uso de indicador funcional como ferramenta a gestão...

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1 USO DE INDICADOR FUNCIONAL COMO FERRAMENTA PARA A GESTÃO DA QUALIDADE EM UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR LIMA, A. P. A.; AZEVEDO, I. L. de; SANTOS, I. S.; CONCEIÇÃO, T. M. A. Ana Paula Almeida Lima 1 Ingrid Lira de Azevedo 2 Itanna Silva Santos 3 Tatiana Maíta Alves Conceição 4 Resumo: Esse estudo correlaciona o uso da MIF como indicador funcional e de qualidade. Para obtenção dos dados foi feito um levantamento bibliográfico do assunto, e em seguida, uma análise de prontuários da empresa Assiste Vida – Atenção Domiciliar, localizada em Salvador-BA, para verificar se essa correlação seria possível. Verificou-se que a avaliação dos domínios da MIF pode ser instituída pela gestão como forma de direcionar a prática fisioterapêutica, proporcionando qualidade ao serviço. Palavras-chave: Medida de Independência Funcional. Fisioterapeuta. Gestão da Qualidade. 1 Ana Paula Almeida Lima – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado, pós-graduanda em MBA em Gestão Hospitalar (UNITER), Fisioterapeuta da empresa Assiste Vida – Atenção Domiciliar – ſt[email protected] 2 Ingrid Lira de Azevedo – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado - [email protected] 3 Itanna Silva Santos – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado - itanna_ [email protected] 4 Taana Maíta Alves Conceição – Bacharel em Fisioterapia, Mestre em Ciência da Motricidade Humana, Especialista em Neurologia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Atualmente é professora da Pós-Graduação na Fundação Baiana Para o Desenvolvimento das Ciências e da Atualiza Pós-Graduação em Saúde. Professora da Graduação no Centro Universitário Jorge Amado. Supervisiona a Equipe de Fisioterapeutas da Assiste Vida Atenção Domiciliar - Home Care. fi[email protected]

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Uso de indicador fUncional como ferramenta para a gestão da qUalidade em Um serviço

de atendimento domiciliar

LIMA, A. P. A.; AZEVEDO, I. L. de; SANTOS, I. S.; CONCEIÇÃO, T. M. A.

Ana Paula Almeida Lima1

Ingrid Lira de Azevedo2

Itanna Silva Santos3

Tatiana Maíta Alves Conceição4

Resumo: Esse estudo correlaciona o uso da MIF como indicador funcional e de qualidade. Para obtenção dos dados foi feito um levantamento bibliográfico do assunto, e em seguida, uma análise de prontuários da empresa Assiste Vida – Atenção Domiciliar, localizada em Salvador-BA, para verificar se essa correlação seria possível. Verificou-se que a avaliação dos domínios da MIF pode ser instituída pela gestão como forma de direcionar a prática fisioterapêutica, proporcionando qualidade ao serviço.

Palavras-chave: Medida de Independência Funcional.

Fisioterapeuta. Gestão da Qualidade.

1 Ana Paula Almeida Lima – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado, pós-graduanda em MBA em Gestão Hospitalar (UNITER), Fisioterapeuta da empresa Assiste Vida – Atenção Domiciliar – [email protected]

2 Ingrid Lira de Azevedo – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado - [email protected]

3 Itanna Silva Santos – Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Jorge Amado - [email protected]

4 Tatiana Maíta Alves Conceição – Bacharel em Fisioterapia, Mestre em Ciência da Motricidade Humana, Especialista em Neurologia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Atualmente é professora da Pós-Graduação na Fundação Baiana Para o Desenvolvimento das Ciências e da Atualiza Pós-Graduação em Saúde. Professora da Graduação no Centro Universitário Jorge Amado. Supervisiona a Equipe de Fisioterapeutas da Assiste Vida Atenção Domiciliar - Home Care. [email protected]

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Abstract: This study correlates the use of FIM as an indicator of functional and quality. To obtain the data was made a bibliography of the subject, and then an analysis of records of the company Assiste Vida – Atenção Domiciliar, located in Salvador, Bahia, to see if this correlation would be possible. It was found that the evaluation of areas of FIM may be established by management as a means of direct physical therapy practice, providing quality service.Keywords: Funct iona l Independence Measure, Physiotherapist, Quality Management.

INTRODUÇÃO

As mais remotas referências em medicina descrevem cuidados domiciliares e hospitalares, começando por um médico chamado Imhotep, que na terceira dinastia do Egito Antigo (século XIII a.C.) atendia o paciente tanto no domicílio quanto no consultório/hospital, sendo este o responsável pelo atendimento do Faraó nas dependências do palácio. (AMARAL, et al., 2001).

No Brasil, provavelmente, a primeira experiência de abordagem domiciliar teria sido desenvolvida pelo Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência, criado em 1949, ligado inicialmente ao Ministério do Trabalho, tendo sido incorporado pelo INPS em 1967 (MENDES, 2000). Outra experiência refere-se à Fundação Serviço Especial de Saúde Pública, criada em 1960 e extinta em 1990, que desenvolvia, entre outras atividades: oferta organizada de serviços na unidade, no domicílio e na comunidade; abordagem integral da família; visita domiciliar realizada por visitador sanitário e auxiliar de saneamento para atividades de promoção, prevenção de doenças, monitoramento de grupos de risco; e vigilância sanitária (SILVA, 2001).

Os pacientes com doenças crônicas são o alvo destes programas de atenção à saúde, com necessidade de longa permanência no leito e que por qualquer motivo estejam incapacitados de exercer sua independência, apresentando estes, em geral, problemas sociais e econômicos, além dos problemas de saúde. (TAVOLARI, FERNANDES E

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MEDINA, 2000). Um estudo sobre independência do idoso descreveu que a atual tendência, em muitos países e no Brasil, é indicar a permanência dos idosos incapacitados em suas casas sob os cuidados de sua família, por motivos vários, como a redução de custo da assistência hospitalar e institucional. (KARSCH, 2003)

A assistência domiciliária insere-se dentro de um modelo gerontológico de atendimento que visa, na medida do possível, preservar ao máximo a autonomia e a independência funcional do idoso (FLORIANI, C. A.; SCHRAMM, F. R., 2004). Na assistência domiciliária o conhecimento do desempenho do idoso em suas atividades de vida diária (AVD’s) é de extrema importância, pois irá nortear os profissionais e o cuidador na monitorização dos cuidados prestados. Os idosos atendidos em assistência domiciliar apresentam maior limitação e incapacidade funcional, quando comparados com idosos que vivem em instituições de longa permanência e mesmo em relação aos hospitalizados. (RICCI, et al., 2006)

O indicador é uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está relacionando ou, ainda, uma medida quantitativa que pode ser usada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados providos ao paciente e às atividades dos serviços de suporte. Existem diversos tipos de indicadores, alguns deles são: indicadores de estrutura, de processos, de resultados e aqueles relativos ao meio externo ou ambiente. Para tanto, o indicador deve apresentar atributos como validade, sensibilidade, especificidade, simplicidade, objetividade e baixo custo que são necessários para que exista viabilidade em sua utilização. (BITTAR, 2001)

Os aspectos dos múltiplos sistemas corporais e ambientais, bem como os déficits e incapacidades apresentados pelos pacientes em atenção domiciliar, geridos pela assistência fisioterapêutica, torna-os difíceis de planejar, organizar, coordenar, dirigir e avaliar sua assistência, sem indicadores confiáveis e sensíveis. Nesse contexto, avaliar e garantir qualidade se dá pela análise e mensuração de resultados, estes por sua vez são obtidos com a utilização destes indicadores, que servem ainda como estímulo para aprimorar os cuidados prestados, trazendo evidências na melhoria de processos internos e resultado institucional.

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A Medida de Independência Funcional (MIF) é um instrumento de avaliação da incapacidade de pacientes com restrições funcionais de origem variada, tendo sido desenvolvida na América do Norte na década de 1980. Seu objetivo primordial é avaliar de forma quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas da vida diária. Esse instrumento de avaliação funcional foi traduzido para a língua portuguesa no Brasil em 2000 e, nessa época, foram realizados testes de reprodutibilidade e confiabilidade, que se mostraram em níveis bons para o valor total, bem como nos domínios motor e cognitivo (RIBERTO, et al. 2004).

A busca por novas estratégias gerenciais e satisfação de novos interesses e prioridades exige, igualmente, práticas inovadoras e integradoras capazes de transformar ideias e desejos em realidade concreta (RODRIGUES; LIMA, 2004). Assim, a utilização da escala de Medida de Independência Funcional surge como proposta de um novo modelo gerencial da assistência, capaz de trazer dados, que ao serem utilizados pelo fisioterapeuta na sua prática clínica, irá refletir de forma direta no melhor atendimento, fazendo com que haja qualidade no serviço prestado, assim como uma satisfação do paciente.

Sendo o fisioterapeuta integrante de uma equipe multidisciplinar, é pertinente que ele atente para assuntos de gerência e de qualidade assistencial, uma vez que estas questões são de alta relevância para a assistência em saúde. Este profissional, ao voltar-se para tais aspectos, passa a se preocupar com a qualidade do serviço prestado e suas repercussões, que resultarão em uma eficiência no plano de tratamento por ele proposto, o que refletirá de forma positiva na qualidade de vida e na capacidade funcional do idoso em atendimento domiciliar.

Com intuito de nortear ações estratégicas de planejamento e aperfeiçoar a gestão da assistência prestada pelo fisioterapeuta, o objetivo deste estudo é conhecer o perfil funcional de pacientes em assistência domiciliar e relacionar o uso da Medida de Independência Funcional como uma

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ferramenta de condução do processo assistencial, resgatando para a categoria comprometimento técnico-científico e uma prática respaldada em dados científicos.

MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo faz uma revisão bibliográfica do tipo

exploratória, retrospectiva e analítica, realizada por meio da análise de dados secundários, extraídos de prontuários de pacientes em atendimento fisioterapêutico domiciliar, acompanhados pela empresa “Assiste Vida – Atenção Domiciliar”, localizada em Salvador-BA, atuante no mercado desde 1997, inicialmente apenas com serviço de fisioterapia, fonoaudiologia, atualmente com serviço de internação domiciliar através de equipe multiprofissional.

Para isso, foram analisados os dados encontrados nas avaliações da Medida de Independência Funcional de pacientes da referida empresa, colhidas no período de janeiro/09 a agosto/09 por três profissionais treinados e habilitados na aplicação desse instrumento. Para compor os resultados e discussão deste estudo, foram levados em consideração os dados dos pacientes que obtiveram, nas avaliações, as pontuações um ou sete, cuja classificação funcional do paciente corresponde, respectivamente, a totalmente dependente e totalmente independente, dessa análise foram considerados todos os domínios com o intuito de evidenciar um perfil funcional dos idosos, sendo analisados nos prontuários os tópicos do MIF Motor e Cognitivo (Dezoito subtópicos) e confrontados com cinquenta e três artigos pesquisados e encontrados nas bases de dados eletrônicos LILACS, MEDLINE, SCIELO, no período de 2000 a 2010, cujos descritores foram: indicador funcional; atenção domiciliar; MIF; gestão da qualidade. Dos cinquenta e três artigos, trinta e um formam excluídos por não abordarem a temática e proposta deste estudo.

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RESULTADOS

Nessa pesquisa foram encontrados cinquenta e três artigos, desses, quinze correspondiam à pesquisa de campo; trinta e cinco tratavam de revisão da literatura e três apresentavam informe técnico, dezessete artigos abordavam a temática funcionalidade, dois artigos abordavam a relação entre funcionalidade e a atenção domiciliar, sete artigos abordavam o tema atenção domiciliar, oito artigos falavam sobre qualidade, quatro artigos, sobre gestão, treze artigos englobavam gestão e qualidade e quatro artigos falavam sobre indicador.

Os artigos que abordavam a temática funcionalidade conceituavam capacidade e incapacidade funcional, assim como os métodos para avaliação destas deficiências. Os artigos relacionados à atenção domiciliar traziam sua evolução histórica no cenário nacional e mundial, abordando ainda a operacionalização desse serviço, suas vantagens e benefícios para contratados e usuários. Os artigos sobre gestão e qualidade, discutiam o cenário atual e pontuavam a necessidade e a importância do gerenciamento do serviço prestado em saúde. Estes evocavam qualidade e satisfação dos usuários e defendiam ainda que existia a consciência dos usuários em relação aos direitos de cidadania, o que aumentava as exigências em busca de melhorias visando à qualidade nos serviços em geral, mais especificamente nos serviços de saúde. Dos artigos relacionados a indicadores todos corroboravam com a ideia de que era necessário conhecer e medir qualidade e quantidade em saúde com intuito de nortear o planejamento, estratégias e controle das atividades desenvolvidas.

Com relação à análise dos prontuários estudados, ficou evidente que as mulheres eram a maioria. Em um universo de trinta e quatro prontuários analisados, 76% eram de pacientes do sexo feminino e 24% do sexo masculino, a faixa etária encontrada variou de 65 a 93 anos.

Na análise das Escalas da Medida de Independência Funcional, em nove prontuários foram encontrados dados que classificaram

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o perfil funcional dos pacientes avaliados como Totalmente Dependente contra cinco prontuários que obtiveram score que os classificaram como Totalmente Independentes. GRÁFICO I

GRÁFICO I - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

Na análise individual dos domínios, pontuações obtidas em relação à carga de demanda necessária para realização de autocuidados (alimentação) e para higiene matinal foram encontrados dados que demonstraram um perfil de pacientes que apresentavam dependência funcional para este tópico. Dos trinta e quatro prontuários avaliados, treze demonstraram que 38,2% dos pacientes obtiveram pontuação que os classificaram como totalmente dependentes, contra quatro, equivalentes a 11,76% que obtiveram pontuação sete que os classificaram como independentes completos. GRÁFICO II

Nos quesitos banho e uso do vaso sanitário, dos trinta e quatro prontuários examinados, quatorze deles (41,17%) obtiveram pontuação um (01), que os classificaram como totalmente dependentes, sendo que existia menor habilidade funcional para o uso do vaso sanitário. No universo estudado, dos trinta e quatro prontuários, apenas quatro deles (11,76%) conseguiam realizar esta tarefa e foram considerados independentes completos. GRAFICO II

Na avaliação do domínio funcional autocuidado, nos subtópicos relacionados ao vestir-se acima ou abaixo da cintura, dos trinta e quatro prontuários analisados, quinze deles foram classificados

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como totalmente dependentes para realizarem essas atividades, e um deles apresentou total dependência apenas para vestir-se abaixo da cintura. Deste universo de trinta e quatro pacientes, apenas seis deles (19,35%) foram classificados como totalmente independentes para vestir-se acima da cintura. GRÁFICO II

GRÁFICO II - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

Com relação ao controle de esfíncteres, para o tópico relacionado ao controle urinário, dos trinta e quatro prontuários analisados, doze (35,29%) obtiveram pontuação que revelaram como totalmente dependentes os pacientes desta amostra. No quesito controle fecal, vinte e nove dos trinta e quatro prontuários obtiveram pontuação um ou sete, sendo que dezessete deles foram classificados como totalmente independentes, contra doze, totalmente dependentes. GRÁFICO III

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+GRÁFICO III - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

Para realizar a atividade funcional de transferir-se, dos trinta e quatro prontuários analisados, quinze obtiveram pontuação que os classificaram como totalmente dependentes para realizarem transferência do chuveiro ou banheira, e do vaso sanitário. Apenas três prontuários apresentaram um perfil de pacientes que conseguiam realizar essa mesma tarefa de forma segura, independente e dentro de um tempo razoável. Ainda, neste domínio, no aspecto relacionado à transferência do leito para cadeira e da cadeira para cadeira de rodas, foram encontrados quatorze prontuários (41,17%) que revelaram pacientes como dependentes completo para realizarem esta atividade. GRÁFICO IV

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GRÁFICO IV - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

No aspecto funcional para realizarem atividades de locomoção, dos trinta e quatro prontuários avaliados, quinze deles (44,11%) apresentaram limitações funcionais para locomoção. No tópico relacionado ao uso das escadas, dos trinta e quatro prontuários analisados, nenhum deles obtiveram pontuação para independência completa, destes, mais de 50% (dezenove pacientes) apresentaram dependência completa para realizar esta atividade. GRAFICO V

GRÁFICO V - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

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A avaliação cognitiva, também graduada nos prontuários, mostrou que dos trinta e quatro pacientes avaliados, dezessete deles (50%) obtiveram pontuação sete no item comunicação que avaliava a compreensão. A expressão através da comunicação, também analisada neste mesmo item, mostrou um total de quinze pacientes com pontuação sete. No subtópico relacionado à interação social, foi evidenciado uma comunidade com maior independência funcional, em quinze dos trinta e quatro prontuários avaliados. GRÁFICO VI

GRÁFICO VI - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

Ainda neste contexto, no universo dos trinta e quatro prontuários avaliados, o subtópico que correspondia à resolução de problemas trouxe o mesmo quantitativo de pacientes dependentes ou independentes funcionais para este aspecto (Doze). No quesito memória, dos trinta e quatro pacientes avaliados, doze deles apresentaram independência completa.GRÁFICO VII

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GRÁFICO VII - Fonte: Prontuários de pacientes da ASSISTE VIDA – ATENÇÃO DOMICILIAR.

DISCUSSÃO

Existe uma série de dificuldades para avaliar a qualidade da assistência prestada na área da saúde, existindo uma unanimidade entre os gestores de que é necessário escolher sistemas de avaliação e indicadores de desempenho institucional adequados para apoiar a administração dos serviços e propiciar a tomada de decisão com o menor grau de incerteza possível. Por outro lado, tomar decisões com o menor grau de incerteza possível, prevendo-se o impacto das mesmas, no ambiente interno e externo, requer o uso de dados ou fatos referentes ao ambiente econômico, técnico, político e social, tornando-se cada vez mais necessário dispor de informações relevantes para planejar, desenvolver e avaliar ações de saúde. (ESCRIVÃO, 2004).

No presente estudo, foi identificado que a amostra analisada apresentou um perfil de pacientes idosos, demonstrando serem estes a maioria do universo atendido pela assistência domiciliária. Num estudo de revisão sobre instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso, foi constatado que a escala Medida de Independência Funcional – MIF - possui vários estudos de validação e confiabilidade com bom poder estatístico, dentre estes, um

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estudo realizado com mil cento e dois sujeitos. Os estudos que avaliaram suas propriedades psicométricas apresentaram completeza e qualificações de boas a excelentes. (PAIXÃO JUNIOR; REICHENHEIM, 2005). Uma das vantagens apontadas para a adoção deste instrumento (MIF) é a possibilidade de uniformização de conceitos e, portanto, da utilização de uma linguagem padrão que permita a comunicação entre pesquisadores, gestores, profissionais de saúde, organizações da sociedade civil e usuários em geral. (FARIAS; BUCHALLA, 2005)

A incapacidade funcional pode ser medida por meio das escalas de dificuldade e dependência. Em geral, as escalas assumem três formas padrão: o grau de dificuldade para realizar certas atividades, o grau de assistência ou de dependência para realizar a atividade e se a atividade não é realizada (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; PAIXÃO JUNIOR; REICHENHEIM, 2005). O uso da Medida de Independência Funcional serve como um indicador capaz de avaliar o grau de incapacidade de pacientes com restrições funcionais de origem e graus variados. Dentro da proposta do trabalho em questão, foram analisados prontuários de pacientes avaliados através deste indicador, sendo estes classificados como totalmente dependentes ou totalmente independentes. Estes parâmetros servem para nortear o fisioterapeuta para gerir sua assistência de forma consciente no que diz respeito ao grau de cuidados que este paciente demandará no processo de reabilitação, direcionando-o às perdas funcionais.

Além de realizar um mapa funcional do paciente, a escala Medida de Independência Funcional, ao ser reaplicada para avaliar os resultados obtidos, pode servir como um indicador de processo, apresentando a função de analisar as atividades de cuidados realizadas para um paciente, frequentemente ligadas a um resultado. Sendo utilizada desta forma, permite uma avaliação contínua, ou seja, um acompanhamento dos ganhos e perdas do paciente, com isso, obtendo maior qualidade na assistência prestada.

Um estudo sobre qualidade em serviços de saúde e enfermagem relatou que, devido ao movimento mundial pela qualidade, à preocupação do setor saúde em promover a

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melhoria da assistência prestada à população e à importância do serviço de enfermagem para a efetivação desta assistência, é necessário adotar um esquema de avaliação contínuo e sistematizado para melhorar progressivamente a qualidade dos cuidados. (D’INNOCENZO; ADAMI E CUNHA, 2006). Baseado nesta ideia, sugere-se nesse estudo a aplicação da MIF, mimetizando esta proposta de forma eficiente e eficaz, no que diz respeito à assistência prestada pelo fisioterapeuta no âmbito domiciliar.

Na era da globalização, as instituições de saúde são bombardeadas de forma contínua por exigências oriundas do cenário social, econômico, político e tecnológico. A ampliação dos direitos de cidadania reflete-se nos trabalhadores e usuários, aumentando as exigências de melhoria sobre as instituições em geral (BACKESB; et al. 2007). Conduzir o processo da assistência prestada em saúde é tarefa de todos os profissionais envolvidos, que devem ter como foco a clareza nas estratégias e metas desejadas, sendo importante visualizar seu paciente como cliente, tendo, portanto, suas decisões alicerçadas em dados. Logo, existe a necessidade de qualificar estes profissionais para melhor domínio dos processos, gerando, desta forma, um sistema de gestão baseado em resultados e evidências.

A satisfação dos clientes, um dos elementos fundamentais da qualidade total, apresenta alguns problemas, pois sua identificação não é precisa, e as relações que se estabelecem são difusas, não se enquadrando necessariamente numa relação comercial do tipo cliente-consumidor. (GURGEL JUNIOR E VIEIRA, 2002). Entretanto, ao se utilizar indicadores capazes de avaliar e registrar os resultados entre o pré-atendimento e o pós-atendimento, é possível demonstrar para o paciente os ganhos obtidos, favorecendo, assim, a sua satisfação e maior adesão ao tratamento.

Os indicadores surgem como uma ferramenta que permite aos gestores conhecer e medir qualidade e quantidade em saúde com o intuito de nortear planejamentos, estratégias e controle das atividades desenvolvidas (BITTAR, 2001; NEPONUNCENO; KURCGANT, 2008; ESCRIVÃO, 2004; ZANON, 2001). Nos prontuários analisados nota-se que a população estudada apresentou maior dependência funcional para realizar atividades de locomoção

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como transferir-se da banheira ou chuveiro e uso das escadas, assim, aplicar este indicador traz para o fisioterapeuta uma reflexão a despeito das necessidades do paciente que ele precisa trabalhar, sendo importante considerar quais domínios o paciente apresentou menor pontuação, transformando esta deficiência em objetivo e meta a serem alcançadas no processo de reabilitação, tendo um plano terapêutico baseado em evidências.

Gerir a assistência prestada, deve ser entendido como um diferencial para o profissional que tem suas ações voltadas para a verificação de metas mais gerais do plano e administração de recursos, assim como programar mecanismos de avaliação e controle de qualidade técnica do cuidado a partir das definições de qualidade negociadas entre os profissionais que atuam em um mesmo local padronizando o serviço de fisioterapia.

A qualidade pode ser um instrumento da gestão em saúde, agregando grande valor e minimizando efeitos negativos relacionados com o adoecer, proporcionando um ambiente de cuidado agradável tanto para os profissionais quanto para os pacientes, influenciando positivamente no restabelecimento destes.

Tendo em vista que do universo de trinta e quatro pacientes avaliados, todos idosos, julga-se importante entender que quando o objetivo é avaliar idosos que estejam restritos ao ambiente doméstico, o mais indicado é um instrumento que verifique o desempenho na realização das atividades de vida diária (AVD’s), porque essas são as atividades de autocuidado que permitem ao idoso responder por si no espaço de seu domicílio. (RICCI; KUBOTA; CORDEIRO, 2005). Em um estudo realizado com vinte e dois pacientes submetidos à avaliação da MIF, em dois momentos, foi verificada uma tendência à significância no aumento do número de pacientes com necessidade de ajuda total no domínio “escadas” da MIF. (RICCI; et al, 2006). O referido estudo corrobora com os dados encontrados neste trabalho, pois dos trinta e quatro prontuários analisados, nenhum deles teve pontuação para independência completa, destes, mais de 50% (dezenove pacientes) revelaram um perfil de pacientes com dependência completa para esta atividade funcional (uso das escadas).

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A atividade funcional de subir e descer escadas remete a uma boa qualidade de controle postural antigravitário, bom controle de equilíbrio dinâmico associado a funções específicas dos membros inferiores de força e marcha, estando tais aspectos mais comprometidos nos idosos atendidos em programas de assistência domiciliar. Desta forma, cabe ao fisioterapeuta, integrante da equipe multiprofissional e responsável pela progressão na evolução no desempenho funcional dos pacientes, eleger um indicador que tenha sensibilidade para atuar em paralelo a exames que graduam esta deficiência, transformando este dado em meta de reabilitação e abordagem terapêutica.

Nos prontuários analisados, verificou-se que no domínio autocuidados, grande parte dos pacientes apresentaram dependência completa no tópico vestir-se abaixo da cintura. Com base nos resultados, torna-se importante considerar os domínios nos quais os pacientes apresentam menor pontuação e transformar essas deficiências em alvos a serem alcançados, seja a médio ou longo prazo, respaldando o fisioterapeuta no pleito da continuidade da assistência pelo estabelecimento de objetivos a serem alcançados do ponto de vista funcional.

Nesse contexto, a MIF pode ser entendida não apenas como um indicador funcional, mas também como um indicador de qualidade, podendo ser utilizada para avaliar perdas funcionais, assim como, para avaliar a qualidade dos serviços prestados, prática aplicada à gestão da qualidade. Os indicadores de avaliação da qualidade como formas numéricas ou não, são obtidos a partir dos sistemas de informação, sendo utilizados para melhorar as atividades realizadas ou mensurar o grau de risco de um evento ou agravo à saúde; para atribuir valor a dados ou aspectos da realidade que se deseja conhecer e, a partir destes conhecimentos, intervir para alcançar objetivos. (TEIXEIRA; CAMARGO, et al. 2006).

O conceito de garantia de qualidade em saúde refere-se à elaboração de estratégias tanto para a avaliação da qualidade quanto para a implementação de normas e padrões de conduta clínica através de programas locais ou nacionais. Assim, no setor de saúde, a política da qualidade tem gerado uma preocupação

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constante com a melhoria da assistência prestada ao paciente, exigindo maiores investimentos na qualificação dos trabalhadores (NEPONUNCENO; KURCGANT, 2008).

Foi verificada, através das avaliações analisadas, uma demanda não atendida de pacientes que apresentavam dupla incontinência, 35,29% dos trinta e quatro pacientes avaliados, visto que não é comum no modelo atual de prestação de serviços a nível domiciliar o uso da assistência fisioterapêutica uroginecológica. Para tal ausência em traçar um plano terapêutico com o intuito de abraçar esta demanda, podemos atribuir alguns fatores, tais como, a falta de capacitação dos profissionais envolvidos e contratados, bem como o fato das operadoras de saúde não diferenciarem o atendimento nesta área. Em busca de uma qualidade total na assistência prestada aos pacientes, sugere-se, aqui, uma busca por suprir esta demanda. Essa qualificação deve estar voltada para o desenvolvimento do ser humano de forma integral e para o atendimento das necessidades identificadas em uma realidade de trabalho específica. Desenvolver pessoas e melhorar a qualidade da assistência à saúde beneficia tanto os trabalhadores quanto os pacientes, considerando seus direitos como cidadãos, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas (NEPONUNCENO; KURCGANT, 2008).

Segundo o estudo realizado por Guzzo (2008), foi evidenciado que a Medida de Independência Funcional vivenciada proporciona com maior realismo, ao paciente, ao familiar e ao cuidador, um mapa da capacidade funcional e ocupacional residual, e serve como estímulo para a adesão às terapias que se propõem. Riberto, et al (2004) defende que a sensibilidade de um instrumento de avaliação é de extrema importância quando o seu objetivo de uso é o acompanhamento clínico dos pacientes ou a constatação de melhoras. Isso permite a comparação clínica de programas diferentes e de serviços, além de servir como instrumento para inferência sobre a qualidade de um serviço de reabilitação e determinar formas de repasse financeiro por resultados obtidos. Nesse estudo, 50% dos pacientes apresentaram a função cognitiva preservada, nesse sentido, entende-se que estes pacientes irão possuir maior envolvimento e adesão ao tratamento, em contrapartida, os outros

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50% dos pacientes que apresentaram pontuação que caracteriza um déficit cognitivo, ou seja, não é capaz de interagir com o profissional, de resolver problemas e tem sua expressão comprometida, logo, o fisioterapeuta deve estar atento a este dado trazendo o cuidador ou familiar responsável para o entendimento do seu plano terapêutico com este paciente comprometido do ponto de vista cognitivo, assim como as possibilidades de reabilitação funcional, baseado neste pensamento é possível visualizar a importância de utilizar um instrumento que possa dar um feedback do andamento de seu tratamento.

Por fim, defende-se a ideia da necessidade de reavaliar processos para conhecer as diferenças encontradas antes de iniciar o tratamento, durante e em um momento próximo à alta, conseguindo desta forma planejar intervenções que levariam à melhoria da qualidade e ao alcance da eficiência na administração dos serviços de saúde. Defendendo esta ideia, a qualidade do serviço prestado na área de saúde deve ser entendida como um degrau, fazendo parte de um processo contínuo de seu controle, exigindo do profissional comprometimento e competência técnico-científica, resgatando para a categoria importância de seu papel no contexto da assistência em saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Indivíduos mais comprometidos do ponto de vista funcional demandam maior tempo e requerem maiores cuidados na execução da proposta terapêutica pelo profissional de fisioterapia com relação à frequência de sessões. Este fator pode sugerir, por si só, a necessidade de avaliação funcional e como os resultados obtidos podem ser direcionados para as metas desejáveis para esses pacientes.

Ficou evidenciada a relevância da utilização da Medida de Independência Funcional como um instrumento de avaliação funcional que possibilita ao profissional nortear, respaldar e orientar o direcionamento de suas condutas e atenção aos resultados esperados. Quando utilizada como indicador

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de processo, esta escala proporciona novos horizontes à fisioterapia, adicionando para os profissionais diferenciais de qualidade na assistência prestada e consequente satisfação dos usuários.

Julgamos importante a necessidade de considerar outras ferramentas para mensurar problemas primários do paciente, estando o terapeuta ainda atento a questões como idade, doença de base, comorbidades associadas e histórico de funcionalidade prévia ao estado da doença atual, uma vez que os indicadores funcionais trazem uma lista inicial das limitações funcionais, ou incapacidades, ajudando o profissional a determinar extensões, expectativas e direcionamento de sua intervenção, porém não especifica porque as limitações existem.

Por fim, fica registrado como recomendação que novos estudos sejam realizados na área de qualidade e gestão em saúde sob a ótica do profissional de fisioterapia, e a viabilidade desta correlação, uma vez que, no presente estudo, houve dificuldades em encontrar na literatura documentos desta natureza.

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