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UNIVERSIDADE FUMEC
FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS - FACE
DAIDSON DE RESENDE NUNES
MOTIVAÇÃO EM EQUIPES DE PROJETOS:
Conduzindo equipes entre seus diferentes níveis de maturidade através da liderança
situacional
Belo Horizonte
2013
DAIDSON DE RESENDE NUNES
MOTIVAÇÃO EM EQUIPES DE PROJETOS:
Conduzindo equipes entre seus diferentes níveis de maturidade através da liderança
situacional
Artigo Científico apresentado à UNIVER-
SIDADE FUMEC como requisito parcial
para obtenção do certificado de Especia-
lista em MBA em Gerenciamento Estraté-
gico de Projetos.
Orientador: Prof. Renato Ávila Soares de
Souza
Belo Horizonte
2013
RESUMO
Sempre que novas equipes de projetos são formadas, uma série de dificuldades ficam visíveis devido a heterogeneidade das pessoas envolvidas. Com isso, todos os dias são criados novos métodos com o intuito de facilitar o desenvolvimento destas equipes, mas nem sempre são muito eficazes. Uns focam muito a equipe e outros muito nos seus líderes, porém o ideal é encontrar uma forma de unificar dois métodos distintos, ou seja, relacionar um método que foca no desenvolvimento sequencial das equipes com um que foca no estilo diversificado dos líderes, fazendo com que o comportamento do gerente de projetos seja adequado ao nível de maturidade na qual as equipes se encontram. Desta forma, será possível superar as dificuldades atuando nos dois lados das equipes: O líder e os liderados.
Palavras-chave: Maturidade de equipe. Tuckman. Liderança Situacional. Motivação de equipes.
ABSTRACT
Whenever new project teams are formed, a number of difficulties are visible due to the heterogeneity of the people involved. With this, every day new methods in order to facilitate the development of these teams are created, but are not always very effective. A focus on the staff and other very much in their leaders, but the ideal is to find a way to unify two different methods, ie, relate a method that focuses on the sequential development teams with a diverse style that focuses on the leaders, making that the behavior of the project manager is appropriate to the level of maturity in which the teams are. This will make it possible to overcome the difficulties acting on both sides of the teams: The leader and the led. Keywords: Maturity team. Tuckman. Situational Leadership. Team motivation.
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1. Introdução
O grande sucesso das equipes nos projetos estão diretamente ligados as
pessoas que a compõem e, por isso, o foco das empresas passaram da gestão das
tarefas para a gestão das pessoas. Assim, é preciso entender as necessidades das
equipes de projetos e como elas se motivam em seus diferentes níveis de maturida-
de e, a partir daí, entender a evolução do seu amadurecimento ao longo da sua exis-
tência.
Acredita-se que equipes de diferentes níveis de maturidade tem necessidades
diferentes, o que leva a acreditar que possui fatores motivacionais diferentes. Tais
fatores não devem ser únicos e nem imutáveis durante todo o seu clico de desenvol-
vimento, ou seja, na medida em que uma equipe vai evoluindo esses fatores vão se
transformando também. Podendo, inclusive, variar entre equipes de mesmo nível de
maturidade, mas mesmo com essa variação há uma semelhança entre esses fato-
res.
Esse artigo deverá auxiliar os líderes e gerentes de projetos na identificação
do estágio de desenvolvimento na qual a sua equipe se encontra e, a partir daí, a
encontrar o melhor estilo de liderança que deverá ser utilizado para a condução da
mesma, de forma a aumentar o desenvolvimento e motivação dos seus liderados.
Para conseguir identificar o nível de maturidade na qual a equipe se encontra
e quais estilos os líderes deverão utilizar na condução da mesma, serão utilizados
duas técnicas com focos diferentes.
A primeira técnica é voltada para o desenvolvimento da equipe, onde o mode-
lo de Tuckman é que irá demonstrar a sequência de desenvolvimento na qual uma
equipe de projeto passa até chegar ao alto desempenho. Na segunda, a teoria situa-
cional irá sugerir estilos de liderança para cada nível de maturidades dos liderados.
Inicialmente, foi demonstrado neste artigo os estágios de desenvolvimento
das equipes e as suas principais características e peculiaridades, além da forma
como as equipes vão transitando de um nível para o outro. Para essa seção foi pes-
quisados livros e artigos específicos sobre o modelo de Tuckman, assunto muito
abordado em materiais utilizados no ensino de metodologias ágeis.
Em seguida, através de livros e artigos de psicologia com foco na motivação
de pessoas e couching em liderança, foi demostrados os principais estilos de lide-
ranças, baseados na teoria da liderança situacional, que os líderes e gerentes de
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projetos deverão utilizar para conduzir os seus liderados de acordo com os seus ní-
veis de maturidades.
Com o entendimento sobre os estágios de desenvolvimento, necessidades e
motivações da equipe e os estilos de liderança proposto pela teoria da liderança si-
tuacional, foi traçado um paralelo sobre esses dois assuntos buscando a identifica-
ção de como esses estilos auxiliam no desenvolvimento e na motivação das equipes
ao longo do seu desenvolvimento. Demonstrando quais as características mais mar-
cantes e como a motivação vai evoluindo ao longo do processo de formação da
equipe.
Concluindo, foi exposto como o paralelo realizado poderá auxiliar os líderes e
gerentes a adequar os seus estilos liderança em prol das equipes de projetos, en-
contrando caminhos interessantes para motivar e estimula-los para um desenvolvi-
mento profissional mais rápido.
2. Maturidade em equipes
É possível observar uma evolução na maturidade das equipes de projetos
com o passar do tempo. A medida em que ela vai se desenvolvendo, criando afini-
dades entre os membros, adquirindo experiência e ajustando a sua forma de traba-
lhar, o seu desempenho vai aumentando proporcionalmente.
Segundo Tuckman (1965), toda equipe ou grupo passa por quarto estágios de
desenvolvimento que são: Formação (Forming), conflito (Storming), normalização
(Norming) e desempenho (performing).
Esses quatros estágios são considerados, segundo Tuckman, inevitáveis e
irão garantir que uma equipe, recém formada, chegue a um nível onde sejam capa-
zes de retornar um resultado de alta qualidade. Esses estágios deram início ao de-
senvolvimento de um modelo denominado “Estágios de Tuckman”.
Tuckman cita várias limitações da literatura, por exemplo, que a literatura não pode ser considerado verdadeiramente representativa dos processos de desenvolvimento de pequenos grupos, porque houve uma super-representação das definições dos grupos de terapia e treinamento e uma sub-representação de grupos naturais ou de laboratório, indicando a neces-sidade da aplicação de metodologias mais rigorosas para estudar o proces-so de grupo, e criticou o uso de uma única fase de grupos de observação, porque ela fez o controle e manipulação sistêmica dos valores independen-tes e impossíveis. (TUCKMAN, 2010, tradução nossa).
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Com isso, em 1977 Tuckman realizou uma revisão do seu modelo por consi-
dera-lo limitado. Para tal revisão, ele realizou diversos testes com pequenos grupos
de pessoas que tinha como objetivo coletar e interpretas dados de um projeto, tomar
decisões sobre mesmo e escrever um relatório final.
Durante esses testes vários observadores analisavam os comportamentos
dos grupos baseado no modelo de Tuckman e coletaram as informações que leva-
ram a identificar a necessidade de mais uma etapa no modelo. Com isso, Tuckman
inseriu ao seu modelo a fase final chamada de Terminação (Adjourning).
Figura 1 - Fases do modelo de Tuckman.
Fonte: Do autor.
A partir da figura acima, é possível perceber o caminho natural que uma equi-
pe faz até chegar à um alto nível de maturidade, bom o suficiente e de forma que, a
própria equipe passa a ser capaz de define as suas melhores estratégias de trabalho
e de resolverem os seus conflitos.
As equipes ao serem montadas iniciam na fase de “Formação”, depois pas-
sam para a fase de “Conflito”, seguindo para a fase de “Normalização” até chegar na
de “Desempenho”. Durante esta última fase citada, vários eventos poderão fazer
com que a equipe volte para a fase de “Conflito” como, por exemplo, a entrada de
um novo membro na equipe. Sempre que a equipe retorna para uma fase anterior,
ela irá trilha todo o caminho novamente.
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Com o passar do tempo, a equipe vai avançando as fases do modelo de
Tuckman e o seu desempenho vai variando. Analisando o gráfico a seguir, é possí-
vel verificar essa variação.
Figura 2 - Desempenho da equipe ao longo dos estágios de Tuckman.
Fonte: ROSMARINHO, 2013.
Na fase de formação da equipe, ela já inicia com um desempenho baixo, po-
rém na medida em que caminha para a fase de conflito o desempenho vai caindo
ainda mais para, somente no final dessa fase, ir subindo novamente em direção ao
alto desempenho.
Para compreender melhor o modelo de Tuckman, é necessário entender
quais são as características mais presentes nas equipes em cada uma de suas fa-
ses. Com isso, será descrito a seguir cada um dos estágios de desenvolvimento das
equipes.
2.1 Como é uma equipe em formação – Nível Forming
Quando é montada uma equipe, inicialmente os seus membros não se co-
nhece e/ou não trabalham juntos, assim eles mantêm um relacionamento distante e
educado entre eles.
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Nesse momento, as equipes entram na primeira etapa do modelo de Tuck-
man chamada de “Formação” ou Forming. O otimismo, a positividade e a disposição
de toda a equipe é muito alta na busca de alcançar os objetivos do projeto e trazer
os resultados esperados pela empresa.
Esta é uma fase onde os membros da equipe estão buscando a aceitação do
restante da equipe e, por isso, polêmicas e conflitos são constantemente evitados.
“Os membros da equipe também estão reunindo informações e impressões sobre o
outro, sobre o alcance da tarefa e como abordá-lo.” (ALMEIDA, 2013, tradução nos-
sa).
Os papeis nesta fase não são claros, exceto para o papel de líder da equi-pe. Desta forma, os membros da equipe tendem a se comportar de forma totalmente independente. Eles podem ser motivados, mas geralmente são relativamente desinformado das questões e objetivos e tendem a se con-centrar em si ao invés de metas da equipe. (ALMEIDA, 2013, tradução nos-sa).
A equipe começa com um desempenho estável e na medida em que vai ca-
minhando para a próxima fase esse desempenho tende a cair, como é possível per-
ceber através do gráfico exibido na figura 2. Em geral, essa fase é bastante curta,
pois bastam poucos encontros para a equipe pegar a intimidade e a interação ne-
cessária para avançar para a fase de “Conflito”.
2.2 O início dos conflitos dentro da equipe - Nível Storming
Com a equipe mais à vontade entre si, começa-se uma fase onde a busca por
mais status e a aceitação das ideias individuais de cada membro, se sobrepõem aos
objetivos dos projetos. A equipe ainda está se conhecendo, porém neste momento
os seus membros vão descobrindo diferenças entre as suas ideias.
Inicia-se então uma competição, uma disputa por prestigio, respeito e aceita-
ção das ideias. Os membros começam a formar pequenos grupos dentro da própria
equipe, dividindo-se por afinidades e estilo de ideias.
A convivência se torna problemática e serão travados muitos embates de cunho técnico e pessoais. A concessão dá lugar as competições movidas por questionamentos, tais como, o nível de conhecimento dos demais mem-bros do grupo e a necessidade da substituição de alguns deles. (ROSMA-NINHO, 2013).
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Essa é uma fase muito delicada para a equipe pois como disse Rosmaninho
(2013) “[...] os membros do grupo adquirem comportamentos mimados egoístas e
vaidosos”. Eles devem buscar passar por esta fase o mais rápido possível, de forma
a não correr o risco de ficar presa nela, buscando formas de ajustar as ideias que vi-
sem o bem do projeto.
A complexidade dessa fase é tão grande que os membros desprendem muito
esforço para resolução dos conflitos, distanciando o projeto do seu objetivo de con-
clusão, além de diminuir a motivação da equipe principalmente daqueles que não
gostam de conflitos.
A equipe chega nessa fase com desempenho na descendente, como pode
ser observado no gráfico 1, porém na medida em que os conflitos vão sendo soluci-
onados e a equipe vai caminhando para a próxima fase e esse desempenho retorna
ao rumo ascendente. Em geral, essa é a maior fase e mais difícil de passar, pois de-
pende muito do profissionalismo e maturidade de cada membro para conseguir
avançar para a fase de “Normalização”.
2.3 Normalizando as ideias e objetivos da equipe - Nível Norming
Após a turbulência da fase do conflito, as equipes que passam para essa fa-
se, poderão desfrutar do início de um trabalho em equipe como a própria palavra
sugere.
A competitividade já não é tão acentuada e tende a cada vez mais diminuir
com o passar do tempo. Os seus membros já reconhecem o valor no trabalho em
conjunto e, cada vez menos, colocam os objetivo pessoais na frente dos do projeto,
criando processos e procedimentos para melhorarem os seus trabalhos.
Nessa fase, o trabalho em equipe vai se tornando normal e os papeis dentro
da mesma vão ficando mais claros, facilitando a troca de ajuda entre seus membros
e fazendo com que as críticas passem a ser construtivas.
[...] é um momento emocionante para todos, quando grandes decisões po-dem ser tomadas e implementadas, novas ideias transformadas em realida-de, riscos assumidos e fracasso visto como simplesmente mais um passo ao longo do caminho para o sucesso. (WILSON, 2010, tradução nossa).
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O desempenho nessa fase é ascendente e a sua passagem para a próxima
fase acontece de maneira muito rápida, natural e sutil, sendo muito difícil identificar o
limite exato entre a fase de normalização e de desempenho.
2.4 Atingindo o alto desempenho da equipe - Nível Performing
As equipes que chega nessa fase podem se orgulharem por serem conside-
rada de alto desempenho. O seu nível de maturidade está muito alto e a confiança
mútua e sincera entre seus membros é o aspecto mais marcante dessa fase. “A
equipe é agora um poderoso motor em funcionamento com todas as suas engrena-
gens girando. Muitos conflitos saudáveis, do tipo que não danifica o tecido das rela-
ções, sendo intercalada com diversão e humor” (WILSON, 2010, tradução nossa).
Está todo mundo motivado, ansiosos por executarem as tarefas e quando de-
param com um problema, encontram uma solução de forma rápida e eficaz, tomando
decisões em conjunto.
Contudo, nem todas equipes conseguem chegar até esta fase, algumas pa-
ram na fase de normalização, outras nem sequer passa da fase de conflito. As que
aqui chegam, podem retornar para a fases anteriores, bastando apenas que algum
evento ocorra dentro da equipe, como por exemplo, a entrada de um novo membro
ou alguém da equipe volte a trabalhar de forma independente.
Nesses casos, uma vez que a equipe já atingiu o nível de alto desempenho,
ela é capaz de passar pelas fases anteriores muito mais rápido.
2.5 “Terminando” uma equipe – Nível Adjourning
Essa fase de “Terminação” foi introduzida no modelo em 1977, após a identi-
ficação de um comportamento das equipes aos términos dos projetos. É uma fase
complicada pois significa a separação da equipe, ruptura das relações de confianças
e do entrosamento adquirido com o passar do tempo, dando uma sensação de per-
da.
Esse é o momento onde a equipe contabiliza os resultados obtido e as metas
pessoais de cada membro. Levanta-se também os pontos positivos e negativos e as
lições aprendidas obtidos durante toda a jornada em que passaram juntos.
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Como disse Wilson (2010, tradução nossa) a fase de terminação de uma
equipe “é um momento de agradecimento, é o reconhecimento de realizações indivi-
duais e reflexão sobre o quão longe a equipe chegou”.
3. Comportamentos de um líder baseado na liderança situacional
Equipes heterogenias são, atualmente, cada vez mais visíveis dentro das or-
ganizações e possuem membros com ideias, objetivos, necessidades e carências di-
ferentes. Isso torna as suas coordenações ainda mais complexas, não sendo
possível tratar todas da mesma maneira e tornando-se necessário uma nova forma
de condução dessas equipes.
Essa nova forma de condução está diretamente ligada a uma nova forma de
liderança e, como expôs Cruz (2005), a liderança é um tema muito estudado nos di-
as modernos por diversas organizações e pesquisadores. Ela envolve um maior e
melhor relacionamento entre o líder e os liderados, baseado em cumplicidade, nego-
ciação e respeito, além de mudar a forma autoritária de coordenação impostas pelos
estilos de chefia.
Ainda segundo Cruz apud Robbins (2005), “a liderança pode ser considerada
como um processo de influência, geralmente de uma pessoa, através do qual um in-
divíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e atingimento de metas”.
Dentre as diversas teorias apresentadas por Gonçalves e Mota (2011), a que
melhor se adapta à área de projetos é a teoria da Liderança Situacional proposto por
Hersey e Blanchard em 2007. “Os projetos seguem os ciclos de vida rápidos, onde
os papéis organizacionais mudam” (GONÇALVES; MOTA apud MAKILOUKO,
2011), isso faz com que seja necessária uma liderança flexível o bastante para se
adequar a essas constantes variações.
O modelo de liderança situacional tem como base uma inter-relação entre a quantidade de orientação e direção (comportamento de tarefa) que o líder oferece, a quantidade de apoio socioemocional (comportamento de relacio-namento) dado pelo líder e o nível de prontidão dos subordinados no de-sempenho de uma tarefa, função ou objetivo (maturidade). (GONÇALVES; MOTA apud McGINN; WILSON, 2011).
A teoria da liderança situacional sugere que o líder deve adequar o seu estilo
de liderança aos níveis de maturidade de cada membro da equipe, ou seja, ao invés
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de usar somente um estilo durante todo o projeto, o líder deverá utilizar vários esti-
los, na medida em que os níveis de maturidades dos liderados vão alterando.
Para identificar qual é o estilo de liderança a ser utilizado, deve ser analisado
duas dimensões: a maturidade dos liderados e o comportamento do líder. Essas
duas dimensões irão fornecer informações importante sobre a atuação do líder e o
nível de maturidade em que a equipe se encontra e, ao serem cruzadas, irão permitir
identificar qual o estilo mais adequado a ser adotado.
Na primeira dimensão – maturidade dos liderados – temos que avaliar qual é
o nível de maturidade de cada liderado. Conforme Amaro e Agostinho apud Hersey
e Blanchard (2007), a "maturidade é a capacidade e a disposição das pessoas de
assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento" e para entender
melhor essa maturidade, dois aspectos dela foram destacados.
a) A maturidade de trabalho, demonstra a capacidade que uma pessoa tem
para executar determinada tarefa ou ação, estando muito ligado ao conhe-
cimento técnico e a experiência individual.
Esse aspecto define o nível de dependência técnica do líder, uma vez que,
o liderado com alta maturidade de trabalho demandará pouco direciona-
mento e auxilio técnico para realizar determinada tarefa, enquanto os lide-
rados de baixa maturidade irão precisar de um maior auxilio.
b) A maturidade psicológica, demonstra a motivação que uma pessoa tem
para executar determinada tarefa ou ação, estando muito ligado ao psico-
lógico, como empolgação, auto confiança, vontade, prazer, realização, en-
tre outros.
Esse aspecto define o nível de apoio que precisarão ter do líder, uma vez
que,
As pessoas que possuem alta maturidade psicológica julgam que a respon-sabilidade é importante, tem confiança em si mesmas e sentem-se bem nesse aspecto do seu trabalho. Não precisam de grande encorajamento pa-ra cumprir suas tarefas. (AMARO; AGOSTINHO, 2007).
Esses dois aspectos, quando cruzados, permite identificar uma matriz de ma-
turidade dos liderados com 4 níveis, conforme figura a seguir:
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Figura 3 – Matriz de maturidade dos liderados.
Fonte: Do autor.
Na segunda dimensão – comportamento do líder- também temos que avaliar
dois aspectos importantes: O primeiro é em relação a produção, ou seja, o nível de
envolvimento que o líder terá para ensinar e conduzir o liderado na execução de
uma tarefa e o segundo aspecto importante é em relação ao apoio, ou seja, o esfor-
ço necessário que o líder desprenderá para apoiar e motivar (emocionalmente) o seu
liderado.
a) O comportamento de tarefa, como denomina-se esse primeiro aspecto,
trata-se da produção, ou seja, o nível de envolvimento que o líder terá pa-
ra trabalhar a parte técnica do seu liderado na execução de uma tarefa.
Quanto mais alto o comportamento de tarefa, mais o líder se empenha em planejar, controlar, organizar e dirigir seu subordinado. Quanto mais baixo o comportamento de tarefa, mais o líder deixa estas atividades a cargo do su-bordinado. (AMARO; AGOSTINHO, 2007).
b) O comportamento de relacionamento, como denomina-se esse segundo
aspecto, trata-se ao apoio, ou seja, o esforço necessário que o líder des-
prenderá para trabalhar a parte emocional o seu liderado. “Quanto mais al-
Maturidade nível 3
Baixo maturidade psicológica
Alta maturidade de trabalho
Maturidade nível 2
Baixa maturidade psicológica
Baixa maturidade de trabalho
Maturidade nível 4
Alta maturidade psicológica
Alta maturidade de trabalho
Maturidade nível 1:
Alta maturidade psicológica
Baixa maturidade de trabalho
Matriz de maturidade dos
liderados
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to o comportamento de relacionamento, mais o líder se empenha em ofe-
recer apoio sócio emocional e canais de comunicação ao subordinado”.
(AMARO; AGOSTINHO, 2007).
Após identificar no líder qual a intensidade desses dóis aspectos, deverá ser
identificado a posição no gráfico a seguir, que faz o relacionamento do comporta-
mento da tarefa, juntamente com o comportamento de relacionamento.
Figura 4 – Gráfico comportamental do líder.
Após a identificação das duas dimensões necessárias para se definir os esti-
los propostos no modelo de liderança situacional, estas são relacionadas gerando o
gráfico a seguir:
Comportamento de trabalho
Co
mp
ort
amen
to d
e re
laci
on
amen
-
to
Alto
Alto
Baixo
Fonte: Do autor.
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Figura 5 – Gráfico estilos de liderança.
Fonte: Do autor.
Este gráfico é a união da matriz de maturidade dos liderados (figura 3) com o
gráfico comportamental do líder (figura 4) e mostra qual estilo de liderança deverá
ser aplicado para cada nível de maturidade do liderado, além de identificar o com-
portamento que o líder deverá adotar para o respectivo estilo de liderança.
Para utilizá-lo, primeiramente deve ser identificado qual o quadrante que re-
presenta o nível de maturidade do liderado, em seguida qual o nível de comporta-
mento do líder e, por fim, qual o estilo de liderança. O comportamento do líder (tanto
de trabalho, quanto de relacionamento) varia na medida em que o liderado vai au-
mentando a sua maturidade.
O gráfico acima (figura 5) demonstra o estilo de liderança que deverá ser apli-
cado para cada liderado, porém, pela teoria da liderança situacional, cada liderado
pode estar em níveis de maturidades diferentes dependendo da meta ou até mesmo
da tarefa, ou seja, o gráfico poderá apresentar diversos formatos para uma mesma
pessoa e o líder deverá se basear em algum dos seguintes estilos:
3.1 Estilo de liderança baseado no direcionamento da equipe
Esse estilo, conforme mostra o gráfico acima (figura 5), foca no direcionamen-
to dos liderados para executar as tarefas ou alcançar as metas. Ele entende que o
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liderado, por estar iniciando na tarefa, possui uma capacidade técnica baixa, porém
está motivado devido ao novo desafio proposto.
Neste caso, segundo Blanchard (2007), o líder deverá assumir uma postura
mais diretiva, passando instruções e orientações claras sobre como e qual o melhor
caminho para executar as atividades. Ele deve acompanhar o liderado durante todo
o processo, ensinando e fornecendo todo apoio técnico necessário para que ele
consiga se desenvolver e realizar as atividades propostas.
Não sendo o foco principal do líder, neste caso, trabalhar o lado sócio emo-
cional do liderado, uma vez que, o mesmo já se encontra motivado e empolgado pa-
ra o novo desafio que lhe foi proposto.
3.2 Estilo de liderança baseado no treinamento e orientação da equipe
Esse estilo foca no direcionamento dos liderados para executar as tarefas ou
alcançar as metas e no apoio sócio emocional do mesmo, como mostrou o gráfico
da figura 5. Ele entende que o liderado ainda possui uma capacidade técnica baixa
e, neste momento, está com a sua motivação baixa.
Ainda segundo Blanchard (2007), o líder deverá assumir, nesse caso, uma
postura diretiva e de apoio, passando instruções e orientações claras sobre como e
qual o melhor caminho para continuar a executar as atividades, além de motivar e
encorajá-lo.
Ele deve continuar acompanhando o liderado durante todo o processo, ensi-
nando e fornecendo todo apoio técnico necessário para que ele consiga se desen-
volver e realizar as atividades propostas.
O líder precisa também olhar o lado sócio emocional do liderado, conversan-
do e entendendo seus problemas e dificuldades, além de fornecer conselhos e pedir
opiniões, de forma que, ele sinta-se à vontade para falar com o seu líder, valorizado
e capaz de vencer o desafio proposto.
3.3 Estilo de liderança baseado no apoio e suporte da equipe
O gráfico representado na figura 5 também permite visualizar que esse estilo
foca mais no apoio sócio emocional dos liderados para executar as tarefas ou alcan-
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çar as metas. Ele entende que o liderado já possui uma capacidade técnica alta, po-
rém, neste momento, está com a sua motivação baixa.
Blanchard (2007), reforçou que nesse etilo o líder deverá assumir uma postu-
ra mais de apoio e suporte, motivando e encorajando o liderado. Mostrando que ele
é capaz de executar as atividades propostas. É importante conversar bastante, en-
tender os seus problemas e dificuldades, fornecendo conselho e pedindo opiniões,
de forma que, ele sinta auto confiante e capaz de executar as tarefas e alcançar as
metas sozinho.
Ele deve executar as suas tarefas sozinho, não sendo mais necessário um di-
recionamento e acompanhamento de perto do líder, devido ao seu conhecimento já
estar avançado.
3.4 Estilo de liderança baseado na delegação de tarefas para a equipe
O gráfico da figura 5 mostra que esse estilo foca na delegação das atividades
e/ou metas. Ele entende que o liderado já possui uma capacidade técnica alta e es-
tão muito motivados e confiantes do seus trabalhos.
Neste estilo, Blanchard (2007) concorda que o líder deverá assumir uma pos-
tura de delegação, fornecendo autonomia para o liderado, ou seja, o líder irá somen-
te repassar as tarefas e/ou metas para que este assuma a responsabilidade de
encontrar o melhor caminho e resolvendo os problemas que por ventura possam
ocorrer durante a execução das mesmas.
O líder nesse momento deve “empoderá-lo dando-lhe autonomia e demons-
trando confiança na sua habilidade de agir de modo independente” (BLANCHARD,
2007).
A Liderança Situacional baseia-se na premissa de que para pessoas com pouca capacidade e motivação [...] é preciso mais controle e estruturação das tarefas. À medida que a pessoa vá se tornando capaz [...], o controle deve ir diminuindo e o apoio sócio emocional deve ir aumentando. Uma vez que a capacidade e a disposição tornam-se ainda maiores [...], o líder deve diminuir ainda mais seu controle e também seu comportamento de relacio-namento. Finalmente, para pessoas com alta maturidade [...], já não é mais necessário apoio sócio emocional. Estas pessoas preferem a autonomia, sentindo-se satisfeitas quando as tarefas e as decisões são deixadas por sua conta. (AMARO; AGOSTINHO, 2007).
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4. Motivando equipes nos seus diferentes níveis de desenvolvimento utilizan-
do a liderança situacional
A partir do modelo de Tuckman apresentado na seção 2 deste documento, foi
possível perceber a evolução que ocorre em uma equipe até alcançar um alto de-
sempenho profissional. Foi possível identificar, também, as características comuns
das equipes em cada estágio do modelo, tanto da parte sócio emocional quanto da
parte técnica.
Assim, a partir das análises realizadas, visualizou-se necessidades e estímu-
los diferentes para as equipes em cada nível do modelo. Essa variação sugere que
os lideres adotem posturas diferentes de acordo com a fase na qual a equipe se en-
contre, aumentando a chances de obter sucesso e de conseguir um desenvolvimen-
to mais rápido da sua equipe. Passa-se então, a ser necessário um estilo de
liderança que se adapte melhor as necessidades do momento de cada equipe, que
acompanhe a sua evolução e que não se prenda ao paradigma de que um único es-
tilo é suficiente para a condução de uma equipe.
A partir da teoria da liderança situacional, apresentada na seção 3 deste do-
cumento, observou-se um estilo de liderança voltado para o liderado, ou seja, o líder
passa a adotar um comportamento de acordo com o nível de maturidade que o
membro da sua equipe possui na parte psicológica e na técnica.
Ela divide o desenvolvimento individual de cada membro da em quatro níveis
com características bem semelhantes as características propostas no modelo de
Tuckman, conforme apresentado na figura 3, porém o modelo propõe uma sequên-
cia no desenvolvimento da equipe.
Ao relacionar o modelo de Tuckman com a matriz de maturidade dos lidera-
dos e inserir o resultado em uma nova matriz, será possível visualizar a correlação
entre os dois itens, conforme a figura a seguir.
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Figura 6 – Matriz de desenvolvimento da equipe
Fonte: Do autor.
Note que a fase de terminação – adjourning – não entra nessa matriz, pois
não está relacionada diretamente ao desenvolvimento da equipe, está mais direcio-
nada para a dissolução das equipes e como disse Rosmaninho (2013), “o Adjourning
somente ocorre por motivos inerentes à existência do grupo”.
A maturidade psicológica, apresentada na matriz acima, demonstra qual o ní-
vel de motivação e comprometimento sócio emocional a equipe de projetos possui
entre os seus membros. Enquanto a maturidade de trabalho mostra o conhecimento
técnico e experiência que a equipe, em geral, possui. Essa maturidade é represen-
tada em duas escalas, alta e baixa, e se repete para cada quadrante da matriz.
Ainda de acordo com a liderança situacional, o líder precisa orientar o seu
comportamento, junto aos seus liderados, baseando-se nos aspectos de tarefa e re-
lacionamento. Esse comportamento pode ser utilizado para orientar as equipes en-
tres seus diversos níveis de desenvolvimento, pois tanto na matriz de maturidade
dos liderados, quanto na matriz de desenvolvimento da equipe, verificou-se uma
atuação do líder dosando níveis diferentes de comportamentos de relacionamento e
comportamentos de trabalho, como mostrou o gráfico da figura 4.
Fazendo um relacionamento entre os comportamentos do líder/gerente de
projetos com a matriz de desenvolvimento das equipes, gera-se o gráfico a seguir,
com os estilos de liderança baseados na liderança situacional para o modelo de
Tuckman.
NORMALIZAÇÃO (NORMING)
baixo maturidade psicológica
Alta maturidade de trabalho
CONFLITO (STORMING)
baixa maturidade psicológica
baixa maturidade de trabalho
ALTA PERFORMANCE (PERFORMING)
Alta maturidade psicológica
Alta maturidade de trabalho
FORMAÇÃO (FORMING)
Alta maturidade psicológica
baixa maturidade de trabalho
Matriz de desenvolvimento
da equipe
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Figura 7 – Gráfico de estilos de liderança de equipes.
Fonte: Do autor.
Este gráfico é a união da matriz de desenvolvimento da equipe (figura 6) com
o gráfico comportamental do líder (figura 4) e demonstra qual estilo de liderança de-
verá ser aplicado em cada estágio de desenvolvimento proposto pelo modelo de
Tuckman, além de identificar o comportamento que o líder/ gerente deverá adotar
para o respectivo estilo de liderança.
A sua utilização é semelhante a proposta pelo gráfico de estilos de liderança
da teoria da “Liderança Situacional”, ou seja, primeiramente deve ser identificado
qual estágio do modelo de Tuckman que a equipe se encontra, em seguida qual o
nível de comportamento do líder/ gerente e por fim qual o estilo de liderança. O
comportamento do líder (tanto de trabalho, quanto de relacionamento) varia na me-
dida em que equipe vai avançando pelos estágios do modelo.
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O gráfico acima (figura 7) demonstra o estilo de liderança que deverá ser apli-
cado para as equipes em cada estágio do seu desenvolvimento, porém, pela modelo
proposto por Tuckman, as equipes poderão retornar para estágios anteriores, ou se-
ja, o líder/ gerente deverá identificar esse retorno da equipe e adequar novamente o
seu estilo baseando-se no gráfico.
A proposta é que o líder guie as equipes entre os estágio do modelo de forma
a motivá-los e aumentar o desempenho dos mesmo conforme a seguir:
4.1 Guiando as equipes durante a sua formação
No estágio de desenvolvimento inicial, a equipe ainda está se conhecendo,
como foi possível observar na seção 2 deste documento. Há muita expectativa pelo
início das atividades e pouco conhecimento sobre as tarefas a serem executas e so-
bre quem irá executá-las.
A equipe experimenta diversos sentimentos, como o otimismo, a expectativa
e/ou excitação pelo início do novo projeto, além de se sentirem orgulhosos por terem
sidos escolhidos para participar do mesmo. Contudo, nessa fase eles também sen-
tem uma ansiedade e uma suspeita sobre as tarefas que deverão ser executada
(ALMEIDA, 2013).
Ao observar o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura mais
diretiva, concentrando mais os seus esforços no comportamento de tarefa, ou seja,
nas definições e orientações do trabalho a ser feito e quem deverá fazê-lo, deixando
claro quais os objetivos e metas a equipe deverá alcançar. O comportamento de re-
lacionamento fica em segundo plano, uma vez que, a equipe já se encontra em um
nível bom de motivação devindo aos novos desafios.
4.2 Guiando a equipe durante os conflitos
Quando a equipe chega no estágio de conflito, o caos é instaurado. Os mem-
bros já conhecem um ao outro e as atividades do projeto e seus respectivos respon-
sáveis.
Agora os sentimentos que sentem são de defesa e competitividade por espa-
ço dentro da equipe, desunião, tensão e ciúmes entre si. A equipe começa a apre-
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sentar muitas divergências de atitudes e desacordos, passando a questionar muito
as decisões tomadas (ALMEIDA, 2013).
Observando o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura mais
de treinamento. Dividindo os seus esforços entre o comportamento de tarefa e o
comportamento de relacionamento (neste estágio não é possível priorizar um com-
portamento específico), ou seja, além das definições e orientações do trabalho a ser
feito e quem deverá fazê-lo, o líder deverá treinar a equipe para que ela aprenda a
se relacionar uns com os outros, entendendo e respeitando as ideias divergentes e
como disse Wilson (2010, tradução nossa): “Cada membro deverá se concentrar em
oferecer o máximo de feedback positivo e sincero ao os outros [...], onde as suges-
tões serão vistas como contribuições ao invés de críticas.”
4.3 Guiando a equipe para a sua normalização
Na normatização os membros já conhecem um ao outro e as atividades do
projeto e seus respectivos responsáveis. Eles já adquiriram certa experiência que os
qualificam a desempenhar com as suas atividades de forma independente e com
qualidade.
Eles passam a demonstrar sentimentos de simpatia e confiança com o restan-
te da equipe, acreditando que a equipe é capaz de cumprir as metas propostas para
eles. Começam a trabalhar literalmente como uma equipe demonstrando um grande
orgulho em fazer parte da mesma (ALMEIDA, 2013, tradução nossa).
Observando o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura mais
apoio, diminuindo os seus esforços no comportamento de tarefa e o aumentando no
comportamento de relacionamento, ou seja, o líder deverá apoiar a equipe para que
ela sinta-se confiante de que é capaz de executar as tarefas propostas e alcançar os
objetivos traçados.
Pode-se observar que um dos principais desafios do líder, nessa fase, é moti-
var a equipe de forma que ela sinta-se à vontade para buscar as suas próprias solu-
ções para os seus problemas.
Os líderes devem usar um estilo de treinamento e pedir a equipe as suas soluções antes do próprio líder da a dele, uma equipe na fase Normatização terá muito a oferecer em termos de experiências e ideias que, se acessado, pode poupar dos líderes tempo e energia, deixando-os livres para se con-centrar no horizonte mais amplo, por exemplo, ampliando o escopo através
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parcerias estratégicas e planejamento de sucessão. (WILSON, 2010, tradu-ção nossa).
4.4 Guiando a equipe para o alto desempenho
O estágio de alto desempenho é o momento na qual todas as equipes espe-
ram chegar, porem nem todas conseguem. Nela os membros já conhecem muito
bem uns aos outros, suas fraquezas, pontos fortes e características comportamen-
tais, e se aceitam e se respeitam. As atividades do projeto não os assustam mais, os
problemas e barreiras técnicas são encarados com naturalidade e as soluções são
descobertas em equipe.
Eles passam a sentir uma simpatia e confiança mútua com o restante da
equipe, acreditando que a ela é capaz de auto identificar os seus pontos fracos e
propor melhorias nos seus processos comportamentais e de trabalho. Trabalham li-
teralmente como uma equipe e demonstram um orgulho pleno em fazer parte da
mesma (ALMEIDA, 2013, tradução nossa).
O líder deverá apresentar uma postura mais de delegação das atividades,
como mostra o gráfico da figura 7, diminuindo os seus esforços no comportamento
de tarefa e no comportamento de relacionamento, ou seja, o líder deverá apenas de-
legar as tarefas, metas e objetivos da equipe no projeto, e a própria equipe irá se au-
to organizar da forma que acreditam ser a ideal para executar o proposto. Neste
estágio eles mesmos encontram as suas formas de auto motivação e de solução de
possíveis conflitos de ideias entre os membros.
Pode-se observar, nesse estágio, que o líder passa a se concentrar mais no
planejamento estratégico do projeto e no acompanhamento dos resultados entregue
pela equipe. “O líder e os membros da equipe devem reconhecer as contribuições
uns dos outros e garantir que o crédito é concedido, onde é devido. Isto se aplica
tanto aos membros da equipe avaliando o líder como o contrário” (WILSON, 2010,
tradução nossa).
5. Conclusão
O modelo de Tuckman permite ao gerente de projetos acompanhar, através
de uma sequência de estágios, o desenvolvimento da sua equipe desde o momento
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em que ela é formada até alcançar o alto desempenho profissional. Ele irá identificar
as características comuns às equipe em cada estágio, conhecendo as suas necessi-
dades, carências e pontos fortes.
Após compreender que as equipes passam por estágios diferentes durante o
seu ciclo de desenvolvimento e que não é eficiente utilizar o mesmo estilo de lide-
rança durante todo esse ciclo, o gerente de projetos poderá utilizar da liderança situ-
acional para direcionar o seu estilo de liderar, dosando a quantidade de
comportamento relacional com o comportamento de tarefa e encontrando uma com-
binação ideal para conduzir a equipe em cada etapa da sua formação.
O relacionamento do modelo de Tuckman com a teoria da liderança situacio-
nal, permite ao gerente de projetos guiar a equipe utilizando uma sequência de esti-
los de liderança, conforme a evolução da mesma. Isso faz com que ele consiga
identificar qual o melhor caminho para que a equipe se motive, conduzindo-a para
um evolução mais rápida do seu nível de maturidade em projetos.
Acredita-se em grandes ganhos com a utilização do relacionamento desses
dois modelos propostos, esperando-se um tempo menor para passar de um estágio
para o outro, pois o líder irá direcionar os seus esforços, justamente, nos aspectos
de carência da sua equipe para a sua fase de formação atual.
Contudo, um estudo prático da aplicação desse relacionamento é essencial
para que possa ser identificado como a equipe e o gerente irão se comportar diante
a sequência proposta. Indicando se os estágios são suficiente para a formação da
equipe, se os estilos de liderança estão adequados aos estágios da equipe ou até
mesmo se há algum tipo de desenvolvimento do gerente de projetos, em paralelo ao
da equipe, que o impeça de guiar as equipes de forma eficiente.
REFERÊNCIAS
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