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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas CAMPUS DE DRACENA PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS Relatório final do projeto de pesquisa apresentado a Fundação Agrisus. Responsável: Profa. Dra. Pâmela Gomes Nakada Freitas DRACENA – SP julho– 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas

CAMPUS DE DRACENA

PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS

Relatório final do projeto de

pesquisa apresentado a

Fundação Agrisus.

Responsável: Profa. Dra. Pâmela Gomes Nakada Freitas

DRACENA – SP

julho– 2019

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1 RESUMO DO PROJETO

É necessário preservar o meio ambiente para todas as gerações do planeta terra, e

devido ao aumento da emissão de carbono na atmosfera, a temperatura tem aumentado,

e intensificado o problema do efeito estufa, que tem prejudicado as lavouras, com

temperaturas elevadas, como também na desuniformidade e menor precipitação. O

cultivo em sistema de plantio direto vem de encontro a auxiliar neste problema, pois

sem revolvimento do solo, não ocorre liberação de carbono do perfil do solo, além de

reduzir a evapotranspiração. Este manejo já é mais difundido em grandes culturas, mas

ainda recente em hortaliças, com isto, é que se objetivou implantar coberturas vegetais

na produção de repolho e pepino em sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH) na

região Oeste Paulista. O experimento foi em delineamento de blocos casualizados, com

parcela subdividida e quatro repetições. No outono-inverno, os tratamentos consistiram

de três coberturas vegetais nas parcelas (tremoço, aveia preta, 70% de tremoço + 30%

de aveia preta), e dois sistemas de cultivo na subparcela (plantio direto e convencional),

após o desenvolvimento das coberturas vegetais até início do florescimento, as plantas

foram roçadas, e posterior transplantio de repolho. Na época da primavera-verão, após a

colheita do repolho, foram plantados nas parcelas: estilosantes, milheto, e a mistura de

70% de estilosantes + 30% de milheto, e nas subparcelas, os mesmos preparos de solo, e

posterior transplantio de mudas de pepino. As características de solo avaliadas foram:

atributos químicos: pH, H+Al, Al, P, K, Ca, Mg, MO, CTC, SB, V%; atributos físicos:

granulometria (areia, silte, argila), umidade gravimétrica do solo, porosidade total

(microporosidade e macroporosidade), densidade do solo, resistência do solo, taxa de

infiltração de água, agregados; macrofauna do solo e determinação de matéria seca das

coberturas vegetais. As características de produção avaliadas foram: do repolho:

diâmetro, altura e massa fresca da "cabeça", e produtividade; do pepino: altura de planta,

comprimento, diâmetro e massa dos frutos, número de frutos por planta, e produtividade.

Os dados foram submetidos a análise de variância, e quando houve diferença

significativa, foi aplicado teste de Tukey para as coberturas vegetais, e teste t para os

sistemas de plantio, todos ao nível de 5% de probabilidade.

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2 RESUMO DO PRESENTE RELATÓRIO

Este trabalho estudou coberturas vegetais na produção de repolho e pepino em

sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH) na região Oeste Paulista. Já foi avaliado

na época de outono-inverno três coberturas vegetais (tremoço, aveia preta, 70% de

tremoço + 30% de aveia preta), e dois sistemas de cultivo (plantio direto e

convencional), após o desenvolvimento das coberturas vegetais até início do

florescimento, as plantas foram roçadas, e posterior cultivo de repolho. Na época da

primavera-verão, após a colheita do repolho, foram plantados adubos verdes:

estilosantes, milheto, e a mistura de 70% de estilosantes + 30% de milheto, e os mesmos

preparos de solo, e posterior transplantio de mudas de pepino, condução da cultura,

colheita dos frutos, coleta física do solo após a retirada da cultura e análise estatística

dos dados, portanto este estudo se encontra finalizado. Portanto, houve maior produção

de repolho cv. Sooshu no sistema de plantio convencional; maior cobertura do solo com

a aveia preta; maior macrofauna em sistema de plantio convencional com adubação de

tremoço branco e em sistema de plantio direto com a mistura de 70% tremoço branco +

30% aveia preta; maior rendimento de pepino aodai em sistema de plantio direto

adubado com milheto e mistura de 70% estilosantes + 30% milheto; o milheto

apresentou maior acúmulo de nutrientes nas camadas de 0-20 e 20-40 cm, porém ainda

é cedo para afirmar uma melhora do solo diante dos tratamentos; os sistemas de preparo

e as plantas de cobertura utilizados não influenciaram os atributos do solo ao longo do

tempo; a porosidade do solo e o diâmetro médio ponderado foram influenciados pelas

épocas de coleta; a densidade do solo, resistência do solo a penetração e a infiltração de

água no solo reduziram e a macroporosidade aumentou após o cultivo das plantas de

cobertura; o plantio convencional proporcionou melhor aeração do solo, principalmente

na camada superficial; em todos os atributos físicos do solo, a adubação com aveia preta

resultou em melhores valores indicando melhor qualidade física.

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3 INTRODUÇÃO

O governo federal vem investindo e incentivando fortemente na agricultura

sustentável, assim se propôs voluntariamente durante a 15ª Conferência das Partes

(COP-15) em Copenhague no ano de 2009, a redução entre 36,1% e 38,9% das

emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2020, devendo reduzir em torno de um

bilhão de toneladas de CO2 equivalente (BRASIL, 2012). E para alcançar seu objetivo,

o governo propôs um conjunto de medidas que foi aprovado em maio de 2011 surgindo

O Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). Este foi estruturado em sete

Programas, dentre eles, a de ampliar o uso do Sistema Plantio Direto (SPD) em 8

milhões de hectares, com Potencial de Mitigação por redução de carbono de 16 a 20

milhões Mg CO2 eq (BRASIL, 2012). Neste sentido é que este projeto se propõe a

contribuir com ações que favoreçam atingir esta meta, implantando um sistema de

produção sustentável, adotando o sistema de plantio direto em hortaliças.

Diante das mudanças climáticas há que se ressaltar a contribuição do sistema de

plantio direto, pois segundo Gassen e Gassen (1996) relataram que no início dos anos

90, houve evidências de que a liberação de CO2 em solos arados, cultivado no sistema

convencional de produção, foi superior ao volume de gases emitidos pelo consumo de

combustíveis fósseis. O teor de carbono total é um importante indicador de

sustentabilidade e de qualidade do solo, e quanto maior a intensidade de revolvimento

com a aração, maior é sua perda na forma de dióxido de carbono, além de promover o

aquecimento da superfície pela exposição à radiação solar, contribuindo para o aumento

do efeito estufa. No SPD, com palhada em cobertura, há uma reflexão da radiação solar,

reduzindo a perda de carbono, na forma de CO2, influenciando diretamente na redução

do efeito estufa.

O Sistema Plantio Direto (SPD) no Brasil, tem quase 50 anos de implantação e

iniciou se em 1970, nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, atualmente adotado em

quase todas as regiões do Brasil, no tocante a produção de grãos. Inicialmente o SPD foi

considerado tecnologia para grandes produtores, no entanto, o IAPAR (Instituto

Agronômico do Paraná) e a Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e

Extensão Rural) do Paraná, promoveram, e vem promovendo adequação e adoção da

tecnologia para pequena propriedade para produção de hortaliças (SPDH- Sistema de

Plantio Direto para Hortaliças), o que ainda não foi difundido na região do Oeste

Paulista, sobretudo na microregião do município de Dracena.

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Estudos no SPD tem sido alvo de constantes pesquisas, causas atribuídas às suas

inúmeras vantagens, tais como: redução de gases que aumentam o efeito estufa devido

ao não revolvimento do solo; diminuição da mecanização reduzindo liberação de

monóxido de carbono; evita erosão e compactação do solo; com aumento de cobertura

vegetal sobre o solo: diminui evapotranspiração reduzindo turno de rega em até 30%,

melhor drenagem, regulação térmica proporcionada pela palhada com redução dos

extremos de temperatura em até 10ºC na superfície do solo, controle de plantas daninhas;

aumento de matéria orgânica, promovendo estruturação com formação de agregados do

solo, maior CTC (Capacidade de Troca Catiônica), aumento da microbiota para

ciclagem de nutrientes; dentre outros (LIMA; MADEIRA, 2013).

Uma das questões de grande preocupação é a quantidade de água potável, e sem

ela não há comida, e nem vida na Terra. Isto não deveria trazer preocupações, devido

70% do planeta ser coberto por água, porém aproximadamente 97,5% é salgada, estando

disponível menos de 3% de água doce, e apenas 0,4% estão na superfície dos solos

(CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005). E de acordo com a Unicef (Fundo das Nações

Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso, que

segundo Meirelles (2000) relata que a irrigação corresponde a 73% do consumo, 21%

nas indústrias e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico, neste sentindo pode

ocorrer crise hídrica em futuro próximo.

Um dos setores de maior consumo de água para irrigação é a horticultura, onde a

olericultura se insere, requisitando irrigação diariamente, uma ou duas vezes ao dia

dependendo do clima e região. No contexto de otimização da água na agricultura, o SPD

é o manejo mais adequado por aumentar a matéria orgânica no perfil e na superfície do

solo, aumentando a retenção de água (MAROUELLI et al., 2010).

Em grandes culturas já existem várias pesquisas conduzidas no sistema de

plantio direto, como em feijão (STONE, MOREIRA, 2000; ANDRADE et al., 2002;

STONE et al., 2006; BIZARI et al., 2009), milho (LARA CABEZAS et al., 2000;

AMADO et al., 2002; CERETTA et al., 2002; CAIRES et al., 2006; SILVA et al.,

2006), soja (CAIRES et al., 2000; CAIRES et al., 2006; FLORES et al., 2007; KLEIN,

CAMARA, et al., 2007), trigo (ABREU et al., 2003; DA ROS et al., 2003; BRAZ et al.,

2006; TEIXEIRA FILHO et al., 2010), embora ainda há que se pesquisar.

Por outro lado, o Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) é um fato

relativamente recente, surgindo os pioneiros próximos do ano 2000, portanto, ainda são

poucos os trabalhos e ainda há muito que ser estudado. Alguns trabalhos já foram

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desenvolvidos, como em alface americana (HIRATA et al., 2014), berinjela (CASTRO

et al., 2005; LIMA et al., 2012; ECHER et al., 2016), beterraba (PURQUERIO et al.,

2009; FACTOR et al., 2010), brócolis (MELO et al., 2010), cebola (SOUZA et al., 2013;

LOSS et al., 2015), cebolinha (ARAÚJO NETO et al., 2010), coentro (TAVELLA et al.,

2010), repolho (MAROUELLI et al., 2010),tomate (MAROUELLI et al., 2000;

HIRATA et al., 2009; KIELING et al., 2009; SILVA et al., 2009), no entanto, vale

ressaltar que a dinâmica da palhada e ciclagem de nutrientes é muito variável, conforme

a posição geográfica do campo de produção, sendo influenciado pelo clima, fauna, pelos

atributos físicos e químicos do solo, altitude, relevo, dentre outros que são altamente

variáveis de região para região.

Como já mencionado sobre as vantagens da presença de palhada sobre o solo,

foi observado por Silva et al. (2009), que estudaram o cultivo isolado e consorciado de

adubos verdes: Crotalaria juncea, Stizolobium aterrimum, Pennisetum glaucum, C.

juncea + P. glaucum, C. juncea + S. aterrimum, P. glaucum + S. aterrimum, para

formação de palhada no cultivo de tomate rasteiro, e obtiveram maior supressão de

plantas daninhas quando a palhada utilizada foi P. glaucum (milheto) devido a maior

produção de massa seca (23,8 Mg ha-1), tanto em cultivo solteiro ou consorciado, e

independente da espécie, não houve diferença significativa na produtividade do

tomateiro. Já na produção da beterraba em plantio direto, houve produtividade superior

sobre palhada da mistura de milheto + crotalária, não diferindo do milheto, que foi

cultivado em solteiro (FACTOR et al., 2010). Em outro trabalho com tomateiro, foram

testadas a aveia preta, ervilhaca e nabo forrageiro em sistemas de cobertura solteiros e

consorciados, e as espécies que mais produziram matéria seca foram: aveia + ervilhaca

e aveia solteira, e mesmo assim não houve diferença significativa na produção de

tomate independente dos tratamentos (KIELING et al.,2009).

Na questão de uso da água, como mencionado por Meirelles (2000), a irrigação

corresponde a 73% do consumo da água doce disponível, e devido às mudanças

climáticas esta fonte esgotável está reduzindo, e portanto, deve ser utilizada com bom

senso, e economizando na medida do possível. E na agricultura, uma das formas de

contribuir, é a utilização de plantas de cobertura no sistema de plantio direto, e quanto

maior a quantidade de matéria seca sobre o solo, como o milheto (SILVA et al., 2009) e

a aveia preta (KIELING et al., 2009), maior é a retenção e menor a evaporação de água.

Mais uma vez retratando a maior retenção de água no solo devido a cobertura

vegetal em plantio direto, no trabalho de Marouelli et al. (2010), os autores produziram

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repolho sobre quatro quantidades de palha de milho (0,0, 4,5, 9,0, 13,5 Mg ha-1 de

matéria seca) e detectaram economia de água em até 13% da lâmina de água aplicada

em todo ciclo da cultura quando comparado a área sem palhada. E a economia foi maior

ainda durante os primeiros 30 dias após o transplantio das mudas, atingindo 28%. Por

outro lado, os tratamentos não influenciaram na produção do repolho, mesmo na área

sem palhada.

Diante de todos esses benefícios mencionados, e resultados de trabalhos

favoráveis à adoção de cobertura vegetal em plantio direto, e devido à inexistência de

resultados de pesquisa em plantio direto de repolho e pepino no Oeste Paulista, que se

desenvolve este projeto no município de Dracena-SP.

4 OBJETIVO

Portanto, objetivou-se encontrar a melhor opção de adubação verde para o solo e

formação de palhada através da implantação de diferentes combinações de coberturas

vegetais na produção de repolho e pepino em sistema de plantio direto de hortaliças

(SPDH) na região Oeste Paulista.

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Localização e características da área experimental

O experimento foi desenvolvido na Universidade Estadual Paulista/ Faculdade

de Ciências Agrárias e Tecnológicas (UNESP/FCAT), localizada no município de

Dracena-SP, região Oeste Paulista (Latitude - 22º 39`42", Longitude - 50º 24`44" e 421

m de altitude). O clima de Dracena, segundo a classificação de Köeppen é Aw (tropical

semi úmido) (ROLIM et al., 2007), com temperatura e amplitude térmica média ao

longo do ano de 22,1°C e 6,9°C, respectivamente, e as precipitações são desuniformes

ao longo do ano, contemplando de 29 mm em agosto, mês de menor precipitação, ao

passo que em janeiro é o de maior, com pluviosidade média anual de 1.204 mm

(CLIMATE-DATA.ORG). O solo é um argissolo predominantemente arenoso, com

10,5, 7,3 e 82,2% na camada de 0-20 cm, e 14, 7,1 e 78,8% na camada de 20-40 cm, de

argila, silte e areia, respectivamente.

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5.2 Delineamento experimental e tratamentos

Foram realizados dois cultivos de hortaliças em rotação de cultura com

diferentes coberturas vegetais em duas épocas, com a primeira etapa de outono/inverno

com o cultivo de aveia preta e tremoço branco como adubos verdes e cobertura vegetal

em sucessão da cultura do repolho, e de primavera/verão, com semeadura do milheto e

estilosantes, em sucessão da cultura do pepino. Os tratamentos foram em delineamento

de blocos casualizados com parcela subdividida e quatro repetições. A área

experimental totalizou 800 m² (25 x 32 m).

5.3 Manejo

Feita a análise de solo (tabela 1), verificou-se a necessidade de calagem em área

total, aplicando-se no dia 10 de maio de 2018, 1 t ha-1 para elevar a saturação por base a

80% (necessidade para a cultura do repolho). Assim, espalhou-se o calcário dolomítico

seguindo de aração e gradagem. Também houve a necessidade de fazer a fosfatagem,

pois o nível de fósforo estava muito baixo com 3 mg dm-3, e para elevar e atender a

necessidade do repolho (cultura posterior aos adubos verdes) cuja demanda é de 400 kg

ha-1 (P2O5), foi aplicado o Biorin® (00 - 18 - 00 + 15% Ca). O plantio direto é um

sistema conservacionista e sustentável, que não permite revolvimento do solo uma vez

implantado, assim optou-se por adicionar condicionador de solo na área experimental

principalmente pelo tipo de solo da área que é arenoso, afim de beneficiar a microbiota

bem como aumentar a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e a qualidade física do

solo, portanto, foi aplicado 500 kg ha-1 de Ribumin® apenas nos canteiros para garantir

um bom desempenho das culturas.

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Imagem 1. Aplicação de Ribumin® sobre os canteiros, 2018.

Com o solo já preparado, anteriormente a semeadura, no dia 15/05/2018 foi

realizado o teste de tetrazólio nas sementes de adubo verde (Imagem 2). Este teste

consiste em imergir as sementes em solução de sal de tetrazólio com o tegumento

rompido para observação do eixo embrionário, contabilizando, de acordo com sua

coloração, o número de sementes viáveis para correção do volume a ser lançado em

campo. Sendo os resultados obtidos: 96% de germinação para o tremoço branco e 85%

para a aveia preta, a recomendação de semeadura para as culturas de cobertura foi de 85

e 60 kg ha-1, respectivamente, feito ajuste dos valores de semeadura para garantir 100%

de germinação a campo. No dia 18/05/2018 três coberturas vegetais de outono/inverno

foram semeadas nas parcelas da área experimental, (tremoço branco, aveia preta e 70%

de tremoço branco + 30% de aveia preta), subdivididas em dois sistemas de cultivo,

sendo eles: sistema de plantio direto e sistema convencional (Imagem 3).

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Imagem 2. a) Umedecimento de sementes de aveia preta para o teste de tetrazólio, b)

umedecimento de sementes de tremoço branco para o teste de tetrazólio, c) teste de

tetrazólio em sementes de aveia preta, d) teste de tetrazólio de sementes de

tremoçobranco, e) avaliação do teste de tetrazólio, 2018.

Imagem 3. Semeadura dos adubos verdes: tremoço branco, aveia preta, 70% de

tremoço branco + 30% de aveia preta, 2018.

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A irrigação da área foi feita por gotejamento com uma fita por canteiro.

No dia 27/07/2018, 70 DAS (dias após a semeadura), com a abertura das flores

(Imagem 4a), os adubos verdes foram roçados e triturados com o triturador de palha

horizontal Triton (imagem 5), que tem a capacidade de proporcionar uma maior

uniformidade no manejo da fitomassa quando comparado à roçadora, o que é muito

importante, já que no processo de trituração da palha é necessária a obtenção de

fragmentos uniformes e compatíveis ao processo de semeadura (BRANCALIÃO, 2006).

A palhada permaneceu 15 dias em repouso sobre o solo antes do plantio do repolho

(Imagem 4b).

Imagem 4. a) Adubo verde no ponto de roçagem, b) área experimental pronta para o

recebimento das mudas de repolho, 2018.

Também com o implemento Triton foi preparado o solo na parcela convencional

incorporando a palhada no perfil do solo ao revolvê-lo (Imagem 5).

Imagem 5. a) Implemento Triton visão frontal. b) Lâminas do triturador horizontal

Triton.

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Durante este período de pousio da palhada foram realizadas as análises

necessárias para quantificação dos benefícios da adubação verde sobre a área cultivada.

No dia 01 de agosto foi realizada coleta de palhada que foi armazenada em sacos de

papel devidamente identificados e colocada em estufa a 65 °C por 72 horas. Após este

período, aferiu-se a massa e calculou-se a média dos tratamentos (Imagem 6).

Imagem 6. Palhada secando em estufa.

As coletas de solo para análise química foram feitas no dia 30 de agosto e

enviadas para análise em laboratório de solos na UNESP de Ilha Solteira, os resultados

(Tabela 5) posteriormente, foram utilizados no cálculo de adubação para a cultura do

repolho. Já as amostras de solo para análise física foram coletadas nos dias 17 e 18 de

agosto de 2018 e analisadas no próprio campus por integrantes do grupo de solos da

universidade. As características de solo que estão sendo avaliadas no experimento são:

atributos químicos do solo: pH, H+Al, Al, P, K, Ca, Mg, MO, CTC, SB, V% (RAIJ et

al., 2001); atributos físicos do solo: umidade gravimétrica do solo, porosidade total pela

saturação do solo (volume de poros totais do solo ocupado pela água), a

microporosidade pelo método da mesa de tensão com coluna de água de 0,060 kPa, e a

macroporosidade será calculada por diferença entre a porosidade total e a

microporosidade, densidade do solo pelo método do anel volumétrico (EMBRAPA,

1997), resistência do solo à penetração será utilizado penetroLOG (modelo Falker,

Automação Agrícola), taxa de infiltração de água será determinada usando o mini-

infiltrômetro de disco (ZANG, 1997), agregados: distribuição, estabilidade em água e

diâmetro médio ponderado (ANGERS; MEHUYS, 2000).

Também no dia 17 de agosto foi realizada coleta de solo para análise de

macrofauna (Imagem 7). A coleta foi feita segundo metodologia recomendada

(ANDERSON; INGRAN, 1993), com uma ferramenta de aço (25 cm x 25 cm de lado e

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10 cm de profundidade). Em seguida, as amostras foram passadas por peneira de solos

com tela de 2 mm. Os indivíduos maiores que a peneira se mantinham retidos na tela e

foram contados manualmente.

Imagem 7. a) Coleta de solo para macrofauna, b) avaliação da macrofauna, 2018.

Realizadas as análises, fez-se o preparo da área para o transplantio das mudas de

repolho cv. Sooshu.

Para a adubação de plantio, através da análise química de solo (Tabela 1) da área

foram calculadas as quantidades que atendessem as exigências da cultura (40-300-100

kg ha-1) (FILGUEIRA, 2008), além de 12,5 t ha-1 de esterco de galinha (Tabela 2).

Tabela 1. Análise química do solo após a roçagem das parcelas com adubo verde: aveia

preta, aveia+tremoço branco, tremoço branco, 2018.

Área (0-20 cm)pH Presina M.O. H+Al Al K Ca Mg SB CTC V m

(CaCl2) mg dm-3 g dm-3 mmolc dm-3 % %

aveia preta 5,7 135 17 15 0 2,9 31 16 49,9 64,9 77 0

aveia preta+tremoçobranco 6 35 20 12 0 4 25 14 43 55 78 0

Tremoço branco 5,1 96 16 18 1 4,2 22 12 38,2 56,2 68 3

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Tabela 2. Adubação de plantio para a cultura do repolho.

Fertilizante Dose Data deaplicação

Modo deaplicação

Esterco de aves 1,250 kg m linear-1 13/08/2018 Manual

Ureia 0,0088 kg m linear-1 15/08/2018 Manual

Superfosfatosimples

70% tremoçobranco+30%aveia preta–0,00122 kg m linear -1

Tremoço branco– 0,00445 kg m linear-1

16/08/2018 Manual

Não foi necessária a aplicação de fósforo no tratamento contendo só aveia preta,

já que é o macronutriente menos extraído pela cultura (PRIMAVESI et al., 1999), e

ainda se apresentava em quantidades suficientes para o plantio do repolho.

O transplantio das mudas de repolho foi realizado no dia 31 de agosto, cerca de

quinze dias após a adubação de plantio no espaçamento 0,6 x 0,6m (Imagem 8).

Nos dias consecutivos ao transplantio, as mudas de repolho sofreram diversos

ataques de pragas, sendo elas, em sua maioria, formigas e lagartas, por isso foi

necessária a aplicação de produtos fitossanitários de controle. Além disso, algumas

mudas, secaram, devido ao forte sol na semana de transplantio. É interessante ressaltar

que das mortes por dessecação, nenhuma aconteceu na parcela de plantio direto,

provavelmente devido a palhada não incorporada no sistema que ajudou a manter a

temperatura do solo amena e umidade em níveis satisfatórios.

Imagem 8. a) Muda de repolho, b) transplantio das mudas de repolho, 2018.

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Os ataques e a intensidade solar causaram severos danos e até a morte de

algumas mudas, por isso, foi necessário o replantio nos dias 12 e 14 de setembro de

2018.

Para adubação de cobertura, a recomendação foi apenas nitrogênio com

aplicação manual, parcelada em duas vezes nos dias 03 e 17 de outubro (33 e 47 DAT,

respectivamente) com dosagem idêntica a de plantio: 8,88 g metro linear-1.

No dia 25 de outubro, foi feita aplicação de boro (ácido bórico) via foliar na

dose de 1,0g L-1, além disso, na mesma aplicação, foi adicionado a mistura 1 mL L-1 de

Barrage®, para controle de lagarta rosca (Agrotis ypsilon) (Imagem 9) e 1,5 mL L-1 de

espalhante Haiten®, devido a grande cerosidade das folhas de repolho. Foram realizadas

também, duas aplicações de 1,0g L-1 de molibdênio (molibdato de sódio + 1,5 mL L-1 de

espalhante Haiten®) nos dias 11 de outubro e 08 de novembro (41 e 69 DAT,

respectivamente).

Algumas plantas foram atacadas por pulgões (Myzus persicae) e para que uma

disseminação na área experimental fosse evitada, foi feita aplicação do óleo de Neem no

dia 17 de outubro de 2018 (47 DAT).

Foi necessária capina da área no dia 22 de outubro e o último manejo antes da

colheita foi a aplicação de fosfito de potássio + espalhante Haiten®, em 12 de

novembro de 2018.

Imagem 9. Lagarta rosca seccionando mudas de repolho, 2018.

Finalizando o ciclo de outono\inverno, os repolhos foram colhidos (Imagem 11),

avaliados (Imagem 12) e encaminhados para doação no dia 19 de novembro para os

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asilos públicos de Dracena: Casa dos velhos Obras unidas sociedade de São Vicente de

Paula (Imagem 10 a) e Lar Beneficente Sã doutrina espiritual do sétimo dia de Dracena

(Imagem 10 b).

Imagem 10. a) Doação de Repolhos para Casa dos velhos Obras unidas sociedade de

São Vicente de Paula. b) Lar Beneficente Sã doutrina espiritual do sétimo dia de

Dracena, 2018.

Imagem 11. Repolhos após a colheita, 2018.

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Imagem 12. a) Pesagem dos repolhos. b) medição do diâmetro da cabeça dos repolhos,

2018.

No dia 25 de novembro foi realizada coleta de solo para análises química e física,

as amostras foram retiradas do solo da mesma forma que as coletas anteriores.

Em 12 de dezembro, com a tobata foi feito preparo mecânico do solo em área de

plantio convencional e capina no sistema de plantio direto para que no dia seguinte, 13

de dezembro, fosse realizada a semeadura dos adubos verde de primavera/verão. As

recomendações de semeadura foram: milheto de 200kg.ha-1e para o estilosantes 3,5 kg

ha-1. Considerando-se 95% de germinação para ambas as culturas foram feitos os

cálculos de correção, sendo enfim semeadas as culturas nos espaçamentos de 0,15 x

0,15m e 0,40 x 0,40m, respectivamente. Em 04 de fevereiro os adubos verdes foram

derrubados manualmente com enxadas e deixados sobre o solo para secagem natural.

Foi realizada a coleta de palhada em doze pontos da área no dia 11 de fevereiro,

as amostras foram colocadas para secagem em estufa a 65 °C por 72 horas para

mensuração da massa seca, realizada em 14 de fevereiro.

Em 15 de fevereiro foram coletadas amostras de solo para as análises químicas e

de macrofauna (Tabelas 25-33).

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Imagem 13. Análises físicas de solo a)Mesa de rotação b) Penetrolog em campo, 2019.

As coletas de solo para análise química foram feitas no mesmo dia (15/02/19),

ensacadas e enviadas para análise em laboratório de solos na UNESP de Ilha Solteira, os

resultados foram utilizados no cálculo de adubação para a cultura do pepino (Tabela 3).

Após a secagem natural dos adubos verde foi feita a adubação no dia 26 de

março para o transplantio do pepino, e no dia seguinte foi realizado o preparo do solo

(aração) nas parcelas de plantio convencional com o microtrator motocultivador (tobata).

Já nas parcelas de plantio direto foi realizada a capina manual para a eliminação de

plantas daninhas competidoras e de restos de raízes do milheto e estilosantes.

Tabela 3. Adubações durante a condução do pepino, 2019.

Data de Aplicação Modo de Aplicação Fertilizante Dose

26/03 Manual - Adubação de

plantio

Esterco ovino e NPK

(04-14-08)60,8 g/m²

26/04 Manual - Adubação de

cobertura

Uréia 7,5 g/m²

08/05 Manual - Adubação de

cobertura, 1° parcela.

NPK (20-5-20) 34 g/m²

15/05 Manual - Adubação de

cobertura, 1° parcela.

NPK (20-5-20 34 g/m²

Em 15 de março foram semeadas cinco bandejas de pepino cultivar comum

(Imagem 14), pertencente ao grupo aodai, com hábito de florescimento monoico (flores

unissexuadas masculinas e femininas na mesma planta - Imagem 21) que permaneceram

em casa de vegetação com duas irrigações manuais diárias até o transplantio, realizado

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no dia 01 de abril manualmente com a ajuda de marcadores, no espaçamento de 0,5 x

0,5 m entre plantas (Imagem 15).

Imagem 14. a) bandejas de pepino. b) pepino em célula isolada, 2019.

Imagem 15. a) Transplantio do pepino em sistema convencional, b)pepino em sistemade plantio direto, 2019.

O pepino é uma planta da família das curcubitáceas, tem como características ser

anual, de hábito trepador, e crescimento indeterminado, com gavinhas de sustentação

que crescem em espiral, com caule não lenhoso. Existem dois tipos de cultivo do pepino,

em sistema rasteiro e o cultivo tutorado, onde as plantas crescem na vertical como foi

adotado nesse estudo.

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Devido a facilidade para os tratos culturais como as podas, por exemplo, e uma

maior sanidade das plantas, foi realizada a construção da estrutura de tutoramento

(Imagem 16a), e 20 dias após o transplantio iniciou-se o tutoramento das plantas que foi

feito com fitilhos (Imagem 16b), envolvendo todo o ramo principal para promover

maior estabilidade em relação a ventos e perturbações, evitando o tombamento e contato

da planta com o solo. Semanalmente foi realizada a poda com desbrota até o quinto nó,

e a partir deste, deixavam-se os ramos secundários mas com apenas três folhas.

Imagem 16. a) área de plantio com estrutura de tutoramento, b) Pepinos crescendo com

a ajuda dos fitilhos.

Essa cultura apresenta grande suscetibilidade a diversas pragas e doenças,

principalmente viroses. A Anvisa (Agência nacional de vigilância sanitária) divulgou no

ano passado (2018) um estudo onde o pepino é o terceiro alimento que mais apresenta

resíduos de defensivos agrícolas no Brasil, perdendo apenas para o pimentão e a uva.

Isso se deve a sensibilidade excessiva dessas culturas a pragas e doenças em campo

levando a necessidade de aplicações constantes de fungicidas e inseticidas para manter

as plantas produzindo por mais tempo e com maior qualidade.

No presente experimento, as plantas de pepino apresentaram diversos sintomas

de doenças além da presença de pragas em campo.

Pragas e doenças presentes na cultura do pepino:

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Mancha de leandria ou mancha zonada é uma doença responsável por diversas

perdas em curcubitáceas, é causada por um fungo: Leandria momordicae que em

condições ambientais favoráveis ao seu crescimento que são altas temperaturas e

umidade relativa, pode causar grandes perdas. Os sintomas aparecem primeiramente nas

folhas velhas em forma de lesões pequenas circulares ou angulares com centro

amarelado e bordas marrom (Imagem 17a). As áreas afetadas em estágio avançado

(Imagem 17b), necrosam e caem. A disseminação desse fungo ocorre através do vento e

respingos de irrigação, como este experimento é a campo aberto mas com irrigação por

gotejamento acredita-se que o vento foi o responsável pela propagação da doença.

Imagem 17. a) Mancha de leandria em estádio inicial, b)mancha de leandria

apresentando necrose em estádio mais avançado. Para o controle deste fungo foi

utilizado o fungicida cercobim.

Percevejo da família Coreidae, Leptoglossus gonagra:

Este é um inseto sugador, mede 20 mm de comprimento, suas pernas posteriores

são alargadas e as tíbias possuem expansões laterais em forma de folha, conhecidos

como percevejos perna de folhas (Imagem 18a), sua saliva é tóxica e são fitófagos ataca

ramos e frutos novos, sugando-lhes a seiva, em consequência, as plantas ficam

depauperadas e sua produção pode ser prejudicada (CARRANO-MOREIRA et al.,

2015) (Imagem 18b).

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Imagem 18.a) Inseto Leptoglossus gonagra nas plantas de pepino, b) fruto danificadopela toxidez de sua saliva.

Foram utilizados inseticidas naturais e químicos para o controle desse inseto

praga (Tabela 4), já que ele também pode contribuir com a proliferação de viroses em

campo (Imagem 19).

Viroses:

Também foram identificados sintomas de viroses em algumas plantas em campo,

sendo necessária a retirada completa dessas pois a única forma de controle do vírus é o

manejo cultural e evitar a população de insetos transmissores, já que não existem

produtos para o controle de vírus.

Imagem 19. a) folha virótica, b) fruto com sintoma da virose, 2019.

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Sendo assim, foi necessária a aplicação de diversos produtos fitossanitários nos

pepinos, demonstrados na tabela 4, respeitando sempre os períodos de carência de cada

produto para a realização das colheitas, suas doses e modos de aplicação.

Tabela 4. Aplicação de produtos fitossanitários durante a condução do pepino, 2019.

Data de aplicação Modo de Aplicação Produtofitossanitário

Dose

18/04 Bomba costal –aplicação manual

ACETA – inseticidasistêmico

25 g/L

23/04 Bomba costal –aplicação manual

Microrganismoseficientes

1 mL/L

10/05 Bomba costal-manual Cercobin 700WP 0,7 g/L

12/05 Bomba costal-manual ACETA – inseticidasistêmico

25 g/L

15/05 Bomba costal-manual Silício – Indutor deresistência

2 ml/L

15/05 Bomba costal-manual Flonnergan(organomineral) –Indutor de resistência

2 ml/L

18/05 Bomba costal-manual Óleo de Neem(Azadirachta indica)

1,5 L/ha

23/05 Bomba costal-manual Silício e Potássio –Indutores deresistência

2 ml/L

25/05 Bomba costal-manual Óleo de Neem(Azadirachta indica)

1,5 L/ha

A colheita do pepino foi realizada em dias alternados, cerca de duas vezes por

semana de acordo com a demanda de maturação dos frutos, pois já é comprovado

cientificamente que este esquema de colheita estimula a produção de frutos. Foram

utilizadas tesouras de poda e álcool 70% para desinfecção das tesouras de uma planta

para a outra, evitando a disseminação de doenças presentes no campo, como a virose e a

mancha de leandria. Os frutos foram ensacados e levados para laboratório, onde foram

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medidos seu diâmetro com paquímetro, comprimento com fita métrica e massa fresca

em balança eletrônica, além de contado o número de frutos por planta.

Os pepinos colhidos foram doados para os funcionários do campus e em duas

instituições públicas do município sendo elas a Casa dos Velhos Obras Unidas

Sociedade de São Vicente de Paula (Imagem 22a) e o Lar Beneficente Sâ Doutrina

Espiritual do Sétimo Dia de Dracena (Imagem 22b).

Imagem 20. Avaliação dos pepinos, 2019.

Imagem 21. Flor feminina do pepino.

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Imagem 22. a)doação dos pepinos em Casa dos Velhos Obras Unidas Sociedade de SãoVicente de Paula, b) Lar Beneficente S Doutrina Espiritual do Sétimo Dia de Dracena,2019.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Caracterização da área antes da implantação da pesquisa

As características químicas da área antes do preparo do solo seguem na Tabela 5:

Tabela 5. Caracterização química inicial do solo antes da implantação dos adubos

verdes, 2018.

ProfundidadepH Presina S-SO4 M.O. H+Al Al K C

a Mg SB CTC V M

(CaCl2) mg dm-3 g dm-3 mmolc dm-3 % %

0-20 cm 5,1 3 3 15 18 0 2,1 14 9 25,1 43,1 58 0

20-40 cm 5 2 2 15 20 0 1,8 15 11 27,8 47,8 58 0

ProfundidadeB Cu Fe Mn Zn

mg dm-3

0-20 cm 0,18 0,7 34 20,3 1

20-40 cm 0,2 0,8 20 15,3 0,6

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Com o intuito de relacionar as influências dos tratamentos no sistema estudado,

foram avaliadas as condições da qualidade física do solo, antes da instalação do

experimento e após o cultivo das plantas de cobertura do solo.

Na tabela 5, estão apresentados os dados da caracterização inicial da área

estudada. Os dados referentes a compactação do solo, representado pela resistência a

penetração mostram que o solo não está compactado, este teste foi realizado juntamente

com a umidade gravimétrica do solo, que segundo Bonini e Alves (2012) deve estar

próximo a capacidade de campo e para esta área se encontra em torno de 14% da

umidade gravimétrica. Ainda os mesmos autores afirmam que a determinação da

umidade do solo no momento da avaliação da resistência do solo à penetração é

fundamental para se realizar adequadamente a interpretação dos resultados encontrados.

Os valores de porosidade (macro, micro, total) e densidade do solo (Tabela 4)

estão dentro dos limites considerados ideais, segundo Tormenta (2002) para um bom

desenvolvimento das culturas e a taxa de infiltração dentro dos limites propostos por

Brandão et al. (2006) (Figura 1).

Taxa de

infiltração de

água no solo (cm

h-1) = 63,02

Figura 1. Taxa de infiltração média de agua no solo – caracterização inicial, 2018.

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6.2 Primeira etapa: outono/inverno com adubos verdes de tremoço e aveia preta.

A coleta da palhada foi realizada após a roçagem e trituração dos adubos verdes

com o implemento Triton 70 DAS (dias após a semeadura) dos adubos. De acordo com

a Tabela 6, o adubo verde que apresentou maior produção de massa seca (8.096,3 kg ha-

¹) e formação de palhada sobre o solo foi a aveia preta. Este resultado é compatível com

o de Giacomini et al.(2000) visto que os autores quantificaram maior produção de

massa seca para a cultura da aveia em cultivo isolado (4,12 a 4,60 Mg ha-¹) quando

comparado a ervilhaca (2,27 a 3,30 Mg ha-¹). A aveia é da família das poáceas, que

possuem ótima adaptação ao clima e solos brasileiros, tendo como característica o

perfilhamento, o que justifica sua maior produção de massa em relação ao tremoço

branco ou a mistura de 70% tremoço branco + 30% aveiapreta utilizadas no presente

estudo, onde predominam leguminosas. Ziech et al (2010) em concordância com estes

dados relatam que gramíneas isoladas ou consórcios com as mesmas (Avena strigosa

+Vicia sativa +Raphanus sativus) apresentam maior potencial de proteção do solo, ou

seja, maior formação de palhada, devido a permanência de resíduos na superfície.

Tabela 6. Palhada na camada superficial do solo após a roçagem dos adubos verde:

aveia preta; 70% tremoço branco + 30% aveia preta; tremoço branco, 2018.

ADUBO VERDE PALHADA (kg ha-1)Aveia preta 8.096,3 a¹

70% Tremoço branco+ 30% Aveia preta 3.889,3 bTremoço branco 2.648,1 b

CV1(%)² 26,9CV2(%) 22,3DMS³ 2848Média 4877,9

¹Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% deprobabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

A macrofauna foi coletada 20 dias após a roçagem dos adubos verdes. Para a

população de indivíduos maiores que 2 mm por m² não houve diferença significativa,

observado média de 87,7 indivíduos por m-², demonstrando que tanto plantio

convencional como direto não interferiram na macrofauna do solo até o presente

momento do manejo (Tabela 6 e 7). Já nos resultados de Aquino et al. (2000), que ao

analisarem quatro sistemas de plantio direto e um sistema convencional na pós colheita

de verão, com variações entre soja, trigo, aveia e nabo forrageiro, quantificaram maior

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densidade de macrofauna em sistema convencional, com soja no verão e aveia no

inverno.

Tabela 7. Macrofauna do solo da camada de 0-20 cm em função do preparo do solo

após a roçada dos adubos verde: aveia preta; 70% tremoço branco + 30% aveia preta;

tremoço branco, 2018.

PREPARO DO SOLO MACROFAUNA (indivíduos m-2)

plantio convencional 77,6 a¹plantio direto 97,8 aCV1(%)² 35,8CV2(%) 31,2DMS³ 33,5Média 87,7

¹Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5% deprobabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

Em relação ao tipo de adubo verde utilizado na rotação, a macrofauna também

não apresentou diferença significativa para nenhum dos tratamentos, sendo os valores

muito próximos (Tabela 7). Gatiboni et al, (2009) ao avaliarem a fauna edáfica do solo

durante a decomposição da palhada de centeio e aveia preta,verificaram que as ordens

da fauna edáfica estudadas têm sensibilidade à quantidade de palhada remanescente

sobre o solo, e que a redução da disponibilidade desta provoca, independentemente da

cultura utilizada, a diminuição da diversidade destes organismos, provavelmente devido

a disponibilidade de água, comida e criação de micro clima agradável que a palhada

proporciona para estes indivíduos. Em apenas um ciclo de cultura para cobertura

vegetal não é possível visualizar o efeito da redução da palha sobre a fauna edáfica do

solo (Tabela 8), espera-se que num futuro quando a camada de palha for mais espessa

no sistema de plantio direto, exista um crescimento na diversidade e quantidade de

microrganismos do solo.

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Tabela 8. Macrofauna do solo da camada de 0-20 cm em função dos adubos verde em

área com sistema de plantio direto e convencional, 2018.

ADUBO VERDE MACROFAUNA(indivíduos m-2)

Aveia preta 69,3 a¹70% Tremoço branco + 30% Aveia preta 101,3 a

Tremoço branco 92,5 aCV1(%)² 35,8CV2(%) 31,2DMS³ 33,5Média 87,7

¹Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% deprobabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

Atributos físicos do solo

Com o intuito de relacionar as influências dos tratamentos no sistema estudado,

foram avaliadas as condições da qualidade física do solo, antes da instalação do

experimento, após o cultivo das plantas de cobertura do solo, no outono/inverno, após a

colheita do repolho, e após o cultivo das plantas de cobertura do solo, na

primavera/verão, conforme esquema apresentado a seguir:

Coletas

Fev/18 Ago/18 Nov/18 Fev/19 Jun/19

Caracterização

inicial

Após o cultivo

das plantas de

cobertura do

solo (tremoço,

aveia preta,

70% de

tremoço+ 30%

de aveia preta),

no

outono/inverno

Após

colheita

do

repolho

Após plantas

de cobertura

(estilosantes,

milheto, e a

mistura de

70% de

estilosantes +

30% de

milheto), na

época da

primavera/

verão

Apóscolheita dopepino

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1. Porosidade total (PT), macroporosidade(MA), microporosidade (MI) e densidade

do solo (DS)

Na tabela 9, estão apresentados os dados da caracterização inicial da área estudada.

Os valores de porosidade (macro, micro, total) e densidade do solo estão dentro dos

limites considerados ideais, segundo Tormenta (2002) para um bom desenvolvimento

das culturas.

Tabela 9. Caracterização inicial dos atributos físicos do solo: Porosidade do solo

(macroporosidade (MA), microporosidade (MI), porosidade total (PT)) (%), Densidade do solo

(DS) (g dm-3), antes da instalação do experimento, 2018.

Camadas de solo (m)MA MI PT DS

cm3 cm-3 g cm-3

0 - 0,10 0,18 0,23 0,41 1,51

0,10 - 0,20 0,17 0,18 0,35 1,63

0,20 - 0,40 0,23 0,12 0,35 1,61

Na tabela 10, 11, 12 e 13 estão apresentados os dados após o cultivo das plantas

de cobertura (ago/18), após colheita do repolho (nov/18), após plantas de cobertura

(abr/19) e após a colheita do pepino (jun/19) que compõe os tratamentos de solo,

respectivamente. E em todos os atributos estudados não houve diferença estatística,

exceto para microporosidade, porosidade total e densidade do solo (0,10-0,20m).

Para as coletas realizadas nas camadas superficiais, o plantio convencional

proporcionou maior macroporosidade do solo (Tabelas 11 a 12) possivelmente devido

ao revolvimento do solo, e para as plantas de cobertura estudadas, a aveia foi superior

nas duas épocas de coleta e somente para o tremoço na última época de coleta na

camada de 0,20-0,40m.

Tabela 10. Atributos físicos do solo após plantas de cobertura (ago/18): Porosidade do

solo (macroporosidade (MA), microporosidade (MI), porosidade total (PT)) (%),

Densidade do solo (DS) (g dm-3).

Trat MA MI PT Dscm3 cm-3 g cm-3

0 - 0,10 mPD 0,19 0,23 0,42 1,42PC 0,23 0,20 0,43 1,40

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Aveia 0,19 0,23 0,42 1,4770% tremoço+30% Aveia

0,22 0,21 0,43 1,40

Tremoço 0,22 0,21 0,43 1,37FA 0,657 ns 1,679 ns 0,109 ns 0,067 ns

FB 0,459 ns 1,108 ns 0,007 ns 0,920 ns

F A x B 0,339 ns 2,839 ns 0,630 ns 1,321 ns

CV1 (%) 42,78 23,05 12,27 11,17CV2 (%) 8,76 16,68 11,54 09,77

0,10 - 0,20 mPD 0,16 0,21 0,37 b 1,39 bPC 0,21 0,18 0,39 a 1,59 aAveia 0,18 0,18 b 0,36 b 1,53 a70% tremoço+30% Aveia

0,18 0,19 b 0,37 ab 1,51 a

Tremoço 0,18 0,21 a 0,39 a 1,43 bFA 14,519 ns 3,876 ns 160,035* 176,147*FB 0,007 ns 11,663* 6,280* 22,402*F A x B 0,526 ns 4,507 ns 0,440 ns 1,361 ns

CV1 (%) 16,14 16,38 3,67 2,48CV2 (%) 22,27 7,72 5,53 2,21

0,20 - 0,40 mPD 0,16 0,22 0,38 1,48 bPC 0,12 0,19 0,31 1,65 aAveia 0,13 0,21 0,34 1,60 a70% tremoço+30% Aveia

0,13 0,22 0,35 1,56 ab

Tremoço 0,16 0,20 0,36 1,52 bFA 7,746 ns 5,149 ns 15,782 55,503*FB 3,132 ns 0,876 ns 2,242 4,239*F A x B 1,559 ns 0,901 ns 3,450 1,120 ns

CV1 (%) 27,81 13,63 12,45 3,66CV2 (%) 22,27 14,36 6,70 3,46Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Tabela 11. Atributos físicos do solo após colheita do repolho (nov/18): Porosidade do

solo (macroporosidade (MA), microporosidade (MI), porosidade total (PT)) (%),

Densidade do solo (DS) (g dm-3).

Trat MA MI PT Dscm3 cm-3 g cm-3

0 - 0,10 mPD 0,27 0,17 0,44 1,42PC 0,22 0,15 0,37 1,49Aveia 0,26 0,16 0,41 1,4370% tremoço+30% Aveia

0,24 0,17 0,41 1,45

Tremoço 0,22 0,13 0,35 1,54FA 4,000ns 4,840ns 12,570ns 266,778ns

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FB 0,416ns 0,587ns 2,599ns 1,557nsF A x B 0,086ns 0,423ns 3,678ns 1,616nsCV1 (%) 16,61 9,07 7,89 0,59CV2 (%) 21,46 27,33 8,95 5,27

0,10 - 0,20 mPD 0,16 0,20 0,36 1,59PC 0,17 0,19 0,36 1,56Aveia 0,18 0,19 0,37 1,5170% tremoço+30% Aveia

0,15 0,20 0,35 1,61

Tremoço 0,16 0,19 0,35 1,57FA 0,250ns 0,020ns 0,020ns 0,462nsFB 0,826ns 0,332ns 0,673ns 4,801nsF A x B 0,260ns 0,153ns 0,055ns 0,628nsCV1 (%) 14,28 20,73 5,65 4,59CV2 (%) 22,40 18,54 5,99 3,16

0,20 - 0,40 mPD 0,15 0,19 0,34 1,67PC 0,11 0,20 0,31 1,63Aveia 0,14 0,17 0,32 1,6070% tremoço+30% Aveia

0,14 0,21 0,35 1,67

Tremoço 0,09 0,20 0,29 1,68FA 5,000ns 0,218ns 1,778ns 69,444nsFB 0,341ns 0,334ns 2,716ns 2,017nsF A x B 0,030ns 0,355ns 2,478ns 4,265nsCV1 (%) 2,18 22,30 10,60 0,52CV2 (%) 5,44 29,82 7,36 3,76Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Tabela 12. Atributos físicos do solo após plantas de cobertura (abr/19): Porosidade do solo

(macroporosidade (MA), microporosidade (MI), porosidade total (PT)) (%), Densidade do solo

(DS) (g dm-3).

Trat MA MI PT Dscm3 cm-3 g cm-3

0 - 0,10 mPD 0,17 0,23 0,39 1,51PC 0,19 0,23 0,41 1,54Aveia 0,23 0,21 0,43 1,44

70% tremoço+30% Aveia 0,14 0,27 0,40 1,57Tremoço 0,16 0,21 0,37 1,58

FA 3,606 ns 7,146 ns 4,288 ns 11,472 ns

FB 3,265 ns 0,003 ns 3,896 ns 1,491 ns

F A x B 6,400 ns 1,011 ns 1,944 ns 1,140 ns

CV1 (%) 40,73 16,71 11,58 4,09CV2 (%) 16,1 16,62 8,31 3,83

0,10 - 0,20 mPD 0,16 0,23 0,36 1,80

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PC 0,12 0,22 0,33 1,62Aveia 0,16 0,22 0,38 1,54

70% tremoço+30% Aveia 0,11 0,23 0,34 1,66Tremoço 0,11 0,23 0,34 2,62

FA 1,333 ns 0,092 ns 2,788 ns 1,74 ns

FB 2,422 ns 0,357 ns 1,368 ns 0,852 ns

F A x B 6,205 ns 1,896 ns 0,214 ns 0,321 ns

CV1 (%)38,51 10,77 8,39 5,94

CV2 (%) 15,46 15,32 10,04 9,560,20 - 0,40 m

PD 0,12 0,20 0,32 1,67PC 0,12 0,19 0,32 1,71Aveia 0,14 0,18 0,32 1,68

70% tremoço+30% Aveia 0,13 0,18 0,31 1,69Tremoço 0,09 0,22 0,31 1,70

FA 4,171 ns 4,201 ns 0,54 ns 0,429 ns

FB 0,020 ns 0,048 ns 0,264 ns 4,024 ns

F A x B 0,673 ns 0,255 ns 0,124 ns 0,911 ns

CV1 (%) 20,79 12,34 3,21 1,88CV2 (%) 25,35 24,43 9,11 1,97

Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Tabela 13. Atributos físicos do solo após a colheita do pepino (jun/19): Porosidade do

solo (macroporosidade (MA), microporosidade (MI), porosidade total (PT)) (%),

Densidade do solo (DS) (g dm-3), Dracena – SP.

Trat (T) MA MI PT DS(cm3. cm-3) g cm-3

0 - 0,10 mAveia 0,27 0,11 0,38 1,42Mix 0,23 0,12 0,35 1,47

Tremoço 0,27 0,10 0,37 1,51PD 0,24 0,12 0,36 1,50PC 0,27 0,09 0,37 1,44F (T) 226,408 ns 0,899 ns 2,444 ns 2,571 ns

F (S) 2,196 ns 56,592 ns 0,134 ns 13,926 ns

F (TxS) 0,951 ns 18,681 ns 0,169 ns 5,772 ns

CV1 (%) 1,32 17,95 5,91 3,78CV2 (%) 14,89 5,17 10,31 1,75

0,10 - 0,20 mAveia 0,17 0,14 0,31 1,56Mix 0,15 0,13 0,28 1,62

Tremoço 0,13 0,14 0,27 1,67

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PD 0,14 0,13 0,28 1,67PC 0,16 0,14 0,30 1,57F (T) 2,838 ns 0,277 ns 2,948 ns 4,441 ns

F (S) 5,183 ns 0,254 ns 26,283 ns 6,508 ns

F (TxS) 18,161 ns 0,503 ns 75,269 ns 0,667 ns

CV1 (%) 16,11 20,63 9,01 3,21CV2 (%) 6,47 8,89 1,92 4,09

0,20 - 0,40 mAveia 0,15 0,12 0,28 1,66Mix 0,14 0,14 0,29 1,62

Tremoço 0,17 0,12 0,29 1,62PD 0,16 0,12 0,29 1,63PC 0,15 0,13 0,28 1,63F (T) 0,248 ns 0,292 ns 0,287 ns 1,076 ns

F (S) 3,940 ns 1,754 ns 3,331 ns 0,022 ns

F (TxS) 16,355 ns 18,213 ns 1,944 ns 0,486 ns

CV1 (%) 32,11 35,11 8,10 2,58CV2 (%) 7,01 6,94 1,91 3,05

Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;

ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letras diferentesdiferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Para a porosidade do solo os valores estão adequados para crescimento

eprodutividade da maioria das culturas (TORMENTA et al., 2002). Vale a pena destacar

a macroporosidade para todos os tratamentos, o valor de macroporosidade apresentou-se

acima de 0,10 m³m-³ (BONINI & ALVES, 2011). A densidade do solo também está

adequada segundo Bonini (2011) e reduziram em relação a caracterização inicial

(Tabela 9). Para olerícolas, poucos trabalhos são encontrados para a comparação das

médias obtidas neste experimento, mas trabalhos com gramíneas, leguminosas,

florestais indicam que o solo em questão está adequado para cultivo (MATEUS et al.,

2018). Nota-se pouca alteração na distribuição do tamanho dos poros que ainda está no

início da implantação dos sistemas de cultivo, mas em todas os sistemas e plantas de

cobertura, os valores estão na faixa considerada ótima para um bom desenvolvimento da

planta. Uma característica importante observada foi que até a camada de 0,20 m, os

valores de macroporosidade alterou muito pouco, mas na camada de 0,20-0,40m

aumentou com o tempo, esse comportamento podendo estar relacinado a peso das

máquinas utilizadas no preparo e consequentemente redução da macro e aumento na

microporosidade.

Em relação ao sistema de preparo de solo, valores superiores de

macroporosidade foram encontrados em relação a Tormena et al. (2002) que estudou o

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efeito do preparo de solo nas propriedades físicas do solo. Para as plantas de cobertura,

o tremoço na camada de 0,10-0,20 proporcionou uma maior microporosidade e a

macroporosidade está na média das outras plantas de cobertura, permitindo uma aeração

adequada do solo e um maior armazenamento de água em relação aos demais

tratamentos.

A porosidade total não permite avaliar a qualidade do solo, pois ainda não há

conhecimento da distribuição dos mesmos. Quando se é estudado a macro e

microporosidade, verifica-se que com o aumento da macro tem-se um aumento da micro

e indicativo de degradação da estrutura. Já quando a macro aumenta, a micro diminuiu e

o solo reflete uma melhor qualidade e distribuição dos poros. Esse evolução da

qualidade dos proso do solo deve-se ao uso conservacionista do solo, como melhor

sistema de cultivo devido suas vantagens de manejo (não preparação do solo), cobertura

por plantas (aumento da produtividade), resultando na proteção do solo em relação a

impactos externos de chuva e ar, melhorando a relação solo-água-planta.

Tendo que a densidade do solo é dada pela relação massa e volume do solo, ou

seja, volume ocupado pelas partículas do solo em um determinado volume, ela depende

da estrutura e do manejo da área, em que permite variações para um mesmo tipo de solo

(BONINI; ALVES, 2012). Dados deste trabalho estão acima do considerado ideal

(BONINI; ALVES, 2011; RIENZI et al., 2016). Em pesquisa realizadas por Valarini et

al. (2011) em olerícolas, foram verificados dados contrários a qualidade do solo

verificado neste trabalho. Já Cardoso et al (2013) que trabalharam com plantas de

cobertura e sistemas de preparo de solo verificaram resultados semelhantes.

2. Estabilidade de agregados

Para a estabilidade de agregados em água, representado pelo DMP (diâmetro

médio ponderado), na tabela 14 estão apresentados os dados da caracterização inicial e

na tabela 15 os dados das coletas de ago/18, nov/18, abr/19 e jun/2019. Em todas as

camadas estudadas não houve diferença estatística.

Tabela 14. Caracterização inicial dos atributos físicos do solo: diâmetro médioponderado (DMP) (g) antes da instalação do experimento, Fev/2018.

CAMADAS DE SOLO (m) 0 - 0,10 0,10 - 0,20 0,20 - 0,40

DMP(mm) 2,51 2,42 2,50

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Os valores médios encontrados, nota-se uma qualidade da estrutura do solo, pois

segundo Kiehl (1979) o DMP ideal é acima de 2,0 mm e neste trabalho os dados estão

superiores a este valor em todas as épocas estudadas exceto na primeira (ago/18) na

camada de 0-0,10m para a aveia. Outro comportamento que merece atenção neste

trabalho é em relação ao sistema de preparo, o plantio convencional principalmente na

camada superficial (0-0,10m) obteve menor valor em relação ao plantio direto, já em

profundidade não foi verificado este efeito. Resultados discordantes foram verificados

em solo semelhante a este trabalho com maiores DMP (4mm) para as plantas de

cobertura Crotalaria juncea (crotalária), Canavalia ensiformis (feijão-de-porco) e

Pennisetum sp (milheto) (CARDOSO et al, 2013).

Tabela 15. Teste F, CV (%) e valores médios de diâmetro médio ponderado (DMP)

(mm) após plantas de cobertura (ago/18), após a cultura do repolho (nov/18) e após

plantas de cobertura (abr/19).

CAMADAS DE SOLO (m) 0 - 0,10 0,10 - 0,20 0,20 - 0,40

Ago/18PD 2,05 2,91 2,63PC 2,15 2,51 2,62Aveia 1,22 2,10 2,6870% tremoço+ 30% Aveia 2,62 2,59 2,00Tremoço 2,49 3,44 3,19FA 2,771ns 2,082ns 0,000nsFB 0,111ns 7,589ns 2,883nsF A x B 1,212ns 0,985ns 0,554nsCV1 (%) 7,21 25,43 18,04CV2 (%) 4,58 25,63 17,67

Nov/18PD 3,79 2,62 2,09PC 2,71 2,93 2,18Aveia 4,05 2,41 2,3970% tremoço+ 30% Aveia 3,02 2,81 1,91Tremoço 2,89 2,95 2,31FA 5,846ns 0,832 ns 0,040nsFB 1,317ns 0,336ns 0,453nsF A x B 3,537ns 0,331ns 0,036nsCV1 (%) 13,79 11,28 15,82CV2 (%) 20,59 13,73 17,93

Abr/19PD 2,45 2,52 2,40PC 2,41 2,53 2,39Aveia 2,33 2,59 2,4570% tremoço+ 30% Aveia 2,36 2,40 2,33Tremoço 2,60 2,58 2,42FA 1,076 ns 0,637 ns 0,288 ns

FB 0,069 ns 0,006 ns 0,001 ns

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F A x B 1,726 ns 2,333 ns 2,664 ns

CV1 (%) 11,13 10,83 9,41CV2 (%) 11,31 13,31 8,93

jun/19PD 3,31 2,52 2,69PC 3,03 2,61 2,59Aveia 3,38 2,58 2,63Mix 3,53 2,58 2,70Tremoço 2,59 2,54 2,57FA 36,796 ns 0,072 ns 0,054 ns

FB 4,047 ns 0,770 ns 0,873 ns

F A x B 0,302 ns 3,739 ns 0,577 ns

CV1 (%) 5,25 7,00 21,67CV2 (%) 7,65 6,91 7,02Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Nota-se que a época de coleta também influenciou o DMP, pois nas épocas das

culturas comerciais (repolho e pepino) obtiveram maiores valores de DMP, já na época

das plantas de cobertura foram encontrados menores valores, com destaque para o

tremoço com menor valor entre os tratamentos estudados.

3. Resistência a penetração e umidade gravimétrica do solo

Na tabela 16, estão apresentados os dados da caracterização inicial da área

estudada e na tabela 17 e 18, os dados das coletas de ago/18, nov/18, abr/19 e jun/19

para a resistência mecânica a penetração e a umidade gravimétrica do solo,

respectivamente. Em todas as camadas estudadas não houve diferença estatística, tanto

para a resistência como para a umidade do solo.

Os dados referentes a compactação do solo, representado pela resistência a

penetração mostram que o solo não está compactado, pois as medias estão abaixo de 2

Mpa que é o valor critico proposto por Canarache (1990). Observa-se que após os

tratamentos, houve uma redução na resistência em todas as camadas de solo estudada.

Tabela 16. Caracterização inicial dos atributos físicos do solo: umidade gravimétrica do

solo (UG) (%) e resistência a penetração do solo (RP) (Mpa), antes da instalação do

experimento, Fev/2018.

Camadas de solo (m)UG RP

% (Mpa)

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0 - 0,10 12,52 0,72

0,10 - 0,20 10,71 1,65

0,20 - 0,40 11,19 0,37

Junto com o teste de resistência foi realizado a umidade gravimétrica do solo que

segundo Bonini e Alves (2012), deve estar próximo a capacidade de campo, em torno de

14% da umidade gravimétrica. Ainda os mesmo autores afirmam que a determinação da

umidade do solo no momento da avaliação da resistência do solo à penetração é

fundamental para se realizar adequadamente a interpretação dos resultados encontrados,

justificando maior ou menor resistência devido as formas de coesão e adesão do solo,

mas neste trabalho esse efeito não foi verificado.

Tabela 17. Teste F, CV (%) e valores médios de resistência mecânica a penetração

(Mpa) após plantas de cobertura (ago/18), após a cultura do repolho (nov/18) e após

plantas de cobertura (abr/19).

CAMADAS DE SOLO (m) 0 - 0,10 0,10 - 0,20 0,20 - 0,40

Ago/18PD 0,01 0 0PC 0,10 0 0Aveia 0,02 0 070% tremoço+ 30% Aveia 0,02 0 0Tremoço 0,03 0 0FA

-FB

F A x B

CV1 (%) -CV2 (%)Nov/18

PD 0,10 0 0PC 0,09 0 0Aveia 0,05 0 070% tremoço+ 30% Aveia 0,07 0 0Tremoço 0,16 0 0FA 7,286ns -FB 6,639nsF A x B 2,108nsCV1 (%) 12,79 -CV2 (%) 12,26

Abr/19PD 0,19 0,11 0PC 0,02 0,06 0Aveia 0,12 0,05 070% tremoço+ 30% Aveia 0,07 0,04 0Tremoço 0,13 0,08 0FA 0,223 ns 0,110 ns -

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FB 6,317 ns 2,758 ns

F A x B 0,279 ns 0,121 ns

CV1 (%) 137,23 218,52 -CV2 (%) 107,44 208,58jun/19

PD 0,21 0,03 0PC 0,31 0 0Aveia 0,22 0,05 0Mix 0,23 0 0Tremoço 0,33 0 0FA 0,527 ns

- -FB 1,477 ns

F A x B 0,753 ns

CV1 (%) 92,39 - -CV2 (%) 75,24Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional; ns não significativo a5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letras diferentes diferem entre si,pelo teste de Tukey a 5 %.

Tabela 18. Teste F, CV (%) e valores médios de umidade gravimétrica do solo (%)

após plantas de cobertura (ago/18), após a cultura do repolho (nov/18) e após plantas de

cobertura (abr/19): Dracena – SP.

CAMADAS DE SOLO (m) 0 - 0,10 0,10 - 0,20 0,20 - 0,40

Ago/18PD 6,32 6,03 5,26PC 6,78 6,75 6,10Aveia 6,25 6,34 6,2370% tremoço+ 30% Aveia 6,79 6,85 6,29Tremoço 6,61 5,97 4,52FA 0,119 ns 0,119 ns 1,564 ns

FB 3,011 ns 2,201 ns 3,271 ns

F A x B 13,471 ns 9,022 ns 3,975 ns

CV1 (%) 16,50 15,99 4,14CV2 (%) 9,95 18,65 20,17

Nov/18PD 2,46 2,52 2,94PC 2,21 2,76 2,74Aveia 2,44 2,64 2,9170% tremoço+ 30% Aveia 2,51 2,57 2,79Tremoço 2,07 2,72 2,82FA 6,144ns 9,923ns 8,111nsFB 15,090ns 21,105ns 1,248nsF A x B 6,454ns 1,913ns 0,402nsCV1 (%) 0,26 2,88 2,22CV2 (%) 6,75 4,83 4,83

Abr/19PD 2,85 3,11 2,93PC 2,73 3,18 3,16

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Aveia 2,70 3,09 2,9970% tremoço+ 30% Aveia 2,51 3,13 3,04Tremoço 3,17 3,22 3,10FA 7,888 ns 0,061 ns 0,102 ns

FB 0,083 ns 0,090 ns 1,528 ns

F A x B 0,107 ns 0,200 ns 1,217 ns

CV1 (%) 8,68 17,03 11,6CV2 (%) 26,57 15,23 10,51

jun/19PD 2,930 3,018 2,720PC 2,620 3,410 2,585Aveia 2,920 3,235 2,728Mix 2,818 3,920 2,453Tremoço 2,588 2,488 2,778FA 1,223 ns 2,565 ns 5,014 nsFB 3,867 ns 0,137 ns 4,448 nsF A x B 0,293 ns 1,284 ns 11,577 nsCV1 (%) 11,10 27,84 5,89CV2 (%) 9,84 57,00 4,18Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5 %.

Em relação aos sistemas de cultivo, com o passar do tempo (épocas de coleta)

houve um aumento na compactação da camada superficial, mas com valores abaixo do

limite crítico para o desenvolvimento da cultura. Para as plantas de cobertura, os

tratamentos aveia e 70% tremoço+30% aveiaforam os que obtiveram menores

resistência a compactação (camada superficial).

Para as épocas de coleta, em agosto e novembro não foi verificado resistência

nas camadas de 0,10-0,20 e 0,20-0,40m, já na última coleta um leve aumento na camada

de 0,10-0,20m. Esse comportamento corrobora com os dados de macroporosidade que

diminuíram ao longo do tempo.

Trabalho semelhante foi desenvolvido por Assis et al (2014) e verificaram que

as plantas de cobertura utilizadas (gramíneas e leguminosas) não foram capazes de

alterar a resistência a penetração, concordando com os dados obtidos neste trabalho.

4. Infiltração de água no solo

Em fevereiro de 2018, foi feita a caracterização inicial da área, antes da

instalação do experimento e foi encontrado Taxa de infiltração de água no solo (cm h-1)

= 63,02 que segundo Brandão et al. (2006) está na faixa ideal para um bom manejo do

solo e água.

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Na tabela 19, estão apresentados os dados de infiltração de água no solo, nas

coletas de ago/18, nov/18, abr/19 e jun/19. Em todas as épocas estudadas não houve

diferença estatística para tratamentos e sistemas de cultivo. Entretanto, nota-se uma

redução na taxa de infiltração de águaao longo do tempo, principalmente no plantio

direto. Esse comportamento deve-se ao não preparo do solo e encrostamento superficial

dificultando a infiltração de agua. Portela et al. (2010) também verificou esse efeito

trabalhando em área degrada sob recuperação. O uso de plantas de cobertura minimiza

esse efeito de encostamento superficial, sobretudo por adicionar matéria orgânica e

aumentar a agregação do solo.

Em relação às plantas de cobertura utilizadas neste trabalho a aveia

proporcionou maiores infiltrações em todas as épocas de avaliação da infiltração de

água no solo, concordando com Girardello et al. (2011) que também obtiveram maior

infiltração em área com aveia preta.

Tabela 19. Teste F, CV(%) e valores de infiltração média de águano solo (cm h-1) após

plantas de cobertura (ago/18), após a cultura do repolho (nov/18) e após plantas de

cobertura (abr/19). Dracena – SP.

Épocas de avaliação Ago/18 Nov/18 Abr/19 Jun/19

PD 13,68 12,74 5,98 14,69PC 9,53 22,43 11,33 15,62Aveia 13,06 22,00 10,28 12,01Mix 12,14 19,24 8,97 15,96Tremoço 9,61 11,50 6,71 17,49FA 2,739 ns 1,947 ns 8,547 ns 24,367 ns

FB 1,745 ns 1,968 ns 14,102 ns 1,705 ns

F A x B 2,559 ns 0,156 ns 0,629 ns 0,423 ns

CV1 (%) 22,86 14,34 15,64 10,68CV2 (%) 13,05 18,04 22,29 11,45Legenda: PD = sistema de plantio direto; PC = sistema de plantio convencional;ns não significativo a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de Letrasdiferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey.

Resultados da colheita do repolho:

Para o desempenho do repolho cv. Sooshu como cultura comercial de inverno,

observou-se diferença para as características massa fresca da “cabeça” (1,77 kg),

diâmetro da cabeça (19,3 cm) e produtividade (49,2 t) demonstrando maiores valores de

produção no sistema convencional de plantio (Tabela 19). Já para altura da “cabeça”

não houve diferença observado média de 13,9 cm.

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Para que a palhada promova adequada cobertura no sistema plantio direto é

necessário, primeiramente, uma sequência adequada de culturas de formação de palhada

e que a adubação verde não demonstre vantagens somente sobre a deposição de resíduos

cortados no ciclo atual, mas também consiga agregar benefícios da deposição dos

resíduos dos ciclos passados. Por isso, é muito importante que o sistema tenha passado

por pelo menos três ou quatros anos, garantindo a quantidade ideal de palhada, que deve

ser em torno de 5 t ha-1 distribuídas uniformemente sobre a superfície (no mínimo, 80%

da superfície do solo deve permanecer coberta) (SALTON et al, 1998).

Como este é o primeiro ano do experimento e o primeiro ciclo de plantas de

cobertura, é normal encontrar resultados em que o sistema convencional sobressaia ao

plantio direto, já que o convencional teve a incorporação da palha para as camadas mais

profundas do solo pelo seu revolvimento mecânico, auxiliando tanto na mineralização

quanto na decomposição da matéria orgânica e promovendo maior disponibilidade

imediata de nutrientes, causada também pela incorporação dos demais adubos aplicados

como ureia ou esterco ovino. Mas, ao revolver o solo com processos mecânicos como

aração e gradagem tem-se alterações nas propriedades físicas do mesmo, como o

tamanho e a distribuição dos poros, essas mudanças na estrutura do solo acontecem

devido a quebra dos blocos compactados que acaba provocando aumento da porosidade

total, mesmo estes efeitos sendo positivos a princípio já que diminuem a resistência a

penetração e densidade do perfil do solo facilitando o enraizamento das culturas, com

esse aumento na proporção dos poros maiores do solo há uma diminuição da

microporosidade, da densidade do solo e da estabilidade dos agregados tornando-o mais

susceptível a processos erosivos (FUCK et al., 2017). O sistema de plantio direto de

hortaliças se desenvolveu no Brasil justamente pelos danos erosivos causados pelo

revolvimento do solo no plantio convencional da cebola, e surgiu como método

alternativo na recuperação da estrutura do solo (DOCAMPO, 2010) demonstrando o

quão importante é se investir nesse sistema de longo prazo. Os solos de sistema de

plantio direto demonstram, geralmente, maiores valores de densidade e microporosidade

o que pode caracterizá-lo como um solo mais “compactado” quando comparado aos de

sistemas convencionais, porém, é importante ressaltar o efeito das raízes das culturas de

cobertura sobre a porosidade do solo, conhecido como “aração biológica”, onde os

adubos verdes, com seus sistemas radiculares profundos, criam pequenas galerias no

perfil do solo, formando espaços porosos que facilitam o enraizamento e permitem uma

maior infiltração da água, diminuindo seu escoamento superficial. Além de que, devido

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a profundidade de suas raízes promovem uma reciclagem de nutrientes das camadas

mais profundas do solo que não podem ser alcançadas pelas raízes superficiais de

hortaliças, como o repolho ou o pepino. Para que este benefício seja alcançado é

necessária completa disponibilização dos nutrientes para a planta através do corte da

cultura em plena floração, da mineralização e decomposição de sua matéria orgânica,

realizada pela macro, meso e microfauna do solo, além de fatores ambientais como

temperatura. Quanto mais antigo um sistema, maior seu número de ciclos de adubação

verde e maiores quantidades de matéria orgânica em constante decomposição convertida

em nutrientes, aumentando assim a fertilidade do solo com o passar do tempo. Outros

resultados interessantes são encontrados com o aumento da palhada durante os ciclos de

cultivo, Marouelli et al. (2010) encontraram, durante os primeiros 30 dias após o

transplante de mudas, uma economia de água de até 28% em sistemas de plantio direto

com quatro profundidades de palha de milho + sistema de plantio convencional como

controle, o índice de produtividade da água em sistema de plantio direto apresentou

incremento linear com o aumento da quantidade de palhada utilizada, e foi até 21%

maior que no sistema de plantio convencional. Fator este que contribui para uma boa

temperatura e umidade do solo, oferecendo a cultura maior disponibilidade de água

refletindo positivamente na renda do produtor.

Tabela 20. Massa fresca, diâmetro, altura e produtividade de repolho produzido em área

com plantio direto e convencional, 2018.

PREPARO DO SOLO MF (kg) DIÂMETRO(cm)

ALTURA(cm)

PRODUTIVIDADE(t)

plantio convencional 1,77 a¹ 19,3 a 14,1 a 49,2 aplantio direto 1,28 b 16,4 b 13,7 a 35,4 bCV1(%)² 23,1 12,1 10,3 23,1CV2(%) 27,4 18,6 17,5 28,4DMS³ 0,30 1,88 1,25 8,51Média 1,5 17,9 13,9 42,3

¹Médias seguidas pela mesma letra não na coluna diferem entre si pelo teste t a 5% deprobabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

Quando analisadas as características de produção do repolho em relação aos

adubos verdes cultivados, não houve diferença significativa entre os tratamentos

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(Tabela 21). Demonstrando a viabilidade dos três adubos verdes testados neste presente

estudo para a formação de palhada no cultivo do repolho em plantio direto.

Em trabalho semelhante, onde também foi analisado a produção da alface

cultivada em plantio direto sob palhada de tremoço, percebe-se que o plantio direto de

alface sobre cobertura viva de aveia com tremoço e tremoço solteiro possibilitou bom

desempenho para as variáveis avaliadas (FEITOSA, 2010).

Tabela 21. Massa fresca, diâmetro, altura e produtividade de repolho produzido em área

com adubos verde: aveia preta; 70% tremoço branco + 30% aveia preta; tremoço branco,

2018.

ADUBO VERDE MF(kg)

DIÂMETRO(cm)

ALTURA(cm)

PRODUTIVIDADE(t)

Aveia preta 1,47 a¹ 18,5 a 14,4 a 40,8 a70% Tremoçobranco +

30% Aveia preta 1,60 a 17,9 a 14,9 a 44, 3 a

Tremoço branco 1,51 a 17,1 a 12,8 a 41, 8 a

CV1(%)² 23,1 12,1 10,3 23,1

CV2(%) 27,4 18,6 17,5 28,4

DMS³ 0,46 2,81 1,86 12,71

Média 1,5 17,9 13,9 42,3¹Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%de probabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

Macrofauna após a colheita do repolho:

Após a colheita do repolho houve uma segunda coleta de solo para nova análise

de macrofauna e, ocorreu interação significativa dos dados para os fatores sistema de

plantio e adubos verde. Avaliando o desdobramento de cada adubo nos sistemas de

plantio (convencional e direto), apenas para a mistura de 70% tremoço branco + 30%

aveia preta houve diferença significativa, observado maior macrofauna no sistema de

plantio direto (72,0 indivíduos m-2) (Tabela 22) o que pode ter ocorrido devido a maior

estabilidade do ambiente para os insetos já que o solo não foi revolvido e a palhada foi

mantida em superfície, servindo de abrigo, além da maior diversidade de alimento no

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tratamento da mistura (70% tremoço branco + 30% aveia preta), que atrai maior

diversidade de indivíduos.

Já avaliando o desdobramento de cada sistema de plantio dentro dos adubos

verdes, houve diferença significativa apenas para o sistema de plantio convencional

havendo destaque para o tremoço branco (72,0 indivíduos m-2), o qual não diferiu

estatisticamente da aveia preta (42,7 indivíduos m-2). Quanto maior a aeração do solo,

melhor a locomoção da macrofauna, adubos verdes com sistema radicular mais espesso

e profundo, como é o caso do tremoço branco, podem contribuir para a formação de

galerias de passagem no solo para esses organismos.

Tabela 22. Macrofauna do solo em função dos adubos verde (aveia preta; 70% tremoço

branco + 30% aveia preta; tremoço branco) em área com sistema de plantio direto e

convencional, 2018.

ADUBO VERDE MACROFAUNA (indivíduos m-2)

plantio convencional plantio direto DMS³Aveia preta 42,7 Aab¹ 40,0 Aa 27,9

70% Tremoço branco+ 30%Aveia preta 21,3 Bb 72,0 Aa 27,9

Tremoço branco 72,0 Aa 48,0 Aa 27,9CV1(%)² 31,1 -CV2(%) 27,8DMS³ 34,5 34,5 -Média 49,3 -

¹Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste deTukey, e letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste t, ambos ao nível de5% de probabilidade.²CV(%): coeficiente de variação.³DMS: diferença mínima significativa.

6.3 Segunda etapa: primavera/verão com adubos verdes de estilosantes e milheto.

O experimento ainda está em execução, portanto, apenas será exposto os

resultados de análise química, física e macrofauna do solo e quantidade de palhada.

Observa-se na Tabela 23 as características químicas na profundidade de 0-20cm,

nesses dados não foi aplicado análise estatística, apenas foi caracterizado com a média,

assim a aveia preta como cobertura do solo em plantio direto demonstrou maiores

valores em comparação ao plantio convencional nas características de fósforo, cálcio,

soma de bases, Matéria Orgânica (M.O), Potássio, CTC e V%. Resultado contrário nos

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tratamentos com tremoço e a mistura de 70% aveia preta e 30% tremoço, onde os

maiores valores são encontrados no sistema de plantio convencional. Observa-se então

de acordo com os dados, uma maior ciclagem de nutrientes nos tratamentos em plantio

direto com a cobertura da gramínea aveia preta. A ciclagem de nutrientes acontece de

forma mais intensa em sistemas de plantio direto, já que há a liberação lenta de

elementos no solo que são melhor absorvidos pela planta, mas este processo depende do

tempo de existência do sistema e é afetado por diversos fatores, principalmente pela

disponibilidade e quantidade de palhada e da cultura utilizada como cobertura. As raízes

dos adubos verde geralmente são mais profundas do que as de culturas comerciais,

como neste caso em que as raízes do repolho e do pepino (culturas de interesse

econômico) são superficiais e bem menores do que as do tremoço, aveia-preta, milheto

ou estilosantes, sendo assim, os adubos verdes buscam os nutrientes das camadas mais

profundas do solo e ao serem roçados e decompostos lentamente os liberam nas

camadas mais superficiais onde as olerícolas podem alcançá-los (EMBRAPA., 2012).

Giacomini et al (2003) demonstram em pesquisa um aumento da relação C/N em

67% ao misturar a aveia preta em consórcio com a leguminosa ervilhaca o que também

aumenta o tempo dessa palhada sobre o solo diminuindo sua decomposição e

conseqüentemente a disponibilização a curto prazo de nutrientes. A CTC (capacidade de

troca de cátions), expressa em valores a quantidade total de cátions retidos na superfície

do solo em condições permutáveis (Ca + Mg + K + H +Al), ou seja, significa o quanto

diversos nutrientes ainda podem ser liberados gradualmente neste solo, quanto maior a

CTC (juntamente com a soma de bases) mais fértil é o solo. Demonstrando que a curto

prazo para o sistema de plantio direto por seus maiores valores que a adubação de

cobertura com aveia preta pode ser mais interessante na fertilidade do solo do que o

plantio com leguminosas.

Tabela 23 . Características químicas do solo da camada de 0-20 cm após a colheita do

repolho em função do preparo do solo e do adubo verde, dez/ 2019.

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Para a característica de micronutrientes, todos eles, boro,cobre,ferro,manganês e

zinco estão com valores superiores no tratamento em plantio direto com aveia preta

(Tabela 24), provavelmente pelos mesmos motivos discutidos na tabela anterior, onde a

aveia preta em plantio direto também apresentou maiores teores de macronutrientes.

Tabela 24. Quantidade de micronutrientes na camada de 0-20 cm após a colheita do

repolho em função do preparo do solo e do adubo verde, dez/ 2019.

Para os macronutrientes em profundidade pode-se perceber um grande acúmulo

de fósforo na camada de 20-40 cm do tratamento com tremoço no plantio convencional.

Tabela 25. Características química do solo da camada de 20-40 cm após a colheita do

repolho em função do preparo do solo e do adubo verde, dez/ 2019.

Quando comparado o mesmo tratamento na camada de 0-20 cm podemos

perceber uma menor quantidade deste elemento (Tabela 23), o que pode indicar a

lixiviação, movimento vertical de nutrientes e água no perfil do solo para camada mais

profunda, visto que nos outros tratamentos quando comparados os perfis de 0-20 e 20-

40 cm, não houveram diferenças muito altas. Solos sem cobertura sofrem muito mais

os efeitos da degradação hídrica e eólica por processos de desagregação, transporte e

deposição das partículas do solo em outros locais, levando as camadas superficiais que

são as mais férteis, para longe (PRIMAVESI, 2002).

Quanto as outras características não houve padrão de comportamento entre os

tratamentos possuindo valores muito próximos entre si, assim como visto na Tabela 25.

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Tabela 26. Quantidade de micronutrientes na camada de 20-40 cm após a colheita do

repolho em função do preparo do solo e do adubo verde, dez/ 2019.

Química do solo após roçagem dos adubos verdes: milheto, estilosantes e sua mistura

(70% de estilosantes + 30% milheto):

Após a roçagem dos adubos verdes: milheto, estilosantes e sua mistura (70% de

estilosantes + 30% milheto) foi avaliado a química do solo na camada de 0-20 cm como

seguem nas Tabelas 27-29. Para as demais características não houve efeito significativo

dos tratamentos, observado média de pH: 6,3; K: 1,0 mmolc dm-3; Mg: 8,3 mmolc dm-3;

B: 0,08 mg dm-3.

Segundo a tabela 26 o teste revelou diferença significativa e superioridade para o

plantio convencional quanto a enxofre, CTC e saturação por base na camada de 0-20 cm

do solo. Em estudos sobre a CTC e V% do solo em plantio direto de 2001 a 2004 o

plantio direto apresentou maiores valores nos anos finais, sendo o primeiro ano com

menores valores para essas características, ou seja, o sistema de manejo plantio direto só

proporcionou aumento nos teores de saturação de bases (V%) ao longo dos quatro anos

necessitam de tempo para expressar suas vantagens de não revolvimento do solo

(ANJOS et al., 2013).

Tabela 27. Enxofre (S-SO4), capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por base

(V%) do solo da camada de 0-20 cm, após a roçada de adubos verdes em função do

preparo de solo, abr/ 2019.

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O tratamento com estilosantes apresentou menor teor de enxofre não havendo

diferença significativa entre o milheto e a mistura de 70% estilosantes +30% milheto.

Esta diferença pode ocorrer por diversos fatores como a imobilização da massa

microbiana ou adsorção específica de sulfato,que segundo estudo de Maluf et al. (2015)

ao analisarem os seguintes adubos verde: milho, braquiária, feijão e estilosantes

puderam observar maior perda de enxofre ao longo do tempo nos tratamentos com

milho, braquiária e estilosantes.

Tabela 28. Enxofre (S-SO4) do solo da camada de 0-20 cm, após a roçada de adubos

verdes, abr/ 2019.

Num sistema de plantio direto estabelecido deve-se obter acúmulo de nutrientes

nas camadas mais superficiais do solo, fato que depende do tempo de implantação do

sistema. Analisando isoladamente cada tipo de manejo de solo, tanto plantio

convencional como plantio direto apresentaram maior acúmulo de nutrientes no

tratamento com milheto, com exceção do zinco em SPC (sistema de plantio

convencional) onde se encontra em menor quantidade quando comparado aos

tratamentos com estilosantes e 70% estilosantes+ 30% milheto. Estes últimos dois

tratamentos obtiveram valores muito próximos que não difereriram entre si

estatisticamente (Tabela 28). O milheto demonstrou grande liberação de nutrientes no

estádio fenológico de início de florescimento através de estudo feito por Carpim et al.

(2008), onde o estádio de pré-emborrachamento e pré-florescimento também foram

avaliados. Neste experimento as plantas foram cortadas justamente no estádio ótimo

para liberação de nutrientes, início do florescimento, o manejo adequado da cultura

potencializa suas capacidades de fertilização.

Quanto a M.O. nota-se maior teor onde foi cultivado o milheto, provavelmente

devido a maior relação C/N, possuindo mineralização mais lenta e, portanto, maior

residual no solo (Tabela 28).

No caso da acidez potencial (H+Al) o valor mais alto não é algo positivo pois,

quanto maior o potencial de acidez do alumínio maiores as chances de o pH do solo

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diminuir, acidificando-o. Em estudo com coberturas mortas vegetais os resíduos de

estilosantes acidificaram o solo (MALUF et al., 2015), assim como ocorreu no preparo

convencional do solo no presente trabalho (Tabela 28).

Tabela 29. Matéria orgânica (M.O.), acidez potencial (H+Al), cobre (Cu), ferro (Fe),

manganês (Mn), zinco (Zn) do solo da camada de 0-20 cm, após a roçada de adubos

verdes em função do sistema de preparo do solo: SPC (sistema de plantio convencional)

e SPD (sistema de plantio direto), abr/ 2019.

Na avaliação da camada de 20-40 cm nota-se maior quantidade de fósforo no

preparo convencional para todos os adubos verdes (Tabela 29). Em plantio direto há

menor quantidade devido sua baixa mobilidade e o não revolvimento do solo, e se

espera elevar as quantidades com o passar dos anos de implantação desse sistema.

Resultados semelhantes ocorreram para a matéria orgânica, com exceção do estilosantes,

já que foram roçados, triturados e incorporados os adubos verde na camada mais

profunda do solo tornando mais rápida a disponibilização de nutrientes de 20-40 cm em

seu perfil.

Para o K, houve maior teor na parcela do estilosantes no SPD, observado 1,2

mmolcdm-³ a mais do no SPC (Tabela 29). Segundo Maluf et al. (2015), entre quatro

coberturas mortas, sendo elas braquiária>feijão>milho>estilosantes, a disponibilização

de K ocorreu na mesma ordem citada, com o estilosantes sendo a menor fonte entre elas.

Salvo o discutido acima, não houve padrão de resultados para o sistema de

plantio ou tipo de palhada com diferenças significativas variando entre os tratamentos,

mostrando que, os sistemas não estão completamente estabelecidos e um único ciclo de

cultivos não é suficiente para uma mudança nas camadas mais profundas do solo, já que

a ciclagem de nutrientes depende da diversificação de sistemas radiculares na área e da

constância de palhada na superfície do solo, um ano de plantio é pouco para a

visualização das vantagens dessa dinâmica químico-biológica (EMBRAPA, 2012).

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Tabela 30. Fósforo (P), enxofre (S), matéria orgânica (MO), potássio (K), saturação por

base (V)do solo da camada de 20-40 cm, após a roçada de adubos verdes em função do

sistema de preparo do solo: SPC (sistema de plantio convencional) e SPD (sistema de

plantio direto), abr/ 2019.

ADUBO VERDEP S MO K V

mg dm-3 g dm-3 mmolc dm-3 %SPC SPD SPC SPD SPC SPD SPC SPD SPC SPD

Milheto 29,0 Aa 9,5 Bb 2,0 Bb 2,5 Aa 16,5 Aa 13,5 Ba 0,8 Aa 0,7 Ab 74,5 Aa 66,5 Ba

Estilosantes 31,5Aa 2,5 Bb 2,0 Ab 2,0 Ab 13,0 Ac 12,0 Ab 0,8 Ba 2,0 Aa 73,5 Aa 58,5 Bb

70% estilosantes+30% milheto 35,0 Aa 18,5 Ba 3,0 Aa 2,0 Bb 14,5 Ab 13,0 Bab 0,7 Aa 0,8 Ab 74,5 Aa 71,5 Aa

¹Médias seguida por mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey e letra maíúscula na linha não diferem entre si pelo teste t, ambosa 5% de probabilidade.

Os valores de PH e acidez potencial (H+Al) estão muito parecidos entre os

tratamentos salvo maior valor de acidez no estilosantes em plantio direto com 19

mmoldm-³. Já foi citado anteriormente os resultados de Maluf et al. (2015) onde os

restos culturais de estilosantes acidificaram o solo.

Houve baixa quantidade de zinco em plantio direto com palhada de estilosantes

(0,2 mgdm-³) (Tabela 30). Segundo Pavinato et al. (2009), o plantio direto tem maiores

acúmulos de nutrientes nas camadas mais superficiais, e no plantio convencional mais

bem distribuídos pelo perfil do solo, inclusive nas camadas de 20-40 cm.

Tabela 31. pH, acidez potencial (H+Al), manganês (Mn), zinco (Zn) do solo da camada

de 20-40 cm, após a roçada de adubos verdes em função do sistema de preparo do solo:

SPC (sistema de plantio convencional) e SPD (sistema de plantio direto), abr/ 2019.

ADUBO VERDE

pH H+Al Mn Zn

(CaCl2) mmolc dm-3 mg dm-3

SPC SPD SPC SPD SPC SPD SPC SPD

Milheto 6,3 Aa 6,1 Ba 10,5 Aa 11,0 Aa 11,4 Bb 20,2 Aa 3,6 Aa 1,0 Bb

estilosantes 6,1 Ab 5,6 Bb 11,5 Ba 19,0 Aa 10,8 Ab 11,1 Ab 2,7 Aa 0,2 Bb

70% estilosantes+30% milheto 6,2 Aab 6,3 Aa 11,5 Aa 11,0 Aa 16,6 Ba 20,4 Aa 2,9 Aa 2,2 Aa

¹Médias seguida por mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey e letra maíúscula na linha não diferem entre si pelo teste t,ambos a 5% de probabilidade.

A camada mais profunda do solo de 20-40 cm,demonstrou diferenças

significativas para cálcio, soma de bases, CTC e ferro, observado maiores valores no

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preparo de solo convencional (Tabela 32), provavelmente devido a maior uniformidade

dos resíduos no perfíl do solo através da incorporação da palhada e seu revolvimento no

solo. A dinâmica dos nutrientes em plantio direto é diferente pois sem o revolvimento

do solo e a palhada morta exposta sob cobertura, a tendência é uma maior quantidade de

nutrientes nas camadas superficiais do solo e uma menor quantidade ao longo do perfil.

Tabela 32. Cálcio (Ca), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC) e

ferro (Fe) do solo da camada de 20-40 cm, após a roçada de adubos verdes em função

do sistema de preparo do solo, abr/ 2019.

PREPARO DO SOLOCa SB CTC Fe

mmolc dm-3 mg dm-3

convencional 22,8 a¹ 32,4 a 43,6 a 14,8 aplantio direto 16,7 b 25,5 b 39,2 b 12,7 b

¹Médias seguida por mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.

Na tabela 33 são encontradas diferenças significativas nos teores de nutrientes e

capacidade de troca de cátions entre as diferentes coberturas de solo, porém os valores

variam muito pouco entre si e não apresentam nenhum padrão de comportamento, o que

reforça o fato do plantio direto somente se diferenciar do convencional em acúmulo de

nutrientes com o passar dos anos. Em fase de implantação, nos primeiro dois anos,

dificilmente serão visualizados os seus benefícios e diferenças (BERTONI et al., 2012).

Tabela 33. Cálcio (Ca), magnésio (Mg), capacidade de troca catiônica (CTC), ferro (Fe)

o solo da camada de 20-40 cm, após a roçada de adubos verdes, abr/ 2019.

ADUBO VERDECa Mg CTC Fe

mmolc dm-3 mg dm-3

Milheto 18,3 b 7,5 b 37,2 b 16,0 aEstilosantes 17,8 b 10,5 a 44,9 a 12,3 b

70% estilosantes+ 30% milheto 23,3 a 6,8 b 42,0 ab 12,5 b

¹Médias seguida por mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Avaliação da macrofauna após a roçagem dos adubos verdes: milheto, estilosantes e sua

mistura (70% de estilosantes + 30% milheto):

Com média de 104 indivíduos por m² na macrofauna do solo, não houve

diferença significativa entre o sistema de plantio direto e convencional (Tabela 34) e

nem entre os adubos verdes (Tabela 35). Em estudo sobre a macrofauna edáfica do solo,

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Santos et al. (2008) relatam que ao associar a irrigação com o uso de plantas de

cobertura, há um favorecimento desses organismos no solo aumentando a sua

sobrevivência e população. Neste experimento foi realizada a irrigação por gotejo, fato

que pode explicar a boa população de organismos acima de 2mm no solo do

experimento.

Tabela 34. Macrofauna do solo após roçagem dos adubos verdes em função do preparo

do solo com plantio direto e convencional, abr/ 2019.

PREPARO DO SOLO MACROFAUNA

plantio convencional 114,7 a¹

plantio direto 93,3 a

CV1(%)² 43,5

CV2(%) 37,3

DMS³ 271,1

Média 104,0

¹Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.

²CV(%): coeficiente de variação.

³DMS: diferença mínima significativa.

Tabela 35. Macrofauna do solo após roçagem dos adubos verdes em função dos adubos

verde (estilosantes; 70% estilosantes + 30% milheto; milheto) em área com sistema de

plantio direto e convencional, abril de 2019.

ADUBO VERDE MACROFAUNA

Estilosantes 72,0 a

70% estilosantes + 30% milheto 116,0 a

Milheto 124,0 a

CV1(%)² 43,5

CV2(%) 37,3

DMS³ 62,6

Média 104,0

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¹Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

²CV(%): coeficiente de variação.

³DMS: diferença mínima significativa.

Na tabela 36, houve interação significativa para as características de número e

massa de frutos por planta e produtividade, ocorrendo destaque do plantio direto nas

parcelas que foram adubadas com o milheto, e avaliando o desdobramento para estas

três características, nota-se que nesse mesmo sistema de preparo do solo houve

superioridade do milheto e da mistura de 70% estilosantes + 30% milheto, produzido

7,7 e 7,0 frutos por planta, 1,7 e 1,5 kg de massa de frutos por planta e 33,0 e 30,5 t ha-1,

respectivamente, as quais não houve diferença significativa entre si.

Vale destacar para produtividade, que embora não tenha ocorrido diferença

estatística analisando os dois preparos de solo na mistura de 70% estilosantes + 30%

milheto, nota-se 6,5 toneladas por hectare maior do que o sistema de plantio

convencional o que influencia no volume de produção total e consequentemente no

lucro do produtor rural.

Em estudo realizado por Clemente et al. (2006), os autores produziram no

cultivo orgânico o pepino aodai cultivar 82-189 em condições do cerrado e detectaram

produtividade de 27,46 t ha-1. Já no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) os

pesquisadores produziram 40 t ha-1 de pepino aodai tutorado, este resultado foi

semelhante no trabalho de Man et al. (2014) visto que os autores detectaram

produtividade de 40,16 t ha-1. Onde estudaram tipos de poda na produção do pepino

Aladim destinado para consumo in natura em saladas, também pertencente ao grupo

aodai.

Durante o experimento houve grande incidência de virose em campo, o que

comprometeu o período de colheita reduzindo-o a 20 dias devido ao estado

fitossanitário das plantas, diferindo das colheitas comerciais que costumam durar de 30

a 60 dias de acordo com o vigor das plantas cultivadas.

Já para massa, diâmetro e comprimento de fruto não foram observadas

diferenças significativas, observado médias de 209 gramas, 4,6 cm e 18,3 cm,

respectivamente. Os pepinos foram colhidos no ponto ideal do mercado que

comercializam frutos do grupo aodai na média de comprimento de 18-22 cm.

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Tabela 36. Número (NFPL) e massa de frutos por planta (MFPL) e produtividade (PD)

de pepino produzidos com diferentes adubos verdes (estilosantes; 70% estilosantes +

30% milheto; milheto) em sistema de plantio direto e convencional, junho de 2019.

7 CONCLUSÕES

7.1 Primeira etapa: outono/inverno com adubos verdes de tremoço e aveia preta.

Quanto a produção do repolho cv. Sooshu: houve maior produção no sistema de

plantio convencional.

Quanto a palhada: houve maior cobertura do solo com a aveia preta.

Quanto a macrofauna: houve maior macrofauna (fauna maior que 2 mm) em

sistema de plantio convencional com adubação de tremoço branco, e em sistema de

plantio direto com a mistura de 70% tremoço branco + 30% aveia preta.

7.2 Segunda etapa: primavera/verão com adubos verdes de estilosantes e milheto.

Quanto a produção de pepino: houve maior rendimento de pepino aodai em

sistema de plantio direto adubado com milheto e mistura de 70% estilosantes + 30%

milheto.

Quanto as características químicas do solo: dentre as palhadas, o milheto

apresentou maior acúmulo de nutrientes nas camadas de 0-20 e 20-40 cm, porém ainda

é cedo para afirmar uma melhora do solo diante dos tratamentos.

7.3 Características físicas do solo nas duas épocas de plantio

Os sistemas de preparo e as plantas de cobertura utilizados não influenciaram os

atributos do solo ao longo do tempo.

A porosidade do solo e o diâmetro médio ponderado foram influenciados pelas

épocas de coleta.

A densidade do solo, resistência do solo a penetração e a infiltração de água no

solo reduziram e a macroporosidade aumentou após o cultivo das plantas de cobertura.

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O plantio convencional proporcionou melhor aeração do solo, principalmente na

camada superficial.

Em todos os atributos físicos do solo, a adubação com aveia preta resultou em

melhores valores indicando melhor qualidade física.

8 AGRADECIMENTOS

Agradecimento a Fundação Agrisus e a Seprotec Semente, pelo apoio e parceria.

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