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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
BABESIOSE I ANAPLASMOSE BOVINA
Ricardo Bellintani Leocadio
Curitiba-PR
Maio/200S
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
BABESIOSE I ANAPLASMOSE BOVINA
Ricardo Bellintani Leocadio
Curitiba-PR
Maio/2005
ii
RICARDO BELLINTANI LEOcADIO
BABES lOSE I ANAPLAsMOsE BOVINA
Monografia apresentada ao Curso deMedicina Veterinaria da Universidade Tuiutido Parana, como requisite parcial paraobten,ao do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Welington HartmannOrientador Profissional: Edilson Jose Vieira
Curitiba-PR
2005
iii
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel
Pro-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pro- Reitora Academica
Prof'. Carmen Luiza da Silva
Pro- Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro- Reitora de Pos-Gradua~ao, Pesquisa e Extensao
ProF. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
Secretilrio Geral
Sr. Rui Alberto Ecke
Diretor da Faculdade de Cii'!ncias Biologicas e da Saude
Prof. Joiio Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterinaria
Prof. italo Minardi
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina Veterinaria
Prof. Sergio Jose Meireles Bronze
Metodologia Cientifica
Prof'. Lucimeris Ruaro Schuta
CAMPUS CHAMPAGNAT
Rua Marcelino Champagnat, 505 - Merces
CEP 80.710-250- Curitiba-PR
Fone: (41) 331-7800
iv
RESUMO
o complexo babesiose I anaplasmose bovina tem side responsavel por grandes
prejuizos economicos aos rebanhos leiteiras do Estado do Parana, com repercussao
especial mente nas regioes do ABCW, onde se localizam os rebanhos de maior valor
zootecnico, composto pelas bacias leiteiras de Arapoti, Batavo, Castralanda e
Witmarsun, respectivamente. Os principais vetores sao 0 carrapato do genera
Boophilus, moscas hematofagas, bem como, fomites diversos. Os principais sintomas
incluem febre, anorexia, fraqueza, anemia, ictericia, taquicardia, taquipneia e
hemoglobinuria. 0 tratamento consiste em babesicidas, tetraciclinas, e medicagao de
suporte. Ha grande preocupagao nos casos de comercializagao de animais para
regioes endemicas.
SUMARIO
2
2.1
2.1.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.4.1
3.4.2
3.4.3
3.4.4
3.5
3.6
3.7
3.8
INTRODU/;:AO ......................................................•...............................................................
BABESIOSE ......•...................................................•................................................•.........•...
ETIOlOGIA. ..
Epocas de maior incidencia
PATOGENIA ..
ACHADOS CLiNICOS
DIAGNOSTICO .
QUIMIOTERApICOS .
RESISTENCIA A QUIMIOTERApICOS.
VACINAyAO ..
ANAPLASMOSE ...........••.....................................................................................................
PATOGENIA .
ACHADOS CLiNICOS ..
DIAGNOSTICO ..............................................••.....
DIAGNOSTICO DIFERENCIAl .
Doenc;;as Infecciosas ..
Doenyas Parasitarias
Plantas T6xicas ..
Desequiliblios Alimentares
ACHADOS DE NECROPSIA .. ..••......... ................•
TRATAMENTO
CONTROlE .....................•..............•.......
VACINAyAO.. . .
4 CONCLUSAO ..................................................................................................................••...
REFERENCIAS .
vi
2
2
2
3
3
4
5
5
5
7
7
7
7
8
8
8
8
9
9
9
9
10
11
12
1 INTRODUC;Ao
A babesiose e uma enfermidade causada por parasitas intra-eritrociticos, que
apresentam nomenclatura ainda incerta, mas atualmente veem sendo apresentados
da seguinte forma: Babesia bovis (incluindo B. argentina, B. berbera), B. bigemina,
B. major e B. divergens. Todas se caracterizam por causar febre e hem61ise
intravascular, causando uma sindrome de anemia, hemoglobinuria, sendo
transmitidas pela picada dos carrapatos.
A distribui~ao do agente da doen~a e determinada pela distribui~ao geografica
dos insetos vetores que 0 transmitem. Em termos gerais causam infec~oes nos
paises tropicais, subtropicais e em regioes de clima temperado.
Sao responsaveis por grandes perdas na pecuaria, em varios paises do
mundo. Perdas diretas estao relacionadas com a morbi dade e a mortalidade de
bovin~s, e indiretas com 0 custo do tratamento e controle (BLOOD e RADOSTITS,
1991 ).
A anaplasmose em bovinos e causada pela infec~ao por Anaplasma spp.,
sendo caracterizada por apresentar sintomas como debilidade acentuada,
emacia~ao, anemia e ictericia, ocorrendo comumente no verao. Sua casuistica e
observada na Africa do Sui, na Australia, na Uniao Sovietica, na America do Sui, e
nos Estados Unidos. A dissemina~ao e amplamente determinada pela presen~a de
insetos vetores, sendo os de maior importancia, carrapatos, moscas do genero
Tabanus e mosquitos (Hippelates pusio), e mecanicamente por meio de agulhas e
instrumental cirurgico, alem de transfusoes sanguineas.
Apresenta alto indice de mOlCbidadedurante os surtos, mas 0 de mortalidade
varia de acordo com os surtos com a suscetibllidade, podendo atingir 50% ou mais.
ds anihlais qLJ~,s~.r~cupt;ram permanetElm m~gros e 0 periodo de convalescen~a e
prOlorlgado (F~ASItR et Ell,1991).
2 BABESIOSE
2.1 ETIOLOGIA
Os carrapatos sao os veto res naturais da babesiose, no interior dos quais 0
protozoario persiste e passa parte de seu cicio evolutivo.
Tanto B. bovis (B. argentina) como B. bigemina realizam parte de seu cicio no
interior do carrapato Boophilus microplus (Figura 1).
FIGURA 1 •BOOPHILUS MICROPLUS
2.1.1 Epocas de maior incidencia
A doenc;a pode ter uma incidencia estacional se a populac;ao de carrapatos
variar de acordo com 0 clime. Por exemplo na Inglaterra, a babesiose e praticamente
uma doenc;a de primavera, verao e outono. Os fatores climaticos que podem ter um
efeito importante sobre a prevalencia estacional sao a temperatura, a umidade e 0
indice pluviometrico.
Entre esses fatores, a temperatura do ar e 0 mais importante, por causa do
seu efeito sobre a atividade dos carrapatos, que aumenta com temperaturas mais
elevadas. A umidade e 0 indice pluviometrico exercem pequeno efeito e, mesmo em
relac;ao a temperatura, seu efeito e limitado uma vez que seja excedido um limiar de
temperatura minima de 7 a 10°C (BLOOD e RADOSTITS, 1991; FORTES, 1997).
2
2.2 PATOGENIA
o principal efeito patogenico da infec~o por Babesia spp. e a hemolise
intravascular. Nas infecy6es por B. b~vis, ha tambem uma profunda hipotens80
como resultado do estimulo a produ~o de sUbstancias vasoativas. A vasodilata980
e acompanhada por aumento de permeabilidade vascular, levando a estase
circulatoria e choque. Um efeito patogenico posterior da B. bovis e a coagula98o
intravascular. A coagula~o intravascular disseminada (CID) e, subsequentemente,
a trombose pulmonar fatal foram demonstradas em bezerros infectados com B.
bovis. A B. bigemina e um agente hemolitico que n80 exerce esses efeitos
adicionais. A a980 da hemolise e a produ980 de uma anemia hemolitica, que pode
ser violentamente fatal em virtude da anoxia que ocorre. Nos animais de sobrevida
prolongada, ocorre altera90es isquemicas nos musculos esqueleticos e cardiacos
(BLOOD e RADOSTITS, 1991; MARTINS, 2004).
2.3 ACHADOS CLiNICOS
Nas infec90es naturais, 0 periodo de incuba980 e de duas a tres semanas. As
infecy6es subciinicas S80 muito comuns, especialmente no bovino jovem. B.
bigemina e B. bovis produzem sindromes clinicamente indistinguiveis,
caracterizadas por um aparecimento repentino de febre alta (41°C), anorexia,
depress80, fraqueza, parada da rumina980 e queda na produ980 de leite. As
frequencias respiratoria e cardiaca aumentam, e as mucosas e conjuntivas, que
antes apresentavam uma colora980 vermelho-tijolo, est80 agora extremamente
palidas em virtude da grave anemia que se instala, que tem seu pico em nove a 16
dias apos 0 inicio da infec980. Nos estagios finais, ha ictericia acentuada, e a urina
apresenta uma cor vermelho-escura a marrom, produzindo uma espuma bastante
estavel. Muitos animais gravemente acometidos morrem sem demora nessa fase,
apos um periodo de doen9a de apenas 24 horas. Nos animais que sobrevivem, a
febre em geral se prolonga por cerca de uma semana, e a evolu980 total da doen9a
dura em torno de tres semanas. Os animais gestantes frequentemente abortam.
3
Uma sindrome subaguda tambem ocorre, especial mente em animais jovens,
com febre branda e ausencia de hemoglobinuria. Ocasionalmente, animais
infectados com B. bigemina apresentam a babesiose cerebral, que se manifesta par
incoordenac;:ao seguida por paralisia posterior, convuls6es e coma. A taxa de
mortalidade nesses casos e alta, a despeito do tratamento. A sindrome na infecc;:ao
por B. divergens e semelhante a descrita acima, exceto pela ocorrencia adicional de
espasmo do esfincter anal, que causa a eliminac;:ao das fezes em forma de tubos
cilindricos. Elas sao evacuadas com grande esforc;:oem jatos longos e finos, mesmo
quando nao ha diarreia (REBHUN, 2000).
2.4 DIAGNOSTICO
Antes de fazer 0 diagnostico deve ser verificada a presenc;:a do inseto vetor.
Clinicamente, ictericia com hemoglobinuria e febre sao sintomas sugestivos,
mas a confirmac;:ao do diagnostico por meio de esfregac;:os sanguineos e testes de
transmissao experimental e essencial. Necropsia que revel a esplenomegalia,
ictericia, hemoglobinuria, rins e figado inchados e escurecidos e altamente
sugestiva, porem a confirmac;:ao do diagnostico deve ser feita por meio de exames
laboratoriais. Estao sendo utilizados os seguintes testes: teste de fixac;:ao do
complemento, teste de aglutinac;:ao passiva, teste de imunofluorescencia indireta,
teste de hemoaglutinac;:ao indireta, ensaio enzimatico imunoabsorvente (ELISA),
sen do provavelmente 0 teste mais sensivel um imunoensaio enzimatico em
microplaca (REBHUN, 2000).
4
2.5 QUIMIOTERAplCOS
Sao usadas diversas drogas para a tratamento da babesiose bovina, entre
elas, Imidocarb (Imizol®), Amicarbalida (Diampron®), Aceturato de Diminazeno
(Ganaseg®). Porem todas as drogas contra babesiose, sao potencialmente t6xicas,
e podem provocar degenera<;:ao gardurosa no figado e discretos sinais nervosos.
Recomenda-se a usa concomitante de protetores hepaticas.
o Imidocarb nao esta aprovado nos Estados Unidos, devido aos residuos que
persistem par 170 dias no rim e figado de bovinos. A preocupa<;:ao principal e devido
aos residuos em 6rgaos destinados ao consumo humano. A droga tambem e um
suposto carcinogenico (BOOTH e McDONALD, 1992).
2.6 RESISTENCIA A QUIMIOTERAplCOS
Nao ha duvida de que as babesias podem desenvolver resistencia as drogas.
Experimentalmente, desenvolveram-se em camundongos diversas cepas de B.
rodhaini resistentes ao diminazeno, a amicarbalida e ao imidocarb. Cada cepa
especifica resistente a droga apresentou uma certa resistencia cruzada as duas
outras drogas e tambem a fenamidina e ao quinuronio. Nao se conhece a grau de
resistencia a droga no usa terapeutico e profilatico dessas substancias no campo
(BOOTH e McDONALD, 1992)
2.7 VACINA<;:Ao
Sao sugeridos tres program as de vacina!(i3o para regioes infestadas com
carrapatos. Sao eles: vacina<;:ao com vacina marta, geralmente incorporada a um
adjuvante de Freud incompleto, au a quimioprofilaxia com uma droga como a
Imidocarb, que possui um efeito residual, permitindo, portanto, que a animal se
infecte gradativamente.
5
A terceira tecnica e universal mente aplicada e inciui a vacinagao com
microrganismos virulentos e a administragao subsequente de um babesicida qUlmico
adequado, entretanto, ha 0 perigo de que 0 tratamento com 0 Imidocarb suprima por
completo a vacina. Existe uma quarta tecnica experimental que e 0 uso de vacinas
atenuadas. Dessa forma, as babesias se tornam atenuadas, menDs virulentas e
perdem a infectividade para os carrapatos vetores. Os resultados sao excelentes.
Varias vacinas podem ser misturadas, de forma que se possa fazer a vacinagao
simultanea contra B. bovis e Anaplasma marginale. Embora a vacinagao com a B.
bigemina possa conferir alguma imunidade contra B. b~vis, os dois protozoarios
devem ser incluldos na vacina, caso a imunidade contra os mesmos for desejavel.
Os bovinos tratados com drogas profilaticas, como 0 Imidocarb, nao sao
suscetfveis a vacinagao por um perlodo mlnimo de quatro semanas ap6s 0
tratamento e os vacinados devem ser abrigados ou mantidos sob observac;:ao
rigorosa por um mes, caso ocorram reagoes acentuadas. A eficiencia da vacina e
excelente, tendo-se conseguido em um ensaio a redugao da taxa de prevalencia da
doenga cl Inica de 18% para 1,2. A procura por vacinas eficientes e isentas de erros
tem aumentado muito devido as necessidades dos palses em desenvolvimento
(BOOTH e McDONALD, 1992; KESSLER et ai, 2004).
6
3 ANAPLASMOSE
3.1 PATOGENIA
A anaplasmose e primariamente uma anemia, cujo grau varia com a
proporyEio de eritrocitos parasitados, juntamente com 0 desenvolvimento de febre.
Animais acometidos de forma aguda, poderao ir a obito pouco depois de
alcanr;:arem a fase anemica (MARTINS, 2004).
3.2 ACHADOS CLiNICOS
Observa-se um lento aumento de temperatura, raramente acima de 40,5° C,
mucosas ictericas e palidas, nao ocorrendo hemoglobinuria, vacas gestantes
freqCientemente abortam (REBHUN, 2000).
3.3 DIAGNOSTICO
A ocorrencia de anaplasmose pode estar associada a presen<;:a de insetos
veto res ou outros meios de dissemina<;:ao. Para detectar os animais portadores, 0
teste mais preciso e 0 de fixa<;:ao de complemento, tambem pode ser feito 0 teste de
aglutinayEio rapida em placa, que testa 0 soro ou plasma para detectar a presen<;:a
de anticorpos contra A. marginate, sendo mais economico, rapido e suficientemente
preciso para ser usado em rebanhos.
Os animais vacinados reagem contra todos os testes sorologicos por mais de
um ana (BLOOD e RADOSTITS, 1991; CORREA, 2001).
7
3.4 DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
3.4.1 Doengas Infecciosas
Leptospirose: perda de apetite, parada da ruminagao, leite avermelhado
contendo coagulos, diminuigao da produgao e ictericia. Nos casos agudos;
febre, depressao, diarreia, ictericia e hemoglobinuria. A morlalidade e alta.
Clostridiose: causa hemoglobinuria bacilar, e os sintomas aparecem no
verao, com febre, dores abdominais e diarreia. Esta associ ada a presenga
de Fasciola hepatica.
Raiva: sintomatologia nervosa, agressividade e incoordenagao motora.
3.4.2 Doengas Parasitarias
Verminose: Haemonchus spp.- debilidade, prostragiio, anemia e edema
submandibular.
Tripanossomose: Trypanossoma vivax - anemia, ictericia, edema facial,
febre, prostragao e morle.
3.4.3 Plantas Toxicas
Coreana: Cestrum laevigatum - sintomas nervosos, excitagao e
agressividade, tremores musculares, sialorreia e andar cambaleante.
Fedegoso: Cassia occidentalis diarreia, tremores musculares,
incoordenagao motora e hemoglobinuria
Samanbaia: pteridium aquilinum - causa anemia enzootica e sindrome
hemorragica aguda.
Tannergrass: Brachiaria radicans - causa anemia hemolitica e urina
marrom avermelhada, ictericia e/ou hemoglobinuria, fezes semiliquidas ou
liquidas, debilidade, andar desequilibrado, mucosas palidas e micgoes
frequentes.
8
3.4.4 Desequilibrios alimentares:
Intoxica9aO por cobre: anemia hemolitica com fraqueza, hemoglobinuria e
ictericia. E mais comum em ovinos.
Deficiencia de f6sforo: hemoglobinuria p6s-parto (vacas com 2-3 semanas
ap6s 0 parto).
35ACHADOSDENECR6ps~
As altera90es encontradas sao: palidez dos tecidos, sangue ralo e aquoso,
hepatomegalia e esplenomegalia. Ffgado aumentado e com colora9aO alaranjada.
Pode haver hemorragia no miocardio. A identifica9aO p6s-morte do A. marginaie
pode ser estabelecida atraves de esfrega90s sangufneos corados pelo Giemsa, ou
fluorescencia direta (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
3.6 TRATAMENTO
Para 0 tratamento da anaplasmose utiliza-se tetraciclina, na dose de 6 a 10
mgikg de peso corporal, podendo optar-se por usa do medicamento em sua f6rmula
de longa a9i3o, 0 que propicia um tratamento mais eficaz. Um tratamento de suporte
deve incluir transfusoes maci9as de sangue, administradas lentamente para evitar
sobrecarga cardfaca (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
3.7 CONTROlE
Deve ser dada a aten9aO especial a preven9ao da transmissao artificial por
meio de instrumental utilizado em inje90es ou manobras cirurgicas, bem como 0
controle de carrapatos e outros veto res.
A erradica9aO completa e diffcil; devido a persistencia dos carrapatos,
especial mente os que possuem multiplos hospedeiros, em diversos animais e a
9
capacidade de carrapatos adultos em viverem fora de um hospedeiro por longos
periodos.
Embora tanto os banhos de imersao como os de aspersao sejam
recomendados para 0 controle dos carrapatos, a umidifica<;ao completa dos animais
efetuadas apenas pelos banhos de imersao e essencial quando 0 objetivo for a
erradica<;iio. Este fator adiciona outr~ impedimento aos pianos de erradica<;iio;
devido ao custo da constru<;iio das banheiras e piquetes apropriados.
Outras medidas, alem da aplica<;ao de inseticidas utilizados no controle da
infesta<;ao por carrapatos; incluem queima de pastos, remo<;ao da fauna nativa,
rota<;ao de pastagens e ara<;§o dos campos (CAMARGO e CASTRO, 2004).
3.8 VACINA~Ao
A imuniza<;ao com microrganismos virulentos e empregada apenas em areas
enzooticas, como a America do Sui e a Africa tropical.
As vacinas que tem origem em sangue bovino, provocam mortes entre
bezerros recem-nascidos, cujas maes receberam a vacina. Se 0 elemento sangue
da vacina for estranho a mae, sua resposta imunologica resulta na produ<;ao de
anticorpos, que sao transmitidos para 0 bezerro no colostro. Dependendo do tipo
sanguineo do genitor, os eritrocitos do bezerro podem sofrer aglutina<;ao, por
anticorpos que ele ingeriu do leite de sua mae. Portanto, a doen<;a isoimuno-
hemolitica de bezerros recem-nascidos tem sido um fator limitante no uso de vacina
morta de origem bovina. Estas vacinas so sao utilizadas em animais nao gestantes,
e por ser elaborada com sangue total, existe risco de que os animais se infectem
com virus desconhecidos, como 0 da Leucose Bovina.
Devido a isoeritrolise neonatal, e ao risco de infec<;6es desconhecidas, sao
usadas vacinas com imunogeno vivo contendo Anaplasma, sendo dessa forma livre
de outras doen<;as, e torna-se necessario 0 conhecimento do agente na fabrica<;ao.
(BOOTH e McDONALD, 1992).
10
4 CONCLUsAo
o clinico veterinario a campo, deve atuar em conjunto com os produtores com
o objetivo de diminuir os prejuizos relacionados as enfermidades que acometem os
rebanhos bovinos, contribuindo para uma melhor rentabilidade aos produtores e com
a saude dos animais.
Atraves desta monografia conciuimos que 0 conhecimento do complexo
babesiose/anaplasmose bovina faz-se de extrema importancia, devido ao grande
numero de casos que ocorrem na bovinocultura leiteira, ocasionando aumento dos
custos de produgao, atraso no crescimento das bezerras, mortes, e gerando grande
preocupagao ao Medico Veterinario, principalmente on de os animais sao de alto
valor zootecnico.
Eo importante tambem, um profundo conhecimento sobre 0 complexo
babesiose/anaplasmose para tragarmos estrategias profilaticas frente 0 trans porte
de bovinos de regioes indenes para regioes endemicas.
11
REFERENCIAS
BLOOD, D.C.; RADOSTITS, O.M. Clinica Veterinaria. 7". ed. Rio de Janeiro: Ed.
Guanabara Koogan. 1991, 1263 p.
BOOTH, N.H.; McDONALD, L.E. Farmacologia e Terapeutica em Veterinaria. 6".
ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan. 1992, 997 p.
CAMARGO, MAR.; CASTRO, A; Manejo do banheiro de imersao no controle
de carrapatos. Porto Alegre, A HORA VETERINARIA, Ano 23, n0137, Jan/Fev,
2004.
CORREA, F. Doenlias de Ruminantes e EqUinos. Sao Paulo: Varela, 2001.
FORTES, E.; Parasitologia Veterinaria, 3" ed. Sao Paulo: Editora Icone, 1997.
FRASER, C.M.; MAYS, A; AMSTUTZ, H.E; ARCHIBALD, J. Manual Merck de
Veterinaria. 7". ed. Sao Paulo: Livraria Roca. 1991, 1803 p.
MARTINS, J.R.; Babesiose e Anaplasmose; 2004. Disponivel em:
www.carrapatobovino.hpg.ig.com.br. Acesso em 23/04/2005.
REBHUN, W.C.; Doenlias do Gado Leiteiro, Sao Paulo: Editora Roca Ltda, 2000.
12
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
TRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO
Ricardo Bellintani Leocadio
Curitiba-PR
Maio/2005
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
RELATORIO DE ESTAGIO CURRICULAR
Ricardo Bellintani Leocadio
Curitiba-PR
Maio/2005
RICARDO BELLINTANI LEOcADIO
RELATORIO DE ESTAGIO CURRICULAR
Trabalho de Condusao de Cursoapresentado aD curso de MedicinaVeterinaria da Universidade Tuiuti doParana, como requisito parcial paraobten,ao do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Welington HartmannOrientador Profissional: Edilson Jose Vieira
Curitiba-PR
2005
ii
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel
Pro-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pro- Reitora Academica
Prot". Carmen Luiza da Silva
Pro- Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro- Reitora de Pos-Gradua~ao, Pesquisa e Extensao
Pror'. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
SecretilfiO Geral
Sr. Rui Alberto Ecke
Diretor da Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Prof. Joao Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterimiria
Prof. halo Minardi
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina Veterinaria
Prof. Sergio Jose Meireles Bronze
Metodologia Cientifica
Prot". Lucimeris Ruaro Schuta
CAMPUS CHAMPAGNAT
Rua Marcelino Champagnat, 505 - Merces
CEP 80.710-250- Curitiba-PR
Fone: (41) 331-7800
iii
APRESENTA9AO
o presente trabalho de conc\us8o de curso, que e um requisito parcial para
obteny80 do tftulo de Medico Veterinario, e composto por um relatorio de estagio, em
que foram descritas as principais atividades desenvolvidas durante 0 perfodo de
estagio; e por uma monografia, em que um tema foi descrito em maiores detalhes:
Babesiose/Anaplasmose Bovina.
o referido estagio foi realizado na Cooperativa Mista Agropecuaria Witmarsum
Ltda., localizada no municipio de Palmeira - Pr, durante 0 perfodo de 14 de fevereiro a
20 de abril de 2005, envolvendo as areas de reproduy8o, clfnica medica, cirurgica,
manejo sanitario e nutriyao em bovinocultura leiteira, tendo como orientador 0 professor
Welington Hartmann e como supervisor profissional 0 Medico Veterinario Dr. Edflson
Jose Vieira.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradego em especial, aos meus pais Ricardo Leocadio dos Santos e Itanir
Bellintani Leocadio que me apoiaram durante todo 0 periodo de academico e me
incentivaram a concluir um grande objetivo na minha vida.
Aos Medicos Veterinarios da Cooperativa Mista Agropecuaria Witmarsum que
nao pouparam esforgos para transmitirem conhecimentos profissionais.
Aos mestres, que me acompanharam esses anos contribuindo e muito para
minha formagao profissional, em especial ao meu orientador Prof. Welington Hartmann.
A minha namorada, Lucia, que apesar da distancia tem me apoiado e muito na
realizagao deste objetivo.
v
SUMARIO
LlSTA DE TABELAS............................................................................................................................. viii
RESUMO............................................................................................................................................... ix
INTRODU<;:AO .
2
3
3.1
3.1.2
4
4.1
4.1.1
4.1.1.1
4.1.2
4.1.2.1
4.2
4.2.1
4.2.2
4.3
4.3.1
4.3.1.1
4.4
4.4.1
5
5.1
5.1.1
DESCRI<;:AO DO LOCAL DESTAGIO .
CAS OS CLiNICOS REPRODU<;:AO .
RETEN<;:AO DE PLACENTA .
Relato de Caso .
CLiNICA MEDICA .
AFEC<;:OES DO SISTEMA DIGESTORIO.
Indigestiio por Sobrecarga ...
Relato de Caso .
Diarreia Neonatal
Relato de Caso.... .. .
DOEN<;:AS INFECTO-CONTAGIOSAS E PARASITARIAS.. .. .
Relato de Caso 1
Relato de Caso 2
AFEC<;:OES DO SISTEMA RESPIRATORIO
Pneumonia ..
Relato de Caso.
AFEC<;:OES METASOLICAS .
Relato de Caso ....
CLiNICA CIRURGICA .
VULVOPLASTIA. ...
Tecnica Cirurgica ..
vi
2
3
3
4
5
5
6
6
7
7
7
8
8
9
9
9
10
10
11
11
11
5.2 CORREt;:AO CIRURGICA DE DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA..
5.2.2.3
6
P6s-operat6rio ..
12
12
12
12
13
13
13
14
14
15
5.2.1 Omentopexia ..
5.2.1.1 Preparayao Cirurgica
5.2.1.2 Tecnica Cirurgica.
5.2.1.3 P6s-operat6rio
5.2.2
5.2.2.1
Abomasopexia ....
Anestesia e preparay80 Cirurgica .......................•...................................
5.2.2.2 Tecnica Cirurgica .
DEMAIS ATlVIDADES .
6.1 NECROPSIA 15
7 CONCLUSAO....................................................................................................................... 16
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................................... 17
ANEXO.................................................................................................................................................. 18
vii
TABELA 1
TABELA 2
TABELA 3
TABELA 4
TABELA5
TABELA 6
LlSTA DE TABELAS
ATENDIMENTOS RELACIONADOS A GINECOLOGIA E OBSTETRicIA.................. 3
ATENDIMENTOS RELACIONADOS A CLiNICA MEDICA............................................ 5
ATENDIMENTOS CLiNICOS RELACIONADOS AO SISTEMA DIGESTORIO............. 6
ATENDIMENTOS RELACIONADOS AO SISTEMA RESPIRATORIO.......................... 9
ATENDIMENTOS RELACIONADOS A ENFERMIDADES METABOLlCAS 10
ATENDIMENTOS RELACIONADOS A CLiNICA CIRURGICA...................................... 11
viii
RESUMO
o estagio curricular foi realizado na Cooperativa Mista Agropecuaria Witmarsum Ltda,
localizada na Colonia Witmarsum, situada na rodovia BR-277, KM 154, no municfpio de
Palmeira - PR. Foi fundada em 28 de outubro de 1952, par imigrantes alemaes
menonitas, foragidos da Russia comunista em 1929. A Cooperativa hoje conta com 110
cooperados produtores de leite, 0 que representa uma produ980 diaria de 62.000 litros
de leite entregues a cooperativa, 0 que equivale a uma media diaria de 600 litros por
cooperado. Existe tambem uma fabrica de laticfnios, onde sao produzidos queijos,
desenvolvidos com alta tecnologia, formulados por um tecnico sui90, e tem a marca
"Witmarsum" . 0 relat6rio descreve as mais importantes atividades realizadas durante 0
estagio, entre elas reprodu9ao, clinica medica e cirurgica, manejo sanitario e nutri9ao
em bovinocultura leiteira Os principais objetivos foram ver na pratica 0 conteudo
fornecido pela equipe de professores no periodo de gradua<;:i3o,como tambem amp/iar
os conhecimentos adquiridos e vivenciar como Medico Veterinario.
ix
INTRODU<;:AO
o presente relatorio descreve as principais atividades desenvolvidas durante
a realizagao do estagio curricular obrigatorio, que tem a fungao de complementar 0
curso de graduagao em Medicina Veterinaria.
o estagio foi desenvolvido no perfodo de 14 de fevereiro a 20 de abril do ana
de 2005, perfazendo um total de 323 horas de atividades, onde pude atuar na area
de reprodugao, ciinica medica e cirurgica, nutrigao e manejo sanitario em
bovinocultura leiteira.
Durante 0 periodo de estagio tive a oportunidade de ampliar meus
conhecimentos na area de Clinica e Cirurgia de Bovinos, 0 que considero de grande
importancia para minha formagao profissionai.
2 DESCRI9Ao DO LOCAL DO ESTAGIO
A Cooperativa Mista Agropecuaria Witmarsun Ltda., esta localizada em
Palmeira - PR, considerada a Cidade Clima do Brasil Atua na agropecuaria,
principalmente nos segmentos de milho, soja e produc;:ao leiteira. Caracteriza-se por
alta produtividade, obtida principal mente devido ao arduo trabalho desenvolvido por
seus cooperados, durante 4 decadas, orientados pela equipe tecnica do
Departamento Tecnico, composto por 3 medicos veterinarios, engenheiros
agronomos e tecnicos agropecuarios.
A Colonia Witmarsun possui ampla estrutura, necessaria para 0
desenvolvimento social de sua populac;:ao, como Hospital, Colegio de ensino
fundamental, Agencia Bancaria e Posto de Combustivel.
Os rebanhos leiteiros sao caracterizados por animais da rac;:aHolandesa, com
produc;:6es entre 7.500 a 12.000 litros por vaca/ano. 0 trabalho realizado na area de
melhoramento genetico e notavel, e se expressa nas produc;:6es recordes obtidas
pelo Servic;:o de Controle Leiteiro Oficial desenvolvido pel a Associac;:ao Paranaense
de Criadores de Bovinos da Rac;:a Holandesa (APCBRH). Ao longo dos anos, foi
intense 0 trabalho de recuperac;:ao da qualidade do solo, reposic;:ao de materia
organica, correc;:ao de pH, de macro e microminerais. Praticas como plantio de
pastagens de inverno, rotac;:ao de culturas, integrayao lavoura-pecuaria, silagem de
grao umido, silagem pre-secada, fenac;:ao, capineiras e pastoreio rotacionado sao
amplamente difundidas.
2
3 CASOS CLiNICOS - REPRODU<;Ao
Durante a estagio, foram observados diversos casas clinicos relacionados ao
aparelho reprodutor feminino, relacionados na Tabela 1.
TABELA 1. ATENDIMENTOS RELACIONADOS A GINECOLOGIA EOBSTETRiclA
PROCEDIMENTOS N°
Ovarios afuncionais 70
Diagn6stico de gestac;ao 40
Cistos ovarianos 30
Retenc;ao de placenta 15
Metrite 12
Parto dist6cico 7
Prolapso uterino
TOTAL 175
3.1 RETENCAo DE PLACENTA
A retenc;ao de placenta e diagnosticada em 6 a 12 horas ap6s a parto e constitui
de falha das vilosidades fetais em se destacarem das criptas maternais. A placenta
retida leva a um quadro de infecc;ao uterina, atrasando sua involuc;ao e par
consequencia afetando diretamente a fertilidade do animal. E recomendada a utilizac;ao
de medicamentos para prom over a expulsao da placenta, como tambem
antibioticoterapia, evitando um quadro de metrite (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
Alta incidencia (mais de 10 %) de retenc;ao de placenta e associada aos niveis
plasmaticos marginais de selenio em comparac;ao com rebanhos sem problema. Em
alguns casas, tal ocorrencia pode ser reduzida para menos de 10%, utilizando injec;ao
de vitamina E e selenio em vacas prenhes, cerca de tres semanas pre-parto, embora
em outros estudos tal procedimento nao tenha reduzido a incidencia de retenc;:aode
3
placenta nem aumentado 0 desempenho reprodutivo. Uma unica inje9ao de selenio tres
semanas pre-parto pode reduzir 0 numero de dias p6s-parto necessarios para que 0
utero alcance 0 tamanho mfnimo, e diminuir a incidencia de metrite e ovarios cisticos
durante 0 perfodo p6s-parto imediato. A administra9ao parenteral pre-parto de uma
unica dose de 3.000 mg de vitamina E em vacas leiteiras de todas as idades diminuiu a
incidencia de reten9ao de placenta e metrite para 6,4% e 3,9%, respectivamente, no
grupo tratado, em compara9ao as taxas de 12,5% e S,S%, no grupo controle. A inje9ao
de 50 mg de selenio e 6S0 UI de vitamina E, 20 dias pre-parto, reduziu os casos de
reten9ao placentaria em um grupo, mas nao no outro. No grupo-controle, a
concentrayao plasmatica de selenio a pari9ao variou em 0,02 a 0,05 ppm, e a incidencia
de reten9ao de placenta foi de 51%, e em vacas tratadas tais valores foram O,OS a 0,1
ppm e 9%, respectivamente. Recomenda-se concentra9ao dietetica de 0,1 mg/kg MS de
selenio, para mini mizar a ocorrencia do problema (RADOSTITS et ai, 2002).
3.1.2 Relato de caso
Realizamos atendimento clfnico em um estabulo leiteiro no municipio de
Palmeira. Na anamnese, constatamos uma vaca da ra9a holandesa, que nao havia
expelido a placenta 24 horas ap6s parto gemelar dist6cico. 0 animal apresentava
temperatura retal de 41,S' C, anorexia, e a palpayao retal eliminava secre9ao vaginal
muco-purulenta de odor fetido.
Tratamento: Ciosin®, na dose de 2 mL por via intramuscular (im), com a fun9ao
de promover contra9ao uterina e expulsao da placenta. Alem disso antibioticoterapia:
Pencivet plus® na dose de 30 mL via im por 3 dias consecutivos. Corticoterapia:
Azium® 10 mL via im, diuretico Semidin® 20 mL por via im, e infusao intra-uterina com
Metricuri® devido a metrite que se instalou.
4
4 CLINICA MEDICA
Os procedimentos relacionados a Clinica Medica de Grandes Animais, estao
relacionados na Tabela 2. Durante 0 periodo do estagio, houve grande incidemcia de
doenyas infecciosas e parasitarias, principalmente babesiose e anaplasmose bovina,
o que motivou a escolha do tema da Monografia. Tambem destaca-se a ocorrencia
de afecyoes relacionadas ao sistema digest6rio, principalmente devido ao manejo
nutricional adotado pel a grande maioria dos produtores.
TABELA 2 ATENDIMENTOS RELACIONADOS A CLiNICA MEDICA
ATENDIMENTOS N° de casos
Afecyoes do sistema digest6rio
Doenyas infecto-contagiosas e parasitarias
Afecyoes do sistema respirat6rio
Afecyoes podais
Afecyoes metab6licas
Afecyoes causadas por intoxicayoes
75
35
15
13
2
TOTAL 141
4.1 AFEC~6ES DO SISTEMA DIGESTORIO
Durante os atendimentos clinicos realizados, as afecyoes relacionadas ao
sistema digest6rio foram de ocorrencia significativa, totalizando 75 casos. Esta
incidencia esta relacionada ao manejo nutricional, motivado pela alta produyao
individual das vacas. As principais afecyoes verificadas estao relacionadas na
Tabela 3.
5
TABELA 3: ATENDIMENTOS CLiNICOS RELACIONADOS AO SISTEMADIGESTORIO
CASOS CLiNICOS N° de casos
Indigestao por sobrecarga 40
Impacta9ao de omasa 20
Diarreia neonatal 15
TOTAL 75
4.1.1 Indigestao por sobrecarga
A ingestao excessiva de alimentos (graos, silagem) altamente fermentaveis, e
forragem de ma qualidade,causam uma doen9a aguda, devido a produ9ao excessiva
de acido latico no rumem. Clfnicamente, a doen9a e caracterizada por inapetencia,
queda na produ9ao, rumem comumente cheio e contra90es ruminorreticulares
diminuidas ou ausentes, desidrata9ao e prostra9ao.
o tratamento envolve: restabelecer a motilidade dos pre-estomagos, corre9ao da
acidose, fluidoterapia e dieta voltada a 'Jolumosos de qualidade (BLOOD e
RADOSTITS, 1991).
4.1.1.1 Relato de caso
Em uma propriedade, uma vaca da ra9a Jersey com quatro anos de idade,
apresentava inapetencia, rumem compactado, grave desidrata9i:\o, ausencia de
movimentos ruminais a ausculta9ao, temperatura corporal 38,6' C e fezes escassas.
Anamnese: 0 proprietario mencionou dieta rica em residuo de milho e
concentrado.
Tratamento: Fluidoterapia com Stimovil® 500 mL intra-venoso (iv), Sedacol® 200
mL iv, Oleo de soja 1 litro por via oral (vo), fermento de pao 250g diluido em 1 litro
de agua VO, e dieta exclusivamente a base de fibra.
Prognostico: Bom
6
4.1.2 Diarreia neonatal
Bezerros correm mais riscos de morle nas duas primeiras semanas de vida.
As causas mais comuns sao as enfermidades septicemicas e entericas.
Bacteremia ou septicemia em bezerros sao causadas principalmente por
Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Pasteurella spp., Streptococcus spp., ou
Salmonella spp..
Enterites em bezerros sao provocadas por E. coli enterotoxigenica,
Salmonella spp., Rotavirus e Coronavirus, Criptosporidia spp., e Clostridium
perfingens tipos A, B e C (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
4.1.2.1 Relato de Caso
Uma bezerra apresentava temperatura corporal de 39,S' C, desidratac;:ao
moderada, diarreia de cor cinza-escuro de odor fetido e baixo escore corporal.
Diagnostico: diarreia de origem bacteriana.
Tratamento: fluidoterapia com soluc;:ao de Ringer com lactato na dose de 500
mL iv, FloravaC® como repositor de flora ruminal vo, bicarbonato de sodio na dose
de 100 9 diluido em 1 litro de agua VO, para neutralizar a acidez, antibioticoterapia
Nuflor®, na dose de 1 mL para cada 15 kg, durante 3 dias.
Prognostico : Bom
Evoluc;:ao do caso clinico: apos 5 dias 0 quadro clinico havia normalizado.
4.2 DOEN<;:AS INFECTO-CONTAGIOSAS E PARASITARIAS
Durante os atendimentos clinicos realizados, foram acompanhados 35 casos
relacionados com babesiose/anaplasmose, tambem denominada de Complexo
Tristeza Parasitaria Bovina. E causado por agentes etiologicos distintos, porem com
sinais clinicos semelhantes. A babesiose e causada pelos protozoarios Babesia
bovis e Babesia bigemina, e a anaplasmose pela rickettsia Anaplasma marginale.
7
Babesia spp. e Anaplasma marginale sao parasitas intraeritrocitarios, que causam
intensa destrui"ao dos eritrocitos do hospedeiro.
Os agentes etiologicos sao transmitidos pelo carrapato Boophilus microplus.
o Anaplasma marginale pode ainda ser transmitido por insetos hematofagos, como
moscas, mutucas e mosquitos. 0 periodo de incuba"ao da Babesia varia de sete a
dez dias, enquanto que a de Anaplasma geralmente e superior a vinte
dias.(CORREA et ai, 2001).
Devido a alta morbidade e mortalidade, este complexo foi escolhido como
tema para a Monografia.
4.2.1 Relata de caso 1
Vaca da ra"a holandesa, apresentava ao exame clinico, temperatura corporal
de 41,80 C, taquicardia, ictericia, anorexia e desidrata"ao moderada.
Diagnostico: Babesiose
Tratamento: Ganaseg®, na dose de 1 mLl20kg, im, protetor hepatica Mercepton®,
na dose de 30 mL iv juntamente com solu"ao de Ringer com lactato na dose de 500
mL, iv.
Prognostico: Reservado
4.2.2 Relata de caso 2
Novilha da ra~ holandesa, ao exame clinico apresentava acentuada anemia,
dispneia, taquicardia, prostrac;:ao, temperatura corporal de 39,8 0 C e desidrata"ao
moderada.
Diagnostico: Foi diagnosticado Anaplasmose, tendo par conhecimento a temperatura
corporal.
Tratamento: Reverin®, que e uma oxitetraciclina de longa ac;:ao, na dose de 1 mLl10
kg de peso, iv, adicionado a 500 mL de solu"ao fisiologica, par via iv.
Prognostico: Reservado.
8
4.3 AFECCOES DO SISTEMA RESPIRATORIO
As afec90es relacionadas ao sistema respiratorio, estao relacionadas na Tabela
4. Os casos clinicos ocorreram principal mente devido as condi90es ciimaticas
observadas no periodo, caracterizadas por abruptas diferen98s de temperatura entre
o dia e a noite, animais expostos a correntes de ar, umidade das instala90es, e
outras causas predisponentes.
TABELA 4: ATENDIMENTOS RELACIONADOS AO SISTEMA RESPIRATORIO
CAses CLiNlces NOde casos
Pneumonia 15
4.3.1 Pneumonia
Eo uma enfermidade infecciosa respiratoria, que ocorre com mais frequencia
em bezerros (as) apos a segunda semana de vida. Eo ocasionada pelo virus da
Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR), por viremia com 0 virus da Diarreia Viral
Bovina (BVD), Mycoplasma mycoides, Pasteurella spp., e dentre as principais
bacterias encontram-se Staphylococcus aureus, Streptococcus spp., Actinomyces
pyogenes e Escherichia coli (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
4.3.1.1 Relato de caso
Uma bezerra apresentava-se em decubito lateral, temperatura corporal de
39,S' C, descarga nasal, respira9ao ofegante, e a ausculta9ao pulmonar percebia-se
crepita9ao, tanto no pulmao esquerdo como no direito.
Tratamento: rem09ao do paciente para um local seco e arejado sem corrente
de ar, Bisolvon® na dose de 6 mL im por 3 dias, Pencivet® im por 3 dias e Ketofen®
6 mL im por 3 dias consecutivos.
Prognostico: Reservado, devido ao comprometimento da fun9ao pulmonar.
9
4.4 AFECCOES METABOLICAS
A principal afecgao metabalica observada, esta relacionada na Tabela 5. Trata-se
de hipocalcemia pas-parto, que e relacionada geralmente com vacas de alta
produgao.
TABELA 5 ATENDIMENTOS RELACIONADOS A ENFERMIDADESMETABOLICAS
CASOS CLiNICOS N° de casos
Hipocalcemia 2
Eo uma doenga metabalica que ocorre comumente no perfodo do parto, em
femeas adultas, atraves de uma depressao dos nfveis de calcio, sendo evidenciada
por fraqueza muscular generalizada, tetania, tremores musculares, decubito esternal
e ou lateral, anorexia, taquicardia com redugao na intensidade dos sons cardfacos e,
ocasionalmente, arritmia, diminuigao na frequemcia e amplitude das contragoes
ruminais ou estase completa, bem como diminuigao ou completa ausencia de fezes
que podem durar seis a 36 horas, se nao tratadas (RADOSTITS et ai, 2002; BLOOD
e RADOSTITS, 1991).
Recentemente, 0 usa de dietas anionicas no perfodo de transigao (2 a 3 semanas
antes do parto), tem demonstrado exito como prevengao da hipocalcemia da
parturiente (RADOSTITS et ai, 2002).
4.4.1 Relato de caso
Vaca recem-parida, encontrava-se em decubito esternal, cabega voltada para 0
flanco, tremores musculares, ranger de dentes.
Diagnastico: Hipocalcemia pas-parto
Tratamento: Stimovit® na dose de 500 mL iv, 1 litro de Pradocalcio® iv.
Prognastico: Bom, pois antes do termino da administragao do medicamento 0
animal ja havia se levantado.
10
5 CLiNICA CIRURGICA
Os atendimentos relacionados a ciinica cirurgica (Tabela 6), foram relacionados
ao sistema digest6rio, e reprodutivo, sendo realizadas vulvoplastias e correc;:6es de
deslocamento de abomaso, respectivamente.
TABELA 6 ATENDIMENTOS RELACIONADOS A CLiNICA CIRURGICA
Procedimentos N° de procedimentos
Vulvoplastia 4
3Correc;:ao de deslocamento de abomaso
TOTAL 7
5.1 VULVOPLASTIA:
A vulvoplastia e indicada em todos os casos de fechamento da vulva
insuficiente, fistulas reto vaginais e rupturas perineais (BLOOD e
RADOSTITS, 1991).
5.1.1 Tecnica Cirurgica
Ap6s a contenc;:ao do animal, realiza-se anestesia epidural baixa utilizando
lidocaina e assepsia da regiao vulvar. A cirurgia e realizada seguindo a tecnica de
Cas lick, que consiste no fechamento da porc;:ao superior da vulva, atraves da
retirada de um fragmento de pele de 2 cm e aproximac;:ao das bordas com sutura
continua simples. 0 fechamento da pele e feito com pontos isolados de Wolf; com fio
categute nO3 (TURNER e McILWRAITH, 2000).
P6s-operat6rio: Repelente local e pomada cicatrizante (Ganadol ®).
11
5.2 CORRE<;:AO CIRURGICA DE DESLOCAMENTO DE ABOMASO AESQUERDA
E 0 deslocamento do abomaso de sua posiyao normal no assoalho do
abd6mem (a direita da linha media) para 0 lado esquerdo, entre 0 rumem e a parede
abdominal esquerda (BLOOD e RADOSTITS, 1991).
No deslocamento a esquerda 0 abomasa dilatado repleto de gas e liquido
avan<;a para cima pelo lado esquerdo do rumem.
Ocorre principalmente em vacas recem-paridas, que recebem alimenta<;iio em
excesso rica em griios alta mente fermentaveis.
Foram observadas durante 0 periodo de estagio, duas tecnicas de corre<;iio
de deslocamento de abomaso a esquerda que seriio citadas a seguir.
5.2.1 Omentopexia
5.2.1.1 Prepara<;iio Cirurgica
o procedimento e realizado com 0 animal em esta<;iio. Inicialmente, e
realizada tricotomia na regiiio direita paralombar e a anestesia e realizada utilizando
o bloqueio paravertebral em L invertido, com anestesico local (Iidocaina 2%).
5.2.1.2 Tecnica Cirurgica
o abdomem e penetrado atraves de uma incisiio vertical de 20 cm na fossa
paralombar. Quando a cavidade peritoneal for penetrada, 0 duodeno sera puxado na
dire<;iio ventral ao inves de estar na sua posi<;iio horizontal normal. 0 cirurgiiio
examina 0 lado esquerdo do abomaso deflectindo 0 omento maior na dire<;iio
cranial; a seguir 0 cirurgiiio passa 0 seu bra<;o esquerdo numa dire<;iio caudal em
rela<;iio ao abomaso e ao rumen para pal par 0 abomaso distendido com gas no lade
esquerdo do rumem.
o abomaso e esvaziado usando-se uma sonda especifica, composta por uma
agulha de 12 de espessura presa a uma mangueira, pois normalmente 0 abomasa
exige uma evacuac;:iio antes que 0 deslocamento seja corrigido.
12
E entao localizada a dobra espessa do omento maior, que e cuidadosamente
puxada para fora da incisao da pele, que sera suturada juntamente com 0 peritonio,
e 0 musculo abdominal transverso pelo metodo de colchoeiro com fio categute nO 3.
o peritonio e 0 musculo abdominal transverso sao suturados no padrao de sutura
continua simples com categute nO3, e 0 omento e incorporado a linha de sutura nos
dois ten;:os ventrais da incisao. As camadas dos musculos oblfquos abdominais
externo e interno sao suturados no padrao de sutura continua simples e a pele com
fio de algodao em pontos isolados em "X" (TURNER e McILWRAITH, 2000).
5.2.1.3 Pos-operatorio
Antibioticoterapia com Pencivet®, por 3 dias. Oieta a base de volumoso por
uma semana, repelente local. Retirada dos pontos em 14 dias.
5.2.2 Abomasopexia pelo flanco direito
A abomasopexia pelo flanco direito e indicada para 0 tratamento do
deslocamento para 0 lado esquerdo do abomaso (OAE). Esta tecnica tem a
vantagem de oferecer uma fixagao direta do abomasa ate a parede corporea ventral,
e a cirurgia e realizada com 0 animal em estagao.
5.2.2.1 Anestesia e Preparagao Cirurgica
E realizada inicialmente a tricotomia no flanco direito e tosada e preparada
para uma laparotomia. 0 flanco direito e anestesiado pelo bloqueio paravertebral,
em L invertido.
5.2.2.2 Tecnica Cirurgica
A laparotomia pelo flanco direito e executada fazendo-se uma incisao de 20 a
25 cm na fossa paralombar. Entao 0 abomaso e identificado, esvaziado usando-se
uma sonda especial e logo apos posicionado em sua regiao anatomica normal. 0 fio
13
e anexado a uma agulha em S, esta agulha e levada ao longo da parede interna e erapidamente inserida na parede ventral do corpo. Quando a area suturada do
abomaso deita contra 0 assoalho do abdomem, 0 assistente amarra as
extremidades da sutura em conjunto. A sutura deve ser deixada no local por 4
semanas. A incisao da laparotomia pelo flanco e fechada de maneira habitual
(TURNER e McILWRAITH, 2000).
5.2.2.3 P6s-operat6rio
Antibioticoterapia por 3 dias: Pencivet® Dieta a base de volumoso por uma
seman a, repelente local. Retirada dos pontos em 14 dias.
14
6 DEMAIS ATIVIDADES
6.1 NECROPSIA
Foi realizada necr6psia em uma vaca procedente de cirurgia de corregao de
deslocamento de abomasa a esquerda (DAE). Este animal apresentava alta
temperatura corporal (420 C), anorexia, baixo escore corporal e prostragao. A
suspeita era de peritonite, secundaria a cirurgia realizada.
o proprietario autorizou a eutanasia do animal, e entao a necr6psia foi
realizada Durante 0 procedimento foram observados: exsudato purulento, com
forma9ao caseosa sobre a maioria das vfsceras.
15
Durante a rea!izac;:ao do estagio curricular, tive a oportunidade de acompanhar
os Medicos Veterinarios em diversos casos, 0 que contribuiu para minha formac;:ao
profissional, adquirindo conhecimento nas areas de reproduc;:ao, clfnica medica e
cirurgica, manejo sanitario e nutric;:ao de bovinocultura leiteira.
E importante ressaltar que os medicos veterinarios da cooperativa prestam
assistencia aos produtores, de modo a interagir para uma melhor produc;:ao, saude
dos animais e maior !ucratividade.
o medico veterinario atual, deve oferecer servic;:os de qualidade aos
proprietarios visando maximizac;:ao da produc;:ao, evitando prejuizos e agindo
profilaticamente contra as principais enfermidades.
Diversas ac;:6es estao sendo adotadas pelos veterinarios da Cooperativa,
principalmente no momenta atual, em que 0 Ministerio da Agricultura, Pecuaria e
Abastecimento, e a Secreta ria de Estado da Agricultura, estao coordenando 0
Programa Nacional de Controle e Erradicac;:ao da Brucelose e Tuberculose Bovina.
Esta iniciativa, ali ada aos programas de rastreabilidade, e de melhoria da qualidade
do leite (InstruC;:80 Normativa nO.51), resultam em novas frentes de trabalho para a
Medicina Veterinaria, e novos horizontes necessarios a colocar 0 Brasil em patamar
de igualdade com os paises de pecuaria mais tecnificada.
16
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BLOOD, D.C.; RADOSTITS, O.M. Clinica Veterinaria. 7' ed. Rio de Janeiro: ed.
Guanabara Koogan. 1991, 1263 p.
BOOTH, N.H.; McDONALD, L.E. Farmacologia e Terapeutica em Veterinaria. 6'
ed. Rio de Janeiro: ed. Guanabara Koogan. 1992, 997 p.
CORREA, F. et al. Doenlia de Ruminantes e Eqiiinos. Sao Paulo: Varela, 2001.
RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; HINCHCLIFF, K.w. Clinica
Veterinaria. 9' ed. Rio de Janeiro: ed. Guanabara Koogan. 2002, 1737 p.
TURNER, A.S.; McILWRAITH, C.w. Tecnicas Cirurgicas em Animais de Grande
Porte. 1a ed. Sao Paulo: ed. Rocca. 2000, 341 p.
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ANEXO: RELACAO DOS MEDICAMENTOS UTILIZADOS DURANTE 0 ESTAGIO
MEDICAMENTO DESCRlyAO LABORATORIO
AZIUM Dexametazona Schering-Plough
Coopers
BISOLVON Bromexina (cloridrato) Boehringer Ingelheim
CIOSIN Prostaglandina Schering-Plough
Coopers
FLORAVAC Probi6tico Prado
GANADOL Penicilina (pomada) Fort Dodge
GANASEG Babesicida Intervet
KETOFEN Ketoprofeno Merial
MERCEPTON Hepatoprotetor Bravet
METRICURI Penicilina (infusao intra-uterina) Intervet
NUFLOR Florfenicol Schering-Plough
Coopers
PENCIVET PLUS Penicilina Intervet
Piroxican
PRADOCALCIO Solu<;:aode Calcio Prado
REVERIN Oxitetraciclina Intervet
Diclofenaco S6dico
SEDACOL Sorbitol Calbos
SEMIDIN Furosemida Fagra
STIMOVIT Solu<;:aoenergetica Schering-Plough
Antit6xica Coopers
Reconstituinte
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