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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ – UTP
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CHANTAL HOFFMANN LEJEUNE
IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA IMAGINOLÓGICA
DE GASTRITE – RELATO DE CASO
CURITIBA
2016
CHANTAL HOFFMANN LEJEUNE
IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA IMAGINOLÓGICA
DE GASTRITE – RELATO DE CASO
Relatório apresentado à Coordenação
de Estágio como requisito parcial de
Avaliação do Estágio Curricular
Obrigatório do Curso de Medicina
Veterinária da Universidade Tuiutí do
Paraná.
Orientadora: Profª. Rhéa Cassuli Lima
dos Santos.
CURITIBA
2016
Reitoria
Sr. Luiz Guilherme Rangel dos Santos
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitoria Acadêmica
Profª. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pró- Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
Profª. Carmen Luiza da Silva
Secretário Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Prof. João Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
CAMPUS BARIGUI
Rua Sydnei A Rangel Santos 238 - Santo Inácio
CEP 82.010-330 – Curitiba - PR
FONE: (41) 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
CHANTAL HOFFMANN LEJEUNE
IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA IMAGINOLÓGICA DE
GASTRITE – RELATO DE CASO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do
título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
.
Curitiba, ___ de Junho de 2016
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________________
Orientadora Profª. Esp. Rhéa Casulli Lima dos Santos
UTP-Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
Prof. M. Sc. Carlos Henrique do Amaral
UTP- Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
Profª. M. Sc. Fabiana dos Santos Monti
UTP- Universidade Tuiuti do Paraná
AGRADECIMENTOS
Primeiramente aos meus pais Jacques Lejeune e Silvia Hoffmann Lejeune, pois
sem o apoio incondicional, carinho, suporte, dedicação e amor de vocês dois eu não
tinha conseguido chegar até aqui. Muito obrigada por se esforçarem tanto para ver eu
realizar meu sonho de se tornar médica veterinária. Obrigada aos meus dois irmãos
Philippe e Christian que me apoiaram no momento mais conturbado da minha
graduação. Ao meu namorado e amigo Guilherme, que sempre me estendeu a mão
quando eu precisei de apoio, obrigada por todo carinho e paciência que teve comigo
durante essa importante trajetória da minha vida.
Às minhas 4 “mães” médicas veterinárias em Diagnóstico por Imagem que me
mostraram como esse mundo preto e branco é maravilhoso e ao mesmo tempo cada
vez mais misterioso, nos fazendo pensar em mais e mais diagnósticos diferenciais
para cada alteração encontrada em um exame ultrassonográfico e radiográfico.
Simone Cristine Monteiro Dallagnol, Andressa Tucholski, Natascha Kellermann Brauer
e Bárbara Sanson, muito obrigada por toda dedicação que vocês tiveram comigo, por
todos ensinamentos passados, sempre me apoiando para eu seguir em frente.
Gostaria de agradecer a todo o pessoal do estágio obrigatório, que me
receberam de braços abertos, desde as meninas da recepção, da limpeza, os
enfermeiros, os motoboys, até as doutoras.
A minha professora orientadora Rhéa Cassuli Lima dos Santos, por ter me
aceito como sua orientada, pela paciência e aprendizado que me passou durante esse
período que trabalhamos juntas. Ao professor Carlos Henrique do Amaral que também
me ensinou muito sobre diagnóstico por imagem.
Aos meus amigos, porque sem vocês o meu mundo não teria tanta graça.
Obrigada pelo apoio, incentivos e risadas que vocês me proporcionaram. Como eu
disse um dia, “da faculdade, para vida”. Vou levar vocês para sempre comigo.
E claro, não podia faltar, a todos os animais. Afinal, não há nada mais
gratificante, depois de todo esforço e dedicação, receber lambidas e abanadas de
rabos como um “muito obrigado”, nos mostrando como o amor é simples e puro. Esse
mundo animal é mesmo fascinante. Em especial, Laila e Puppy, obrigada por me
proporcionarem tanta alegria.
RESUMO
O estágio curricular supervisionado foi realizado no Centro de Diagnóstico por
Imagem Bionostic PR, no período de 15 de fevereiro a 29 de abril de 2016, o qual teve
como objetivo o aperfeiçoamento dos conhecimentos adquiridos durante a graduação,
assim como, apresentar as atividades desenvolvidas dentro do período de estágio e
a casuística do setor. O caso a ser relatado é de uma fêmea, da espécie canina, sem
raça definida, adulta, que foi encaminhada para o Binostic para realização de exames
de imagem, incluindo ultrassonografia abdominal e endoscopia digestiva alta. Após a
realização destes exames juntamente com o exame histopatológico, foi possível
concluir gastrite crônica ativa com ulceração focal do epitélio. A paciente recebeu o
devido tratamento para a afecção apresentando melhora do quadro clínico.
Palavras chaves: ultrassonografia abdominal, endoscopia, radiografia abdominal,
biópsia, gastrite.
ABSTRACT
The supervised internship was accomplished at the Center for Diagnostic
Image Bionostic PR, from February 15 to April 29, 2016, which aimed to improve
knowledge acquired during undergraduate studies, as well as present the activities
within the probationary period and the casuistry of the sector. The case to be reported
is a female, the canine species without defined adult race, which was forwarded to the
Binostic to perform imaging examinations, including abdominal ultrasound and
endoscopy. After performing these tests along with histopathology, we concluded
chronic active gastritis with focal ulceration of the epithelium. The patient was
successfully treated for the disease presenting clinical improvement.
Key words: abdominal ultrasound, endoscopy, abdominal radiography, biopsy,
gastritis.
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................ 9
LISTA DE TABELAS ...................................................................................... 10
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12
2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCENDENTE ............................................... 13
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................... 18
3.1 CASUÍSTICA ............................................................................................. 18
4. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 23
4.1 ANATOMIA DO ESTÔMAGO .................................................................... 23
4.2 RADIOGRAFIA .......................................................................................... 24
4.3 ULTRASSONOGRAFIA ............................................................................. 26
4.4 ENDOSCOPIA ........................................................................................... 27
4.5 CARACTERÍSTICAS IMAGINOLÓGICAS EM CASO DE DOENÇA
INFLAMATÓRIA .............................................................................................. 28
5. RELATO DO CASO CLÍNICO......................................................................... 30
6. DISCUSSÃO ................................................................................................... 36
7. CONCLUSÃO ................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 39
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Fachada do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. ........................ 14
Figura 2: Sala de recepção do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. .......... 14
Figura 3: Sala de radiologia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. ......... 15
Figura 4: Sala de ultrassonografia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. 15
Figura 5: Sala de ecocardiografia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. 15
Figura 6: Sala de coletas do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.e gaiolas as
para os animais de transporte. ................................................................................. 16
Figura 7: Sala de laudos do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic. .............. 16
Figura 8: Laboratório do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic para análises de
exames na área de hematologia, bioquímica sanguínea, imunologia, hormônios,
parasitologia, toxicologia, citologia e histopatológico. .............................................. 17
Figura 9: Ilustração esquemática da divisão do estômago. ..................................... 23
Figura 10: Imagem ultrassonográfica do estômago (St) normal em corte longitudinal.
É possível identificar as cinco camadas (entre as cabeças das setas marrom e preta).
Superfície de mucosa (ponta da seta preta), mucosa (seta verde), submucosa (seta
ermelha), muscular (seta azul) e serosa (cabeça da seta marrom). ......................... 24
Figura 11: Imagem ultrassonográfica do estômago em corte longitudinal (A) e
transversal (B) evidenciando a espessura mensurada (0,80 cm e 0,75 cm
respectivamente) da parede gástrica da paciente. ................................................... 31
Figura 12: Imagem ultrassonográfica das alças intestinais em corte longitudinal
evidenciando e pregueamento de forma difusa. ....................................................... 31
Figura 13: Porção de esôfago distal com área hiperemica (seta amarela) e área
erosiva (seta branca). .............................................................................................. 33
Figura 14: Terço distal de corpo gástrico apresentando hiperplasia da mucosa, com
proliferação tecidual e presença de pequena lesão (seta preta). ............................. 34
Figura 15: Região de antro pilórico apresentando lesão polipoide (seta branca) com
presença de erosões puntiformes (seta preta). ........................................................ 34
Figura 16: Região pilórica edemaciada (círculo), impedindo a avaliação duodenal. 35
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Exames ultrassonográficos acompanhados durante o estágio no Bionostic
no período de 15 de fevereiro a 29 de abril, 2016, classificados de acordo com a região
de estudo ultrassonográfico. .................................................................................... 18
Tabela 2: Exames radiográficos acompanhados durante o estágio no Bionostic no
período de 15 de fevereiro a 29 de abril, 2016, classificados de acordo com a região
radiografada. ............................................................................................................ 19
Tabela 3: Avaliação das alterações encontradas nos exames ultrassonográficos
realizados. ............................................................................................................... 21
Tabela 4: Resultado dos exames hematológicos do cão, fêmea, SRD, 15 anos,
encaminhada para o Bionostic, PR, 2016. ............................................................... 32
Tabela 5: Resultado dos exames bioquímicos do cão, fêmea, SRD, 15 anos,
encaminhada para o Bionostic, PR, 2016. ............................................................... 33
LISTAS DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição dos pacientes quanto a espécie e sexo em relação aos exames
ultrassonográficos realizados durante o estágio no Bionostic no período de 15 de
fevereiro a 29 de abril, 2016. .................................................................................... 20
Gráfico 2: Distribuição dos pacientes quanto a espécie e sexo em relação aos exames
radiográficos realizados durante o estágio no Bionostic no período de 15 de fevereiro
a 29 de abril, 2016. .................................................................................................. 20
Gráfico 3: Distribuição em relação a faixa etária dos pacientes atendidos para exames
ultrassonográficos e radiográficos durante o estágio no Bionostic no período de 15 de
fevereiro a 29 de abril, 2016. .................................................................................... 21
Gráfico 4: Distribuição das alterações encontradas nos exames ultrassonográficos
realizados. ............................................................................................................... 22
12
1. INTRODUÇÃO
O estágio obrigatório foi realizado no Centro de Diagnósticos Veterinário
Bionostic, no período de 15 de fevereiro a 29 de abril de 2016, no setor de diagnóstico
por imagem em pequenos animais, o qual foi supervisionado pela médica veterinária
Simone Cristine Monteiro Dallagnol, completando 440 horas de carga horária total.
A decisão de realizar esta última etapa do curso de medicina veterinária nesse
Centro de Diagnósticos, foi principalmente com o objetivo de aprimorar os
conhecimentos obtidos durante a graduação, mais especificamente dentro da área de
diagnóstico por imagem.
O estágio obrigatório tem como principal objetivo mostrar ao graduando
situações reais que vivenciará quando estiver atuando no mercado de trabalho, já
assumindo responsabilidades, porém ainda com supervisão de profissionais
capacitados. É possível colocar em prática habilidades desenvolvidas ao longo do
curso acadêmico, despertando cada vez mais, no futuro médico veterinário, hábitos e
atitudes profissionais.
Os objetivos específicos do estágio obrigatório voltado para a área de
diagnóstico por imagem em pequenos animais foram acompanhar principalmente
exames ultrassonográficos e radiográficos realizados em cães e gatos, acompanhar
quando possível, exames de tomografia computadorizada realizados em cães e gatos,
aprimorar técnicas de posicionamento durante os exames radiográficos, acompanhar
e aprimorar as habilidades de comunicação com o público, aprimorar o pensamento
clínico frente as alterações ultrassonográficas e radiográficas, desenvolvendo
habilidade de raciocínio sobre possíveis diagnósticos diferenciais.
13
2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCENDENTE
O Centro de Diagnósticos Veterinário Bionostic, fundado em 2003, está
localizado em Curitiba-PR, na Rua 21 de Abril, 301, no bairro Alto de XV – CEP 80.
045-160.
Esse centro foi fundado com o intuito de fornecer diagnósticos de qualidade,
obtidos através de profissionais qualificados para cada área específica que o Bionostic
oferece. O atendimento é feito de segunda a sexta, das 8 às 19 horas e aos sábados,
das 9 às 14 horas.
O Bionostic oferece atendimento voltado para as especialidades de radiologia,
ultrassonografia, cardiologia, tomografia, endoscopia, além de realizar exames
laboratoriais e necropsia, atendendo cães, gatos, aves, equinos, animais selvagens e
de produção. Para a realização de qualquer exame, é necessário que o médico
veterinário encaminhe para o Bionostic uma requisição com os dados do paciente e
quais exames deseja que sejam realizados. Nenhum exame é feito sem requisição.
O centro de diagnóstico Bionostic (Figura 1), é constituído por uma recepção
(Figura 2), uma sala de radiologia (Figura 3), uma sala de ultrassonografia (Figura 4),
uma sala de ecocardiografia (Figura 5), uma sala para coletas de sangue, a qual
também possui gaiolas para os animais de transporte (Figura 6), uma sala para a
realização de laudos, incluindo nessa área dois negatoscópios, uma impressora de
filmes radiográficos AGFA HealthCare – DRYSTAR 5302, o digitalizador de filmes
radiográficos AGFA HealthCare – CR30-X, cinco computadores.
Um computador é utilizado especificamente para os exames de tomografia
computadorizada, outro é para a visualização digital das radiografias realizadas e três
destinados para redigir os laudos (Figura 7). Na parte superior encontra-se o
laboratório (Figura 8).
14
Figura 1: Fachada do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
Figura 2: Sala de recepção do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
15
Figura 3: Sala de radiologia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
Figura 4: Sala de ultrassonografia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
Figura 5: Sala de ecocardiografia do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
16
Figura 6: Sala de coletas do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.e gaiolas as para os
animais de transporte.
Figura 7: Sala de laudos do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic.
17
O aparelho de ultrassom utilizado é o LOGIC C5 Premium – GE, composto por
um transdutor linear de 7 a 11 MHz e um microconvexo de 14 mm de curvatura
variando de 3 a 9 MHz. A sala de radiologia possui um aparelho radiográfico VMI –
Compacto 500.
Figura 8: Laboratório do Centro de Diagnóstico Veterinário Bionostic para análises de exames
na área de hematologia, bioquímica sanguínea, imunologia, hormônios, parasitologia, toxicologia, citologia e histopatológico.
18
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O período do estágio obrigatório foi de 15 de fevereiro de 2016 até 29 de abril
de 2016, no qual foram acompanhados exames ultrassonográficos abdominais e
radiográficos. Além desses exames, também foram realizados procedimentos
ecoguiados como cistocentese.
As atividades desenvolvidas em relação aos exames ultrassonográficos foram
a preparação prévia dos pacientes com a depilação abdominal, contenção física dos
mesmos para a realização do exame e anotações sobre as alterações encontradas
nos mesmos. Já para os exames radiográficos, as atividades foram contenção física
e posicionamento dos pacientes, ajuste das técnicas radiográficas e revelação dos
filmes. No final dos exames ultrassonográficos e radiográficos, havia uma discussão
sobre as alterações de cada paciente, seguido da elaboração dos laudos.
3.1. CASUÍSTICA
Durante o estágio curricular foram acompanhados 450 exames
ultrassonográficos (tabela 1 e gráfico 1) e 530 exames radiográficos (tabela 2 e gráfico
2).
Tabela 1: Exames ultrassonográficos acompanhados durante o estágio no Bionostic no período de 15
de fevereiro a 29 de abril, 2016, classificados de acordo com a região de estudo ultrassonográfico.
ULTRASSONOGRAFIA Nº PACIENTES %
OCULAR 3 0,67%
GESTACIONAL 5 1,11%
ABDOMINAL EXPLORATÓRIA 442 98,22%
TOTAL 450 100%
19
Tabela 2: Exames radiográficos acompanhados durante o estágio no Bionostic no período de 15 de
fevereiro a 29 de abril, 2016, classificados de acordo com a região radiografada.
REGIÃO Nº PACIENTES %
TÓRAX 80 15,09%
ABDÔMEN 15 2,83%
MEMBRO TORÁCICO 50 9,43%
MEMBRO PÉLVICO 60 11,32%
CRÂNIO 20 3,77%
COLUNA CERVICAL 25 4,72%
COLUNA TORÁCICA 40 7,55%
COLUNA LOMBAR 115 21,70%
PELVE 125 23,58%
TOTAL 530 100%
Com relação a espécie dos pacientes atendidos, foi observado que dos 450
exames ultrassonográficos acompanhados, 250 dos pacientes eram cães, sendo 170
fêmeas e 80 machos (gráfico 3). Foram atendidos 200 gatos, os quais 110 eram
fêmeas e 90 machos (gráfico 4). Quanto aos exames radiográficos acompanhados,
dos 530 pacientes atendidos, 340 eram da espécie canina, os quais 190 eram fêmeas
e 150 machos (gráfico 5). Foram atendidos 190 gatos, sendo 80 fêmeas e 110 machos
(gráfico 6). No gráfico 7, é possível observar a faixa etária dos pacientes atendidos
tanto para os exames ultrassonográficos, quanto radiográficos.
20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
FÊMEAS MACHOS FÊMEAS MACHOS
CÃES: 250 GATOS: 200
Gráfico 1: Distribuição dos pacientes quanto a espécie e sexo em relação aos exames
ultrassonográficos realizados durante o estágio no Bionostic no período de 15 de fevereiro a 29 de abril, 2016.
Gráfico 2: Distribuição dos pacientes quanto a espécie e sexo em relação aos exames radiográficos realizados durante o estágio no Bionostic no período de 15 de fevereiro a 29 de abril, 2016.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
FÊMEAS MACHOS FÊMEAS MACHOS
CÃES: 340 GATOS: 190
N: 170
N: 90
N: 110
N: 80
N: 190
N: 150
N: 80
N: 110
21
Na tabela 3 e no gráfico 4, é possível observar quais foram as alterações nos
órgãos encontradas nos exames ultrassonográficos realizados. É necessário ressaltar
que o número das alterações excede o número total de pacientes, pois os mesmos
podiam apresentar alterações concomitantes.
Tabela 3: Avaliação das alterações encontradas nos exames ultrassonográficos realizados.
ALTERAÇÕES Nº PACIENTES
GASTROINTESTINAIS 77
RENAIS 115
HEPÁTICAS 57
BILIARES 80
ESPLÊNICAS 60
PANCREÁTICAS 85
PROSTÁTICAS 15
REPRODUTOR 40
ENDÓCRINAS 74
TRATO URINÁRIO INFERIOR 50
FORMAÇÕES DE ORIGEM NÃO DEFINIDA 45
TOTAL 698
N: 60
N: 100N: 120
N: 500
N: 200
0
100
200
300
400
500
600
0 - 1 ANO 1 - 5 ANOS 5 - 10 ANOS 10 - 15 ANOS 15 - 20 ANOS
Gráfico 3: Distribuição em relação a faixa etária dos pacientes atendidos para exames ultrassonográficos e radiográficos durante o estágio no Bionostic no período de 15 de fevereiro a 29 de abril, 2016.
22
11,03%
16,48%
8,17%
11,46%
8,60%
12,18%
2,15%
5,73%
10,60%
7,16% 6,45%
0,00%2,00%4,00%6,00%8,00%
10,00%12,00%14,00%16,00%18,00%
Gráfico 4: Distribuição das alterações encontradas nos exames ultrassonográficos realizados.
23
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. ANATOMIA DO ESTÔMAGO
O estômago de cães e gatos em jejum, normalmente localiza-se cranialmente
ao último par de costelas, podendo se estender caudal ao arco costal (O’ BRIEN T.R,
1978), portanto, está localizado em região epigástrica, caudal ao diafragma e ao
fígado (KEALY & MCALLISTER, 2012), cranial a silhueta renal esquerda e adjacente
ao baço (PENNINCK, D.G. et al, 1989).
O estômago é subdividido em quatro regiões, incluindo cárdia, fundo, corpo e
piloro. Cárdia é a porção que faz a comunicação com o esôfago. O fundo localiza-se
dorsalmente e à esquerda da cárdia, sendo a porção superior. O corpo é a maior
porção, estendendo-se desde o fundo até o piloro (KEALY & MCALLISTER, 2012). E
por fim, o piloro, situado em porção distal e subdividido em antro pilórico, o qual possui
paredes finas, fazendo comunicação com o canal pilórico, porção situada em terço
distal da porção pilórica, que é responsável pela comunicação do estômago com o
duodeno, formada por uma parede musculosa, contendo um esfíncter duplo (FIGURA
9) (EVANS, H.E, 1993).
FONTE: THRALL, D. E. 2014.
Em região gástrica esquerda, as porções encontradas são cárdia, fundo e
corpo. Já em região direita, estão o antro e canal pilórico (ELLENPORT, C.R, 2008).
Figura 9: Ilustração esquemática da divisão do estômago.
24
A parede do estômago é constituída por cinco camadas, incluindo, superfície da
mucosa, mucosa, submucosa, muscular e serosa (FIGURA 10). A superfície da
mucosa é formada por pregas gástricas (ARGENZIO, R.A, 1996).
FONTE: NYLAN, T. G. & MATTOON, J. S. 2002.
4.2. RADIOGRAFIA
Para uma avaliação completa do estômago, são necessárias radiografias
simples e contratadas (KEALY & MCALLISTER, 2012), porém em alguns casos
somente a radiografia simples é suficiente para confirmação diagnóstica (EVANS,
S.M, 1983), pois é possível identificar lesões que poderiam ser mascaradas pelo uso
do contraste (O’BRIEN, R.; BARR, F.; 2012). Os exames contrastados são realizados
com contraste positivo, negativo ou com uma associação dos agentes positivos e
negativos, conhecido como duplo contraste (BRAWNER, W.R.; BARTELS, J.E.,
1983). O paciente deve estar em jejum prévio de 12 a 24 horas, com o objetivo de
avaliar integridade da parede do estômago, presença de corpos estranhos
Figura 10: Imagem ultrassonográfica do estômago (St) normal em corte longitudinal. É possível identificar as cinco camadas (entre as cabeças das setas marrom e preta). Superfície de mucosa (ponta da seta preta), mucosa (seta verde), submucosa (seta ermelha), muscular (seta azul) e serosa (cabeça da seta marrom).
25
radioluscentes ou formações nodulares, tempo de trânsito gastrointestinal, presença
ou atraso do esvaziamento gástrico e identificar possíveis obstruções parciais ou
totais (LATHAM, C., 2005).
O uso do contraste positivo tem como principal objetivo localizar o estômago
quando o mesmo não é visível através da radiografia simples, uma vez que quando
não está preenchido por conteúdo alimentar e gasoso sua visualização se torna mais
difícil. Além disso também é possível identificar falhas de preenchimento em caso de
presença de formações nodulares intraluminais, no reconhecimento do tamanho e
formato das dobras da mucosa e da superfície mucosa que deve apresentar-se
homogênea e com contornos regulares (O’BRIEN, R.; BARR, F.; 2012). É realizado
administração por via oral de sulfato de bário ou uma preparação iodada solúvel em
água, no qual o sulfato de bário é considerado a melhor opção para essa técnica
(ZONTINE, W.J, 1978). Em casos de suspeita de perfuração gástrica, a preparação
iodada solúvel em água deve ser administrada ao invés do sulfato de bário, uma vez
que esses agentes irão ser absorvidos se caso atingirem o mediastino ou a cavidade
peritoneal, enquanto o bário não é absorvido (WILLIAMS, J. et al, 1993).
Na técnica de contraste negativo, conhecida como pneumogastrografia, em
alguns casos, há necessidade de sedar o paciente para que seja introduzida uma
sonda nasogástrica ou orogástrica a fim de administrar o agente de contraste que são
gases (O’BRIEN, R.; BARR, F.; 2012), incluindo ar, dióxido de carbono, óxido nitroso
ou oxigênio (EASTON, S., 2012). Uma vantagem deste exame é de não haver
complicações para o paciente, porém, não fornece informações sobre o tempo do
trânsito gastrointestinal (EASTON, S., 2012). Esta técnica permite revelar presença
de corpos estranhos intraluminais radioluscentes ou visualizar formações gástricas
intraluminais, quando não é possível identifica-lás pela radiografia simples (KEALY &
MCALLISTER, 2012).
O duplo contraste é a associação dos dois meios, positivo e negativo e para
este exame também é realizado sedação no paciente, pois é introduzido uma sonda
gástrica até o estomago, para que seja administrado pouca quantidade de sulfato de
bário não diluído, seguido da administração de ar (O’BRIEN, R. & BARR, F., 2009).
26
4.3. ULTRASSONOGRAFIA
A ultrassonografia é mais sensível que a radiografia para detecção de
alterações associadas as doenças inflamatórias do estômago, visto que através desta
técnica, é possível avaliar motilidade gástrica, espessura e arquitetura da parede e
presença de conteúdos luminais, sendo gases, muco ou alimento. Por meio da
avaliação ultrassonográfica evita-se a realização de radiografias contrastadas, as
quais são mais demoradas e invasivas quando comparadas com o ultrassom (KEITH,
D.G. et al, 1999).
As principais particularidades da ultrassonografia abdominal é de que não
apresenta efeitos nocivos significativos durante o uso, é possível realizar um estudo
não invasivo da hemodinâmica corporal através de efeito Doppler e as imagens são
obtidas em tempo real, permitindo estudo do movimento dos órgãos (CERRI &
ROCHA, 1993). Através deste exame, também é possível realizar biópsia guiadas
pelo ultrassom em órgãos internos com suspeita de alguma doença, eliminando o uso
da laparotomia exploratória (TEIXEIRA E LAGOS, 2007).
A biópsia guiada apresenta algumas vantagens como localização da lesão,
permitindo delimitação da altura, largura e profundidade, identifica as melhores vias
para introduzir a agulha, evitando assim órgãos como vesícula biliar, ducto biliar,
pâncreas, intestina e vasos sanguíneos (MENARD & PAPAGEORGES, 1995).
Para realização da avaliação ultrassonográfica gástrica, é recomendado a
utilização de um transdutor linear de alta frequência, sendo entre 7,5 a 10 MHz
(PENNINCK, D.G, 2004), o que melhora a resolução da imagem e permite a avaliação
da parede do estômago, sendo necessário realizar varreduras tanto em plano
longitudinal quanto transversal para um exame gástrico completo (FROES, T.R,
2004). Com um transdutor de alta frequência é possível identificar as cinco camadas
já citadas anteriormente, as quais, apresentam ecogenicidades diferentes entre si,
sendo mucosa e muscular hipoecóicas, enquanto superfície da mucosa, submucosa
e serosa hiperecóicas (PENNINCK, D.G, 2008).
Para o exame ultrassonográfico gástrico, é recomendado jejum alimentar entre
6-12 horas (FROES, T.R.; IWASAKI, M., 2001), para que os artefatos causados pelo
acúmulo de gás, como reverberação, e sombreamento acústico causado pela
presença de conteúdo alimentar, sejam minimizados (WILSON, S.R. et al, 1999).
27
A ultrassonografia do estômago, tem sido realizada para auxiliar no diagnóstico
de doenças inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, úlceras, intussuscepções, corpos
estranhos e obstruções (GRAHAM, J.P. et al, 2000). Em cães, a espessura da parede
gástrica é de 3 a 5 milímetros (AGUT, A. et al, 1996), já em gatos, é de 2 milímetros
(GOGGIN, J.M. et al, 2000). A mensuração do espessamento da parede gástrica é
obtida pela distância entre a superfície hiperecóica da mucosa até a camada externa
hiperecóica da serosa (GASCHEN, L; KIRCHER, P., 2007).
4.4. ENDOSCOPIA
Outro exame complementar para avaliação de alterações do estômago
considerado padrão ouro, é a endoscopia (TAMS, T.R.; CLARENCE A.R., 2011).
Através deste exame, é possível avaliar diretamente o lúmen do estômago, além do
esôfago e duodeno (MOORE, L.E. et al, 2003), possibilitando um diagnóstico precoce
e aumentando a exatidão do tratamento das doenças do sistema digestório (TAMS,
T.R. et al, 2011).
Apesar da endoscopia ser um exame minimamente invasivo (FOIGEL, E.K. et
al, 2000), é necessário um preparo prévio adequado, com o histórico completo do
paciente, juntamente com exame físico e laboratoriais, uma vez que é realizada
anestesia do mesmo. Portanto, preconiza-se um jejum prévio correto, sendo alimentar
de 8 a 12 horas e hídrico de 4 horas. Caso contrário, não é possível a avaliação correta
da mucosa gástrica (MOORE, L.E. et al, 2003).
A grande vantagem do endoscópio é realizar avaliação da integridade da
mucosa, gerando mais precisão no diagnóstico de afecções da mucosa do esôfago,
estômago e duodeno, além de realizar biópsias, para exames histopatológico,
microbiológico ou parasitológico (MOORE, L.E. et al, 2003). Este exame também é
realizado para aplicação de medicamentos, posicionamento de sondas e tubos de
alimentação, como guia para a dilatação de pontos de contrição, realização de
cirurgias, remoção de corpo estranho, acompanhamento do tratamento clínico, de
condições neoplásicas e afecções tratadas cirurgicamente (AZEVEDO, 2006).
28
A maior indicação da endoscopia é para auxiliar no diagnóstico de doenças
infiltrativas, erosivas e que levam a alterações anatômicas (WASHABAU, et al, 2010).
Os sinais clínicos indicativos para este exame são regurgitação, disfagia, mímica de
vomito, salivação excessiva, vômitos, hematêmese, diarreia, melena, constipação e
incontinência fecal (TAMS, 2005).
Durante a execução do exame de endoscopia existem algumas desvantagens,
como, com doenças funcionais do sistema digestório e mensuração do diâmetro
luminal, não é possível através dessa técnica diagnóstica (GUILFORD, W.G, 1996).
Outra desvantagem importante desse exame, que deve ser levada em consideração,
é de que a biópsia realizada por meio do endoscópio não detecta afecções das
camadas submucosa, muscular e serosa, uma vez que a biopsia possui profundidade
de aproximadamente 3 milímetros (OHANA, W.O, 2000).
Existem algumas contraindicações para a realização da endoscopia, por
exemplo, quando há presença de gás extraluminal, exsudato séptico à paracentese e
na suspeita de perfuração intestinal, pois a insuflação aumenta o risco de
contaminação da cavidade abdominal (GUILFORD, W. G., 2005).
A biópsia por meio da endoscopia, é muito comum e geralmente muito segura
(MANSELL, W.J. et al, 2008), considerada um importante método de diagnóstico de
complementação (OHANA, W.O, 2000). São realizadas com o objetivo de definir a
origem, distribuição e severidade das lesões (WILLARD, M.D.; MOORE, B.D;
DENTON, M. J., 2010). Este método apresenta alta sensibilidade diagnóstica, porém,
são necessárias várias coletas de amostras do tecido lesionado e também dos tecidos
marginais, obtendo assim, amostras de boa qualidade (WASHABAU R. J.; DAY, M.
J.; WILLARD, M. D., 2010). Além disso, é possível estabelecer o grau de malignidade
das neoplasias, identificar agentes etiológicos infecciosos e parasitários e realizar
análise histoquímica do material coletado (OHANA, W.O, 2000).
4.5. CARACTERÍSTICAS IMAGINOLÓGICAS EM CASO DE DOENÇA
INFLAMATÓRIA
No exame ultrassonográfico, a principal característica da doença inflamatória é
o espessamento difuso da parede gástrica, (HUDSON, J.A. et al, 1995), sendo
superior a 5 milímetros em cães de porte pequeno, 7 milímetros em cães de porte
29
grande e 2 milímetros em gatos (FROES, T.R, 2004), porém, mesmo com
espessamento severo da parede, não é possível diferenciar os processos
inflamatórios dos neoplásicos (PENNINCK, D.G, 2004).
A distinção entre esses dois processos pode ser feita por algumas avaliações
ultrassonográficas, levando em consideração a distribuição, simetria e extensão do
espessamento de parede e observando se há ou não estratificação das camadas
(PENNINCK, D.G, 2004). Em casos de neoplasias gástricas as características
ultrassonográficas encontradas são espessamento focal ou difuso da parede, perda
da estratificação das camadas, diminuição da motilidade e ecogenicidade diminuída
da área afetada (LAMB, C.R. et al, 1999). Penninck (2003) cita que, em cães que são
avaliados ultrassonograficamente e apresentam perda da estratificação das camadas,
a ocorrência de neoplasias gástricas é 50 vezes maior do que a ocorrência de doenças
inflamatórias.
Já em casos de inflamação do estômago, geralmente é observado
espessamento simétrico e difuso da parede gástrica, com estratificação das camadas,
porém, dependendo do grau de espessamento, é possível visualizar alteração da
ecogenicidade ou um espessamento mais severo (PENNINCK, D.G, 2008). Através
da ultrassonografia também é possível observar um aumento nas dimensões das
pregas (BARBER, D.L. et al, 1998) e diminuição da motilidade gástrica com acúmulo
de conteúdo fluído no lúmen gástrico (HOMC, O.L.D, 1996). Após o tratamento, é
comum não ocorrer melhora da ecogenicidade da mucosa, sugerindo que apesar da
melhora da atividade clínica do paciente, a mucosa requer um tempo maior para
cicatrizar (MAYER, D. et al, 2000).
Apesar do exame ultrassonográfico ser muito utilizado para avaliação do
estômago em suspeita de gastrite, a endoscopia digestiva alta é considerada o
método de imagem de eleição de diagnóstico de desordens gástricas (TAMS, T.R. et
al, 2011), porém para ter a confirmação diagnóstica, é necessário realizar biópsias
para avaliação citopatológica ou histopatológica (CRYSTAL, M.A. et al, 1993). Em
casos de gastrites crônicas, no exame endoscópico a mucosa apresenta-se friável,
irregular e enantemática (manchas vermelhas), além disso, dependendo da
severidade do quadro, é possível observar úlceras recobertas por fibrina, erosões e
focos de hemorragias difusos (SUM, S. et al, 2009).
30
Quando o paciente apresenta um quadro de gastrite crônica, é comum a
ocorrência de estenose pilórica concomitante, podendo ou não apresentar erosões,
impedindo assim, o acesso ao duodeno (TAMS, T.R. et al, 2011).
5. RELATO DO CASO CLÍNICO
Foi atendido por uma colega médica veterinária, uma fêmea, da espécie canina,
sem raça definida (SRD), 15 anos, pesando 4,5 Kg, não castrada e durante a
anamnese da consulta, a responsável relatou episódios de vômitos por seis vezes em
apenas um dia, negando quadro de diarreia.
Durante o exame físico foi possível avaliar os parâmetros como frequência
cardíaca 110 batimentos por minuto, frequência respiratória 30 movimentos por
minuto, mucosas apresentavam-se normocoradas, tempo de preenchimento capilar
de 2 segundos, temperatura 38,5 graus Celsius, pulso normorítmico e normocinético
e presumiu-se leve desidratação.
Perante ao quadro clínico que o animal apresentava, a suspeita clínica passou
a ser gastrite. Em seguida, foi aplicado maropitan 1 mg/kg, dose única, por via
subcutânea. Para casa, foi receitado omeprazol 1 mg/kg, BID, durante 15 dias,
ranitidina 2 mg/kg, BID, durante 15 dias e dieta caseira a base de arroz e peito de
frango desfiado.
Logo em seguida, a paciente foi encaminhada ao Centro de Diagnóstico
Veterinário Bionostic para realização do exame ultrassonográfico. Durante a
ultrassonografia, foi observado que o estômago estava preenchido por conteúdo
mucoso e gasoso, espessamento importante em região de corpo, com medidas
aproximadas de 0,80 cm e perda da estratificação das camadas nesta mesma região
(FIGURA 12).
31
FONTE: DALLAGNOL, S. M. 2016.
A motilidade gástrica apresentou-se diminuída. As alças intestinais
apresentavam-se preenchidas por conteúdo mucoso e gasoso, parede com espessura
e estratificação preservadas, porém com pregueamento difuso (FIGURA 13). A
motilidade intestinal estava discretamente aumentada. Os demais órgãos avaliados
estavam dentro da normalidade.
FONTE: DALLAGNOL, S. M. 2016.
Figura 11: Imagem ultrassonográfica do estômago em corte longitudinal (A) e transversal (B)
evidenciando a espessura mensurada (0,80 cm e 0,75 cm respectivamente) da parede gástrica da paciente.
Figura 12: Imagem ultrassonográfica das alças intestinais em corte longitudinal evidenciando e pregueamento de forma difusa.
A B
32
Com o espessamento moderado da parede e a perda da estratificação das
camadas gástrica observadas no exame ultrassonográfico, foram estabelecidos
alguns diagnósticos diferenciais, como gastrite crônica de ordem fúngica ou
bacteriana e neoplasia. Desta forma foi recomendado endoscopia digestiva alta como
exame complementar e exame histopatológico para confirmação diagnóstica. O
pregueamento difuso intestinal, sugeriu processo inflamatório. Além do ultrassom, foi
feita a coleta de material para a realização dos exames hematológicos (Tabela 4) e
bioquímicos da paciente (Tabela 5), os quais não apresentaram resultados fora dos
padrões de referência.
Tabela 4: Resultado dos exames hematológicos do cão, fêmea, SRD, 15 anos, encaminhada para o Bionostic, PR, 2016.
FONTE: BIONOSTIC, 2016.
ERITROGRAMA Resultado Valor de referência
Eritrócitos 5,7 milhões/mm³ 5,7 a 7,4
Hemoglobina 14,6 g/dL 14,0 a 18,0
Hematócrito 42% 37 a 47
VCM 73,68 u³ 63 a 77
HCM 23,86 pg 21 a 26
CHCM 32,38% 31 a 35
LEUCOGRAMA Resultado Valor de referência
Leucócitos 12.800/mm³ 6.000 a 17.000
Neutrófilos 77% 9856/mm³ 55 a 80%
Blastos 0/mm³ 0%
Metamielócitos 0% 0/mm³ 0%
Bastonetes 0% 0/mm³ 0 a 1%
Segmentados 77% 9856/mm³ 55 a 80%
Eosinófilos 0% 0/mm³ 1 a 9%
Basófilos 0% 0/mm³ 0 a 1%
Linfócitos 22% 2816mm³ 13 a 40%
Monócitos 1% 128mm³ 0 a 6%
Plaquetas 260.000/mm³ 150.000 a 800.000
Proteína Plasmática 6,8 g/dl 6.0 a 8,0
33
Tabela 5: Resultado dos exames bioquímicos do cão, fêmea, SRD, 15 anos, encaminhada para o
Bionostic, PR, 2016.
FONTE: BIONOSTIC, 2016.
Após o exame de ultrassonografia abdominal, o paciente retornou ao Bionostic
para a realização do exame de endoscopia digestiva alta. Neste exame, foi observado
que, em porção de esôfago distal, havia uma área vilosa, moderadamente hiperemica
e outra área erosiva, também com hiperemia moderada, oposta a primeira lesão
(FIGURA 14).
FONTE: BENVENHO, A. C. 2016.
As demais porções esofágicas encontravam-se preservadas. No estômago, a
porção de corpo gástrico proximal não aparentava alterações, já em terço distal de
corpo havia presença de área com aspecto hiperplásico da mucosa, com proliferação
tecidual e lesões arredondadas planas com medidas aproximadas de 2x3 cm
(FIGURA 15).
BIOQUÍMICOS Resultado Valor de referência
Alanina aminotransferase/transaminase glutâmica pirúvica
28,9 UI/L 10,0 a 88,0
Colesterol Total 165,9 mg/dl 125,0 a 270,0
Creatinina 0,8 mg/dl 0,5 a 1,5
Fosfatase Alcalina 49,9 UI/L 20,0 a 150,0
Glicose 64 mg/dl 60,0 a 110,0
Triglicerídeos 41,5 mg/dl Menor que 150,0
Figura 13: Porção de esôfago distal com área hiperemica (seta amarela) e área erosiva (seta branca).
34
FONTE: BENVENHO, A. C. 2016.
Em porção de antro pilórico, a mucosa apresentava leve espessamento e em
terço médio havia uma lesão polipoide séssil, com presença de erosões puntiformes
(FIGURA 16).
FONTE: BENVENHO, A. C. 2016.
A região de piloro apresentava edema moderado, não sendo possível progredir
o exame para o duodeno (FIGURA 17). Através da endoscopia, foram colhidos
fragmentos da porção esofágica e da lesão hiperplásica localizada em estômago para
Figura 14: Terço distal de corpo gástrico apresentando hiperplasia da mucosa, com proliferação tecidual e presença de pequena lesão (seta preta).
Figura 15: Região de antro pilórico apresentando lesão polipoide (seta branca) com presença de
erosões puntiformes (seta preta).
35
o exame histopatológico. Também foi realizado o teste da urease para a pesquisa da
bactéria Helicobacter pylori, tendo resultado negativo.
FONTE: BENVENHO, A. C. 2016.
A alteração em porção distal esofágica observada através da endoscopia,
sugeriu lesão secundária à metaplasia intestinal, esofagite crônica ou infiltração
neoplásica. A área hiperplásica em porção de corpo gástrico poderia estar associada
a gastrite foveolar moderada ou neoplasia. E em porção de antro, a alteração
visibilizada, foi sugestiva de gastrite erosiva. O exame histopatológico, foi conclusivo
de gastrite crônica ativa com ulceração focal do epitélio.
Após a realização do exame de endoscopia digestiva alta juntamente com o
diagnóstico definitivo obtido através do exame histopatológico, a médica veterinária
responsável pelo caso clínico iniciou o devido tratamento à paciente.
A colega solicitou à tutora, que mantivesse a ranitidina, por 30 a 60 dias,
juntamente com o sucralfato por dez dias. A paciente apresenta bastante oscilação
em relação a alimentação, tendo dias que se alimenta menos e ainda apresentando
quadro de vômitos esporádicos. A médica veterinária responsável recomendou uma
reavaliação ultrassonográfica, porém, a responsável alegou problemas financeiros,
não sendo possível realizar um novo exame de ultrassom abdominal. Mediante a
situação, a médica veterinária recomendou uso continuo da ranitidina e suspensão do
sucralfato depois dos dez dias de uso, como relatado anteriormente.
Figura 16: Região pilórica edemaciada (círculo), impedindo a avaliação duodenal.
36
6. DISCUSSÃO
Segundo Latham (2005), a radiografia contrastada tem como objetivo avaliar
integridade da parede do estômago, observar presença de corpo estranho
radioluscente ou formações nodulares, tempo de trânsito gastrointestinal, se há ou
não esvaziamento gástrico e avaliar possíveis obstruções parciais ou totais, porém,
com o passar dos anos juntamente com a evolução da tecnologia com novos métodos
diagnósticos, não são mais realizados exames radiográficos contrastados para
avaliação de doença inflamatória gástrica.
Conforme Keith (1999) a ultrassonografia abdominal é o exame de triagem em
casos de suspeita de gastrite, pois através deste exame é possível avaliar espessura
da parede, estratificação parietal, motilidade gástrica e quais são os conteúdos
luminais presentes no estômago do paciente. O exame de triagem realizado na
paciente deste caso foi a ultrassonografia abdominal.
A mensuração da espessura da parede gástrica da paciente foi realizada a
partir da superfície da mucosa até a camada mais externa, serosa, conforme Gaschen
e Kircher (2007) citam. Conforme Froes (2004) o transdutor indicado para avaliar
estômago é um linear de alta frequência. O transdutor utilizado na paciente do caso
clínico relatado no trabalho, foi o linear com frequência de 7 MHz, promovendo boa
resolução, permitindo assim uma boa avaliação da parede gástrica.
No caso clínico relatado neste trabalho, o exame complementar ao da
ultrassonografia abdominal, foi a endoscopia digestiva alta. Através deste exame, foi
possível avaliar diretamente o lúmen do estômago, esôfago e duodeno. Segundo
Tams e Clarence (2011) o exame considerado padrão ouro para avaliação de
alterações do estômago é a endoscopia digestiva alta. Com a endoscopia foi possível
chegar a um diagnóstico definitivo, realizando a biopsia para exames histopatológicos
ou citopatológicos, corroborando com Moore (2003). Porém, Ohana (2000), cita que
uma das desvantagens desta técnica é que o endoscópio não detecta alterações nas
camadas submucosa, muscular e serosa, pois a biopsia só é possível realizar com
uma profundidade de até 3 milímetros. Portanto, para realizar biópsia das camadas
gástricas mais externas, é necessário realizar uma laparotomia exploratória para que
assim possa ser retirado um fragmento do estômago para análise.
37
Em relação as características imaginológicas ultrassonográficas em caso de
gastrite em cães, Agut (1996) cita que a espessura da parede do estômago normal
em cães é de 3 a 5 milímetros. Durante o exame ultrassonográfico foi observado
espessamento difuso da parede gástrica superior a 5 milímetros. Através do exame
ultrassonográfico não foi possível descartar processo neoplásico, corroborando mais
uma vez com a literatura, a qual Penninck (2004), cita que não é possível diferenciar
processo inflamatório de neoplásico.
Segundo Crystal (1993) para confirmação diagnóstica é somente através da
biópsia para avaliação citológica ou histopatológica. No caso clínico relatado neste
trabalho foi realizado endoscopia juntamente com biopsia para avaliação
histopatológica das lesões encontradas, o qual foi imprescindível para concluir um
diagnóstico definitivo, corroborando com os dados da literatura novamente.
38
7. CONCLUSÃO
As alterações gástricas tanto em cães, quanto em gatos, estão cada vez mais
frequentes, frente a isso, a ultrassonografia abdominal é um exame de
complementação diagnóstica importante. Apesar dos artefatos gerados pela presença
de gás durante o exame, através do ultrassom é possível avaliar espessura da parede,
estratificação das camadas, motilidade e conteúdo gástrico. Outro exame
complementar a ultrassonografia gástrica, é a endoscopia digestiva alta, visto que
através deste exame, é possível avaliar diretamente o lúmen da mucosa e realizar
biopsias, a fim de um diagnóstico definitivo, mesmo sendo um método mais invasivo
para o paciente.
A radiografia abdominal simples para avaliação do estômago é realizada de
triagem para exclusão de outras causas como de corpo estranho radiopaco, dilatação
gástrica, torção gástrica ou ainda avalição de eventuais formações nodulares. A
ultrassonografia, a endoscopia e a biópsia para o exame histopatológico, são de
extrema importância em cães com sinais inespecíficos como vômito ou diarreia e
alteração no apetite.
Portanto, os dois exames de imagem essenciais e que se complementam
quando se trata de avaliação gástrica, em casos de doença inflamatória, é a
ultrassonografia abdominal e a endoscopia. Já a radiografia abdominal, demanda
tempo e várias exposições à radiação, sendo um método de diagnóstico muito mais
invasivo quando comparado a ultrassonografia abdominal.
39
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