viagem ao pequeno grande mundo da nanoarte

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 1040 19º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas “Entre Territórios” – 20 a 25/09/2010 – Cachoeira – B ahia – Brasil  VIAGEM AO PEQUENO GRANDE MUNDO DA N ANOARTE ANNA BARROS, artista autônoma RESUMO Este texto é o resultado de minha pesquisa atual sobre nanoarte. Abrange pequena definição de nanotecnologia e arte e se estende àquilo que é produzido sob esse nome. Traz informações quanto ao andamento de meu projeto de arte de uma instalação, que tem por base três imagens geradas pelo microscópio eletrônico de varredura: de uma árvore, de uma de suas sementes e de uma árvore petrificada. Meu interesse reside nas diferenças estruturais dos materiais e de como posso transformar, de maneira poética, a percepção desse mundo minúsculo, em arte. Palavras-chave: nanoarte, nanotecnologia, instalação, microscópio eletrônico de varredura. ABSTRACT The text refers to my research on nanoart. It includes a short definition on nanotechnology and on the different art work that have been done in the interchange between art and nano science. The text informs on the development of an art installation of mine generated on three images scanned by Scanning Electronic Microscopy: a tree bark, a seed and a petrified tree. My main interest is how can I make art using the perception of this nano world.  Key-words: nanoart, nanotechnology, installation, Scanning Electronic Microscopy. Roger (Malina) - you mentioned I think in your latest response that arts and science have different goals. No they don't. Science is a creative process - if we unweave rainbows it is usually only to reveal another mystery - science is  just following a different methodology. I don't think art is really just about expression. It is another way of understanding. Sensory perception, multi or not, is only a way in to that understanding, a particular route that you take,  just as the scientific experimental process or conceptualisation or abstract thinking is also a way in - different routes and methods with the same intention. Its not the goal, but the process that we're always talking about. So folks, give us the goal of your art and we'll tell you it's the goal of science. Ian Ferguson A citação acima elucid a com clareza o que meu projeto busca: uma nov a percepção sensorial, arte ciência “multi or not ”. O texto está dividid o em duas seçõe s definidas, a pri meira contendo a apresentação da nanotecnologia e da nanociência, além da arte criada dentro de seus ditames; a segunda destinada à apresentação de minha pesquisa para criar uma instalação, a qual, tem por base três imagens geradas no microscópio eletrônico de varredura, MEV.

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19º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas

“Entre Territórios” – 20 a 25/09/2010 – Cachoeira – Bahia – Brasil 

 

VIAGEM AO PEQUENO GRANDE MUNDO DA NANOARTE

ANNA BARROS, artista autônoma

RESUMO

Este texto é o resultado de minha pesquisa atual sobre nanoarte. Abrange pequenadefinição de nanotecnologia e arte e se estende àquilo que é produzido sob esse nome.Traz informações quanto ao andamento de meu projeto de arte de uma instalação, que tempor base três imagens geradas pelo microscópio eletrônico de varredura: de uma árvore, deuma de suas sementes e de uma árvore petrificada. Meu interesse reside nas diferençasestruturais dos materiais e de como posso transformar, de maneira poética, a percepçãodesse mundo minúsculo, em arte.

Palavras-chave: nanoarte, nanotecnologia, instalação, microscópio eletrônico de varredura.

ABSTRACT 

The text refers to my research on nanoart. It includes a short definition on nanotechnology and on the different art work that have been done in the interchange between art and nano science. The text informs on the development of an art installation of mine generated on three images scanned by Scanning Electronic Microscopy: a tree bark, a seed and a petrified tree. My main interest is how can I make art using the perception of this nano world. 

Key-words: nanoart, nanotechnology, installation, Scanning Electronic Microscopy.

Roger (Malina) - you mentioned I think in your latest response that arts and science have different goals. No they don't. Science is a creative process - if we unweave rainbows it is usually only to reveal another mystery - science is  just following a different methodology. I don't think art is really just about expression. It is another way of understanding. Sensory perception, multi or not, is only a way in to that understanding, a particular route that you take, just as the scientific experimental process or conceptualisation or abstract thinking is also a way in - different routes and methods with the same 

intention. Its not the goal, but the process that we're always talking about.So folks, give us the goal of your art and we'll tell you it's the goal of science.Ian Ferguson

A citação acima elucida com clareza o que meu projeto busca: uma nova percepção

sensorial, arte ciência “multi or not ”.

O texto está dividido em duas seções definidas, a primeira contendo a apresentação

da nanotecnologia e da nanociência, além da arte criada dentro de seus ditames; a

segunda destinada à apresentação de minha pesquisa para criar uma instalação, aqual, tem por base três imagens geradas no microscópio eletrônico de varredura, MEV.

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Nanotecnologia e nanociência 

Toda matéria que constitui o nosso universo circula entre uma grande diferença em

escala e é esta que explica os fenômenos comportamentais, além de determinar aforça de interação entre as matérias: na escala macro é a gravidade que predomina;

na escala nano são as forças eletromagnéticas e na escala subatômica é a força

nuclear. Portanto, a escala é um elemento importante na definição do que seja

macro, nano e subatômico sendo vital para a conceituação e compreensão do

comportamento da matéria no mundo nano.

A escala em que fomos treinados nos trabalhos de arte, na engenharia e na

arquitetura, determina objetos que podem se relacionar com a escala do ser

humano. Nossa maneira de perceber e de compreender o mundo tem sido apoiada

por essa relação, seja com imagens advindas dos microscópicos ópticos, seja com

as obtidas por telescópios. Ou seja nós percebemos o mundo segundo nossa

própria escala.

Além da escala, a estrutura da matéria é outro elemento básico a ser examinado,

pois “A estrutura da matéria e a maneira como ela interage estão ligadas

inexoravelmente” (Shawn Y. Stevens et all , 2009, p. 5). “A estrutura da matéria é

composta de átomos, seu tipo e arranjo determinam sua identidade e afetam as

propriedades de cada material” (Idem, p. 10). Esse arranjo, quando modificado,

pode transformar um material em outro, o que era o sonho dos alquimistas e é,

também, o poder ambicionado pela sociedade atual.

Entretanto, as nanoparticulas possuem propriedades muitas vezes diferentes

daquelas próprias ao material quando em estado bruto.

Por exemplo a possibilidade de se dobrar o cobre em bruto (arame, fita,etc) ocorre com o movimento de átomos ou de agrupamentos deles naescala de cerca de 50nm. Nano particulas menores de 50nm sãoconsideradas materiais super duros que não exibem a mesmamaleabilidade e ductabilidade que o cobre bruto.http://www.sciencedaily.com/articles/n/nanoparticle.htm 

No universo quântico da nano mergulhamos em um quadro perceptivo com

características tão diferentes que vamos ter que digerir com bastante trabalho e que,

por certo, irão transformar nossa forma de gerar conhecimento. A imaginação vai ser

um instrumento poderoso para nos auxiliar tanto na arte quanto na ciência.

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As expressões nanociência e nanotecnologia têm sido usadas intermitentemente. A

nanotecnologia é o mais recente ramo da ciência e, diferentemente das outras

ciências, sua técnica desenvolveu-se antes, pois sem ela seria impossível conhecer

e penetrar nesse universo tão diminuto, regido pelas leis da física quântica. As

definições são múltiplas, uma vez que percorrem um caminho aberto a todas as

formas de conhecimento.

“A nanotecnologia é um campo de pesquisa emergente e promissor, genericamente

definido como o estudo de estruturas funcionais com dimensões entre 1-1000

nanometros” (The Richard E. Smalley Institute for Nanoscale Science and

Technology, Rice University, What is Nanotechnology ).

http://cohesion.rice.edu/Centersandinst/cnst/nano.cfm).

A nanotecnologia é mais uma nova ciência do que uma tecnologia...Representativamente, ela é descrita como uma ciência interessada nocontrole da matéria, na escala de átomos e moléculas... logo queconfrontamos a escala dentro da qual a nanotecnologia opera, nossasmentes sofrem um curto-circuito. A escala torna-se abstrata demais emrelação à mente humana (James Gimzewski, 2008, p.40).

As moléculas são átomos do mesmo tipo ou de tipos diferentes, fortemente ligados

entre si, formando entidades específicas, com propriedades físico-químicas distintas.

Um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro. Uma partícula é considerada

como pertencente à escala nano se o seu diâmetro estiver entre 1 e 100

nanômetros. As partículas nanométricas escapam à percepção visual, situando-se

em um horizonte onde o material e o imaterial se encontram.

O que os cientistas estão tentando fazer com essa tecnologia é criar um novo mundo,

constituído por partículas organizadas em uma escala da menor para a maior. Quando

a escala é alterada, a possibilidade de interferir na composição das matérias em sua

estrutura atômica e molecular torna plausível manipular seus componentes mínimos,

pelo remanejamento das moléculas o que, pode proporcionar ganhos com a obtenção

de novos materiais potencialmente mais puros, leves, resistentes, baratos e

adequados a quase todas as atividades, desempenhadas pelo homem moderno: tem

possíveis áreas de aplicação nas industrias de eletrônica e de comunicação, na

química e nos materiais usados na farmacêutica, na biotecnologia.

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O universo quântico opera uma mudança de paradigmas, essas possíveis mudanças

também podem se constituir em perigos reais para a saúde e para o meio ambiente,

fazendo com que a consciência individual e coletiva precise ser alertada e

desenvolvida com a introdução da nanociência já no nível do ensino primário e

secundário.

Uma questão importante se apresenta, a de qual mudança em nossa percepção

será necessária à compreensão do que a nanociência está buscando e ao mesmo

tempo de quais serão suas repercursões. O cientista James Gimzewski ressalta que

“Quando se trabalha nesse tipo de escala, nós alcançamos imediatamente os limites

da experiência racional humana, e o imaginário toma conta” (James Gimzewski,

p.41, 2008).

A maneira proposta por ele de se trabalhar essas mudanças encontra-se na união

da força entre artistas multimidiáticos, nanocientistas e humanistas, que assim

conseguirão uma ampla linguagem para iniciar os leigos, ampliando ainda as

possibilidades de descobertas nessa área.

É ainda Gimzewski quem nos esclarece que foi o engenheiro japonês Norio

Tamaguchi quem primeiro propôs a palavra nanotecnologia no início da década de

70 do século passado. Mas foi a invenção do Microscópio de Tunelamento por

Varredura {scanning tunneling microscope  (STM)} em 1981, por Gerd Binnig and

Heinrich Rohrer pesquisadores da IBM, que permitiu a visão do átomo e das

moléculas individualmente e sua conseqüente manipulação.

Tunelamento quântico é um processo mecânico pelo qual uma partícula pode

penetrar e uma região do espaço classicamente proibido, embora possa pareceralgo abstrato e removido da realidade, é um processo básico e importante

encontrado na natureza.

Microscópios Eletrônicos

Enquanto o microscópio de luz utiliza fótons como a radiação visível, para

observação do material celular, o microscópio eletrônico, por sua vez emprega feixes

de elétrons.

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A imagem é tridimensional, topográfica, introduz-nos a um universo regido pelo tato

e não mais pela visão. As imagens são oferecidas à visão em um tubo de raios

catódicos por meio de programação digital. Diferentes tipos de microscópios

eletrônicos são empregados para rastrear diferentes materiais.

Um dos instrumentos utilizados para exploração de materiais orgânicos nessa escala

é o Microscópio Eletrônico de Varredura, o MEV. Ele é um tipo de microscópio

eletrônico capaz de produzir imagens de alta resolução da estrutura superficial de

uma amostra; imagens de alta ampliação (até 300.000 x) de resolução. Esse

microscópio fornece imagens pela radiação de luz, as imagens são virtuais, o que

incrementa o mistério da nano uma vez que, na sua origem elas não existem

visualmente. Ele é muito versátil podendo ser empregado na varredura de amostras

orgânicas e com textura rugosa.

A Nanotecnologia e a ficção científica

Sendo uma ciência em desabrochamento e com características tão fora de nosso

conhecimento do mundo newtoniano, a nanociência e a nanotecnologia têm

fertilizado a imaginação dos escritores de ficção científica, que ora as consideram

como uma maravilha, ora como um perigo. Os cientistas têm tido trabalho em

ratificar alguns dos mitos criados pela ficção científica, mas, uma coisa é certa, ela

tem fornecido idéias para quais direções as pesquisas devem se dirigir.

Dentre os livros de ficção científica sobre o assunto destacam-se: Prey , de Michael

Crichton e Engines of Creation , de Eric Drexler. Este último é um cientista que

redescobriu e difundiu o conceito de nanotecnologia, depois de Feynman, no início

dos anos 80.

Arte com Nanotecnologia- Nanoarte

A arte se depara com todo um universo imagístico novo pelo advento da

nanotecnologia. A possível combinação com a informação digitalizada contribui para

a absorção de dados de informação e a geração de trabalhos, quando esses dados

se fundem com a arte e a ciência em nova estruturação do conhecimento.

Das diversas maneiras que estão sendo usadas para criar na nanoarte destacamos:

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1- Utilização de imagens geradas em microscópios de laboratórios de pesquisa,

nas quais o artista e o cientista trabalham juntos numa contribuição para a

divulgação da nanotecnologia, ampliando imagens até então desconhecidas do

mundo regido pela mecânica quântica, com outras leis que não as do ambiente onde

vivemos, onde imperam as leis Newtonianas. As técnicas artísticas utilizadas vão

desde o colorir as imagens, a colagens e superposições, em fotografia e vídeo.

O artista Cris Orfescu foi o primeiro a criar um grupo para trabalhar dentro dessas

condições: NanoArt21. As imagens, na sua maioria são geradas pelo Microscópio

Eletrônico de Varredura (MEV). Seu trabalho pode ser encontrado nos sites

www.crisorfescu.com e no http://www.nanoart21.org/ 

No Brasil, existe um grupo, CMDMC, liderado pelo Prof. Antonio Carlos Hernandes,

do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São

Carlos (IFSC) da USP, empenhado na criação de nanoarte. As imagens são obtidas

de partículas de dimensões nanométricas de materiais cerâmicos. Já foram

produzidos nove vídeos que podem ser acessados pelo Youtube, em CMDMC

nanoarte.

Na área internacional podemos observar imagens resultantes de cálculos de

estruturas mecânicas moleculares, criadas por Damian Gregory Allis em colaboração

com o Dr. Ralph Merkle, Department of Biochemistry and Molecular Biophysics,

Washington University School of Medicine . www.somewhereville.com.

Ghim Wei Ho, aluno de doutorado, orientando do Prof. Mark Welland, da University

of Cambridge Nanoscale Science Laboratory, trabalha imagens tomadas pelo

Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV).

http://www.nanotech-now.com/Art_Gallery/ghim-wei-ho.htm

2- Obras geradas na manipulação de moléculas individuais pelo STM.

Dentro dessa categoria existe mais material considerado científico como por

exemplo a primeira imagem do logo da IBM.

3- Obras que utilizam a metáfora para traduzir as condições perceptivas próprias a

um ambiente nano.

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Apresento dois nomes que se destacam na arte e tecnologia: Cris Sommerer e

Laurent Mignonneau e Victoria Vesna, esta em trabalhos conjuntos com o cientista

James Gimsewski.

Dos primeiros Nano-Scape , 2003, apresentado em: "Science+Fiction" no

Sprengelmuseum Hannover and the ZKM, Karlsruhe, é um trabalho despojado de

informação visual, para criar uma obra de arte, onde a percepção prevalece ao tato.

Segundo a artista é uma escultura invisível, da mesma maneira que o mundo nano.

Ela busca acessá-lo pela intuição; emprega uma interface de força magnética

wireless para que os fruidores possam criar uma escultura invisível, quando tateiam

uma mesa preparada para a experiência.

NanoScape , Cris Sommerer e Laurent Mignonneau

Victoria Vesna e James Giimzewski

A artista e o nanocientista são professores da UCLA, dirigem o UCLA ART/SCI

Center, e o UC Digital Arts Research Network. Lá são pesquisados e executadosprojetos interdisciplinares em arte e ciência. Os dois têm trabalhado juntos há quase

dez anos, em uma série de instalações que tratam do impacto especial da nano

ciência na cultura e na consciência; ao mesmo tempo buscam nos levar a

experimentar questões filosóficas do impacto dessa ciência emergente sobre a

cultura em geral. Elas visam questionar algumas das narrativas e idéias reinantes

sobre a nanotecnologia, tornando-a mais acessível ao público leigo. Vesna e

Gimzewski utilizam suas habilidades e talentos para criar trabalhos interativos, tais

como buckyballs , manipuladas pela sombra e mandalas tibetanas, que permitem ao

visitante entrar em um grão de areia, como visto em uma exposição realizada no

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MAB FAAP, em 2008, Nano. Poética de um Mundo Novo: Arte, Ciência e 

Tecnologia , com a minha curadoria.

Como exemplo trago uma das instalações:

Zero Wave  é uma instalação interativa inspirada nos Bockminsterfulerenos  ou

Buckyballs , assim chamados por serem semelhantes à forma geodésica usada por

Buckminster Fuller em sua arquitetura. A instalação é uma metáfora visual da C60,

uma molécula do carbono que exibe a mesma simetria fundamental da geometria da

molécula. As moléculas virtuais reagem à sombra das pessoas, tal qual as

moléculas reais (bilhões de vezes menores do que a experiência humana), se

comportam quando manipuladas pelos cientistas.

Zero Wave , foto MAB, FAAP

Meu Projeto de Arte

Feynman dizia que não existe nada impossível, desde que não viole as leis da

natureza, sendo somente uma questão de tempo e tecnologia para ser realizado.

A colaboração entre um artista e um cientista para criar uma obra vista como

interdisciplinar ou transdisciplinar é uma árdua caminhada. Além da fecundação

mútua das idéias por meio da curiosidade, existe uma maneira de raciocinar e de

expressar o conhecimento, que demanda uma abertura conceitual, tendo a

imaginação como transductora. Algo que tem facilitado essa tripla colaboração é o

fato de ser possível reduzir todas as informações desses três campos do saber, a

linguagem computacional.

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O presente projeto busca metaforizar poeticamente algumas das condições próprias

ao mundo da nanociência; cientificamente, consiste em obter três imagens dentro

da escala nano: da casca de uma árvore Tabebuia, de sua semente e de uma árvore

petrificada, conífera.

A intenção, no início, era de se chegar à molécula para poder observar a mudança

processada, em cada estágio devida das árvores.

Sendo um projeto em conjunto com a ciência e a tecnologia, a primeira questão a

ser resolvida foi a varredura das amostras. Meu desejo era tê-las em magnificação

molecular, i.é, com possibilidade de mudar a posição das moléculas escaneadas

pelo Microscópio de Tunelamento com Varredura, o qual pode chegar à resolução

atômica, utilizando-se uma agulha de tungstênio ou de platina-irídio à qual é aplicada

uma tensão elétrica, em um processo de tunelamento quântico.

Isto não foi possível em razão de problemas técnicos básicos:

1- Para que sejam varridas em tunelamento quântico, as amostras precisam ser

condutoras de eletricidade.

2- Os materiais escaneáveis não podem ter grande rugosidade.

Portanto, o microscópio indicado é o Microscópio Eletrônico de Varredura, que gera

imagens já ao nível aceite como nano ou, o Microscópio de Força Atômica que tem

ainda maior poder de magnificação. O MEV é um microscópio muito versátil e atua

no registro de topografias estruturais.

Depois de uma via sacra por universidades consegui a colaboração do Laboratóriodo Instituto de Física de São Carlos (USP), pela gentileza do Prof. Dr. Osvaldo

Novaes de Oiveira Jr., para magnificar as amostras, por mim enviadas no

Microscópio Eletrônico de Varredura que já chega a uma escala nano, embora não

atinja a escala molecular.

Esse material deve ser animado e ser trabalhado em conjunto com o som para gerar

uma percepção tátil acentuada, em projeções pelo ambiente. A intenção é de

provocar uma percepção sensorial de propriedades constantes no mundo nano,

mais próprias da mecânica quântica. É uma metáfora e não uma tradução.

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Imagens do material obtido no Microscópio Eletrônico de Varredura

IFSC USP

Apresento abaixo algumas imagens do material pesquisado.

A - Semente, Tabebuia.

B - Casca, Tabebuia 

C - Árvore petrificada, Conífera 

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No desejo de obter maiores magnificações, entrei em contato com o Laboratório de

Filmes Finos do Instituto de Física da USP SP, onde existe um Microscópio de

Força Atômica, que gera amostras tridimensionais e com maior magnificação. Foram

feitas as varreduras mas, fica para meu próximo texto o comentário do que

resultaram e de como estou trabalhando com elas nas animações, pois ainda estou

envolvida com as amostras acima apresentadas.

A Poética

A idéia do tempo, tão presente em meu trabalho com animações digitais, está

duplamente presente neste projeto: 200 milhões de anos entre a semente da árvore

e a amostra de uma árvore petrificada e a técnica a ser empregada na instalação, a

de animação digital e sonorização em um registro em processo.

A melhor solução para criar uma instalação em nano arte é, como já disse, a

metáfora. Dessa maneira, a reprodução das varreduras dos materiais tem seu

interesse poético exacerbado, pois é usada livremente deixando de ser somente um

registro científico. É gerado um ambiente fantasmagórico, a ser deambulado, que

interage com a matéria obtida por varredura; assim, é a presença do visitante que

desencadeia essa movimentação-reação e em todo ambiente nano, o sentido do tato

se sobrepõe ao da visão, e as imagens dentro dessas escalas podem ser ditas como

semelhantes às do Braille para os cegos. Quando estamos falando de arte, essa

sobreposição precisa ser bem esclarecido.

Desde as vanguardas artísticas do século XX, a arte intentou unir todos os sentidos

em seus trabalhos. Os trabalhos de colagem e de assemblagem já possuíam essa

qualidade que adquiriu maior completude com as instalações e as performances;entretanto, até hoje, categorizam a Arte como Visual. Em tempos da Arte Digital

ainda estamos discutindo essa denominação. Esta questão pode gerar imensa

elocubração técnica e filosófica, e por isto cito um texto de W. J. T. Mitchell, There 

are no Visual Media , (2007) como uma abordagem do assunto, que merece ser

conhecida, principalmente pelos semióticos.

Mitchell chega à conclusão de que, quanto à especificidade, as mídias têm sido

organizadas segundo o visual, o aural e o tátil, ou pelos operadores simbólicos ou

semióticos de Charles Sanders Peirce, com base em sua tríade sígnica elementar:

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ícone, índice e símbolo, mas que em ambas maneiras de organização, na

especificidade não existe nada que possa ser considerada como em “estado puro”.

Mitchell enfatiza a relação entre os sentidos, mesmo quando se trata de “uma pinturapura”, nos ditames de Clement Greenberg. O autor ressalta que a pintura é realizada

pela mão, e que, quando a olhamos, estamos vendo o gesto que a criou e, portanto,

o tato. Ele classifica a noção de um trabalho assumido como existindo somente

dentro de uma dessas categorias como uma anomalia, e que existe uma tradição

mais durável de uma mídia mista ou híbrida. Mitchell trás outros argumentos que não

nos interessam aqui, mas que tornam claro as distorções que o desejo de

purificação da técnica do modernismo acarretaram.

Vejo esse desejo como estando situado dentro de um modelo de conhecimento

assumido até o fim do século XX, o de redução  apresentado por mim em

conferência, no 4º Simpósio de Arte Contemporânea: Curadoria e Crítica na

Universidade Federal de Santa Maria, 2009: 

Existem dois modelos de aquisição de conhecimento: a redução e acomplexidade... Hodiernamente na arte e na ciência, essas duas categoriasdo saber são abordadas por meio de paradigmas culturais, científicos,estéticos, bem diferentes dos vigentes até o início deste século, quandoeram considerados antagônicos ou complementares: a redução  era oprocesso cognitivo então vigente, a complexidade  é a que imperaatualmente. (Anna Barros, 2009)

No meu trabalho estou buscando a maneira duplamente nova que teremos que usar

ao criar obras com a nanoarte.

Primeiro: questionar a unicidade, seja do tato, seja da visão.

Creio que com tudo que já tomamos consciência pela História da Arte sobre a co-participação dos sentidos em qualquer tipo de criação, já podemos colocar em nosso

trabalho a valorização da complexidade da percepção, ainda apoiada em Maurice

Merleau- Ponty e em James J. Gibson. Pode haver uma predominância e não uma

exclusão.

Segundo: qual o tipo de abordagem conceitual a ser estabelecido: uso direto de

imagens geradas em nanoescala ou metáforas sobre o comportamento da matéria

no mundo nano.

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Preferi unir os dois, mais uma vez, em uma complexidade e não em uma redução.

O mistério do mundo nano invisível a nossos olhos, e demandando uma nova

percepção do universo, transporta-nos a um lugar de fantasia semelhante ao dashistórias de fadas que continuam a nos encantar. O trabalho todo busca prender o

visitante em um tempo-atemporal e em um espaço sem coordenadas newtonianas.

Mas como fazer isso com décadas de treinamento em arte? Por enquanto tudo que

está sendo feito em nanoarte é uma tentativa, pois nem os artistas, nem os

cientistas, nem o público estão preparados para viver sob as leis da física quântica.

É um mundo diferente e com leis diferentes, daquele em que nascemos.

Não é à toa que um dos trabalhos que prefiro de Vesna e Gimzewski, é o

Caleidoscópio, onde é projetado um vídeo da transformação da visão nanoscopica

de um grão de areia até a visão da mandala construída por monges tibetanos em

areia, e pronta para ser visualizada em nosso mundo newtoniano. O girar peculiar

do caleidoscópio é o girar dos mundos que ali coabitam.

Ao lado do caleidoscópio está a projeção desse processo gravado em vídeo, sobre

areia, e a artista pede que as pessoas que a observam toquem nela e assim viajem

tatilmente em sua transformação. Metáfora e imagens reais obtidas no microscópio

eletrônico estão unidas e transcendem a realidade quântica ou newtoniana. É

importante que ainda estejam em nossa escala?

Caleidoscópio , foto MAB FAAP

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O processo criativo

De posse das imagens já em escala nano, gerei animações digitais em 3D, de

acordo com as imagens do microscópio eletrônico de varredura ( MEV).

Inúmeras foram as animações feitas. A visão também está presente, mesmo que

seja uma visão de algo desconhecido, e só possível de ser percebido, por nós, por

meio de poderosas próteses em conjunto com a imaginação. Em vez de de

empregar o artifício de colorir as imagens, que são topográficas, preferi atribuir uma

única cor a cada instância: semente, árvore e pedra, e assim gerar um envolvimento

com uma matéria luminosa, percebível por meio dos fótons que se espalham por

todo o corpo humano.

Como fazer com que o visitante perceba o poder do tato na escala nano além disso?

Tentamos fazer vibrar os corpos por meio do som. Não estão as moléculas em

constante vibração? Não é o sentido háptico aquele que mais completa o do tato?

Adentrando as entranhas podemos talvez chegar mais perto do que seja viver nesse

mundo de moléculas.

Nesse campo minha pesquisa uniu-se a de Wilson Sukorski, no domínio do som na

busca de provocar vibrações possíveis de afetar os visitantes.

Finis

Tenho ainda um grande percurso até ficar satisfeita com o resultado de minha

pesquisa mas já criei um grande número de animações em diferentes programas.

Todo o projeto demanda uma vigilância contínua para não recair em soluções

comuns na arte tradicional embora ela esteja presente como base de apoio pois, a

nanoarte é uma sequencia impossível de ser seccionada do que se considera Arte.

Será possível criar ambientes com coordenadas concreta e absolutamente

inusitadas ou é a maneira como usamos essas coordenadas o que interessa? Não

recair no “purismo” de Greenberg. Nano visa construir o mundo do menor para o

mais complexo.

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Referências

BARROS, Anna. Nano: Poética de um Mundo Novo. Arte, Ciência e Tecnologia. In AnnaBarros , org. Nano: Poética de um Mundo Novo. Arte, Ciência e Tecnologia. São Paulo: MAB

FAAP, 2008, p. 15-27.

---------------------. A Curadoria e o Mundo Invisível da Nanoarte . Conferência no 4º Simpósiode Arte Contemporânea: Curadoria e Crítica, Universidade Federal de Santa Maria, 19, 20,21 de agosto de 2009.

CRICHTON, Michael. Prey , New York: Harper Collins, 2003.

DREXLER, K. E. Engines of Creation . Garden City, New York: Anchor Press/Doubleday.

GIMZEWSKI, James. A Síndrome do Nanomeme. Indefinição entre Fato e Ficção naConstrução de uma Nova Ciência. In Anna Barros, et all, org. Nano: Poética de um Mundo 

Novo. Arte, Ciência e Tecnologia. São Paulo: MAB FAAP, 2008, p.39-60.

HAYLES, Katherine, editor. Nanoculture. Implications of the New Technoscience. Bristol:Intellect Books, 2004.

MITCHEL,W.J.T. There Are no Visual Media. In Media Art Histories , edited by Oliver Grau.Cambridge, Massachusetts, London, England: The MIT Press, 2007, p.395-406.

STEVENS, Y. Shawn, LeeAnn M. Sutherland, Joseph S. Krajcik. Big Ideas of Nanoscale.Science & Engineering. A Guidebook for Secondary Teachers. Arlington, Virginia: NSTAPress, 2009. VESNA, Victoria et all, editor. Database Aesthetic. Art in the Age of Information Overflow. Minneapolis, London: Univerity of Minnesota Press, 2007.

Sites

DUARTE, Fabiano Carvalho. Microscópio de Tunelamento com Varredura (STM) e Microscópio de Força Atômica (AFM), http://www.dsif.fee.unicamp.br/~furio/IE607A/STM_AFM.pdf. consultado em Março de 2010. 

KLAUSS, Priscila. Estudo da Obtenção de Imagens no Microscópio Eletrônico de Varredura e Espectros na Microanálise por Energia Dispersiva , UFSC/EMC –LabMat/LCMAI

http://www.materiais.ufsc.br/lcm/web-MEV/tcc%20Pri.pdf. Consultado em março de 2010.

FERGUSON, Ian. Yasmin correspondência com Roger Malina, 16/03/2010https://mail.google.com/mail/?shva=1#inbox/12758704823223e7

Anna Barros

Artista multimídia, curadora, autora, pesquisadora. BFA pelo Otis Art Institute, Los Angeles,Mestrado em Arte pela ECA-USP, Doutorado e Pós-doutorado em Comunicação eSemiótica pela PUC-SP. Bolsa de Doutorado Sandwich pelo CNPq, San Francisco ArtInstitute. Foi presidente da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas-

ANPAP. Foi professora visitante no IdA-UNB. Nomeada para o Prêmio Sergio Motta 2010,pelo percurso da carreira.