verificaÇÃo dos efeitos de imipramina, paroxetina ... · submitted in partial fulfillment to...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
ALEXANDRE MENEZES SAMPAIO
VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS DE IMIPRAMINA, PAROXETINA, BUSPIRONA E
DIAZEPAM NO LABIRINTO EM T ELEVADO EM RATOS E CAMUNDONGOS
FORTALEZA
2008
ALEXANDRE MENEZES SAMPAIO
VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS DE IMIPRAMINA, PAROXETINA, BUSPIRONA E DIAZEPAM NO LABIRINTO EM T ELEVADO EM RATOS E CAMUNDONGOS
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, como exigência para obtenção do grau de Mestre em Farmacologia. Orientadora: Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana.
FORTALEZA 2008
S181v Sampaio, Alexandre Menezes
Verificação dos efeitos imipramina, paroxetina, buspirona e diazepam no labirinto em T elevado em ratos e camundongos / Alexandre Menezes Sampaio. – Fortaleza, 2008. 67 f. : Il.
Orientadora: Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Fortaleza-Ce, 2008 1. Ansiedade 2. Ansiolíticos 3. Farmacologia I. Viana, Glauce Socorro de Barros (orient.) II. Título CDD: 615.323931
ALEXANDRE MENEZES SAMPAIO
VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS DE IMIPRAMINA, PAROXETINA, BUSPIRONA E DIAZEPAM NO LABIRINTO EM T ELEVADO EM RATOS E CAMUNDONGOS
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Farmacologia, Área de concentração em Neurofarmacologia.
Aprovada em __/__/__
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________ Profa. Dra. Glauce Viana (Orientadora) Universidade Federal do Ceará – UFC
___________________________________________________
Prof. Dr. Eugênio Moura Campos Universidade Federal do Ceará - UFC
___________________________________________________
Prof. Dr. João Ilo Coelho Universidade Federal do Ceará - UFC
____________________________________________________
Profa. Dra. Eliane Souto Abreu Universidade de Fortaleza - UNIFOR
À Curiosidade humana que edificou nosso mundo
e o povoou de conhecimento.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais por tudo, ou pelo menos a melhor parte.
À minha esposa Daniela pela força, compreensão, paciência e incentivo nesta
importante fase de minha vida.
À minha orientadora Dra. Glauce Viana pelo rigor técnico e orientação quase
materna, essencial para conclusão desta etapa.
Aos pesquisadores de iniciação científica Brinell Moura e Aline Mara e a técnica
Vilani pela dedicação, companhia e suor ofertados aqui.
À Clarisse Furlani pela ajuda e disposição.
Em nome de Socorro Oliveira (coordenadora do CAPS-AD/UFC), Marcelo
Theophilo (diretor geral do Hospital de Saúde Mental de Messejana) e Eugênio Campos
(professor da Universidade Federal do Ceará) eu agradeço aos profissionais, residentes,
estudantes e amigos que de várias formas contribuíram para este trabalho.
“Mas já que todos insistem comigo, ainda que entenda que é grande tolice, não tenho remédio senão consentir em apanhar os três mil e trezentos açoites, com a condição de os poder dar eu em mim próprio, quando muito bem quiser, sem que me marquem ocasião; procurarei pagar a dívida o mais depressa possível, para que o mundo goze da formosura da senhora D. Dulcinéia del Toboso. Quero também a condição de não ser obrigado a tirar sangue com a disciplina, e que se alguns açoites forem para enxotar moscas, também hão de entrar na conta. Item, que se eu me enganar no número, o senhor Merlin, como sabe tudo, terá cuidado de os contar, e de me dizer quantos me faltam ou quantos me sobram.” Sancho Pança.
(Cervantes)
RESUMO VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS DE IMIPRAMINA, PAROXETINA, BUSPIRONA E DIAZEPAM NO LABIRINTO EM T ELEVADO EM RATOS E CAMUNDONGOS. Alexandre Menezes Sampaio. Orientadora: Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará para obtenção do grau de Mestre em Farmacologia Os transtornos de ansiedade possuem alta prevalência na população com graus de severidade variáveis, podendo chegar à incapacitação. Deakin & Graeff conceberam um modelo teórico relacionando defesa distal, amígdala e ansiedade generalizada, de um lado, e defesa proximal, substância cinzenta periaqueductal e pânico, de outro. Nesta proposta, a serotonina facilita a ansiedade, porém inibe o pânico. O modelo do Labirinto em T Elevado (LTE) seria então mais efetivo para distinguir estes dois padrões de ansiedade, ao contrario do Labirinto em Cruz Elevado (LCE), um dos modelos mais utilizados para avaliar efeitos ansiolíticos das drogas. O modelo foi validado para ratos, havendo pouca descrição sobre o uso em camundongos. No primeiro experimento os animais (camundongos Swiss; 10 em cada grupo) foram tratados com salina (10 ml/kg; i.p.), imipramina (30mg/kg; i.p.), diazepam (1mg/kg; i.p.), paroxetina (5mg/kg; i.p.), paroxetina (10mg/kg; i.p.) e paroxetina (20mg/kg; i.p.) e avaliados no Teste do Nado Forçado (TNF). No segundo experimento os camundongos foram separados em cinco grupos (n=10) e tratados com salina (10 ml/kg; i.p.), imipramina (30mg/kg; i.p.), diazepam (2mg/kg; i.p.), paroxetina (10mg/kg; i.p.), buspirona (10mg/kg; i.p) diariamente por uma semana (subcronicamente) e depois avaliados no TNF. No terceiro experimento camundongos foram tratados subcronicamnete com salina, imipramina (30mg/kg; IP), paroxetina (10mg/kg; IP), diazepam (2mg/kg; IP) e buspirona (10mg/kg; IP) e depois testados no LCE. No quarto experimento foram utilizados ratos Wistar que recebiam diariamente por gavagem salina, imipramina (10mg/kg), paroxetina (10mg/kg), diazepam (1mg/kg) ou buspirona (10mg/kg) por 24 dias consecutivos (volume constante 1 ml/kg de peso) e depois foram avaliados no LTE e Campo Aberto (CA). O quinto experimento foi semelhante ao quarto, sendo utilizado camundongos e um aparelho para LTE adaptado. Os resultados foram: imipramina e as três dose de paroxetina apresentaram efeito antidepressivo, enquanto diazepam mostrou efeito depressivo no TNF agudo. Já no TNF subcrônico apenas imipramina apresentou efeito antidepressivo. No LCE imipramina apresentou efeito ansiolítico enquanto paroxetina apresentou efeito ansiogênico. No LTE com ratos tratados cronicamente, paroxetina, diazepam e buspirona apresentaram efeito anti-ansiedade-generalizada enquanto imipramina, diazepam e paroxetina apresentaram efeito anti-pânico. No LTE com camundongos tratados cronicamente, imipramina, diazepam, buspirona e paroxetina apresentaram respostas anti-ansiedade-generalizada e apenas a paroxetina demonstrou efeito anti-pânico. Assim, imipramina, uma droga eficaz nos transtornos depressivos, ansiedade generalizada e pânico, foi responsável por respostas semelhantes nos modelos animais (com exceção do LTE para camundongos). Diazepam, uma droga utilizada para ansiedade generalizada e com alguns efeitos no pânico, apresentou comportamento semelhante nos modelos, tendo efeito antipânico no LTE para ratos e não para camundongos. Buspirona, uma droga utilizada na clinica apenas para ansiedade generalizada, não apresentou efeitos antidepressivos ou antipânico em nenhum experimento. Paroxetina, inibidor seletivo da recaptação da serotonina, antidepressivo, ansiolítico e antipânico, apresentou atividade ansiogênica no LCE (demonstrando este aparelho como inadequado para avaliar esta classe de droga) e efeito anti-ansiedade-generalizada e anti-pânico tanto em LTE para ratos quanto para camundongos. Conclui-se que o LTE para camundongos é um modelo adequado para detectar efeitos ansiolíticos e anti-pânico das drogas, este último em especial para drogas serotonérgicas. Palavras-Chave: Modelo animal de ansiedade. Labirinto em T elevado. Ansiolíticos.
ABSTRACT VERIFYING THE EFFECTS OF IMIPRIMINE, PAROXETINE, BUSPIRONE AND DIAZEPAM ON ELEVATED T-MAZE IN MICE AND RATS. Alexandre Menezes Sampaio. Principal Advisor: Prof. Dr. Glauce Socorro de Barros Viana. Dissertation submitted in partial fulfillment to obtain the Master’s Degree in Pharmacology, Post-Graduate Programme in Pharmacology, Department of Physiology and Pharmacology, Faculty of Medicine, Federal University of Ceará, 2008. The disorders of anxiety use to have high levels of prevalence among population, with varying degrees of severity, eventually causing disability. Deakin & Graeff have conceived a theoretical model, relating distal defence, amygdala and generalized anxiety, on the one hand, and proximal defence, periaqueductal grey substance and panic, on the other. In this proposal, serotonin eases anxiety, but inhibits the panic. The format of the Elevated T Maze (ETM) would be more effective to distinguish these two patterns of anxiety, in contrast to Elevated plus maze (EPM), one of the models most frequently used to evaluate anxiolytic effects of drugs. The model was validated for rats, with little description about the use in mice. In the first experiment, the animals (Swiss mice, 10 in each group) were treated with saline (10 ml / kg, ip), imipramine (30mg/kg; ip), diazepan (1mg/kg; ip), paroxetine (5mg/kg ; Ip), paroxetine (10mg/kg; ip) and paroxetine (20mg/kg; ip) and evaluated in the Forced Swim Test (FST). In the second experiment the mice were divided into five groups (n = 10) and treated with saline (10 ml/kg, ip), imipramine (30mg/kg; ip), diazepan (2mg/kg; ip), paroxetine (10mg / kg, ip), buspirone (10mg/kg; ip), daily for one week (subchronic), and after that they were evaluated in the FST. In the third experiment mice were treated subcronic with saline, imipramine (30mg/kg; IP), paroxetine (10mg/kg; IP), diazepam (2mg/kg; IP) and buspirone (10mg/kg; IP) and then tested in EPM. In the fourth experiment, were used Wistar rats that received daily, by gavage, saline, imipramine (10mg/kg), paroxetine (10mg/kg), diazepam (1mg/kg) or buspirone (10mg/kg) for 24 consecutive days (in volume 1 ml per kg) and then were evaluated in ETM and Open Field Test (OFT). The fifth experiment was similar to the fourth, being used mice and adapted device for ETM. The results were: imipramine and three doses of paroxetine presented antidepressant effect, as diazepam showed depressive effect on acute FST. In subchronic FST, only imipramine presented antidepressant effect. In the EPM, imipramine presented anxiolytic effect as paroxetine presented anxiogenic effect. In ETM with rats chronically treated, paroxetine, diazepan and buspirone showed anti-generalized-anxiety-like effect, as imipramine, diazepan and paroxetine showed anti-panic-like effect. In ETM with mice chronically treated with imipramine, diazepan, buspirone and paroxetine presented responses anti-generalized-anxiety-like and only paroxetine showed anti-panic-like effect. Thus, imipramine, a drug effective in depressive disorders, generalized anxiety and panic, was responsible for similar responses in animal models (except for the ETM for mice). Diazepam, a drug used to generalized anxiety and with some effects in panic, presented similar behavior in the models, with antipanic-like effect in ETM for rats and not for the mice. Buspirone, a drug used in clinic only to generalized anxiety, did not present antidepressant or antipanic effects in any experiment. Paroxetine, a selective serotonin reuptake inhibitor (SSRI), antidepressant, anxiolytic and antipanic, presented anxiogenic activity in EPM (demonstrating this device as inadequate to evaluate this class of drugs) and anti-generalized-anxiety and anti-panic both in ETM for rats and for mice. We concludes that the ETM for mice is an appropriate model to detect anxiolytic and anti-panic effects of drugs, the latter especially for 5-HT drugs. Keywords: animal model of anxiety. Elevated T Maze. Anxiolytics.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Localização anatômica da Amígdala.
A- Corte histológico coronal. B- Corte coronal em Ressonância
Nuclear Magnética
FIGURA 2 Teste do Nado Forçado
FIGURA 3 Teste do Labirinto em T Elevado
FIGURA 4 Teste do Campo Aberto
FIGURA 5 Efeito do tratamento i.p. com salina (sal), imipramina 30mg/kg
(imi), paroxetina 5 mg/kg (par-5), paroxetina 10 mg/kg (par-10),
paroxetina 20 mg/kg (par-20) e diazepam 1mg/kg (dzp), sobre o
tempo de imobilidade no nado forçado. Todas as drogas foram
administradas 30 minutos antes da realização do teste. Os valores
estão expressos como média + E.P.M. (n=9-10). *p<0,05 e
***p<0,001 quando comparado ao grupo tratado com salina
FIGURA 6 Efeito do tratamento i.p. por sete dias com salina (sal), imipramina
30mg/kg (imi), paroxetina 10 mg/kg (par), diazepam 1mg/kg (dzp)
e buspirona (bus) 10mg/kg, sobre o tempo de imobilidade no nado
forçado. Todas as drogas foram administradas 30 minutos antes da
realização do teste. Os valores estão expressos como média +
E.P.M. (n=9-10). ***p<0,001 quando comparado ao grupo tratado
com salina.
FIGURA 7 Efeito do tratamento via i.p. por sete dias com salina (sal),
diazepam (dzp), imipramina (imi), paroxetina (par) e buspirona
(bus) sobre o número de entradas no braço aberto, porcentagem de
tempo no braço aberto e total de entradas no teste do labirinto em
cruz elevado. As barras representam a média ± EPM de 9-10
camundongos fêmeas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos
hoc de Newman-Keuls).
FIGURA 8 Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi),
paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a esquiva
inibitória do labirinto em T elevado. As barras representam a média
± EPM de 7-9 ratos. O experimento iniciou 1 hora após
administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas
as medidas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos hoc de
Newman-Keuls).
FIGURA 9 Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi),
paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a fuga do
braço aberto do labirinto em T elevado. As barras representam a
média ± EPM de 7-9 ratos. O experimento iniciou 1 hora após
administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas
as medidas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos hoc de
Newman-Keuls).
FIGURA 10 Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi),
paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a esquiva
inibitória do labirinto em T elevado. As barras representam a
média ± EPM de 11-12 camundongos. O experimento iniciou 1
hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo
entre todas as medidas. * p < 0.05, *** p < 0,001 (ANOVA seguida
do teste pos hoc de Newman-Keuls).
FIGURA 11 Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi),
paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre fuga do
braço aberto do labirinto em T elevado. As barras representam a
média ± EPM de 11-12 camundongos. O experimento iniciou 1
hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo
entre todas as medidas. * p < 0.05, *** p < 0,001 (ANOVA seguida
do teste pos hoc de Newman-Keuls).
FIGURA 12 Efeito do tratamento por gavagem por 24 dias (três dias após
exposição ao LTE e CA) com salina (sal), imipramina 20mg/kg
(imi), paroxetina 10 mg/kg (par), diazepam 1mg/kg (dzp) e
buspirona (bus) 10mg/kg, sobre o tempo de imobilidade no nado
forçado. Todas as drogas foram administradas 30 minutos antes da
realização do teste. Os valores estão expressos como média +
E.P.M. (n=9-10).
TABELA 1 Classificação dos Transtornos de Ansiedade Segundo o DSM-IV e
CID-10
TABELA 2 Tempo de latência no teste Esquiva 1 por camundongo (em
segundos). sal = salina; par = paroxetina; imi = imipramina; dzp =
diazepam; bus = buspirona
TABELA 3 Atividade Locomotora e Levantamentos Apresentados por Ratos
Tratados com Salina, Imipramina, Paroxetina, Buspirona ou
Diazepam por Gavagem por 21 dias.
TABELA 4 Atividade Locomotora e Levantamentos Apresentados por
Camundongos Tratados com Salina, Imipramina, Paroxetina,
Buspirona ou Diazepam por Gavagem por 14 dias.
LISTA DE ABREVIATURAS
5-HT Serotonina
5-HT1-7 Receptor Serotonérgico tipo 1 ao 7.
ADT Antidepressivos tricíclicos
Am Amígdala
ANOVA Análise de Variância
APA Associação Americana de Psiquiatria
APV Ácido D,L-2-mino-5-fosfovalérico
Bus Buspirona
BZD Benzodiazepínico
CCVD Canais de Cálcio voltagem dependents
CID Classificação Estatística Internacional de Doenças
e Problemas Relacionados com a Saúde
DSM Manual de Diagnóstico e Estatística dos
Transtornos Mentais
Dzp Diazepam
ECA Área de Captação Epidemiológica
EPM Erro padrão da média
FDA Agência Norte-Americana para os Medicamentos e
Alimentos
I.P. Intraperitoneal
Imi Imipramina
ISRS Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina
LCE Labirinto em Cruz Elevado
LTE Labirinto em T elevado
NB Núcleo Basal
NC Núcleo Central
NCS Pesquisa Nacional de Co-morbidade
NL Núcleo Lateral
NMDA Receptores N-metil-D-aspartato
Par Paroxetina
Sal Salina
SCPA Substância Cinzenta Periaqueductal
SNC Sistema Nervoso Central
SOE Sem Outra Especificação
TAG Transtorno de Ansiedade Generalizada
TCA Teste do Campo Aberto
TNF Teste do Nado forçado
TP Transtorno de Pânico
V.O Via Oral
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................16
1.1 Transtorno de Pânico....................................................................................................................16
1.2 Transtorno de Ansiedade Generalizada......................................................................................18
1.3 Modelo Biológico ...........................................................................................................................18
1.4 Modelo Comportamental..............................................................................................................22
1.5 Modelos Animais de Ansiedade e Depressão ..............................................................................24
1.5.1 Labirinto em Cruz Elevado ..........................................................................................................25
1.5.2 Campo Aberto ..............................................................................................................................26
1.5.3 Labirinto em T Elevado................................................................................................................27
1.5.4 Nado Forçado ...............................................................................................................................28
2 OBJETIVOS .....................................................................................................................................29
2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................................................29
2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................................29
3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................31
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................................32
4.1 Animais...........................................................................................................................................32
4.2 Drogas Utilizadas nos Tratamentos .............................................................................................32
4.3 Aparelhos .......................................................................................................................................32
4.1 Animais...........................................................................................................................................27
4.4 Procedimentos ...............................................................................................................................34
4.4.1 Experimento 1 – Tratamento agudo com camundongos (1 dose) + TNF ....................................34
4.4.2 Experimento 2 – Tratamento subcrônico com camundongos (7 dias) + TNF .............................34
4.4.3 Experimento 3 - Tratamento subcrônico com camundongos (7 dias) + LCE .............................34
4.4.4 Experimento 4 – Tratamento crônico com ratos (24 dias) + LTE + TCA ...................................35
4.4.5 Experimento 5 – Tratamento crônico em camundongos (17 dias) + LTE + CA + TNF..............36
4.5 Análise Estatística .........................................................................................................................38
5 RESULTADOS.................................................................................................................................39
5.1 Experimento 1................................................................................................................................39
5.2 Experimento 2................................................................................................................................39
5.3 Experimento 3................................................................................................................................39
5.4 Experimento 4................................................................................................................................42
5.5 Experimento 5................................................................................................................................45
6 DISCUSSÃO .....................................................................................................................................49
7. CONCLUSÕES ...............................................................................................................................54
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................56
16
1. INTRODUÇÃO
Transtornos Ansiosos são definidos como estados emocionais repetitivos ou
persistentes nos quais a ansiedade patológica desempenha papel fundamental. As
classificações atuais consideram os seguintes quadros nosológicos como transtornos ansiosos:
transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico ou ansiedade episódica
paroxística, transtorno fóbico-ansiosos (fobias específicas ou isoladas, agorafobia, fobias
sociais), transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno misto ansioso e depressivo (ver tabela
01).
Esta é a nomenclatura utilizada na quarta edição revisada da classificação
psiquiátrica americana (DSM-IV-TR, American Psychiatric Association, 2000). Estes
mesmos quadros continuam classificados como neuroses na última classificação internacional
da Organização Mundial da Saúde (CID-10). Nesta classificação estão agrupados com uma
miscelânea de transtornos não-orgânicos, não psicóticos, que incluem “reações a grave
estresse”, “transtornos de ajustamento”, “transtornos dissociativos” (ou conversivos),
“transtornos somatoformes” (somatização, hipocondria etc.) e “outros transtornos neuróticos”
(neurastenia, despersonalização, desrealização, entre outros).
É preciso lembrar que estes quadros estão assim agrupados por falta de uma
classificação mais útil. Ela é conseqüência da antiga separação entre orgânicos, psicóticos,
neuróticos, psicopatas e oligofrênicos e fruto de nosso desconhecimento sobre mecanismos
etiopatogênicos. De fato, quando se acreditou que havíamos encontrado a etiopatogenia das
neuroses, tudo parecia mais simples. Neuroses atuais, psiconeuroses, neuroses de caráter,
neuroses narcísicas, pareciam conceitos suficientes. Ocorre, porém, que isto não foi útil do
pondo de vista terapêutico.
1.1 Transtorno de Pânico
O transtorno de pânico é uma síndrome caracterizada pela presença recorrente de
ataques de pânico: crises espontâneas, súbitas, de mal estar e sensação de perigo ou morte
iminente, com múltiplos sintomas e sinais de alerta e hiperatividade autonômica, atingindo
seu máximo, por definição, em cerca de 10 minutos.
Por vezes essas crises desencadeiam comportamentos disfuncionais como
congelamento ou busca desesperada de escape (fuga) ou ajuda (por exemplo, ida a um pronto
socorro), que denominamos “pânico”. Com freqüência, porém, exceto quando as crises são
17
Tabela 01 – Classificação dos Transtornos de Ansiedade Segundo o DSM-IV e CID-10
DSM-IV CID-10
Transtorno de Pânico sem agorafobia com agorafobia
Transtorno de Pânico (ansiedade paroxística episodia)
Agorafobia sem Transtorno de Pânico Agorafobia com transtorno de pânico sem transtorno de pânico
Fobia específicas (simples) Fobias específicas isoladas
Fobia social Fobia social
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Transtorno de estresse pós-traumático
Transtorno de estresse agudo
Transtorno de ansiedade generalizada Transtorno de ansiedade generalizada
Transtorno misto de ansiedade e depressão
Transtorno de ansiedade sem origem específica (SOE)
Transtorno de ansiedade sem origem específica (SOE)
(Retirado de Gentil e Lotufo, 1994)
muito abruptas, intensas, ou em contextos especiais, a pessoa consegue se controlar, apesar do
desconforto e da insegurança serem intensos. Portanto, um ataque de pânico não implica,
necessariamente, em comportamento de pânico.
Um ataque de pânico espontâneo, inesperado e intenso pode ser uma experiência
avassaladora. A pessoa está bem e sem maiores preocupações, quando percebe algo
indefinido, mas claramente ameaçador. Uma sensação inesperada de falta de ar, tonteira,
balanço, flutuação ou alteração da percepção visual, prenunciam iminente risco de vida, perda
da razão ou de consciência, o que nunca ocorre. Essa sensação difere da vertigem rotatória da
labirintite e é fugaz. As mãos gelam e ficam úmidas, o coração acelera e bate forte, a
respiração fica difícil, rápida e não satisfaz, como se o ar não atingisse a profundidade dos
pulmões, como se houvesse iminente sufocação. O medo e a ansiedade são crescentes,
acompanhados da certeza de que algo estranho e muito grave está acontecendo. Formigam as
extremidades ou o couro cabeludo, adormecem os lábios e a sensação de líquido fervente nas
veias não é rara. Ondas de calor ou frio e sudorese são freqüentes, inclusive em ondas das
18
coxas para a cabeça.
Com base nos dados publicados (Teng, 2006), fazem parte da primeira linha de
tratamento, com eficácia bem estabelecida: antidepressivos tricíclicos (ADTs) – clomipramina
e imipramina; benzodiazepínicos (BZDs) de alta potência – alprazolam e clonazepam; e
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) – fluoxetina, fluvoxamina e
paroxetina.
1.2 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
No DSM-III o TAG se caracteriza por ansiedade persistente com duração de pelo
menos um mês. As edições e revisões mais recentes do DSM refletem o fato de que o TAG é
crônico, durando pelo menos 6 meses. O DSM-IV simplificou a relação de pelo menos 18
sintomas do DSM-III-R aglomerando os sintomas em seis áreas: fadiga, tensão motora
(instabilidade, tensão, tremores), irritabilidade, dificuldade de concentração, transtorno do
sono (geralmente insônia inicial) e inquietação. Em seus critérios para pânico, o DSM-IV
limitou muito o uso desse diagnóstico, designando pacientes com um ataque de pânico
seguido de TAG como tendo doença do pânico. Estudos anteriores indicavam prevalências
variando ente 2% a 6%. Nos estudos NCS e ECA a prevalência a 1 ano da TAG, conforme
definida por critérios da DSM-III-R, foi estimada como sendo de 3%, ao passo que a
prevalência em toda a vida foi estimada com sendo de aproximadamente 5%. Diversas classes
de drogas podem ser eficazes no tratamento da TAG; estas incluem benzodiazepínicos,
buspirona, barbitúricos, anti-histamínicos, fenotiazinas e meprobamato. Dessas medicações,
porém, os benzodiazepínicos têm sido de longe a mais comumente prescrita. Os ATC também
foram demonstrados como sendo eficazes no tratamento desse transtorno, assim como a
trazodona. Os outros antidepressivos, incluindo o ISRS e a venlafaxina, mostraram-se
igualmente eficazes no tratamento da TAG e já têm indicações aprovadas pela FDA norte-
americana.
1.3 Modelo Biológico da Ansiedade
A área cerebral responsável pela aquisição e expressão do medo condicionado é a
amídala (Pare et al, 2004). Localizada no lobo temporal medial, a amídala é formada por 13
núcleos, três deles: basal (NB), lateral (NL) e central (NC) (Figura 1), estão envolvidos nas
vias de resposta ao medo (Rosen, 2004). Estímulos recebidos pelo tálamo sensório são
19
transmitidos para o NL, e então transferidos para o NC (via “short loop”). O NB também
funciona como conexão entre o NL e NC. A via “long loop” envia sinal para o NL do córtex
sensorial, insula e córtex pré-frontal (LeDoux, 2000). Daqui, a informação se projeta para o
tronco cerebral e hipotálamo, que produzem manifestações autonômicas e comportamentais
da resposta aguda de medo. Nos trabalhos pré-clínicos, projeções da amígdala (Am) foram
identificadas e relacionadas com estas respostas. Vias eferentes do núcleo central da Am
possuem diferentes destinos: o núcleo parabraquial, produzindo aumento no ritmo respiratório
(Takeuchi et al. 1982); o núcleo lateral do hipotálamo, ativando o sistema nervoso simpático
e causando ativação autonômica e descarga simpática (Price e Amaral, 1981); o locus
ceruleus, resultando em um aumento da liberação de norepinefrina com conseqüente aumento
na pressão arterial, freqüência cardíaca e resposta comportamental ao medo (Cedarbaum e
Aghajanian, 1978); o núcleo paraventricular do hipotálamo, causando aumento na liberação
de adrenocorticóides (Dinn e Whitener, 1986); e a substância cinzenta periaquedutal (SCPA),
responsável por respostas comportamentais adicionais, incluindo comportamentos de defesa e
paralisia postural, que podem ser o equivalente animal da evitação fóbica (De Oca et al.
1998). As respostas autonômicas, neuroendócrinas e comportamentais que ocorrem durante os
ataques de pânico são incrivelmente semelhantes aos sintomas que ocorrem nos animais como
resultado da atividade nestas regiões cerebrais frente ao estímulo condicionado.
20
Figura 1 - Localização anatômica da Amígdala. A- Corte histológico coronal. B- Corte coronal em
Ressonância Nuclear Magnética.
A
B
Amígdala
Amígdala
21
Apesar da sobreposição entre as conseqüências da estimulação das estruturas do
tronco cerebral pelo núcleo central da amígdala e os eventos biológicos que ocorrem durante
o ataque em humanos ser sugestiva, ela não considera as importantes conexões recíprocas
entre a Am e o tálamo sensorial, córtex pré-frontal, ínsula e o córtex somatosensorial primário
(de Olmos, 1990). Foi demonstrado que o NL é a área responsável pela consolidação
mnêmica e plasticidade em condicionamentos de medo (Blair et al. 2001; Shumyatsky et al.
2002). Lesões do NL ou NC podem impedir a aquisição do medo condicionado e memória de
medo contextual de longo prazo (Wallace et al. 2001; Blair et al. 2005; Goosens et al. 2001)
existem evidências que lesões no NB podem afetar respostas de medo (Anglada-Figueroa e
Quirk. 2005). O mecanismo molecular da aquisição do medo ocorre no NL pela
potencialização de longo prazo (Chapman et al. 1990). Foi proposto que consolidação da
memória ocorre durante o processo de entrada de cálcio na célula via receptores N-metil-D-
aspartato (NMDA) e através de canais de cálcio voltagem dependentes (CCVD) (Bauer et al.
2002). O bloqueio de CCVD irá interromper a memória de curto prazo, mas não a de longo
prazo, indicando que esta via requer apenas receptores NMDA para serem ativadas
(Rodrigues et al. 2002; Walker et al. 2000; Cain et al. 2002). Alguns estudos em animais
mostraram que o bloqueio de receptores NMDA pelo antagonista ácido D,L-2-amino-5-
fosfonovalerico (APV) irá inibir a aquisição de medo, mas não sua expressão (Roesler et al.
2000; Fendt et al. 2001; Miserendino et al. 1990), apesar de que outros estudos
demonstraram que os dois processos são inibidos (Jasnow et al. 2004; Maren et al. 1996; Lee
et al. 2001).
O rincipal neurotransmissor estudado nos transtornos de ansiedade é a serotonina
(5-HT). A serotonina é encontrada em plaquetas, no soro e no cérebro. Como não atravessa a
barreira hematoencefálica, é sintetizada no cérebro (Siegel et al. 1964) Atualmente considera-
se que a 5-HT seja a principal amina envolvida no TP e no TAG. Há 7 tipos de receptores
serotonérgicos acoplados à proteína G, exceto o 5-HT3, que é um canal catiônico regulado por
ligante. Os receptores 5-HT1 ocorrem principalmente no SNC. Atuam através da inibição da
adenilato ciclase. Buspirona é um agonista 5-HT1A eficaz no TAG. Os receptores 5-HT2
também ocorrem no SNC e em muitos locais periféricos. Atuam através da via fosfolipase
C/fosfato inositol. Antagonistas 5-HT2 (por exemplo, trazodona) parecem eficazes no TAG.
Os receptores 5-HT3 ocorrem no SNP e no SNC. Os efeitos são excitatórios e mediados
através de canais iônicos diretos acoplados a receptores. O ondansetron é um antagonista
específico que atua como antiemético, mas também pode ser ansiolítico. Zacopride e
22
tropisentron também são antagonistas 5-HT3 e têm efeito ansiolítico (Tonelli e Andreatini,
2000). Pouco se sabe sobre a função farmacológica dos receptores 5-HT5-7 na ansiedade.
Considerando que projeções serotonérgicas oriundas do núcleo dorsal da rafe
inervam tanto a amígdala como a MCPD, foi proposto que a 5-HT facilita a defesa potencial
ou distal na amígdala, enquanto inibe a defesa proximal na matéria cinzenta periaquedutal
dorsal (MCPD). O sentido adaptativo desta organização seria o de impedir reações
intempestivas de fuga, que tornam a presa mais conspícua, quando a ameaça for do tipo
potencial ou distal.
As contradições sobre o papel da serotonina na ansiedade não se limitam aos
modelos animais, porém se estendem à ansiedade clínica e à ansiedade experimental humana.
Por exemplo, ensaios clínicos mostraram que o antagonista de receptores 5-HT2, ritanserina,
alivia manifestações do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), porém agrava o
transtorno de pânico (TP). Além disso, estudos experimentais mostraram que a mesma droga
diminui respostas de condutância elétrica da pele a estímulos condicionados aversivos, porém
prolonga o aumento de ansiedade provocado pela simulação de falar em público em
voluntários sadios. Tais evidências levaram Deakin & Graeff (1991) a conceberem um
modelo teórico relacionando defesa potencial ou distal, amígdala e ansiedade antecipatória ou
generalizada, de um lado, e defesa proximal, MCPD e pânico, de outro. Nesta proposta, a 5-
HT facilita a ansiedade, porém inibe o pânico.
1.4 Modelo Comportamental
Para Estes e Skinner (1941), a ansiedade teria duas característica principais: um
estado emocional e antecipação de algo aversivo. Como estas definições parecem pouco
precisas, tentaremos clarificar mais. Muitas vezes, estados emocionais têm sido descritos
como reações fisiológicas (variáveis do organismo) resultantes de operações de estímulos
(variáveis do ambiente). Assim, um componente respondente estaria envolvido em situações
de ansiedade.
E como diferenciar comportamentalmente a ansiedade do medo? Alguns autores
têm oferecido explicações de operações de punição, ou de liberação de estímulos
incondicionados aversivos como eliciadoras de resposta de medo (apontada por esses autores
como uma das três emoções básicas, juntamente com alegria e raiva (e. g. Millenson, 1967).
Assim, a apresentação de estímulos naturalmente aversivos seria seguida por resposta de
medo.
23
Como o componente de “antecipação” do estímulo aversivo é necessário para a
definição de ansiedade, os autores têm apelado para o conceito de estímulo aversivo
condicionado. Dessa forma, estímulos habitualmente neutros para a resposta de medo, se
forem seguidos consistentemente por estímulos aversivos incondicionados, passarão a
adquirir, eles próprios, propriedades aversivas, e poderão eliciar respostas “semelhantes ao
medo”: a ansiedade. Essa então seria uma resposta que se “anteciparia” ao estímulo aversivo
incondicionado, embora não estivesse sob controle do futuro, e sim de um estímulo aversivo
condicionado presente (pré-aversivos). A resposta de ansiedade seria então semelhante - mas
não igual - à de medo, já que é eliciada por um estímulo. E antecipar-se-ia ao estímulo
aversivo incondicionado, mas seria resultante da apresentação do estímulo aversivo
condicionado. Dessa maneira, Estes e Skinner abarcam o segundo aspecto que necessitaria de
maior clarificação na definição de ansiedade: como poderia uma resposta “antecipar” um
estímulo (Zamignani e Banaco, 2005).
Considerando então as resposta de ansiedade como respondentes, mas que podem
ser eliciadas por estímulos aversivos condicionados, podemos citar algumas das respostas que
seriam consideradas representativas de uma condição de ansiedade. Utilizando as descrições
apresentadas pelo DSM IV-TR (APA, 2000) temos entre outras: elevação da freqüência de
batimentos cardíacos, com alterações na respiração e na pressão sanguínea, sudoreses,
tremores, sensações de falta de ar ou asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea, desconforto
abdominal, vertigem, desmaio, sensações de formigamento.
Embora essas respostas sejam apresentadas como representativas de quadros de
ansiedade, outras situações emocionais poderiam causar também reações reflexas
semelhantes; por exemplo, situações de “craving”, a busca por reforçadores primários
(alimento, sexo, etc.), esportes radicais (Friman, et al, 1998). A questão seguinte seria: o que
diferencia situações de ansiedade destas outras situações?
Como pode ser notado, algumas situações que eliciam respostas reflexas de
taquicardia, sudorese, elevação da pressão sanguínea e etc., são buscadas pelos indivíduos
(por exemplo, na prática de esportes radicais, em parques de diversão e etc.). Já em situações
de ansiedade, o indivíduo tende a eliminar, diminuir a intensidade, postergar ou evitar a
produção de estímulos (Sidman, 1989). Assim, para depurar a noção de ansiedade, devemos
acrescentar que ela também é composta por respostas que também modificam o ambiente, ou
seja, são operantes. Além de ser uma resposta reflexa a um estímulo aversivo condicionado, a
ansiedade seria também composta de respostas operantes de fuga e esquiva de estímulos
aversivos incondicionados e condicionados. Mas especificamente, quando um organismo
24
elimina ou diminui a intensidade de um estímulo incondicionado aversivo, falamos que a
resposta que produziu esse efeito é uma resposta de fuga. Quando o organismo posterga ou
elimina um estímulo aversivo condicionado, chamamos a resposta de esquiva (Skinner, 1953).
Mais do que isso, pode-se observar também uma interação dessas manifestações
sobre o comportamento operante que estiver em curso quando da apresentação do estímulo
aversivo incondicionado. Por exemplo, se houver a possibilidade de emissão das respostas de
fuga do estímulo condicionado e/ou de fuga do incondicionado, essas respostas tornam-se
mais prováveis de serem emitidas do que as que levariam à produção de estímulos
reforçadores positivos. Caso não haja possibilidade de respostas de fuga e esquiva, o efeito
reflexo da estimulação condicionada paralisa a emissão de respostas operantes que produzem
o estímulo reforçador positivo. A essa descrição da ansiedade deu-se o nome de “supressão
condicionada” (Estes e Skinner, 1941).
1.5 Modelos Animais de Ansiedade
Modelos animais são usados em pesquisas de ansiedade por dois principais
motivos: para a verificação de novos agentes terapêuticos e como simulador para facilitar o
entendimento dos mecanismos psicobiológicos envolvidos na gênese e tratamento da
ansiedade.
Um modelo animal de ansiedade deve ter validade preditiva, mas também
validade de face e validade de construto. Validade preditiva se refere à sensibilidade do
modelo em reconhecer ansiolíticos, mas não outros tipos de agentes. Validade de face implica
que o modelo produz reações como o medo em animais e que são análogas ao comportamento
de ansiedade observada em humanos. Validade de construto é mais difícil, pois implica
homologia, ou correspondência direta, entre o modelo animal e a condição sendo modelada
(Rodgers et al. 1997).
Os modelos podem ser divididos em duas grandes categorias: modelos animais de
ansiedade de respostas não-condicionadas e de respostas condicionadas. Os modelos
condicionados são aqueles que requerem treinamento dos animais, privação de água ou
comida, ou uso de choque elétrico como estímulo aversivo. Os modelos não condicionados
são aqueles baseados em comportamentos espontâneos, apresentando alto grau de validade
etológica e sendo menos suscetíveis a fatores de interferência como aprendizado/memória,
fome/sede ou mecanismos nociceptivos.
Os modelos mais utilizados são:
25
• De respostas não condicionadas: baterias de testes de defesa/ansiedade,
labirinto em cruz elevado, exploração livre, holeboard, ameaça humana-primatas, exploração
claro-escuro, campo aberto, interação social, vocalização ultra-sônica de filhotes de ratos,
enterrar objetos não condicionado e neofobia.
• De respostas condicionadas: esquiva ativa/passiva, resposta emocional
condicionada, aversão condicionada ao sabor, testes de conflito, enterrar objetos
condicionados, estimulação de matéria cinzenta periaquedutal dorsal, teste das quatro placas e
vocalização ultra-sônica de ratos adultos.
O LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO
Um dos modelos mais largamente utilizados na pesquisa da ansiedade em ratos e
camundongos é o labirinto em cruz elevado, que é baseado em respostas incondicionadas a
ambientes potencialmente perigosos. Foi derivado do trabalho de Montgomery (1955) e a
premissa básica é que ambientes novos evocam curiosidade e medo, criando desta forma, um
típico conflito de aproximação/esquiva. Montgomery constatou ainda que ratos apresentavam
alto grau de exploração de espaços fechados em comparação aos abertos e numa chance de
escolha como num labirinto em Y, preferiam consistentemente os braços fechados (Rodgers,
1995; Rodgers et al., 1997; Ramos et al., 1997). Em seu estudo, Montgomery interpretou a
aversão aos braços abertos como sendo gerada pela neofobia (“medo da novidade”, que
induziria aversão e curiosidade) e pela elevação do braço aberto.
Os estudos iniciais com o labirinto em cruz-elevado foram realizados por Handley
e Mithani (1984) quando investigavam uma variedade de agonistas e antagonistas alfa-
adrenérgicos. O aparelho situava-se 70 cm acima do solo e apresentava dois braços fechados,
de face um para o outro, e dois braços abertos, também perpendiculares, cada qual medindo
45x 10 cm. Os braços fechados também apresentavam paredes laterais com 10 cm de altura.
Os autores constataram que ansiolíticos como diazepam aumentavam a proporção entre
entradas nos braços abertos e o total de entradas, ao passo que agentes ansiogênicos como a
picrotoxina diminuíam esta proporção, concluindo portanto, que o Labirinto em Cruz Elevado
seria um modelo válido de comportamento motivado pelo medo.
Apesar da premissa inicial associando a aversão dos braços abertos à altura,
observou-se posteriormente que a tigmotaxia é um importante fator para a aversão gerada
pelos braços abertos no Labirinto em Cruz Elevado (Treit et al., 1993). A tigmotaxia refere-se
à tendência de roedores de se esquivarem de áreas abertas, desconhecidas e potencialmente
26
perigosas. Acredita-se que pertença a uma categoria de reações ao medo, filogeneticamente
determinadas (Choleris et al., 2001)
Posteriormente, Lister (1987) validou o modelo para camundongos. Os índices
primários de ansiedade no labirinto em cruz elevado eram a freqüência de entradas e o total de
tempo gasto nos braços abertos. O número de entradas (total de entradas = número de
entradas no aberto + número de entradas no fechado) sendo considerado como índice de
atividade locomotora.
CAMPO ABERTO
O campo aberto foi desenvolvido por Hall (1934) para o estudo da
emocionalidade em ratos. O aparelho original consiste de uma arena circular bem iluminada
com aproximadamente 1,2 m de diâmetro, circundada por uma parede circular de 0,45 m de
altura. Normalmente o procedimento consiste em confrontar o animal com a novidade do
ambiente e observar comportamentos como locomoção (número de linhas cruzadas no chão
da arena pelo animal), freqüência de rearings, tempo de autolimpeza (grooming), defecação,
tempo gasto para deixar a área central. Os roedores parecem preferir a periferia ao centro do
aparelho, normalmente ambulando em contato com as paredes, ou seja, apresentam
tigmotaxia (Carola et al., 2002). Portanto, assim como no Labirinto em Cruz Elevado, a
tigmotaxia estaria relacionada com a ansiedade no Campo Aberto (Choleris et al., 2001).
Inicialmente, Hall propôs que quando expostos a um ambiente novo, os roedores
apresentariam um grau alto de defecação causado por ativação do sistema nervoso autônomo,
sendo que inicialmente se propunha que um baixo grau de ambulação também parecia uma
resposta de medo dos animais expostos a um ambiente novo. O termo emocionalidade foi
utilizado por Hall para expressar o fato do animal ficar, por exemplo, imóvel quando exposto
a um ambiente novo (Lister, 1990). Nesta linha, vários estudos mostraram uma correlação
inversa (negativa) entre ambulação e defecação (Carola et al., 2002). Outros autores,
entretanto, discordam, já que vários estudos mostraram decréscimo tanto na ambulação
quanto na defecação e não uma correlação inversa (Ramos et al., 1998). Se por outro lado,
atividade motora fosse um índice de ansiedade, alta ambulação deveria refletir um baixo grau.
Certos benzodiazepínicos, em baixas doses, aumentam a ambulação de animais não familiares
com a arena, contudo, da mesma forma como fazem estimulantes motores, que não são.
Tem sido proposto o emprego deste modelo na avaliação da ansiedade,
considerando-se que um aumento na ambulação do animal e maior permanência do mesmo na
27
região central seriam indicativos de uma redução da ansiedade (Choleris et al., 2001).
Entretanto, esta proposta tem sido criticada por alguns autores, principalmente pelo fato das
medidas avaliadas poderem ser influenciadas por vários fatores outros além da própria
ansiedade, como atividade locomotora e exploração. A novidade de uma primeira exposição
pode gerar imobilidade ou extrema locomoção na periferia do aparelho (File, 2001).
LABIRINTO EM T ELEVADO
Com intuito de gerar dois tipos de comportamento defensivo em um mesmo rato,
elaborou-se um modelo animal denominado labirinto em T-elevado (LTE). Para tanto, partiu-
se de um modelo de ansiedade consagrado, o labirinto em cruz-elevado. Ele é formado por
dois braços abertos, entrecruzados com dois braços cercados por paredes, com exceção das
extremidades centrais, estando o conjunto elevado do solo. Como ratos têm aversão natural
por ambientes desprotegidos e elevados, há preferência pelos braços fechados, que é atenuada
por drogas ansiolíticas. Para se obter o LTE, a entrada de um dos braços fechados foi
obstruída. O rato é treinado numa tarefa de esquiva inibitória sendo colocado pelo
experimentador na extremidade do braço fechado por três vezes sucessivas. A aprendizagem é
medida pelo aumento do tempo (em segundos) que o rato leva para sair do braço fechado ao
longo das três tentativas. Em seguida, o mesmo rato é colocado na extremidade de um dos
braços abertos e o tempo de saída do mesmo (medido do inicio até o ponto em que transpassa
com as quatro pata a linha de entrada do braço fechado), executando por três vezes a fuga, é
medido.
Resultados farmacológicos sugerem que a esquiva está relacionada com o TAG,
posto que drogas ansiolíticas prejudicam seu desempenho. Em contraste, a fuga não é afetada
por estas drogas. Contudo, o tratamento crônico, porém não agudo, com os antidepressivos
inibe a fuga do braço aberto. Tal perfil farmacológico leva a considerar esta tarefa como
modelo de pânico. Para avaliar a hipótese de que a 5-HT modula a ansiedade e o pânico em
sentidos opostos, foram realizadas manipulações farmacológicas visando aumentar ou
diminuir a concentração de 5-HT na amígdala e na MCPD. Resumindo, pode-se dizer que
operações que aumentam a 5-HT na amígdala facilitam a esquiva, enquanto as que diminuem
a 5-HT prejudicam a mesma tarefa. Além disso, o aumento da 5-HT na MCPD resultou na
inibição da fuga do braço aberto do LTE, ao contrário de sua diminuição, que resultou em
facilitação da fuga.
28
TESTE DO NADO FORÇADO
O Teste do Nado Forçado (TNF), originalmente proposto por Porsolt como um
rastreador de efeito antidepressivo (Porsolt et al., 1978), consiste de uma pré-exposição ao
nado em um cilindro de água do qual o animal não pode escapar, seguido pelo teste de 5
minutos em condições similares 24 horas após. Os animais tipicamente assumem uma postura
de flutuação imóvel quando não encontra fuga possível, e esta resposta ocorre mais
rapidamente em uma re-exposição. Entretanto, a administração aguda de antidepressivos
entre os dois nados previne esta resposta. Antidepressivos tricíclicos, inibidores da
monoamino oxidase e antidepressivos atípicos como mianserina e iprindole são efetivos no
TNF (Borsini e Meli, 1988). Ocorrem duas características que reduzem o valor do TNF como
modelo adequado para detectar atividade antidepressiva: primeiro, a falha em detectar o
potencial antidepressivo dos inibidores de recaptação de serotonina (ISRS) (Borsini, 1995) e
segundo, o fato que é apenas necessária a administração aguda de antidepressivo para
solucionar o déficit comportamental induzido pelo nado forçado inescapável. Apesar disto,
certas investigações tem reportado que ISRS seriam ativos no TNF em ratos. Em alguns
estudos sertralina demonstrou atividade comportamental no modelo (Cervo et al., 1991; Kelly
e Leonard, 1994), além de outros estudos que reportaram fluoxetina, sertralina e paroxetina
como atenuando o tempo de imobilidade em doses moderadas (Detke et al, 1995).
29
3. JUSTIFICATIVA
O estudo da ação ansiolítica de diversos psicofármacos e de seu mecanismo de
ação é extremamente importante para o entendimento dos mecanismos de regulação endógena
dos estados de ansiedade.
Tendo em vista: a) a elevada incidência de transtornos de ansiedade; b) que a
descoberta de novas drogas para seu tratamento tem sido dificultada pela falta modelos que
diferenciem mecanismos fisiopatológicos entre os transtornos; c) modelos com camundongos
apresentam vantagens em relação ao com ratos (praticidade, metabolismo mais rápido, uso de
menores quantidades de drogas, maior disponibilidade de animais manipulados geneticamente
etc.); este trabalho se propõe a investigar o efeito de vários ansiolíticos em modelos animais,
com ratos e camundongos, preditivos de atividade em diferentes formas de ansiedade e
antidepressiva.
30
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
o Estudar os efeitos da administração de paroxetina, imipramina, diazepam e
buspirona sobre o comportamento de ratos e camundongos utilizando três modelos
animais de ansiedade e depressão: labirinto em cruz elevado, labirinto em T
elevado e teste do nado forçado.
2.2 Específicos
o Verificar se a paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona cronicamente
administrados apresentam atividade na latência de resposta de fuga no modelo de
labirinto em T elevado em ratos.
o Verificar se a paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona cronicamente
apresentam atividade na resposta de esquiva no modelo de labirinto em T elevado
em ratos.
o Verificar se a paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona cronicamente
alteram atividade locomotora em ratos
o Investigar efeitos da paroxetina, imipramina e diazepam, agudamente, no
modelo de nado forçado para camundongos.
o Investigar efeitos da paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona
subagudamente no modelo de nado forçado para camundongos
o Avaliar os efeitos da paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona
subcronicamente em labirinto em cruz elevado para camundongos.
o Avaliar os efeitos da paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona
cronicamente, nas respostas de fuga e esquiva do LTE em camundongos.
o Avaliar os efeitos da paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona
cronicamente no modelo nado forçado em camundongos após teste no LTE.
o Verificar se a paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona cronicamente
alteram atividade locomotora em camundongos.
o Verificar se o labirinto em T elevado para camundongos apresenta eficácia em
detectar efeito ansiolítico crônico comparado ao labirinto em T elevado para ratos.
o Investigar se existem diferenças entre classes de ansiolíticos e antidepressivos
31
(antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação de serotonina,
benzodiazepínicos e azapironas) na resposta ao labirinto em T elevado entre
camundongos e ratos.
32
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Animais
Foram utilizados 43 ratos Wistar, machos, jovens (3 meses, 200-250g) e 55
camundongos Swiss machos (20-25g) provenientes do Biotério Central da UFC, mantidos à
temperatura de 25ºC com um ciclo de 12hs de luz/escuro e com livre acesso a água e comida
4.2 Drogas Utilizadas nos Tratamentos
- Paroxetina (Eurofarma, Brasil)
- Diazepam (Roche, Brasil)
- Buspirona (Bristol-Myers, Brasil)
- Imipramina (Cristália, Brasil)
Todas as drogas foram dissolvidas em salina.
4.3 Aparelhos
Labirinto em Cruz Elevado (LCE) para Camundongos: O labirinto em cruz
elevado (Handley e Mithani, 1984; Pellow et al. 1985; Holmes, 2001) é formado por dois
braços abertos (30x5x0,25 cm) e dois braços fechados (30x5x15 cm) que se estendem de uma
plataforma central comum (5x5 cm). Construído de madeira e elevado a uma altura de 38,5
cm do chão.
Labirinto em T Elevado (LTE) para Ratos: Constituído por dois braços abertos
unidos perpendicularmente a um braço fechado, todo conjunto elevado 50 cm do chão. Cada
um desses braços mede 50 cm de comprimento por 10 cm de largura. A fim de evitar a queda
dos animais, os braços abertos apresentavam uma borda de 1 cm de altura. O braço fechado
era circundado por paredes laterais de 40 cm de altura.
Labirinto em T Elevado (LTE) para Camundongos: Estrutura semelhante ao
labirinto para ratos com dimensões adaptadas: braços com 30 cm de comprimento por 5 cm
de largura, paredes laterais com 15 cm de altura, bordas com 0,25 cm e elevação de 38,5 cm
do chão.
33
Teste de Campo Aberto (TCA) para Ratos: Constituído de uma base fórmica
(82cm2) sobre a qual está delimitado um círculo concêntrico, medindo 42 cm de diâmetro.
Um círculo de PVC transparente, medindo 72 cm de diâmetro e 60 cm de largura, é colocado
sobre a base fórmica.
Teste de Campo Aberto (TCA) para Camundongos: Caixa de acrílico
quadrada de 60 x 60 cm com paredes de 30 cm de altura. O chão é dividido em nove
pequenos quadrados de dimensões iguais (20 x 20 cm).
Teste de Nado Forçado (TNF) para Camundongos: recipiente cilíndrico aberto
(diâmetro 10 cm, altura 25 cm), contendo 19 cm de água a 25 ± 1º C;
34
4.4 Procedimento
4.4.1 Experimento 1 – Tratamento agudo com camundongos (1 dose) + TNF.
Os animais (camundongos fêmeas) foram tratados com salina (10 ml/kg; i.p.),
imipramina (30mg/kg; i.p.), diazepam (1mg/kg; i.p.), paroxetina (5mg/kg; i.p.), paroxetina
(10mg/kg; i.p.) e paroxetina (20mg/kg; i.p.), todos com 10 animais cada. Trinta minutos após
administração foram submetidos ao TNF (Figura 02).
Figura 02: Teste do Nado Forçado
4.4.2 Experimento 2 – Tratamento subcrônico com camundongos (7 dias) + TNF.
Os animais (camundongos fêmeas) foram separados em cinco grupos e tratados
com salina (10 ml/kg; i.p.), imipramina (30mg/kg; i.p.), diazepam (2mg/kg; i.p.), paroxetina
(10mg/kg; i.p.), buspirona (10mg/kg; i.p) diariamente por uma semana. Cada grupo continha
10 camundongos. Trinta minutos após a sétima administração das drogas foram submetidos
ao TNF (Figura 02).
4.4.3 Experimento 3 – Tratamento subcrônico com camundongos (7 dias) + LCE.
Os animais (camundongos fêmeas) foram tratados diariamente com salina,
imipramina (30mg/kg; IP), paroxetina (10mg/kg; IP), diazepam (2mg/kg; IP) e buspirona
(10mg/kg; IP) por sete dias. Todos os grupos possuíam 10 camundongos. O animal era
posicionado na plataforma central de frente para um dos braços abertos e observado durante 3
minutos. Os comportamentos registrados (tanto no momento basal quanto na sessão
35
tratamento) foram: número de entradas nos braços abertos; número de entradas nos braços
fechados; tempo de permanência nos braços abertos; tempo de permanência nos braços
fechados. A partir destes parâmetros foram calculados: % de tempo nos braços abertos [=
(tempo no aberto X 100)/180]; % de tempo nos braços fechados [= (tempo no fechado X
100)/180]; número total de entradas {= entradas fechado + entradas no aberto); % entradas
nos braços abertos [=(número de entradas no aberto X 100)/ número total de entradas]; %
entradas nos braços fechados [=(número de entradas no fechado X 100)/ número total de
entradas].
4.4.4 Experimento 4 – Tratamento crônico com ratos (24 dias) + LTE + TCA
Os animais recebiam diariamente por gavagem salina, imipramina (10mg/kg),
paroxetina (10mg/kg), diazepam (1mg/kg) ou buspirona (10mg/kg) por 24 dias consecutivos
(volume constante 1 ml/kg de peso). As doses das drogas e volume foram escolhidos com
base em resultados prévios na literatura (Teixeira et al. 2000; Beijamini et al. 2003;
Poltroniere et al. 2003) e em estudos pilotos conduzidos em nosso laboratório.
No décimo nono dias os animais foram manipulados pelo experimentador por
cinco minutos e no vigésimo dia foram expostos por 30 minutos a um dos braços abertos do
LTE. Uma barreira de madeira selava a entrada para o braço fechado. Esta pré-exposição ao
braço aberto deixa o teste de fuga mais sensível aos efeitos anti-pânico das drogas porque
reduz o tempo de latência da saída do braço aberto (Teixeira et al. 2000; de Paula Soares e
Zangrossi Jr. 2004). No dia 21 os animais foram submetidos aos testes LTE e campo aberto.
As drogas e salina foram administradas uma hora antes dos testes. Os ratos continuaram uso
de drogas e salina até o vigésimo quarto dia, quando foram expostos ao teste de nado forçado.
Os grupos ficaram assim divididos: salina (n=7), imipramina (n=9), paroxetina
(n=9), buspirona (n=9) e diazepam (n=9). Os experimentadores em cegos quanto ao tipo de
tratamento.
O teste no LTE se iniciava com a primeira medida de tempo de esquiva (Linha de
Base). Cada rato foi colocado na extremidade final do braço fechado e o tempo levado para
deixar este braço com as quatro patas foi medido. O mesmo procedimento se repetia (Esquiva
1 e 2) por duas vezes com intervalos de 30 segundos. Trinta segundos após o ultimo teste de
esquiva, iniciou-se os testes de fuga, sendo os animais colocados na extremidade do braço
aberto. Por três vezes o procedimento se repetiu, com intervalos de trinta segundos, e o tempo
armazenado correspondia às medidas de Fuga 1, 2 e 3. O tempo máximo permitido foi de 300
36
segundos em qualquer um dos testes.
Logo após o LTE, cada animal foi colocado por 5 minutos no campo aberto para
medir a atividade locomotora. Os ratos foram colocados individualmente no centro do campo
aberto e a locomoção (número de quadrados atravessados), número de comportamentos de
autolimpesa e número de levantamentos foram registrados (Rodrigues et al. 1996).
Todos os aparelhos foram limpos com solução de álcool em água (10%) antes dos
testes comportamentais para descartar possível viés em decorrência de odores ou resíduos de
ratos testados anteriormente.
No vigésimo terceiro dia os animais foram pré-expostos por 15 minutos ao
recipiente com água. Continuaram tratamento até o dia 24, quando iniciaram o teste nado
forçado. Foi medido o tempo de imobilidade: um camundongo é considerado imóvel quando
ele flutua ou faz movimentos necessários apenas para manter sua cabeça acima da água
(Eckeli et al. 2000; da Silva et al. 2000).
4.4.5 Experimento 5 – Tratamento crônico em camundongos (17 dias) + LTE +
TCA + TNF
Procedimento semelhante ao experimento 4, com os aparelhos adaptados para
camundongos e tempo total de tratamento reduzido para 17 dias, sendo o décimo segundo dia
de manipulação dos animais, dia 13 de pré-exposição, dia 14 realizado os testes de LTE
(figura 03) e campo aberto (figura 04) e no décimo sétimo dia iniciado o nado forçado. Os
grupos foram salina (n=12), imipramina (n=11), buspirona (n=12), diazepam (n=12) e
paroxetina (n=12) com as mesmas doses utilizadas no Experimento 4. Com relação ao tempo
máximo uma modificação importante foi realizada. Percebeu-se que alguns camundongos
apresentaram uma reação prolongada de “freezing” no LTE, o que prejudicava a observação
da resposta desejada (fuga ou esquiva). Ao avaliarmos os dados, ficou claro que estes
resultados destoavam da tendência do grupo (tabela 2). Assim, na análise estatística,
excluímos todos os resultados com tempo de latência maior que 200 segundos.
37
Figura 03: Teste do Labirinto em T Elevado
Figura 04: Teste do Campo Aberto.
38
Tabela 2 – Tempo de latência no teste Esquiva 1 por camundongo (em segundos). sal = salina; par = paroxetina; imi = imipramina; dzp = diazepam; bus = buspirona.
animal sal Par Imi dzp bus
1 11 28 27 9 8
2 80 68 6 3 65
3 9 9 9 8 52
4 9 8 80 8 6
5 10 5 4 13 12
6 72 32 11 55 300
7 300 9 5 6 4
8 7 7 6 7 15
9 8 4 10 9 15
10 12 8 9 5 5
11 24 5 6 9 3
12 7 6 10 6
4.5 Análise Estatística
Foi utilizada a ANOVA de um fator para comparações entre os grupos de cada
experimento seguido pelo teste de comparações múltiplas post hoc de Newman-Keuls. Os
dados representam média ± erro padrão da média (EPM). Um valor de p igual ou inferior a
0,05 foi considerado significante. O programa estatístico utilizado foi o GraphPad Prism
versão 4.00 para Windows.
39
5. RESULTADOS
5.1 Experimento 1
Imipramina e paroxetina agudamente reduziram o tempo de imobilidade no TNF e
diazepam aumentou o tempo de imobilidade. A ANOVA de um fator encontrou diferença
significante entre os grupos (F = 39,37, p<0,001). Comparações Post hoc com o teste
Newman-Keuls demonstraram diferenças significantes entre os grupos que receberam
paroxetina 5mg/kg (p<0,001), paroxetina 10mg/kg (p<0,05), paroxetina 20mg/kg (p<0,001),
imipramina 30mg/kg (p<0,001) e diazepam 1mg/kg (p<0,001) do grupo que recebeu salina
(figura 05).
5.2 Experimento 2
O teste da ANOVA de um fator demonstrou diferença estatística entre os grupos
(F = 4,63, p=0,003). Em comparações Post hoc com o teste Newman-Keuls apenas
imipramina (p<0,001) apresentou diferença significativa do grupo controle (figura 06).
5.3 Experimento 3
Em relação ao número de entradas no braço aberto, segundo a ANOVA de um
fator, houve diferença significativa entre os grupos (F = 4, 18, p<0,001). Apenas o diazepam
aumentou significativamente o número de entradas em relação a salina (p<0,05) após o teste
Newman-Keuls. A ANOVA de um fator também demonstrou diferença entre os grupos
quando avaliada a porcentagem de tempo permanecido em braço aberto (F = 6,78, p<0,001).
Aqui, diazepam aumentou significativamente esta medida e paroxetina reduziu (p<0,05 para
ambos, ) após comparações Post hoc com o teste Newman-Keuls. Nenhum dos tratamentos
alterou o total de entradas no LCE (F = 2,42, p = 0,06). Dados apresentados em figura 07.
40
Nado Forçado Agudo
sal imi dzp par-5 par-10 par-200
100
200***
******
***
*
Tem
po d
e Im
obili
dade
(s)
Figura 05 - Efeito do tratamento i.p. com salina (sal), imipramina 30mg/kg (imi), paroxetina 5 mg/kg (par-5), paroxetina 10 mg/kg (par-10), paroxetina 20 mg/kg (par-20) e diazepam 1mg/kg (dzp), sobre o tempo de imobilidade no nado forçado. Todas as drogas foram administradas 30 minutos antes da realização do teste. Os valores estão expressos como média + E.P.M. (n=9-10). *p<0,05 e ***p<0,001 quando comparado ao grupo tratado com salina.
Nado Forçado Subcrônico
sal dzp imi par bus0
25
50
75
100
125
***
Tem
po d
e Im
obili
dade
(s)
Figura 06- Efeito do tratamento i.p. por sete dias com salina (sal), imipramina 30mg/kg (imi), paroxetina 10 mg/kg (par), diazepam 1mg/kg (dzp) e buspirona (bus) 10mg/kg, sobre o tempo de imobilidade no nado forçado. Todas as drogas foram administradas 30 minutos antes da realização do teste. Os valores estão expressos como média + E.P.M. (n=9-10). ***p<0,001 quando comparado ao grupo tratado com salina.
41
sal dzp imi par bus012345678 *
No.
de
entra
das
em b
raço
abe
rto
sal dzp imi par bus0
10
20
30
40 *
*
% d
e Te
mpo
em
bra
ço a
berto
sal dzp imi par bus0
10
20
No.
de
Entra
das
Labirinto em Cruz Elevado
Figura 07 – Efeito do tratamento via i.p. por sete dias com salina (sal), diazepam (dzp), imipramina (imi), paroxetina (par) e buspirona (bus) sobre o número de entradas no braço aberto, porcentagem de tempo no braço aberto e total de entradas no teste do labirinto em cruz elevado. As barras representam a média ± EPM de 9-10 camundongos fêmeas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos hoc de Newman-Keuls).
42
5.4 Experimento 4
Esquiva Inibitória: Nos testes de esquiva inibitória (Figuras 07), a ANOVA de
um fator não encontrou diferença significante entre os grupos na Linha de Base [F (4,34) =
0,80, p = 0,52] ou Esquiva1 [F (4,34) = 1,15, p = 0,34]. Entretanto, a ANOVA mostrou
diferença significativa entre os tratamentos no teste Esquiva 2 [F (4,30) = 5,11, p < 0,01].
Comparações Post hoc com o teste Newman-Keuls demonstrou diferenças significantes entre
os grupos que receberam paroxetina, diazepam ou buspirona do grupo que recebeu salina
(todos p < 0,05). Assim, os animais que foram tratados cronicamente com paroxetina,
diazepam ou buspirona mostraram redução do tempo de latência na esquiva inibitória.
Fuga: Nestas observações (Figura 09) a ANOVA de um fator detectou diferença
estatística entre os grupos na Fuga 1 [F (4,34)= 4,84, p < 0,01]. Comparações pos hoc com o
teste Newman-Keuls mostraram diferença significativa entre o grupo tratado com imipramina
e o grupo controle (p < 0,05). Na tentativa Fuga 2, a ANOVA não indicou diferença
estatística entre os grupos [F (4,34) = 2,54, p = 0,06]. Na tentativa Fuga 3, a ANOVA de um
fator identificou diferença significativa entre os grupos [F (4,32) = 3,64, p < 0,05]. Pos hoc
com o teste Newman-Keuls indicou diferença entre o controle e os grupos tratados com
paroxetina, imipramina e diazepam (todos p < 0,05). Paroxetina, imipramina e diazepam
aumentaram a latência da fuga em ratos.
Comportamento Locomotor: A tabela 3 demonstra que os tratamentos não
alteraram o comportamento locomotor neste experimento. A ANOVA de um fator não
indicou diferença significativa entre os grupos em relação ao número de cruzamentos [F
(4,32) = 2,65, p = 0,06] ou com relação ao número de levantamentos [F (4,32)= 2,29, p =
0,09]. Os grupos foram diferentes quanto ao número de comportamento de auto-limpeza [F
(4,32) = 2,97, p = 0,04], porém não houve diferença significativa relativa ao grupo controle
após Pos hoc com o teste Newman-Keuls.
43
Linha de Base
sal imi par dzp bus0
100
200
300
Latê
ncia
(s)
Esquiva 1
sal imi par dzp bus0
100
200
300
Latê
ncia
(s)
Esquiva 2
sal imi par dzp bus0
100
200
300
**
*Latê
ncia
(s)
Figura 08 – Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi), paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a esquiva inibitória do labirinto em T elevado. As barras representam a média ± EPM de 7-9 ratos. O experimento iniciou 1 hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas as medidas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos hoc de Newman-Keuls).
44
Fuga 1
sal imi par dzp bus0
100
200
300
*La
tênc
ia (s
)
Fuga 2
Salina imip parox diaz busp0
100
200
300
Latê
ncia
(s)
Fuga 3
sal imi par dzp bus0
100
200
300 ** *
Latê
ncia
(s)
Figura 09 – Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi), paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a fuga do braço aberto do labirinto em T elevado. As barras representam a média ± EPM de 7-9 ratos. O experimento iniciou 1 hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas as medidas. * p < 0.05 (ANOVA seguida do teste pos hoc de Newman-Keuls).
45
Tabela 03 - Atividade Locomotora e Levantamentos Apresentados por Ratos Tratados com Salina, Imipramina, Paroxetina, Buspirona ou Diazepam por Gavagem por 21 dias.
Grupo Cruzamentos Levantamentos Auto-limpeza
Salina 27,2 ± 1,69 25,8 ± 1,68 2,7 ± 0,45
Imipramina 26,4 ± 1,67 22,7 ± 2,51 2,0 ± 0,53
Paroxetina 27,0 ± 1 18,33 ± 2,60 4,0 ± 0,85
Buspirona 19,1 ± 2,5 18 ± 1,09 2,0 ± 0,54
Diazepam 28,3 ± 3,09 23,4 ± 2,81 3,83 ± 0,54
5.5 Experimento 5
Esquiva Inibitória: Como ilustrado na figura 10, a ANOVA de um fator não
encontrou diferença significante entre os grupos na Linha de Base [F (4,64) = 1,787, p = 0,14]
ou Esquiva1 [F (4,111) = 0,40, p = 0,80]. Novamente, a ANOVA mostrou diferença
significativa entre os tratamentos no teste Esquiva 2 (F (4,42) = 7,87, p < 0,001).
Comparações Post hoc com o teste de comparações múltiplas Newman-Keuls demonstraram
diferenças significantes entre os grupos que receberam imipramina (p < 0,05), paroxetina (p <
0,001), diazepam (p < 0,001) ou buspirona (p < 0,001) do grupo que recebeu salina. Os
animais que foram tratados cronicamente com imipramina, paroxetina, diazepam ou
buspirona mostraram redução do tempo de latência na esquiva inibitória.
Fuga: A figura 11 demonstrou que apenas na Fuga 1 houve diferença estatística
entre os grupos [F (4,51) =3,93, p < 0,01], sendo o tratamento com a paroxetina o único que
aumentou significantemente a latência de fuga (p < 0.05). Nas outras tentativas, Fuga 2 [F
(4,48) = 0,84, p = 0,33] e Fuga 3 [F (4,36) = 0,28, p = 0,88] não houve diferença significante
entre os grupos.
46
Linha de Base
sal imi par dzp bus0
102030405060708090
Latê
ncia
(s)
Esquiva 1
sal imi par dzp bus0
102030405060708090
Latê
ncia
(s)
Esquiva 2
sal imi par dzp bus0
102030405060708090
****** ***
*
Latê
ncia
(s)
Figura 10 - Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi), paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre a esquiva inibitória do labirinto em T elevado. As barras representam a média ± EPM de 11-12 camundongos. O experimento iniciou 1 hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas as medidas. * p < 0.05, *** p < 0,001 (ANOVA seguida do teste pos hoc de Newman-Keuls).
47
Fuga 1
sal imi par dzp bus0
25
50
75
100
125
*La
tênc
ia (s
)
Fuga 2
sal imi par dzp bus0
25
50
75
100
125
Latê
ncia
(s)
Fuga 3
sal imi par dzp bus0
25
50
75
100
125
Latê
ncia
(s)
Figura 11 - Efeito do tratamento via oral com salina (sal), imipramina (imi), paroxetina (par), diazepam (dzp) e buspirona (bus) sobre fuga do braço aberto do labirinto em T elevado . As barras representam a média ± EPM de 11-12 camundongos. O experimento iniciou 1 hora após administração das drogas com 30 segundo de intervalo entre todas as medidas. * p < 0.05, *** p < 0,001 (ANOVA seguida do teste pos hoc de Newman-Keuls).
48
Comportamento Locomotor: novamente (Tabela 04), a ANOVA não mostrou
diferença significante entre os grupos tanto quanto ao número de cruzamentos [F (4,44)=
0,69, p = 0,59], quanto ao número de levantamentos [F (4,46) = 1,75, p = 0,15] e quanto ao
comportamento de auto-limpeza [F (4,32) = 0,79, p = 0,53].
Nado Forçado: Nenhum dos tratamentos alterou significativamente o tempo de
imobilidade no TNF do experimento 5 [F (4,54)= 1,13, p = 0,35].
Tabela 04 - Atividade Locomotora e Levantamentos Apresentados por Camundongos Tratados com Salina, Imipramina, Paroxetina, Buspirona ou Diazepam por Gavagem por 14 dias.
Grupo Cruzamentos Levantamentos Auto-limpeza
Salina 35,17 ± 3,065 35,17 ± 3,065 4,7 ± 0,45
Imipramina 40,27 ± 2,734 40,27 ± 2,734 5,9 ± 0,59
Paroxetina 38,17 ± 3,346 38,17 ± 3,346 5,3 ± 0,48
Buspirona 42,42 ± 7,654 42,42 ± 7,654 5,2 ± 0,87
Diazepam 33,00 ± 3,379 33,00 ± 3,379 6,0 ± 0,59
sal par imi bus dzp0
100
200
Tem
po d
e im
obili
dade
(s)
Teste do Nado Forçado
Figura 12 - Efeito do tratamento por gavagem por 24 dias (três dias após exposição ao LTE e CA) com salina (sal), imipramina 20mg/kg (imi), paroxetina 10 mg/kg (par), diazepam 1mg/kg (dzp) e buspirona (bus) 10mg/kg, sobre o tempo de imobilidade no nado forçado. Todas as drogas foram administradas 30 minutos antes da realização do teste. Os valores estão expressos como média + E.P.M. (n=9-10).
49
6. DISCUSSÃO
O estudo tentou, para melhor generalização dos dados, mimetizar o quanto
possível a clínica dos transtornos mentais. Utilizamos então esquemas crônicos com
administrações por via oral, enquanto o mais comum na maioria dos experimentos são
tratamentos agudos por via intraperitoneal. Este fato pode ter sido gerador de resultados que
não reproduzem de forma idêntica os encontrados na literatura, e por isso, podem trazer novos
questionamentos e hipóteses.
No primeiro experimento confirmamos que o TNF , um modelo animal usado
para a triagem de novas drogas antidepressivas desenvolvido por Porsolt e colaboradores para
estudos em ratos (Porsolt et al., 1977) e logo após, modificado para uso em camundongos
(Porsolt, 1979), foi sensível às drogas antidepressivas utilizadas agudamente: imipramina e
paroxetina em três doses. Este modelo é de fácil execução, alta confiabilidade e especificidade
(Cryan et al., 2002), sendo que compostos com potencial atividade antidepressiva reduzem o
tempo de imobilidade neste modelo. Embora o TNF não reflita adequadamente a
sintomatologia da depressão em humanos, ele possui um alto valor preditivo na investigação
de drogas antidepressivas (Willner, 1984; Cryan et al., 2002).
Já em relação ao uso subcrônico no segundo experimento apenas imipramina
evidenciou efeito antidepressivo. Um número de investigações de tratamneto crônico com
antidepressivos apresentaram resultados variáveis, desde não alteração da imobilidade
(amineptina, amitriptilina, clomipramina), até aumento do tempo de imobilidade
(desipramina, iprindole, mianserina) relativos às doses padrões utilizadas no regime agudo
(Borsini, 1995). Os efeitos dos ISRS em tratamentos crônicos tem recebido relativa pouca
atenção (Kelliher et al., 2003), entretanto Detke e colaboradores (1997) reportaram que
fluoxetina e desipramina eram ativas com doses que não apresentavam efeito agudo, já
Plaznik e Kostowki (1985) não demonstraram atividade antidepressiva com citalopram em
administração crônica. Assim, parece que o TNF não detectou atividade antidepressiva em
doses subcrônica de paroxetina em nosso experimento por uma baixa sensibilidade própria do
método.
No experimento com o LCE (terceiro), paroxetina demontrou efeito ansiogênico,
enquanto diazepam apresentou efeito ansiolítico. Estudos com modelos de ansiedade e uso de
ISRS são contraditóios (Griebel, 1995; Sanches e Meier, 1997). Fluoxetina agudamente
promoveu efeitos ansiogênicos em ratos testados no LCE, no hole-board, no teste de aversão a
50
luz e no teste de comportamento defensivo em camundongos (Kshama et al., 1990; Handley e
McBlane, 1992, Griebel et al., 1995). Quando administrada cronicamente, fluoxetina não
apresentou efeito no teste de medo condicionado (Tsuchiya et al., 1997) e apresentou efeito
ansiogênico no LCE em ratos (Silva et al., 1999). Nossos resultados concordam com estes
dados e fortalecem a opinião de Graeff (2002) que o LCE não seria um modelo específico
para detectar ação de drogas com efeito sobre sintomas de pânico como os ISRS.
Os resultados obtidos nos experimentos com o experimento 4 demonstraram que
a aquisição da esquiva inibitória dos braços abertos do LTE foi prejudicada pela
administração crônica de paroxetina (inibidor seletivo da recaptação de serotonina), diazepam
(benzodizepínico) e buspirona (agonista parcial 5-HT1A). Estes resultados estão em
concordância com a literatura (Graeff et al, 1998; Zanoveli et al. 2005). Em Teixeira et al.
(2000), apenas as doses de imipramina superiores a 10mg/kg;IP cronicamente (21 dias)
reduziram a esquiva inibitória. Em Beijamini e Andreatini (2003) a paroxetina 5mg/kg;VO
subcronicamente (7 dias) também não reduziu a esquiva inibitória. Em nosso estudo a dose de
imipramina 10mg/kg;VO cronicamente (21 dias) não foi suficiente para alterar a esquiva
inibitória. Em Pinheiro (2008) imipramina 15mg/kg;VO administrada por 14 dias também não
reduziu esquiva inibitória, entretanto apresentou efeito, tanto agudamente, quanto ao ser
administrada por 21 dias (significativo apenas no teste de esquiva 2). Isto sugere que o
tamanho da dose e o tempo de administração são importantes para melhor detecção do efeito
ansiolítico.
Não encontramos nenhum trabalho que houvesse estudado paroxetina no LTE por
mais de 7 dias. Estudos pré-clínicos com paroxetina em modelos animais mostram resultados
variáveis. Agudamente apresenta efeito ansiolítico nos testes das quatro placas (Hascoet et al.
2000), no teste de vocalização de filhotes isolados de cobaias (Winslow et al. 1990) e teste de
vocalização ultra-sônica induzida por estresse em ratos (Schreiber et al. 1998). No teste de
interação social apenas o tratamento crônico aumenta o tempo de interação (Lightowler et al.
1994). Por outro lado, paroxetina agudamente exerce efeito ansiogênico no labirinto em cruz
elevado (Cadogan et al. 1992; Sanchez et al. 1997; Koks et al. 2001). Escitalopram
cronicamente, mas não de forma aguda, aumentou tempo de fuga no LTE em ratos (Pinheiro
et al., 2008). Nosso resultado condiz com a maioria dos estudos crônicos com animais e com
as evidencias clínicas que indicam paroxetina como eficaz, após algumas semanas, para TAG.
Os resultados com o diazepam estão em concordância com os resultados
previamente obtidos no labirinto em T (Graeff et al. 1998), porém, todos os resultados se
51
referem a tratamentos agudos. Em relação à buspirona, seu efeito em outros modelos vem
sendo demonstrado: modelo de beber punido (Przegalinski et al. 1992), vocalizações ultra-
sônicas (Sanger, 1990), condutância da pele em resposta a um estímulo condicionado aversivo
(Deakin et al. 1991), falar em público (Zuardi et al. 1993), auto-administração de cocaína
intravenosa (Ettenberg e Bernardi, 2006). O papel dos receptores 5-HT1A na ansiedade vem
cada vez mais sendo estudado (Zangrossi et al. 2001; Gross et al. 2002; Zanoveli et al. 2003;
Zanoveli et al. 2005). No labirinto em T com tratamento crônico os dados são conflitantes.
Poltronieri et al. (2003), com doses de 0,3-3mg/kg,IP por 21 dias, não identificaram alteração
da esquiva inibitória. Nosso resultado corrobora com o de Zanoveli et al (2005), com doses de
0,3mg/kg,IP por 21 dias, com a buspirona reduzindo a aquisição da esquiva e refletindo a
prática clínica em que buspirona é utilizada com eficácia no TAG em uso crônico (Nutt,
2005).
Em relação à resposta de fuga no experimento 4, imipramina, paroxetina e
diazepam aumentaram significantemente o tempo de latência no teste de Fuga 3, enquanto
imipramina apresentou este resultado já na Fuga 1. São poucos os modelos que tentam avaliar
resposta anti-pânico das drogas. Um deles, teste de respostas de defesa em camundongos
(Blanchard et al. 2001), mostrou que a resposta de fuga de predadores foi reduzida com
administrações crônicas de imipramina, clomipramina ou ISRS. Outro, medida das reações
comportamental eliciadas por eletroestimulação da parte dorsal da SCPA (Schenberg et al.
2001), evidenciou que clomipramina e fluoxetina cronicamente reduziam as respostas de
correr e pular, porém estas respostas incondicionadas também são afetadas por estas drogas
agudamente (Schenberg et al. 2002). No modelo LTE foi observado que imipramina
cronicamente, e não agudamente, reduz o tempo de fuga (Teixeira et al. 2000, Zanoveli et al.
2000). O mesmo ocorre com fluoxetina por 21 dias e paroxetina por 7 dias (Poltronieri et al.
2003; Beijamini e Andreatini, 2003). Já o diazepam não altera a latência de fuga em
tratamento agudo, não havendo dados sobre tratamento oral crônico. Nossos dados mais uma
vez estão de acordo com a psiquiatria clínica, sendo os ADT, ISRS e BZD as drogas mais
utilizadas para TP (Sucar, 2007).
Como não houve diferença estatística entre os grupos em relação às medidas do
teste do campo aberto, podemos deduzir que os resultados não estavam relacionados com
possíveis alterações no comportamento locomotor causado pelas substâncias.
Jardim et al, (1999) avaliou o potencial de utilização do LTE para testar ansiedade
em camundongos. Ele justificou o uso desta espécie por ter um repertório de defesa diferente
de ratos, principalmente em relação as reações de medo com o aversivo próximo, situação
52
relacionada aos sintomas de pânico. Nós acrescentamos as vantagens laboratoriais de se
estudar comportamentos em camundongos como facilidade de manuseio, menor necessidade
de espaço físico, ciclo de vida mais rápido e maior facilidade de se obter animais “knockout”.
Ele demonstrou em um modelo de LTE em escala adequada que camundongos pareciam não
aumentar os tempos de latências nas esquivas dos braços fechados, e ainda, apresentavam
maior tempo de latência para deixar braços abertos (fugas), sugerindo ausência desta resposta
de medo incondicionado. Carvalho-Neto e Nunes-de-Sousa (2004) pesquisaram então se um
número maior de exposições ao braço fechado (linha de base e quatro esquiva inibitórias)
aumentaria a sensibilidade para se detectar alteração nos tempo de esquiva inibitória. Todas as
drogas estudadas que alteraram o tempo de esquiva (diazepam, buspirona, fenfluramina e
flumazenil reduziram tempo de latência e mCPP o aumentou), o fizeram significativamente
antes ou igual ao segundo teste de esquiva. Neste trabalho foram utilizados aparelhos com
paredes transparentes e doses agudas.
Assim, o experimento 5 nos trousse informações ainda não reproduzida em
outros trabalhos. Primeiro, paroxetina, imipramina, diazepam e buspirona administrados
cronicamente reduziram tempo de esquiva em LTE para camundongos. Estes dados
corroboram com a prática clínica e são diferentes de alguns dados inconsistentes encontrados
por Carvalho-Neto e Nunes-de-Sousa como o não efeito da imipramina. Isso possivelmente
está relacionado ao caráter agudo daquele experimento. De forma semelhante, administração
crônica (ao contrario da aguda) atenua respostas de fuga (efeito ansiolítico) induzida pelo
predador no modelo de bateria de teste de defesa para camundongos (Blanchard et al., 2001;
Griebel et al., 1997). Segundo, apenas paroxetina apresentou resposta antipânico, apesar de
tanto diazepam quanto imipramina serem eficazes neste transtorno. Este dado está de acordo
com o encontrado por Carvalho-Neto e Nunes-de-Sousa e sugerido por Jardim, relacionando
o maior tempo de latência na fuga do braço aberto por camundongos e uma dificuldade em
detectar efeitos das drogas administradas. Jardim demonstrou que isto não pode ser explicado
por comportamentos de congelamento do animal ao ser exposto ao braço aberto, pois este
tempo representava apenas 8% do total. Carvalho-Neto e Nunes-de-Sousa propuseram que
esta resposta se explica pelo camundongo passar mais tempo avaliando o risco do braço
aberto, o que se relacionaria com alguns de seus resultados, como o da cafeína ter aumentado
tempo de esquiva e buspirona reduzido. O camundongo com menos “medo” passaria menos
tempo avaliando risco e sairia do braço aberto mais rápido. Este grupo, porém, não avaliou
nenhum ISRS (a fenfluramina é um agente serotonérgico, mas com características diversas
dos ISRS). No experimento 5, a paroxetina aumentou tempo de fuga (efeito ansiolítico).
53
Interpretamos este dados olhando para o teste de fuga do LTE para camundongos como
sensível apenas ao papel da serotonina na via relacionada a MCPD e ao medo incondicionado
(Modelo de Deakin & Graeff, 1991). Os ISRS poderiam aumentar crises de pânico
inicialmente, mas cronicamente as tratam. Buspirona cronicamente não reduz crises de pânico
(Graeff, 2007). Em observações clínicas também se percebe que imipramina (inibidor da
recaptação de serotonina e noradrenalina) só apresenta efeito antipânico em doses elevadas e
parece não ter a mesma resposta dos ISRS (Sucar, 2007).
Não houve diferença entre os grupos no TNF. Atribuímos este resultado a um
efeito “antidepressivo” ocasionado após a passagem por um condicionamento operante
semelhante a um exercício físico (pré-exposição, exposição ao LTE e ao TCA).
Camundongos com livre acesso a correr em rodas mostraram efeito antidepressivo em
modelos de desamparo aprendido, TNF e teste da supressão da cauda (Duman et al, 2008).
Esta resposta antidepressiva é mediada pelo fator neurotrófico derivado do cérebro,
responsável por mediar a plasticidade neuronal e sua sobre-regulação hipocampal é
relacionada com os efeitos crônicos das drogas antidepressivas ( Nibuya et al., 1995; Duman
et al., 1997; Duman and Monteggia, 2006).
54
7. CONCLUSÕES
O estudo das administrações agudas, subcrônicas e crônicas de ansiolíticos e
antidepressivos, a saber: paroxetina, diazepam, buspirona e imipramina em vários modelo de
ansiedade e depressão, permitiu as seguintes conclusões.
• TNF em camundongos com administração aguda das drogas, imipramina e
paroxetina em três doses apresentaram efeito antidepressivo enquanto diazepam
apresentou efeito depressivo em relação a salina.
• No TNF em camundongos com administração subcrônica dos fármacos
(imipramina, paroxetina, diazepam e buspirona), apenas imipramina apresentou
atividade antidepressiva.
• No LCE em camundongos tratados subcronicamente com imipramina,
paroxetina, diazepam e buspirona, apenas diazepam apresentou atividade
ansiolítica e paroxetina apresentou atividade ansiogênica.
• No LTE em ratos tratados cronicamente com imipramina, paroxetina, diazepam
e buspirona; buspirona, diazepam e paroxetina apresentaram efeitos ansiolíticos
e imipramina, diazepam e paroxetina apresentaram efeitos antipânico. Nenhuma
das drogas alterou comportamento locomotor significativamente.
• No LTE em camundongos tratados cronicamente com imipramina, paroxetina,
diazepam e buspirona; todas apresentaram efeito ansiolítico e apenas paroxetina
apresentou efeito antipânico.
• No TNF após LTE com camundongos, não houve diferença entre os grupos.
Percebe-se que, mesmo com o desenvolvimento de um grande numero de modelos animais de
comportamento, ainda não há um que se destaque uniformemente em respostas ansiolíticas e
antidepressivas. A administração crônica, em lugar da aguda, dos psicofármacos nestes
modelos, assim como na clínica, altera respostas esperadas. O uso do LTE mostrou ser eficaz
55
em diferenciar duas formas de ansiedade (ansiedade-generalizada e pânico) e detectar estes
efeitos em ISRS (o que o LCE não logrou). O LTE para camundogos apresentou boa
sensibilidade para identificar efeitos ansiolíticos gerais. Em relação a efeitos antipânico, o
modelo parece ter uma resposta melhor para agentes serotonérgicos.
56
8 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGLADA, F.D.; QUIRK, G.J. Lesions of the basal amygdale block expression of
conditioned fear but not extinction. The Journal of Neuroscience, 25(42):9680 – 9685, 2005.
BAUER, E.P.; SCHAFE,G.E.; LEDOUX, J.E. NMDA receptors and L-type voltage-gated
calcium channels contribute to long-term potentiation and different components of fear
memory formation in the lateral amygdala. The Journal of Neuroscience, 22(12):5239 –
5249, 2002.
BEIJAMINI, V.; ANDREANI, R. Effects of Hypericum perforatum and paroxetine on rat
performance in the elevated T-maze. Pharmacological Research, 48: 199–207, 2003
BLAIR, H.T.; SCHAFE, G.E.; BAUER, E.P. et al. Synaptic plasticity in the lateral amygdala:
a cellular hypothesis of fear conditioning. Learning & Memory, 8(5):229 – 242, 2001.
BLAIR, H.T.; SOTRES-BAYON, F.; MOITA, M.A.; LEDOUX, J.E. The lateral amygdala
processes the value of conditioned and unconditioned aversive stimuli. Neuroscience,
133(2):561 – 569, 2005.
BLANCHARD, DC; GRIEBEL, G; BLANCHARD, RJ. Mouse defensive behaviors:
pharmacological and behavioral assays for anxiety and panic. Neuroscience &
Biobehavioral Reviews, 25:205– 218, 2001.
BORSINI, F. Role of the serotonergic system in the forced swimming test. Neuroscience &
Biobehavioral, 19:377–395, 1995.
BORSINI, F.; MELI, A. Is the forced swimming test a suitable model for revealing
antidepressant activity? Psychopharmacology, 94: 147–160, 1988.
BUENO, C.H.; H. ZANGROSSI JR.; VIANA, M.B. The inactivation of the basolateral
nucleus of the rat amygdala has an anxiolytic effect in the elevated T-maze and light/dark
transition tests. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 38:1697-1701,
2005.
57
CADOGAN, A.K.; WRIGHT, I.K.; COOMB, I.; MARDEN, C.A.; KENDALL, D.A.
Tulloch I. Repeated paroxetine administration in the rat produces a decreased [3H]-ketanserin
binding and an anxiolytic profile in the elevated x-maze. British Journal of Pharmacology,
107:108, 1992.
CAIN, C.K.; BLOUIN, A.M, BARAD, M. L-type voltage-gated calcium channels are
required for extinction, but not for acquisition or expression, of conditional fear in mice. The
Journal of Neuroscience , 22(20):9113 – 9121, 2002.
CAROLA, V.; D’OLIMPIO.; BRUNAMONT, E.; MANGIA, F.; RENZI, P. Evaluation of the
elevated plus-maze and open-field tests for the assessment of anxiety-related behavior in
inbred mice. Behavioral Brain Research, 134: 49-57, 2002.
CEDARMAUM, J.M.; AGHAJANIAN, G.K. Afferent projections to the rat locus coeruleus
as determined by a retrograde tracing technique. The Journal of Comparative Neurology,
178(1):1-16, 1978.
CERVO, L.; GRIGNASCHI, G.; SAMANIN, R. Role of central serotonergic neurons in the
effect of sertraline in rats in the forced swimming test. European Journal of Pharmacology,
196:217–222, 1991.
CHAPMAN, P.F.; KAIRISS, E.W,; Keenan C.L.; BROWN, T.H. Long-term synaptic
potentiation in the amygdala. Synapse, 6(3):271 – 278, 1990.
CHOLERIS, E.; THOMAS, A.W.; KAVALIERS, M.; PRATO, F.S. A detailed ethological
analysis of the mouse open field test: effects of diazepam, chlordiazepoxide and an extremely
low frequency pulsed magnetic field. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, 25: 235-
260, 2001.
CRYAN, JF.; MARKOU, A.; LUCKI, I. Assessing antidepressant activity in rodents: recent
developments and future needs. Trends in Pharmacological Sciences, 23: 238-45, 2002.
58
D’AQUILLA, P.S.; PANING, F.; SERRA,G. Long-term imipramine withdrawal induces a
depressive-like behaviour in the forced swimming test. European Journal of Pharmacology,
492:61-63, 2004.
DE PAULA, S.V.; ZANGROSSI, H.J. Involvement of 5-HT1A and 5-HT2 receptors of the
dorsal periaqueductal gray in the regulation of the defensive bahaviors generated by the
elevated T-maze. Brain Research Bulletin, 64:181-8, 2004.
DEAKING, J.F.W, GRAEFF, F.G. 5-HT and mechanisms of defence. Journal of
Psychopharmacology, 5:305-15, 1991.
DEAKIN, J.F.W.; GUIMARÃES, F.S.; WANG, M.; HELLELWELL, J.; HENSMAN, R. 5-
HT receptor mechanisms in human anxiety. In: BRILEY, M; FILE, S.E., eds.. New Concepts
in Anxiety, The Macmillan Press Ltd., London, p. 74-93, 1991.
DE OCA, B.M.; DECOLA, J.P.; MAREN, S, Fanselow MS. Distinct regions of the
periaqueductal gray are involved in the acquisition and expression of defensive responses.
The Journal of Neuroscience , 18(9):3426-32. 205, 1998.
DE OLMOS, J. Amygdaloid nuclear gray complex. In: Paxinos G, editor. The human
nervous system. San Diego: Academic Press; 1990. p. 583-710.
DETKE, M.J.; RICKELS, M.; LUCKI, I. Active behaviors in the rat forced swimming test
differentially produced by serotonergic and noradrenergic antidepressants.
Psychopharmacology, 121: 66–72, 1995.
DINN, J.D.; WHITENER,J. Plasma corticosterone responses to electrical stimulation of the
amygdaloid complex: cytoarchitectural specificity. Neuroendocrinology, 42(3):211-7, 1986.
DUMAN,C.H.; SCHLESINGER, L.; RUSSELL,D.; DUMAN, R.S. Voluntary exercise
produces antidepressant and anxiolytic behavioral effects in mice. Brain Research,
1199:148 -158, 2008.
59
DUMAN, R.S.; HENINGER, G.R., NESTLER, E.J. A molecular and cellular theory of
depression. Archives of General Psychiatry, 54 (7):597–606, 1997.
DUMAN, R.S.; MONTEGGIA, L.M. A neurotrophic model for stress-related mood
disorders. Biological Psychiatry 59(12):1116–1127, 2006.
ESTES, W.K.; SKINNER, B.F. Some quantitative properties of anxiety. Journal of
Experimental Psychology, 27(2): 75-86, 1941.
FENDT, M. Injections of the NMDA receptor antagonist aminophosphonopentanoic acid into
the lateral nucleus of the amygdala block the expression of fear-potentiated startle and
freezing. The Journal of Neuroscience , 21(11):4111 – 4115, 2001.
FILE, S.E. Factors controling measures of anxiety and responses to novelty in the mouse.
Behavioural Brain Research, 125: 151- 157, 2001.
FRIMAN, P.C.; HAYES, S.C.; WILSON, K.G. Why behavior analysts should study emotion:
the example of anxiety. Journal of Applied Behavior Analysis, 31: 137-156, 1998.
GOOSENS, K.A.; MAREN, S. Contextual and auditory fear conditioning are mediated by the
lateral, basal, and central amygdaloid nuclei in rats. Learning & Memory, 8(3):148 – 155,
2001.
GRAEFF, F.G. Ansiedade experimental humana. Revista de Psiquiatria Clínica, 34 (5):251-
253, 2007.
GRAEFF, F.G. On serotonin, the experimental anxiety. Psychopharmacology (Berl),
163:467-76, 2002.
GRAEFF, F.G.; NETTO, C.F.; ZANGROSSI, H. JR. The elevated T-maze as an experimental
model of anxiety. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 23: 237-46, 1998.
GRAEF, F.G.; VIANA, M.B.; MORA, P.O. Opposed regulation by dorsal raphe nucleus 5-
HT pathways of two types of fear in the elevated T-maze. Pharmacology Biochemistry &
60
Behavior, 53:171-7, 1996.
GRAEFF,F.G.; VIANA, M.B.;TOMAZ, C.A.B. The elevated T-maze, a new experimental
model of anxiety and memory: effect of diazepam. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research, 26: 67–70, 1993.
GRIEBEL, G.; BLANCHARD, C.D.; AGNES, R. S.; BLANCHARD, R. J. Differential
modulation of antipredator defensive behavior in Swiss-Webster mice following acute or
chronic administration of imipramine and fluoxetine. Psychopharmacology, 120: 57-66,
1995.
GRIEBEL,G. 5-Hydroxytryptamine-interacting drugs in animal models of anxiety disorders:
more than 30 years of research. Pharmacology and Therapeutics, 65: 319-395, 1995.
GRIEBEL, G.; PERRAULT, G.; SANGER, D.J. Behavioural profiles of the reversible
monoamine-oxidase-A inhibitors befloxatone and moclobemide in an experimental model for
screening anxiolytic and anti-panic drugs. Psychopharmacology (Berlin), 131:180–6, 1997.
GROSS, C. et al. Serotonin1A receptor acts during development to establish normal anxiety-
like behaviour in the adult. Nature, 416: 396–400, 2002.
HALL, C.S. Emotional behavior in the rat: I. Defecation and urination as measures of
individual differences in emotionality. Journal of Comparative Psychology, 18: 385-403,
1934.
HANDLEY, S.L.; MITHANI, S. Effects of alpha-adrenoceptor agonists and antagonists in a
maze-exploration model of 'fear'-motivated behavior. Archives of Pharmacology, 327: 1-5,
1984.
HANDLEY, S.L.; MCBLANE, J.W. Opposite effects of fluoxetine in two animal models of
anxiety. British Journal of Pharmacology, 107: 446P (Abstract), 1992.
HASCOET, M.; BOURIN, M.; COLOMBEL, M.C, FIOCCO, A.J.; BAKER, G.B.
Anxiolytic-like effects of antidepressants after acute administration in a four-plate test in
61
mice. Pharmacology Biochemistry & Behavior, 65:339– 44, 2000.
HASCOET, M.B.M.; DHONNCHADHA, B.A.N. The influence of buspirone, and its
metabolite 1-PP, on the activity of paroxetine in the mouse light/dark paradigm and four-plate
test. Pharmacology Biochemistry & Behavior, 67:44–53, 2000.
HOLMES, A.; Transgenic and gene knockout approaches to the study of anxiety-like
behavior in mice. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 25: 261– 273, 2001.
JASNOV, A.M.; COOPER, M.A.; HUHMAN, K.L. N-methyl-D-aspartate receptors in the
amygdala are necessary for the acquisition and expression of conditioned defeat.
Neuroscience. 123(3):625 – 634, 2004.
KELLIHER, P.; KELLY, J.P.; LEONARD, B.E.; SANCHEZ, C.Effects of acute and chronic
administration of selective monoamine re-uptake inhibitors in the rat forced swim test.
Psychoneuroendocrinology, 28: 332–347, 2003.
KELLY, J.P.; LEONARD, B.E.; 1994. The effect of tianeptine and sertraline in three animal
models of depression. Neuropharmacology, 33:1011–1016.
KOKS, S.; BELJAJEV, S.; KOOVIT, I.; ABRAMOV, U.; BOURIN, M.; VASAR, E. 8-OH-
DPAT, but not deramciclane, antagonizes the anxiogenic-like action of paroxetine in an
elevated plus-maze. Psychopharmacology, 153:365–72, 2001.
KOKS, S.; BOURIN, M.; VOIKAR, V.; SOOSAAR, A.; VASAR, E. Role of CCK in anti-
exploratory action of paroxetine, 5-HT reuptake inhibitor. The International Journal of
Pharmaceutics, 2:9–16, 1999.
KSHAMA, D.; HRISHILESHAVAN, H.J.; SHANBHOGUE, R.; MUNONYEDI, U.S.
Modulation of baseline behavior in rats by putative serotonergic agents in three
ethoexperimental paradigms. Behavioral and Neural Biology, 54: 234-253, 1990.
62
LEE, H.J.; CHOI, J.S.; BROWN, T.H.; KIM, J.J. Amygdalar NMDA receptors are critical for
the expression of multiple conditioned fear responses. The Journal of Neuroscience,
21(11):4116 – 4124, 2001.
LEDOUX, J.E. Emotion circuits in the brain. Annual Review of Neuroscience, 23:155 –
184, 2000.
LIGHTOWLER, S.; KENNET, G.A.; WILLIAMSON, I.J.R.; BLAUCKBURN, T.P.;
TULLOCH, I.F. Anxiolytic-like effect of paroxetine in a rat social interaction test.
Pharmacology Biochemistry & Behavior, 49:281–5, 1994.
LISTER, R.G. The use of a plus-maze to measure anxiety in the mouse.
Psychopharmacology, 92: 180-185, 1987.
LISTER, G. Ethologically-based animal models of anxiety disorders. Pharmacology, 46:321-
340, 1990.
MAREN, S.; AHARONOV, G.; STOTE, D.L. Fanselow MS. N-methyl-Daspartate receptors
in the basolateral amygdala are required for both acquisition and expression of conditional
fear in rats. Behavioral Neuroscience, 110(6):1365 – 1374, 1996.
MEZZASALMA, M.A et al. Transtorno de pânico. Revista Brasileira de Psiquiatria,
26(3):202-6, 2004.
MILLENSON. Principles of Behavior Analysis. Macmillan Company, New York, 1967.
MISERENDINO, M.J.; SANANES, C.B.; MELIA, K.R.; DAVIS, M. Blocking of acquisition
but not expression of conditioned fear-potentiatedstartle by NMDA antagonists in the
amygdala. Nature. 345(6277):716 – 718, 1990.
MONTGOMERY, K.C. The relation between fear induced by novel stimulation and
exploratory behavior. Journal of Comparative Physiology and Psychology, 48: 254-260,
1955.
63
NIBUYA, M.; MORINOBU, S.; DUMAN, R.S. Regulation of BDNF and trkB mRNA in rat
brain by chronic electroconvulsive seizure and antidepressant drug treatments. The Journal
of Neuroscience. 15 (11): 7539–7547, 1995.
NUTT, D.J. Overview of diagnosis and drug treatments of anxiety disorder. CNS Spectrums,
10: 49-56, 2005.
PARE, D.; QUIRK, G.J.; LEDOUX, J.E. New vistas on amygdala networks in conditioned
fear. Journal of Neurophysiogy, 92(1):1 – 9, 1994.
PELLOW, S.; CHOPING, P.; FILE, S.E., BRILEY, M.; Validation of open:- closed arm
entries in an elevated plus-maze as a measure of anxiety in the rat. Journal of Neuroscience
Methods, 14: 149– 167, 1985.
PINHEIRO, S.N.;DEL-BEM, C.M.; ZANGROSSI, JR.;GRAEFF, F.G. Anxiolytic and
panicolytic effects of escitalopram in the elevated T-maze. Journal of Psychopharmacology,
21(4):1–6, 2007.
PLAZNIK, A.; KOSTOWKI, W. Modification of behavioral response to intra-hippocampal
injections of noradrenaline and adrenoceptor agonists by chronic treatment with desipramine
and citalopram: Functional aspects of adaptive receptor changes. European Journal of
Pharmacology. 117: 245–252, 1985.
POLTRONIERI, S.C.; ZANGROSSI, H.Jr.; VIANA, M.B. Antipanic-like effect of serotonin
reuptake inhibitors in the elevated T-maze. Behavioural Brain Research, 147:185-92, 2003.
PORSOLT, R.D.; BERTIN, A.; BLAVET, N.; DENIEL, M.; JALFRE, M. Immobility
induced by forced swimming in rats: effects of agents that modify central catecholamine and
serotonin activity. European Journal of Pharmacology, 57:201–210, 1979.
PORSOLT, R.D.; ANTON, G.; BLAVET, N.; JALFRE, M. Behavioural despair in rats: a
new model sensitive to antidepressant treatments. European Journal of Pharmacology, 47:
379–391, 1978.
64
PORSOLT, R.D.; BERTIN, A.; JALFRE, M. Behavioral despair in mice: a primary screening
test for antidepressants. Arch Int Pharmacodyn Ther, 229:327-36, 1977.
PRICE, J.L.; AMARAL, D.G. An autoradiographic study of the projections of the central
nucleus of the monkey amygdala. The Journal of Neuroscience, 1(11):1242-59, 1981.
PRZEGALINSKI, E.; CHOJNACKA-WOJCIK, E.; FILIP, M. Stimulation of postsynaptic 5-
HT1A receptors is responsible for the anticonflict effect of ipsapirone in rats. Journal of
Pharmaceutics and Pharmacology, 44: 780-2, 1992.
RAMOS, A.; BERTON, O., PIERRE, M.; CHAULOFF, F. A multiple-test study of anxiety-
related behaviors in six inbred rat strains. Behavioral Brain Research, 85: 57-69, 1997.
RODGERS, R. J. et al. Animal models of anxiety: an ethological perspective. Brazilian
Journal of Medical and Biological Research, 30: 289-304, 1997.
RODGERS, R. J.; CAO, B.J.; DALVI, A.H. Animal models of anxiety: an ethological
perspective. Basilian Journal of Medical and Biological Research, 30: 289-304, 1997.
RODGERS, R. J.; JOHNSON, N.J.T. Factor Analysis of Spatiotemporal and Ethological
Measures in the Murine Elevated Plus-Maze Test of Anxiety. Pharmacology Biochemistry
and Behavior. 52: 297-303, 1995.
RODRIGUES, S.M.; SCHAFE, G.E.; LEDOUX, J.E. Intra-amygdala blockade of the NR2B
subunit of the NMDA receptor disrupts the acquisition but not the expression of fear
conditioning. The Journal of Neuroscience, 21:6889 – 6896, 2001.
ROESLER, R.; VIANNA, M.R, DE-PARIS, F. et al. Infusions of AP5 into the basolateral
amygdala impair the formation, but not the expression, of step-down inhibitory avoidance.
Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 33(7):829 – 834, 2000.
ROSEN, J.B. The neurobiology of conditioned and unconditioned fear: a neurobehavioral
system analysis of the amygdala. Behavioral and Cognitive Neuroscience Review, 3(1): 23
– 41, 2004.
65
SÁNCHEZ, C.; MEIER, E. Behavioral profiles of SSRIs in animal models of depression,
anxiety and aggression: are they all alike? Psychopharmacology, 129: 197-205, 1997.
SANGUER, D,J. Effects of buspirone and related compounds on suppressed operant
responding in rats. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 254: 420-6,
1990.
SCHENBERG, L.C.; BITTENCOURT, A.; SUDRÉ, E.C.M.; VARGAS, L.C. Modeling
panic attacks. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 25: 647– 659, 1991.
SCHENBERG, L.C.; CAPUCHO, L.B.; VATANABE, R.O.; VARGAS, L.C. Acute effects of
clomipramine and fluoxetine on dorsal periaqueductal grey-evoked unconditioned defensive
behaviours of the rat. Psychopharmacology (Berl), 159: 138-44, 2002.
SCHREIBER, R.; MELON, C.; DE VRY, J. The role of 5-HT receptor subtypes in the
anxiolytic effects of selective serotonin reuptake inhibitors in the rat ultrasonic vocalization
test. Psychopharmacology, 135:383–931, 1998.
SHUMYATSKY, G.; TSVETKOV, E.; MALLERET, G. et al. Identification of asignaling
network in lateral nucleus of amygdala important for inhibiting memory specifically related to
learned fear. Cell , 111:905 – 918, 2002.
SIDMAN, M. Coercion and its Fallout. Authors Cooperative, Inc., Boston, 1989.
SIEGEL, G.J.; AGRANOFF, B.W.; ALBERS, R.W.; MOLINOFF, P.B. Basic
Neurochemistry: Molecular, Cellular and Medical Aspects. New York: Raven Press,
1994. 5 Ed
SILVA, M.T.A.; ALVES, C.R.R.; SANTAREM, E.M.M. Anxiogenic-like effect of acute and
chronic fluoxetine on rats tested on the elevated plus-maze. Brazilian Journal of Medical
and Biological Research, 32(3):333-339, 1999.
SKINNER, B.F. Science and human behavior. New York: McMillan, 1953.
66
TAKEUCHI, Y.; MCLEAN, J.H.; HOPKINS, D.A. Reciprocal connections between the
amygdala and parabrachial nuclei: ultrastructural demonstration by degeneration and axonal
transport of horseradish peroxidase in the cat. Brain Research, 239(2):583-8, 1982.
TEIXEIRA, R.C.; ZANGROSSI, H.J.; GRAEFF,F.G. Behavioral effects of acute and chronic
imipramine in the elevated T-maze model of anxiety. Pharmacology Biochemistry &
Behavior, 65:571-6, 2000.
TENG, C.T. Psicofarmacologia aplicada: manejo prático dos transtornos mentais. São
Paulo: Atheneu, 2006.
TONELLI, D.G.; ANDREATINI, R. Antagonistas 5-HT3: uma nove classe de ansiolíticos? O
exemplo do ondansetron. Revista de Psiquiatria Clínica, 27: 272-79, 2000.
TREIT, D.; MENARD, J.; ROYAN, C. Anxiogenic stimuli in the elevated plus-maze.
Pharmacology Biochemistry & Behavior, 44: 463-469, 1993.
TSUCHIYA, K.; INOUE, T.; KOYAMA, T. Effect of repeated methamphetamine
pretreatment on freezing behavior induced by conditioned fear stress. Pharmacology
Biochemistry and Behavior, 54:687-691, 1996.
WALLACE, K.J.; ROSEN, J.B. Neurotoxic lesions of the lateral nucleus of the amygdala
decrease conditioned fear but not unconditioned fear of a predator odor: comparison with
electrolytic lesions. The Journal of Neuroscience , 21(10):3619 – 3627, 2001.
WALKER, D.L.; DAVIS, M. Involvement of NMDA receptors within the amygdala in short-
versus long-term memory for fear conditioning as assessed with fear-potentiated startle.
Behavioral Neuroscience, 114:1019 – 1033, 2000.
WILLNER, P. The validity of animal models of depression. Psychopharmacology (Berl),
83: 1-16, 1984.
WINALOW, J.T.; INSEL, T.R. Serotonergic and catecholinergic reuptake inhibitors have
67
opposite effects on the ultrasonic isolation calls of rat pups. Neuropsychopharmacology,
3:51–9, 1990.
ZANGROSSI, H.J.; GRAEFF, F.G. A behavioral validation of the elevated Tmaze: a new
animal model of anxiety. Brain Research Bulletin, 44: 1–5, 1997.
ZANGROSSI, H.J.; VIANA,M.B.; ZANOVELI, J.; BUENO,C.; NOGUEIRA, R.L.;
GRAEFF, F.G. Serotonergic regulation of inhibitory avoidance and one-way escape in the rat
elevated T-maze. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 25:637-45, 2001.
ZANGROSSI, H.J. Modelos Animais de Ansiedade. In: HETEM, L.A.; GRAEFF, F.G.
(Eds.). Ansiedade e transtornos de ansiedade. Rio de Janeiro: Científica Nacional, 1997. p.
85-120.
ZAMIGNANI, D.R.; BANACO, R.A. An analytical-behavioral panorama on the anxiety
disorders. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 7: 77-91, 2005.
ZANOVELI, J.M.; NOGUEIRA, R.L.; ZANGROSSI, H,J. Chronic imipramine treatment
sensitizes 5-HT1A and 5-HT2A receptors in the dorsal periaqueductal gray matter: evidence
from the elevated T-maze test of anxiety. Behavioural Pharmacology, 16:543-552, 2005.
ZANOVELI, J.M.; NOGUEIRA, R.L.; ZANGROSSI, H,J. Serotonin in the dorsal
periaqueductal gray modulates inhibitory avoidance and one-way escape behaviors in the
elevated T-maze. European Journal of Pharmacology, 473:153-61, 2003.
ZUARDI, A.W.; COSME, R.A.; GRAEFF, F.G.; GUIMARÃES, F.S. Effects of ipsapirone
and cannabidiol on human experimental anxiety. Journal of Psychopharmacology, 7: 82-8,
1993.