vacina no idoso

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Page 1: Vacina No Idoso

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Ministério da Saúde

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizaçõe s

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO DO IDOSO

26 de abril a 9 de maio de 2008

INFORME TÉCNICO

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Apresentação

O Ministério da Saúde no período de 26 de abril a 9 de maio de 2008 , estará realizando a

10ª campanha nacional de vacinação do idoso, tendo o 26 de abril como o dia de

mobilização nacional. Na ocasião serão disponibilizadas as vacinas eleitas como prioritárias

a esta parcela da população, que corresponde a cerca de 14,5 milhões de pessoas de 60

anos e mais. Esta iniciativa concretiza mais um compromisso de fazer chegar, o mais

próximo possível da população, meios efetivos de promoção da saúde, contribuindo para a

prevenção de agravos que interferem no bem-estar e qualidade de vida.

Numa aliança com a sociedade civil que se renova a cada ano, esse compromisso se

viabiliza com o imprescindível suporte das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e

com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e das sociedades científicas. Cabe

destacar, também, a participação de setores importantes do Ministério da Saúde, como o

Comitê Técnico Assessor em Imunizações, a Coordenação de Assistência à Saúde do Idoso

e a Comissão de Mobilização e Divulgação da Campanha do Idoso.

A meta de vacinar a população na faixa de 60 anos e mais contra a influenza é um desafio

que vem sendo conquistado desde 1999, e se fundamenta no fato de que essa população

apresenta maior risco de adoecer e morrer em decorrência de algumas patologias

imunopreveníveis, tais como a gripe e a pneumonia (BRASIL, 1999 ). No Brasil, em 2007,

cerca de 70.531 dos óbitos nesse grupo de idade decorreu de doenças do aparelho

respiratório (dados preliminares). A vacinação busca modificar esse perfil, indo além ao

viabilizar a proteção específica contra três agravos: influenza, pneumonia e tétano (DASIS,

2007).

A vacina é a melhor tecnologia disponível para a prevenção da influenza e suas

conseqüências, proporcionando redução da morbidade, diminuição do absenteísmo no

trabalho e dos gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias.

A vacinação do idoso ocorre anualmente na forma de campanhas, em geral com duração de

duas a quatro semanas.

1. O idoso como prioridade

O envelhecimento das populações é, atualmente, uma das grandes preocupações da saúde

pública. A qualidade de vida desse grupo é um objetivo a ser perseguido, considerando que

a sua saúde é resultado da interação entre condições física e mental, independência

financeira, capacidade funcional e suporte familiar e social.

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A Organização Mundial da Saúde - OMS estima que em duas décadas o Brasil será o 6º

país do mundo em população de idosos. À semelhança das demais nações, o país está

passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso. Resultados da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, demonstram isso: as pessoas com 60

anos ou mais representam, aproximadamente, 19 milhões, correspondendo a 10,2% da

população total. O grupo de mais de 75 anos teve crescimento mais acentuado: em 1996

representavam 23,5% dos maiores de 60 anos e hoje são 26,1%.

As causas de morte nessa população, tanto em países desenvolvidos como em

desenvolvimento, seguem um mesmo padrão, com redução gradual da mortalidade por

doenças infecciosas, dando lugar às crônicas e degenerativas, às isquêmicas cardíacas e

cardiovasculares, às neoplasias e às doenças respiratórias.

No Brasil, particularmente, entre 2001 e 2005, as doenças do aparelho respiratório

representaram a 3ª causa de óbito nos maiores de 60 anos, antecedidas por doenças do

aparelho circulatório e neoplasias (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Hoje, mais de 26% dos

recursos de internação hospitalar no SUS estão direcionados para esse segmento

(DATASUS/MS).

As infecções respiratórias constituem um quadro de etiologias comumente relacionadas aos

idosos, sendo que o vírus da influenza é um dos principais agentes nocivos.

Os idosos, ao longo dos anos, estiveram ausentes dos postos de vacinação e dos serviços

de medicina preventiva em geral. O acesso à rede de serviços se fazia quase sempre em

função de doença já instalada, em condições de reconhecida cronicidade e de algum grau

de sofrimento. Em 1994, a Lei 8.842 criou a Política Nacional do Idoso, regulamentada pelo

Decreto 1.948/96, visando assegurar os direitos sociais dos maiores de 60 anos, criando

melhores condições para autonomia e integração na sociedade.

2. O impacto da vacinação

No Brasil existem algumas informações sobre o impacto das campanhas na ocorrência da

influenza no idoso. A SVS/MS vem estimulando iniciativas na busca de descrever melhor

esse impacto. Já em outros países o efeito protetor da vacina em idosos vem sendo

demonstrado a partir de vários estudos:

a) Para Cruz (1999) esse efeito pode variar com a capacidade imunitária do indivíduo, a

imunogenicidade da vacina e a coincidência antigênica entre a vacina e as cepas

circulantes na comunidade.

b) Nichol & cols, em 2003, durante duas temporadas de influenza, observaram a influência

da vacinação na redução do risco de hospitalização por doença cardíaca e AVC, por

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pneumonia e influenza e por óbitos de todas as causas, demonstrando, assim os

benefícios alcançados com a vacinação de idosos.

c) Também, estudo ecológico de séries temporais realizado em idosos, entre 1980 a 2000,

utilizando dados de mortalidade do SIM, demonstrou que os coeficientes aumentaram

para ambos os sexos na população idosa e que após introdução da vacinação nota-se

tendência ao declínio dos indicadores de mortalidade. Este estudo indica a importância

das doenças respiratórias entre os idosos e sugere que a proteção específica contra a

influenza se reflete positivamente na diminuição da mortalidade por essas doenças

(Francisco, et. al. 2002).

d) Gross et. al. 1995, refere que a vacina contra influenza reduz entre 32% e 45% as

hospitalizações por pneumonias; 31% e 65% as mortes hospitalares por pneumonia e

influenza; 43% e 50% as mortes hospitalares de todas as condições respiratórias; e 27%

e 30% as mortes por qualquer causa. Refere ainda a redução de mais de 50% nas

doenças relacionadas à influenza nos idosos vacinados e que a vacina tem um bom

custo-benefício.

Outro grupo importante para a avaliação dos resultados da vacinação são os idosos

portadores de doenças crônicas, que, normalmente apresentam uma menor indução dos

níveis de anticorpos. Mesmo assim, a vacina oferece proteção satisfatória contra

complicações e hospitalizações, entre 30% e 70% (Neuzil et al., 2000; Nicholson et al.

1998). Nos indivíduos recolhidos a instituições a proteção contra a hospitalização e a

pneumonia situa-se entre 50% e 60%, sendo maior contra a ocorrência de óbitos que é de

80% (Arden, Patriarca & Kendal, 1986).

A vacinação contra a influenza de 80% da população alvo (e a manutenção desses índices

ao longo dos anos) é a estratégia principal para reduzir a morbi-mortalidade por doenças

respiratórias nas pessoas acima de 60 anos de idade. A meta anterior era de 70% de

cobertura e para 2008 foi pactuado 80%.

As coberturas vacinais considerando o país e unidades federadas, vêm se mantendo acima

de 70% (72%, em 2000, e 86,61% em 2007). Em 2007, 96% dos municípios (5.564)

alcançaram 70% de cobertura e 186 não atingiram a meta preconizada, sendo 32 na Região

Norte, 58 na Nordeste, 39 no Sudeste, 51 na Sul e seis no Centro Oeste.

É importante reafirmar que, para os municípios que não alcançaram a cobertura vacinal, há

que se desenvolver todo um esforço para que em 2008 sejam superadas as dificuldades,

garantindo que mais idosos sejam beneficiados.

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2. A campanha de vacinação

2.1. Objetivo

A campanha de vacinação tem como principal objetivo reduzir, na população de 60 anos e

mais, a morbi-mortalidade e as internações causadas pela influenza.

2.2. Meta

A meta é vacinar pelo menos 80% da população de 60 anos e mais, o que representa

14.563.878 pessoas nessa faixa etária.

2.3. A vacina contra a influenza

A vacina contra a influenza é segura. Constituída por vírus inativados (mortos) não causa a

doença, mas, como nas demais vacinas, alguns eventos adversos podem surgir, como febre

baixa e reações locais (dor, endurecimento e vermelhidão). Raramente, podem ocorrer

coriza, vômitos e dores musculares.

O maior problema associado com a vacina contra a influenza é a sua não

utilização. (Candian Task Force on the Periodic Health Examination, 2003)

Para 2008 a vacina disponibilizada tem a seguinte composição:

• A/Solomon Islands/3/2006 (H1N1)-like virus*;

• A/Brisbane/10/2007 (H3N2)-like virus;

• B/Florida/4/2006-like virus.

2.4. Indicação da vacina contra influenza

Na Campanha Nacional a vacina contra a influenza estará disponível para a população de

60 anos ou mais e para a população indígena. A vacinação de presidiários e profissionais de

saúde que trabalham em contato direto com pacientes maiores de 60 anos, será realizada.

A vacina contra a influenza não deve ser administrada em:

a) Pessoas que apresentem alergia grave ao ovo de galinha (choque anafilático);

b) Pessoas que já desenvolveram a Síndrome de Guilian-Barré.

Na ausência de conhecimento científico suficiente sobre as causas desta Síndrome,

o Ministério da Saúde recomenda a precaução na vacinação de indivíduos com

história pregressa de SGB, Sendo que esta é bastante rara. Para aqueles indivíduos

que se incluírem nesta situação deve ser discutido discutir o risco versus benefícios

da vacina com o médico assistente.

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2.5. Esquema de vacinação e via de administração da vacina contra

a influenza

Os maiores de 60 anos recebem uma dose anual da vacina contra a influenza. A dose tipo

adulto da vacina corresponde a 0,5 ml.

A vacina contra a influenza é administrada por via subcutânea ou intramuscular.

2.6. Outras vacinas: oportunidade aproveitada para proteger os

idosos

Na ocasião da campanha nacional de vacinação do idoso contra a influenza recomenda-se o

aproveitamento da oportunidade para oferecer a esse grupo as seguintes vacinas:

A) Vacina contra o pneumococo

É indicada para a vacinação de idosos recolhidos a instituições e acamados crônicos,

principalmente, os portadores de cardiopatias, pneumopatias e a insuficiência renal.

Também devem ser vacinados os portadores de síndrome nefrótica, o diabetes mellitus

insulino-dependente, cirrose hepática, fístula liquórica, asplenias anatômicas ou funcionais,

hemoglobinopatias e imunodeficiência congênita ou adquirida e portadores do HIV.

A vacinação nestes casos tem demonstrado ser segura e efetiva na prevenção de doença

pneumocócica invasiva (BRASIL, 2007 ).

A vacina é administrada em dose única, com uma única revacinação depois de decorridos 5

anos, caso mantidas as condições expressas anteriormente.

É contra-indicada a administração da vacina em indivíduos com história anterior de

hipersensibilidade imediata à vacina ou a um de seus componentes.

B) Vacina contra a difteria e o tétano (dT)

A orientação é atualizar a situação vacinal para todos os idosos pela vulnerabilidade e

exposição a condições de risco para o tétano acidental.

É contra-indicada a administração em indivíduos com história pregressa de

hipersensibilidade imediata à vacina ou a um de seus componentes e a ocorrência da

Síndrome de Guillain Barre, nas seis semanas após o recebimento de dose anterior de

vacina contra difteria e tétano.

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C) Vacina contra a febre amarela

A orientação é atualizar a situação vacinal, caso haja indicação, segundo o calendário oficial

do Ministério da Saúde. Observar a necessidade da dose de reforço, recomendada a cada

dez anos.

É contra-indicada a administração em indivíduos com história pregressa de

hipersensibilidade severa ao ovo, à dose anterior da vacina ou a qualquer de seus

componentes. Como todas as vacinas constituídas de vírus vivos atenuados, não devem ser

administradas, a princípio, em pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida;

acometidos por neoplasia maligna, indivíduos em tratamento com corticosteróide em

esquemas imunodepressores ou submetidos a outras terapêuticas imunodepressoras

(quimioterapia anti-neoplásica, radioterapia etc.).

2.7. Validade e conservação dos imunobiológicos

Todas as doses do frasco devem ser utilizadas até o final, desde que garantidas as

condições de assepsia e conservação. O prazo de validade estabelecido pelo laboratório

produtor deve ser rigorosamente observado.

Outras informações técnicas sobre os produtos utilizados na campanha podem ser obtidas

mediante verificação de suas bulas ou através do contato com a Coordenação Geral do

Programa Nacional de Imunizações - CGPNI/DEVEP/SVS/MS ([email protected]), bem

como mediante visita ao site www.saude.gov.br.

2.8. Imunobiológicos e recursos para a campanha

Para esta campanha está prevista a distribuição de cerca de 25,2 milhões de doses das

quatro vacinas incluídas na operação, sendo que 18 milhões correspondem à vacina contra

a influenza.

a) Vacina contra a influenza: 18.000.000 de doses;

b) Vacina contra a difteria e tétano (dupla adulto): 4.000.000 de doses;

c) Vacina contra pneumococos: 250.000 de doses; e

d) Vacina contra a febre amarela: 1.000.000 de doses.

O Ministério da Saúde está investindo cerca de 131.839.076,70 milhões de reais com a

aquisição dos imunobiológicos (126.257.680 reais) e com transferência fundo-a-fundo para

os municípios ou estados, dependendo da decisão da Comissão Intergestores Bipartite

(CIB), para apoiar a operacionalização (5.581.396,70 reais) da Campanha. Os estados e

municípios também investem recursos financeiros para a realização da vacinação,

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possibilitando o funcionamento de aproximadamente 65,6 mil postos de vacinação, com o

envolvimento de 241,3 mil pessoas e a utilização de cerca de 27,6 mil veículos (terrestre,

marítimos e fluviais).

2.9. Recomendações específicas

� Proceder à análise das coberturas vacinais e assessorar os municípios que vêm

apresentando baixos índices, já identificados como aqueles que têm menos de 2 mil

habitantes no grupo de 60 anos e mais, realizando, dentro do possível, monitoramentos

rápidos, a fim de melhor conhecer suas reais coberturas e os motivos do não alcance de

metas.

� Viabilizar a nomeação de Comissão Estadual de Mobilização e Divulgação, envolvendo-a

na avaliação, discussão e definição das melhores estratégias para garantir a vacinação.

A Comissão Nacional estará à disposição das Comissões Estaduais para

juntas articularem o processo de mobilização da sociedade.

� Envolver os conselhos regionais de medicina e as representações estaduais de

especialidades médicas afins no processo.

Os profissionais de saúde e, mais especialmente os médicos, se constituem

nas principais fontes de informação a respeito dos benefícios proporcionados

pelas vacinas.

� Garantir o atendimento aos casos de eventos adversos associados temporalmente à

vacinação, com informações e conduta oportunas.

� Observar, quando se tratar da vacinação dos povos indígenas, as recomendações

específicas para esse grupo relativas ao calendário de vacinação e registro das doses

administradas.

� Mobilizar todos os meios de comunicação, em especial os de alcance local (jornais,

rádios, alto-falantes volantes e fixos etc.).

� Mobilizar lideranças, formadores de opinião, associações e instituições, inclusive as

religiosas.

� Analisar o cartão de vacinação de cada pessoa a ser vacinada, garantindo atualização

necessária para todas as vacinas disponíveis.

� Manter o posto de vacinação em funcionamento, durante todo horário divulgado pela

mídia;

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� Acolher e acomodar a população idosa a vacinar, viabilizando a vacinação de forma

rápida, evitando filas e falhas no atendimento.

� Garantir o cumprimento da escala das equipes móveis e dos voluntários nas situações

que exijam o deslocamento para a vacinação de pessoas com dificuldade de acesso aos

postos de vacinação.

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ANEXO 1

Recomendações para a vacinação de grupos específico s contra a

influenza em 2008

Por ocasião da campanha de vacinação, ou seja, nos meses que antecedem o

inverno, a vacina contra a influenza além de contemplar a população idosa é

administrada também em outros segmentos da população. São considerados como

grupos específicos, neste caso, os povos indígenas (a partir de seis meses de idade),

os profissionais de saúde e a população carcerária.

Para este ano de 2008, a Secretaria de Vigilância em Saúde, por intermédio do

Programa Nacional de Imunizações, recomenda que a vacinação dos profissionais de

saúde e da população carcerária seja desencadeada somente quando a avaliação

demonstrar que a cobertura da população idosa foi alcançada. Esta recomendação

resulta da necessidade de otimizar o uso da vacina e garantir que a população alvo

prioritária – idosos/povos indígenas – seja protegida e, em conseqüência, sejam

reduzidas as complicações advindas da influenza.

Sabe-se que a vacinação desses grupos (povos indígenas, profissionais de saúde e

população carcerária) requer a adoção de estratégias diferenciadas tendo em vista a

obtenção da maior adesão possível à vacinação e, em conseqüência, a cobertura

vacinal preconizada para sua proteção.

É importante lembrar que a vacina contra influenza também está disponível durante

todo ano, em todo País, nos 38 Centros de Referência para Imunobiológicos

Especiais – CRIE, para situações especiais. Nos CRIE a vacina é administrada por

prescrição médica, sendo indicada para pessoas que apresentam maior risco em

relação à influenza e suas complicações, em decorrência de patologias de base, a

saber: cardiopatias, nefropatias, diabetes mellitus insulinodependente, cirrose

hepática, hemoglobulinopatias, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica

(DPOC), imunocomprometidos (transplantados, pacientes em tratamento de câncer,

asmáticos, portadores de HIV e miopatias). Os familiares que estão em contato com

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os pacientes enquadrados nessas condições, também serão vacinados e atendidos

nos CRIE.

ANEXO 2

Influenza: informações importantes

As infecções respiratórias, como a mais freqüente causa de doença na população, são

também as principais responsáveis pelas consultas e hospitalizações da população idosa,

destacando-se dentre os agentes etiológicos virais causadores dessas infecções: o Sincicial

Respiratório, o Influenza e o Parainfluenza.

A influenza (gripe) é uma doença viral aguda causada pelo influenza que se apresenta em

três tipos: A, B e C, sendo que apenas os dois primeiros causam doença com impacto

relevante na saúde pública. O vírus da gripe do tipo A sofre variações antigênicas mais

freqüentes que o B e é o principal responsável pelas epidemias mais graves. Segundo a

Organização Mundial de Saúde, durante as epidemias anuais de gripe, a taxa de ataque

global é de 5 a 10% na população adulta e de 20 a 30% nas crianças.

A influenza é uma enfermidade altamente contagiosa, razão pela qual se dissemina

rapidamente e nas épocas epidêmicas é praticamente impossível evitar o contágio. O vírus

circula nas aglomerações a exemplo de escolas, empresas, instituições, shoppings, feiras,

supermercados, transportes coletivos, dentre outros. Nessas situações, apenas um indivíduo

infectado pode em pouco tempo infectar todos os seus contatos.

O vírus é transmitido aos indivíduos suscetíveis através das secreções respiratórias e se

espalha facilmente de pessoa a pessoa. O período de transmissão é de um a dois dias antes

do aparecimento dos sintomas até sete dias depois. As crianças menores e os

imunodeprimidos tendem a eliminar o vírus durante períodos mais longos. As crianças que

freqüentam creches e escolas são as principais disseminadoras do vírus na comunidade

(CDC, 2006).

Após um período de incubação médio de dois dias (um a cinco dias), a doença manifesta-se

de modo abrupto com febre, mialgias, cefaléias, mal-estar, tosse não produtiva, dor de

garganta e rinite. Na maioria dos casos e na ausência de complicações, a doença evolui

entre três a sete dias. Tosse e mal-estar podem persistir por mais de duas semanas (OMS).

O problema aumenta com a complicação do quadro e evolução para doenças bacterianas

mais graves como otite média, pneumonia e sinusite. Asma e bronquiolite são também

freqüentes. Estas e outras condições podem exigir tratamento hospitalar que implicará em

maiores riscos para a saúde, em especial para o idoso, custos mais altos para a família e

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para o SUS. Isto porque, embora a infecção atinja todos os grupos etários, os idosos e os

portadores de patologias crônicas apresentam maior morbidade e letalidade por

agravamento da doença preexistente e/ou pneumonia. A pneumonia causada pelo próprio

vírus da gripe é menos freqüente, mas tem uma elevada letalidade.

A complicação mais comum da gripe é a sobreinfecção bacteriana (por Streptococcus

pneumoniae, Haemophilus influenzae ou Staphylococcus aureus), também mais freqüente

em idosos e em portadores de doenças crônicas, sobretudo pulmonares e cardíacas (Foleo-

Neto, 2003). Nestes casos, para minimizar os riscos de complicações o Ministério da Saúde

oferece simultaneamente a vacina pneumo 23.

O diagnóstico definitivo da gripe baseia-se na identificação do genoma viral e/ou no

isolamento do vírus. Os vírus influenza apresentam diversidade antigênica e genômica a

cada ano, daí a necessidade da vacinação anual.

As análises laboratoriais são essenciais na detecção, identificação e monitoramento do vírus

circulante no país, propiciando a seleção de cepas para produção de vacinas bem como o

reconhecimento de possíveis estirpes pandêmicas. O sucesso da detecção viral depende da

qualidade da amostra clínica a ser analisada, ou seja, quadro clínico compatível com a

definição da composição das cepas que farão parte da vacina (Murphy et al, 1996).

Influenza - Vigilância epidemiológica

O Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza (SVE/FLU), implantado no Brasil desde

2000, conta, hoje, com uma rede de 71 unidades-sentinela, localizadas, em sua maior parte,

nas capitais de 26 estados e no Distrito Federal. Essa vigilância utiliza a estratégia sentinela

baseada numa rede de unidades de saúde (atenção básica e pronto-atendimento) e de

laboratórios de diagnóstico. Cabe à unidade sentinela a coleta e o envio de espécimes

clínicos (obtidos de uma amostra intencional do paciente que procura atendimento médico)

ao laboratório de referência, para processamento e análise.

O objetivo é o monitoramento das cepas virais circulantes. Essas unidades também são

responsáveis por: (1) adotar medidas em situações inusitadas; (2) avaliar o impacto da

vacinação; (3) acompanhar a tendência de morbidade e de mortalidade associadas à

doença; e (4) produzir e disseminar informações epidemiológicas.

O Sistema possibilita a detecção, a notificação, a investigação e o controle de surtos,

independente da rede sentinela, em consonância com as normas atuais sobre a notificação

de doenças transmissíveis no país (Portaria SVS 05/2006). Possibilita, também, a análise

rotineira de dados ecológicos sobre as internações e óbitos por influenza e causas

associadas, permitindo a observação do padrão de ocorrência da gripe em regiões com

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aspectos climáticos distintos. Este Sistema de Informação da Vigilância da Influenza, o

SIVEP_GRIPE, tem estrutura on line, permitindo disponibilizar dados e informações

simultaneamente para toda a rede de vigilância.

O monitoramento da circulação dos vírus da influenza é uma atividade em escala mundial,

com uma rede que mobiliza atualmente 112 laboratórios em 83, países coordenados por

centros de referência mundial vinculados à OMS. No Brasil estão credenciados o Instituto

Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), em Belém/PA, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo/SP

(IAL/SP) e o Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro/RJ (FIOCRUZ/MS). Este último é

laboratório de referência nacional para a influenza.

Em 2006 foram realizados cerca de 3,8 milhões de consultas de clínica médica e pediatria

nas unidades-sentinela de todo o país e, em 8,9% destas, foi diagnosticada a Síndrome

Gripal. A região Norte, excetuando o Acre, registrou 5,3% das consultas; a Nordeste 11,8%;

a Centro-Oeste, exceto Mato Grosso, 12,1%; a Sudeste 7,5%; e a Sul 12,7%.

Foram coletadas 3.339 amostras, identificando-se o vírus influenza A (30,4%), o B (8,6%), o

parainfluenza 1 (5,7%), 2 (2,5%) e 3 (14,2%), o adenovirus (10,1%) e o vírus respiratório

sincicial (28,38%). Dentre os vírus influenza isolados, a maior prevalência foi das cepas

A/H3N2 e A/H1N1, semelhante ao padrão internacional de circulação.

A caracterização antigênica completa dessas cepas evidenciou que todos os subtipos virais

fizeram parte, direta ou indiretamente, da composição das vacinas utilizadas no Hemisfério

Sul. Neste mesmo período foi detectado e investigado um surto de influenza em comunidade

fechada (Brigada Militar em Porto Alegre-RS, julho-2006) que atingiu 80% dos expostos,

com idade entre 30-49 anos, sendo identificado o influenza A em 30% dos casos.

O monitoramento das internações hospitalares por influenza e causas associadas indica que

os extremos de faixa etária são os grupos de maior risco para as complicações da doença,

não havendo indícios, até o momento, de mudanças no seu padrão de transmissão.

Além da vacinação existem outras formas de prevenção da influenza como: (1) os antivirais,

indicados como profiláticos para o controle de surtos em comunidades fechadas; (2) as

medidas não farmacológicas, como as que visam reduzir a transmissão da doença, a

exemplo do uso de lenços descartáveis ao tossir e espirrar, lavagem adequada das mãos e

medidas de distanciamento social.

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ANEXO 3 – MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA

Referências

1. Arden NH, Patriarca PA, Kendal AP. Experiência in the efficacy of inativated influenza vaccine in nursing homens, In; Kendal AP, Patriarca PA. Ed. Options for the control of influenza, Nova Iorque; A.R. Liss, p. 155-168, 1986.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Imunizações. Plano Nacional de Preparação para a Pandemia. Edição – 3ª, SVS/MS. Brasil, 2006. David, 2006. Citado no Plano Nacional de Preparação para a Pandemia. SVS/MS. Brasil, 2006.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Imunizações. Plano Nacional de Preparação para a Pandemia. Edição – 3ª, SVS/MS. Brasil, 2006. De Jong & cols., 2000. Citado no Plano Nacional de Preparação para a Pandemia. SVS/MS. Brasil, 2006.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Imunizações. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 3ª Edição, Brasília 2007.

5. Cross PA, Hermógenes AW, Sacks HS, Lau J, Levandowski RA. The Efficacy of Influenza Vaccine in Elderly Persons. A meta-analysis and review of the literature Annals of Internal Medicine 1995;123: 518-27.

6. Centers for Disease Control and Prevention (US). Prevention and control of influenza: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 2006;55 (RR-10):1-42. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5510a1.htm

7. Cruz AM, Bravo J, Rojas V. Conocimientos, creencias y práticas respecto a lãs infecciones respiratórias agudas em adultos mayores de 65 años. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v, 15, n. 4 p. 851 – 857, 1999.

8. Foleo-Neto, E.; Halker, E.; Santos,.J.; Paiva, T. M.; Neto, J.T.. Influenza. Artigo de Atualização. R. Soc. Brás. Méd.Trop..vol. 36, n. 2. Abril, 2003;

9. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm. Acesso em 15 de janeiro de 2008;

10. Nichol KL.; Nordin, J.; Mullooly, J.; Lask, R.; Fillbrant, K.; Iwanw, M. Vacinação contra Influenza e Redução na Hospitalização por Doença Cardíaca e AVC entre Idosos. The New England Journal of Medicine. 2003;348: 1322-32.

11. Neuzil, KM, et al. The effct of influenza on hospitalizations, outpatient visit, and courses of antibiotics in children. New England of Medicine, Boston, v. 342, p. 225-231, 2000.

12. MURPHY, BR, Webster RG. Orthomyxoviruses. In: Fields BN, Kurpe DM, Housley PM (eds). Virology. 3ª ed.Lippincott- Raven, Philadeilphia: 1397-1446, 1996.

Sites recomendados

www.saude.gov.br/svs (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS)

www.who.int (Organização Mundial de Saúde)

www.paho.org (Panamerican Health Organization)

www.cdc.gov (Centers Diseases Control)

www.anvisa.gov.br (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

www.eswi.org (European Scientific Working Group On Influenza)

www.nih.gov (U.S. National Institute of Healt )

www.nejm.com (The New England Journal of Medicine)

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Page 15: Vacina No Idoso

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Elaboração

Sirlene de Fátima Pereira

Márcia V. Leite Nascimento

Antônia Maria da Silva Teixeira

Alessandra da Silva M. Mello

Samia Abdul Samad

Luciane Zappelini Daufenbach

Cristina Maria Vieira Rocha

Laura Dina B. Bertolo Arruda

Colaboração

Marília Matos Bulhões – CGPNI/MS

Luiza de Marilac Meireles Barbosa – CGPNI/MS

Elizabete Viana de Freitas – UERJ

Brendan Flennery da OPAS do Brasil

Isabella Ballaia da SBIM

Dácio de Lyra Rabello Neto do DASIS/SVS/MS

Otávio Cintra - SBIM

Comissão Nacional de Divulgação e Mobilização da Campanha de vacinação do Idoso e instituições representadas

Sugestões, dúvidas e colaborações

Endereço: SCS Quadra 04, Bloco A, Brasília/DF - Ed. Principal

CEP 70304-000, Fones: 0xx61 3213 8296.

E-mail: [email protected] . Nosso site: http://www.saude.gov.br/svs.

Nos estados: Coordenações Estaduais de Imunizações/Secretarias Estaduais da Saúde.

Nos municípios: Secretarias Municipais de Saúde, Postos de Vacinação, Centros de Referência

Estaduais para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

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