipoque mais produz e consome agua e T12. A bacia e compostapor 1.144 divisoes do solo de acordo com a sua capacidadede uso, sendo que, cada uma dessas divisoes pertence a umdos 13 tipos de uso do solo a seguir:

T0: (Figura 4b / cor azul) sao areas cobertas por agua.

T1: (Figura 4b / cor verde-azulado) areas inundaveis desdeperıodos muito pequenos a permanentes, submersas porriachos, rios e lagoas. Aproveitaveis com pastoreiro nosperıodos secos ou de baixo alagamento, algumas saoproprias a projetos de drenagem localizados. Os soloshidromorficos sao muito diversificados, sendo terrasproprias a cultivos perenes e pastagens temporarias.

T2: (Figura 4b / cor amarelo) sao terras arenosas costeirasque variam desde muito alagadas a dunas itinerantese transitorias. Comportam pastagens nativas ou culti-vadas, silvicultura ou areas arenosas sem uso agrıcola.Terras proprias a cultivos perenes e silvicultura.

T3: (Figura 4b / cor verde limao) sao areas rochosas que po-dem ser aproveitadas com silvicultura, pastagem nativaou ate mesmo atividades fora da agricultura devido aossolos rasos e rochosos, a ocorrencia de rochas e altasuscetibilidade a erosao. Solos rasos e rochosos, podemser aproveitadas com silvicultura e pastagem nativa.

T4: (Figura 4b / cor verde mar escuro) terras proprias a cul-tivos perenes e silvicultura. Areas proprias a rocasfamiliares de pequenas dimensoes. Predominam solosrasos muito suscetıveis a erosao.

T5: (Figura 4b / cor verde floresta) sao areas altas de relevoondulado a forte ondulado do complexo cristalino prin-cipalmente, com solos profundos, rasos, cascalhentos efortes declives. O controle dos processos erosivos deveser antecipado aos cultivos, sendo proprias a cultivosocasionais. Sao areas intermitentes favoraveis entreoutras rochosas proprias a cultivos anuais.

T6: (Figura 4b / cor verde escuro) sao areas de colinas gon-dwanicas (sedimentos do Triassico) de relevo suaveondulado com encostas ıngremes e processos erosivosnaturais acentuados. Os solos sao muito ferteis, imper-feitamente drenados e muito suscetıveis a erosao devidoa falta de agregacao entre as suas unidades estruturais.Terras proprias a cultivos anuais.

T7: (Figura 4b / cor laranja) sao as areas de coxilhas comrelevo ondulado, muito suscetıveis a erosao, em virtudedos declives acentuados. Possuem solos profundos demedia fertilidade. Terras proprias a cultivos anuais eaptas para cultivos araveis, com fortes limitacoes.

T8: (Figura 4b / cor laranja escuro) sao areas suave onduladasnas colinas interserranas que, por seus solos profundos,bem drenados e de media fertilidade, se inserem entre asterras altas onduladas ou rochosas. Sao proprias a agri-cultura tecnificada com riscos a erosao. Terras propriasa cultivos anuais e aptas para cultivos araveis, mas comalgumas limitacoes que restringem a escolha de plantasou requerem moderadas praticas de conservacao.

Tabela 2. Atributos basicos de cada regiao conforme seu conjunto de tipos de capacidade de uso do solo.

regiao cons prd no tipos conjunto de tipos de uso do solo – [Ti(qtd)] total1 0.06 12 3 [T0(1); T1(44); T2(8)] 532 0.54 108 7 [T1(7); T7(5); T8(6); T3(9); T10(20); T5(11); T12(14)] 723 0.865 173 8 [T1(34); T3(5); T5(6); T6(7); T9(25); T10(2); T11(17); T12(26)] 1224 0.106 21.2 8 [T1(2); T3(4); T4(7); T5(2); T6(1); T9(3); T10(1); T11(1)] 215 0.881 176.2 9 [T1(1); T3(64); T4(12); T5(52); T7(25); T8(14); T10(7); T11(1); T12(1)] 1776 0.221 44.2 7 [T1(1); T3(1); T6(2); T7(1); T9(2); T11(12); T12(4)] 237 0.374 74.8 8 [T1(2); T3(11); T4(1); T5(12); T7(17); T9(7); T11(3); T12(5)] 588 0.136 27.2 5 [T1(1); T3(18); T5(10); T7(3); T10(1)] 339 1.579 315.8 6 [T1(79); T2(23); T3(1); T7(15); T10(47); T12(73)] 238

10 0.004 0 1 [T2(2)] 211 0.157 31.4 4 [T1(14); T2(16); T3(1); T12(9)] 4012 1.649 329.8 7 [T0(5); T1(128); T2(38); T3(15); T4(2); T10(6); T12(111)] 305

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T9: (Figura 4b / cor vermelho alaranjado) sao as areas suaveonduladas com solos argilosos muito ferteis, mas comdeficiencia de drenagem interna. Ocorrem nas colinasgondwanicas, na borda do planalto, sendo proprias auma agricultura tecnificada com riscos a erosao. Ter-ras proprias a cultivos anuais e aptas para cultivosaraveis, mas com algumas limitacoes que restringem aescolha de plantas ou requerem moderadas praticas deconservacao.

T10: (Figura 4b / cor vermelho) areas planas ou suave ondu-ladas com solos ferteis, profundos e imperfeitamentedrenados como os que ocorrem nas lombadas. Sao ter-ras proprias as atividades agrıcolas praticamente semriscos de erosao. Terras proprias a cultivos anuais e ap-tas para cultivos araveis, mas com algumas limitacoesque restringem a escolha de plantas ou requerem mode-radas praticas de conservacao.

T11: (Figura 4b / cor castanho) sao areas com relevo suave on-dulado e ondulado nas colinas gondwanicas, com solosmuito ferteis, imperfeitamente drenados, internamente,e muito suscetıveis a erosao. Sao solos desenvolvi-dos de formacoes sedimentares argilosas do Triassico.Terras proprias a cultivos anuais e aptas para cultivosaraveis, com fortes limitacoes.

T12: (Figura 4b / cor marrom) sao areas de planıcies sedi-mentares quaternarias nao inundaveis, com solos hi-dromorficos rasos e de ma drenabilidade, em virtudede uma camada argilosa impermeavel. Nao oferecemriscos de erosao. Sao proprias a alguns cultivos anuaisirrigados alem do arroz. Terras proprias a cultivos anu-ais e aptas para cultivos araveis, com fortes limitacoes.

O ambiente tambem e composto por 2.294 rios que estaodistribuıdos entre as diversas regioes de acordo com suaposicao geoespacial. Todos os rios apresentam os mesmos va-lores para o volume de agua (vol ) inicial, a taxa de recuperacaode agua (rec) e o fluxo de agua (fluxo).

O volume de agua dos rios diminui com o passar do tempode acordo com a taxa de consumo de agua da regiao na qual orio esta inserido. Os rios recuperam parte do seu volume deagua de acordo com a taxa de recuperacao de agua, que e umvalor global do ambiente igual para todos os rios.

Cada rio pertence a uma unica regiao e todos os rios deuma mesma regiao possuem o mesmo volume de agua. Se oconsumo de agua da regiao e menor que a taxa de recuperacaode agua, a tendencia e que o volume dos rios crescam nodecorrer do tempo e a regiao fique alagada (Figura 3b), casocontrario, quando o consumo de agua da regiao e maior que ataxa de recuperacao de agua, a tendencia e que o volume dosrios cheguem a zero, isto e, os rios secam (Figura 3c), tornandoa regiao totalmente improdutiva ate o final da simulacao.

Regioes vizinhas podem compartilhar agua de seus riosquando o valor do fluxo de agua for maior que zero. E im-portante observar que uma regiao so pode obter agua quando

atingir um volume mınimo (min vol ) estabelecido no ambi-ente, da mesma forma, uma regiao so pode “ceder” agua aum vizinho quando seu volume de agua for maior que este vo-lume mınimo. O ambiente tambem estabelece um valor para ovolume maximo de agua (max vol ), neste caso, quanto mais ovolume de agua da regiao ultrapassar este valor (alagamento),menor sera sua taxa de producao.

6. Simulacoes e AnalisesA interface de simulacao do modelo hidrografico da baciaMirim-Sao Goncalo (Figura 1), desenvolvido na plataformaGAMA, possibilita a representacao grafica (mapa), da variacaodos volumes dos rios e alteracao das cores das regioes quesecam, bem como, a visualizacao em grafico de linhas davariacao da taxa de producao e do volume de agua em cadaregiao. Alem disso, permite atribuir diferentes valores aosdiversos parametros de configuracao do ambiente.

Neste trabalho, sao apresentados resultados e analisesde quatro simulacoes, duas considerando o valor da area daregiao para o calculo da produtividade e consumo de agua eduas considerando os tipos de capacidade de uso do solo pre-sentes na regiao. Todas as simulacoes possuem os seguintesvalores globais:

• volume de agua inicial vol = 100;

• taxa de recuperacao da agua rec = 0.15;

• volume mınimo de agua min vol = 25;

• volume maximo de agua max vol = 200.

A unica diferenca entre as simulacoes, alem do calculoser baseado na area da regiao ou no tipo de uso do solo, eque nas simulacoes da Secao 6.1 o valor do fluxo de agua e1.5 (fluxo > 0), ou seja, e permitido o compartilhamento deagua entre regioes vizinhas. Ao contrario, nas simulacoes daSecao 6.2, o valor do fluxo de agua e zero (fluxo = 0), ou seja,nao ha compartilhamento de agua entre regioes. Os demaisvalores especıficos para cada regiao estao representados nasTabelas 1 e 2, para calculos baseados na area e no tipo de usodo solo, respectivamente.

6.1 Simulacoes COM partilha de agua entre regioesNa simulacao com partilha de agua entre regioes vizinhas ecalculo da produtividade e consumo de agua baseado na area,podemos observar que regioes com areas maiores, quando atin-gem o volume mınimo de agua, passam a “consumir” aguados vizinhos (Figura 6a), pois observa-se que as regioes comareas menores tem volume de agua crescente no comeco dasimulacao, o qual comeca a diminuir na medida que regioesmaiores atingem o volume mınimo de agua (min vol = 25).Neste caso, regioes com consumo de agua maior que 0.15(cons > 0.15) tendem a secar de forma gradual no decorrer dotempo (visualmente, ficam na cor cinza), conforme apresen-tado na Figura 5.

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(a) 100 (b) 500 (c) 1000

Figura 5. Alteracoes no ambiente no decorrer do tempo baseadas no tamanho da area da regiao (COM partilha de agua)

(a) volume de agua por regiao

(b) producao por regiaoFigura 6. Variacao do volume de agua e producao baseada no tamanho da area da regiao (COM partilha de agua)

Na simulacao baseada no valor da area tambem podemosobservar que:

i. a regiao 10, mesmo possuindo cons < 0.15, acaba se-cando, pois ela nao possui nenhum rio;

ii. a regiao 3, apesar de possuir cons > 0.15, nao seca, poisesta cercada de vizinhos aptos a partilhar agua;

iii. apos o passo 700, tanto o consumo de agua (Figura 6a)quanto a producao (Figura 6b) se estabilizam.

Na simulacao com partilha de agua e calculo baseado nostipos de capacidade de uso do solo associados a regiao, pode-

mos observar que as regioes 12 e 9 secam antes de atingiremo passo 50 (Figura 7a), pois sao as regioes mais produti-vas e, consequentemente, consomem um maior volume deagua. Ambas sao vizinhas da regiao 1 (regiao com o menorconsumo de agua) e mesmo compartilhando recursos dessaregiao nao conseguem manterem-se produtivas. No passo500, praticamente todas as regioes, com consumo de aguamaior que 1.5 ja tornaram-se improdutivas (Figura 7b). Aunica excecao e a regiao 11 que permanece produtiva por umperıodo maior devido ao seu consumo de agua ser proximo dataxa de recuperacao do ambiente (Tabela 2). Porem, no decor-rer do tempo esta regiao tambem acaba secando (Figura 7c).

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(a) 50 (b) 500 (c) 2000

Figura 7. Alteracoes no ambiente no decorrer do tempo baseadas no tipo de uso do solo da regiao (COM partilha de agua)

(a) volume de agua por regiao

(b) producao por regiaoFigura 8. Variacao do volume de agua e producao baseada no tipo de uso do solo da regiao (COM partilha de agua)

A queda dos valores do volume de agua (Figura 8a) eprodutividade (Figura 8b) das regioes sao mais abruptas secomparadas a simulacao que considera o valor da area. Alemdisso, nenhuma regiao com consumo maior que a taxa derecuperacao conseguiu manter-se produtiva atraves do com-partilhamento de agua com regioes vizinhas, ao contrario doque ocorreu na simulacao anterior, onde a regiao 3 conseguemanter-se produtiva gracas ao compartilhamento de agua comseus vizinhos. Na simulacao baseada no tipo de uso do solo

podemos observar que:

i. a regiao 10 continua improdutiva pelo fato de nao pos-suir nenhum rio;

ii. apesar do compartilhamento de agua, todas as regioescom consumo maior que a taxa de recuperacao de 1.5tornaram-se improdutivas;

iii. no decorrer do tempo, apenas as regioes 1, 4 e 8 conse-guiram manter-se produtivas (Figura 7c).

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6.2 Simulacoes SEM partilha de agua entre regioes

Nas simulacoes sem partilha de agua entre regioes vizinhas,independente do calculo ser pelo valor da area ou pelo tipo deuso do solo, podemos observar que regioes com consumo deagua maior que a taxa de recuperacao (cons > 0.15), quandoatingem o volume mınimo de agua, nao “consomem” agua dosvizinhos, permanecendo o comportamento de queda linear dovolume de agua (Figuras 10a e 12a) das regioes com consumode agua maior que 0.15, as quais, tendem a secar de formamais abrupta no decorrer do tempo, conforme apresentado nasFiguras 9 e 11.

Regioes com consumo de agua menor que 0.15 (cons <0.15) apresentam um crescimento linear do volume de aguadurante toda simulacao, porem este crescimento linear nao sereflete em um crescimento contınuo da producao (Figuras 10be 12b).

Podemos observar que a producao das regioes com maiorconsumo (cons) diminui conforme a queda no volume de agua,ate atingir o valor zero, caso este, onde os rios secaram e aregiao tornou-se totalmente improdutiva. As regioes com con-sumo de agua menor que a taxa de recuperacao do ambienteapresentam um crescimento linear do volume de agua e de

(a) 500 (b) 1000 (c) 3500

Figura 9. Alteracoes no ambiente no decorrer do tempo baseadas no tamanho da area da regiao (SEM partilha de agua)

(a) volume de agua por regiao

(b) producao por regiaoFigura 10. Variacao do volume de agua e producao baseada no tamanho da area da regiao (SEM partilha de agua)

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producao ate atingirem o volume maximo de agua max vol= 200, a partir deste ponto a produtividade diminui porque aregiao comeca a sofrer com alagamento cada vez maior no de-correr do tempo, conforme podemos observar nas Figura 10be Figura 12b. Nesta simulacao tambem pode-se observar que:

i. todas as regioes com cons < 0.15 acabam sofrendo comalagamento (Figuras 9c e 11c), exceto a regiao 10, queacaba secando por nao possuir rios;

ii. a regiao 3, na simulacao com calculo baseado no valorda area, apesar de possuir vizinhos aptos a partilharagua, ao contrario do que ocorre na simulacao com par-tilha de agua e calculo baseado na area, acaba secandoe tornando-se improdutiva;

iii. a produtividade das regioes esta diretamente relacio-nada com o volume de agua, que nao deve ser muitoalto (alagamento) nem muito baixo (seca).

(a) 100 (b) 500 (c) 7500

Figura 11. Alteracoes no ambiente no decorrer do tempo baseadas no tipo de uso do solo da regiao (SEM partilha de agua)

(a) volume de agua por regiao

(b) producao por regiaoFigura 12. Variacao do volume de agua e producao baseada no tipo de uso do solo da regiao (SEM partilha de agua)

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7. Conclusoes e Trabalhos FuturosCom o uso da ferramenta GAMA, a gestao participativa podeser simulada sem gerar consequencias efetivas. Dessa forma,para a modelagem deste trabalho, foi possıvel simular algu-mas situacoes entre as regioes hidrograficas determinadas.Assim, pode-se concluir que cada agente interfere de formasignificativa no ambiente dos demais. Quando a tomada de de-cisao e realizada de forma participativa, as partes envolvidastendem a melhorar suas condicoes ou pelo menos permanecerestaveis diante de possıveis problemas. Ja a situacao inversaapresenta situacoes preocupantes, pois neste caso, quando osagentes nao compartilhavam seus recursos, a maioria delesobteve grande perda ou perda total da sua producao.

Neste trabalho foi apresentada uma abordagem inicial dasimulacao de uma bacia hidrografica, desconsiderando o seureal comportamento com relacao ao fluxo de rios entre asregioes. Para trabalhos futuros, um dos objetivos principaissera acrescentar uma modelagem matematica do fluxo de aguanessa bacia. Sendo assim, podem ser abordados, por exemplo,assuntos como qualidade de agua, distribuicao real de aguaentre as regioes de estudo e analise da poluicao e seu impactoambiental, como tratado em [42].

Agradecimentos

Os autores deste artigo agradecem ao Programa de apoio aoEnsino e a Pesquisa Cientıfica e Tecnologica em Regulacao eGestao de Recursos Hıdricos – Pro-Recursos Hıdricos Cha-mada N◦16/2017, pelo auxılio financeiro no desenvolvimentodesta pesquisa.

Contribuicao dos Autores

Todos os autores contribuıram de forma significativa para o de-senvolvimento do trabalho, nas discussoes sobre a modelagemdo problema, bem como na analise e desenvolvimento dassimulacoes. A parte relacionada a introducao, especificacoese trabalhos relacionados teve uma maior contribuicao dasautoras Mıriam Born e Bruna Leitzke. A parte relacionadaa implementacao na plataforma GAMA, tanto no tocante amodelagem quanto no desenvolvimento das simulacoes, teveuma maior participacao do autor Giovani Farias. Os autoresMarilton Aguiar e Diana Adamatti contribuıram de formaexpressiva na escrita, organizacao e correcao do texto.

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Water Resources Analysis: An Approach based on Agent-Based Modeling

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