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CONCEPÇÃO DE DOCENTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES EDUCATIVOS NA SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL
TEACHER CONCEPTION ON THE IMPORTANCE OF THE USE OF EDUCATIONAL SOFTWARE IN THE MULTIFUNCTIONAL RESOURCE ROOM
Ariélen Camaçari Thomaz– [email protected] em Pedagogia– UNISALESIANO Lins
Daiyane Akemi Morimoto– [email protected] em Pedagogia- UNISALESIANO Lins
Profª.Dra Fabiana Sayuri Sameshima– UNISALESIANO Lins – [email protected]
Profª. Me. Fatima Eliana Frigatto Bozzo– UNISALESIANO Lins–[email protected]
RESUMO
O uso de softwares educativos para alunos com deficiência são excelentes ferramentas que facilitam o processo de ensino- aprendizagem, assim como, um importante recurso pedagógico que proporciona o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita. Então, a pesquisa teve por objetivo analisar a concepção dos docentes sobre a importância da utilização de softwares educativos na sala de recurso multifuncional. Participaram da pesquisa, 6 professoras especialistas em Educação Especial, atuantes nas Sala de Recursos Multifuncionais, de uma cidade no interior de São Paulo. Foi elaborado um questionário, contemplando aspectos sobre o uso de softwares educativos no atendimento educacional especializado. A análise dos dados identificou que apenas uma professora não faz o uso desta ferramenta na sua prática diária, e que a inserção do software educativo traz muitos benefícios para o aprendizado da criança com deficiência, tornando a aula atraente e lúdica, suprindo as necessidades e contemplando as competências e habilidades dos conteúdos pedagógicos planejados pelo professor.
Palavras-chave: Software. Tecnologia Educacional. Estratégias de ensino.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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ABSTRACT
The use of educational software for students with disabilities are excellent tools that
facilitate the teaching-learning process, as well as an important pedagogical resource
that provides the development of reading and writing skills. The aim of the research
was to analyze the conception of teachers about the importance of using educational
software in the multifunctional resource room. Participated in the research, 6
teachers specializing in Special Education, acting in the Multifunctional Resource
Room, a city in the interior of São Paulo. A questionnaire was elaborated,
contemplating aspects about the use of educational software in the specialized
educational service. The data analysis identified that only one teacher does not use
this tool in their daily practice, and that the insertion of educational software brings
many benefits for the learning of children with disabilities, making the classroom
attractive and playful, supplying the needs and contemplating The skills and abilities
of the pedagogical contents planned by the teacher.
Key-words: Softaware. Educational technology. Teaching strategies.
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INTRODUÇÃO
Atualmente, com o avanço da tecnologia, a informática vem sendo
fundamental na educação, auxiliando com seus diferentes recursos, o processo de
ensino aprendizagem. Os profissionais da área da educação contam cada vez mais
com materiais tecnológicos que proporcionam melhores resultados por estes serem
mais chamativos, coloridos, contendo sons, dinâmicas e apresentações bem
diversificadas (OLIVEIRA,2009; SPINARDI, 2009).
Schaff (1995) afirma que as informações sobre as diferentes tecnologias
educacionais em ambientes escolares sempre existiram, a diferença é a velocidade
que essas informações se propagam, ele também chama atenção dizendo que o
que influencia essa propagação de informação são as diferenças e divisões da
sociedade, como, por exemplo, política, social e racial.
Os conteúdos previstos para a formação dos professores que trabalham
dentro da sala de aula, vêm influenciando para que se utilizem os meios de
comunicação como a internet, softwares e demais aplicativos, permitindo “trazer
para a sala de aula interatividade, interdisciplinaridade, a interação social e a
perspectiva intercultural evoluindo e adaptando-se a novas necessidades” (PAIS,
2005, p. 23).Ainda assim, por meio da informática se ensina conteúdos e transmite
conhecimentos escolares em diferentes matérias, desenvolturas respeitáveis como a
consciência fonológica, aquisição de leitura e escrita, transmissão de sons
associados a letra, entendendo que o som da letra é o mesmo som da fala, entre
outras funcionalidades que vão surgindo durante as aulas, mas estas não
acontecem de forma natural ou fácil nos indivíduos.
De acordo com Oliveira (2009), a informática nos dias atuais, tem papel
fundamental no auxílio da alfabetização, e traz o maior número de itens podendo
auxiliar os professores, viabilizando o acesso a programas que chamam a atenção
das crianças, por suas cores, sons e apresentações dinâmicas.
Com toda evolução e a globalização ascendente e iminente que vem
acontecendo na educação, é possível usar desta como meio para o
desenvolvimento e a aplicação didática na alfabetização, principalmente para
crianças com algumas limitações; para que haja melhor assimilação dos conteúdos
propostos, podem-se adaptar materiais didáticos para cada realidade, tais
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adaptações podem ser encontradas nas redes sociais, relatando e ensinando o que
pode reutilizar em um material, sem a necessidade da disposição de alto custo, ou a
aquisição de um novo.
Com o crescimento tecnológico, demanda que os professores se reciclem ou
se atualizem constantemente, pois, nossas crianças estão nascendo em um mundo
que é tecnológico e suas brincadeiras não são mais bonecas e carrinhos feitos de
plásticos ou madeiras, assim, o professor precisa estar acompanhando a tecnologia
que cresce diariamente, e utilizando desses meios, além de ajudando preparo de
suas aulas, auxiliará no processo aprendizagem da criança, como por exemplo: um
software educativo.
Seguindo essa problemática que esta pesquisa fora desenvolvida com o
objetivo de analisar a concepção dos professores sobre a importância da utilização
de softwares educativos na sala de recurso multifuncional.
1 O USO DE SOFTWARE COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL
Segundo Ayres (2009, apud CANAL; OLIVEIRA 2009), a ideia de revolucionar
a educação dentro da sala de aula, levando um maior interesse por parte dos
alunos, é apostada desde a seleção de livros e salas estruturadas até aos meios
informatizados como o computador, que pode proporcionar o acesso às redes
sociais, de informações e a utilização do software educativo.
É importante lembrar que softwares serão considerados como programas
educacionais, a partir de que sejam projetados através de uma metodologia que
insira o programa numa contextualização do processo ensino- aprendizagem, assim,
os softwares educativos são recursos mais atualizados existentes no ambiente
escolar e estão cada dia mais, sendo utilizados pelos profissionais da educação,
despertando a curiosidade e o interesse no desenvolvimento da atividade.
Existe uma gama de softwares educativos que podem ser utilizados para
auxiliar o processo ensino aprendizagem, sendo um complemento na didática
pedagógica do professor, tornando a aula, como já fora relatado, mais atrativa e
facilitando a compreensão por parte dos alunos, além de facilitar a abordagem das
habilidades e competências de cada aula ministrada. Sendo assim, “os professores
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avaliam as mais variadas formas e desempenhos dos alunos, proporcionando a
estimulação do raciocínio lógico, enriquecendo a autonomia dos mesmos”. (BONA,
2009 apud SANTOS, et all, 2012, p.2).
Ao “optar a desenvolver atividades utilizando essa ferramenta, o professor
precisa se capacitar para manejar com sucesso e alcançar todos os objetivos de sua
aula” (VALENTE, 1993, apud SANTOS, et all,2012, p.2).
Sanmya eTajra afirmam que:As escolas que se utilizam dessa modalidade optam pelos diversos softwares disponíveis no mercado, conforme os interesses dos professores que se utilizam da tecnologia da informática como recurso didático pedagógico. “Os professores buscam no mercado os softwares que se adaptam à sua proposta de ensino, sem a preocupação dos repasses de conteúdos tecnológicos.” (2001 apud SANTOS, et all, 2012, p.05).
Segundo Sancho (1998) apud Juca (2006), os softwares são divididos em
algumas categorias; tutorial, exercício e prático, programas de simulação, software
de demonstração, jogo e monitoramento.
A categoria Tutorial permite acessar por meio de ícones, o conteúdo didático.
Essa programação auxilia o aluno passando informações e questionando para a
verificação de aprendizagem e fixação. Assim irá garantir que o aluno interaja de
forma não passiva. Ao errar ou acertar, o programa averigua como processo de
aprendizagem.
Esse software implica nos momentos em que o aluno avança ou quando
precisa repetir as lições. Estes programas são indicados para alunos que possuem
dificuldade de aprendizado, podendo ser repetido várias vezes o mesmo exercício
quando o aluno encontrar alguma dificuldade. O problema é que este software se
limita a exercícios, este não consegue abordar as necessidades ou abordagens do
professor, também, não abrindo campos para melhorar o mesmo, dentro de suas
fragilidades e necessidades. Com desvantagem de este ter baixo potencial de
interação do e com o aluno, acabam se auto limitando e se estagnando a dados pré-
determinados.
Na categoria Exercício e Prático, funcionam como programas que aplicam
questões de uma determinada disciplina, para que os alunos resolvam. Este permite
interação através de perguntas e respostas. É possível, também, que por meio de
outra tecnologia o professor trabalhe em sala de aula um determinado conceito e
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após sua abordagem, execute exercícios que permitam a memorização com o
software. Este mantém registro das respostas certas ou erradas detecta os erros e
auxilia a corrigi-los se adaptando ao ritmo dos alunos e graduando os níveis de
dificuldade.
Nos programas de Simulação, situações reais são apresentadas com
imagens e gráficos, podendo trazer uma proximidade do real e possibilitando que os
alunos tomem decisões e verifique qual será a consequência. Este software auxilia
aprimorar habilidades de matemática, lógica e resolução de problemas.
No Software de demonstração é desenvolvido um sistema de baixa
interatividade, pois, apenas demonstra ao indivíduo as visualizações, no qual este
não poderá interferir. Alguns exemplos são demonstrações de leis da física, inclusão
de gráficos, formula química e dentre outros nas mais variadas disciplinas.
Na categoria Jogo, também pode ter a nomenclatura de educativo ou
heurístico, onde na maioria das vezes o jogador conhece algumas regras, usa
personagens e cria estratégias para alcançar um objetivo pré-determinado. Este é
utilizado para que os iniciantes se familiarizem com o computador.
Os tipos de softwares na maioria das vezes são vídeo games de habilidades
manuais e rápidas, trabalhando com o indivíduo dificuldades de lateralidade ou
deficiência motora. Também existem os exercícios projetados na forma de
competição, os de estratégias, como o gamão ou xadrez, por exemplo, no qual o
competidor oposto pode ser o computado, os de aventuras, fazendo com que os
usuários sejam o protagonista de um espaço geográfico ou histórico.
O Software de Monitoramento faz com que o professor tenha uma noção de
como o seu aluno está se desenvolvendo em uma determinada atividade, e o que
está realmente contribuindo para o seu processo de ensino-aprendizagem, este
ocorre de forma individualizada.
Ao se trabalhar de forma lúdica aplicando jogos e brincadeiras contidas em
software educativo, é proporcionado o ensinar enquanto divertimento, prendendo a
atenção das crianças e as auxiliando no desenvolvimento do indivíduo investigativo
e criativo.
2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
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A metodologia utilizada foi por meio de um questionário para professores
atuantes nas salas de Atendimento Educacional Especializado, contendo 12
questões relacionadas ao tema da pesquisa, contemplando aspectos sobre o uso de
softwares em seus atendimentos, como materiais educativos, que facilitariam o
processo de aprendizagem de alunos com deficiência.
Participaram da pesquisa, 6 professoras com idades entre 23 a 54 anos,
atuantes nas Sala de Recursos Multifuncionais, de uma cidade no interior de São
Paulo.
O questionário foi entregue pessoalmente as professoras, tendo tempo hábil
para responder e entregar.
Ao receber o questionário, foram organizados, lidos e analisados com a
intenção de justificá-los a seguir.
Na leitura destes, embasadas e com traços da literatura de Bona (BONA,
2009 apud SANTOS, et all, 2012, p.2), onde aponta para o uso de software
educativo dentro da sala de recurso como facilitador para o processo de ensino e
aprendizagem, os professores foram questionados sobre o uso de softwares em
seus atendimentos e relataram:
P1: “Sim. Jogos educativos: Bolo virtual (com comando de leituras), jogo da memória (pareamento), sons de animais, associação de imagens, sequência lógica, escrita de frases e pequenos textos, ariê, figuras geométricas e cores”.P2: “Sim. Alfabetização fônica computadorizada; jogos educacionais baixados da internet; coleção dono na escola: audição, linguagem e escrita; S. Voice (libras). Mais utilizado: Alfabetização fônica computadorizada”.P3: “Sim. Ariê, jogos educativos (matemática, bubleshooter), alfabetização fonética, jogo da memória”.P4: “Não”.P5: “Sim. Alfabetização fônica, jogos educativos: coordenação motora, alfabetização português, matemática, caça-palavras, cruzadinha, quebra-cabeça, memória, labirinto, ligue os pontos, colorir, jogo de meninas, jogo de meninos, fabulas, ariê 1 e 2. Há 2 anos”.P6: “Sim. Jogos da memória (cores/ alfabeto), jogo do alfabeto, jogo das vogais, jogo figura/ palavras, jogos de matemática/ jogo da divisão, jogo da adição, jogo de vamos a compra (R$). Mais utilizado: jogo do alfabeto, jogo figuras/ palavras.
Segundo a análise feita em cima das respostas da questão 1, houve retornos
afirmativos para o uso, havendo citação de uma diversidade de softwares educativos
utilizado nos atendimentos aos alunos na sala de recurso multifuncional. Apenas
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uma professora (P4) não faz uso, por não possuir nenhum software disponível em
sua sala de recurso multifuncional.
Conforme aponta a literatura foram encontrados softwares disponíveis
gratuitamente e outros com custos, sendo de baixo, médios e outros relativamente
altos. Dessa maneira as professoras foram indagadas sobre a origem dos softwares
utilizados, obtendo as seguintes respostas.
P1: “São gratuitos, instalados nos computadores das salas de recursos”.P2: “São instalados no computador, notebook, tablet e celular”.P3: “Gratuitos/ sala de recurso”.P4: “Não faço uso de software, porque não estão disponíveis em minha sala de recurso”.P5: “São gratuitos e estão disponíveis na sala de recurso”.P6: “São gratuitos e estão disponíveis na sala de recurso”.
De acordo com as respostas da questão 2, as professoras relataram que os
softwares que utilizam são gratuitos e estes estão disponíveis nas salas de recurso
multifuncionais, facilitando assim o rendimento no atendimento dos alunos, apenas
uma professora (P4) não o faz uso destes, por não possuir nenhum software
disponível em sua sala de recurso multifuncional.
Com o avanço da tecnologia, a tendência da frequência na utilização aumenta a
cada dia, com isso incentiva-se que os professores utilizem cada vez mais esse
recurso, desta forma na questão 3, foi questionado sobre a frequência da utilização
dos softwares educativos.
P1: “Às vezes uma vez na semana, às vezes quinzenal”.P2: “Mais ou menos 10 ou 15 dias”.P3: “Semanalmente”.P4: “Se absteve”.P5: “São utilizados praticamente em todos os atendimentos”.P6: “Utilizo os softwares frequentemente, geralmente procuro sempre utilizá-los, pois com eles consigo muitos progressos com os alunos, tornar o atendimento mais interessante e produtivo”.
Analisando a resposta das professoras, estas confirmam que a utilização de
softwares educativos é frequente e vem de encontro a hipótese levantada.
De acordo com a literatura pesquisada, existem softwares educativos
indicados para auxiliar o processo de ensino aprendizagem de crianças com
deficiência (BRENNAN, 1988, apud PAULO, 2011), dando embasamento para a
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questão 4, cuja formulação versou sobre o conhecimento da professora acerca da
indicação do software.
P1: “É uma estimulação para a área cognitiva, e o uso correto do mouse abrange a coordenação motora fina”.P2: “Para crianças com problemas fonoaudiológicos e crianças com deficiência auditiva”.P3: “Não”.P4: “Se absteve”.P5: “Não”.P6: “Não”.
Ao verificar as respostas nota-se que os softwares utilizados não são
exatamente para alguma deficiência especifica, 48% dos professores utilizam sem
corresponder com a deficiência, apenas 36% utilizam com correspondência para
uma deficiência especifica que não é a mesma descrita pelo fabricante.
Estas respostas pontuam a necessidade de capacitação sobre o uso
adequado dessa ferramenta educacional, que na maioria das vezes são instalados
por técnicos, sem ao menos uma explicação para o professor.
Os softwares têm classificação indicativa de faixa etária e níveis a serem
trabalhadas, assim, as professoras foram questionadas para qual faixa etária
aplicam o software dentro da sala de recurso.P1: “De 4 a 10 anos, que são a idades que eu atendo”.P2: “De 5 a 11 anos, mais ou menos”.P3: “Não tem idade”.P4: “Não uso”.P5: “4 a 10 anos”.P6: “Alunos de 3 anos, 9 anos, 10 anos... Utilizo com todos alunos que frequentam a sala de recursos”.
Analisando as respostas dos professores, verifica-se que a faixa etária
utilizada é bem abrangente dos que utilizam com crianças de três a onze anos, com
a exceção de apenas uma professora (P4),que não faz uso por não possuir nenhum
software disponível para o uso em sua sala de recurso multifuncional.
Tendo em vista o estudo realizado, ”todos os softwares têm um objetivo
especifico, cabe ao professor escolher o software para que o seu objetivo seja
alcançado” (VALENTE, 1993, apud SANTOS, et all, 2012, p.2), dessa forma, nas
questões 6 e 7, as professoras foram questionadas para quais objetivos são
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utilizados e se realmente conseguem atender e evoluir segundo os objetivos
planejados. Observe as respostas das professoras:
P1: “Socialização, recreação, coordenação motora fina, atenção, concentração, percepção, alfabetização, interação-áreas motoras e cognitivas”.P2: “Contribuir para a percepção auditiva dos sons associando-os ao grafema”.P3: “Coordenação motora, memória, atenção e raciocínio lógico”.P4: “Não faço uso”.P5: “Com o objetivo de tornar o momento da aprendizagem mais dinâmica e lúdica”.P6: “Com o objetivo de sanar as dificuldades apresentadas na área em defasagem”.
P1: “Sim”.P2: “Totalmente não”.P4: “Se absteve”.P3: “Sim”.P5: “Sim”.P6: “Sim”.
Em relação às respostas das questões 6 e 7, vimos que cada professor
trabalha com as necessidades individualizadas de cada aluno, onde na maioria das
vezes, seu objetivo é alcançado,apenas uma professora não conseguiu atingir o seu
objetivo.
Dentre todos os softwares pesquisados, existem alguns que permitem um
trabalho interdisciplinar e que pode ser utilizado para trabalhar múltiplas funções
dentro de um mesmo programa (Sancho, 1998 apud Juca, 2006), e embasado nesta
segunda afirmativa, na questão 8, foi perguntado aos professores se o software
utilizado atende todas as necessidades do seu aluno.P1: “Todas as necessidades não. Sempre é conveniente lançar mão de outros recursos para um atendimento mais completo”.P2: “Não, porque é necessário trabalhar a contextualização, então são trabalhados outros recursos”. P3: “Sim”.P5: “Não, eles apenas complementam o processo de ensino aprendizagem”.P6: “Sim”.
Analisando as respostas, verifica- se que duas professoras se sentem
satisfeitas com o uso destes, em favor do aluno. Uma professora diz ser
parcialmente satisfeita, pois acreditam que deve utilizar outros recursos, duas
professoras exibiram respostas negativas, onde relatam que o uso do software é um
complemento para o ensino.
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Existem algumas dificuldades que os professores encontram ao trabalhar com
softwares, alguns fatores são, a dificuldade no manuseio da máquina (computador),
a indisponibilidade do mesmo(FACION et al. apud OLIVEIRA e BARROS 2012, p.
4), desta forma, perguntou-se na questão 9, as dificuldades encontradas.
P1:“Quando é adequado para aquela necessidade, nenhuma dificuldade”.P2: “Como são complementadas com demais atividades, não encontro dificuldade”.P3: “Nenhum”.P4: “Não faço uso”.P5: “Nenhum”.P6: “Não encontrei dificuldade para utilizá-los”.
Em relação às respostas apresentadas, quatro professoras não possuem
nenhuma dificuldade, uma das professoras tem dificuldade quando o software não é
adequado para a necessidade do aluno e apenas uma professora (P4) não faz uso
destes, por não possuir nenhum software disponível para o uso em sua sala de
recurso multifuncional.
Por ser da área da tecnologia, os softwares estão em constantes mudanças e
evoluções. Na questão 10, questionou aos professores, qual a necessidade real de
melhoria nos softwares utilizados?
P1: “Sempre é interessante conhecer tecnologias avançadas, mas a gama de jogos educacionais e vídeos que temos na sala de recurso já é bastante abrangente”.P2: “Não”.P3: “Botão para repetição dos sons (fonética) ”.P4: “Se absteve”.P5: “Não”.P6: “Não”.
As respostas apresentadas pelas professoras mostram que não há
necessidade de melhorias, apenas uma professora que opina em relação a um item
de necessidade, sendo este de praticidade de uso do mesmo.
O software tem sido bastante utilizado por chamar a atenção dos alunos, por
suas cores, sons, imagem e seu conteúdo (OLIVEIRA e SPINARDI, 2009,apud
MORIMOTO, SAMESHIMA e THOMAZ, 2015), assim, de acordo com esta afirmação
relata aos professores na questão 11, se o aluno gosta de trabalhar com esse
software?
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P1: “Gostam muito”.P2: “Sim”.P4: “Se absteve".P3: “Sim”.P5: “Sim, eles preferem as atividades que são desenvolvidas com o auxílio dos mesmos”.P6: “Sim, gosta muito”.
Conclui-se a partir da análise das respostas, que o uso de software é
satisfatório no decorrer da atividade, favorecendo o desenvolvimento no momento
do ensino-aprendizagem, confirmando mais uma vez a validação da nossa hipótese.
“Os benefícios encontrados nos softwares utilizados são muito amplos,
conseguindo trabalhar de forma lúdica e/ou até profissionalmente um determinado
assunto” (NUNES, 2008, p.46). Sendo assim finalizamos nosso questionário
indagando sobre os maiores benefícios no uso do software.P1: “A impressão que fica é que os alunos se interessam muito, porque trata- se da realidade deles. Portanto, mistura o pedagógico com o lúdico”. P2: “São atrativos, trabalham a percepção visual e auditiva e a criança aprende de forma lúdica”.P3: “Ele estimula os alunos a realizarem as atividades com mais entusiasmo”.P4: “Não uso”.P5: “O uso do software torna dinâmica e lúdica o processo do ensino aprendizagem, sai da rotina da sala de aula, proporciona aquisição de conhecimento de maneira prazerosa”. P6: “Os maiores benefícios são:- Os alunos gostar e se mostram muito interessados quando se trabalha com softwares;- As aulas se tornam mais interessantes;- “Os conteúdos são melhores assimilados através dos mesmos”.
Os professores descrevem que o maior benefício é a junção do conteúdo com
a ludicidade obtendo, desta forma, um maior aproveitamento do tempo de
atendimento em sua sala de recursos multifuncionais, e apenas uma professora (P4)
não faz uso destes, por não possuir nenhum software disponível para o uso em sua
sala de recurso multifuncional.
Através da análise do questionário aplicado, as professoras que realizam
atendimentos nas salas de recurso multifuncional, responderam que utilizam os
softwares específicos, porém esses muitos limitados, sendo estes: a Alfabetização
fônica e jogos educativos.
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CONCLUSÃO
Através da pesquisa realizada, conclui-se que a utilização do software
educativo para alunos com deficiência, traz inúmeros benefícios, como a facilidade e
acessibilidade no entendimento do aluno para com o conteúdo apresentado, o
interesse passa a ser maior por meio desse recurso tecnológico, pois os sons e suas
cores farão com que haja um destaque e cative a criança; as imagens chamativas,
abordando o lúdico, despertarão nas crianças a curiosidade, trabalhará a
coordenação motora fina, atenção e interpretação, tornando a atividade lúdica e
prazerosa.
O professor precisa fazer e ser o intermediário do e com os alunos para que o
haja uma evolução no desenvolvimento do ensino- aprendizagem, para que assim,
alcancem o objetivo proposto.
Desta forma, os professores vendo um avanço significativo ou simplesmente
um pequeno desenvolvimento de seu aluno, durante os atendimentos, se sentirão
motivados e seu trabalho terá maior resultado fazendo com que busquem cada dia
mais usar essa ferramenta durante as aulas e se aprofundem nos conteúdos,
adequando assim a necessidade de cada aluno, obtendo sucesso em seus
atendimentos.
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