voz da misericordias

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VOZDAS MISERICÓRDIAS diretor: Paulo Moreira | ano: XXVIII | outubro 2012 | publicação mensal União das Misericórdias Portuguesas Vindimas Cortejo João Paulo II Integração no lagar de Valpaços Solidariedade saiu à rua em Sangalhos Voluntariado é alicerce do Centro Em época de vindimas, a Santa Casa de Valpaços envolve idosos e cidadãos com deficiência no corte e na pisa das uvas, promovendo a integração e a valorização pessoal. Depois do vaivém das caixas, as uvas acumulam-se no lagar à espera de pés enérgicos. Do lado de fora, controla-se a ansiedade e o entusiasmo de recuperar velhos hábitos. Em Ação, 8 A solidariedade saiu à rua em Sanga- lhos. Centenas de pessoas responde- ram ao convite da Misericórdia local e participaram no cortejo das oferen- das que aconteceu no último dia de Setembro. Aos quilos, aos pares, aos molhos. A forma não era importante. Fundamental era o espírito de dádiva que se criou entre todos os lugares da freguesia. Em Ação, 9 Então com 60 anos, Amélia Catarino foi a primeira a inscrever-se para o serviço de voluntariado do centro João Paulo II - que ajudou a construir - ten- do-se tornado num dos “pilares” nos quais o seu fundador, o padre Virgílio Lopes, se apoiava. Em setembro pas- sado, faleceu a mais antiga voluntária do centro de deficientes profundos da UMP em Fátima. Em Ação, 10 Degradação da proteção social preocupa Santas Casas nibilizam “para participarem no esforço de racionalização da despesa pública, potencializando a manutenção de uma rede social que reduza as assimetrias da sociedade e permita a manutenção do princípio da solidariedade entre as gerações”. Última, 24 As Santas Casas estão preocupadas com a “degradação dos mecanismos de proteção social que a proposta de Orçamento de Estado para 2013 apre- senta”. O alerta surgiu no âmbito da última reunião do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portugue- sas, em Vila Viçosa a 20 de outubro. Os conselheiros alertaram ainda que a necessidade de se afirmar a solidez das finanças públicas deve “assentar num processo contínuo de solidariedade nacional para com os mais desfavoreci- dos”. Assim, as Santas Casas se dispo- Solidez das finanças públicas deve assentar num processo contínuo de solidariedade nacional “EnvelheSer”. A diferença entre um C e um S é que para a Santa Casa de Cascais constitui a essência do trabalho junto da população idosa e o projeto Dinâmica Sénior é uma das faces mais visíveis deste trabalho. Para marcar o Dia Mundial do Idoso, celebrado no primeiro dia de Outubro, fomos conhecer este e outros trabalhos desenvolvidos pelas Misericórdias em todo o país. Destaque, 4 a 6 Terceira idade ‘EnvelheSer’ integra idosos em Cascais Coro ‘Quem canta seus males espanta’ Borba Inaugurado novo lar de idosos Santo Estêvão Voluntários colocam mãos à obra Em Foco Terceira idade Em Ação Pág. 13 Pág. 15 Pág. 12

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Voz da Misericordias edição de outubro

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Page 1: Voz da Misericordias

VOZDASMISERICÓRDIASdiretor: Paulo Moreira | ano: XXVIII | outubro 2012 | publicação mensal

União das Misericórdias Portuguesas

Vindimas

Cortejo

João Paulo II

Integração no lagar de Valpaços

Solidariedadesaiu à ruaem Sangalhos

Voluntariado é alicerce do Centro

Em época de vindimas, a Santa Casa de Valpaços envolve idosos e cidadãos com deficiência no corte e na pisa das uvas, promovendo a integração e a valorização pessoal. Depois do vaivém das caixas, as uvas acumulam-se no lagar à espera de pés enérgicos. Do lado de fora, controla-se a ansiedade e o entusiasmo de recuperar velhos hábitos. Em Ação, 8

A solidariedade saiu à rua em Sanga-lhos. Centenas de pessoas responde-ram ao convite da Misericórdia local e participaram no cortejo das oferen-das que aconteceu no último dia de Setembro. Aos quilos, aos pares, aos molhos. A forma não era importante. Fundamental era o espírito de dádiva que se criou entre todos os lugares da freguesia. Em Ação, 9

Então com 60 anos, Amélia Catarino foi a primeira a inscrever-se para o serviço de voluntariado do centro João Paulo II - que ajudou a construir - ten-do-se tornado num dos “pilares” nos quais o seu fundador, o padre Virgílio Lopes, se apoiava. Em setembro pas-sado, faleceu a mais antiga voluntária do centro de deficientes profundos da UMP em Fátima. Em Ação, 10

Degradação da proteção social preocupa Santas Casas

nibilizam “para participarem no esforço de racionalização da despesa pública, potencializando a manutenção de uma rede social que reduza as assimetrias da sociedade e permita a manutenção do princípio da solidariedade entre as gerações”. Última, 24

As Santas Casas estão preocupadas com a “degradação dos mecanismos de proteção social que a proposta de Orçamento de Estado para 2013 apre-senta”. O alerta surgiu no âmbito da última reunião do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portugue-

sas, em Vila Viçosa a 20 de outubro. Os conselheiros alertaram ainda que a necessidade de se afirmar a solidez das finanças públicas deve “assentar num processo contínuo de solidariedade nacional para com os mais desfavoreci-dos”. Assim, as Santas Casas se dispo-

Solidez das finanças públicas deve assentar num processo contínuo de solidariedade nacional

“EnvelheSer”. A diferença entre um C e um S é que para a Santa Casa de Cascais constitui a essência do trabalho junto da população idosa e o projeto Dinâmica Sénior é uma das faces mais visíveis deste

trabalho. Para marcar o Dia Mundial do Idoso, celebrado no primeiro dia de Outubro, fomos conhecer este e outros trabalhos desenvolvidos pelas Misericórdias em todo o país. Destaque, 4 a 6

Terceira idade ‘EnvelheSer’ integra idosos em Cascais

Coro‘Quem canta seus males espanta’

BorbaInaugurado novo lar de idosos

Santo EstêvãoVoluntárioscolocam mãosà obra

Em Foco Terceira idade Em AçãoPág. 13 Pág. 15 Pág. 12

Page 2: Voz da Misericordias

A FOTOGRAFIA

O NúmeRO

O CAsO

EsPAço sénIor

www.ump.pt2 vm outubro 2012

pAnORAMA

A subirMelhor

voluntária

Isabel Fernandes, de 24 anos, recebeu o prémio

europeu de “Melhor Voluntário”, da Active Citizens of Europe. A

portuguesa foi distinguida pelo trabalho com

900 pessoas no sul de Moçambique.

A DescerJovens

inativos

Jovens portugueses entre os 15 e os 29 anos que não estudam nem trabalham já custam ao Estado 2680 milhões por ano. É um montante que corresponde a 1,57% do Produto Interno Bruto

(PIB).

Bagão Félixocupação

“A ideia que se dá ao país é que não vale a pena

investir no futuro, no trabalho, na dedicação, no

profissionalismo, no êxito, no

sucesso. não, não vale a pena.

porque, a partir de uma determinada

altura, é um napalm fiscal, arrasa tudo.”

A FrAse

TEMPO DErEENCONTrO

É também altura de dar as boas vindas aos novos colegas que se juntam a este projeto. Queremos que se sintam em sua casa e que desfrutem as escolhas que fizeram do variado leque em oferta

Tiveram início no passado dia 8 de Outubro as atividades escolares na nossa Academia de Cooperação e Cultura.

Mais do que início das atividades escolares, trata-se na verdade do reencontro entre amigos que não se viram durante algum tempo.

É sempre com grande alegria que vivemos este reencontro, que trocamos as nossas experiências de férias, que renovamos o nosso desejo de aprender coisas novas

É também altura de dar as boas vindas aos novos colegas que se juntam a este projeto.

Queremos que se sintam em sua casa e que desfrutem as escolhas que fizeram do variado leque em oferta.

Este ano realizámos um sonho antigo, efetuar as inscrições através de uma aplicação informática, que muito facilitou todo o procedimento, não só da inscrição em si, mas também na produção das pautas e acesso à informação necessária para a gestão deste processo.

Expressamos o nosso grande desejo: que a nossa Academia seja cada vez mais um espaço de convívio, de partilha, de fortalecimento e renascimento de amizade.

Bem-vindos.

Purificação noronha Academia de Culturae Cooperação da [email protected]

bArcelos hoMenageM à BeneMéritaA Santa Casa da Misericórdia de Barcelos prestou uma homenagem à principal patrocinadora do Centro Social, em Silveiros, pelo nono aniversário do seu falecimento. Maria Eva Nunes Corrêa nasceu naquela freguesia em 1918 e foi exemplo de generosidade ao ajudar diversas instituições em todo o país, tendo doado uma pequena parte da sua fortuna para a criação do Centro Social que, hoje, tem o seu nome e que acolhe idosos em lar e educa as crianças. A homenagem à benemérita teve lugar a 15 de outubro e contou com a participação de dirigentes, convidados e utentes.

FuneraisNo último ano, a Irmandade da Misericórdia e de São roque de Lisboa acompanhou funerais de 116 pessoas sem-abrigo, entre mulheres e crianças, oriundos de múltiplos países e com diferentes religiões.116

sAnto tirso idosos eMMoviMentona santa Casa

realizados junto ao hospital, logo na abertura da semana, em comemora-ção do dia internacional do idoso. A Misericórdia contou com a parceria da Clitirso e do Jorge Oculista, reali-zando assim rastreio de enfermagem (hipertensão arterial, diabetes), ras-treio nutricional (índice massa cor-poral), rastreio de podologia e visual. No total foram realizados cerca de 400 rastreios, que foram insuficientes para as solicitações, demonstrando a recetividade da população para os cuidados de saúde.”

A Misericórdia de Santo Tirso cele-brou o Dia Internacional do Idoso e do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gera-ções com uma Semana Aberta que envolveu pessoas de todas as idades.

Segundo comunicado da insti-tuição, a iniciativa envolveu utentes das respostas sociais de geriatria e dependência, tendo privilegiado a participação de pessoas com mais de 65 anos. A Semana Aberta da Misericórdia de Santo Tirso também contou com a presença de utentes de outras instituições da localidade.

O programa, que decorreu entre 1 a 5 de outubro, contou com muita animação, desde vários momentos musicais ao vivo de grupos etno-gráficos, momentos desportivos e

de relaxamento ao ar livre, sem esquecer da tarde dançante na Pedra do Couto, recordando as músicas do passado que puseram todos os participantes a mexer.

Houve ainda oportunidade para diálogo sobre a “Alimentação Saudá-vel” e “Cuidados de Enfermagem” no Centro Eng. Eurico de Melo, tro-cando impressões e desmistificando conceitos e práticas.

“Mas sem dúvida que a iniciativa que teve mais impacto na comuni-dade foram os rastreios de saúde,

rastreios marcaram iniciativa

Page 3: Voz da Misericordias

ON-LINe

oPInIão

sLIDesHOW

www.ump.pt outubro 2012 vm 3

A Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa está a desenvolver um projeto que visa valorizar a memória e a tradição oral dos idosos. “Memórias” é o nome desta iniciativa que consiste na recolha de recei-tas antigas, versos, cantigas e adivinhas. A divulgação deste conhecimento dos se-niores é realizada no comércio local, com cartões que as pessoas podem consultar, ler e, se desejarem, levar para casa.

VilA ViçosA valorizar MeMóriae tradição oral

A Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias, da UMP, foi escolhida enquanto entidade coorde-nadora do carácter técnico-científico do “Projeto Forvida”. O projeto visa formar todos os enfermeiros das unidades de saú-de geridas pela Igreja Católica em Angola e decorre da parceria entre a Fundação Fé e Cooperação, a Caritas de Angola e o Mi-nistério da Saúde de Angola. A iniciativa tem duração de dois anos.

enFermAgemesCola da uMP eM angola

Os idosos da Santa Casa da Mise-ricórdia do Funchal celebraram o Dia Mundial do Idoso a realizar um pequeno filme. Segundo o técnico responsável, Marco Andrade, depois de uma sessão de reflexão sobre o que a terceira idade que passou sobretudo pelo debate sobre a distinção entre duas palavras sinónimas: velho e idoso. O filme foi realizado com testemunhos sobre a importância de um idoso se manter ativo no seu dia-a-dia.

FunchAl CeleBrar dia do idoso CoM FilMe

O polidesportivo da Escola de Artes e Ofícios Prof. Nuno rodrigues, da Mise-ricórdia de Chaves, foi renovado e agora conta com relvado sintético e vedação. As obras de melhoramento, que custaram cerca de 25 mil euros, tiveram o apoio da repsol Gás e do município de Chaves. A integra-se “na estratégia de requalificação dos equipamentos sociais da Santa Casa”, referiu o provedor João Paulo Abreu.

chAVes PolidesPortivo teveoBras de requaliFiCação

concurso angra do heroísMo venCedoraA Misericórdia de Angra do Heroísmo venceu o concurso promovido pelo Gabinete da Eurodeputada Maria do Céu Patrão Neves no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações. Para participar, as instituições precisavam de cumprir apenas duas condições: as equipas tinham de ser constituídas por duas pessoas com uma diferença de 50 anos de idade entre elas e ser residentes nos Açores. O objetivo era eleger um logotipo regional para o Ano Europeu.

Manuel Ferreira da silva Historiador e fundador do Voz das Misericórdias

PATrIMóNIO DAS MISErICórDIAS II

São as Misericórdias um manancial de valores tais e tantos nos sectores da beneficência, como nos da cultura e da história, que a seu respeito alguns testemunhos merecem ser recordados e sublinhados

É que o Gabinete do património Cultural da UMp, conotado como está com a Associação portuguesa de Museologia – prémios ApOM do Museu do Oriente, recebeu – e com mérito justamente reconhecido - o prémio de uma Menção Honrosa, pela Inovação e Criatividade e Inventário e Catalogação dos Bens Culturais das

Misericórdias, até agora já efetuados.Foi testemunho público dos trabalhos já conseguidos a proclamação

do Dia do património das Misericórdias, e organizado pela primeira vez, bem como proclamado em 6 de Maio de 2011, no Salão nobre da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães; pelo que o Dr. Manuel Lemos, voz e presença oficial da UMp, sublinhou como “um momento privilegiado de reflexão sobre o trabalho desenvolvido, e simultaneamente de definição e promoção de novas estratégias para o futuro”.

São as Misericórdias um manancial de valores tais e tantos nos sectores da beneficência, como nos da cultura e da história, que a seu respeito alguns testemunhos merecem ser recordados e sublinhados:

“não se pode escrever a história de portugal sem as Misericórdias” como o subscreveu Alexandre Herculano (1810-1877).

Ao mesmo que sublinhava ainda: “no meio de uma nação decadente, mas rica de tradições, o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, e uma espécie de sacerdócio…”

E James Murphy, arquiteto irlandês que visitou portugal logo após o terramoto de 1755, no seu livro, Viagens em portugal, registou: “…há aqui instituições chamadas Irmandades da Misericórdia, que constantemente desempenham obras de caridade.

É quase impossível enumerar todos os atos de beneficência praticados pela venerável Irmandade; atos baseados nos mais puros princípios da religião e humanidade, e sem a menor ostentação e hipocrisia.”

Essa instituição definiu-a também com a sua autoridade de homem da fé e da pena, Frei Luis de Sousa, ao consigná-la como “um género de religião inventado pelo povo português” (1555-1632)

O que viria em confirmação e reforço de um testemunho já muito antes subscrito por S. Francisco Xavier, quando, a caminho do Oriente, desembarcou em Goa, e já lá viu e testemunhou numa carta a Sto. Inácio, seu padre-mestre: “Haveis de saber que nesta terra e em todos os lugares cristãos há uma companhia de homens muito honrados que têm cargo de amparar toda a gente necessitada…e se chama Misericórdia”. (15.III.1540)

Page 4: Voz da Misericordias

DESTAQUEwww.ump.pt4 vm outubro 2012

‘EnvelheSer’integra idososem Cascais

Através do projeto Dinâmica Sénior, da misericórdia de cascais, são organizadas diversas iniciativas que vão desde um simples almoço a viagens de três ou quatro dias

“EnvelheSer”. A pequena diferença entre um C e um S é que para a Mise-ricórdia de Cascais constitui a essência do trabalho junto da população idosa. Por isso, “EnvelheSer” é que se lê em todas as carrinhas de apoio à terceira idade da Instituição. Naquela Santa Casa, para além dos cuidados mais urgentes e básicos, todos – dos colabo-radores aos dirigentes, passando tam-bém pelos voluntários – se preocupam em proporcionar aos seniores uma vida repleta de afetos, de convívio e de alegria. O projeto Dinâmica Sénior

é uma das faces mais visíveis deste trabalho. Para marcar o Dia Mundial do Idoso, celebrado em Outubro, fo-mos conhecer este e outros trabalhos desenvolvidos pelas Misericórdias em todo o país.

A ideia surgiu junto dos colabora-dores do apoio domiciliário da Santa Casa de Cascais e foi rapidamente apoiada pelos dirigentes. Foi há cerca de três anos e o balanço atual é bas-tante positivo. Para a provedora, Isabel Miguéns, trata-se de devolver a pessoa ao seu próprio espaço, de integrar de volta os idosos na sociedade. A ideia é simples, mas não teria sido possível,

Bethania Pagin

Passeios animam idosos em Cascais

Page 5: Voz da Misericordias

www.ump.pt outubro 2012 vm 5

EnVElhECIMEnTo ATIVoA União das Misericórdias Portuguesas vai promover, no próximo dia 30 de Novembro, um seminário no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações. A iniciativa vai ter lugar em Lisboa

realça a provedora, se não fosse o entusiasmo da equipa técnica.

Através do projeto Dinâmica Sé-nior, são organizadas diversas ini-ciativas que vão desde um simples almoço a viagens de três ou quatro dias. Dezenas de cidades do país já receberam idosos da Misericórdia de Cascais. Em média, os grupos são compostos por 20 pessoas. A média etária ronda os 88 anos, conta-nos a assistente social responsável por este projeto e também pelo apoio domici-liário da Santa Casa.

De acordo com Ana Carreira, o primeiro passeio foi o mais difícil de organizar. Hoje em dia, continua, já são os próprios utentes que pergun-tam para quando está marcada a próxima viagem, o próximo almoço ou o próximo convívio. Com o mês de novembro à porta, já está a ser or-ganizado o magusto de São Martinho. Os passeios podem ser culturais, mas já houve idas à praia e até algumas “aventuras”, onde a idade não foi obstáculo e os idosos não tiveram medo, destacou a assistente social, lembrando o dia em que seniores “fizeram slide e gostaram”.

E como surgiu então a ideia? Se-gundo Ana Carreira, o projeto nasce

da constatação de que muitos idosos do apoio domiciliário passavam de-masiado tempo em casa sozinhos e a maior parte não estava interessada em frequentar os centros de dia ou de convívio da instituição. Era preciso dar vida àquelas pessoas, tirá-las de casa. Além da alegria, devolvê-las ativamen-te à sociedade também acaba por ditar o adiamento da institucionalização.

Passados três anos, o balanço é mais que positivo. Além do entusias-mo dos utentes, também por parte das famílias já há confiança no projeto e a prestação dos serviços de apoio domiciliário também melhorou. Todos os passeios e iniciativas são motivo de conversa quando os auxiliares vão a casa dos utentes.

Para a provedora Isabel Miguéns, o projeto Dinâmica Sénior revela a capacidade que a equipa técnica tem para “ouvir” os utentes e encontrar soluções para os seus problemas. “O trabalho de ação social não deve ser estático”, destacou aquela res-ponsável, lembrando também que iniciativas lúdicas como essas “ajudam a diluir as relações de hierarquia”, privilegiando as relações interpesso-ais nas diversas respostas sociais da instituição.

o que é envelhecer?

o lado bom do envelhecimento é ter paz e poder usufruir dos frutos de uma vida de trabalho. hoje há uma grande preocupação por parte de todos por causa da recessão, que põe em dúvida e em risco a paz de espírito que eu e minha mulher aspiramos. este lar é muito bom, mas com os cortes anunciados, tenho dúvida que me possa manter por aqui. Quando não há incertezas e temos saúde, é possível envelhecer com serenidade.

o envelhecimento não tem lado mau. gosto muito de estar aqui. todos gostam de mim e eu gosto de todos. sou muito feliz e tenho saúde, mas entristeço-me quando vejo idosos doentes. também me preocupa o futuro por causa da situação em que está o país e o mundo. Faço apenas aquilo que posso: rezar e pedir a Deus que tenha compaixão por todos nós.

o lado positivo do envelhecimento é sabermos cuidar de nós. noto que elas gostam muito de vir ao cabeleireiro. sempre gostei de pessoas idosas e cuidar da autoestima é uma maneira de evitar aquela sensação de que somos desprezados quando somos mais velhos. cuidar da aparência é uma maneira de promover o bem--estar. comecei como voluntária na misericórdia há 20 anos e hoje em dia já não me sinto capaz de parar.

Manuel Maia88 anosUtente da Residência Sénior

Conceição reino94 anosUtente da Residência Sénior

Graça reis68 anosVoluntária há 20 anos na Misericórdia

no mês em que se comemora o dia Mundial do idoso, fomos à Misericórdia de Cascais conversar sobre terceira idade. dois utentes e uma voluntária contaram-nos o que consideram ser os prós e os contras do envelhecimento.

Sustentabilidade social ameaçadaA sustentabilidade dasinstituições sociais esteveem foco durante o semináriopromovido pela santa casa da misericórdiade Porto de mós

Manter a sua sustentabilidade e o trabalho social que prestam, aumentar a intervenção na comunidade, crian-do novas redes de cooperação e de parceria são os grandes desafios das instituições sociais. Esta foi uma das principais conclusões do seminário “Envelhecimento ativo – que presente, que futuro?”, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós, em pareceria com a Associação Amigos da Grande Idade, que teve lugar no início de Outubro.

“Há hoje um problema de susten-tabilidade das instituições”, afirmou Joaquim Guardado, provedor da Mise-ricórdia de Pombal, que interveio em representação do presidente da União das Misericórdias Portuguesas. O diri-gente frisou que o Estado determina o valor de 930 euros como custo médio de cada idoso institucionalizado em lar, “mas só financia 350 euros”. “Onde vamos buscar o restante [580 euros], sabendo que a reforma da maioria dos utentes ronda os 200 euros e que as famílias têm dificuldades em comparticipar?”, questionou.

Joaquim Guardado alterou tam-bém para o facto de aos lares chega-rem idosos cada vez mais dependen-tes e com problemas de demência, situação que exige às instituições um

Maria Anabela silva

maior número de funcionários. Face a essa realidade, o provedor entende que é necessário repensar a filosofia dos lares, com as instituições a apos-tarem numa maior especialização, vocacionando-se para determinadas doenças.

Para fazer face às dificuldades atu-ais, Joaquim Guardado entende ainda que as instituições devem pôr de lado qualquer sentimento de rivalidade e pensar numa “lógica de partilha”. “É importante aprender com quem faz bem e criar uma cultura em que, para servir não basta ter vontade, tem de se ser competente”, acrescentou José Barreiros, sociólogo, que considerou que um dos grandes desafios do sec-tor social reside na “qualificação das organizações, ao nível dos recursos humanos e da eficiência”.

Por seu lado, João ralha, especia-lista em Gestão Empresarial, frisou que os reformados representam “um capital importante, em termos de disponibilidade, experiência e ta-lento”, que tem de ser potenciado e dinamizado. “Temos aqui uma espécie de mina de ouro que não está a ser explorada”, afirmou o gestor, para quem essas pessoas devem ser “pre-paradas e formadas”, para que possam prestar apoio a outros idosos, através, por exemplo, de cuidados sociais e de saúde ao domicílio. “Se a pessoa está reformada e capaz, pode dar apoio a um vizinho”, disse, sublinhando que esse reforço das redes sociais traria “grandes benefícios para a população e reduzia os encargos do Estado.

O seminário organizado pela Mi-sericórdia de Porto de Mós reuniu centenas de pessoas.

UMP representada pelo provedor de Pombal

Page 6: Voz da Misericordias

DESTAQUEwww.ump.pt6 vm outubro 2012

Idosos nos carris da memória em MurçaPara comemorar o Dia internacional do idoso, 20 utentes dos lares da santa casa de murça viajaram de comboio desde o Pinhão até ao Peso da Régua

Na estação do Pinhão, havia rostos ansiosos por ver chegar o comboio com destino à cidade mais próxima. “O passeio foi planeado para assinalar o Dia do Idoso, para que saíssem da instituição e tivessem um dia diferente. Depois, ainda há uma visita ao Museu do Pão e do Vinho [Favaios]”, revelou a animadora sociocultural da Santa Casa de Murça, Sónia rocha. Durante o percurso, os 20 utentes dos lares de Murça e do Fiolhoso cantaram, bate-ram palmas, espreitaram pela janela.

Aos 72 anos, Benedita rodrigues andou de comboio pela primeira vez. “Foi bonito. Gostei da viagem e da paisagem, que não conhecia.” Utente do lar desde 2002, Benedita elogia este tipo de atividades, pois “distraem”. Sónia rocha reconhece as mais-valias para o bem-estar psíquico: “muito tempo na instituição faz com que fiquem tristes e isto é uma forma de os animar, de saírem da rotina e de lhes proporcionar novos conhecimentos”.

António Zineira, 82 anos, é um homem habituado a estas andanças. “Viajei muito de comboio para ir para Lisboa, onde trabalhava.” Saía do Tua às 9h e chegava à capital pelas 16h30,

Patrícia Posse

mas há mais de 20 anos que não usava os caminhos-de-ferro. “Já conhecia estas paisagens, mas é diferente. Antes não se viam estes barcos.”

O octogenário José Pinheiro tam-bém não é estreante. “Fiz muitas vezes do Pinhão para a régua e para Lisboa, onde trabalhei. Também fui para a segada para Macedo de Cavaleiros. Só não gostava do barulho do comboio.”

Nascida em Angola, Cremilde San-tos veio para Portugal e o comboio foi

o seu primeiro meio de transporte. “Na minha terra andei muito e aqui apanhei--o em Lisboa para Vila real. Depois vim de táxi para Murça e por ali fiquei.”

Apesar de já ter ido de comboio de Mirandela à Póvoa de Varzim “muitas vezes”, foi aos 85 anos que Maria Augusta Castro conheceu o itinerário Pinhão-régua. “É muito bonito. Eu gosto de ver as paisagens.”

Com 79 anos, Georgina rosa não estranha o movimento sobre os carris.

Aliás, até já tinha feito a mesma via-gem, mas desta vez agradou-lhe mais “porque vinha com gente conhecida”. “Gosto muito de passear para não estar sempre presa no lar”, sublinha.

Com quatro filhos, 10 netos e 10 bisnetos, Georgina teve “uma vida de muito trabalho”. Hoje, frequenta o centro de dia e perspetiva o seu envelhecimento com tristeza, sobre-tudo pela inevitabilidade da institu-cionalização. “Tenho muitos filhos e

tenho de ir para o lar. Dizia sempre que não queria ir, mas, agora, fui a primeira a pedir porque não quero estar sozinha.”

Muitos idosos sentem-se desam-parados e a maioria olha para esta fase da vida com pessimismo, principal-mente por “não querem ir por vontade própria para o lar e sentirem que os familiares não querem ficar com eles em casa”. “Por isso, temos situações de revolta e de desmotivação total”, acrescenta Sónia rocha. Há ainda “um caminho a percorrer” na valorização do papel do idoso. “Para as pessoas que vivem em zonas isoladas, era muito complicado se não tivessem estas instituições para os acolher e dar o mínimo de apoio e conforto”, refere.

Aos 85 anos, Cremilde admite que viveu “muita solidão”, por causa de dois dos três filhos estarem em Ango-

la. Contudo, a frequência do centro de dia tem sido um elixir: “gosto muito de fazer amizades e tenho convivência com muita gente, continuo a fazer cro-chê e também ando na hidroginástica”.

recorde-se que no âmbito do Dia Mundial do Idoso, no primeiro dia de outubro, as Misericórdias organizam em todo o país inúmeras e variadas atividades que visam celebrar a data com os utentes seniores.

A frequência do centro de dia tem sido um elixir: “gosto muito de fazer amizades e tenho convivência com muita gente”

Passeios para estimular convívio

Page 7: Voz da Misericordias

Apostar nos Jogos Sa

nta Casa

é acreditar nas boas causa

s.

Nos Jogos Santa Casa trabalhamos para ajudar a construir futuros.

Queremos por isso agradecer-lhe o contributo que dá às boas causas

sempre que aposta nos jogos sociais, ajudando-nos a levar

diariamente a esperança àqueles que mais precisam.

Apostar nos Jogos Santa Casa também é apoiar Boas Causas.

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Page 8: Voz da Misericordias

EM AçãOwww.ump.pt8 vm outubro 2012

positiva”. “Sentimos a felicidade que eles sentem pelo envolvimento com o resto dos trabalhadores da quinta”, revela o vice-provedor Luís Sousa.

Paulo Teixeira, 42 anos, confirma: “a pisa faz-se bem e estou entretido com os outros”. “Temos de calçar umas galochas e andar a pisar. Não tem muito que saber. Vamos conver-sando uns com os outros e, depois, vê-se quando o vinho está pronto”, relata. Na vindima, Paulo não se coi-biu de provar as uvas e garante que “estavam docinhas e havia muitas”.

Para a diretora técnica, é crucial valorizar a participação destes utentes de forma a motivá-los e a perceberem que “não são uma fasquia separada da sociedade ou do lar”. “É diferente estarem entre pessoas com mais de 65 anos a verem-se, também, integrados

Integração no lagar de Valpaçosem época de vindimas, a santa casa da misericórdia de Valpaços envolve idosos e cidadãoscom deficiência no corte e na pisa das uvas, promovendo assim integração e a valorização pessoal

Depois do vaivém das caixas, as uvas acumulam-se no lagar à espera de pés enérgicos. Do lado de fora, controla--se a ansiedade e o entusiasmo de recuperar velhos hábitos. “Os idosos participam ativamente na vindima e transmitem os seus saberes às pessoas mais novas. É um reviver de tradições e a demonstração de que ainda são capazes”, refere a diretora técnica da Santa Casa de Valpaços, Marilina Lopes. Para o provedor Altamiro Claro, é um modo de “quebrar a rotina do dia-a-dia do lar” e fazer com que os utentes se sintam úteis.

A pisa está reservada aos idosos que ainda têm capacidade física e a quatro utentes com deficiência. Neste último caso, a integração é “altamente

Patrícia Posse num grupo de pessoas ativas. Isso é muito bom em termos de valorização pessoal e profissional.”

Do lar de S. José vieram dois re-forços de peso: Carlos Monsalvarga e Augusto Cardoso, ambos com 80 anos. “Não é preciso saber muito, é só pisar. Agora, é mais fácil, porque existe uma máquina que separa logo o cangalho da uva, que fica logo limpa. Também já não é preciso pisar tanto tempo e nas cooperativas já nem pisam”, observa Carlos. O jogo da cabra cega fermenta-lhe na memória, pois era muito popular entre os pisadores de antigamente. “Tapávamos os olhos a alguém e, depois, tinha que apanhar outro e dizer quem era. Se acertasse, passava a venda. Num lagar como este em que andamos, tínhamos que andar muito tempo uns atrás dos outros.”

Augusto foi à vindima pela terceira vez, mas só este ano é que se estreou na pisa das uvas. “Fez-me lembrar os meus tempos, em que custava mais… Mas também depende muito das pe-dras do lagar. Se as pedras forem mais frias e em lagares muito fechados, o

vinho demora mais tempo a estar pronto”, revela. O octogenário garante que “se o lagar andar trabalhado, o vinho levanta mais depressa”. “Pisar é fácil, ainda mais agora que já vai tudo escolhido. Tem é que se ir pro-vando o vinho e quando começar a

perder a doçura, tem de ir para a pipa. Depois, vem o dia de S. Martinho em que, como diz o ditado antigo, vai à adega e prova o vinho.” O ritual deixa Augusto saudoso da “paródia” que era outrora: “bebia-se um copito e aquilo era uma brincadeira”.

Quando regressam ao lar, Marilina Lopes percebe que os idosos vêm “radiantes, bem-dispostos e vontade de partilhar com quem ficou”.

Este ano, os 6,5 hectares de vinha renderam cerca de 30 mil quilogramas de uvas, uma produção superior à do ano anterior. “Além da maior vigi-lância e das condições atmosféricas, temos vinhas novas que a cada ano vão proporcionando maior produção”, justifica o vice-provedor, responsável por toda a parte de produção agrícola da Misericórdia de Valpaços.

Pisar a uva ajuda na integração de utentes

o ritual da pisa da uva deixa Augusto saudoso da paródia que era outrora: ‘bebia-se um copito e aquilo era uma brincadeira’

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A Misericórdia de Estarreja completou o 77º aniversário com uma atuação do seu grupo coral. A celebração terminou com um bolo de aniversário para idosos e crianças da instituição.

EsTArrEJA CElEBrA 77 Anos

Solidariedade saiu à rua em Sangalhoscentenas de pessoas responderam ao convite da santa casa da misericórdia de sangalhos e participaram no cortejo das oferendasda instituição

A solidariedade saiu à rua em San-galhos. Centenas de pessoas respon-deram ao convite da Santa Casa da Misericórdia local e participaram no cortejo das oferendas que aconteceu no último dia de Setembro.

Aos quilos, aos pares, aos molhos. A forma não era importante. Funda-mental era o espírito de dádiva que se criou entre todos os lugares da freguesia. Batatas, cebolas, farinhas, abóboras, patos, galinhas e afins. Estes e outros géneros, e alguns donativos em numerário, foram entregues no final de um cortejo que a Misericórdia de Sangalhos não organizava desde a década de 80.

Manuel Gamboa é o provedor daquela Santa Casa que se encontra a comemorar 80 anos. Chamar a comu-nidade à Misericórdia foi o mote para a reativação do cortejo das oferendas. “Pensamos deste modo atrair algumas receitas, mas, acima de tudo, e prin-cipalmente, envolver a comunidade”, explica. As expectativas foram supera-das, e os responsáveis mostravam-se “agradavelmente satisfeitos”.

Cerca de trinta carros em fila transportavam as ofertas da população que compareceu em massa. Miúdos e graúdos, uns assistiam pela primeira vez, outros recordavam tempos pas-sados. No final, um animado leilão concentrou a comunidade junto ao palco.

Lúcia Araújo era uma das que recordava outros tempos porque par-ticipou no cortejo das oferendas com apenas oito anos de idade. Hoje, com 53, sente-se feliz por contribuir. “Está ser um espetáculo. Não é pela festa, mas pela solidariedade, pela miseri-córdia. Do lugar que organizei, posso dizer que superou as expectativas. As dificuldades são muitas, mas juntos conseguimos, essencialmente em gé-neros, contribuir com uma boa oferta”.

Numa altura de crise generalizada, a instituição vê-se obrigada a uma gestão “muito rigorosa” dos seus recursos financeiros, pelo que a ajuda alcançada com o cortejo das oferendas

Vera Campos

será de extrema importância. Parte da verba poderá ser canalizada para as obras de reabilitação do Centro de Bem-Estar Infantil e Parque Infantil, para a vedação do Complexo Social da Terceira Idade e centro de acolhi-mento temporário, requalificação das

instalações do centro de dia e lar, bem como para a renovação da ‘cansada’ frota automóvel da instituição.

A missão da Misericórdia é cum-prida entre as várias respostas sociais dedicadas à infância e terceira idade. Ao todo são cerca de 400 utentes e mais de uma centena de funcionários.

Ainda no âmbito do 80º aniversá-rio, em Novembro poderá acontecer um jantar solidário de angariação de fundos. A Mesa Administrativa da Misericórdia de Sangalhos, afiançou o provedor, avançará com a inicia-tiva se reunir número suficiente de interessados.

Além disso, na Biblioteca Munici-pal de Anadia está patente uma expo-sição de pintura que reúne trabalhos de crianças e idosos, todos utentes da instituição. A receita alcançada com a venda de alguns desses trabalhos reverte para a Misericórdia. De 18 a 20 de Outubro, no âmbito da IV Feira Social de Anadia, a Santa Casa de Sangalhos estará presente com uma exposição que retrata o historial da instituição. recorde-se que são mui-tas as Misericórdias que promovem cortejos de oferendas.

30carros participaram no cortejo de oferendas promovido para anga-

riar bens para a santa casa da misericórdia de sangalhos. A população compareceu em massa na iniciativa.

Novoedifícioem RioMaiormisericórdia de rio maior inaugurou um novo edifício para fisioterapia e serviços administrativos da instituição Antigo provedor foi homenageado

A Santa Casa da Misericórdia de rio Maior inaugurou um novo edifício em que estão instalados os serviços da fisioterapia e os serviços adminis-trativos da instituição. No mesmo dia, foi descerrada uma lápide em homenagem ao antigo provedor, Ca-lado da Maia, cujo nome foi dado ao antigo hospital da Misericórdia. Foi a 29 de setembro.

A cerimónia de bênção das novas instalações contou com a participação do bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues, coadjuvado pelo pároco e capelão da Misericórdia, o padre António Diogo.

Segundo o provedor, João de Castro, aquela empreitada custou cerca de um milhão e 200 mil euros à Misericórdia de rio Maior, “que se encontra paga na totalidade, não tendo havido qualquer comparticipação quer estatal, quer comunitária”. Presente na cerimónia, o vice-presidente da autarquia, Carlos Frazão Correia, assegurou um subsídio de 300 mil euros atribuído à Santa Casa, que irá ser liquidado dentro das possibilidades de tesouraria da câmara municipal.

Para encerrar a sessão solene, teve lugar uma atuação do Coro da Santa Casa da Misericórdia de rio Maior, sob a direção do maestro Luis Gamboa.

homenagem a Calado da Maia

Cortejo reuniu cerca de 30 carros

VOLTAApORTUGAL

Alzheimer é temade debate em AveiroA misericórdia de Aveiro promoveu um seminário sob o tema “lembrar Alzhei-mer”. o objetivo era refletir sobre os de-safios colocados pela doença. Dedicado a profissionais e estudantes da área da enfermagem, medicina, serviço social, sociologia, psicologia, fisioterapia, anima-ção social, gerontologia e comunidade em geral, o evento teve lugar a 18 de outubro.

Corridas solidáriasem SantarémA monumental celestino graça, em santarém, recebeu no passado dia 13 de outubro, duas corridas de toiros em solidariedade com a santa casa da mi-sericórdia de santarém. o bilhete custava três euros, sendo que um revertia em favor da misericórdia. recorde-se que a promoção de espetáculos tauromáquicos pela santa casa, como fonte de receita, remonta, pelo menos, ao ano de 1825.

Lar vai ser alvo de recuperação em FafePor proposta do presidente, a câmara municipal deliberou atribuir um apoio fi-nanceiro de 140 mil euros à misericórdia de Fafe para as obras de reparação e conservação no edifício do ex-grémio da lavoura, onde funciona o lar de santo António nº 2, com a ocupação de 40 residentes. A obra, num edifício de arqui-tetura “brasileira”, foi adjudicada pelo valor superior a um milhão de euros.

Anadia atenta àsdoenças demenciaisA misericórdia de Anadia tem em curso, desde Julho, um projeto pioneiro na re-gião. Designado por Atividades de inter-venção em Doentes crónicos e idosos, este projeto visa promover programas de intervenção terapêutica adequados às necessidades das pessoas idosas com declínio cognitivo ligeiro ou com síndrome demencial, tais como doença de Alzhei-mer ou doença de Parkinson.

100Mil portugueses que emigramem 2011, mais de 100 mil portu-gueses procuraram oportunidades de trabalho fora da europa, e nem sempre de forma legal, alertou re-centemente o secretário de estado das Comunidades, José Cesário.

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EM AçãO

10 vm outubro 2012

Voluntariado é alicerce do Centro João Paulo IIAmélia catarino foia primeira a inscrever--se para o serviço de voluntariado do centro João Paulo ii, da união das misericórdias Portuguesas

A ligeireza no andar e a firmeza na atitude solidária fizeram de Amélia Catarino o modelo de orientação ética de voluntários e profissionais que exercem no Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima.

Então com 60 anos, Amélia Cata-rino foi a primeira a inscrever-se para o serviço de voluntariado desta casa - que ajudou a construir - tendo-se tornado num dos “pilares” nos quais o seu fundador, o padre Virgílio Lopes, se apoiava.

“A dona Amélia, como era na-tural de Fátima e conhecia bem a comunidade, foi responsável pelo recrutamento das primeiras pessoas que vieram trabalhar para o Centro”, recordou ao Voz das Misericórdias Manuel Cálem, presidente do Conse-lho de Administração da instituição.

Discreta e com uma vitalidade “fora do vulgar”, Amélia Catarino

Filipe Mendes

sempre preferiu trabalhar nos basti-dores. Ajudava na cozinha, na orga-nização do economato, na lavandaria, costura ou “em qualquer outro serviço que fosse preciso”, disse.

“Era uma pessoa com um carácter extraordinário”, resumiu Engrácia Marques, diretora do centro, desta-cando “o altruísmo e a dedicação” que sempre emprestou a esta casa.

“Tinha uma grande vontade de ajudar o próximo e partilhar a sua experiência e os conhecimentos adquiridos ao longo de uma vida no ensino público”, recordou.

Na sua ótica, Amélia Catarino é o exemplo acabado daquilo que deve ser o voluntariado: um labor em prol do outro, que “volta a colocar as pes-soas no centro”, referiu, sublinhando que, através dele, se criam laços entre instituição e comunidade.

Gratuitidade, sentido do outro, exigência e solidariedade são, por-tanto, as características fundamentais do trabalho voluntário e que sempre nortearam a ação desta mulher que “teve uma vida plena”.

Falecida a 13 de Setembro último, aos 82 anos, Amélia Catarino “faz muita falta”, disse, emocionada, Maria Isabel Vieira, responsável pela Secção de Economato do Centro João Paulo II. “recordo-a com muita saudade. Aju-dou muitas pessoas. Era muito amiga de todos e conseguia fazer com que todos se unissem”, referiu. O mesmo sentimento foi transmitido ao nosso jornal por várias outras colegas que encaram este trabalho “como uma missão” e uma forma de vida.

Maria Leonor Almeida está no centro há mais de 20 anos. Veio tam-bém trabalhar para este local pela ine-vitável mão de Amélia Catarino. “Foi

ela que me trouxe para cá e ajudou-me em tudo”, declarou. “Nunca negava nada. Tenho uma ótima recordação dela”, disse.

“Era sensível, carinhosa e amiga de ajudar, capaz de despir a camisa para dar aos outros. Dava tudo...”, disse Maria do Céu, outra das funcio-nárias que atualmente presta serviço na cozinha do centro.

“Deixa muitas saudades. Foi uma pessoa que marcou muito o centro. Criou aqui uma equipa muito unida”, disse, por seu turno, Maria do Carmo,

com a emoção a embargar-lhe a voz.“Quando tínhamos dificuldades,

era a ela quem recorríamos. Ela che-gava a todo o lado”, referiu a amiga Dolores Fontes, que trabalha neste centro desde a sua constituição.

A primeira pedra desta casa foi colocada em 1982 e a construção do edifício demorou sete anos, sendo que muito deste trabalho, curiosamente, foi também feito por voluntários.

“Somos os campeões do volunta-riado, que é um alicerce desta casa”, afirmou Manuel Cálem, acrescentando que o Centro João Paulo II dispõe, des-de a sua fundação, de uma “rede de voluntariado nacional e internacional muito forte”, que colabora ao longo de todo o ano.

“Desde o início que esta casa está dotada de instalações próprias para acolher 16 voluntários residentes para um voluntariado de longa duração, onde é possível estabelecer planos de atividades e onde os utentes são os grandes beneficiados”, referiu.

Há ainda inúmeros jovens que prescindem de uma semana de férias para prestarem aqui serviço nas mais diversas áreas. Experiências únicas que ajudam a formar personalidades e a lidar com a diferença.

O Centro para Deficientes Pro-fundos João Paulo II tem capacidade para acolher 192 residentes. A equipa técnica é composta por 212 colabora-dores, 126 são ajudantes de lar. Os residentes do Centro João Paulo II têm idades entre os três e 65 anos. O trabalho desenvolvido tem em atenção a idade, mas também as necessidades específicas de cada um.

Amélia era natural de Fátima e foi responsável pelo recrutamento das primeiras pessoas que vieram trabalhar para o centro

Voluntária impulsionou centro da UMP

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VOZDASMISERICÓRDIAS

VOZDASMISERICÓRDIAS

Anciania é riqueza que deve seraproveitadaA santa casa da misericórdia de benedita, que apoia atualmente cerca de 120 idosos, promoveu um seminário para debater o envelhecimento

Os maiores de 60 anos a nível mundial vão ultrapassar os 1.000 milhões de pessoas dentro de 10 anos devido ao ritmo de envelhecimento dos países emergentes, revela um relatório da ONU divulgado recentemente.

Aquele segmento da população é o que regista o maior ritmo de cres-cimento, o que coloca a necessidade de mudanças sérias das políticas de saúde, sociais e económicas, destaca o documento “Envelhecer no século XXI: uma celebração e um desafio”, do Fundo da População das Nações Unidas (FNUAP).

É essa também a opinião de Ma-nuel Canaveira de Campos, o antigo presidente do INSCOOP - Instituto António Sérgio para o Sector Coo-perativo – que, no passado 28 de Setembro, refletiu sobre o tema “Vidas Vividas - O Segredo das Gerações”, a convite da Santa Casa da Misericórdia de Benedita.

“O envelhecimento demográfico não é um mal, é uma realidade”, constatou Canaveira de Campos, acrescentando: “a idade dá mais co-nhecimento. E isto é uma riqueza que se deve aproveitar”, afirmou.

“O que me preocupa não é o envelhecimento da população, mas sim da sociedade”, continuou. “As novas gerações estão em falta com as mais velhas, mas o contrário também é verdade”, disse, acrescentando: “ter mais de 60 anos não é ter direito a estar todo o dia em frente à televisão”.

“Temos de pensar de forma dife-rente e criar condições para aproveitar esse capital de conhecimento acumu-lado pelos mais velhos”, defendeu.

recorde-se que a Santa Casa de Benedita apoia atualmente mais de 120 utentes através das respostas sociais de lar, centro de dia e apoio domiciliário, contou ao Voz das Mi-sericórdias o provedor da Instituição, Silva rebelo.

Filipe Mendes

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www.ump.pt12 vm outubro 2012

RECEITAS nAS MISERICÓRDIAS

Delícia de espinafresdo Cartaxo

INGREDIENTES (8 PESSoAS) MoDo DE PREPARAção:

500g Filetes de pescada4 ovos1 Pacote de batata frita palha (grande)1 molho de espinafres3 cebolas3 Dentes de alho2,5 dl azeite250 ml molho bechamelsal q.b.Pimenta q.b.Pão ralado

Pré aqueça o forno a 180ºc. lave os es-pinafres e coza-os em água e sal, quando terminar deixe-os a escorrer num passa-dor. seguidamente lamine as cebolas e os alhos e leve a refogar no azeite. Junte os filetes cortados em pedaços e tem-pere com sal até cozerem, adicione os espinafres já escorridos. bata os ovos e misture-os com o molho bechamel e a batata palha, retifique os temperos e junte ao preparado anterior. coloque num recipiente próprio para forno. salpique com pão ralado. leve ao forno a gratinar. Para servir enfeite com folhas de espina-fres e azeitonas pretas.

PREço: DIFICUDADE:€ € € € €

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Mãos que ajudam em Santo Estêvãoum grupo de 50 voluntários colocou mãos à obra para eliminar barreiras no centro de deficientes profundos da união das misericórdias em Viseu

Com o intuito de dar continuidade ao trabalho, realizado em junho de 2011, de recuperação e requalificação de um jardim abandonado, meia centena de voluntários do programa “As Mãos que Ajudam”, coordenados por Ana-bela Jordão, estiveram no Centro para Deficientes Profundos de Santo Estê-vão, em Viseu. Desta feita, para além da limpeza dos espaços envolventes ao centro e da pintura de três salas de convívio dos utentes, o grande objeti-vo era a construção de uma rampa de acesso ao renovado jardim, de forma a permitir a passagem em cadeira de rodas aos utentes, vencendo a incli-nação existente no local.

“Era muito complicada aquela inclinação para o acesso ao jardim em cadeira de rodas, uma dificuldade que agora se consegue contornar com a execução desta rampa”, revelou Manuela Martins, diretora do Centro. Para que tal desiderato fosse possível, a instituição contactou diversas empresas da região de Viseu, solicitando apoio, nomeadamente através de material.

José Alberto lopes

Duas empresas responderam afirmati-vamente ao pedido, cedendo cimento e tintas. Por sua vez, a Junta de Freguesia de Abraveses apoiou a ação com três funcionários, uma carrinha de apoio, ferramentas, areia e cimento.

“Conjugaram-se vontades para conseguirmos proporcionar uma melhor mobilidade e acesso ao jardim aos nossos utentes. A eliminação de barreiras é fundamental e consegui--lo com a ação generosa e solidária de pessoas que são sensíveis a estes problemas é algo muito relevante que não podemos deixar de enaltecer”, confidenciou a nova administradora do Centro para Deficientes Profundos

de Santo Estêvão, Infância Pamplona.O tempo também ajudou na exe-

cução dos trabalhos. Depois de uma semana de aguaceiros e mau tempo, o dia marcado para esta iniciativa, 29 de setembro, surgiu solarengo e quente, tendo sido possível verificar no terreno o empenho e a dedicação dos voluntários, sem um esgar de esforço ou desconforto nos rostos, mas antes uma forte convicção e espírito de so-lidariedade. “É fácil mobilizar pessoas para empreendimentos deste género,

“Toda a gente se disponibiliza para ajudar”

porque toda a gente se disponibiliza para ajudar”, salientou a coordenadora do grupo, Anabela Jordão.

“Queríamos requalificar o espaço, torná-lo mais aprazível para realizar atividades ao ar livre, criar inclusiva-mente condições para ter animais, por exemplo, para interagirem com os nossos utentes. Para tal, estamos a pensar recuperar os edifícios cir-cundantes ao jardim, alguns deles bem degradados, de forma a darmos continuidade a este trabalho, para que os nossos utentes, com muito maior regularidade, possam usufruir dele”, garantiu Infância Pamplona.

A administradora do centro, cargo que acumula há dois meses com o de provedora da Santa Casa da Misericór-dia de Santar, asseverou igualmente que a instituição, atualmente com 62 utentes, está a pensar abrir mais vagas. “O centro tem recursos humanos, equipamentos e os espaços físicos necessários para dar uma resposta de qualidade aos utentes”.

Por sua vez, Manuela Martins manifestou o seu desejo de continuar a abrir as portas do centro à comuni-dade, nomeadamente às instituições locais de apoio à pessoa com deficiên-cia. “Seria fantástico que este espaço que aqui estamos a requalificar hoje pudesse ser utilizado em conjunto com outras instituições, criando par-cerias que beneficiariam toda a gente”, concluiu a diretora técnica.

Além da limpeza dos espaços envolventes e da pintura de salas, o objetivo era a construção de uma rampa de acesso ao jardim

EM AçãO

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EM FOCO

Cantar pela saúde do corpo e da alma na Academia da União

Participar num grupo coral obriga a mente a trabalhar, contribuindo para a saúde física, mental e não só. ‘Quem canta seus males espanta’ é ideia unânime no coro da universidade sénior da união

“Quem canta seus males espanta”. A música alegra a alma, todos sabemos. Mas não é menos verdade que partici-par num grupo coral obriga a mente a trabalhar, contribuindo também para a saúde física e mental. No coro da Academia de Cultura e Cooperação, a universidade sénior da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), é assim. Pelo menos duas vezes por semana, cerca de 40 pessoas se juntam para afinar a voz e o espírito.

O coro é umas das 90 disciplinas da Academia. É muito procurada, garante a maestrina ao Voz das Mi-sericórdias. Segundo a irmã Maria Augusta, a procura só não é maior porque há responsabilidades associa-das às aulas. Quando há atuações – a próxima está marcada para o dia 23 de novembro – o grupo tem de se reunir mais vezes para os ensaios. E foi num desses ensaios que encontramos os elementos do grupo coral.

A mais jovem tem 62 anos, a mais velha já completou 90, mas os 30 anos de diferença de idade não compro-metem a partilha da mesma opinião. “Quem canta seus males espanta”, ouve-se então na sala onde decorrem os ensaios. O grupo costuma reunir-se na casa das Irmãs Missionárias de Ma-ria, fundadoras da Escola Superior de Enfermagem da UMP, ou no auditório da sede da União em Lisboa.

Cantar faz bem à alma, rejuve-nesce o espírito, mas no momento da atuação, apesar de todo o amor à camisola, os nervos não deixam de se fazer sentir. Contudo, é unânime que um certo nervosismo faz parte da atuação em público. “É como se fosse-mos atores a entrar em palco”, lembra uma das alunas daquela disciplina da Academia de Cultura e Cooperação.

Mas se é verdade que a alma ga-nha saúde, vale a pena não esquecer que participar num grupo coral pode ser um divertido modo para evitar a doença a doença de Alzheimer. Pelo menos é assim que pensa Leonel, um dos elementos deste grupo coral

Bethania Pagin

e que já soma 80 anos de idade. Não se trata apenas de cantar, contou ao Voz das Misericórdias, mas também e decorar músicas e partituras. Assim, o cérebro está sempre a ser exercitado, o que, segundo os médicos, ajuda a evitar doenças de foro mental como Alzheimer.

O coro já tem quase 25 anos. Pode--se dizer que nasceu praticamente ao mesmo tempo que a Academia, fun-dada ainda pelo então presidente do Secretariado Nacional da União, padre Virgílio Lopes, em 1987. As primeiras professoras foram Natércia Simões, Ana Serrão e Delfina Figueiredo. “A Fina”, lembra uma das senhoras que desde aquela altura integra o grupo coral da UMP. Seguiu-se então Judite Figueiredo, cuja energia e dinamismo

é lembrada por todos, tendo sido tam-bém a grande impulsionadora deste projeto musical. Foi ela quem passou o testemunho para a atual professora e maestrina, irmã Maria Augusta. Foi em 1996.

O repertório é variado. Música sacra, popular ou clássica. Não há pre-

ferências entre os elementos do grupo. Todas podem ser bonitas e tocar a alma, independente do estilo, dizem-nos.

As atuações costumam ser fre-quentes e são sempre gratuitas. No

dia 23 de novembro, a música vai ser Marinhais e o objetivo é ajudar a ar-recadar fundos para uma organização sem fins lucrativos da região. Além disso, o coro costuma marcar presença em outros eventos, como as festas de fim de ano da própria Academia, encontros de grupos corais e eventos comemorativos variados.

“Sopranos! Tenores! Vamos lá afinar essas vozes.” Está na hora de começar o ensaio. Afinal, é para isso que lá estão todos: para espantar males através da música.

Este trabalho insere-se num novo projeto editorial do jornal Voz das Misericórdias. A partir desta edição, vamos publicar todos os meses um artigo sobre a realidade dos grupos corais nas Santas Casas.

25o coro da Academia de cultura e cooperação da umP já existe há

quase 25 anos. A sua criação confunde--se com a criação da própria universidade sénior.

40cerca de 40 pessoas integram atualmente o grupo coral. em-

bora seja uma disciplina da Academia, as atuações obrigam a uma responsabilidade acrescida.

90o elementos com mais idade do grupo coral da união das mise-

ricórdias Portuguesas é Amélia todobom, que já completou 90 primaveras.

números

o elemento mais jovem do grupo tem 62 anos, a mais velha já completou 90, mas os 30 anos de diferença de idade não comprometem a partilha

Ensaios decorrem pelo menos duas vezes por semana

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TERCEIRA IDADEwww.ump.pt outubro 2012 vm 15

Borba inaugura lar deidosos

novo lar da santa casa da misericórdia de borba conta com mais 20 vagas. no mesmo dia, foi homenageado o antigo provedor, Manuel Ramalho

O dia 19 de outubro foi de festa para a cidade de Borba. Afinal, a Santa Casa da Misericórdia inaugurou o seu terceiro lar para idosos na loca-lidade e prestou uma homenagem a Manuel ramalho, o seu anterior provedor. Integrado no complexo da Aldeia Social da Quinta da Prata, o novo equipamento possui capacidade para acolher vinte utentes e, mesmo antes de iniciar o seu funcionamento, já contava com onze candidaturas.

A cerimónia começou com o descerrar de uma placa comemorativa logo seguida de um breve momento de enaltecimento ao antigo provedor

Adriana Mello Manuel ramalho (1924-2008), que esteve ao serviço da Misericórdia de Borba durante 33 anos. Em seguida a esse momento de reconhecimento e homenagem, realizou-se a atuação da Tuna da Universidade Sénior de Borba que animou a todos os convi-dados, funcionários, utentes e irmãos da Misericórdia com cantares típicos do Alentejo.

Todos os oradores presentes – o vice-provedor da Santa Casa de Borba, rui Bacalhau; a diretora do Centro Distrital da Segurança Social de Évo-ra, Sónia Ferro; bem como Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas – assina-laram a importância deste género de

equipamento que vem beneficiar a terceira idade.

O presidente da União das Miseri-córdias realçou que “um dos grandes problemas da sociedade portuguesa é o envelhecimento e o Alentejo é uma das regiões mais envelhecidas do nos-so país. Assim, todos os equipamentos para idosos são importantes.” Manuel de Lemos distinguiu ainda a impor-

tância da Santa Casa para o município de Borba, calculando que cerca de 10 por cento da população do município (entre utentes e funcionários) passam diariamente por esta instituição.

recorde-se que estava prevista a presença do ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota So-ares, que devido a uma doença súbita não pode comparecer. No entanto, o

ministro enviou uma mensagem onde enaltecia o facto de a obra ter sido construída sem qualquer participação do Estado, tendo sido edificada só com fundos próprios da Santa Casa. No comunicado, lido na cerimónia, Pedro Soares destacava ainda que “as famílias no Alentejo contam agora com mais um importante apoio. As instituições sociais, além da resposta social que conferem, da empregabi-lidade que asseguram, são hoje uma importante rede de suporte familiar”

Mostrando-se como um equipa-mento de importância social para a comunidade em que está inserida e não só, visto que o lar aceita inscrições de utentes de todo o país, este novo espaço de acolhimento vai possibilitar aos seus residentes usufruírem de

alojamento, alimentação adequada às necessidades, cuidados de higie-ne, tratamento de roupa, serviços de saúde, animação e lazer. Ou seja, os utentes podem contar com apoio em todas as atividades da vida diária.

Ao que tudo indica, e apesar da crise que assola a nossa sociedade, a Santa Casa de Borba ambiciona continuar a investir no bem-estar dos seus utentes e pretende construir, em breve, um pavilhão multifunções que “será um espaço onde além do social, pretendemos devolver a cidadania às pessoas”, afirmou o vice-provedor rui Bacalhau, que também é o repre-sentante da União das Misericórdias Portuguesas na comissão do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Este dia especial terminou com um jantar convívio para todos os presentes.

Atuação da Tuna da Universidade sénior de Borba animou a todos os convidados com cantares típicos do Alentejo

Tuna da universidade sénior

Page 16: Voz da Misericordias

SAúDEwww.ump.pt16 vm outubro 2012

Fundamental o papel que as Santas Casas desempenhamcongresso de cuidados continuados, organizado pela unidade de longa duração e manutenção da misericórdia de miranda do Douro, contou com 20 palestrantes e dezenas de participantes

O dia-a-dia das unidades de cuidados continuados, os seus desafios e me-tas para o futuro foram as matérias que despertaram mais interesse nas jornadas que juntaram, a 28 e 29 de Setembro, vários técnicos de saú-de, funcionários das Misericórdias e docentes na área da Medicina e da Enfermagem.

Francisco Centeno, diretor clínico da Unidade de Longa Duração e Ma-nutenção de Santa Maria Maior, foi um dos anfitriões e explicou o propósito deste congresso. “Quisemos dar a conhecer a realidade das unidades de longa duração e manutenção, perceber e explicar como trabalhamos e quais são os desafios futuros. Que-remos saber se há motivos para nos preocuparmos se estas unidades vão continuar a ser sustentáveis ou não.”

Daniel Faiões

Professor Pinto da Costa marcou presença

Francisco Machado, provedor da Santa Casa de Vimioso, esteve presente nesta ação em representação de Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e usou da palavra para se referir à sustentabilidade destas instituições. “Exige-se uma melhoria, quer dos utentes quer dos colaboradores, para que se proporcionem meios para que o trabalho nas nossas unidades seja cada vez mais profícuo e orien-tado para os utentes.” O provedor explicou, também, a importância de criar novas pontes com a sociedade civil, sensibilizando-a e chamando--a a participar ativamente. “Como desafios para o futuro, acredito ser da maior importância apelar a novos voluntários, nomeadamente jovens e reformados ainda no uso das suas ple-nas faculdades físicas e intelectuais.”

Uma das participações mais aguar-

dadas e aplaudidas do Congresso foi a do professor Pinto da Costa, que aproveitou para enaltecer o peso das Misericórdias na vida das pessoas. “Parece-me fundamental o papel que desempenham no panorama nacional, porque têm vindo a substituir o Estado no seu dever de resolver os problemas. Depende sempre da maior ou menor capacidade económica e financeira de cada uma delas mas, obviamente, há Misericórdias autossustentáveis e outras que passam muitas dificuldades para gerir as competências que se lhe atribuíram, nomeadamente nesta pro-blemática dos cuidados continuados e dos doentes terminais.”

O conhecido médico legista apre-sentou-se ao congresso com uma co-municação intitulada “Morte Digna”, considerando que falta ainda algum esclarecimento, por parte da popula-ção, no que toca à distinção de termos

médicos como “doente continuado” e “doente terminal”. Para Pinto da Costa, a dignidade humana não tem preço e não pode estar dependente de imposições economicistas. “A pessoa humana tem a sua dignidade intrínseca só por ser pessoa. A morte é um complexo processo que envolve sossego e é necessário humanizar a morte, compreendendo o ser-humano que todos somos”, concluiu.

Neste congresso, foram ainda debatidos assuntos relacionados com as unidades de convalescença, unida-des de média e longa duração, bem como a sustentabilidade das unidades de cuidados continuados. Também houve espaço para esclarecimentos sobre processos subagudos nos Aci-dentes Vasculares Cerebrais (AVC), agudizações, a gestão da medicação, o internamento ativo e os aspetos éticos da sedação terminal.

“Médico legista conside-ra que falta ainda algum esclarecimento, por parte da população, no que toca à distinção de termos médicos como “doente continuado” e “doente terminal”

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o outono e as castanhas marcaram início do ano letivo em sintra

Festa no Colégio de nossa senhora Esperança da Misericórdia do Porto

Misericórdia de Valongo tem 68 crianças no pré-escolar

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6Alimentação saudável foi uma das iniciativas na santa Casa de Murça

Crianças da Misericórdia de Peso da régua foram às vindimas

Em Castelo Branco, as uvas também animaram os mais pequenos

Ano letivoarrancanas SantasCasas

em todo o país, as misericórdias organizaram iniciativas variadas para receber as crianças depois das férias de verão

O ano letivo arrancou nas Miseri-córdias e por todo o país as crianças foram recebidas com variadas inicia-tivas que marcaram o fim das férias escolares. Em ateliês de atividades livres e pré-escolar, educadores e auxiliares deram às boas-vindas aos pequeninos. Pais e encarregados de educação também participaram.

Fim de verão coincide com as vin-dimas e com as castanhas, por isso, esse foi um dos temas escolhidos para o regresso das crianças. Mas houve muito

Bethania Pagin mais. Em Murça, por exemplo, as frutas deram lugar a pratos coloridos e diver-tidos que abriram o apetite dos mais pequenos para alimentos saudáveis.

Almeirim, Almodôvar, Barcelos, Castelo Branco, Chamusca, Chaves, Espinho, Funchal, Gaia, Ílhavo, Maia, Moimenta da Beira, Murça, Penama-cor, Peso da régua, Porto, Póvoa de Lanhoso, resende, rio Maior, Sabrosa, Sines, Sintra, Valongo e Vila Verde fo-ram as Santas Casas que responderam ao nosso desafio.

O jornal Voz das Misericórdias deseja a todos um bom ano escolar.

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ESTAnTEwww.ump.pt20 vm outubro 2012

Livro relata a história de 12 mulheres que mudaram o mundo

maria de belém roseira estreou-se na escrita e escolher falar sobre as 12 mulheres que durante o século XX abriram caminho para a modernidade

Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal. Marie Curie mereceu duas vezes o Pré-mio Nobel. Benazir Bhutto chegou a primeira-ministra do Paquistão e Maria de Lourdes Pintasilgo ascendeu também a um lugar de primeira--ministra nunca antes imaginado ser possível alcançar por uma mulher em Portugal. A bailarina e coreógrafa Isa-dora Duncan e a pintora Frida Kahlo viveram a sua arte em total liberdade. Eleanor roosevelt imprimiu o seu nome na História universal. Simone Veil, sobrevivente do Holocausto, marcou a política francesa. Hannah Arendt, a provocadora filósofa política, inquietou mentes humanas. As escri-toras vanguardistas Virginia Woolf e

Bethania Pagin

Simone de Beauvoir deixaram o seu marco na literatura. Dolores Ibárruri Gómez, ‘La Pasionaria’, sacrificou a sua vida em prol da luta por aquilo em que acreditava. Essas são as 12 escolhidas pela presidente da mesa da Assembleia geral da União das Miseri-córdias Portuguesas, Maria de Belém roseira, que recentemente lançou o seu primeiro livro. “Mulheres livres” é uma edição Esfera dos Livros.

Todas essas mulheres, escreve Maria de Belém roseira na introdução do livro, foram protagonistas de transformações relativamente a práticas instituídas, de avanços legislativos, de rutura em relação ao lugar e estatuto da mulher na sociedade, que transpôs o seu lugar tradicional e dona de casa, mulher e mãe, esquecida e desvalorizada para assumir um papel ativo na sociedade.

“Foram mulheres tão extraordiná-rias que não foi possível encobri-las so-cialmente, abafá-las. Elas extravasaram os limites. Foram, nos seus tempos e nas suas sociedades, uma janela que se abriu para os ventos da modernidade. Ao analisá-las, para além de outras ca-racterísticas que partilham, creio que há

uma comum a todas elas: não tiveram qualquer receio de afirmar a sua per-sonalidade. De defender as suas ideias e os seus ideais, independentemente das críticas, dos boatos, do apontar de dedo, da maledicência ou dos ataques pessoais. Foram todas dotadas desta sede de liberdade e de coragem abso-

lutamente inquebrantável de resistir, resistir mesmo perante o sofrimento físico, como é o caso emblemático da pintora Frida Kahlo. Que fez da sua dor a sua liberdade. A sua arte.”

Por isso, “revisitar as suas histó-rias é reconstruir a luta das mulhe-res ao longo do século XX. Pela sua igualdade, pela sua diferença, pela sua liberdade. Uma luta longe de estar terminada”.

recorde-se que a presença femini-na nas Misericórdias portuguesas tam-bém costuma merecer a atenção de Maria de Belém roseira. Num artigo escrito para o VM em Março de 2011, a presidente da mesa da Assembleia geral recordou que “o facto de o mo-vimento [das Misericórdias] ter sido fundado por uma mulher não impediu que as instituições dele decorrentes tivessem passado a ser presididas e geridas por homens. Era assim naquele tempo e foi assim durante muito tempo! Os homens detinham as funções de comando no espaço público e as mulheres, realizavam as tarefas que, quanto mais servis, mais feminizadas eram”.

“Mas as alterações sociais dos papéis das mulheres e os ventos de mudança também chegaram às Mi-sericórdias. Prova disso é o número de provedoras que atualmente existe – algumas dezenas – e o número de membros do sexo feminino que hoje integra as mesas administrativas. Para além disso, creio não andar longe da verdade se afirmar que o maior número de dirigentes e qua-dros técnicos das Misericórdias é, na sua maioria, pessoal feminino. “ E, continuava: “Quem se bate pela igual dignidade de direitos e deveres entre homens e mulheres, como é o meu caso, não pode reivindicar um papel privilegiado para estas no âmbito das Misericórdias. Bem hajam os ventos de mudança que permitiram que todas e todos, de mãos dadas, em igualdade de mérito e de reconhecimento profissional e social, possamos somar a nossa vontade, a nossa competência e o nosso empenhamento no aprofundar do ideal de bem servir, na construção que dele fez a rainha D. Leonor há mais de 500 anos.”

MULhERES LIvRESMaria de Belém roseiraesfera dos livros, 2012

hannah ArendtVirginia Woolf

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lIsTA DE lIVros

A MISERICóRDIA DE PRoENçA-A-NovAFrancisco golãotecnodidática, 2008“uma das vilas da beira que mais cedo beneficiou da criação de tão benemérita criação de obra de caridade foi Proença--a-nova, pois já em 1513 foi publicada a provisão régia de D. manuel i, instituindo e legalizando a sua misericórdia. o alvará de 22 de outubro de 1559, infelizmente mutilado, continha a data exata da fun-dação da confraria da misericórdia de Proença-a-nova, bem como a referência ao Priorado do crato que a instituiu.” o excerto é da edição “A santa casa da misericórdia de Proença-a-nova: relação dos povos com a confraria”.

MISERICóRDIA DE CANhA ATRAvéS DoS TEMPoSFrancisco Correiamisericórdia de canha, 2008com a edição da obra “A santa casa da misericórdia de canha através dos tem-pos”, de Francisco correia, pretende-se, segundo a provedora honorina silvestre, “contribuir para a coesão da irmandade em torno dos valores da solidariedade e da fraternidade que nos uniram ao longo dos séculos”. Para luís graça, doutor em cultura portuguesa da universidade ca-tólica que assina a nota de apresentação, trata-se de uma obra “completíssima e esclarecedora” que “revela a estrutu-ra fundiária que garantia a atividade da instituição”.

A SANTA CASA DE vILA NovA DE GAIAFernando antónio da silva Correiamisericórdia de gaia, 2012“A misericórdia - A santa casa de Vila nova de gaia”, de Fernando António da silva correia, é uma edição que reúne toda a história da instituição. baseado em livros de atas, pesquisas de documentos, estudos dos tombos e relatos de aconte-cimentos, o livro marca o 83.º aniversário da instituição. trata-se, escreve Fernando António da silva correia na introdução, “de uma obra despretensiosa, feita com o coração, escrita em comunhão com a história que o autor foi lendo e vivendo”. o prefácio é do presidente honorário da umP, Vítor melícias.

MISERICóRDIA DE FAFE: 150 ANoS Ao SERvIço DA CoMUNIDADEdaniel Bastosmisericórdia de Fafe, 2012“A presença da misericórdia no concelho está ligada ao decurso contemporâneo de Fafe. estabelecida na segunda metade do século XiX, as raízes da santa casa de Fafe remontam a um período de signifi-cativas transformações no paradigma de desenvolvimento socioeconómico e de-mográfico local, indelevelmente cunhadas pela ação dos emigrantes brasileiros de torna-viagem.” segundo Daniel bastos, autor desta edição, o retorno brasileiro impulsionou a atividade industrial, mas também assumiu em Fafe uma feição benemérita.

A hISTóRIA Do DESPoRTo NA vILA DE REDoNDoJosé Caladomisericórdia de redondo, 2012“A história do Desporto na vila de re-dondo”, de José calado, tem um único objetivo fundamental: homenagear e ga-lardoar todos os desportistas redondenses (anónimos e conceituados) que de alguma forma contribuíram para o reconheci-mento desta localidade aquém e além--fronteiras. Ao longo de 160 páginas com fotografias, são relatados acontecimentos e factos históricos ocorridos ao longo do último século. A edição integra o projeto “cadernos de o redondense”, da miseri-córdia de redondo, que visa, entre outros, divulgar a cultura local.

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VMEDITorIAl

Paulo Moreira [email protected]

VOZ ATIVA

União das Misericórdias Portuguesas

www.ump.pt22 vm outubro 2012

MANUTENçãO DA SOLIDArIEDADE

Em outubro, assinala-se o Dia Mundial doIdoso, no ano em que a Comissão Europeiacelebra o envelhecimento ativo e dasolidariedade entre gerações. Internamente,falamos cada vez mais sobre as duras medidas do orçamento de Estado

Um dos fatores de estabilidade e criador de confiança, condições fundamentais para um ambiente de paz social, é o cumprimento do contrato social que há muito

existe e tem permitido colmatar problemas mais agudos e gritantes da sociedade portuguesa.

Há na proposta de orçamento para 2013 sinais preocupantes da degradação dos mecanismos de proteção social, que não nos podem deixar indiferentes e merecem uma ponderada reflexão. Se é evidente que se torna urgente racionalizar a despesa pública cortando nas gorduras do Estado (o que é muito mais fácil de dizer do que de efetivar), isto não pode por em causa a existência de uma rede social fundamental para a redução de assimetrias.

A discussão sobre as funções do Estado é uma questão de primordial importância de que há muito se fala, mas sobre a qual muito pouco se tem refletido seriamente, longe das paixões partidárias e das estratégias de momento que habitualmente são más conselheiras, sobretudo quando se trata de um assunto com a relevância e a centralidade que este inegavelmente tem.

Se é certo que sobre esta matéria existe existem diversas opiniões, convém lembrar que o Estado existe porque há um conjunto de cidadãos e um território que lhe dão corpo, e que ao longo do tempo foram sendo definidas obrigações e deveres que podem ser repensados, mas sem nunca perder de vista a defesa dos mais desfavorecidos e a manutenção da solidariedade entre gerações.

A não ser assim, corremos o risco de ter um Estado cada vez mais distante dos cidadãos e das suas instituições, o que fatalmente fará crescer a conflitualidade social e o descrédito nos atores políticos, o que só poderá contribuir ainda mais para a degradação de um ambiente de paz social tão necessário à real recuperação do nosso país.

apoio domiciliário, como nos lares, reforcem os serviços de especialistas que deem suporte técnico à tomada de decisões mais qualificadas.

Especialistas de diversas respos-tas sociais, a funcionar numa lógica de partilha de oferta de serviços e de divisão de custos, numa estratégia que exige o aprofundamento da cooperação e comunicação entre instituições e entidades.

Valências que, insisto, devem sempre privilegiar a promoção da autonomia do idoso e, só em último caso, o internamento.

Por exemplo, é necessários que as IPSS passem a contar com o trabalho de nutricionistas, capazes de elaborar ementas adequadas às necessidades específicas do idoso, apostem na melhoria dos serviços de higiene pessoal ou limpeza habitacional, na qual o idoso deve ter um papel ati-vo, como indivíduo capaz de tomar decisões, capacidade e prorrogativa que quer manter e nós - no papel de cuidadores - queremos incentivar.

Da mesma forma, devemos pro-curar diversificar a oferta com outras especialidades relevantes - tanto na vertente domiciliária como nos lares - como fisioterapia, atividade física, terapia ocupacional, consultas médi-cas e de enfermagem domiciliárias, acompanhamento à farmácia, ao supermercado, prestação de serviços de reparação e manutenção em casa do idoso, serviço domiciliário de cabeleireiro, manicura e outros que se revelem necessário à manutenção da autonomia do idoso.

Tudo isto planeado e direcionado com o objetivo central de promover o envelhecimento ativo. Ou seja, aumentar a automonia do cidadão e atrasar - ou mesmo evitar - a sua entrada no sistema de internamento, nos lares.

Atualmente, não raras vezes, começamos a banalizar e a olhar o internamento como a melhor solu-ção, a solução lógica.

Não podemos cair nesta arma-dilha.

O País precisa de uma revolu-ção de mentalidades, que leve cada um de nós a questionar o papel da família, mas que também eduque o individuo no sentido de se valorizar e de valorizar a sua experiência e conhecimento.

Até lá, cabe-nos a nós procurar melhorar permanentemente o siste-ma de apoio aos idosos, procurando não apenas dar anos à vida, mas sobretudo dar vida aos anos que a cada um caiba viver.

O progressivo avanço da investigação médica e farmacêutica, a crescente abundância alimentar e a implemen-tação do Estado Social determinaram, em todo o Mundo Ocidental e na Europa em particular o aumento generalizado da esperança de vida. Demos anos à vida.

De tal forma que, hoje em dia, confrontamo-nos com um dilema emergente: Como podemos dar vida aos anos conquistados, como pode-mos envelhecer mantendo-nos ativos e socialmente válidos?

Por toda a Europa, a esperança de vida aumentou, a natalidade di-minui acentuadamente, a estrutura familiar mudou radicalmente, com a diminuição do número de filhos, com a mudança do papel das mu-lheres na sociedade e no mundo do trabalho - elas que desempenharam desde sempre o papel de cuidadoras familiares - com a migração das zonas rurais para as áreas urbana.

O resultado desta mudança, mais do que assustador, é insustentável.

E por isso, creio, chegou a altura de refletirmos conjunta e seriamente sobre a adoção de novos modelos de acompanhamento à terceira idade, com o objetivo central de mantermos o indivíduo autónomo, socialmente ativo e integrado numa sociedade que reconheça e valorize a experiência e sabedoria acumuladas durante uma vida.

Nos últimos anos, sobretudo nas duas últimas décadas, investimos em lares de terceira idade, em apoio domiciliário, em sistemas que, apesar de todos os esforços, não conseguem evitar que as pessoas sejam arran-cadas do lugar ao qual pertenceram toda a vida, nem evitar a solidão e, em casos extremos, a negligência.

Ou seja, até ao momento, deu--se primazia à institucionalização do individuo.

O que proponho é uma reflexão sobre a necessidade de inverter os termos desta equação e passar a levar

a instituição à casa do indivíduo, do idoso, que pretendemos se mantenha autónomo o mais tempo possível.

E aqui reside a mudança de pa-radigma.

Creio que seria útil o ensaio e avaliação da prestação de serviços integrados de apoio ao idoso no seu domicílio, estratégia que conduzirá à diminuição do número de interna-mentos em lares.

Hoje em dia, os serviços de segu-rança social, bem como as IPSS, entre as quais as Misericórdias, conhecem detalhadamente os custos diários de internamento de cada idoso.

Porém, a este custo, à que juntar um outro, de contabilidade mais difícil e menos exata: o custo social do desenraizamento dos idosos, o afastamento dos idosos das suas relações de família, de vizinhança, a sua progressiva dependência física e medicamentosa.

Como diminuir os custos dos serviços de apoio aos idosos e, si-multaneamente, aumentar a sua qua-lidade, promovendo a autonomia e envelhecimento ativo, com o objetivo de evitar ou retardar o internamento em lares de terceira idade é o grande desafio que temos pela frente.

E é aqui que a cooperação entre entidades, sobretudo ao nível local e regional, poderá ser uma enorme mais-valia, tendo em conta a neces-sidade de melhorar as respostas e partilhar os custos.

Envelhecer ativamente passa por investir mais na informação e acompanhamento da população idosa, numa lógica de promoção da saúde, porque a doença, a falta de autonomia e o internamento são so-luções mais caras e menos humanas.

A título de exemplo, afigura-se es-sencial que as IPSS, tanto ao nível do

oPInIão

Envelhecer ativamente passa por investir mais na informação e acompanhamento da população idosa, numa lógica de promoção da saúde, porque a doença, a falta de autonomia e o internamento são soluções mais caras e menos humanas

Joaquim Morão Provedor da Mis. de Idanha-a-Nova

PENSAr A MUDANçA

VOZ DASMISERICÓRDIAS

órgão noticiosodas Misericórdias em Portugal e no mundo

Propriedade: união das misericórdias PortuguesasContribuinte: 501 295 097 Redacção e Administração: rua de entrecampos, 9, 1000-151 lisboaTels: 218 110 540218 103 016 Fax: 218 110 545 e-mail: [email protected] Tiragem do n.º anterior:13.550 ex.Registo: 110636Depósito legal n.º: 55200/92Assinatura Anual:Misericórdias normal - €20benemérita – €30outros: normal - €10benemérita – €20Fundador:Dr. manuel Ferreira da silvaDiretor: Paulo moreiraEditor: bethania PaginDesign e Composição: mário henriques Publicidade:Paulo lemosColaboradores: Adriana meloAnabela silvaDaniel FaiõesFilipe mendesJosé Alberto lopesPatrícia PosseVera camposAssinantes: sofia oliveiraImpressão: Diário do minho– rua de santamargarida, 4 A4710-306 braga tel.: 253 609 460

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rEFlEXão

é expectável que a crise económica que o país atravessa continue a produzir efeitos na generalidade dos sectores de atividade em 2013, incluindo o da saúde, afetando naturalmente as relações económicas que se estabelecem entre os agentes

Todos estes desafios, aliados às respostas que têm sido delineadas para os enfrentar, poderão criar di-nâmicas merecedoras de uma atenta vigilância por parte do regulador in-dependente. Nesse contexto, o papel da ErS será fundamental para garantir o acesso aos cuidados de saúde, a observância dos níveis de qualidade e segurança nos serviços prestados, a defesa dos direitos e legítimos in-teresses dos utentes e a concorrência nos mercados da saúde. Estes são, pois, atributos imprescindíveis para que o sistema de saúde português atinja plenamente os seus objetivos, de promoção de ganhos em saúde, de resposta às expectativas dos utentes, e de proteção financeira dos cidadãos em situação de doença.

Vivemos momentos particularmente exigentes. E no centro dos esforços que se empreendem para os vencer encontra-se, pela sua natural importân-cia, o sector da saúde. O contexto não é favorável, sendo evidentes os fatores de pressão de diversa natureza. E o sucesso na superação dos desafios que se colocam depende, em primeiro lugar, do reconhecimento da dimensão e da complexidade desses mesmos desafios.

Em termos políticos, o desenvolvi-mento do sistema de saúde português nos próximos anos será indubitavel-mente pautado pelos compromissos assumidos pelo Estado Português com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, no âmbito do apoio fi-nanceiro externo a Portugal, o que tem determinado que a generalidade das políticas de saúde mais recentes con-cretizem medidas de racionalização na utilização de recursos, de ganhos de eficiência e de redução da despesa.

Noutro plano, é expectável que a crise económica que o país atravessa continue a produzir efeitos na gene-ralidade dos sectores de atividade em 2013, incluindo o da saúde, afetando naturalmente as relações económicas que se estabelecem entre os agentes. Esta eventual afetação das relações económicas torna premente a neces-sidade de garantir a legalidade e a transparência dessas relações, com particular incidência na defesa dos direitos e interesses dos utentes.

Associada a esta crise económica e financeira reconhece-se uma impor-tante componente social, sendo vários os fatores de pressão sobre as famílias e os indivíduos, desde a redução real dos rendimentos auferidos à incerteza nos mercados de trabalho, fatores estes que poderão alterar o perfil das necessidades e do consumo de cuidados de saúde. Também o processo de enve-

lhecimento da população é um fator de índole social com particular incidência no sector da saúde, dele decorrendo não só o crescimento da procura de cuida-dos de saúde, mas também alterações no perfil dessa procura, ao nível do tipo e duração dos cuidados.

Outro importante fator de pressão sobre o sector da saúde é a inovação tecnológica, que tem ocorrido a um ritmo considerável, observando-se a introdução constante de tecnolo-gias, que frequentemente são mais onerosas, mas que nem sempre se traduzem em ganhos clínicos, e que muitas vezes representam desafios de enquadramento legal e de segurança da prestação de cuidados de saúde.

Finalmente, as reformas em curso no sector da saúde têm determinado o

surgimento de nova legislação, focando diversas componentes da atividade da prestação de cuidados de saúde, da organização em geral do sistema de saúde, e de definição dos direitos dos utentes. No plano interno, as mais importantes modificações legislativas têm acompanhado as referidas medi-das de racionalização na utilização de recursos. Do contexto de integração europeia, advêm também desafios, como a necessidade de transpor para o ordenamento jurídico português a diretiva que visa facilitar o acesso a cuidados de saúde transfronteiriços, ou a nova diretiva do reconhecimento automático das competências dos profissionais de saúde, que irá facilitar a circulação de profissionais de saúde no espaço europeu.

Jorge simões Presidente da Entidade Reguladora da Saúde

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Onde mora a solidariedade

Descubra a Misericórdia na sua terra

úLTIMAHORA

Presidente da UMP no vaticanoo presidente do secretariado nacional da união das misericórdias Portuguesas foi, mais uma vez, convidado a participar na conferência internacional do conselho Pontifício para os serviços de saúde. A iniciativa decorre entre os dias 15 e 17 de novembro, no Vaticano. manuel de lemos vai falar sobre “A missão das misericórdias junto dos que sofrem”.

homenagem emoliveira de AzeméisA união das misericórdias Portuguesas (umP) associou-se à homenagem ao antigo provedor da santa casa de oliveira de Azeméis, gaspar Domingues, que teve lugar no âmbito do 121.º aniversário da misericórdia. A umP atribuiu ao antigo dirigente a medalha com o grau de mérito e Dedicação, assim como o respetivo diploma. Foi a 27 de outubro.

Mora inauguranúcleo museológicoA santa casa da misericórdia de mora inaugurou o seu núcleo museológico. A cerimónia teve lugar a 26 de outubro e representou o concretizar de um so-nho antigo da instituição. no mesmo dia, decorreu a apresentação pública da edi-ção “o Património das misericórdias: um passado com futuro”, sobre o inventário realizado pela umP nas santas casas do Alentejo.

LivroMulheresque mudaram o mundo

Ano letivoSantas Casas recebem crianças

DebateMiranda do Douro promove seminário

Estante Educação saúdePágs. 20 e 21 Pág. 18 Pág. 16

Posição pública das Misericórdias sobre o atual momento social de Portugalo conselho nacional da união das misericórdias esteve reunido em Vila Viçosa, a 20 de outubro, e aprovou uma petição pública. leia na íntegra

O Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, reunido em Vila Viçosa no dia 20 de Outubro de 2012, com o Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, ouviu, atentamente, uma exposição do Presidente do Secretariado Nacional sobre a situação social vivida hoje, em Portugal e, em especial, sobre o papel das Misericórdias Portuguesas no auxílio às pessoas.

Muito particularmente, o Conse-lho Nacional analisou o impacto do Orçamento de Estado para 2013 sobre a sustentabilidade das Misericórdias

para que estas possam continuar a desempenhar a sua Missão.

Em consequência, e depois de pro-fundo debate, o Conselho Nacional e o Secretariado Nacional aprovaram e deci-diram tornar pública a seguinte moção:

“As Misericórdias Portuguesas podem deixar de manifestar, junto dos órgãos de soberania, a sua profunda preocupação pela evidente degradação dos mecanismos de proteção social que a proposta de Orçamento de Estado para 2013 apresenta.

Compreendendo a necessidade de se afirmar o princípio da solidez das finanças públicas, garantidas por um rigoroso equilíbrio orçamental, não podem deixar de alertar que tal situação deve assentar num processo contínuo de solidariedade nacional para com os mais desfavorecidos.

As Misericórdias Portuguesas, en-quanto afirmação multisecular da so-ciedade civil, e numa longa tradição

de complementaridade com o Estado, reafirmam a sua disponibilidade para, no quadro do princípio da subsidiariedade, se disponibilizarem para participarem no esforço de racionalização da despesa pública, potencializando a manuten-ção de uma rede social que reduza as assimetrias da sociedade portuguesa e

permita a manutenção do princípio da solidariedade entre as gerações.

No entendimento das Miseri-córdias Portuguesas é fundamental manter a confiança na execução do nosso Contrato Social.

Apelam, pois, ao Estado para que não se distancie dos cidadãos e das institui-ções de solidariedade social e se empenhe

num processo gradual de identificação de quais as funções que esse mesmo Estado pretende e deseja cumprir no quadro constitucional em vigor.

As Misericórdias Portuguesas, conscientes do grave momento que Portugal atravessa, manifestam a sua profunda convicção nos princípios de uma solidariedade ativa e na afirma-ção de uma cidadania de intervenção na defesa dos mais desfavorecidos da nossa sociedade.

Só desse modo, será possível um esforço conjunto na criação de em-prego para se poder ultrapassar esta situação crítica, invertendo o contínuo aumento da despesa social em sede de subsídio de desemprego e reinser-ção social, de forma a fazer face ao inevitável aumento de encargos com os mais velhos, os mais doentes e os grupos de risco.”

Vila Viçosa, 20 de Outubro de 2012

necessidade de se afirmar a solidez das finanças públicas deve assentar num processo contínuo de solidariedade nacional

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