usina de triagem de compostagem de conceição do mato dentro
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TCC - Defesa de Pós Graduação em Educação Ambiental UrbanaTRANSCRIPT
¹ Pós-graduando em Lato Sensu em Educação Ambiental Urbana na Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB.
² Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santos - UFES.
ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESAB
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL URBANA – ESTUDO DE CASO: USINA DE
TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
Jerfran Januário Oliveira¹
Karla Veruska Azevedo²
Resumo
A Usina de Triagem e Compostagem de Conceição do Mato Dentro, implantada em outubro de
2013, é um projeto de preservação ambiental que envolve a participação da sociedade com a
inclusão social de famílias carentes. O estudo de caso deste empreendimento demonstra os
conceitos, funcionamento e critérios para obter eficiência com rentabilidade através da venda
de materiais recicláveis observando como referência o processo técnico desenvolvido pela
FEAM (2006) e os estudos de Lelis e Neto (2001). O projeto é monitorado pela Administração
Pública Municipal para organização da estrutura de coleta e recebimento em consonância com
o processamento da estrutura implantada. Através de observação e análise, foram propostas
para este projeto melhorias para facilitar a execução dos serviços internos. O crescimento do
projeto é e deverá ser acompanhado pela conscientização da população, que é o fator chave para
o sucesso do mesmo.
Palavras-chave: Educação. Ambiente. Urbano. Triagem. Compostagem.
1 Introdução
A recente escalada do assunto Educação Ambiental retoma a discussão iniciada desde a
criação da União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN, em 1947, na Suíça, e
tem um importante marco na Carta de Belgrado (1975), com maior especificidade, para tanto
que neste documento são traçados metas, objetivos, destinatários e diretrizes básicas para
elaboração de programas de educação ambiental. Esta preocupação é refletida atualmente, entre
outras formas, na elaboração de programas de preservação ambiental focados na destinação de
resíduos/rejeitos descartados nos processos de produção e/ou consumo de bens e materiais.
O tema abordado é importante e interessante do ponto de vista ambiental e social
(GRANDISOLI, 2015), visto que educa a população, conscientizando a mesma da
responsabilidade ambiental que cada cidadão tem como dever consigo e para com os demais
2
(DIAS, 2002), e é uma alternativa eficiente para reaproveitamento e reciclagem de resíduos
(MEINICKE, 2015), em constante progresso devido à exploração tecnológica destes resíduos.
O objetivo deste Artigo Científico é analisar a usina de triagem e compostagem em
funcionamento no Município de Conceição do Mato Dentro à luz da preservação e educação
ambiental urbana.
Este Artigo Científico está delimitado pela apresentação do estudo de caso da usina de
triagem e compostagem do município de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, em seu
conteúdo também serão abordados os conceitos e etapas relacionados ao gerenciamento do
projeto, desde a segregação de resíduos domiciliar até o tratamento destes na usina.
A metodologia adotada para este Artigo será uma pesquisa exploratória com coleta de
dados por meio de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. O estudo de caso tem como objetivo
o levantamento da atual situação (desempenho) da Usina de Triagem e Compostagem (UTC)
para realizar comparação com fatores e coeficientes extraídos da pesquisa bibliográfica. O
procedimento para o estudo de caso será através de visitas ao local de implantação da UTC
(acesso autorizado pela Coordenadora do local) e da Prefeitura. Os dados serão coletados a
partir de entrevista dos cooperados da ASCAMATO (Associação de Catadores de Conceição
do Mato Dentro) e de servidores da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de
Conceição do Mato Dentro (PMCMD – SMA, órgão responsável pela gestão do
empreendimento), estes dados serão dispostos em textos para melhor compreensão e
explanação.
2 Educação ambiental urbana: sua origem e globalização
Pelo Ministério do Meio Ambiente (2015) a Educação Ambiental é entendida como um
conjunto de:
(...) processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade (MMA, 2015).
A ideia da expressão “Educação Ambiental” remonta de 1948, em um encontro da União
Internacional para a Conservação da Natureza–UICN, que ocorreu na cidade de Fontainebleau,
França. Em seu Estatuto, aderido pela Assembleia da República n.º 10/89 (BRASIL, 2015), art.
1º, objetivos, parag. 1, alínea IV, é explícito o reconhecimento da educação como agente
transformador, onde a UICN baseia-se em “apoiar a educação e a larga difusão das informações
3
referentes à conservação da natureza e dos seus recursos e incentivar, por quaisquer outros
meios, a sensibilização do público à conservação da natureza e dos seus recursos (...)”.
Outro importante marco na Educação Ambiental é a Conferência de Estocolmo
realizada em 1972, que entra na “Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de
Ecodesenvolvimento” (ONU, 2015), e serve de base para o Congresso de Belgrado, em 1975,
no qual é elaborada a Carta de Belgrado, que relata como meta da Educação Ambiental:
Formar uma população mundial consciente e preocupada com o meio ambiente e com
os problemas associados, e que tenha conhecimento, aptidão, atitude, motivação e
compromisso para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os
problemas existentes e para prevenir novos (CARTA DE BELGRADO, 1975, p.2).
Neste congresso é proposta a criação do Programa Internacional de Educação
Ambiental - PIEA (CARTA DE BELGRADO, 1975, p.2), reconhecido mundialmente, que
atualmente é utilizado como base de informações para pesquisas e projetos que envolvem a
Educação Ambiental.
O fator urbano da educação ambiental leva em consideração o ambiente densamente
habitado, as cidades às quais ocupam “somente 2% da superfície do nosso planeta” e que
“consomem 75% dos recursos naturais explorados pelo homem” (DIAS, 2002), sendo por isso
que a população deste ambiente urbano deve adotar práticas para permitir o desenvolvimento
sem prejudicar o meio ambiente no qual a cidade está inserida.
Academicamente, são três os objetivos gerais dos programas de Educação Ambiental
(GRANDISOLI, 2015):
1. Aquisição de conhecimento: mostrar ao aluno de diferentes idades, aspectos
importantes da dinâmica de diferentes ambientes, enfocando, de maneira bastante
geral, aspectos da fauna, flora, características físicas locais e, quando possível, entrar
em contato com a população local na tentativa de despertar o interesse por diferentes
hábitos, culturas e tradições.
2. Sensibilização: utilizando-se de argumentos baseados em fatos científicos ou não,
a tentativa de sensibilização do aluno quanto à importância da preservação dos
ambientes naturais é um ponto comum e importante em todo projeto. Não há,
entretanto, nenhum vínculo entre a destruição das paisagens naturais e nossa
sobrevivência nos centros urbanos, bem como não há conexão entre a preservação da
natureza e nossa estrita dependência de recursos.
3.Integração: fazer com que aluno se sinta parte do grupo a que atualmente pertence,
através de atividades lúdicas e acadêmicas em grupo (GRANDISOLI, 2015).
Ainda segundo Grandisoli (2015), projetos em Educação Ambiental Urbana podem:
(...) possibilitar uma mudança significativa de atitude e pensamento, fazendo o aluno
observar criticamente, fazer perguntas, coletar informações, trabalhar e organizar
4
essas informações utilizando-se de diversas linguagens e, acima de tudo, propor
soluções viáveis para diferentes problemas (GRANDISOLI, 2015).
3 Preservação ambiental urbana: – conceitos e iniciativas
O desenvolvimento acelerado, industrialização, da sociedade humana com a degradação
do meio ambiente é o fator que desencadeia duas linhas de pensamento ambiental: o
preservacionismo e o conservacionismo. Enquanto que o preservacionismo se refere a manter
o meio ambiente em seu estado original, isto é, intocado, já o contexto conservacionismo é
focado no meio termo entre preservação e a industrialização, ou seja, seu objetivo é o
desenvolvimento sustentável (LIMA, 2015).
O adjetivo “urbana” é para mostrar que as cidades têm grande relevância, pois é onde
esta ideia da conservação ambiental deve ser transformada em práticas e transmitidas a toda
sociedade. O estudo de caso é uma ideia pré-formulada adaptada às características da cidade de
Conceição do Mato Dentro e transmitida à população de maneira a conscientizar cada cidadão
da responsabilidade deste para a preservação e conservação ambiental.
A criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA, Lei Federal 7.735 (BRASIL, 1989), foi um marco brasileiro para a preservação
ambiental, pois:
Muito de como o Brasil percebe a proteção e conservação ambiental atualmente foi
consolidado pelo IBAMA. O Instituto trouxe o assunto para a pauta do dia e encontra-
se no imaginário do brasileiro como o grande guardião do meio ambiente, (...) sua
forte marca (...) significa que os recursos naturais devem ser utilizados com
racionalidade para obter-se o máximo de desenvolvimento, porém, com o máximo de
conservação e preservação, visando sempre sua manutenção para as gerações futuras
(IBAMA, 2015).
Há vários casos de Organizações Não Governamentais (ONGs) que apoiam a
preservação ambiental, como a WWF-BRASIL (2015), organização que define como sua
missão:
Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a
atividade humana com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos
recursos naturais, para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações (WWF-
BRASIL, 2015).
De origem nacional há diversas iniciativas reconhecidas, entre elas está a ONG SOS
MATA ATLÂNTICA, à qual organiza diversas oficinas, palestras, excursões e debates sobre a
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preservação ambiental, como, por exemplo, os projetos “Aprendendo com a Mata Atlântica” e
“Viva a Mata”, que visam à educação ambiental como meio de propagação da conscientização
da preservação ambiental (SOS MATA ATLÂNTICA, 2015).
4 Estudo de caso: a usina de triagem e compostagem em funcionamento no município de
Conceição do Mato Dentro
4.1 Gestão de resíduos
O ponto de extrema relevância para este projeto é a Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010) que
criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, dispondo sobre seus princípios,
objetivos, instrumentos, as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, e às responsabilidades dos geradores e do poder público. Essa legislação ressalta (as):
(...) obrigações tanto das pessoas físicas quanto das jurídicas, de direito público ou
privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos, e as
que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento destes
resíduos (BRASIL, LEI nº 12.305, 2010).
4.1.1 Definição e classificação dos resíduos sólidos
No Minidicionário Aurélio Eletrônico, lixo é definido como “1. o que se varre da casa,
da rua, esse joga fora; entulho. 2. coisa imprestável”. A Associação Brasileira de Normas
Técnica (ABNT, NBR 10004) – define que resíduos sólidos são:
Os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,
indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semissólido ou
líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional (ABNT, NBR 10004,
2004).
Ainda sobre definições, cabe mostrar aquelas contidas na Lei Federal nº 12.305
(BRASIL, 2010), que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu artigo
3°especifica resíduo sólido como:
(...) material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas
em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
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Esta mesma Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010) ainda define rejeitos como:
(...) resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
Merece uma reflexão a condição de inservível dada tradicionalmente aos resíduos
sólidos, pois o que não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, pode perfeitamente
se tornar matéria prima para um novo produto ou processo. Assim, observando a legislação, a
cada momento o reaproveitamento ou o potencial reciclável desses resíduos deve ser avaliado.
O conceito convencional de que lixo é resíduo sem nenhuma serventia usado corriqueiramente
pelo cidadão, somente deverá ser utilizado quando se esgotarem todas as possibilidades de nova
utilização ou reciclagem.
No que diz respeito à classificação dos resíduos são várias as maneiras de se classificar
os resíduos sólidos. Os riscos potenciais de contaminação e quanto à origem são as
classificações mais recorrentes. Quanto aos riscos potenciais e periculosidade a Lei Federal nº
12.305 (BRASIL, 2010) segue a proposta da NBR 10.004 da ABNT (2004), para classificação
dos resíduos sólidos: Classe I, Perigosos ou Classe II, Não Perigosos, podendo ser Não Inertes
ou Inertes.
Classe I: são aqueles que, em função de suas características intrínsecas de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade,
apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da
morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando
manuseados ou dispostos de forma inadequada;
Classe II - Não Inertes: São os resíduos que podem apresentar características de
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar
riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos
Classe I ou Classe II, Inertes;
Classe II – Inertes: São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem
riscos à saúde e ao meio ambiente (...).
A Tabela de Classificação de Resíduos apresenta de forma esquemática uma síntese da
definição de resíduos que estão detalhados no texto.
CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS
DEFINIÇÃO BASE LEGAL
Lixo Normas ABNT
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Resíduos sólidos urbanos e Rejeitos Lei Federal
12.305/2010
CLASSIFICAÇÃO BASE LEGAL
Riscos Potenciais e Periculosidade
Resíduos classe I - Perigosos
ABNT NBR 10.004 Resíduos classe II - Não perigosos
- Resíduos classe II A - Não inertes
- Resíduos classe II B – Inertes
Origem ou Natureza
Resíduos domiciliares; resíduos de limpeza
urbana; resíduos sólidos urbanos; resíduos de
estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços; resíduos dos serviços públicos de
saneamento básico; resíduos industriais;
resíduos de serviços de saúde; resíduos da
construção civil; resíduos agrossilvopastoris;
resíduos de serviços de transporte; resíduos de
mineração.
Lei Federal
12.305/2010
Tabela 1 - Definição e classificação de resíduos
Fonte: Elaboração própria (2015).
Entre os conceitos introduzidos na Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010) merece
destaque a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, que deverá ocorrer
“de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza (...)”. A
logística reversa e o acordo setorial previstos na Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010) também
devem ser observados.
4.1.2 Caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos
A caracterização gravimétrica é utilizada para determinar os componentes individuais
integrantes dos resíduos sólidos urbanos e sua percentagem relativa. A heterogeneidade dos
resíduos sólidos urbanos é resultado do número de contribuintes, ou seja, quanto maior este
número, maior será a diversidade do RSU. Segundo Monteiro (2001, p.45) esta informação é
crucial para a elaboração do gerenciamento, que necessita dimensionar os equipamentos para
os sistemas de coleta, transporte, triagem e disposição final.
4.1.3 Caracterização gravimétrica em Conceição do Mato Dentro
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A caracterização gravimétrica dos RSU do município de Conceição do Mato Dentro foi
baseada no método de quarteamento. Essa caracterização, realizada em maio de 2013, ainda
que com representação limitada, apresenta uma primeira informação sobre a composição dos
resíduos sólidos urbanos no município. A metodologia inclui levantamentos dos aspectos
relevantes que influenciam a geração de resíduos sólidos urbanos no município, bem como das
rotas e infraestrutura de coleta e transporte que são adotadas no município. Para obtenção da
(s) amostra (s) a coleta é realizada em bairros selecionados, representativos de classe alta, média
e baixa, e na zona central. A quantidade coletada é definida em função do porte do município e
de critérios específicos de representatividade (PMCMD-SMA, 2015).
No trabalho de caracterização, não estão incluídos os resíduos provenientes dos serviços
de varrição e capina de vias públicas, uma vez que o objetivo é a caracterização dos resíduos
sólidos de origem doméstica e comercial. A Tabela de Componentes por Amostra apresenta os
resultados de cada amostra e da amostra média em percentagem (PMCMD-SMA, 2014). O
resultado apresentado para a amostra média é obtido pelo cálculo matemático de média
aritmética simples das três amostras e traduz a caracterização gravimétrica para os resíduos
sólidos urbanos de Conceição do Mato Dentro. Novas caracterizações devem ser realizadas,
periodicamente, para subsidiar as ações de coleta seletiva e aproveitamento de materiais
recicláveis (LELIS; NETO, 2001).
Tabela 2 - Caracterização Gravimétrica dos RSU em CMD Fonte: Prefeitura de Conceição do Mato Dentro – Secretaria de Meio Ambiente (2014).
Observa-se, que se considerarmos os itens orgânico, diversos e rejeitos, obtêm-se um
percentual de 66,4 % do total. O potencial de recicláveis representa 32,4%. As avaliações dos
resultados demonstram a predominância da matéria orgânica representando 40,4% na
composição dos resíduos, com um valor elevado em relação aos demais componentes,
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corresponde à mesma tendência observada na maior parte dos municípios brasileiros
(ABRALPE, 2013). Segundo Soares (2014, p.4) “a matéria orgânica representa o maior
percentual na parcela dos resíduos sólidos urbanos observando, contudo, uma redução
considerável desse componente ao longo do tempo”, face às mudanças de hábito da população,
principalmente na alimentação, com forte tendência de substituição de alimentos naturais e
preparo artesanal por processos industrializados de acondicionamento ou cozimento, que geram
mais embalagens, que restos orgânicos (PMCMD-SMA, 2014).
Esses resultados de caracterização gravimétrica dos RSU de Conceição do Mato Dentro
sinalizam o potencial aproveitamento dos materiais recicláveis, a ser favorecido pela
implantação de sistema de coleta seletiva, com a inclusão de catadores de materiais recicláveis
e de adultos de famílias em situação de vulnerabilidade social, com geração de trabalho e renda
(PMCMD-SMA, 2014).
4.2 Etapas do gerenciamento de resíduos sólidos
No Brasil, dados da ABRELPE (2013) apontam que mais de 90% dos RSU são
coletados, mas o grande desafio ainda continua sendo a separação dos diversos tipos de resíduos
sólidos na fonte, envio dos materiais recicláveis para reinserção no ciclo produtivo e disposição
adequada dos rejeitos. Assim conforme Lelis e Neto (2001), apresenta-se a seguir as principais
etapas operacionais para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos: segregação na fonte e
acondicionamento; coleta e transporte; tratamento, se necessário, e destinação dos materiais
recicláveis para centros de triagem e os rejeitos para disposição final em aterro sanitário
licenciado.
4.2.1 Segregação na fonte e acondicionamento
A gestão dos resíduos sólidos urbanos começa na geração e acondicionamento dos
resíduos sólidos domiciliares. Inicialmente, os resíduos devem ser segregados quando gerados.
Vale dizer, as embalagens e outros materiais recicláveis devem ser limpos e acondicionados
separadamente dos restos de alimentos e outros materiais orgânicos (LELIS; NETO, 2001).
Acondicionar significa embalar adequadamente os resíduos para a coleta, conforme
preconizado pelo serviço público de limpeza pública, que deve ser realizada de forma sanitária,
e adequada com a tipologia e a quantidade de resíduos. Os objetivos do acondicionamento
adequado são: “evitar acidentes; evitar a proliferação de vetores; minimizar o impacto visual e
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olfativo; reduzir a heterogeneidade (diversidade) dos resíduos (no caso de coleta seletiva);
facilitar a realização da etapa da coleta” (NUCASE, 2008).
Em Conceição do Mato Dentro foi evidenciado, utilizando a metodologia de coleta de
dados por observação, que os resíduos sólidos domiciliares /comerciais disponibilizados para a
coleta pela população, de maneira geral, são acondicionados em sacos plásticos, sendo que em
vias onde não é possível o trânsito de caminhões coletores, em função da alta declividade, tipo
de pavimento e da largura da via, dentre outros, o lixo é disposto em lixeiras coletivas, instaladas
em locais acessíveis ao caminhão coletor (PMCMD-SMA, 2014). E ainda foi observado que
estas lixeiras têm capacidade volumétrica variável e muitas vezes transbordam o seu conteúdo,
acumulando no solo e ficando assim os sacos sujeitos ao revolvimento por animais (PMCMD-
SMA, 2014).
4.2.2 Coleta e transporte
A operação de coleta compreende o recolhimento dos resíduos sólidos nos pontos de
geração, conforme roteiros previstos pelo sistema de limpeza urbana, com frequência definida
em diária ou de uma a três vezes por semana, em função do volume a ser recolhido (PMCMD-
SMA, 2014).
Em Conceição do Mato Dentro a coleta desses resíduos vem sendo realizada de forma
misturada, que é a coleta unificada dos resíduos úmidos, também chamados de orgânicos, dos
resíduos secos, convencionados como recicláveis, e os rejeitos. Esta coleta é resultante da não
segregação dos RSU, que não deverá ser mantida, face às dificuldades para a posterior triagem
dos materiais recicláveis e envio apenas dos rejeitos para a disposição final. Também está em
andamento à implantação do Programa de Coleta Seletiva em projeto conveniado com o Centro
Mineiro de Referência em Resíduos - CMRR, já tendo sido assinado pela Prefeitura o Termo
de Adesão ao programa, que fornece diretrizes práticas para melhorias constantes no
gerenciamento de resíduos (PMCMD-SMA, 2014).
Para as ações de transporte a escolha do tipo de veículos coletores, os seguintes aspectos
devem ser observados (MONTEIRO, 2001):
Tipo de coleta (convencional ou seletiva);
Tipo e a quantidade de resíduos sólidos;
Custos dos equipamentos;
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Condições locais como a mão de obra;
Características das vias públicas (largura, declividade e pavimentação);
Densidades populacionais e de tráfego;
Custeios operacionais de manutenção.
Os serviços de coleta domiciliar, cada vez mais, utilizam para transporte equipamentos
dotados de dispositivos compactadores, que somente devem ser utilizados para a coleta
convencional. Para a coleta seletiva, os compactadores são inadequados, devendo ser utilizado
caminhão tipo caçamba (LELIS; NETO, 2001).
No município de Conceição do Mato Dentro a coleta e transporte dos resíduos urbanos
de origem doméstica e comercial é realizada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura,
Transporte e Serviços Urbanos, sendo as atividades de gestão, planejamento e supervisão de
competência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (PMCMD-SMA, 2014).
4.2.3 Usina de triagem e compostagem - UTC
Após a segregação e coleta os resíduos sólidos podem ser encaminhados para tratamento
e destinação final, que no âmbito deste trabalho é contemplada a Unidade de Triagem e
Compostagem – UTC, que é composta por (FEAM, 2006):
Área para recepção e triagem dos resíduos;
Pátio de compostagem, que é a área destinada a este fim depende ainda do aumento do
quadro de funcionários;
Galpão para armazenamento de recicláveis;
Unidades de apoio contendo escritório, almoxarifado, instalações sanitárias/vestiários,
copa/cozinha, etc.
Todo o perímetro das áreas mencionadas anteriormente é delimitado por cerca telada
para evitar a entrada de animais.
A separação manual é elaborada na área destinada à triagem, nesta etapa é separada a
matéria orgânica, o material reciclável e os demais resíduos, esta triagem é realizada sobre mesa
(de concreto ou metal). Anterior à triagem, deverão ser retirados materiais grandes como caixas
e eletrodomésticos, para facilitar a separação de materiais menores na triagem.
Conforme FEAM (2006), no processo de triagem é usual a separação dos resíduos em:
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Matéria orgânica: materiais passíveis de compostagem como, por exemplo, restos de
comida, frutas, hortaliças, folhas, etc., sem contaminantes;
Recicláveis: papel, papelão, PET, sacolas plásticas, metais, alumínio e vidro, etc.;
Rejeitos: material orgânico contaminante como papel higiênico, fraldas, absorventes,
etc.;
Resíduos específicos: pilhas, baterias, industriais, pneus, embalagens vazias de
agrotóxicos e outros conforme Resoluções CONAMA e Lei Federal nº 12.305
(BRASIL, 2010).
4.3 Potencial de inclusão no processo de coleta seletiva
O termo Catador, conforme Ministério do Trabalho e Emprego (CBO, 2000), refere-se
ao profissional responsável pela coleta de resíduos sólidos recicláveis e reaproveitáveis
dispostos pelas residências, condomínios, empresas, comércios, instituições de ensino e órgãos
públicos que têm como local de trabalho as ruas das cidades, galpões de reciclagem, usinas de
triagem e compostagem e até mesmo, em casos extremos, lixões, vazadouros e/ou áreas de
disposição inadequadas, e que retiram desse trabalho seu sustento. Esse profissional, além de
realizar a coleta de resíduos sólidos urbanos dos municípios pode ainda promover a
sensibilização das pessoas, mobilizando-as para novas posturas, hábitos e comportamentos com
relação aos resíduos e sua correta destinação.
De acordo com a Lei Estadual nº 18.031 (MINAS GERAIS, 2009) que dispõe sobre a
Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado de Minas Gerais é necessário incorporar esse
profissional ao ciclo produtivo garantindo a ele mecanismos que possibilitem sua inclusão
social e econômica. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída através da Lei Federal
nº 12.305 (BRASIL, 2010) configura-se como um instrumento para o reconhecimento da
profissão e seu importante papel no desenvolvimento sustentável local e em conceitos de
economia solidária, como determina em seu artigo 7º a necessidade de promover a:
(...) integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
O artigo 8º procura incentivar e fomentar;
(...) à criação e o desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação
de Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis.
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Prevê em seu artigo 36 o fortalecimento do associativismo e cooperativismo como
forma de organização dessa categoria. A contratação desse serviço por parte da administração
municipal dispensando processo licitatório está previsto no artigo 24 da Lei Federal nº 8.666
(BRASIL, 1993):
(...) o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de
associação de Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis formadas por
pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação (...);
(...) a contratação prevista é (...) dispensável de licitação (...).
Dessa forma, estados e municípios devem assegurar a inclusão social e econômica
desses sujeitos e dar prioridade na contratação para as cooperativas e associações de catadores
nas atividades de reaproveitamento de resíduos e da coleta seletiva.
4.3.1 Diagnóstico de Conceição do Mato Dentro
O diagnóstico teve como objetivo identificar, cadastrar e caracterizar os catadores de
materiais recicláveis organizados ou em situação de rua e/ou nos lixões. Em parceria com a
Secretaria de Assistência Social o diagnóstico possibilitou a inclusão social por meio da
formação de uma organização engajada no serviço de coleta seletiva. Foi utilizado instrumento
metodológico no formato de questionário, composto por seis grupos de análise, como por
exemplo, educação, idade, renda, composição familiar, habitação e saúde do trabalhador, para
traçar o perfil socioeconômico desses profissionais presentes em Conceição do Mato Dentro
(PMCMD-SMA, 2014).
4.3.2Perfil socioeconômico dos entrevistados
Foram identificados quatro catadores (três homens e uma mulher) que foram divididos
nas categorias de catador de “rua” e de “lixão”, ou seja, indivíduos que retiram do trabalho com
a catação de resíduos sua fonte de sobrevivência em dois ambientes distintos de trabalho, com
potencial a ser desenvolvido (PMCMD-SMA, 2014). A Tabela Perfil socioeconômico do
catador em Conceição do Mato Dentro resume e consolida as informações do questionário
aplicado para identificação do perfil socioeconômico desses catadores de materiais recicláveis
em Conceição do Mato Dentro.
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Perfil socioeconômico do catador em CMD
Grupo de Análise Perfil Quantidade
Educação
Não saber ler e/ou escrever 1
Alfabetizados 1
Ensino fundamental incompleto 2
Idade Entre 41 e 50 anos 1
Acima de 51 anos 3
Renda
Até R$ 150,00 1
Entre R$151,00 a R$ 300,00 2
Entre R$601,00 a R$ 1000,00 1
Sozinho 2
De quatro a seis pessoas 2
Habitação
Todos os entrevistados alegaram possuir casa própria, em alguns casos adquiridas por meio de programas habitacionais e/ou herança familiar.
Saúde do Trabalhador
Não foram citadas doenças adquiridas em relação à atividade de catação de materiais recicláveis nem prováveis traumas decorrentes ao esforço físico proporcionado pelo trabalho. Não foi constatada dependência psicológica em relação às drogas ilícitas tendo apenas citação com relação ao hábito e consumo de bebidas alcoólicas.
Tabela 3 - Perfil socioeconômico do catador em CMD
Fonte: Prefeitura de Conceição do Mato Dentro – Secretaria de Meio Ambiente (2014).
Observa-se pelos dados de educação e idade que o conjunto dos entrevistados possui
idade superior a 41 anos o que reflete ou sugere um atraso histórico dessas populações de
adultos no sentido da formação educacional. Em relação ao grupo de análise - renda observa-
se que 50% dos entrevistados possuem renda individual inferior ao salário mínimo vigente (à
época do diagnóstico, outubro de 2013) de R$ 678,00 e pode configurar uma baixa renda per
capita familiar, em função do número de pessoas (PMCMD-SMA, 2014).
A influência das atividades do setor minerário na região, nos últimos anos, com forte
aquecimento da economia local, possibilitou uma maior oferta de oportunidades de trabalho
para os moradores do município de Conceição do Mato Dentro, tornando-se difícil a
identificação e quantificação dos catadores que sobrevivem única e exclusivamente da atividade
conforme terminologia adotada pelo Ministério do Trabalho (CBO, 2000) que define catador
como:
15
(...) catadores de materiais recicláveis são profissionais que catam, selecionam e
vendem materiais recicláveis. São profissionais que se organizam de forma autônoma
ou em cooperativas e associações com diretoria e gestão dos próprios Catadores.
(...) trabalhador que recolhe os resíduos sólidos recicláveis e reaproveitáveis como
papelão, alumínio, plástico, vidro, entre outros.
(...) trabalho exercido pelos profissionais que se organizam de forma autônoma ou em
cooperativas, sem carteira assinada. Trabalham para a venda de materiais a empresas
ou cooperativas de reciclagem. O trabalho é exercido a céu aberto, em horários
variados. O trabalhador é exposto às variações climáticas, à riscos de acidentes de
trânsito e, muitas vezes, à violência urbana.
Assim atividades como a catação tornam-se esporádicas e/ou sazonais e realizadas em
geral por pessoas com outra fonte de renda principal, aposentadorias e/ou subsidiadas por
programas de transferência de renda. Além disso, a fragilidade do mercado de recicláveis na
região têm historicamente inviabilizado o estabelecimento da atividade individual como
negócio rentável e inclusivo, permitindo a atuação de pequenos atravessadores que compram
os materiais dos catadores a preços baixos. Assim, mesmo com uma pequena comercialização
de materiais recicláveis essa atividade individual não garante melhoria significativa no padrão
de renda do catador, tornando-se necessário que os catadores sejam incentivados a trabalhar de
forma coletiva em associações ou cooperativas (PMCMD-SMA, 2014).
5 Análise e Resultados
O município de Conceição do Mato Dentro possui 18.273 habitantes, com densidade
demográfica aproximadamente 11 hab./km² (a capital mais próxima, Belo Horizonte, possui
7.500 hab./km² aproximadamente) segundo IBGE (2014). A baixa densidade demográfica pode
causar transtornos pela dificuldade de coleta quanto ao transporte, assim somente alguns bairros
da região central do município tem atendimento por coleta seletiva na porta-a-porta. Para
solução é possível “implantar contêineres de resíduos públicos na cidade e garantir sua
manutenção” segundo ABRALPE (2013). O programa de coleta seletiva, influenciado
negativamente pela dispersão das moradias, está sendo aprimorado através do convênio com o
Centro Mineiro de Referência de Resíduos (CMRR, 2015).
A região de Conceição do Mato Dentro possui um potencial de recicláveis que
representa 32,4% dos resíduos sólidos (PMCMD-SMA, 2014). Este percentual reflete
diretamente na oportunidade de instalação da UTC, pois influi na geração de renda dos
cooperados. Segundo Lelis e Neto (2001) a redução deste percentual para abaixo de ¼ do
resíduo sólido implica em inviabilidade financeira, a longo prazo, na operação de uma UTC.
16
Para a contratação de cooperados a Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro
coletou informações para avaliar objetivando indivíduos em situação de risco social. A
contratação destes indivíduos significa dar qualificação com o devido acompanhamento dos
trabalhos afim de criar equipes capacitadas e treinadas. Como Lelis e Neto (2001) recomendam
o extensivo gerenciamento desta capacitação, “oportunidade em que os funcionários irão atuar
em condições reais de trabalho, adaptando-se gradativamente ao processo”.
5.1 Melhorias
Podemos elencar através do posicionamento por melhoria dos trabalhos (LELIS; NETO,
2001) pontos para aumento da eficiência. Neste levantamento são referenciados dois pontos,
sendo primeiramente o emprego de máquina guilhotina, pois quando são recebidos livros e
revistas para reciclagem, as folhas são separadas manualmente da brochura, ou seja, retiradas
da parte em que são coladas. Com o uso de uma máquina de guilhotina, todas as folhas de um
livro poderiam ser cortadas fora da brochura de uma só vez. Para uso deste equipamento deve
haver treinamento especial, haja vista o alto risco de corte acidental.
Já o segundo ponto refere-se à utilização de carrinho metálico para caixas, para ser
manuseado no transporte de papelão prensado, haja vista que este após o processo de
prensagem, o papelão é compactado de tal forma que torna difícil deslocamento manual devido
o grande peso próprio do fardo prensado.
5.2 Dificuldades
No processo de coleta de dados, através de entrevista realizada com cooperados da
ASCAMATO, foram levantadas algumas dificuldades, as quais pertinentes aos trabalhos são:
pequena área coberta e a baixa qualidade do resíduo recebido.
A área coberta é necessária para evitar que a chuva com ventania recaia no interior do
Galpão de Armazenagem, degradando resíduos já separados.
Quanto à baixa qualidade do resíduo recebido se trata da elevada mistura do resíduo
coletado, pois resulta no aumento do esforço de separação na mesa, e que devido ao fato da
usina de compostagem não estar em funcionamento, o resíduo orgânico separado é destinado a
uma caçamba, que será transportado ao aterro sanitário, ou seja, aumenta o custo para um
mesmo volume de resíduo recebido. Esta mistura é feita quando a população deposita nos meios
de coleta de resíduos recicláveis, materiais não passíveis de reciclagem.
17
6 Conclusão
A educação ambiental busca conscientizar a sociedade para o desenvolvimento
sustentável com a preservação do meio ambiente. O estudo de caso da Usina de Triagem e
Compostagem do Município de Conceição do Mato Dentro permitiu conhecer uma forma
prática da preservação ambiental com o diferencial da inclusão social e rentável de famílias
carentes, com vistas à educação ambiental, cumprindo o objetivo deste Artigo Científico.
A prática apresentada neste estudo deve ser avaliada continuamente de modo a garantir
a rentabilidade do projeto para a manutenção dos funcionários da cooperativa contratada, com
intervenção do Poder Público Municipal, quando necessário e sempre que possível com
orientações visando agilidade e segurança dos cooperados.
A conscientização é imprescindível para qualquer forma de preservação e conservação
ambiental visando à permanência dos projetos com renovação e melhorias através da ação
coletiva, estabelecendo um ciclo sobre a propagação da educação ambiental.
Abstract
The Triage and Composting Plant of Conceição do Mato Dentro, deployed in October 2013, is
an environmental conservation project that involves the participation of society with social
inclusion of needy families. The project case study shows the concepts, operation and
criteria for get efficiency and profitability through the sale of recyclable materials, following as
the reference the technical process developed by FEAM (2006) and studies Lelis and Neto
(2001).The project is monitored by the Municipal Public Administration for organizing the
collection and receipt structure in line with theprocessing of the implanted structure. Through
observation and analysis, have been proposed for this project, improvements to facilitate the
execution of internal services. The project development is and will should be accompanied by
the awareness of thepopulation, it’s the key factor for project success.
Keywords:Education. Environment. Urban. Screening. Composting.
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