varejo brasileiro e_o_mais_atrativo

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Varejo brasileiro é o mais atrativo País lidera pelo segundo ano a lista de mercados com maior potencial de investimento, seguido por Chile, China e Uruguai J.F.DIORIO/AE–23/12/2011 Márcia De Chiara A crise internacional mudou o mapa dos mercados em desen- volvimento com maior poten- cial para atrair investimentos estrangeiros para o varejo. Paí- ses da América Latina e do Oriente Médio aparecem en- tre os 30 mercados mais atraentes, revela a edição des- te ano do ranking feito pela consultoria americana A. T. Kearney. Por dois anos seguidos, 2011 e 2012, o Brasil lidera a lista dos mercados com maior potencial de investimento, seguido, neste ano, pelo Chile, China e Uru- guai. “A participação da América Latina e dos países do Oriente Médio é forte”, diz Esteban Bowles, sócio da consultoria e lí- der da prática de Varejo e Bens de Consumo na América Latina. Ele destaca que, neste ano, se- te países no ranking de 30 são latino-americanos. Além do Bra- sil e do Chile, estão na lista dos latinos Uruguai, Peru, Colôm- bia, Panamá e México. Já Emira- dos Árabes, Omã, Kuwait, Arábia Saudita, Jordânia e Líbano en- grossam a relação do países do Oriente Médio. O executivo explica que esses mercados de consumo ganha- ram relevância porque a crise nas economias desenvolvidas acabou tendo reflexos nos paí- ses do leste europeu, que apre- sentaram sinais de saturação no consumo. Um exemplo desse movimen- to é o que ocorreu com a Rússia. No ranking de 2011, o país ocu- pava a 11ª posição na lista dos países em desenvolvimento mais atraentes para investimen- tos no varejo. Na relação deste ano, a Rússia está em 26º lugar, caindo 15 posições, exemplifica Bowles. Movimento semelhan- te ocorreu com Polônia e Repú- blica Tcheca. Calculado desde 2001, o indi- cador avalia, a cada ano, as condi- ções de um grupo de 30 países em desenvolvimento para atrair investimentos de redes varejis- tas estrangeiras que já atuam em mercados maduros. Participa- ram da última pesquisa 185 paí- ses em desenvolvimento. O consultor explica que são avaliadas 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região. Bowles ressalta que são leva- das em conta variáveis macroe- conômicas e também dados seto- riais e de empresas. O ranking de cada ano é elaborado com base em informações coletadas no ano anterior. Consumo. No caso do Brasil, que se manteve na liderança da lista pelo segundo ano, os fato- res que mais contribuíram para o País ter permanecido no topo foram os indicadores de baixa sa- turação de mercado e potencial de consumo, diz o consultor. Segundo a pesquisa, o tama- nho do mercado varejista brasi- leiro aumentou15% no ano passa- do e os gastos com consumo têm crescido 9% ao ano desde 2007. “O crescimento da nova classe média brasileira continua impul- sionando o desenvolvimento do setor varejista”, diz Bowles. Mas ele acrescenta que o vare- jo de luxo vem ganhando força no Brasil e em outros países da América Latina, refletindo o me- lhoria de poder aquisitivo da po- pulação. Pessimismo. Nem mesmo a mudança no cenário macroeco- nômico brasileiro, com a divulga- ção do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que cresceu só 0,2% em relação ao trimestre anterior, muda a ex- pectativa favorável para o varejo brasileiro nos próximos quatro ou cinco anos, diz Bowles. Ele ressalta que o governo bra- sileiro tem uma política voltada para impulsionar o consumo e a demanda por meio do aumento do crédito e redução de juros. “Pode ter um ou outro ano não muito favorável, mas a tendên- cia é positiva”, afirma o sócio da consultoria. Como exemplo de otimismo, ele destaca o fato de que, somen- te neste ano, serão inaugurados 40 shopping centers no País. Is- so corresponde a mais de 1 mi- lhão de metros quadrados de área de vendas. A pesquisa aponta quatro seto- res que estão entre os mais pro- missores no varejo brasileiro aos olhos dos investidores estrangei- ros. São eles: eletroeletrônico, moda, beleza e móveis. Bowles explica que o setor de supermercados continua sendo o mais importante do varejo na- cional, porém o consultor não acredita que ele irá atrair nos pró- ximos anos novos investimen- tos estrangeiros. O motivo é que redes interna- cionais já estabelecidas aqui, co- mo Walmart, Casino e Cenco- sud, por exemplo, depois de irem as às compras nos últimos anos, agora estão na fase de arru- mar a casa e não devem fazer no- vas aquisições. Farra. Movimento no Shopping Center Norte, em São Paulo: gastos com consumo no País crescem 9% ao ano desde 2007 Prestígio ESTEBAN BOWLES SÓCIO DA A. T. KEARNEY “A participação da América Latina e dos países do Oriente Médio (no ranking) é forte.” “O crescimento da nova classe média brasileira continua impulsionando o desenvolvimento do varejo.” Ranking dos principais países em desenvolvimento para investimento no varejo Brasil Chile Uruguai Índia China Peru Emirados Árabes Geórgia Omã Mongólia Obs.: n.a. = não apareceu no ranking dos 30 países em 2011 POSIÇÃO EM 2011 POSIÇÃO EM 2012 n.a. n.a. n.a. Brasil Chile China Uruguai Índia Geórgia Emirados Árabes Omã Mongólia Peru 10ª FONTE: CONSULTORIA A. T. KEARNEY BRASIL NO TOPO INFOGRÁFICO/AE A utilização deste artigo é exclusiva para fins educacionais.

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B8 Economia SEGUNDA-FEIRA, 11 DE JUNHO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

Varejo brasileiro é o mais atrativoPaís lidera pelo segundo ano a lista de mercados com maior potencial de investimento, seguido por Chile, China e Uruguai

J.F.DIORIO/AE–23/12/2011

Márcia De Chiara

A crise internacional mudou omapa dos mercados em desen-volvimento com maior poten-cial para atrair investimentosestrangeiros para o varejo. Paí-ses da América Latina e doOriente Médio aparecem en-tre os 30 mercados maisatraentes, revela a edição des-te ano do ranking feito pelaconsultoria americana A. T.Kearney.

Por dois anos seguidos, 2011 e2012, o Brasil lidera a lista dosmercados com maior potencialde investimento, seguido, nesteano, pelo Chile, China e Uru-guai. “A participação da AméricaLatina e dos países do OrienteMédio é forte”, diz EstebanBowles, sócio da consultoria e lí-der da prática de Varejo e Bensde Consumo na América Latina.

Ele destaca que, neste ano, se-te países no ranking de 30 sãolatino-americanos. Além do Bra-sil e do Chile, estão na lista doslatinos Uruguai, Peru, Colôm-bia, Panamá e México. Já Emira-dos Árabes, Omã, Kuwait, ArábiaSaudita, Jordânia e Líbano en-grossam a relação do países doOriente Médio.

O executivo explica que essesmercados de consumo ganha-ram relevância porque a crisenas economias desenvolvidasacabou tendo reflexos nos paí-ses do leste europeu, que apre-sentaram sinais de saturação noconsumo.

Um exemplo desse movimen-to é o que ocorreu com a Rússia.No ranking de 2011, o país ocu-pava a 11ª posição na lista dospaíses em desenvolvimentomais atraentes para investimen-tos no varejo. Na relação desteano, a Rússia está em 26º lugar,caindo 15 posições, exemplificaBowles. Movimento semelhan-te ocorreu com Polônia e Repú-

blica Tcheca.Calculado desde 2001, o indi-

cador avalia, a cada ano, as condi-ções de um grupo de 30 paísesem desenvolvimento para atrairinvestimentos de redes varejis-tas estrangeiras que já atuam emmercados maduros. Participa-ram da última pesquisa 185 paí-ses em desenvolvimento.

O consultor explica que sãoavaliadas 25 variáveis de cadapaís, reunidas em quatro grupos:atratividade do mercado, riscoeconômico e político, saturaçãodo mercado e em quanto temponovos players estarão presentesna região.

Bowles ressalta que são leva-das em conta variáveis macroe-conômicas e também dados seto-riais e de empresas. O ranking decada ano é elaborado com baseem informações coletadas noano anterior.

Consumo. No caso do Brasil,que se manteve na liderança dalista pelo segundo ano, os fato-res que mais contribuíram parao País ter permanecido no topoforam os indicadores de baixa sa-turação de mercado e potencialde consumo, diz o consultor.

Segundo a pesquisa, o tama-nho do mercado varejista brasi-leiro aumentou15% no ano passa-do e os gastos com consumo têmcrescido 9% ao ano desde 2007.

“O crescimento da nova classemédia brasileira continua impul-sionando o desenvolvimento dosetor varejista”, diz Bowles.

Mas ele acrescenta que o vare-jo de luxo vem ganhando forçano Brasil e em outros países daAmérica Latina, refletindo o me-lhoria de poder aquisitivo da po-pulação.

Pessimismo. Nem mesmo amudança no cenário macroeco-nômico brasileiro, com a divulga-ção do Produto Interno Bruto(PIB) do primeiro trimestre,que cresceu só 0,2% em relaçãoao trimestre anterior, muda a ex-pectativa favorável para o varejobrasileiro nos próximos quatroou cinco anos, diz Bowles.

Ele ressalta que o governo bra-sileiro tem uma política voltadapara impulsionar o consumo e ademanda por meio do aumentodo crédito e redução de juros.“Pode ter um ou outro ano nãomuito favorável, mas a tendên-cia é positiva”, afirma o sócio da

consultoria.Como exemplo de otimismo,

ele destaca o fato de que, somen-te neste ano, serão inaugurados40 shopping centers no País. Is-so corresponde a mais de 1 mi-lhão de metros quadrados deárea de vendas.

A pesquisa aponta quatro seto-res que estão entre os mais pro-missores no varejo brasileiro aosolhos dos investidores estrangei-ros. São eles: eletroeletrônico,moda, beleza e móveis.

Bowles explica que o setor desupermercados continua sendoo mais importante do varejo na-cional, porém o consultor nãoacredita que ele irá atrair nos pró-ximos anos novos investimen-tos estrangeiros.

O motivo é que redes interna-cionais já estabelecidas aqui, co-mo Walmart, Casino e Cenco-sud, por exemplo, depois deirem as às compras nos últimosanos, agora estão na fase de arru-mar a casa e não devem fazer no-vas aquisições.

Farra. Movimento no Shopping Center Norte, em São Paulo: gastos com consumo no País crescem 9% ao ano desde 2007

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ESTEBAN BOWLESSÓCIO DA A. T. KEARNEY“A participação da AméricaLatina e dos países do OrienteMédio (no ranking) é forte.”

“O crescimento da novaclasse média brasileiracontinua impulsionando odesenvolvimento do varejo.”

� Ranking dos principais países em desenvolvimento para investimento no varejo

Brasil

Chile

Uruguai

Índia

China

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Emirados Árabes

Geórgia

Omã

Mongólia

Obs.: n.a. = não apareceu no ranking dos 30 países em 2011

POSIÇÃO EM 2011 POSIÇÃO EM 2012

n.a.

n.a.

n.a.

Brasil

Chile

China

Uruguai

Índia

Geórgia

Emirados Árabes

Omã

Mongólia

Peru

10ª

FONTE: CONSULTORIA A. T. KEARNEY

BRASIL NO TOPO

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Fonte: O Estado de S. Paulo, São Paulo, 11 jun. 2012, Economia & Negócios, p. B8.