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EFEITO AGUDO DA SUPLEMENTAÇÃO COM BCAA NO TREINAMENTO DE FORÇA
ACUTE EFFECTS OF BCAA SUPPLEMENTATION IN RESISTANCE TRAININGBenjamim Franklin Pereira de Barros - [email protected]
Gabriela de Matos Conceição - [email protected] Alamino Pereira de Oliveira - [email protected]
Bacharel em Educação Física - Unisalesiano de LinsProf. Orientador: Dagnou Pessoa de Moura – Unisalesiano – [email protected]
RESUMO
Os Aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína, os aminoácidos da cadeia ramificada são leucina, valina e isoleucina. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do BCAA no desempenho no treinamento de força para os grupos musculares costas e bíceps braquial. Participaram deste estudo 9 indivíduos do sexo masculino, Todos com experiência no treinamento de força por pelo menos 6 meses. Os sujeitos realizaram o teste para determinar a carga para 1RM com intervalo mínimo de 72 horas. De forma aleatória realizaram duas sessões de treinamento de força a 60% de 1RM executadas até a exaustão, entre um aparelho e outro foi adotado 3 minutos de intervalo com 1 minuto de intervalo entre as séries. As sessões de treinamento foram uma sem uso de suplemento e outra sessão com 5gr/kg de BCAA 30 minutos antes da mesma. Consumir BCAA antes do treino não melhor desempenho estatístico quando comparado com a sessão de treino sem o uso do suplemento. Conclui-se que o 5 mg/kg de BCAA 30 minutos antes da sessão de treinamento não proporciona melhora no desempenho.
Palavras chave: Treinamento de força. BCAA. Desempenho.
ABSTRACT
Amino acids are the basic units of a protein composition, the amino acids of the branched chain are leucine, valine and isoleucine. The aim of this study was to analyze the effect of BCAA on performance in resistance training for muscle groups back and biceps brachii. Participated in this study 9 male subjects, all with experience in strength training for at least 6 months. Subjects underwent the test to determine the load for 1RM with a minimum interval of 72 hours. At random, they performed two 60%RM resistance training sessions of 1RM performed to exhaustion, between one instrument and another, it was adopted 3 minutes apart with 1 minute interval between sets. The training sessions were one without supplement use and another session with 5 g / kg BCAA 30 minutes before the same. Consuming BCAA before training does not improve statistical performance when compared to the training session without the use of the supplement. It is concluded that 5 mg / kg BCAA 30 minutes before the training session does not provide improvement in performance.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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Keywords: Resistance training. BCAA. Performance.
INTRODUÇÃO
Os Aminoácidos de Cadeia Ramificada (ACRs) conhecido como BCAA (de
branchedchain amino acids), são três dos nove aminoácidos que não podem ser
sintetizados pelo organismo, devendo portanto, ser obtidos pela dieta. Contemplam
de 35-40% da ingestão diária de aminoácidos essenciais e correspondem cerca de
35% dos aminoácidos essenciais em proteínas musculares (MARCHINI et al., 1998).
No âmbito esportivo, os ACRs são frequentemente utilizados por atletas com
a finalidade de promover anabolismo proteico muscular, atenuar a fadiga central,
estimular a secreção de insulina, melhorar os processos imunológicos e atenuar a
lesão muscular induzida pelo exercício (DA LUZ et al., 2012; SHIMOMURA et al.,
2006).
Segundo Shimomura, et. al., (2006) a ingestão de 5g de BCAA antes do
exercício de agachamento reduz a dor muscular tardia em homens e mulheres
adultos sedentários por vários dias após o teste físico, sugerindo que talvez o BCAA
possa atenuar a degradação proteica induzida pelo exercício. O que se tem
demonstrado é que não há evidências de que a suplementação desses aminoácidos
exerça efeito significativo sobre a performance física, uma vez que os resultados são
conflitantes.
O treinamento de força é uma das modalidades mais praticadas de exercício
físico atualmente, por indivíduos de diferentes faixas etárias, de ambos os sexos e
com níveis de aptidão física variados. Esse fato pode ser facilmente explicado pelos
inúmeros benefícios decorrentes dessa prática, que incluem desde importantes
modificações morfológicas, neuromusculares e fisiológicas, até alterações sociais e
comportamentais (DIAS et. al., 2005).
Os Aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína.
Em pessoas saudáveis, são considerados nove aminoácidos essenciais, como não
podem ser sintetizados endogenamente, sendo assim, devem ser ingeridos por meio
da alimentação. Entre os aminoácidos essenciais estão inclusos três aminoácidos de
cadeia ramificada, leucina, valina e isoleucina, que apresentam concentração
plasmática média de 120, 220 e 63 μmol/L; concentração intramuscular na forma
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livre média de 133, 253 e 68 μmol/L de água intracelular; e concentração na proteína
muscular humana de 59,5, 43,5 e 41,9 mmol/100 gr de proteína. Com a
concentração de ACR também distingue em relação ao tipo de fibra muscular, sendo
20-30% maior em fibras de contração lenta em relação àquelas de contração rápida.
Os ACR representam cerca de 35% dos aminoácidos essenciais em proteínas
musculares e, pois a massa muscular dos humanos são cerca de 40-45% da massa
corporal total, entende–se que grande quantidade de ACR está presente em
proteínas musculares (MARCHINI et al., 1998; WAGENMAKERS, 2000).
Nos indivíduos adultos, ACR são relevantes para a manutenção da proteína
corporal, pois são fontes de nitrogênio para a síntese de alanina e glutamina.
Algumas são as evidências que demonstram o papel fundamental dos ACR, em
especial a leucina na regulação de processos anabólicos envolvendo tanto a síntese
quanto a degradação proteica muscular. Sendo assim, ACR apresentam potenciais
efeitos terapêuticos, pois estes aminoácidos podem atenuar a perda de massa
magra durante a redução de massa corporal; favorecendo o processo de
cicatrização. (SHIMOMURA et. al., 2006; TOM; NAIR, 2006).
2. EFEITOS DO BCAA NO TREINAMENTO AERÓBIO
O uso da suplementação de BCAA é muito em função do seu papel na
instalação do quadro de fadiga central durante o exercício de longa duração. Com
essa situação, sua menor concentração plasmática poderia favorecer a entrada do
triptofano livre no sistema nervoso central, levando à geração de 5-hidroxi-
triptamina, precursor da serotonina que é um dos principais neurotransmissores
envolvidos na modulação do processo da fadiga central (BACURAU, 2001;
WILLIAMS, 2004; SCHWENK; COSTLEY, 2002).
Wiliams (2002) demonstrou que a suplementação via oral de BCAA
aumentam as concentrações séricas do mesmo. Os ACRs podem ser utilizados
como fonte de energia durante o exercício físico, evitar ou diminuir a taxa de
degradação de proteína endógena e ajudar a manter o volume de Triptofano/ ACRs
normal durante o exercício prolongado.
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Conforme Fett (2000), estudos concluem que a suplementar com ACRs de
maneira adequada, na presença de insulina pode inibir o catabolismo proteico,
promovendo o anabolismo tecidual, acelerando a ressíntese de glicogênio e previne
a elevação do L-triptofano livre plasmático, precursores da serotonina implicada no
fenômeno da fadiga central.
Entretanto estudos têm demonstrado resultados contraditórios, observando
nenhum tipo de efeito sobre o desempenho (WATSON; SHIRREFFS; MAUGHAN,
2004; UCHIDA et. al., 2008; MATSUMOTO et. al., 2009), ou apenas reduzindo a
percepção subjetiva do esforço, sem alterar a performance (GREER et al., 2010;
WATSON et. al., 2004; UCHIDA et al., 2008). O consumo prévio de BCAA não
obteve melhora no desempenho, muito menos sobre a percepção subjetiva do
esforço em atletas ativos, não atletas durante exercício físico com uma intensidade
moderada (50-75% VO2máximo) em esteira rolante. Por outro lado, GREER et al.,
(2010) demonstrou que ingerir BCAA foi eficiente em reduzir a percepção subjetiva
de esforço, porém não obteve melhora no desempenho em homens não treinados.
Matsumoto et al., (2009) observaram que, ingerir BCAA foi eficiente na
melhora do desempenho quando indivíduos treinados usaram o protocolo de
suplementação durante 6 dias seguidos, no 7º dia realizaram um protocolo de
exercício agudo incremental.
Após ingerir os ACRs, os mesmos são absorvidos no intestino por meio do
transporte ativo sódio-dependente e são transportados até o fígado pela circulação
porta. No fígado são utilizados como substrato para síntese de proteína. Os BCAA’s
são distribuídos no organismo pela circulação sistêmica e se depositam de
preferência, no músculo esquelético.
Alguns efeitos da suplementação com BCAAs têm sido sugeridos:
a) auxiliam na hipertrofia muscular;
b) possuem ação anticatabólica;
c) poupam glicogênio;
d) retardam a fadiga central; e
e) melhoram o sistema imunológico.
Algumas pesquisas demonstram que a suplementação com BCAA tem sido
mais eficiente em promover o aumento da taxa de síntese proteica quando compara
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com a ingestão de proteínas dos alimentos. Experimentos testados em laboratório
mostram que os BCAA’s são tão eficientes quanto uma mistura com 20 aminoácidos
diferentes para evitar a degradação de proteínas em células do miocárdio ou do
músculo esquelético submetidas a estímulos catabólicos (BACURAU, 2000).
3. EFEITO DO BCAA NO TREINAMENTO DE FORÇA
O aumento do tamanho das fibras musculares é causado pela hipertrofia
muscular, em virtude do acúmulo de substâncias contráteis, actina e miosina e de
substâncias não contráteis, em especial glicogênio e água no sarcoplasma das
fibras musculares (MACDOUGAL et. al.,1984).
Tem como resultado o treinamento de força o aumento de força, que ocorre
devido a dois principais fatores, neurais e hipertróficos. Nas primeiras semanas do
treinamento, a força desenvolve com o resultado do aprendizado do exercício, ou
seja, da coordenação do movimento feito, tal ganho é causado pelas adaptações
neurais (KRAEMER; FLECK; EVANS, 1996).
Os aminoácidos da cadeia ramificada influenciam muito a musculatura que
esta sendo exercitada, pois quando consumidas participam da conversão do
piruvato em alanina, que depois é enviada ao fígado para que haja uma nova
formação, de piruvato. Já com o esforço de menor intensidade, os aminoácidos da
cadeia ramificada chegam a mitocôndria da musculatura exercitada, participando da
síntese de glutamina, e assim segue para os tecidos para a formação de glutamato.
Sendo assim, é possível observar que o consumo muscular de aminoácidos da
cadeia ramificada busca a manutenção da funcionalidade do Ciclo de Krebs, pois
tanto a síntese de alanina quanto a de glutamina são a forma encontrada para retirar
da musculatura os grupos amínicos (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2003).
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O propósito do presente estudo foi verificar o efeito da suplementação de 5gr/
kg de BCAA no treinamento de força.
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4.1 Condições Ambientais
Os testes foram realizados após aprovação do comitê de ética, apresentação
e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Os dados foram coletados na Academia Cultura Física, na cidade de Lins/SP,
durante os meses de agosto a outubro de 2015, onde cada sujeito realizou no
mesmo horário, entre 16h30min e 18 horas, em temperatura ambiente, apenas com
o uso de ventiladores para redução da temperatura corporal.
4.2 Amostra
A pesquisa experimental foi realizada com 9 sujeitos, com idade entre 19 e 25
anos, todos com mínimo de 6 meses de experiência com treinamento de força. Os
voluntários não apresentam qualquer patologia diagnosticada e eram clientes da
academia supracitada.
4.3 Procedimentos
Para obtenção da carga de treinamento, que no presente estudo foi de 70%
de 1RM, foi utilizado o protocolo de força submáximo proposto por Brzycki (1993),
no qual a exaustão deveria ser atingida entre 7 a 10 repetições, onde foi usada a
seguinte forma para determinar o valor de carga para 1RM:
% 1-RM = 102.78 – 2.78 × reps
Os indivíduos realizaram aquecimento no aparelho com uma carga moderada
que estavam habituados a fazer antes de suas sessões de treinamento. Quando a
fadiga não ocorria entre 7 e 10 repetições, os voluntários recuperavam entre 3 e 5
minutos antes de uma nova tentativa.
Para obtenção da composição corporal foi utilizado a aferição das dobras
cutâneas (subescapular, tríceps, peitoral, axilar média, supra-ilíaca, abdominal e
coxa) foi avaliada por adipômetro da marca Cardiomed. O protocolo utilizado para
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estimativa do percentual de gordura foi o de Pollock 7 dobras (JACKSON;
POLLOCK, 1984). Estas medidas foram feitas do lado direito do corpo, sendo
realizadas três mensurações alternadas em cada local e o valor médio utilizado
como escore final. (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).
Inicialmente os voluntários realizaram a avaliação antropométrica e os testes
de força supracitados. Com intervalo mínimo de 72 horas, os voluntários de forma
randomizada fizeram o treinamento para os grupos musculares de costas e bíceps,
3 exercícios para cada grupo a 60% de 1RM. Em uma situação com suplementação
de BCAA (5gr/kg) e outra sessão de treinamento sem o uso da suplementação do
BCAA. Os aparelhos utilizados foram Remada Desenvolvimento Frente, Remada
Baixa, Remada Convergente, Rosca Direta, Rosca Scott e Rosca com Halteres, em
cada aparelho foram feitas 3 séries até a exaustão com um minuto de intervalo entre
elas, para a troca de aparelho o tempo foi de 3 minutos. A fórmula utilizada foi:
volume total = séries x repetições x peso (kg).
4.6 Análise estatística
Os resultados estão apresentados em média e desvio padrão. Previamente a
qualquer analise, foi realizado um teste de normalidade (Shapiro Wilk) onde, através
da determinação da distribuição normal dos dados foram adotados métodos
estatísticos paramétricos. Para verificar se houve diferença estatística, foi realizado
o teste t - sdutent. Foi adotado o intervalo de confiança de 95%.
5 RESULTADOS
Os resultados nos mostram que o consumo de 5gr/kg 30 minutos antes da
sessão de treino de força para os grupos musculares costas e bíceps braquial não
acarretam em melhoras estatisticamente significantes no desempenho da sessão de
treinamento.
A tabela 1 mostra à média e desvio padrão das características dos sujeitos do
grupo Treinamento de força período pré-treinamento.
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Tabela: Características dos Sujeitos do grupo Treinamento de força.
Idade
(anos)
Altura Massa %
gordura
Média 21.67 177,78 29,17 15,34
DP ±2,12 ± 3,64 ± 9,99 ±3,69
A tabela 2 exibe os resultados obtidos nos testes.
Tabela2: Comparação dos treinamentos sem BCAA e com BCAA.
Tonelagem Sem BCAA Com BCAA
Média 7.467 7.805
DP 3011,36 2537,39
6. DISCUSSÃO
O presente trabalho objetivou verificar o efeito de 5 gr/kg de BCAA no
desempenho de uma sessão de treinamento de força para os grupos musculares
costas e bíceps.
Portilho, Nogueira, Nascimento (2008), estudaram 21 indivíduos do sexo
masculino praticantes de musculação, os indivíduos foram divididos em dois grupos,
sendo o grupo 1 treinamento com ingestão de BCAA e o grupo 2 treinamento e
ingestão de placebo. Ambos realizaram o teste de 1 RM no supino reto, além de
treinamento de hipertrofia por três meses. Não houve melhora na questão de
performance com a suplementação do BCAA, entretanto a suplementação com
BCAA foi eficaz ao reduzir a percepção subjetiva do esforço físico.
Segundo Araújo; Rogero; Tirapegui (2005), o processo de hipertrofia muscular
surge quando a taxa de síntese proteica muscular ultrapassa a taxa de degradação,
causando um saldo positivo no balanço proteico muscular. A síntese proteica
muscular pode permanecer alta até 48 horas pós-exercício. Visando aumentar o
ganho de massa muscular, para isso é preciso otimizar os fatores que realizam a
síntese proteica e minimizam sua degradação.
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Blomstrand et. al., (1991) realizaram um trabalho com 25 homens, nos quais
receberam 7,5g de BCAAs durante uma prova de 30 km de cross-country race ou
16g de BCAAs enquanto corriam uma maratona de 42,2Km. Houve melhora no
desempenho físico e na performance, em especial dos corredores mais lentos em
relação com os mais rápidos. Já em outro estudo, os mesmos autores afirmaram
que a suplementação com o uso de BCAAs diminuiu a fadiga central durante a
realização do exercício em bicicleta ergométrica a 70% do VO2 max, durante 60
minutos.
Ao final de uma prova de triatlon, os atletas participantes que ingeriram a
suplementação de BCAA continuaram com os níveis plasmáticos de glutamina
constantes, mas os que ingeriram placebo tiveram uma redução de 22,8% (BASSIT,
et. al., 2000), isso é importante para manutenção do sistema imunológico dos
atletas.
Estudos têm mostrado resultados contraditórios, não observam nenhum tipo
de efeito sobre os parâmetros de performance (WATSON, et. al. 2004; UCHIDA, et.
al., 2008); melhora do mesmo (MATSUMOTO, et. al., 2009), ou somente reduzindo
a percepção subjetiva do esforço, sem alteração sobre o desempenho (GREER et.
al., 2010; WATSON, et. al., 2004; UCHIDA, et. al. 2008). Eles observaram que a
ingestão de BCAA não obteve melhora sobre os parâmetros de desempenho, sendo
pouco sobre a percepção subjetiva do esforço em pessoas ativas, não atletas
durante exercício de intensidade moderada (50-75% VO2máximo) em esteira. Por
outro lado, Greer et al., (2010) averiguaram que a suplementação com BCAA foi
eficaz ao reduzir a percepção subjetiva do esforço físico, sendo assim não melhorou
o desempenho em indivíduos não treinados. Matsumoto et. al., (2009) averiguaram
que a suplementação de BCAA foi eficiente na melhora sobre o desempenho
quando os indivíduos treinados adotaram o protocolo de suplementação durante seis
dias seguidos, e no 7º dia fizeram o protocolo de exercício agudo incremental.
Durante a prática do exercício moderado ocorre um aumento da captação e
utilização do ACR pelo músculo esquelético (MARQUEZI; LANCHA-JR, 1997;
SHIMOMURA, et. al., 2006). O uso da suplementação destes aminoácidos podem
promover aumento da resistência ao esforço físico prolongado, por meio do
mecanismo da manutenção das concentrações de glicogênio muscular e hepático,
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retardando a depleção do glicogênio (sendo uma das causas da fadiga)
(MARQUEZI; LANCHA-JR, 1997). No presente estudo o BCAA não aumentou a
performance no treinamento de força.
CONCLUSÃO
Conclui que o consumo de 5gr/kg não melhora o desempenho no treinamento
de força. Uma das limitações da presente pesquisa foi não utilizar placebo, sendo
assim, são necessárias mais pesquisas sobre a importância das suplementações
durante o treinamento de forçar, pois cada vez mais são lançados suplementos de
todos os tipos a fim de persuadir novos consumidores prometendo o corpo ideal,
porem precisa ser desenvolvidos novos trabalhos para averiguar se estas
suplementações são realmente eficazes.
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