urgencia emergencia

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1 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Urgência e Emergência Prof.: Jean Naves EMERGÊNCIAS São situações que apresentem alteração do estado de saúde, com risco iminente de vida. O tempo para reso- lução é extremamente curto, normalmente quantificado em minutos. Configuram-se como emergência: perda de consci- ência sem recuperação; dificuldade respiratória de forma aguda acompanhada de cianose; chiado; dor intensa súbita no peito acompanhada de suor frio; falta de ar e vômitos; dificuldade de movimentação ou de fala repentina; grande hemorragia; quadro alérgico grave com placas vermelhas; tosse; falta de ar; edema; movimentos descoordenados em todo o corpo ou parte dele acompanhado de desvio dos olhos; repuxo da boca com sialorreia; aumento súbito da pressão arterial, acompanhado de dores de cabeça de forte intensidade; acidentes domésticos graves com fraturas e impossibilidade de locomoção do enfermo; queda de gran- des alturas; choque elétrico; afogamentos e intoxicações graves. URGÊNCIAS São situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém sem risco iminente de vida, e que, por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico com a maior brevidade possível. O tempo para reso- lução pode variar de algumas horas até um máximo de 24 horas. Configuram-se como urgência: dores de cabeça súbi- tas de forte intensidade, não habituais e que não cedem aos medicamentos rotineiros; dor lombar súbita muito intensa acompanhada de náuseas, vômitos e alterações urinárias; febre elevada em crianças de causa não identificada. Corrente da Sobrevida do Adulto Corrente da Sobrevida em Pediatria Parada Cardiorrespiratória (PCR) Casos de parada cardiorrespiratória são as maiores ocorrências em emergências: 80% dos óbitos – fora do hos- pital: 2% sobrevivem; 40% sobrevivem se atendidos; 65% das mortes são súbitas (fora do hospital e 2 horas após início dos sintomas). Em 4’, a parada cardiorrespiratória pode causar lesão cerebral; em 45’’, midríase. Há cessação brusca e inesperada da atividade mecâ- nica ventricular útil e suficiente e cessação da respiração. A parada cardíaca é seguida rapidamente pela perda da consciência e parada respiratória. Quando a parada res- piratória acontece antes da parada cardíaca, os batimentos cardíacos são detectáveis até 30 minutos depois. É neces- sária rápida intervenção! Causas Primárias: Problemas do próprio coração – isquemia, arritmias (90% = FV). Causas Secundárias: Problemas respiratórios (obstru- ção), causas, externas (drogas, afogamento etc), AVC. Causas da PCR: Mantém-se a lista de “5Hs e 5Ts”: Os 5Hs: Hipóxia; Hipovolêmica; Hipercalemia (hipocalemia, hipocalcemia); Hipotermia; Hidrogênio (acidose). Os 5Ts: Tensão tórax: Pneumotórax hipertensivo; Tamponamento cardíaco; Tromboembolismo pulmonar; Tromboembolismo coronariano; Toxinas ou iatrogenia medicamentosa. Lesão cerebral após parada cardíaca: 10s – perda da consciência; 4min – acabam as reservas de glicose; 6min – depleção severa de ATP e começa o dano celular; 16min – morte cerebral completa. O atendimento deve ser iniciado em 3 minutos Finalidades: Irrigação imediata dos órgãos vitais com sangue oxigenado, por meio das técnicas de ventilação pul- monar e circulação artificial; restabelecimento dos batimen- tos cardíacos.

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  • 1CONHECIMENTOS ESPECFICOSUrgncia e Emergncia

    Prof.: Jean Naves

    EMERGNCIAS

    So situaes que apresentem alterao do estado de sade, com risco iminente de vida. O tempo para reso-luo extremamente curto, normalmente quantificado em minutos.

    Configuram-se como emergncia: perda de consci-ncia sem recuperao; dificuldade respiratria de forma aguda acompanhada de cianose; chiado; dor intensa sbita no peito acompanhada de suor frio; falta de ar e vmitos; dificuldade de movimentao ou de fala repentina; grande hemorragia; quadro alrgico grave com placas vermelhas; tosse; falta de ar; edema; movimentos descoordenados em todo o corpo ou parte dele acompanhado de desvio dos olhos; repuxo da boca com sialorreia; aumento sbito da presso arterial, acompanhado de dores de cabea de forte intensidade; acidentes domsticos graves com fraturas e impossibilidade de locomoo do enfermo; queda de gran-des alturas; choque eltrico; afogamentos e intoxicaes graves.

    URGNCIAS So situaes que apresentem alterao do estado

    de sade, porm sem risco iminente de vida, e que, por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento mdico com a maior brevidade possvel. O tempo para reso-luo pode variar de algumas horas at um mximo de 24 horas.

    Configuram-se como urgncia: dores de cabea sbi-tas de forte intensidade, no habituais e que no cedem aos medicamentos rotineiros; dor lombar sbita muito intensa acompanhada de nuseas, vmitos e alteraes urinrias; febre elevada em crianas de causa no identificada.

    Corrente da Sobrevida do Adulto

    Corrente da Sobrevida em Pediatria

    Parada Cardiorrespiratria (PCR)

    Casos de parada cardiorrespiratria so as maiores ocorrncias em emergncias: 80% dos bitos fora do hos-pital: 2% sobrevivem; 40% sobrevivem se atendidos; 65% das mortes so sbitas (fora do hospital e 2 horas aps incio dos sintomas). Em 4, a parada cardiorrespiratria pode causar leso cerebral; em 45, midrase.

    H cessao brusca e inesperada da atividade mec-nica ventricular til e suficiente e cessao da respirao.

    A parada cardaca seguida rapidamente pela perda da conscincia e parada respiratria. Quando a parada res-piratria acontece antes da parada cardaca, os batimentos cardacos so detectveis at 30 minutos depois. neces-sria rpida interveno!

    Causas Primrias: Problemas do prprio corao isquemia, arritmias (90% = FV).

    Causas Secundrias: Problemas respiratrios (obstru-o), causas, externas (drogas, afogamento etc), AVC.

    Causas da PCR: Mantm-se a lista de 5Hs e 5Ts:

    Os 5Hs: Hipxia; Hipovolmica; Hipercalemia (hipocalemia, hipocalcemia); Hipotermia; Hidrognio (acidose).

    Os 5Ts: Tenso trax: Pneumotrax hipertensivo; Tamponamento cardaco; Tromboembolismo pulmonar; Tromboembolismo coronariano; Toxinas ou iatrogenia medicamentosa.

    Leso cerebral aps parada cardaca: 10s perda da conscincia; 4min acabam as reservas de glicose; 6min depleo severa de ATP e comea o dano

    celular; 16min morte cerebral completa.

    O atendimento deve ser iniciado em 3 minutos

    Finalidades: Irrigao imediata dos rgos vitais com sangue oxigenado, por meio das tcnicas de ventilao pul-monar e circulao artificial; restabelecimento dos batimen-tos cardacos.

  • 2Parada Cardiorrespiratria: BLS 2010\AHA

    C Circulao.A Abertura de vias areas.B Respirao. *D Desfibrilao.

    *Desfibrilao: procedimento de emergncia que con-siste na aplicao de um choque no sincronizado de cor-rente eltrica ao trax (FV ou TV sem pulso).

    A RCP com compresses e ventilaes permanece o mtodo ideal de manuteno do fluxo sanguneo at a che-gada do socorro especializado.

    Caso no seja capaz de realizar a respirao boca a boca numa vtima, chamar primeiro, abrir VA e realizar com-presses torcicas, ao mnimo 100/min.

    Desfibrilao precoce 4 (50% de sobrevida, 1% sem a desfibrilao).

    Cada minuto em PCR reduz 10% da sobrevida!

    As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE enfatizam, mais uma vez, a necessidade de uma RCP de alta quali-dade,

    Incluindo: Frequncia de compresso mnima de 100/minuto

    (em vez de aproximadamente 100/minuto, como era antes).

    Profundidade de compresso mnima de 2 polega-das (5cm), em adultos, e de, no mnimo, um tero do dimetro anteroposterior do trax, em bebs e crianas (aproximadamente, 1,5 polegada [4 cm] em bebs e 2 polegadas [5 cm] em crianas).

    Retorno total do trax aps cada compresso. Minimizao das interrupes nas compresses

    torcicas. Evitar excesso de ventilao.

    Cadeia de Sobrevivncia de ACE Adulto da AHA

    Os elos na nova Cadeia de Sobrevivncia de ACE Adulto da AHA so:

    1) Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do servio de emergncia/urgncia;

    2) RCP precoce, com nfase nas compresses torcicas;3) Rpida desfibrilao;4) Suporte avanado de vida eficaz;5) Cuidados ps-PCR integrados.

  • 3POLITRAUMA

    O trauma hoje res-ponsvel por mais de 90 mil mortes anuais, deixa mais de 200 mil vtimas seque-ladas por ano e consome mais anos de vida til que as doenas cardiovascula-

    res e o cncer. Constitui a segunda causa geral de morte e abaixo de 45 anos de vida a primeira causa de morte no Brasil, permitindo ser considerada uma doena de grande importncia nos mbitos poltico, econmico e social. Implica ainda em custos diretos e indiretos de bilhes de reais para o pas.

    O atendimento ao trauma uma funo de equipe, que deve ser realizada dentro de um sistema organizado, requer uma avaliao rpida e sistemtica das leses, com de medidas teraputicas. O American College of Surge-ons identificou nove componentes de um sistema para dar suporte ao trauma, sendo quatro componentes do paciente e cinco componentes sociais. O acesso assistncia, assistncia pr-hospitalar, assistncia hospitalar e reabili-tao compem os componentes do paciente, enquanto os sociais so: a preveno, assistncia mdica em desastre, educao, pesquisa e apoio financeiro.

    Para favorecer a assistncia apropriada e em tempo hbil ao paciente vtima de trauma, os componentes do paciente foram subdivididos em oito elos, os que envolvem a assistncia pr-hospitalar e a assistncia hospitalar.

    HOSPITALAR1) Atendimento de emergncia ressuscitao ade-

    quada pela equipe especializada em tempo hbil;2) Sala de operao aceso prioritrio para interven-

    o;3) Atendimento crtico acesso prioritrio unidade

    crtica;4) Reabilitao dispositivos apropriados aos progra-

    mas de reabilitao.

    AVALIAO E ATENDIMENTO

    As vtimas so avaliadas e as prioridades do tratamento estabelecidas com base nas leses e grau de estabilidade dos sinais vitais. Deve ser criada uma sequncia lgica de prioridades de tratamento, estabelecida com base na avalia-o geral do paciente em qualquer emergncia que envolva uma leso crtica. A avaliao deve ser rpida, eficaz e deve abranger todas as funes vitais bsicas da vtima. O trata-mento da vtima de trauma deve consistir de uma avaliao primria (rpida), estabelecimento das funes vitais, uma avaliao secundria mais detalhada e finalmente o incio do cuidado definitivo.

    A avaliao primria consiste na inspeo primria rpida (no mximo, 30 segundos), em que se deve ter uma viso sistmica e geral do paciente, considerando aparn-cia, comportamento e mobilizao, seguindo a sequncia correta de avaliao.

    Para esta avaliao deve-se seguir a regra do ABCDE, que consiste no seguinte:

    A. Vias AreasB. RespiraoC. Circulao + Controle de hemorragia.D. Avaliao Neurolgica (ECG).E. Exposio

    Avaliao Primria

    Vias Areas

    As vias areas devem ser ava-liadas para assegurar sua permeabi-lidade. Podemos para tentativas de manter as vias areas permeveis rea-lizar a simples limpeza da via area (retirar corpos estranhos) ou usar a manobra de chin lift e jaw thurst. Uma ateno especial direcionada para a existncia potencial de leso da coluna cervical durante e aps a permeabiliza-o das vias areas, isso porque uma fratura sem danos estruturais a medula ou neurolgicos pode ser convertida para uma fratura com leso neurolgica. Nunca, em trauma, se deve realizar a hiperextenso da cabea e do pescoo da vtima durante o estabelecimento e/ou manuteno das vias areas.

    Respirao

    Dever ser exposto o trax para avaliao adequada de expanso e troca ventilatria. A permeabilidade das vias areas no assegura uma respirao adequada. A troca de ar

    adequada deve estar presente para promover uma oxigena-o suficiente. As trs condies que precisam ser avaliadas durante a inspeo primria e as que mais frequentemente comprometem a ventilao incluem: o pneumotrax, o pneu-motrax aberto e grande ferimento no trax com contuso pulmonar.

    Circulao

    O pulso da vtima deve ser avaliado quanto amplitude, frequncia e regularidade. Um pulso radial forte em condio normal para a idade um sinal positivo que indica um volume de circulao adequada. Um mtodo fcil e rpido para a avaliao o teste do enchi-mento capilar / perfuso sangunea perifrica. Em caso de vtimas normovolmicas, a colorao retoma a normalidade em dois segundos.

    A hemorragia deve ser identificada e controlada na avaliao primria, pois a rpida perda de sangue pode ser controlada por presso direta, elevao e compresso de pontos de presso prximos. Outro artifcio que tambm pode ser utilizado na conteno das hemorragias so as calas pneumticas.

  • 4Avaliao Neurolgica

    Uma rpida avaliao neurolgica deve ser efetuada durante a primeira abordagem, devendo ser estabelecido o nvel de conscincia das vtimas, assim como o tamanho e a reao da pupila. Um mtodo muito utilizado, rpido e eficaz para descrever o nvel de consci-ncia o AVDU, que consiste em:

    A Alerta;V Resposta ao estmulo Verbal;D Resposta ao estmulo Doloroso;U Sem reao.

    Alteraes na avaliao neurolgica primria podem estar diretamente ligadas a alteraes da presso intracra-niana.

    Exposio

    A exposio do paciente se faz necessria para uma avalia-o mais completa, cuidadosa e detalhada das possveis leses, nunca se esquecendo do cuidado com a hipotermia relacionada a roupas molhadas e ao tempo frio.

    Aps o termino da avaliao primria e a estabiliza-o das causas de morte iminente, d-se inicio a avaliao secundria, que consiste numa avaliao mais aprofundada, mais criteriosa e mais completa, obedecendo a uma sequ-ncia cefalocaudal, em que o esprito de equipe deve estar presente orientando as aes.

    Avaliao SecundriaA Vias AreasB RespiraoC CirculaoD Avaliao NeurolgicaE Exposio

    HistriaPara a avaliao da histria pregressa pertinente

    a vtima, usa-se um mtodo rpido, objetivo e eficiente, AMPLE ou AMPLA:

    A AlergiasM Medicaes sendo usadas pela vtimaP Doenas passadasL ltima refeioE Eventos que precederam a leso / ambiente.

    TRAUMA CRANIOENCEFLICO

    Os traumatismos cranioenceflico esto entre as cats-trofes mais devastadoras e letais em seres humanos. De todos os casos de TCE nos EUA, 49% so causados por acidentes automobilsticos, e as quedas foram a segunda causa mais comum. Foi constatado que o TCE mais fre-quente na faixa etria entre 15 a 24 anos e ocorre duas vezes mais em homens que em mulheres.

    O socorrista est em uma posio central para com-preender as alteraes psicolgicas e fisiolgicas das vti-mas com TCE, na colaborao com os outros membros da equipe para os cuidados, condio patolgica e consequn-cias desta vtima.

    Definio: qualquer agresso que acarrete leso ana-tmica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crnio, meninges ou encfalo.

    Exame Neurolgico Primrio

    1) Nvel de conscincia (ECG)

    2) Avaliao da funo pupilar

    ESCALA DE COMA DE GLASGOWAbertura Ocular: Resposta Verbal: Resposta Motora:

    (4) Espontnea(3) fala(2) dor(1) Ausncia de res-posta

    ECG:__________

    (5) Orientada (4) Conversao confusa(3) Palavras inapropriadas(2) Sons distorcidos(1) Ausncia de resposta

    (6) Obedece aos comandos(5) Localiza estmulos(4) Afastamento de estmulo(3) Flexo anormal (decorti-cao)(2) Extenso anormal (des-cerebrao)(1) Ausncia de resposta

    Pontuao total: de 3 a 153 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte;

    estado vegetativo)4 = Coma profundo;7 = Coma intermedirio;11 = Coma superficial;15 = Normalidade.

    LESES

    Fratura do crnio. Concusso cerebral. Contuso cerebral. Hematoma epidural. Hematoma subdural. Hematoma intracerebral.

    Tratamento de Emergncia

    O tratamento de emergncia para o TCE visa principalmente evitar a leso secundria por meio de: manuteno adequada do metabolismo cerebral; e preveno e tratamento da hipertenso intracraniana (HIC).

    Manuteno do Metabolismo Cerebral oxignio e glicose.Preveno e tratamento da HIC.

    TRAUMA TORCICO

    Trauma so leses de foras aplicadas contra o corpo, variam conforme o tipo do objeto, a velocidade do objeto e o tipo da estrutura do tecido lesado. Os traumas torcicos so leses graves devido capacidade de levar morte, pois, na cavidade torcica que encontrar-se dois rgos vitais (corao e pulmo), alm de veias e artrias calibrosas, es-fago, traqueia, entre outras estruturas importantes.

  • 5Diversas so as possibilidades de leses associadas ao trauma torcico, sendo a hipxia relacionada obstru-o mecnica das vias areas, hipovolemia (hemorragia), alterao na presso intratorcica, alterao na relao ven-tilao perfuso. Na avaliao de uma vtima de trauma de trax deve-se seguir o A, B, C D, E durante o exame fsico do trax fazer:

    Inspeo: pesquisar sinais de trauma, escoriaes, hematomas, afundamentos e assimetria de movi-mentos respiratrios.

    Palpao: pesquisa de dor, crepitao ssea, pre-sena de enfisema subcutneo.

    Percusso: verificar presena de hipertimpanismo. Ausculta: pesquisar ausncia de murmrio vesicu-

    lar.

    As principais e mais frequentes leses torcicas so: pneumotrax hipertensivo, pneumotrax aberto, hemotrax, tamponamento cardaco e trax instvel. Apresentam-se tambm relacionado ao trax as condies potencialmente fatais: contuso miocrdica; contuso pulmonar; trauma de grandes vasos; rotura diafragmtica; leses de traqueia, brnquios e esfago.

    TRAUMA RAQUIMEDULAR

    Anualmente h entre 8.000 a 10.000 TRM nos EUA. Mais comum em adultos jovens e homens. Quase 50% est relacionada a acidentes automobilsticos seguidos das quedas, violncia e por ltimo os esportes.

    A preveno primria tem sido discutida atravs de ten-tativas de modificar o comportamento de alto risco que pode resultar em um TRM.

    A preveno secundria tem por objetivo reduzir a gravidade da leso uma vez ocorrida. A maioria das leses ocorre no momento do acidente, outras podem decorrer de movimento dessa coluna instvel causando compresso adiciona ou leso direta da medula espinhal. de importn-cia vital que a equipe de resgate seja preparada para esse tipo de manipulao.

    Suspeita-se sempre de TRM quando abordarmos vti-mas de TEC, traumas de face, trauma supraclavicular, quedas ou traumas mltiplos independente das causas.

    Alguns achados clnicos podem estar presentes na constatao do TRM como: movimentos dos membros pre-judicados; resposta a dor somente acima do nvel da leso; atonia de esfncteres e sudorese, alm de dor, crepitaes, deformidades edema e desvio da posio da cabea e tra-queia.

    Avaliao Geral

    O atendimento se d com objetivo de imobilizar a viti-mada cabea, pescoo, tronco e pelve. Utilizar para isso, colares, pranchas, talas e tcnicas de rolamento que promo-vam segurana coluna da vtima.

    TRAUMA DE EXTREMIDADES

    Traumas de extremidades raramente apresentam causa de morte, quando isolados. Porm quando combi-nados a outras leses como esmagamentos, amputaes traumticas proximais, podem provocar incapacidade ou at mesmo a morte da vtima.

    No atendimento inicial, considerar que: acidentes automobilsticos como impacto frontal podem causar leses de joelho, quadril, punho e cotovelo; impactos laterais podem causar, fratura de pelve e acetbulo; ejeo do ve-culo pode causar fraturas mltiplas alm de leses internas; acidentes motociclsticos podem causar fraturas de fmur e punhos; quedas esto relacionadas a fraturas de calcneo, tbia, fbula, joelho, fmur e pelve. Nesse aspecto deve-se observar hemorragias profusas e perfuso do membro.

    importante a realizao da inspeo e palpao pes-quisando dor local, crepitao ssea, edemas, hematomas, equimoses, escoriaes, assimetrias, ferimentos e avalia-o da pele. Observar pulso distal, sensibilidade e perfuso perifrica alm de classific-las (aberta ou fechada, com-pleta ou incompleta).

    Algumas fraturas implicam em risco de morte como as fraturas plvicas com leses abdominais, as amputa-es traumticas, os esmagamentos, as fraturas expostas de ossos longos e as fraturas com ferimentos associados potencialmente contaminados.

    Outras faturas implicam em risco potencial apenas para o membro afetado como as leses vasculares associadas, os esmagamentos, as luxaes, a sndrome compartimental e as leses nervosas.

    Atentar sempre para: Hemorragias. Instabilidade steo-articular. Leso de partes moles. Amputaes.

    Classificao dos Ferimentos

    Profundidade: superficiais; profundos.Complexidade: simples; complicado.Contaminao: limpo; contaminado.Natureza do agente agressor: agentes fsicos; agen-

    tes qumicos.Conduta Geral: lavar com soro fisiolgico; cobrir com

    compressa ou pano limpo; controlar hemorragia; imobiliza-o. No retirar o objeto; imobilizar objeto.

  • 6IMPORTANTE No movimentar a vtima com fraturas antes de

    imobiliz-las adequadamente; Em fraturas de ossos longos, execute manobras de

    alinhamento antes de imobiliz-los; Examine a sensibilidade e os pulsos perifricos antes e

    depois de alinhar; Imobilizar uma articulao abaixo e uma acima a leso; As talas devem ser ajustadas e no apertadas.

    A imobilizao adequada imprescindvel no prognstico da vtima.

    TRAUMA ABDOMINAL

    No diferente do trauma de trax, o trauma abdomi-nal deve ser visto com a mesma importncia e seguindo as mesmas normas de avaliao e atendimento. Tem-se a clas-sificao dessas leses divididas em: fechadas e abertas ou penetrantes. Deve-se relacionar no atendimento as leses abdominais, os rgos (diafragma, fgado, pncreas, trato geniturinrio, intestino delgado) e regio abdominal envol-vida (cavidade abdominal, regio superior, regio inferior, retroperitnio, pelve).

    H uma diferena importante durante o exame fsico do abdome. Para que os rudos hidroareos no sofram alteraes deve-se realizar a ausculta abdominal anterior a percusso e palpao. Durante o atendimento, seguindo o ABCDE, d-se uma nfase ao item C, devido grande capa-cidade de hemorragia interna. Portanto aps a adequada oxigenao da vtima, puncionar dois acessos venosos cali-brosos, de preferncia em veias perifricas.

    Queimaduras

    A pele a nossa barreira natural de proteo contra os mais variados agentes agressores como, microorganismos, agentes fsicos e qumicos. Alm disso, a pele o rgo mais extenso do corpo humano e muito importante no con-trole da temperatura e reteno de lquidos.

    A definio de queimadura bem ampla, porm, basi-camente, a leso causada pela ao direta ou indireta

    produzida por temperaturas externas ao corpo. A sua manifestao varia desde um pequeno eritema at formas mais graves capazes de desencadear respostas sistmicas proporcionais gravidade da leso e sua respectiva exten-so.

    As queimaduras so classificadas de acordo com:

    1) o agente causal;

    2) a profundidade;3) a extenso (rea corprea atingida).

    De acordo com o agente causal:a. trmica (calor, lquidos quentes, objetos aquecidos

    e vapor);b. qumica (cidos e bases);c. eltrica (raios e corrente eltrica);d. radiao (radiao nuclear);e. atrito (atrito com outra superfcie);f. luz (raios UV sol).

    De acordo com a profundidade:a. primeiro grau (atinge somente epiderme, observa-

    -se hiperemia, edema e ardor local;b. segundo grau (atinge epiderme e derme, presen-

    a de flictenas, dor local intensa, hiperemia e ede-ma local;

    c. terceiro grau (atinge todas as camadas da pele, podendo estender-se a msculos e ossos, apre-senta-se com uma colorao escura ou esbranqui-ada, uma leso seca, dura e indolor.

    A segurana primordial no incio do atendimento.

    Importante averiguar os seguintes aspectos: presena de fogo; objetos ou construes desabando; presena de elementos qumicos que ofeream

    risco.

    Deve-se ter em mente que todo queimado deve ser tratado como um politraumatizado.

    a. Abertura das vias areas e controle da coluna cervical

    No paciente queimado, uma rpida obstruo das vias areas pode se estabelecer pelo edema, as-sim, a monitorao deve ser severa.

  • 7b. (Breathing) Ventilao Se possvel, o uso do oxignio indicado. As al-

    teraes respiratrias ocorrem quando a chegada de substncias indesejadas no sangue geram hi-pxia. Nos casos de exploses traumas podem ser adicionados. Nas queimaduras eltricas a parada respiratria pode instalar-se aps a passagem da corrente eltrica. As queimaduras torcicas podem gerar restries expansibilidade torcica.

    c. Circulao e controle das grandes hemorragias

    Avaliar a circulao geral, atentar para arritmias geradas pela intoxicao por CO, possvel choque se houver perda sangunea.

    d. (Disability) Incapacidades Avaliao neurolgica principalmente nas vitimas

    de descargas eltricas, onde geralmente apresen-tam convulses e alteraes no nvel de conscin-cia.

    e. Exposio e controle da perda de calor

    No retirar roupas ou objetos aderidos a pele quei-mada, isso aumenta a rea exposta, favorecendo infeco, dor e perdas volmicas. Jamais esque-cer de proteger a vtima contra a perda de calor, a hipotermia um problema que pode surgir, usar cobertor (aluminizado).

    Queimaduras Trmicas

    IMPORTANTE

    No tente salvar algum preso em um lugar com fogo se no tiver treinamento para faz-lo: certifique-se que o perigo tenha passado; queimadura por piche resfriar a rea com gua e no tentar

    remover o produto; no aplicar unguentos em qualquer queimadura; usar luvas no manuseio.

    Queimaduras menores, superficiais ou pouco profun-das, envolvendo pequenas pores do corpo sem danos para o sistema respiratrio, face, mos, ps, virilha, coxas ou articulaes:

    chamar socorro especializado; resfriar a rea queimada imediatamente (gua); envolver queimadura com curativo frouxo, estril ou

    limpo.

    Queimaduras maiores:Inicialmente deter o processo da leso (se for fogo na

    roupa, usar a tcnica do PARE, DEITE e ROLE). estancar o processo de destruio trmica; chamar socorro especializado; manter vias areas permeveis; cobrir totalmente a queimadura.

    Inalao da fumaa outro problema que pode surgir junto com a vtima de queimadura a inalao de fumaa e possvel queimadura de via area superior. Suspeitar dessa situao quando houver: queimadura de face; sobrance-lhas queimadas; pelos nasais queimados; escarro carbo-nceo; lbios inchados; rouquido; acidentes em espaos confinados.

    Nesses casos: retirar a vtima do ambiente; mant-la em local arejado e ventilado; aquec-la; se inconsciente, verificar CABD e colocar em posi-

    o de conforto.

    Queimaduras qumicas alertar o resgate; lavar o local abundantemente com gua (exceto em

    cal seca soda custica); remover roupas, adornos e fazer curativo limpo; observar choque e transtornos respiratrios; atentar para a dor; Se a leso for nos olhos, lav-los bem (mnimo 15

    minutos) com gua corrente e depois cobrir com curativo mido estril. Voltar a umedecer o curativo a cada 5 minutos.

    Queimaduras eltricas alertar o servio especializado de resgate; em geral o local do acidente perigoso, as vtimas

    tm alm dos problemas do choque eltrico, quei-maduras, ataques cardacos, danos aos Sistema Nervoso, traumas a rgos internos, fraturas e outras. Assim, observe a vtima como um todo, no somente as queimaduras CAB;

    Identificar o local das queimaduras (no mnimo dois pontos: um de entrada e um de sada da fonte de energia);

    certificar do local seguro; fazer: ABCDE; avaliar queimadura; aplicar curativos secos.

    E X E R C C I O S

    1. Sobre o uso do desfibrilador: a. Deve-se desfibrilar sempre os seguintes pacientes:

    gestantes, vtimas na gua, lactentes e crianas com qualquer tamanho de p.

    b. As ps so posicionadas sempre na altura da sub-clave e da regio abdominal.

    c. Durante uma RCP o uso do desfibrilador sempre seguido de uma cardioverso.

    d. Uma vtima de PCR com um marca-passo nunca deve ser desfibrilada .

    e. Todas as alternativas acima esto corretas. f. Todas as alternativas acima esto incorretas.

  • 82. Marque o item correto com um X nos seguintes itens:

    Em um atendimento a uma PCR usamos o desfibrila-dor para as seguintes arritmias:a. Taquicardia ventricular, atividade eltrica sem pul-

    so e fibrilao ventricular .b. Assistolia e fibrilao ventricular.c. Todas as alternativas esto corretas.d. Taquicardia ventricular sem pulso e fibrilao ven-

    tricular.e. Taquicardia ventricular e fibrilao ventricular.f. Taquicardia ventricular com pulso e fibrilao ven-

    tricular.

    3. Marque o item correto:Sobre RCP e suas aplicaes:a. Profundidade esternal ideal no adulto: 2 a 5 cm,

    braos em ngulo de 90 graus e mos sobrepos-tas.

    b. s vezes profundidade esternal ideal no adulto: 1\2 a 1\3 cm, braos em ngulo de 90 graus e mos sobrepostas.

    c. Profundidade esternal ideal no adulto: mnimo de 5 cm(2 polegadas), braos em ngulo de 90 graus e mos sobrepostas.

    d. ngulo de 60 a 90 graus, profundidade esternal de 4 a 5 cm no adulto e se houver marca-passo reali-zar compresses torcicas sempre 4,5 cm abaixo deste.

    4. Correlacione a primeira com a segunda coluna e mar-que o item correto:

    (1) Fase eltrica. ( ) R.C.P. e medicao.

    (2) Fase metablica.( ) A-B-C-D \ C-A-B-D (SBV 2.010)

    (3) SBV. ( ) R.C.P .

    (4) Fase circulatria..( ) Dor prolongada, sensao de morte.

    (5) I.A.M. ( ) Desfibrilao.

    a. 1-3-4-5-2.b. 5-4-3-1-2.c. 2-3-4-5-1.d. 1-4-3-5-2.e. 1-2-3-5-4.

    5. Marque a alternativa correta de acordo com a arritmia a seguir e apresente os devidos tratamentos, se hou-ver:

    5.1a. ( ) Fibrilao Ventricular.b. ( ) Taquicardia Ventricular sem pulso.c. ( ) Taquicardia sinusal.d. ( ) Bradcardia sinusal.

    Tratamento:

    5.2a) ( ) Fibrilao Ventricular.b) ( ) Taquicardia Ventricular.c) ( ) Bradicardia sinusal.d) ( ) Extra-sstole.

    Tratamento:

    5.3a. ( ) Fibrilao Ventricular.b. ( ) Taquicardia Ventricular.c. ( ) Assistolia.d. ( ) Bradicardia sinusal.

    Tratamento:

    5.4a. ( ) Fibrilao Ventricular.b. ( ) Taquicardia Ventricular sem pulsoc. ( ) Taquicardia sinusal.d. ( ) Bradicardia sinusal.

    Tratamento:

    6. Em relao aos traumas de extremidades, marque a opo correta com um X:( ) Realizar o A-B-C-D do suporte bsico de vida.( ) Classificao dos ferimentos: complexidade, pro-

    fundidade, contaminao e agente fsico.( ) Conduta geral: soro fisiolgico, compressa limpa,

    controlar a hemorragia, imobilizar, transporte r-pido e depois alinhar.

    ( ) Sinais e sintomas, dentre vrios podem ocorrer: dor, deformidade e crepitao ssea.

    ( ) Fraturas: completa, fechada, aberta e exposta.

    a. F,V,F,V,Vb. b) V,F,F,V,F.c. c) F,F,F,V,V.d. d) F-F-F-V-Fe. e) F,V,F,V,F.

    7. Sobre trauma torcico marque a resposta correta nos seguintes itens:a. Trauma fechado (contuso),trauma aberto (feri-

    mento): penetrante, no penetrante acompanhado de cianose, midrase, perfuso lentificada, leso corto-contusa.

    b. Hipxia: hipovolemia (hemorragia), obstruo me-cnica das vias areas, alterao na presso intra-torcica, alterao na relao ventilao perfuso.

    c. Hipxia: hipovolemia (hemorragia), obstruo me-cnica das vias areas, nistagmo, alterao na presso intratorcica, alterao na relao ventila-o perfuso.

  • 9d. Trauma fechado (contuso), trauma aberto (feri-mento): penetrante, no penetrante acompanhado de cianose, midrase, perfuso lentificada,leso ce-rebral e leso corto-contusa.

    e. Hipxia: hipovolemia (hemorragia), obstruo me-cnica das vias areas, nistagmo, alterao na presso extratorcica, alterao na relao venti-lao perfuso.

    8. De acordo com o Suporte Bsico de Vida ( 2010) mar-que a alternativa correta:a. A RCP com compresses e ventilaes permanece

    o mtodo ideal de manuteno do fluxo sanguneo at a sada do Socorro Especializado, caso no seja capaz de realizar a respirao boca a boca numa vtima, chamar primeiro, abrir VAS e realizar compresses torcicas 100/min;

    b. Adulto 1 ou 2 socorristas: 30 X 2 em 5 ciclos e criana e lactente 1 ou 2 socorristas: 15 X 2 em aproximadamente 10 ciclos.

    c. Tanto no adulto quanto na criana realizar, com 1 socorrista, 30 compresses torcicas para 2 venti-laes em 5 ciclos ou 2 minutos, j se forem 2 so-corristas a sequncia seria a mesma independente do nmero de socorristas.

    d. A RCP com compresses e ventilaes permanece o mtodo ideal de manuteno do fluxo sanguneo at a chegada do Socorro Especializado, caso no seja capaz de realizar a respirao boca a boca numa vtima, chamar primeiro, abrir VAS e realizar compresses torcicas 100/min e realizar 2 ven-tilaes de resgate.

    e. Todas as alternativas esto incorretas.

    9. Assinale a alternativa correta:Sobre traumatismo craniano e trauma-raquimedular responda:a. So sinais de mau prognstico para trauma-raqui-

    medular: paraplegia, priaprismo, creptao ssea e mobilidade.

    b. Uma vtima de TCE apresenta como possveis sequelas, apenas, hematomas: epidural, intracere-bral e frontobasal.

    c. Durante o tratamento de uma vtima com trauma--raquimedular so executados ,entre outros, ABC-DE, O2, colar Cervical, ventilao assistida, tratar as leses que ameaam a vida e imobilizar ade-quadamente.

    d. Em um atendimento a uma vtima de suspeita de trauma o socorrista nmero 1 sempre ir ficar res-ponsvel pela cabea e membros inferiores.

    e. Toda vtima com suspeita de leso de base de cr-nio pode ser sondada tanto com sonda nasogstri-ca quanto com nasoentrica.

    G A B A R I T O

    1. F.2. D.3. C.4. C.5.

    5.1 B desfibrilao e rcp. 5.2 C. 5.3 C rcp e medicaes. 5.4 C.

    6. D.7. B.8. E.9. C.