universidade federal do sul e sudeste do parÁ … · não há realidade sem sonhos. o espírito...

78
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA ELÉTRICA BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Rodrigo Silva Albuquerque Thomás Viana das Chagas Lima SISTEMA EPIDEMIOLÓGICO PARA CONTROLE DA DENGUE E FEBRE AMARELA NO BRASIL PARA O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS MARABÁ 2014

Upload: vantram

Post on 16-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ

FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA ELÉTRICA

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Rodrigo Silva Albuquerque

Thomás Viana das Chagas Lima

SISTEMA EPIDEMIOLÓGICO PARA CONTROLE DA DENGUE E FEBRE AMARELA NO BRASIL PARA O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS

MARABÁ

2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ

FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA ELÉTRICA

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Rodrigo Silva Albuquerque

Thomás Viana das Chagas Lima

SISTEMA EPIDEMIOLÓGICO PARA CONTROLE DA DENGUE E FEBRE AMARELA NO BRASIL PARA O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pa-rá como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação. Sob a orientação do Professor Msc. Hugo Pereira Kuribayashi.

MARABÁ

2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ

FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA ELÉTRICA

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Rodrigo Silva Albuquerque

Thomás Viana das Chagas Lima

SISTEMA EPIDEMIOLÓGICO PARA CONTROLE DA DENGUE E FEBRE AMA-RELA NO BRASIL PARA O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Federal Do Sul e Sudeste do Pará

como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de In-

formação.

Data da defesa: ____/____/_______

Conceito: _____________________

Banca Examinadora

_________________________________________ Profº. Msc. Hugo Kuribayashi

CTIC/UNIFESSPA – Orientador

_________________________________________ Profº. Msc. Josué Leal Moura

FACEEL/UNIFESSPA – Membro da banca

_________________________________________ Profº. Alex de Souza Vieira

FACELL/UNIFESSPA – Membro da banca

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

DEDICATÓRIA

Há tantos a dedicar essa conquista, não somente por

nos terem ensinado, mas por nos terem feito aprender!

A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores

dedicados, aos quais, sem nominar terão nosso eterno agradecimento!!

Nós Rodrigo e Thomás, dedicamos esta vitória as nossas famílias,

que nos apoiaram financeiramente e afetuosamente nestes anos dedicados

ao estudo superior, que sempre nos fizeram entender

que o futuro, é feito a partir da constante dedicação no presente!!!

Por final, dedicamos à aquele, que nos permitiu tudo isso,

ao longo de nossas vidas, e, não somente nestes anos

como universitários, à você nosso DEUS, obrigado! Reconhecemos cada

vez mais em todos os momentos, que você é o maior mestre,

que uma pessoa pode conhecer e reconhecer.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

AGRADECIMENTOS

Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, crítico e motivador não enxerga dis-

tâncias inalcançáveis, metas insuperáveis ou obstáculos intransponíveis. Das inquietações

faz surgir os sonhos. Dos sonhos, as metas e os planos. Dos planos, as concretizações. O es-

pírito livre sabe que entre a inquietação e a concretização há um longo caminho, mas não

fraqueja, conhece em inúmeras ocasiões, o gosto amargo da derrota, mas não arrefece. Pla-

neja, calcula, mergulha em reflexões, tenta manter o equilíbrio. Ora sofre, ora se regozija, re-

faz planos e cálculos, não tem pressa. Resiste. Ousa. Finalmente vence e sente a leveza sobre

os seus ombros. O homem que vence não é uma arte, um herói ou um ser distinto. Um ho-

mem que vence é um ser determinado.

Valorizar aqueles que sempre estiveram ao nosso lado e elevam todos os nossos pa-

drões de consciência humana e vida, é sem dúvida alguma, uma dádiva dada por Deus. Por-

tanto, agradecemos a todos que contribuíram no decorrer desta jornada, em especialmente: à

Deus, nossos familiares, aos professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,

por contribuir em nossa formação, por nos ajudar a desbravar com determinação e ousadia

essa fantástica região chamada Conhecimento, e por serem a luz de um farol que ilumina.

Eu Rodrigo Albuquerque, agradeço à minha mãe Regina Albuquerque, responsável

por tudo que sou e por sempre me incentivar e me educar. Agradeço à minha tia Régia Anda-

lécio, pelo amparo afetivo e incentivador nos momentos difíceis. Agradeço aos meus irmãos

Ítalo e Igror pela amizade e companheirismo. Agradeço à minha namorada, Roberta Maia,

por todo carinho e amor.

Eu Thomás Chagas, agradeço primeiramente à Deus pela sabedoria e inteligência

dada por ele. Agradeço ao meu pai Oton Lima, minha mãe Rosiane Lima e minhas irmãs

Amanda e Thaís pelo apoio e motivação desde o principio deste trabalho e durante todo de-

correr do curso.

Agradecemos nosso orientador Profº. Hugo Kuribayashi pela gentileza em aceitar o

convite de nos orientar nesse trabalho mesmo em meio aos imprevistos no decorrer da elabo-

ração. Agradecemos à nossa coorientadora Profª. Danielle Carrara Couto que teve papel fun-

damental na elaboração deste trabalho nos motivando a superar esse desafio. Agradecemos ao

nosso amigo Jhoseph Araújo pela sua parcela de contribuição no desenvolvimento do sistema.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

EPÍGRAFE

"...

Eu vou vencer, essa porta um dia vai ter que se abrir

Eu vou vencer, qualquer hora essa muralha vai cair

Eu vou vencer, nem que o mundo se levante eu vou lutar até o fim

Eu vou vencer, pela fé a sorte vai sorrir pra mim

Eu vou vencer, os meus inimigos vão ter que engolir

Eu vou vencer

Deus não fez a minha vida para perder

Em nome de Jesus eu vou vencer."

Adrianno

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2. SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL E O MINISTÉRIO DA SAÚDE ............................. 17

2.1 Dengue ............................................................................................................... 18

2.1.1 Casos de dengue no Brasil ................................................................................... 20

2.1.2 LIRAa ............................................................................................................. 23

2.2 Febre amarela ....................................................................................................... 25

2.3 Detecção do vírus da dengue e febre amarela por RT-PRC ............................................. 27

3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO APLICADOS À SAÚDE ....................................... 29

3.1 Sistemas de Informação para a Gerencia em Saúde ....................................................... 35

3.2 Natureza dos Sistemas de Informação em Saúde .......................................................... 36

3.3 Sistemas integrados ............................................................................................... 37 4. MAPAS NO CAMPO DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL .................................... 38

5. GEOPROCESSAMENTO ..................................................................................... 43 5.1 Introdução ao geoprocessamento .............................................................................. 43

5.2 Breve histórico do geoprocessamento ........................................................................ 45 5.3 Georreferenciamento ............................................................................................. 47

5.3.1 Coordenadas ................................................................................................. 48

5.4 Análise Espacial ................................................................................................... 48

5.4.1 Atributos dos dados espaciais ............................................................................ 49

5.5 Sistema de aquisição e conversão de dados ................................................................. 50

5.6 Tecnologia e recursos ............................................................................................. 50

6. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 51 6.1 Ferramentas ......................................................................................................... 51

6.1.1 Aplicação web ............................................................................................... 51

6.1.2 Linguagem PHP ............................................................................................ 52

6.1.3 Características do PHP ................................................................................... 53

6.1.4 Adobe Dreamweaver ....................................................................................... 53

6.1.5 phpMyAdmin ................................................................................................. 54 6.1.6 MarkerClusterer ............................................................................................ 54

6.2 Metodologia ........................................................................................................ 55

6.2.1 Análise de requisitos ....................................................................................... 56

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

6.2.2 Caso de uso e Diagrama de Sequência ................................................................ 57

6.2.3 Diagrama de Atividades ................................................................................... 58

6.2.4 Diagrama de Implantação ................................................................................ 58

6.2.5 Diagrama Entidade Relacionamento do banco de dados ......................................... 59 7. PROTÓTIPO DO SISTEMA .................................................................................. 60

7.1 Cadastros ............................................................................................................ 61

7.2 Consultas ............................................................................................................ 63

7.3 Relatórios ............................................................................................................ 64

7.4 Painel Administrativo ............................................................................................ 65

7.5 Mapas ................................................................................................................ 66

7.6 Gráficos .............................................................................................................. 67

8. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 69 8.1 Trabalhos futuros .................................................................................................. 69

REFERENCIAS ......................................................................................................... 71 APÊNDICE ................................................................................................................ 77

Apêndice A – Diagrama de Sequência ........................................................................... 78

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais manifestações clínicas dos sintomas da dengue. ................................... 19

Figura 2 – LIRAa/Março 2014, 1.376 amostras positivas em 414 municípios ....................... 24

Figura 3 – Aumento de 48% no número de municípios mapeados em relação a 2013 ........... 24

Figura 4 – Mapa da febre amarela no Brasil no ano de 2013 .................................................. 26

Figura 5 – Equipamento de sonda que realiza a RT-PCR ....................................................... 27

Figura 6 – Planilha com os valores dos resultados dos exames do aparelho de sonda que

realiza a (RT-PCR) Fonte: Júnior (2013). ............................................................................... 28

Figura 7 – Ilustração do Geocódigo.......................................................................................... 33

Figura 8 – Estrutura interna de um SIG. .................................................................................. 33

Figura 9 – Milhares de Markers sem agrupamento ................................................................. 55

Figura 10 – Marcadores agrupados com o MarkerClusterer .................................................. 55

Figura 11 – Diagrama de Caso de Uso .................................................................................... 57

Figura 12 – Diagrama de Atividades ....................................................................................... 58

Figura 13 – Diagrama de Implantação .................................................................................... 59

Figura 14 – Diagrama de Entidade Relacionamento do banco de dados. ............................... 59

Figura 15 – Conversão de Endereços em Coordenadas Geográficas ........................................ 62

Figura 16 – Topo da Página de Cadastro para Pacientes com Dengue ..................................... 62

Figura 17 – Página de Consulta dos Pacientes com Dengue .................................................... 63

Figura 18 – Página de Relatórios do Protótipo do Sistema ...................................................... 64

Figura 19 – Página do Painel Administrativo ........................................................................... 65

Figura 20 – Funcionalidades de Notificações e Lista de Atividades para fazer ........................ 66

Figura 21 – Mapa da Dengue em Tela Cheia .......................................................................... 66

Figura 22 – Marcadores divididos por Sorotipo da dengue, Sexo e Cor. ................................ 67

Figura 23 – Página de Gráficos do Sistema ............................................................................. 68

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CAD – Computer Aided Design

CIT – Centro de Inovações Tecnológicas

CSS – Cascading Style Sheets

CSV – Comma Separated Values

CT – Threshold Cycle

DATASUS – Departamento de Informática do SUS

DC – Dengue Clássica

DCC – Dengue Com Complicação

DEN-1 – Dengue tipo 1

DEN-2 – Dengue tipo 2

DEN-3 – Dengue tipo 3

DEN-4 – Dengue tipo 4

DHN – Diretoria de Hidrografia e Navegação

DNA – Ácido Desoxirribonucleico

DSG – Diretoria de Serviços Geográficos do Exército

FHD – Febre Hemorrágica da Dengue

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

FUNASA– Fundação Nacional de Saúde

GPS – Sistema de Posicionamento Global

HEMOBRÁS – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia

HIV- Human Immunodeficiency Virus

HOSPUB – Projeto Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar

HTML – HyperText Markup Language

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICA – Instituto de Cartografia da Aeronáutica

IDS – Instituto para o Desenvolvimento da Saúde

IEC – Instituto Evandro Chagas

INCA – Instituto Nacional de Câncer

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

INTO – Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

IP – Internet Protocol

LIRAa – Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti

NCGIA – National Centre for Geographical Informationand Analysis

OMS – Organização Mundial da Saúde

PDI – Processamento Digital de Imagens

PDF- Portable Document Format

PHP – Hypertext Preprocessor

RIPSA – Rede Interagencial de Informação para a Saúde

RNA – Ácido Ribonucléico

RT-PCR – Transcrição Reversa combinada à Reação em Cadeia da Polimerase

SCD – Síndrome de Choque da Dengue

SGBD – Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados

SAI – Sistema de Informação Ambulatorial

SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica

SIADT – Sistema de Apoio à Diagnose e Terapia

SICEC – Sistema de Gerenciamento de Centro Cirúrgico

SIG – Sistema de Informação Geográfico

SIGAE – Sistema de Gerenciamento de Unidades Ambulatoriais Especializadas

SIGHO – Sistema de Gerenciamento Hospitalar

SIGUE – Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência

SIH – Sistema de Informação Hospitalares

SIM – Sistema de Informação de Mortalidade

SINAN – Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação

SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos

SINAT – Sistema de Gerenciamento Perinatal

SGV- Sistema Georreferenciado de Informações Viárias

SUS – Sistema Único de Saúde

TABWIN – Tab para Windows

W3C – World Wide Web Consortium

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

RESUMO

Esse projeto visa à implantação de um Sistema de Informação Geográfica para o controle dos casos de dengue e febre amarela no Brasil para ser gerenciado pelo Instituto Evandro Chagas de Belém-PA. A finalidade de um SIG no controle da dengue e febre amarela é a de, ao per-mitir a integração e o armazenamento dos dados convencionais existentes e sua espacializa-ção, facilitar o trabalho prático do dia a dia, contribuir para tomada de decisões mais adequa-das, propiciar avaliações do trabalho de campo à medida que este for sendo realizado, além de periodicamente proceder a análises mais ricas e acessíveis do quadro epidemiológico mais amplo da endemia. A aplicação deste trabalho facilita a análise e o planejamento das ações de controle no dia a dia, uma vez que permite a visualização na forma de mapas dos casos de dengue e febre amarela e a delimitação das áreas a serem trabalhadas. Possibilita também a geração de relatórios. Outro aspecto importante do uso desse sistema é o armazenamento das informações necessárias para a avaliação do trabalho executado. Em síntese, o grande objeti-vo deste trabalho é prover uma alternativa que auxilie o trabalho de campo e a ação integrada das diversas instâncias responsáveis pelo controle da dengue e febre amarela, a partir de uma perspectiva tecnológica.

Palavras-chave: Epidemiologia; Dengue; Febre Amarela; Sistema de Informação Geográfica.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

ABSTRACT

This project aims to implement a Geographic Information System for the control of cases of dengue and yellow fever in Brazil to be managed by the Instituto Evandro Chagas in Belém-PA. The purpose of a GIS in the control of dengue and yellow fever is that, by allowing the integration of existing and conventional data storage and its spatial distribution, facilitate practical work everyday, contribute to making better decisions, provide assessments field work as it is being performed, and periodically conduct richest and accessible analysis of the broader epidemiological situation of endemics. The application of this study facilitates the analysis and planning of control actions in everyday life, since it allows the visualization in the form of maps of cases of dengue and yellow fever and delimitation of areas to be worked. Also enables the generation of reports. Another important aspect of using this system is the storage of information needed for the assessment of the work. In summary, the main objective of this work is to provide an alternative to assist fieldwork and integrated action of the various bodies responsible for the control of dengue and yellow fever, from a technological perspec-tive. Keywords: Epidemiology; Dengue; Yellow Fever; Geographic Information System.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

14

1. INTRODUÇÃO

O uso das ferramentas epidemiológicas é extremamente importante para pesquisas e

estudos de moléstias no Brasil, pois existe uma grande dificuldade para a realização de le-

vantamentos de campo sobre as diversas variáveis ambientais associadas às doenças no Bra-

sil, devido ao alto custo e a escassez de profissionais (CONNOR et al., 2007).

Tendo em vista a gravidade da dengue e febre amarela, uma forma bastante eficaz

de ajudar na prevenção é a espacialização destes casos, que auxilia na análise e avaliação de

riscos à saúde pública coletiva. Uma ferramenta de apoio ao controle da dengue e febre ama-

rela é o Sistema de Informação Geográfica (SIG), pois permite apontar áreas de maior inten-

sidade de transmissão, identificar regiões mais vulneráveis ao vetor e planejar ações de con-

trole (NASCIMENTO et al., 2009).

Será abordado um capítulo de geoprocessamento que em conjunto com os Sistemas

de Informações Geográficas mostram-se instrumentos de aperfeiçoamento da saúde, auxili-

ando no planejamento, prestação e na avaliação dos serviços à população, demonstrando ser

uma ferramenta útil para a gestão, possibilitando análises de situações sanitárias, avaliação

de risco populacional, construção de cenários que viabilizem o planejamento de estratégias

de intervenções nos diversos níveis de saúde, transitando com rapidez e eficiência entre ma-

cro e micro realidades (ARGOLO et al., 2008).

É nesse ponto que a geotecnologia é utilizada como ferramenta de análise epidemio-

lógica. Utilizando-se dos recursos para se realizar o mapeamento de doenças infecciosas, es-

te trabalho tem por objetivo implementar mecanismos de mapeamento e análise da ocorrên-

cia de casos de dengue e febre amarela no Brasil, portanto, vislumbrando contribuir com um

avanço qualitativo nas pesquisas em disciplinas básicas da saúde pública.

Através deste sistema, pretendeu-se identificar os maiores índices de risco de surto

epidêmico, para que medidas de erradicação da dengue e febre amarela sejam analisadas e

gerenciadas pelo Instituto Evandro Chagas.

Neste trabalho são expostos alguns dados relevantes das epidemias em questão, para

justificar a importância de se desenvolver uma ferramenta para o auxílio da vigilância epi-

demiológica e órgãos da saúde pública. Também relataremos sobre sistemas de informação

aplicados à saúde e a necessidade dos mapas no campo da epidemiologia no Brasil.

Apresentaremos também a estrutura do sistema desenvolvido, que foi dividida em

módulos para melhor compreensão, explicando detalhadamente suas funcionalidades.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

15

Segundo Carvalho et al. (2000), atualmente existem diversos sistemas utilizados

para gerar mapas que são uma das maneiras mais utilizadas de se conhecer com detalhes as

condições de saúde de uma determinada população, pois eles permitem que seja possível

observar espacialmente as situações e áreas de risco de muitas doenças. Por isso torna-se

fundamental que todos esses tipos de informações estejam disponíveis de forma simples e

segura, gerando elementos que futuramente possam formar uma cadeia informativa e expli-

cativa dos problemas de diversas áreas que afligem a determinada região aumentando assim

o poder de eficiência das ações para resolver os problemas encontrados naquela região.

O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de técnicas computacio-

nais necessárias para manipular informações espacialmente referidas. Aplicado às questões

de Saúde Coletiva permite o mapeamento de doenças, a avaliação de riscos, o planejamento

de ações de saúde e a avaliação de redes de atenção. Assim como existem diversas maneiras

de se conceituar, identificar e quantificar riscos. (BENNETT, 1991, apud TERAZZES,

2005).

Portanto, nossa justificativa para o desenvolvimento deste trabalho é que esperamos

que o protótipo deste sistema seja amplamente divulgado, utilizado e que toda a informação do

sistema desenvolvido esteja disponível para público geral interessado em informações e dados sobre o

georreferenciamento de áreas onde há maior ocorrência de casos da dengue e febre amarela no Bra-

sil, cumprindo assim seu papel, colaborando de maneira importante na obtenção de resulta-

dos cada vez melhor na prevenção da dengue e febre amarela no Brasil.

O protótipo implementado neste trabalho, foi solicitado pelo Instituto Evandro Cha-

gas, mais precisamente pelo Centro de Inovações Tecnológicas (CIT) do Instituto Evandro

Chagas que atualmente é constituído pelos Núcleos de Genômica, Proteômica, Diagnóstico

Molecular, Bioinformática, Análises Citogenéticas por Imagem e Nanotecnologia. O CIT

tem por objetivo principal ser o elo entre o Instituto Evandro Chagas e diferentes setores da

comunidade científica e da sociedade. A sua principal missão abrange o incentivo à inovação

e proteção do conhecimento, geração de produtos, processos e serviços inovadores, e desen-

volvimento técnico científico regional e nacional por meio de implementação de projetos de

P, D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) (Centro de Inovações Tecnológicas do IEC,

2014).

Devido à grande carência de sistemas que realizam o mapeamento de casos de den-

gue e febre amarela no Brasil o Instituto solicitou à Profª. coorientadora Danielle Carrara

Couto que designasse pessoas capacitadas para desenvolverem o sistema seguindo a necessi-

dade do IEC.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

16

O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver o protótipo de uma aplicação web

baseada em sistemas de epidemiologia, a fim de proporcionar melhor controle das doenças

dengue e febre amarela a serem gerenciadas pelo Instituto Evandro Chagas (IEC).

Os objetivos específicos para o desenvolvimento do protótipo do sistema foram:

• Realizar coleta e especificação de requisitos para o desenvolvimento do

protótipo com o Intuito Evandro Chagas;

• Proporcionar agilidade no cadastro e visualização dos dados de pacientes

com dengue e febre amarela no Brasil;

• Estudo e análise de técnicas de Sistemas de Informação aplicados à Saúde

para a implementação web;

• Estudo e análise de softwares de geoprocessamento e técnicas de georrefe-

renciamento;

• Desenvolvimento de um protótipo de sistema epidemiológico informatiza-

do;

• Modelagem de uma aplicação web baseada nos requisitos coletados.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

17

2. A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL E O MINISTÉRIO DA SAÚDE

A situação de saúde de um determinado grupo de população é um conjunto de pro-

blemas de saúde, descritos e explicados desde a perspectiva de um ator social; quer dizer, de

alguém que decide uma conduta determinada em função de uma dita situação (MARQUES

et. al., 1999).

Tratando das políticas de saúde, agrega-se a isso a complexidade inerente a essa á-

rea, relacionada a muitos fatores como: diversidade das necessidades de saúde em uma popu-

lação; múltiplas determinações sobre o estado de saúde da população e dos indivíduos; capa-

citação de pessoal e recursos tecnológicos requeridos para atendê-las; interesses e pressões

do mercado na área da saúde que frequentemente tencionam a estruturação de um sistema

que se encontra calcado na concepção de saúde como um direito de cidadania instituído em

uma nação (A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde, Brasil, 2009).

O Ministério da Saúde foi criado em 1953 regulamentado pelo Decreto nº 34.596,

de 16 de novembro de 1953 (Lei nº 1.920, de 25.7.1953). O Ministério Público é o setor go-

vernamental responsável pela administração e manutenção da saúde pública no Brasil. Pos-

sui diversos órgãos vinculados a ele como:

• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);

• Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);

• Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (HEMOBRÁS);

• Fundação Nacional de Saúde (FUNASA);

• Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ);

• Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO);

• Instituto Nacional de Câncer (INCA);

• Instituto Evandro Chagas (IEC);

A saúde pública no Brasil segundo Souza (2012) possui um dos mais complexos e

bem estruturados sistemas de saúde do mundo.

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a ga-

rantir assistência integral e completamente gratuita para a totalidade da população, inclusive

aos pacientes portadores do HIV, sintomáticos ou não, aos pacientes renais crônicos e aos pa-

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

18

cientes com câncer (Souza, 2002, p 16).

Mas apesar de ser um sistema bem estruturado luta contra várias doenças epidêmi-

cas que afligem a população que ainda não foram erradicadas do país como a dengue e febre

amarela. A aplicação deste referido trabalho busca amenizar esta problemática, utilizando

técnicas de georreferenciamento para apresentar os dados dessas epidemias em um sistema

web desenvolvido para o IEC.

2.1 Dengue

A dengue é classificada como uma doença febril aguda, que tem uma grande varia-

ção de formas clínicas, desde a Dengue Clássica com evolução muitas vezes benigna, mas

que gera grande desconforto e é muitas vezes incapacitante para o trabalho, até os quadros

mais graves, como a Dengue Com Complicação (DCC), a Febre Hemorrágica da Dengue

(FHD) e a Síndrome de Choque da Dengue (SCD). Atualmente, a dengue é considerada um

dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.

Os vírus da dengue pertencem ao gênero Flavivírus, da família Flaviviridae. Eles-

têm quatro sorotipos, biológica e antigenicamente distintos, mas sorologicamente relaciona-

dos, a saber: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Todos esses sorotipos causam tanto a Den-

gue Clássica (DC) como a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), e formariam o que se de-

nomina de Complexo da Dengue (TAUIL, 2001; OMS, 1999). Cada infecção por um desses

sorotipos confere imunidade permanente para esse, e transitória para os demais (imunidade

cruzada fugaz), imunidade cruzada é de aproximadamente 2 a 3 meses (OMS, 2009), o que

possibilita a uma pessoa ser infectada até quatro vezes durante seu período de vida (GU-

BLER, 1998).

Entretanto, em diversas ocasiões, essa doença se apresenta somente como uma leve

febre indiferenciada, conFigurando-se um quadro oligossintomático (poucos sintomas) ou até

mesmo sem apresentar nenhum sintoma aparente (assintomático). Esses fatos acarretam, fre-

quentemente, a não detecção pelos próprios infectados ou a não identificação pelos profissio-

nais da saúde, gerando um grande número de subnotificações. Em áreas onde a dengue é en-

dêmica, as infecções são frequentemente oligossintomáticas (GUBLER, 1998).

Os casos de maior gravidade têm taxas de letalidade mais altas, e muitas vezes po-

dem levar a óbito se não forem tomadas providências imediatas (BRASIL, 1998). A Figura 1

nos traz sinteticamente as principais formas clínicas. Estão destacadas em verde as situações

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

19

de difícil captação pelo sistema de saúde e informação.

Figura 1 – Principais manifestações clínicas dos sintomas da dengue.

Fonte: Modificado de (OMS, 1999). Adaptado por Rafael de Castro Catão (2012).

A dengue apresenta vários sintomas semelhantes aos de muitas outras viroses. São

eles: febre (com duração máxima de sete dias), cefaléia (dor de cabeça), artralgia (dor nas ar-

ticulações), mialgia (dor nos músculos), dor retro-orbitária (dor atrás dos olhos), náuseas e

vômitos, anorexia (perda do apetite), astenia (debilidade), prostração, prurido (coceira na pe-

le) e exantema (erupções na pele).

Cordeiro (2008) aponta que os sintomas podem variar por faixa etária e sorotipo do

vírus infectante, assim como conforme o local e o tempo da infecção e reitera a necessidade

de confirmação laboratorial, especialmente em períodos não epidêmicos.

A febre hemorrágica da dengue apresenta quase sempre os mesmos sintomas da den-

gue clássica, mas com a alteração de alguns parâmetros fisiológicos devido, principalmente,

ao extravasamento do plasma, o que acarreta algumas manifestações hemorrágicas. Essas ma-

nifestações variam dentro de uma escala de quatro graus, desde as formas com menos gravi-

dade e mais comuns, evidenciadas com a prova do laço positiva (FHD Grau I). O aparecimen-

to de pequenas hemorragias, como petéquias (manchas vermelhas na pele), epistaxe (hemor-

ragias nasais), gengivorragia (hemorragia nas gengivas), hematúria (sangue na urina), é classi-

ficado como FHD Grau II (BRASIL, 1998).

Os graus III e IV, os mais graves, são denominados Síndrome de Choque da Dengue

(SCD). Apresentam todos os sintomas da FHD, incluindo algumas outras hemorragias mais

graves (hematêmese – vômito de sangue, melenas – sangue eliminado nas fezes). Há também

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

20

alterações na temperatura, no pulso e na pressão sanguínea, podendo levar ao choque e a óbi-

to. Para diferenciar a dengue clássica da FHD são realizados alguns exames clínicos e labora-

toriais que utilizam critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

Já a dengue com complicação (DCC) é todo “caso suspeito de dengue que evolui pa-

ra uma forma grave, mas não possui todos os critérios para ser encerrado como FHD” (Brasil,

2009). Além desse critério, o caso deverá ter outras confirmações que evidenciam alterações

clínico-laboratoriais para ser encerrado como DCC (CATÃO, 2012, pg. 34).

2.1.1 Casos de dengue no Brasil

No ano de 1986, foram registradas epidemias nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas

e Ceará. Nos anos de 1986 e a segunda refere-se a 1987, no Rio de Janeiro ocorreram duas

grandes epidemias. A primeira com cerca de 90 mil casos; e a segunda, em 1990 e 1991, com

aproximadamente 100 mil casos confirmados da doença. A partir de 1995, a dengue passou a

ser registrada em todo o país. Segundo o ministério da saúde em 1998 ocorreram 570.148 ca-

sos de dengue no Brasil; em 1999 foram registrados 204.210 casos da dengue (Programa Na-

cional de Controle da Dengue, 2002).

No ano de 2006, o número de casos de dengue voltou a ter crescimento no país. Se-

gundo dados do Ministério da Saúde, entre os meses de janeiro e setembro de 2006 foram re-

gistrados 279.241 casos de dengue o equivalente a um caso para cada 30 km² do território do

Brasil. Um crescimento de 26,3% em relação ao mesmo período em 2005.

Em 2008, a doença volta fortemente o Rio de Janeiro, onde foram registrados quase

250 mil casos da doença e 174 mortes em todo o Estado, sendo 100 mortes e 125 mil casos

somente na cidade do Rio de Janeiro. A epidemia de 2008 superou, em número de vítimas fa-

tais, a epidemia de 2002, onde 91 pessoas morreram. Nos últimos anos, outros estados do

Brasil também registraram epidemias de Dengue.

Tabela 1 - Casos notificados de dengue 2011 e 2012 comparados por Região e Unidade Federada.

UF Semanas 1 a 9

Casos Incidência 2011 2012 2011 2012

Norte 63.979 15.407 403,3 97,1 RO 1.346 620 86,1 39,7 AC 13.634 1.375 1.858,6 187,4 AM 36.212 1.496 1.039,4 42,9

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

21

RR 307 270 68,1 59,9 PA 8.894 5.611 117.3 74,0 AP 1.382 36 206,4 5,4 TO 2.204 5.999 159,3 433,6

Nordeste 40.948 23.202 77,1 43,7 MA 3.005 835 45,7 12,7 PI 2.005 991 64,3 31,8 CE 16.049 3.693 189,9 43,7 RN 4.128 1.582 130,3 49,9 PB 2,764 291 73,4 7,7 PE 2.935 7.164 33,4 81,4 AL 1.732 1.448 55,5 46,4 SE 367 1.480 17,7 71,6 BA 7.963 5.718 56,8 40,8

Sudeste 63.397 24.474 78,9 30,5 MG 10.499 6.084 53,6 31,0 ES 8.336 3.252 237,2 92,5 RJ 25.515 10.636 159,6 66,5 SP 19.049 4.502 46,2 10,9 Sul 12.168 3.314 44,4 12,1 PR 12.042 3.147 115,3 30,1 SC 50 112 0,8 1,8 RS 76 55 0,7 0,5

Centro oeste 15.402 10.509 109,6 74,8 MS 2.370 2.460 96,8 100,4 MT 2.116 3.019 71,4 99,5 GO 10.100 4.598 168.2 76,6 DF 766 432 29,8 16,8

Total 195.894 76.906 102,7 40,3 Fonte: LIRAa, Situação epidemiológica da dengue no Brasil (2012).

De acordo com a Tabela 1, nos anos de 2011 e 2012, as regiões Sudeste e Nordeste

lideravam em número notificações com 24.474 e 23.202 casos, respectivamente, o que equi-

vale a 62% dos casos notificados no país. Nas demais regiões foram notificados os seguintes

números: Norte (15.407), Centro-Oeste (10.509) e Sul (3.314). Em uma análise por estados

constata-se que 12 deles concentram 82% casos notificados: RJ (10.636 casos); PE (7.164);

MG (6.084); TO (5.999); BA (5.718); PA (5.611); GO (4.598); SP (4.502); CE (3.693); ES

(3.252); PR (3.147) e MT (3.019), (LIRAa, Situação Epidemiológica da Dengue no Brasil, 2012).

Segundo o novo LIRAa, responsável pelo balanço geral dos casos de dengue no

Brasil, realizado em 2014 pelo Ministério da Saúde, apenas dez estados brasileiros concen-

tram a grande parte dos casos notificados, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 2 – Dez estados concentram 86% dos casos notificados em 2014.

UF Casos GO 22.850 SP 16.147

MG 14.089

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

22

UF Casos PR 6.851 ES 4.093 RJ 2.608 MT 2.208 TO 2.122 CE 2.082 AM 1.991

Fonte: Balanço de casos da dengue e resultados do novo LIRAa (2014).

De acordo com a Tabela 2, as cidades com o maior número são Goiânia (GO), 6.089;

Luziânia (GO), 2.888; Aparecida de Goiânia (GO), 1.838; Campinas (SP), 1.739; Americana

(SP), 1.692; Belo Horizonte (MG), 1.647; Maringá (PR), 1.540; São Paulo (SP), 1.536; Brasí-

lia (DF), 1.483; e Campo Belo (MG), 1.410. (Ministério da Saúde, 2014)

Tabela 3 - Casos de dengue, Janeiro de 2013/2014 comparados por Região e Unidade Federada.

UF Semanas 1 a 9

Casos Casos graves Óbitos 2013 2014 2013 2014 2013 2014

Norte 22.304 6.930 103 5 15 0 RO 5.431 1.374 21 0 4 0 AC 1.572 636 0 0 0 0 AM 7.255 1.991 48 3 4 0 RR 115 173 0 0 0 0 PA 3.987 590 25 0 7 0 AP 556 44 0 0 0 0 TO 3.387 2.122 9 2 0 0

Nordeste 29.660 7.985 99 33 18 1 MA 889 329 5 14 2 0 PI 863 410 4 2 0 0 CE 2.950 2.082 10 5 1 0 RN 2.762 1.203 16 3 2 0 PB 1.520 831 14 1 3 0 PE 798 618 9 0 4 0 AL 742 549 3 0 0 0 SE 86 191 1 0 0 0 BA 19.050 1.772 37 8 6 1

Sudeste 232.505 36.937 1.065 162 78 6 MG 108.538 14.089 130 34 37 2 ES 19.136 4.093 551 63 13 1 RJ 56.294 2.608 295 10 9 2 SP 48.537 16.147 89 55 19 1 Sul 20.359 6.988 79 14 15 0 PR 20.052 6.851 79 14 15 0 SC 159 31 0 0 0 0 RS 148 106 0 0 0 0

Centro oeste 122.850 28.296 1.275 206 66 2 MS 49.920 1.755 581 1 26 0 MT 18.166 2.208 47 0 13 0 GO 53.288 22.850 644 194 25 2

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

23

DF 1.476 1.483 3 11 2 0 Total 427.678 87.136 2.621 420 192 9

Fonte: Balanço de casos da dengue e resultados do novo LIRAa (2014).

Atualmente, conforme mostra a Tabela 3, todas as regiões do País reduziram o núme-

ro de casos no primeiro bimestre de 2014. A região Sudeste obteve a maior redução, passou

de 232,5 mil notificações em 2013 para 36,9 mil este ano. Em segundo lugar está o Centro-

Oeste, que passou de 122,8 mil (2013) registros para 28,2 mil (2014); seguido do Nordeste,

que teve queda de 29,6 mil (2013) para 7,9 mil (2014); Norte, de 22,3 mil (2013) para 6,9 mil

(2014) e Sul, de 20,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014). (BRASIL, Portal Brasil, 2014)

2.1.2 LIRAa

O novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)

idealizado pelo Ministério da Saúde, responsável por mapear a Dengue em 2014, abrange atu-

almente 1.459 municípios, 48% a mais de municípios do que a edição de 2013. O levantamen-

to atual revela que 321 cidades brasileiras estão em situação de risco, 725 em situação de aler-

ta e 413 em situação considerada satisfatória. O percentual de municípios identificados em si-

tuação de risco foi de 22% em 2014. No mesmo período de 2013, o índice era de 27%.

O levantamento é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de

controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de

prevenção. O levantamento é promovido em parceria com as secretarias municipais de saúde.

Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 4% dos

imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta os locais em que os imóveis pesquisados

possuem larvas do mosquito entre 1% e 3,9%, sendo índice satisfatório nos locais abaixo de

1% de larvas do Aedes aegypti.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

24

Figura 2 – LIRAa/Março 2014, 1.376 amostras positivas em 414 municípios

Fonte: Balanço de casos da dengue e resultados do novo LIRAa (2014).

Figura 3 – Aumento de 48% no número de municípios mapeados em relação a 2013

Fonte: Balanço de casos da dengue e resultados do novo LIRAa (2014).

Em relação às capitais, o LIRAa apontou situação de risco em Belém (PA); Palmas

(TO); Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Alerta em Boa Vista (RR); Manaus (AM); Maceió

(AL); Natal (RN); Recife (PE); Salvador (BA); São Luís (MA); Aracaju (SE); Belo Horizon-

te (MG); Rio de Janeiro (RJ); Vitória (ES); Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Já Macapá

(AP); Teresina (PI); Brasília (DF) e Curitiba (PR) apresentaram índice satisfatório (Balanço

de casos da dengue e resultados do novo LIRAa, 2014).

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

25

2.1 Febre amarela

Segundo o (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, FIOCRUZ, 2010) a febre

amarela é uma doença perigosa e infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por veto-

res. Na maioria das vezes, quem contrai este vírus não tem sintomas ou os mesmos são muito

fracos e acabam passando despercebido. Os primeiros sintomas da doença são repentinos:

febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, náuseas e vômitos por cerca de três dias.

A febre amarela mais grave é rara e costuma aparecer após um curto período de

bem-estar, quando podem começar a ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia, mani-

festações hemorrágicas e cansaço de maneira intensa. A maioria das pessoas infectadas se

recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela (Instituto de Tecno-

logia em Imunobiológicos, FIOCRUZ, 2010).

A febre amarela existe nas Américas do Sul e Central, e em alguns países da África e

é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua origem é idêntica em ambos

os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos. A diferença está a-

penas nos tipos de transmissores. No ciclo silvestre, em áreas de florestas, o vetor da febre

amarela é o mosquito Haemagogus. No meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito

Aedes aegypti. A infecção ocorre quando um ser humano que nunca contraiu a febre amarela

ou tenha tomado a vacina contra ela circula ou mora em áreas florestais é picada por um mos-

quito infectado pelo vírus. Ao contrair essa doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção

para o mosquito Aedes aegypti no meio urbano (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos,

FIOCRUZ, 2010).

A infecção pelo vírus também pode afetar outros vertebrados. Os macacos podem

desenvolver a febre amarela silvestre e não apresentar nenhum sintoma, mas ter a quantidade

de vírus suficiente para infectar mosquitos.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

26

Figura 4 – Mapa da febre amarela no Brasil no ano de 2013

Fonte: A febre amarela no Brasil (2013).

De acordo com a Figura 4, a maior quantidade de casos de transmissão da febre ama-

rela no Brasil, ocorre em regiões de cerrado. Porém, em todas as regiões (zonas rurais, regiões

de cerrado, florestas) existem áreas endêmicas de transmissão das infecções. Estas principal-

mente ocasionadas pelos mosquitos do gênero Haemagogus, e pela manutenção do ciclo dos

vírus através da infecção de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito.

A transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos

Aedes aegypti, a prevenção da doença só pode ser feita evitando sua disseminação. Os mos-

quitos transmissores desenvolvem-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios. Seja qual

for o recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água são ambientes ideais para

que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, onde nascerão larvas que, após desenvolvimento

na água, se tornarão novos mosquitos. Por todos esses fatos, deve-se evitar o acúmulo de água

parada em qualquer tipo de recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em ca-

so de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do

método conhecido como: "fumacê” ou carro da fumaça. Além disso, devem ser tomadas me-

didas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para

aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença (Instituto de Tecnologia

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

27

em Imunobiológicos, FIOCRUZ, 2010).

O governo não consegue erradicar estas doenças pelo fato do controle dessas epide-

mias ser bastante complexo principalmente nas áreas urbanas. Pois envolve além do setor de

saúde, outros fatores como transportes de pessoas e mercadorias. Principalmente pelo fato de

não existir vacina no caso da dengue, somente a ação conjunta de todos os órgãos podem ge-

rar o controle destas epidemia.

2.2 Detecção do vírus da dengue e febre amarela por RT-PCR

O diagnóstico clínico da dengue é difícil de ser realizado principalmente na fase agu-

da da doença em que os sintomas são muito similares aos de outras infecções febris agudas,

ficando a cargo do laboratório o diagnóstico definitivo.

As técnicas moleculares, cujo objetivo é a detecção do genoma viral, têm importante

papel no diagnóstico da dengue uma vez que são capazes de identificar o vírus na fase aguda

da doença e, em algumas metodologias, quantificar a carga viral.

Figura 5 – Equipamento de sonda que realiza a RT-PCR

Fonte: JÚNIOR (2013).

Entre os métodos mais utilizados podemos citar a hibridização e a Transcrição Re-

versa Combinada à Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR) convencional e em tempo re-

al, através do equipamento que realiza a sonda conforme mostra a Figura 5. A hibridização de

ácidos nucléicos é aplicável tanto para amostras clínicas quanto para tecidos fixados proveni-

entes de biopsias ou autopsias. Devido sua complexidade técnica, a hibridização é de difícil

aplicação na rotina sendo mais utilizada como ferramenta de pesquisa (CAMANHO, 2013).

A RT-PCR convencional é um método que possibilita a detecção de quantidades re-

duzidas de ácido nucléico viral presente nos espécimes, pela amplificação do c-DNA obtido a

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

28

partir do RNA viral utilizando sondas (primers) tipos-específicos de vírus da dengue e seus

sorotipos. A sensibilidade, especificidade e a rápida detecção de quantidades mínimas de ma-

terial genético em amostras de paciente fazem do RT-PCR um excelente método de diagnós-

tico de infecção por vírus da dengue. Os resultados falso-positivos geralmente estão relacio-

nados com a manipulação inadequada das amostras. O sucesso desse método depende, em

parte, da preservação do espécime clínico, sendo recomendado mantê-lo na menor temperatu-

ra possível (Guia de Vigilância Epidemiológica, 2005).

O resultado da RT-PCR em tempo real é quantitativo, de forma que o que vai deter-

minar se uma amostra é positiva ou negativa é o seu Valor do CT (Threshold Cycle), em por-

tuguês, Ciclo Limiar. Conforme mostra a Figura 6, se a amostra obtiver um CT indeterminado

igual a zero, a amostra é negativa, se, por outro lado, o valor de CT for maior que zero, a a-

mostra é positiva. No arquivo do Excel, na aba Results, na coluna H, encontram-se os valores

de CT. Onde há “Undertemined”, o resultado do exame é negativo, e onde há algum valor, o

resultado do exame é positivo (JÚNIOR, 2013).

Figura 6 – Planilha com os valores dos resultados dos exames do aparelho de sonda que realiza a (RT-PCR)

Fonte: Júnior (2013).

Para este projeto, o aparelho que realiza a PCR-RT é de relevante importância, pois

ele é responsável por emitir o resultado dos exames dos pacientes com dengue e febre amare-

la, resultado este, capturado pelo software específico em Linux, contendo também uma plani-

lha eletrônica. Foram necessários para o cadastro no sistema, capturar apenas duas colunas

deste arquivo, sendo elas: Well e Valor de CT. A coluna Well desta planilha é semelhante ao

campo id de uma tabela de banco de dados.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

29

3. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES APLICADOS À SAÚDE

Os sistemas de informação na área da saúde vêm crescendo de maneira gradativa

com o passar dos anos, apoiados pela evolução das tecnologias e a grande necessidade de ar-

mazenar e manipular de informações valiosas (BRASIL, A experiência brasileira em sistemas

de informação em saúde, 2009).

O cenário atual do geoprocessamento em saúde, no Brasil, é extremamente favorá-

vel para a estruturação de uma rede de capacitação de profissionais para o manuseio das fer-

ramentas disponíveis e aprimoramento das abordagens do espaço nas análises de saúde

(BRASIL, A experiência brasileira em Sistemas de Informação em Saúde, 2009). Vários

centros de pesquisa, tais como Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (HE-

MOBRÁS), Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ),

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), têm se dedicado à aplicação de téc-

nicas de análise espacial em saúde. Em diversas cidades, a união de esforços entre centros de

pesquisa e secretarias de saúde tem permitido tanto o desenvolvimento tecnológico, quanto o

aumento da capacidade de análise de dados na prática dos serviços.

A saúde no Brasil possui informações fragmentadas, pelo fato do Ministério da Saú-

de ser fragmentado em diversos órgãos cada um possuindo sua área de responsabilidade na

saúde do país. Há algum tempo atrás as informações sobre morbidade era coletada principal-

mente de programas e serviços como materno-infantil, malária, tuberculose e saúde escolar.

Para cada serviço ou programas como os citados, existia um banco de dados. Pelo fato dos

bancos de dados serem separados quando se realizava uma junção dos dados era decepcionan-

te os resultados, por que havia muitos erros devido a inconsistência dos bancos o que acabava

gerando baixas possibilidades de análises do dados sendo assim praticamente inútil as infor-

mações para auxiliar as tomadas decisões (BRASIL, A experiência brasileira em sistemas de

informação em saúde, 2009).

Os sistemas de informação têm como principal objetivo a aquisição de conhecimento

para que possa apoiar a gestão de serviços. Na década de 70 diversos esforços isolados mos-

travam estatísticas de mortalidade no Brasil. No entanto como a qualidade de serviços tendem

ser melhor nas capitais, as primeiras estatísticas de óbitos geradas por sistemas foram das ca-

pitais do Brasil (BRASIL, A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde,

2009).

Segundo o Ministério da Saúde (2009) a década de 70 representou um grande marco

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

30

para história das estatísticas de saúde no Brasil. Pois foi por esse fato que em 1973 a lei fede-

ral nº 6.015 que atribuiu ao IBGE a responsabilidade pelas estatísticas do registro civil. Desde

então anualmente as estatísticas de óbito e nascimento são registradas no Brasil pelo IBGE.

E em 1975 ocorre a primeira reunião sobre Sistemas de Informação de Saúde. Se-

gundo o Ministério da Saúde os principais Sistemas de Informação na Saúde foram criados no

ano de 1975 e início de 1980.

É a partir desse momento que os vários Sistemas de Informação começam a ser im-

plementados no Brasil em diversas funcionalidades como: Produção de serviços, epidemiolo-

gia demográfica e outras funcionalidades. No entanto se destacam nos Sistemas de Informa-

ção três componentes sendo eles (BRASIL, A experiência brasileira em Sistemas de Informa-

ção em Saúde, 2009).

• Os Sistemas de Informação que registram a experiência demográfica e de saú-

de nacional, e que, logo, conFiguram o que se convencionou denominar “linha

da vida”, uma vez que compreendem: o nascimento (Sistema de Informação

sobre Nascidos Vivos – SINASC), a doença (Sistema de Informação sobre A-

gravos de Notificação – SINAN, Sistema de Informação Hospitalares – SIH), e

a morte (Sistema de Informação de Mortalidade – SIM);

• A compilação, registro, e a difusão dos dados em saúde do Sistema Único de

Saúde (SUS): o Departamento de Informática do SUS (DATASUS);

• Existe um processo de articulação interinstitucional para identificação de fon-

tes de informação que busca padronizar e construir vários indicadores e difun-

dir, de forma organizada e estruturada, dados básicos, indicadores e análises

das condições de saúde atualmente: a Rede Interagencial de Informação para a

Saúde (RIPSA).

São os SIGs que estão proporcionando a saúde uma melhor caracterização e até

mesmo a quantificação de exposição da população e seus possíveis resultados que acabam a-

tingindo a população.

O uso dos SIGs aos poucos se tornam imprescindíveis em várias áreas de estudos pa-

ra a realização de análise de determinadas doenças, pois são os SIGs que ajudam a mostrar á-

reas propícias para o desenvolvimento destas epidemias, assim como o planejamento de estra-

tégias para seu controle e profilaxia da mesma. Por isso os SIGs são sistemas baseados em

computadores para realizar a exibição de dados georreferenciados. Esse uso permite a de-

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

31

monstração da distribuição espacial e da abundância de diversas doenças, possibilitando assim

a visualização de muitos fatores que não são facilmente vistos nos trabalhos tradicionais no

campo, indo ainda mais além da produção de simples mapas epidemiológicos (GOMES et.

al., 2012).

Esses sistemas geram a possibilidade de integrar a saúde com o meio ambiente, as-

sim demonstrando e analisando a territorialidade de diversos fenômenos envolvidos nos estu-

dos presentes, mapeando o aparecimento, emergência das doenças, a distribuição e a disper-

são.

Estudos (AVELAR et al., 2012; GOMES et al., 2012) que envolvem a tecnologia

SIG podem realizar análises de dados regionais por meio da extrapolação dos dados. E em ca-

sos de surtos que envolvem doenças infecciosas os SIGs fornecem ferramentas de rápida, fácil

localização e identificação das localidades onde tenham ocorrido os casos da infecção, bem

como todas as explorações de risco e criação de zonas de amortecimento. Atualmente são

muitos os trabalhos que usam os SIGs associados a outras tecnologias de geoprocessamento,

como o Sensoriamento Remoto e o Sistema de Posicionamento Global (AVELAR et al.,

2012).

Pode se dizer que apesar de ser crescente o uso dessa tecnologia, muitos problemas

oriundos de diversas áreas são encontrados como ferramentas insuficientes em análise de epi-

demiologia, a falta de integração entre estatística, altos custos dos pacotes comerciais softwa-

re de SIG, programas epidemiológicos e o SIG, escala incompatível com o fenômeno que de-

seja ser representado, e principalmente a falta de profissionais capacitados. Trabalhos na epi-

demiologia envolvendo o uso de SIGs tornam-se cada vez mais numerosos e comuns, todavia

não foi atingido todo o potencial dessa tecnologia dentro da área (Avaliação de Tecnologias

em Saúde, 2009).

Na metodologia do enfoque de risco, proposta pela Organização Mundial da Saúde, o

principal objetivo atualmente é a detecção de grupos populacionais que sejam prioritários para

alocação de vários recursos de saúde, aumentando a eficiência e eficácia da aplicação de re-

cursos públicos em países não desenvolvidos e subdesenvolvidos economicamente. Portanto

as fontes do risco neste caso são amplas, envolvendo atributos individuais e aspectos sócio

ecológicos. A questão da identificação de grupos populacionais de maior risco de adoecer ou

morrer por determinados agravos de saúde vem sendo uma das questões chaves da prevenção

em saúde pública no mundo todo (PRADO, 2011).

Para compreender as desigualdades no acesso aos serviços de saúde, é fundamental

se considerar a heterogeneidade da população quanto às suas necessidades e a distribuição es-

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

32

pacial desigual de bens e serviços, tendo no conceito de equidade o eixo para a priorização

das ações. Compreender a relação entre a estrutura social e as condições de saúde, é de suma

importância para a análise e intervenção do Estado através de políticas públicas e no atendi-

mento das necessidades de reprodução social dos diferentes grupos sociais. Nessa perspectiva,

a categoria território é uma alternativa metodológica para estabelecer uma aproximação entre

condições de vida e atenção à saúde (PAIM, 1997).

Através de técnicas de geoprocessamento, pode-se localizar e visualizar na organi-

zação espacial dos territórios a reprodução dessas assimetrias, revelando particularidades de

grupos sociais nas formas de adoecer e morrer, correlacionando eventos de saúde e condi-

ções de vida das pessoas.

Monitoramento, planejamento e avaliação de programas, vigilância em saúde, e as

demais atividades essenciais à reorientação das ações do setor saúde são beneficiadas pela

incorporação da distribuição espacial dos eventos que causam a morte ou alastramento de

muitas doenças.

É dessa forma que o SIG pode ser utilizado como ferramenta para auxiliar a melho-

rar os serviços de saúde. Isso é devido a suas características que permitem que os dados cole-

tados sejam armazenados e analisados conforme sua localização no mundo real. Desta ma-

neira, os órgãos e indivíduos envolvidos na área da Saúde podem ter uma visão mais “real”

de como os serviços estão sendo disponibilizados à população e, possam conduzir suas ações

conforme as situações analisadas, principalmente quando se trata de saúde pública de um pa-

ís que possui uma das maiores extensões territoriais do mundo (PRADO, 2011).

Atualmente, muitas empresas e órgãos utilizam esta ferramenta, nos mais diversos

segmentos da sociedade, tais como: Educação; Meio ambiente; Engenharia; Segurança; Saú-

de; Agricultura; Transporte.

Segundo (GOMES et al., 2012) um Sistema de Informação, para ser considerado

geográfico, necessita possuir uma referência da localização de onde está a informação, ou se-

ja, a informação precisa ter uma posição geográfica. De acordo com a Figura 7, essa posição

geográfica pode ser identificada através de um par de coordenadas (latitude e longitude), ou

seu endereço. Pode ser obtida também pelo código de área, quando estamos trabalhando com

polígonos que representam áreas, a partir do código que as identifica, ou seja, geocódigo.

Além da localização geográfica definida, que qualifica os dados como georreferenciados, os

dados de um SIG caracterizam-se por possuir dois componentes fundamentais: gráfica e não-

gráfica, isto é, cada objeto no mapa tem seus atributos e cada atributo está vinculado a um

objeto no mapa. Os analistas de sistemas chamam isso de uma relação unívoca, ou uma rela-

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

33

ção 1-1 (lê-se um para um).

Figura 7 – Ilustração do Geocódigo

Fonte: Processamento digital (2012)

É importante destacar que os dados cartográficos (mapas) e os dados tabulares (tabe-

las) devem ter a mesma unidade espacial e com um código idêntico para que os atributos pos-

sam ser relacionados com os mapas, ou seja, os dados das tabelas possam ser inseridos nos

mapas para que estes possam informar de acordo com seu objetivo (CÂMARA, 1994 e 1998).

Os SIGs necessitam ter alguns componentes como: um formato de apresentação car-

tográfica dos diversos tipos de informações (ponto, linhas e polígonos); um banco de dados

com geocódigos idênticos na base não gráfica e na base gráfica. Esse vínculo é o que permite

a realização de consultas e a manipulação dos dados geográficos. Um SIG deve também dis-

por de ferramentas que permitam o usuário realizar análises espaciais, sejam elas estatísticas

ou não (PINA, 2000).

Figura 8– Estrutura interna de um SIG. Fonte: Gilberto Câmara, (2010)

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

34

Um SIG possui quatro funções básicas: Aquisição de dados; gerenciamento de banco

de dados; visualização e apresentação cartográfica; consultas e análise (CÂMARA, 2010).

Na aquisição de dados: a captura, importação, validação e edição são procedimentos

que envolvem as etapas necessárias à alimentação do sistema. Esses podem ser adquiridos a-

través da importação de dados já existentes em outros formatos, o que é muito comum em

projetos do setor saúde. Os dados podem também ser confeccionados especificamente para in-

trodução no sistema através de técnicas como sensoriamento remoto, restituição aerofotogra-

métrica, digitalização de levantamentos topográficos, digitação de dados em tabela, etc. En-

tretanto, existe uma série de condições às quais esses dados devem obedecer, no que diz res-

peito à sua estrutura, para que possam ser utilizados. Por isso, eles precisam ser analisados, e

eventuais incoerências e imperfeições devem ser corrigidas. (BRASIL, Abordagens espaciais

na Saúde Pública, 2006)

O gerenciamento de banco de dados envolve o armazenamento dos dados de forma

estruturada, de modo a possibilitar e facilitar a realização de análises. A forma como os dados

são estruturados é crucial para o sistema, pois dela dependem os tipos de análises que poderão

ser realizados. A um mapa armazenado no SIG, sempre podem ser associadas novas informa-

ções, provenientes de diversas fontes, permitindo que se incorpore o trabalho de diferentes

órgãos e instituições. Ele permite combinar vários tipos de informações, como, por exemplo,

dados obtidos em campo por GPS ou por topografia convencional, tabelas, mapas, imagens,

entre outros.

A visualização e apresentação cartográfica de um SIG necessita ter agilidade para u-

tilizar as diversas camadas de dados e exibir este resultado através de mapas de síntese com

boa qualidade gráfica. Os mapas anteriormente feitos a mão, transformam-se agora em um

produto de todas as operações desenvolvidas dentro do SIG, com inúmeras possibilidades de

atualização mais constante.

No que diz respeito à consulta e análise, uma função que pode ser considerada como

a principal de um SIG é a de análise, pois possibilita operações de extração e geração de no-

vas informações sobre o espaço geográfico, a partir de critérios especificados pelo próprio u-

suário. As operações mais comuns são a pesquisa de dados, a busca de informações de acordo

com algum critério de seleção (por exemplo, pela localização, proximidade, tamanho, valor) e

a análise espacial que envolve modelagem e análise de padrões espaciais. (BRASIL, Aborda-

gens espaciais na Saúde Pública, 2006)

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

35

As principais características de um SIG, que interessam particularmente à vigilância

em saúde são a capacidade de relacionamento entre dados tabulares (não-gráficos) e cartográ-

ficos; a sobreposição e integração entre diferentes camadas e a capacidade analítica (buscas,

estatísticas, gerência de bancos de dados, etc.).

3.1 Natureza dos Sistemas de Informação em Saúde

Na atividade de planejamento em saúde e gerência são necessários dados inter e ex-

tra-setoriais, gerados pelas mais diversas fontes, tais como censos, pesquisas populacionais,

estatísticas vitais, produção e utilização de serviços, dentre outras.

Segundo Carvalho (2000), membro do Instituto para o Desenvolvimento da Saúde

(IDS), podemos classificar os Sistemas de Informação em Saúde, conforme sua natureza, em:

• Sistemas de Informações Estatístico-epidemiológicas;

• Sistemas de Informações Clínicas;

• Sistemas de Informações Administrativas.

Denominamos Sistemas de Informações Estatístico-epidemiológicas aqueles que in-

cluem o conhecimento da mortalidade e suas causas determinantes, do padrão de morbidade

da população ou da demanda atendida pelos serviços, dos aspectos demográficos, sociais e

econômicos e suas relações com a saúde da população (CARVALHO, 2000).

Incluem-se nesse grupo aqueles que permitem o conhecimento do grau de acesso da

população aos serviços, isto é, da produção e utilização, da qualidade técnica dos procedimen-

tos de saúde prestados e do grau de satisfação do usuário.

As informações clínicas referem-se aos dados clínicos sobre o paciente, desde sua

identificação, problemas de saúde relatados, diagnóstico médico, até exames clínicos, labora-

toriais, radiológicos, gráficos, procedimentos cirúrgicos realizados ou medicamentos prescri-

tos, dentre outros. (CARVALHO, 2000).

As informações administrativas, não específicas do setor da saúde, são as de controle

de estoque, materiais, equipamentos, gestão financeira. O conjunto das informações clínicas,

estatístico-epidemiológicas e administrativas compõe o Sistema de Apoio à Decisão em Saú-

de.

Dessa forma, a constituição de um sistema básico de informação, de abrangência

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

36

nacional, deve ter suas fontes de coleta de dados nas instituições sediadas nos municípios, de

forma que os dados de interesse estadual ou nacional possam ser coletados, processados e

enviados a esses níveis, sem prejuízo das outras necessidades específicas de informação re-

conhecidas pelo município.

3.2 Sistemas de Informação para a Gerência em Saúde

A conFiguração para a gerência de um Sistema de Informação na Saúde envolve três

fatores importantes segundo (EDUARDO, 2001), sendo eles: a estrutura organizacional (situ-

ação dos serviços); as formas de atuação/programas (processos) e os resultados e impactos

(perfil epidemiológico).

A avaliação da estrutura organizacional abrange os sistemas de informação e indica-

dores de produção de serviços, de recursos humanos, da rede física, do sistema de referência,

recursos financeiros e custos, estoques de material de consumo, medicamentos, vacinas, mate-

rial permanente e equipamentos médicos, legislação, organização das rotinas administrativas,

fluxos, etc., representando uma análise das condições da estrutura dos serviços e sistemas de

saúde. Esses sistemas informativos estão basicamente relacionados com o modelo de organi-

zação, com os mecanismos de gestão, funcionamento e desempenho dos serviços.

A avaliação das formas de atuação/programas abrange os sistemas de informação,

indicadores e práticas de auditoria e supervisão quanto ao cumprimento ou adequação das

normas técnicas estabelecidas pela instituição ou pela legislação sanitária, sobre o padrão de

excelência técnica e eficácia dos procedimentos médicos e cirúrgicos realizados e demais pro-

cedimentos em saúde, rotinas de operação e manutenção de equipamentos e dispositivos mé-

dicos, dentre outros. Trata-se da avaliação programática das ações de saúde e daquelas sob vi-

gilância sanitária, especialmente voltada para a resolubilidade dos serviços, quanto às condu-

tas e resultados alcançados no atendimento aos pacientes e grau de satisfação dos usuários.

Aqui os sistemas informativos deverão refletir o processo pelo qual atua a instituição na busca

de seus objetivos. Informam sobre a qualidade dos atos praticados.

A avaliação dos resultados e impactos engloba os Sistemas de Informação e respecti-

vos indicadores sociais, econômicos e demográficos, de mortalidade, de morbidade hospitalar,

ambulatorial e outros, os específicos índices de doenças sob notificação epidemiológica e os

indicadores das condições sanitárias da população, dos serviços de saúde, do meio ambiente e

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

37

outros fatores que afetam a saúde da população e o quadro sanitário, dentre outros. Devem re-

tratar os resultados dos serviços, efeitos positivos ou negativos sobre a saúde da população,

apontar mudanças ocorridas no quadro sanitário pela introdução de ações programáticas de

saúde, de novas tecnologias médicas ou medidas sociais e econômicas tomadas, (EDUARDO,

2001).

3.3 Sistemas integrados

Busca-se, na implementação dos Sistemas de Informação em Saúde, a integração in-

tra, inter e extra-setoriais com áreas geográficas mais níveis de gerência e de gestão, bem

como atendem avaliações programáticas, estadual ou nacionalmente, consideradas prioritá-

rias.

Através da informática, essa integração tende a ser viabilizada, mas pode-se afirmar

que é um grande desafio a ser vencido. Há vários aplicativos que têm a função de integrar

sistemas para a gerência em saúde, no controle orçamentário ou financeiro, de estoque, pro-

dução de atividades, morbidade e mortalidade, unidades ambulatoriais, hospitalares, labora-

tórios, etc.

Segundo o autor (CARVALHO, 2000), merecem destaque dois programas desen-

volvidos para o setor público de saúde pela DATASUS, por serem públicos, gratuitos e por

estarem disponíveis na Internet Representam alternativas para trabalhar as informações de

uma forma mais interativa com o usuário, possibilitando uma atuação mais integrada com re-

lação aos aspectos operacionais e gerenciais dos serviços de saúde e o aproveitamento de in-

formações específicas locais.

O primeiro, o TABWIN (Tab para Windows) permite tabular dados disponíveis na

Internet, bem como utilizar arquivos de outras bases de dados (DBF, CNV e TXT). Permite,

também, realizar operações aritméticas e estatísticas nos dados de tabelas geradas ou impor-

tadas. Proporciona para trabalhar dados de morbidade, mortalidade, produção, financeiros e

tantos outros, os quais podem rapidamente conFigurar mapas e gráficos de boa qualidade por

regiões e municípios de todo o Brasil. O segundo, HOSPUB - Projeto Integrado de Informa-

tização de Ambiente Hospitalar, disponibiliza sistemas para atender às necessidades de in-

formações no gerenciamento hospitalar. O HOSPUB é composto pelos seguintes módulos

integrados:

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

38

• SIGUE – Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência;

• SIGHO – Sistema de Gerenciamento Hospitalar;

• SIGAE – Sistema de Gerenciamento de Unidades Ambulatoriais Especializadas;

• SIADT – Sistema de Apoio à Diagnose e Terapia (laboratórios);

• SICEC – Sistema de Gerenciamento de Centro Cirúrgico;

• SINAT – Sistema de Gerenciamento Perinatal.

Há várias experiências de uso e implantação desses programas em todo o país.

Dentre os diversos Sistemas de Informação em Saúde, destacam-se os seis maiores

que vêm sendo utilizados em análises de dados espaciais para a vigilância em saúde (Santos

et al., 2006). São eles: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM); Sistema de Infor-

mação sobre Nascido Vivo (SINASC); Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação

(SINAN); Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Informação Ambulatorial

(SIA) e Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB).

4. MAPAS NO CAMPO DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL

Uma das maneiras de se conhecer mais detalhadamente as condições de saúde da

população é através de mapas que permitam observar a distribuição espacial de situações de

risco e dos problemas de saúde. A abordagem espacial permite a integração de dados de-

mográficos, socioeconômicos e ambientais, promovendo o inter-relacionamento das infor-

mações de diversos bancos de dados. Nesse sentido, é fundamental que as informações se-

jam localizáveis, fornecendo elementos para construir a cadeia explicativa dos problemas

do território e aumentando o poder de orientar ações intersetoriais específicas (SOUZA et

al., 1996).

Por volta da década de 1960, a utilização dos mapas difundiu-se também em outros

campos do conhecimento, como nas atividades de pesquisa e planejamento, adquirindo inú-

meras utilidades, principalmente na área de gestão (ambiental e territorial). Muito provavel-

mente, o crescimento do interesse pelos mapas associa-se ao desenvolvimento das tecnologi-

as automatizadas para sua elaboração, que possibilitam o manejo de grandes volumes de in-

formação e a associação de dados estatísticos no espaço. O resultado tem sido o desenvolvi-

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

39

mento vertiginoso dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e a produção ampliada de

literatura e de eventos sobre estes temas (ROJAS, 2002).

Uma das principais utilizações dos mapas na epidemiologia é facilitar a identificação

de áreas geográficas e grupos da população que apresentam maior risco de adoecer ou morrer

prematuramente e que, portanto, precisam de maior atenção, seja preventiva, curativa ou de

promoção da saúde.

A epidemiologia espacial também permite reconhecer que a frequência, a distribui-

ção e a importância dos diversos fatores que influem no aumento de determinados riscos para

a saúde não são, necessariamente, os mesmos em todos os grupos populacionais. Permite

também identificar grupos que compartilham determinantes de risco similares (SANTOS;

BARCELLOS, 2006).

O reconhecimento desses grupos facilita a identificação de intervenções sociais e de

saúde para diminuir ou eliminar os determinantes específicos de risco para a saúde. Essa apli-

cação da epidemiologia implica uma reorganização dos serviços de saúde que responda não

apenas às demandas de atenção, mas também, fundamentalmente, às necessidades de saúde

não atendidas (OPAS, 2002).

A construção de um sistema de vigilância da saúde, orientado por um modelo de aná-

lise de situações de risco em substituição ao modelo de risco individual, utiliza o espaço como

referência e tem potencialmente um maior poder explicativo por expressar diferentes acessos

aos bens e serviços de infraestrutura (MENDES et al., 1994; SANTOS et al., 1996) evidenci-

ando, dessa forma, as desigualdades existentes no interior dos municípios. Além disso, possi-

bilita o planejamento de intervenções e monitoramentos seletivos conforme as reais necessi-

dades de pequenas áreas.

A análise de dados distribuídos pelo espaço geográfico vem sendo cada vez mais va-

lorizada na gestão de saúde, por apontar novos subsídios para o planejamento e a avaliação

das ações baseadas na análise da distribuição espacial das doenças, a localização dos serviços

de saúde e dos riscos ambientais, entre outros (BARCELLOS et al.; BASTOS et al., 2000).

A produção de mapas, que permitam visualizar situações de risco à saúde resultantes

da interseção e da complementaridade de eventos, é coerente com um conceito de vigilância

em saúde de base territorial (SANTOS, 2006).

As análises realizadas com base em dados espaciais possibilitam ao técnico epi-

demiológico avaliar não só quantitativamente os dados, como também relacionar as infor-

mações de saúde com dados ambientais, socioeconômicos e com a posição que o evento

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

40

ocupa na superfície terrestre, a fim de acompanhar as permanentes mudanças do espaço ge-

ográfico e detectar áreas e populações sujeitas a agravos de saúde.

Existem diversas maneiras de se conceituar, identificar e quantificar riscos (Bennett,

1991), o uso do geoprocessamento na Saúde Coletiva são vários. A expressão “mapa de risco”

é muito usada na Saúde Pública, mas pode ter várias construções. A presença de focos do

mosquito da dengue é uma fonte de risco. Portanto, um mapa contendo a localização e princi-

pais características da doença em determinadas regiões é um “mapa de risco”.

Por outro lado, um mapa com as taxas de incidência, ou de mortalidade por algum

agravo à saúde, também pode ser considerado um “mapa de risco”. Esse é um dos preceitos

da estatística, que diz que a probabilidade de um evento no passado é semelhante ao risco des-

te evento no futuro. Assim, a taxa de mortalidade da dengue de um município no ano passado

equivale ao risco deposição que o evento ocupa na superfície terrestre, a fim de acompanhar

as permanentes mudanças do espaço geográfico e detectar áreas e populações sujeitas a agra-

vos de saúde (BENNETT, 1991).

A observação e a interpretação da distribuição dos fenômenos na face da terra têm

sido consideradas as principais tarefas dos geógrafos desde a origem desta disciplina no final

do século XIX e, para isso, têm sido desenvolvidos métodos e técnicas de mapeamento e,

mais recentemente, de interpretação de imagens.

Na área de saúde, observa-se uma crescente instrumentalização de serviços de saúde

em sistemas de geoprocessamento, não acompanhada pela capacitação dos profissionais, tanto

para a análise destes mapas como para sua correta redação cartográfica (ROJAS, 2002)

A cartografia, por sua vez, tem avançado velozmente nas duas últimas décadas tor-

nando-se um campo cada vez mais especializado. Os avanços da informática na década de 80,

com o advento dos computadores pessoais, levaram a uma ampla difusão das técnicas de ma-

peamento digital e geoprocessamento. Na geografia, este fenômeno teve grandes efeitos, le-

vando alguns autores (ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 2002) a afirmar que as novas tecno-

logias de mapeamento e geoprocessamento têm sido responsáveis pela reedição da geografia

quantitativa na geografia, agora com a nova roupagem da "análise espacial", tendo na estatís-

tica espacial seus principais fundamentos.

Os projetos de construção de SIG eram voltados sempre para a produção de bases

cartográficas digitais que pudessem ser posteriormente utilizadas para análise. Hoje em dia,

raramente se constrói um SIG a partir do nada (SANTOS; BARCELLOS, 2006). A primeira

tarefa dos técnicos envolvidos nesse tipo de projeto é verificar a existência e qualidade de

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

41

dados cartográficos digitais. No Brasil, algumas instituições se destacam na produção de da-

dos cartográficos:

• DSG (Diretoria de Serviços Geográficos do Exército) – divide com o IBGE a

responsabilidade do mapeamento sistemático;

• DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação) – responsável pelo mapeamento

náutico.

• ICA (Instituto de Cartografia da Aeronáutica) – responsável pela geração de car-

tas aeronáuticas.

• INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – responsável pela aquisição e

disponibilização de imagens de satélite.

• Prefeituras – responsáveis por levantamentos cadastrais dos municípios.

• IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – responsável pelo mape-

amento sistemático do Brasil nas escalas de 1:25000 e menores.

Quando pensamos em um mapa que possa nos auxiliar a entender a manifestação es-

pacial de um determinado problema de saúde é importante saber se este problema tem abran-

gência limitada a um local ou se atinge a diversos locais diferentes atingindo áreas mais ex-

tensas. Precisamos saber se os elementos relacionados à manifestação espacial do problema

são locais, regionais, nacionais ou internacionais.

A malária, por exemplo, é uma doença que pode ocorrer na Amazônia. É impossível

pensar em controlar a doença localmente sem pensar também na sua distribuição na região. A

malária afeta a população vulnerável de municípios localizados dentro da Amazônia, por cau-

sa do contexto geográfico, da teia de fatores que interagem, como o clima, vegetação e condi-

ções produtivas e sociais que favorecem a transmissão da doença. Existem também doenças

que têm um grande alcance, uma escala global de transmissão. É o caso da dengue, febre a-

marela e de outras doenças emergentes. Os meios de transporte de hoje permitem que os a-

gentes patogênicos circulem pelo mundo com grande rapidez. A vigilância em saúde deve es-

tar atenta a todos os tipos de problemas, em todas as escalas em que eles se manifestam, se-

jam globais, regionais ou locais.

Uma das principais tarefas da Vigilância em Saúde é avaliar se existe um aglomerado

de agravos à saúde ocorrendo no espaço. Existem técnicas clássicas, utilizadas na prática de

Vigilância em Saúde para se realizar este trabalho, olhando para um gráfico que representa o

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

42

tempo, como os diagramas de controle. Quando olhamos um mapa, nosso trabalho é identifi-

car áreas que têm maior incidência de agravos, considerando que este mapa é fortemente in-

fluenciado pela qualidade dos dados de saúde e pela variabilidade aleatória dos indicadores

(BRASIL. Abordagens espaciais na Saúde Pública, 2006).

Portanto, cabe à vigilância em saúde examinar um conjunto de indicadores e, através

do mapeamento destes, analisar os contextos particulares em que se dão os riscos. Nem sem-

pre se consegue confirmar relações entre os problemas de saúde e os fatores ambientais e so-

ciais. A ausência de relação entre os indicadores, ao contrário de ser um resultado negativo de

uma investigação é, antes de tudo, uma pista para identificar padrões de proteção ou de agra-

vamento de riscos (SANTOS; BARCELLOS, 2006).

É importante que o uso dos mapas seja acompanhado de um conhecimento cartográ-

fico e estatístico mínimo para reduzir ou eliminar os eventuais erros e imprecisões observados

na atualidade, além da ampliação de suas potencialidades.

Atualmente, observa-se o crescente interesse por mapas. Contudo, é o manejo dos

softwares que recebe a maior atenção enquanto que as implicações teóricas e metodológicas

da espacialidade dos problemas de saúde desperta menor interesse. Desta forma, corre-se o

risco de que a produção de mapas, mesmo aqueles elaborados para os serviços de saúde, não

seja aproveitada para a realização das análises das problemáticas de saúde, e como já tem sido

colocado: "O processo técnico se adiante à criação e à teoria" (ROJAS; BARCELLOS; PEI-

TER, 2002).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

43

5. GEOPROCESSAMENTO

5.1 Introdução ao Geoprocessamento

Trabalhar com geoinformação significa, antes de mais nada, utilizar computadores

como instrumentos de representação de dados espacialmente referenciados. Deste modo, o

problema fundamental da Ciência da Geoinformação é o estudo e a implementação de dife-

rentes formas de representação computacional do espaço geográfico (CÂMARA et al., 2005).

O uso do geoprocessamento na área da saúde no Brasil, tem história recente. As pri-

meiras aplicações de geoprocessamento datam da década de 50, utilizando-se computadores

de grande porte para o planejamento urbano e, posteriormente, para a análise ambiental.

A digitação sistemática de dados, junto à oferta de programas de fácil manipulação e

equipamentos de baixo custo e alta capacidade de memória, possibilitaram o aparecimento de

uma segunda onda, surgida no final da década de 1980 e abrangendo o início dos anos 1990,

do uso de geoprocessamento, que envolveu a área de saúde e ampliou o número de usuários

destes sistemas para o mapeamento digital, organização de dados espaciais e produção de ma-

pas temáticos.

A aplicação de técnicas de mapeamento e geoprocessamento para pesquisas e ações

de saúde tem sido incentivada fazendo crer que esta "onda" está ainda em formação e este ins-

trumento será crescentemente utilizado, senão na análise espacial de questões de saúde, ao

menos como forma de representação de dados (ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 2002).

O Geoprocessamento engloba diversas tecnologias de tratamento e manipulação de

dados geográficos, através de programas computacionais. Dentre essas tecnologias, se desta-

cam: o Sensoriamento remoto, a digitalização de dados, a automação de tarefas cartográficas,

a utilização de Sistemas de Posicionamento Global - GPS e os Sistemas de Informações Geo-

gráficas - SIG. Ou seja, o SIG é umas das técnicas de geoprocessamento, a mais ampla delas,

uma vez que pode englobar todas as demais, mas nem todo o geoprocessamento é um SIG.

O termo pode ser entendido como um conjunto de dados cujo significado contém

associações ou relações de natureza espacial formam uma informação geográfica (ROCHA,

2000), dispostas em planilhas alfanuméricas, matrizes e representações gráficas vetoriais. Pa-

ra que essas informações sejam submetidas ao processamento computacional, a cada tipo de

informação é associado um valor numa escala de medida ou referência, latitude e longitude,

o que insere a representação dos fenômenos geográficos na lógica dos sistemas de informa-

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

44

ção.

É costume dizer-se que o geoprocessamento é uma tecnologia interdisciplinar, que

permite a convergência de diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambi-

entais e urbanos. Ou ainda, que “o espaço é uma linguagem comum” para as diferentes disci-

plinas do conhecimento (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001)

A distribuição geográfica de fenômenos e objetos é parte importante das atividades

de organização da sociedade. Técnicas de geoprocessamento vêm sendo amplamente utiliza-

das nas mais diversas operações econômicas e governamentais, fornecendo subsídios ade-

quados de planejamento e gestão de projetos. O desenvolvimento da Informática na segunda

metade do século XX possibilitou armazenar e representar tais informações em ambiente

computacional, culminando no advento da prática do geoprocessamento, entendido como:

“um ramo do processamento de dados que opera transformações nos dados contidos em uma base de dados referenciada territorialmente (geocodificada), usando recur-sos analíticos, gráficos e lógicos, para a obtenção e apresentação das transformações desejadas”. (SILVA, 1992, p. 48 apud MOURA, 2003, p. 9)

Segundo Moura (2003), a palavra Geoprocessamento é a junção do termo grego

gew (Terra) com o termo latino processus (progresso, “andar avante”), significando implan-

tar um processo que traga um progresso, um andar avante, na representação da superfície da

Terra.

Nesse contexto, o termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que

utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica e

que vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Na-

turais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. As ferramen-

tas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica

(SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar

bancos de dados georeferenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção de docu-

mentos cartográficos.

A aquisição de dados em Geoprocessamento deve partir de uma definição clara dos

parâmetros, indicadores e variáveis, que serão necessários ao projeto a ser implementado. De-

ve-se verificar a existência destes dados nos órgãos apropriados (IBGE, DSG, Prefeituras,

Institutos e outros). A sua ausência implicará num esforço de geração que dependerá de cus-

tos, prazos e processos disponíveis para aquisição (CÂMARA; DAVIS, 2006).

Portanto, ao se escolher qual o nível de agregação que se irá trabalhar o problema

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

45

apontado em uma investigação, necessariamente define-se as unidades de análise; as variáveis

(como serão formuladas); os indicadores; a natureza das amostras e como mensurá-las; os

procedimentos de análise; a interpretação dos resultados, e as possíveis inferências. O impor-

tante é reconhecer a organização social existente em cada unidade de análise e sua relação

com o fenômeno a ser estudado (CASTELLANOS, 1997).

As unidades de análise são um conjunto de unidades espaciais, representadas por po-

lígonos nos mapas, para onde são referidos dados e são calculados indicadores. Por exemplo,

quando afirmamos que a taxa de incidência de hánseníase na Amazônia é mais alta que no

Nordeste, está implícito que as unidades de análise são as regiões.

A digitalização é um dos processos mais utilizados para aquisição de dados já exis-

tentes. Como os custos para geração costumam ser significativos, deve-se aproveitar ao má-

ximo possível os dados analógicos, convertendo-os para a forma digital através de digitaliza-

ção manual ou automática (CÂMARA; DAVIS, 2006).

A Fotogrametria é muito utilizada na geração de dados cartográficos. Durante muitos

anos, era a única forma de mapeamento para grandes áreas. Com a evolução da informática e

das técnicas de processamento digital de imagens, surgiu a Fotogrametria Digital.

Inicialmente considerado como um ramo da fotogrametria, o Sensoriamento Remoto

emergiu com a capacidade impressionante de geração de dados. Sistemas orbitais com senso-

res de alta resolução, imageando periodicamente a Terra, combinados com o processamento

de imagens, oferecem diversas possibilidades de extração de informações e análises tempo-

rais. (CÂMARA; DAVIS, 2006)

Num país de dimensão continental como o Brasil, com uma grande carência de in-

formações adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambien-

tais, o geoprocessamento apresenta um enorme potencial, principalmente se baseado em tec-

nologias de custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente.

5.2 Breve Histórico do Geoprocessamento As primeiras tentativas de automatizar parte do processamento de dados com carac-

terísticas espaciais aconteceram na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 50, com o ob-

jetivo principal de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas. Dada a precarie-

dade da informática na época, e a especificidade das aplicações desenvolvidas (pesquisa em

botânica, na Inglaterra, e estudos de volume de tráfego, nos Estados Unidos), estes sistemas

ainda não podem ser classificados como “sistemas de informação” (CÂMARA; DAVIS;

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

46

MONTEIRO, 2001).

Os primeiros Sistemas de Informação Geográfica surgiram na década de 60, no Ca-

nadá, como parte de um programa governamental para criar um inventário de recursos natu-

rais. Estes sistemas, no entanto, eram muito difíceis de usar: não existiam monitores gráficos

de alta resolução, os computadores necessários eram excessivamente caros, e a mão de obra

tinha que ser altamente especializada e caríssima. Não existiam soluções comerciais prontas

para uso, e cada interessado precisava desenvolver seus próprios programas, o que demanda-

va muito tempo e, naturalmente, muito dinheiro.

Além disto, a capacidade de armazenamento e a velocidade de processamento eram

muito baixas. Ao longo dos anos 70 foram desenvolvidos novos e mais acessíveis recursos

de hardware, tornando viável o desenvolvimento de sistemas comerciais. Foi então que a ex-

pressão Geographic Information System foi criada. Foi também nesta época que começaram

a surgir os primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided Design, ou Projeto As-

sistido por Computador), que melhoraram em muito as condições para a produção de dese-

nhos e plantas para engenharia, e serviram de base para os primeiros sistemas de cartografia

automatizada (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001).

Também nos anos 70 foram desenvolvidos alguns fundamentos matemáticos volta-

dos para a cartografia, incluindo questões de geometria computacional. No entanto, devido

aos custos e ao fato destes proto-sistemas ainda utilizarem exclusivamente computadores de

grande porte, apenas grandes organizações tinham acesso à tecnologia.

A década de 80 representa o momento quando a tecnologia de sistemas de informa-

ção geográfica inicia um período de acelerado crescimento que dura até os dias de hoje. Até

então limitados pelo alto custo do hardware e pela pouca quantidade de pesquisa específica

sobre o tema, os SIGs se beneficiaram grandemente da massificação causada pelos avanços

da microinformática e do estabelecimento de centros de estudos sobre o assunto. Nos EUA, a

criação dos centros de pesquisa que formam o NCGIA - National Centre for Geographical

Informationand Analysis (NCGIA, 1989) marca o estabelecimento do Geoprocessamento

como disciplina científica independente.

No decorrer dos anos 80, com a grande popularização e barateamento das estações

de trabalho gráficas, além do surgimento e evolução dos computadores pessoais e dos siste-

mas gerenciadores de bancos de dados relacionais, ocorreu uma grande difusão do uso de

GIS. A incorporação de muitas funções de análise espacial proporcionou também um alar-

gamento do leque de aplicações de SIG. Na década atual, observa-se um grande crescimento

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

47

do ritmo de penetração do SIG nas organizações, sempre alavancado pelos custos decrescen-

tes do hardware e do software, e também pelo surgimento de alternativas menos custosas pa-

ra a construção de bases de dados geográficas.

5.3 Georreferenciamento A determinação precisa de um ponto na superfície terrestre dá-se o nome de georre-

ferenciamento. Esta técnica aprimorada que consiste em tornar as coordenadas conhecidas

num dado sistema de referência adotado pelo país, tem sido muito difundida nos dias atuais,

devido à necessidade de se obter delimitação real de uma determinada área sem correr os ris-

cos de sobreposição desta.

Portanto, georreferenciamento é o processo que, através das normas técnicas estabe-

lecidas em convenções e regidas nas lei 10.267/01 e Decretos 4.449/04 e 5.570/05, torna co-

nhecida as coordenadas de um ou mais pontos em um determinado sistema de referencia.

(CRUZ; PINA, 2002)

Este processo inicia-se com a obtenção das coordenadas (pertencentes ao sistema no

qual se planeja georreferenciar) de pontos da imagem ou do mapa a serem georreferenciados,

conhecidos como Pontos de Controle. Os Pontos de Controle são locais que oferecem uma

feição física perfeitamente identificável, tais como intersecções de estradas e de rios, represas,

pistas de aeroportos, edifícios proeminentes, topos de montanha, dentre outros. A obtenção

das coordenadas dos Pontos de Controle pode ser realizada em campo a partir de levantamen-

tos topográficos, GPS – Global Positioning System (EPUSP, 2006).

Segundo Rocha (2003) o georreferenciamento é uma técnica que possui vários méto-

dos, aprimorada de descrição dos imóveis, que contribui para o controle tanto do cadastro dos

imóveis. O objetivo do georreferenciamento é a localização específica de um bem individua-

lizado dentro do globo terrestre. Georreferenciar os casos de uma determinada doença, signi-

fica obter as coordenadas geográficas de cada uma das pessoas infectadas; georreferenciar os

locais mais afetados por uma doença, consiste em percorrê-lo coletando toda a rota; georrefe-

renciar uma área, consiste em delinear seus limites formando um polígono.

Os sistemas de referência são bastante utilizados para descrever as posições de obje-

tos, pessoas, coisas etc. Quando se torna necessário identificar a posição de uma determinada

informação na superfície da Terra são utilizados os Sistemas de Referência Terrestres ou Ge-

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

48

odésicos. Estes por sua vez, estão associados a uma determinada superfície que mais se apro-

xima da forma exata da Terra, e sobre a qual são desenvolvidos praticamente todos os cálcu-

los das suas coordenadas. Sendo que essas coordenadas podem ser apresentadas em diversas

formas (IBGE, 2006).

5.3.1 Coordenadas

De acordo com Cruz e Pina (2002) coordenada é um número de localização baseada

em determinada referência.

Coordenadas geográficas:

• Latitudes: São coordenadas referenciadas por linhas imaginárias, paralelas a

linha do Equador, baseadas em Graus° Minutos’ e Segundos” (N ou S).

• Longitudes: São coordenadas referenciadas por linhas imaginárias, paralelas

ao Meridiano de Greenwich, baseadas em Graus° Minutos’ e Segundos” (E

ou W).

Coordenadas UTM: São coordenadas métricas como um plano cartesiano, feitas

com base na distância que se referenciam da linha do Equador e do Meridiano Greenwich.

Coordenadas arbitrárias: São coordenadas métricas como um plano cartesiano, fei-

tas com base em um ponto referência que muda de acordo com cada trabalho realizado.

5.4 Análise Espacial

Compreender a distribuição espacial de dados oriundos de fenômenos ocorridos no

espaço constitui hoje um grande desafio para a elucidação de questões centrais em diversas

áreas do conhecimento, em saúde, em ambiente, em geologia, em agronomia, entre tantas ou-

tras. Estudos com análise espacial vem se tornando cada vez mais comuns, devido à disponi-

bilidade de Sistemas de Informações Geográfica (SIG) de baixo custo e com interfaces ami-

gáveis (CÂMARA et al., 2005).

Estes sistemas permitem a visualização espacial de variáveis como população de in-

divíduos, índices de dengue e febre amarela, índices de qualidade de vida ou vendas de em-

presa numa região através de mapas. Para tanto, basta dispor de um banco de dados e de uma

base geográfica (como um mapa de municípios), e o SIG é capaz de apresentar um mapa co-

lorido indicando os pontos cruciais para tomada de decisão, permitindo a visualização do pa-

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

49

drão espacial do fenômeno.

Segundo Câmara et al. (2000) além da percepção visual da distribuição espacial do

problema, é muito útil traduzir os padrões existentes com considerações objetivas e mensurá-

veis, como nos seguintes casos:

• Epidemiologistas coletam dados sobre ocorrência de doenças. A distribuição dos

casos de uma doença forma um padrão no espaço? Existe associação com algu-

ma fonte de poluição? Evidência de contágio? Variou no tempo?

• Deseja-se investigar se existe alguma concentração espacial na distribuição de

roubos. Roubos que ocorrem em determinadas áreas estão correlacionados com

características sócio econômicas dessas áreas?

• Geólogos desejam estimar a extensão de um depósito mineral em uma região a

partir de amostras. Pode-se usar essas amostras para calcular a distribuição do

mineral na região?

• Deseja-se analisar uma região para fins de zoneamento agrícola. Como escolher

as variáveis explicativas – solo, vegetação, geomorfologia – e determinar qual a

contribuição de cada uma delas para definir em que local o tipo de agricultura é

mais adequado?

Todos esses problemas fazem parte da análise espacial de dados geográficos. A ên-

fase da Análise Espacial é mensurar propriedades e relacionamentos, levando em conta a lo-

calização espacial do fenômeno em estudo de forma explícita. Ou seja, a ideia central é in-

corporar o espaço à análise que se deseja fazer.

5.4.1 Atributos dos Dados Espaciais

São os atributos que fornecem informações descritivas acerca de características de

algum dado espacial. Estão ligados aos elementos espaciais através de identificadores co-

muns, normalmente chamados de geocódigos, que estão armazenados tanto nos registros al-

fanuméricos como nos espaciais.

Podem fornecer informações qualitativas ou quantitativas associadas às feições espa-

ciais pontos, linhas ou áreas representadas na base de dados. Um exemplo da feição ponto se-

riam postes de uma concessionária de energia. Pode-se ter um arquivo de atributos alfanumé-

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

50

ricos com informações do tipo de poste, material, diâmetro, estado de conservação, etc. No

caso de linhas, tem-se o exemplo de uma rede de abastecimento de água, que permitiria um

arquivo associado com informações sobre o tipo de rede, material, diâmetro, estado de con-

servação, vazão; ou caso de uma estrada, com informações do número de faixas, condições do

pavimento e numero de acidentes em cada trecho. (CÂMARA; DAVIS, 2006)

Análises do tipo: mostre-me todos os postes de concreto, todas as redes de determi-

nado diâmetro ou vazão, ou número de acidentes por trecho de estrada, são facilmente exe-

cutadas pelo SIG.

5.5 Sistema de Aquisição e Conversão de Dados

Os sistemas de aquisição são constituídos de programas ou funções de um programa

que possuem capacidade de importar os formatos de dados disponíveis.

A conversão de dados representa um conjunto de técnicas de fundamental importân-

cia para um sucesso do SIG. Neste contexto, conversão de dados é uma expressão que identi-

fica o trabalho de transformação de informações que estão disponíveis em um determinado

meio para outro. Naturalmente, como se está tratando de sistemas informatizados, o resultado

dos trabalhos de conversão é um banco de dados, seja ele gráfico, alfanumérico ou ambos. O

material original poderá ser composto de registros manuais (fichas, mapas, plantas, croquis)

ou mesmo armazenado em meio magnético (CÂMARA; DAVIS, 2006).

Resumindo, segundo Câmara e Davis (2006) existem quatro fatores a considera em

trabalhos de conversão de dados, são eles:

• Informação a converter;

• Organização do processo;

• Pessoas envolvidas;

• Tecnologia utilizada.

5.6 Tecnologia e Recursos

Reúnem-se hardware, software, base de dados, metodologias e operador, que em su-

ma, correspondem às ferramentas materiais e virtuais de trabalho, à matéria-prima, às técnicas

do ofício e ao trabalhador. Com os componentes técnicos de suporte material (hardware) e os

programas de manipulação de dados no suporte lógico (software), trabalhar com Geoproces-

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

51

samento significa utilizar computadores como instrumentos de manuseio de dados para repre-

sentação digital do espaço geográfico (COUTO, 2009).

Várias são as Ciências que se beneficiam de seus resultados, como a Agronomia e o

Urbanismo. Transpondo limites científicos disciplinares através dos trabalhos de localização

dos fenômenos e equacionamento e esclarecimento das condições espaciais, o Geoprocessa-

mento é:

“uma tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da localização e do processamento de dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos, pro-gramas, processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a mapas digitais georreferencia-dos.” (ROCHA, 2000, p. 210)

O geoprocessamento é uma tecnologia formada pela confluência de outras tecnologi-

as, a saber: Sistema de Posicionamento Global (GPS); Sensoriamento Remoto; Processamen-

to Digital de Imagens (PDI); Cartografia Digital; Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados

(SGBD); Sistemas de Informações Geográficas (SIG).

As técnicas de geoprocessamento facilitam a análise e o planejamento das ações de

controle no dia a dia, uma vez que permite a visualização por meio de diferentes tipos de ma-

pas e a delimitação das áreas a serem trabalhadas. Possibilita também a impressão dos mapas

gerados e sua utilização no campo. Outro aspecto importante do uso desses sistemas é o ar-

mazenamento das informações necessárias para a avaliação do trabalho executado.

6. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo são apresentados os principais conceitos teóricos, bem como as tecno-

logias usadas ao longo deste trabalho. Cabe destacar que este trabalho preocupou-se com o

uso de softwares livres.

6.1 Ferramentas

6.1.1 Aplicação Web

Aplicação web é qualquer sistema executado através de um navegador, seja na inter-

net ou em redes privadas, localizado em um servidor web, as quais transferem dados da ma-

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

52

neira cliente e servidor (TURBAN; MCLEAN; WETHERBE, 2002).

O navegador solicita ou envia informações a ser processada no servidor, este devolve

ao cliente onde o navegador imprime o resultado, se difere de um site, pois existe um nível

significativo de regras e interações das informações entre os lados de servidor e cliente. O u-

suário do sistema web pode utilizar o sistema de qualquer local que possua conexão com a in-

ternet, não existe a necessidade que ele possua o conhecimento de onde a aplicação e o banco

de dados estão armazenados, pois esta pode estar em qualquer servidor ou data center, em

qualquer local do planeta.

A simplicidade da atualização e manutenção nas aplicações web representa uma de

suas principias características, visto que é necessário aplicar as mudanças somente nos servi-

dores onde o código fonte está localizado, no próximo acesso que o usuário realizará, já estará

acessando a versão atualizada do sistema. Existem diversas linguagens para web, onde pode

ser construídos sistemas de diversos interesses, em quase qualquer plataforma.

6.1.2 Linguagem PHP

O PHP (Hypertext Preprocessor) é uma linguagem para criação de scripts executa-

dos no servidor, foi projetada especificamente para web. Pode ser embutido em um código

HTML, quando este código executar em um cliente, é solicitado algo ao servidor web, o PHP

irá executar e retornar as informações para o navegador. Por ser interpretado no servidor, o

usuário só conseguirá ler as tags em HTML e não o código em PHP. Essa solução apresenta

ser veloz e multiplataforma.

A sua capacidade é muitas vezes colocada a prova em sites e portais com milhões de

acessos. Por ser de código-fonte aberto, pode ser usado, modificado e redistribuído com novos

módulos sem nenhuma restrição (MELO; NASCIMENTO, 2008).

As variáveis são verificadas dinamicamente pela linguagem, ou seja, é possível ar-

mazenar diversos tipos de dados durante a existência da variável, sem a necessidade de decla-

rar seu tipo na criação. Quando o PHP for interpretado, é identificado o conteúdo, verificando

em tempo de execução.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

53

6.1.3 Características do PHP

A linguagem PHP tem como escopo principal, o desenvolvimento web, ainda que e-

xista projeto para a utilização em programação fixa, ou seja, desktop. Sua sintaxe e funções

muito parecidas com C e C++ permitem que programadores consigam adaptarem-se com essa

linguagem mais rapidamente, graças a sua simplicidade. Seu objetivo é a criação de sistemas

que possibilitam a geração de conteúdo dinâmico para paginas da internet, onde o usuário

possa interagir de uma forma onde suas ações façam surgir efeitos na aplicação, ou seja, a in-

serção de informações possa trazer um feedback para o cliente.

A identificação feita pelo servidor para detectar o inicio do código PHP que está em-

butido no HTML é procurando pelo conjunto de caracteres “<?php” e “?>”, qualquer coman-

do que estiver entre essas tags será interpretada pelo servidor e seu código não será enviado

para o cliente. Os arquivos que contenham instruções PHP, devem possuir em sua extensão a

sigla “.php” (WELLING; THOMSON, 2003).

De acordo Ferreira (2010), o PHP é totalmente modularizado, a sua alteração é pos-

sível com a instalação de novos módulos, tendo a finalidade de aumentar as suas funções.

Possui extensões para acesso a banco de dados MySQL, PostgreSQL e Oracle. Extensão para

criação de PDF (Portable Document Format), entre muitas outras, que contribuem na cons-

trução de um sistema com esta linguagem. A manipulação de arquivos com a linguagem pos-

sibilita a criação de sistemas dinâmicos de discos virtuais on-line para que os usuários possam

alterar, excluir, realizar upload ou download de qualquer arquivo através da aplicação. Possui

suporte nativo para diversos protocolos, podendo expandir ainda mais a quantidade utilizando

bibliotecas de terceiros.

6.1.4 Adobe Dreamweaver

Segundo Remoaldo (2008), o Adobe Dreamweaver é um software para desenvolvi-

mentos de sites e aplicativos para web, possui um editor HTML e suporte para tecnologias

PHP, Ajax, ASP, JSP entre outras.

Conta com uma interface que auxilia o desenvolvimento de código, reconhecendo

padrões de comandos. No seu método de design é possível criar campos e botões de uma ma-

neira simples e intuitiva. Com a opção preview, é possível executar o código digitado cha-

mando o navegador padrão ou outro, para ler o arquivo salvo, este botão se torna acessível e

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

54

prático para que se possa verificar a compatibilidade.

O Dreamweaver possui um menu exclusivo para criação de formulários, permitindo

a inclusão de campos, checkbox, botões e menus variados. A criação automática de formulá-

rios facilita o desenvolvimento do layout da aplicação, permitindo que o desenvolvedor da

aplicação concentre seus maiores esforços no código da linguagem do servidor.

Gerar formulários automaticamente garante uma compatibilidade do código com

diversos navegadores, visto que o Dreamweaver utiliza os padrões definidos pela W3C.

6.1.5 phpMyAdmin

O software phpMyAdmin foi desenvolvido em linguagem PHP com uma interface

web para navegador, com este aplicativo é possível criar e remover banco de dados, tabelas e

campos, enfim, qualquer operação necessária para manipulação e conFiguração do banco de

dados MySQL. O software em si, é um conjunto de ficheiros em PHP, isso permite que seja

multiplataforma, necessitando apenas de um servidor web que seja compatível com a versão

do PHP a qual o phpMyAdmin foi construído. Suas atualizações e desenvolvimento são cria-

dos por toda a comunidade de software livre mundial, garantindo que esteja disponível em se-

tenta e duas linguagens (phpMyAdmin Devel Team, 2003)

Atualmente o phpMyAdmin é amplamente utilizado em diversos servidores pelo

mundo, por ser de fácil integração e compatibilidade, concedendo acesso para que adminis-

tradores de banco de dados possam realizar qualquer operação remotamente em qualquer pla-

taforma que possua um browser e conexão a internet.

6.1.6 MarkerClusterer Em algumas aplicações é necessário exibir um grande número de locais ou marca-

dores próximos uns dos outros. Plotar milhares de marcadores dessa maneira em um mapa

pode levar rapidamente à uma experiência desagradável para o usuário. Muitos marcadores

no mapa causam tanto a sobrecarga visual quanto tornam a interação lenta com o mapa. Para

superar este mau desempenho, as informações exibidas no mapa precisam ser simplificadas.

O MarkerClusterer é uma biblioteca da api do Google Maps, que é a solução para o

problema de muitos pontos em um mapa.

Indo direto ao ponto, ele agrupa pontos (markers) que são muito próximos uns dos

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

55

outros no mapa e renderiza um ponto diferente com o número de ícones agrupados.

Figura 9 – Milhares de Markers sem agrupamento

Figura 10 – Marcadores agrupados com o MarkerClusterer

6.2 Metodologia

O protótipo do sistema web deste referido trabalho, utiliza-se da fundamentação teó-

rica para definição de seus funcionamentos e requisitos técnicos. O código-fonte do projeto é

dividido entre as tecnologias e linguagens: Google Maps API, HTML, PHP, Javascript, Easy-

PHP, phpMyAdmin, MySQL e iReport, onde todos em conjunto, outrora, alguns específicos

são responsáveis pelo funcionamento dos módulos.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

56

6.2.1 Análise de Requisitos

A definição das características do sistema deve ser analisada conforme os requisitos

do IEC para o controle epidemiológico da dengue e febre amarela. Satisfazendo as necessi-

dades dos usuários e administradores, automatizando as atividades. Para determinar como o

software deve acatar os processos, é realizado a análise de requisitos da aplicação. Seguem

em tópicos os requisitos do sistema web em questão:

• O sistema deve permitir a inclusão de cadastros de pacientes com dengue e febre

amarela em todo o Brasil;

• O sistema deve permitir a consultados pacientes com dengue e febre amarela em

todo o Brasil;

• Deverá haver uma aplicação de conversão de endereços em coordenadas de latitu-

de e longitude;

• Emissão de relatórios dos casos de dengue e febre amarela em PDF;

• O sistema deverá mostrar os mapas das epidemias em questão, dengue e febre

amarela de forma acessível. Com algumas informações dos pacientes nos marca-

dores dos mapas, tais como: sorotipo, idade, sexo, cidade, estado e data de cadas-

tro;

• Após o cadastro do paciente, o marcador referente ao cadastro deverá ser inserido

no mapa de forma instantânea;

• Deverá haver validação dos formulários de cadastros, para não permitir que ne-

nhum campo fique vazio;

• Nas páginas de consultas, o sistema deverá oferecer a opção de upload e conver-

são de planilhas eletrônicas com os dados dos pacientes para o formato CSV, para

inserir estes dados na tabela, após isso fazer a atualização do cadastro.

• O sistema deve possuir controle de usuários no login por níveis de acesso e per-

missão. Apenas o administrador terá acesso aos gráficos e relatórios.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

57

6.2.2 Caso de Uso e Diagrama de Sequência

Figura 11 – Diagrama de Caso de Uso

Utilizando um Diagrama de Caso de Uso, conforme presente na Figura 9, é possível

visualizar as funções exercidas por cada ator. Os atores são representados por usuários do

IEC, onde cada usuário ou “técnico epidemiológico” realiza diversas atividades previstas e

algumas vezes exclusivas, como no caso do administrador, que deve ter acesso aos relatórios

e gráficos. O esquema demonstra as operações e padrões realizados, instruindo no desenvol-

vimento do sistema, a fim de atender as especificações.

Esta representação visual ajuda o entendimento das possibilidades que o usuário

possui em relação ao software, compreendendo de um modo geral, as suas ações, comporta-

mento e interações.

O Diagrama de Sequência, conforme encontrado no (apêndice B) descreve os pas-

sos necessários para a utilização das funções presentes no sistema. Diversas informações de-

vem ser cadastradas anteriormente, liberando a utilização de outros módulos, após a autori-

zação do administrador.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

58

6.2.3 Diagrama de Atividades

Figura 12 – Diagrama de Atividades

O diagrama de atividades, conforme presente na Figura 10, representa o upload de

duas colunas da planilha eletrônica que contém os resultados dos exames, dados estes que de-

terminam o caso positivo ou negativo das epidemias em questão. Após estas duas colunas se-

rem inseridas no banco, o usuário operativo do sistema deverá atualizar o cadastro com os da-

dos do paciente, como nome, sexo, endereço, etc. Ou apenas visualizar os dados podendo

concluir esta etapa em outro momento. Portanto ficando ao seu critério atualizar ou excluir o

cadastro do paciente no banco de dados.

6.2.4 Diagrama de Implantação

O diagrama de implantação serve para mostrar a distribuição física do sistema (ge-

ralmente distribuída). Ele mostra de acordo com a Figura 11, a estrutura de componentes e al-

gumas características físicas do Sistema. Embora exposto de maneira resumida, aborda os re-

ais e necessários componentes físicos empregados no sistema.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

59

Figura 13 – Diagrama de Implantação

6.2.5 Diagrama de Entidade Relacionamento do banco de dados

Figura 14 - Diagrama de Entidade Relacionamento do banco de dados.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

60

7. PROTÓTIPO DO SISTEMA

O projeto de mapeamento da dengue e febre amarela no Brasil, tem por finalidade,

mostrar a informação de uma forma não burocrática, bastando apenas acessar o site para visu-

alizar os mapas, disponível temporariamente no endereço: [http://www.denguebrasil.url.ph].

Seus objetivos são incorporar e divulgar os casos positivos registrados no sistema;

mostrar para a população os índices de dengue e febre amarela no Brasil; garantir o trabalho

integrado da equipe epidemiológica que estiver gerenciando-o; fortalecer a ligação entre os

serviços de saúde e a comunidade; ampliar o acesso à informação; cooperar com a organiza-

ção comunitária no trato com os problemas de saúde.

Analisar os problemas de gerenciamento de uma equipe epidemiológica no controle

da dengue e febre amarela, foi a etapa inicial para determinação das características funcio-

nais para o desenvolvimento do sistema que deve auxiliar o gerenciamento dessas epidemias.

Utilizar diagramas facilita a visualização dos requisitos que o protótipo deve possuir, aju-

dando o desenvolvimento, a documentação e a concepção de novas versões.

Através dos diagramas foi possível determinar as tabelas a serem criadas no MySQL,

este banco de dados é utilizado por grandes portais pelo mundo inteiro, demonstrando uma

grande estabilidade e desempenho para web, não necessitando de muitos recursos de hardwa-

re no servidor onde se encontra.

O sistema foi desenvolvido para dar suporte operacional e gerencial aos serviços de

coleta de dados realizados pelo IEC, oferecendo a seus usuários algumas opções de utilização,

abrangendo os Municípios e Estados do Brasil.

O sistema está estruturado em sete módulos, conforme mostra a tabela 4.

Tabela 4 – Módulos do Sistema.

Módulos

Características

Cadastros

Para inserção dos dados dos pacientes com dengue e febre amarela, e para o georeferenciamento instantâneo.

Consultas

Para verificação e análise dos dados armazenados nas tabelas utiliza-das, para atualização dos dados mostrados nos mapas, relatórios e grá-ficos.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

61

Relatórios

Para a emissão de relatórios de análise, gerenciais e estatísticos referen-tes aos serviços processados.

Controle de usuários

Para a autorização e controle das rotinas de login, integridade e segu-rança do sistema.

Painel Administrativo

Controla todas as funcionalidades do sistema, responsável pelo suporte na área administrativapara a análise e operacionalidade gerencial.

Mapas

Mostra os marcadores referentes aos cadastros dos pacientes com den-gue e febre amarela, com algumas informações, possui as funções de vi-sualização por mapa, satélite e StretView.

Gráficos

Este módulo possui três páginas de gráficos de variados tipos para a a-nálise estatística dos casos de dengue e febre amarela.

O sistema oferece um esquema robusto e seguro, conseguindo aceitar uma grande

quantidade de usuários conectados, ou seja, é capaz de aceitar técnicos epidemiológicos reali-

zando cadastros no sistema em todo o Brasil, caso haja interesse em distribuir o acesso admi-

nistrativo ao sistema em todos os estados, pois o sistema suporta uma taxa significativa de

transferência entre cliente e servidor, atualmente, sendo capaz de realizar até mil cadastros por

dia. As informações são comutadas entre o navegador do dispositivo do usuário e o servidor

que deve interpretar os dados, incluindo e selecionando a informação disponível no banco de

dados.

Buscou-se analisar as características ideais para o banco de dados e servidor web, ga-

rantindo que a aplicação seja confiável e ativa. Utilizando tecnologias como a linguagem PHP

e banco de dados MySQL é possível garantir todos os requisitos técnicos exigidos para a sua

construção e desenvolvimento.

As características e funcionalidades dos módulos da aplicação serão explicados nos

próximos sub-tópicos.

7.1 Cadastros

Não existe nada mais importante do que a informação que temos sobre aqueles com

quem pretendemos analisar e o que fazemos com esta informação. Portanto, neste módulo,

procuramos registrar os dados mais importantes dos pacientes, informações não por demais

nem de menos, mas sim o necessário para se relacionar com o paciente.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

62

Figura 15 – Conversão de Endereços em Coordenadas Geográficas

Na página de cadastro conforme mostra a Figura 15, encontra-se uma funcionalidade

que realiza a conversão de endereços em coordenadas de latitude e longitude. Basta inserir o

endereço completo do paciente, número, complemento, bairro, etc. Caso haja imprecisão na

captura, é possível arrastar o boneco Pegman amarelo no canto superior esquerdo e procurar

com o Street View (Visão da Rua), serviço de mapeamento 3D em 360 graus do Google, que

detalha com mais precisão o endereço. Os dados de latitude e longitude são de suma impor-

tância no sistema, pois somente assim, é possível georreferenciar o cadastro no mapa.

Figura 16 – Topo da Página de Cadastro para Pacientes com Dengue

A priori, os dados necessários para o cadastro dos pacientes com dengue, de acordo

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

63

com parte da Figura 16 são: Well; Valor do CT; Sorotipo; Nome; Idade; Sexo; Estado; Cida-

de; Endereço; Latitude; Longitude; Data de Cadastro e Observação. Subdivididos em catego-

rias, respectivamente, sendo elas: Valores da Sonda; Informações Pessoais; Informações Geo-

gráficas e Observações.

Já os dados necessários para o cadastro dos pacientes com febre amarela são prati-

camente os mesmos, o que difere é apenas uma checkbox marcada, sinalizando o caso positi-

vo da epidemia.

A validação dos formulários, as confirmações e avisos, é realizada na própria página

através de mensagem javascript personalizada com Jquery e CSS, otimizando o desempenho,

não necessitando aguardar uma resposta do servidor. Não permitindo então, que o cadastro se-

ja realizado com campos vazios.

7.2 Consultas

Figura 17 – Página de Consulta dos Pacientes com Dengue

Nas páginas de consultas do sistema conforme mostra a Figura 17, também encontra-

se a funcionalidade de upload, que faz a inserção no banco de dados de duas colunas da uma

planilha eletrônica que contém os dados referentes aos resultados dos exames. O equipamento

que realiza a RT-PCR, em conjunto com um software em Linux específico, são responsáveis

por mapear o genoma do vírus e gerar alguns arquivos, entre eles estão um arquivo de texto,

no formato (.fasta) contendo a sequência genômica do vírus e a planilha eletrônica contendo

os valores reais da sonda, onde encontra-se os dados necessários para o upload.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

64

Também na página de consulta, estão todos os dados referentes aos cadastros, terão

acesso à esse módulo, o administrador e os usuários autorizados (funcionários do IEC). Caso

estes insiram dados errados referente ao paciente, terão como editar o cadastro e corrigir.

7.3 Relatórios

Os relatórios são fundamentais para qualquer organização tanto em nível local, esta-

dual e também nacional. Ele nos dá base para avaliarmos o que foi feito, qual o nosso alcance

e o que precisamos fazer. Tais dados deste referido sistema irão evidenciar a importância da

informação e do conhecimento da equipe epidemiológica para a tomada de decisão através

dos relatórios.

Figura 18 – Página de Relatórios do Protótipo do Sistema

Com os relatórios do sistema, conforme mostra a página de relatórios presente na Fi-

gura 18, é possível mostrar o que está acontecendo em âmbito nacional com dados concretos.

Como relatórios de casos de dengue e febre amarela em cada estado brasileiro, a priori. Se o

sistema for financiado, pelos órgãos que mantém interesse em gerenciá-lo como o Ministério

da Saúde, iremos expandir esses relatórios para o âmbito municipal.

Ainda de acordo com a Figura 18, o layout dos relatórios foi organizado em uma só

página, para otimizar espaço. Do lado esquerdo estão os relatórios dos casos de dengue, e do

lado direito os relatórios dos casos de febre amarela.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

65

7.4 Painel Administrativo

O Painel Administrativo ou Painel de Controle, que é a página redirecionada após o

login, concentra todos os módulos. Nele, conforme mostra a Figura 19, está disponível para o

usuário autorizado, um panorama geral da situação das epidemias em questão, com mini-

gráficos e dados estratégicos de análise, tais como: número de visitas ao sistema no dia e no

mês, total geral de cadastros de dengue, total geral de cadastros de febre amarela no mês, etc.

Figura 19 – Página do Painel Administrativo

A tela inicial do Painel Administrativo ainda conta com as funcionalidades de notifi-

cações e lista de atividades, conforme mostra a Figura 20, para notificar os usuários operati-

vos do sistema, como novos cadastros e e-mails na caixa de entrada, e também, lista de ativi-

dades para fazer, tais como: conferir casos de dengue no estado do Ceará, mandar relatório de

casos de dengue tipo 2 por e-mail; conferir casos de febre amarela no estado da Bahia, etc.

Além de calendário, relógio e anotações.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

66

Figura 20 – Funcionalidades de Notificações e Lista de Atividades para fazer

Para o administrador, estão disponíveis as funcionalidades de controle de usuários,

no qual aprova ou bloqueia os usuários do IEC, a função de captura de IP, que mostra os cin-

co últimos IPs que visitaram o sistema, e os módulos de Cadastros, Consultas, Mapas, Relató-

rios e Gráficos.

7.5 Mapas

Figura 21 – Mapa da Dengue em Tela Cheia

Através dos mapas de incidência apresentado na Figura 21, é possível ter uma visão

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

67

mais detalhada sobre os estados, cidades e bairros mais críticos em relação ao número de ca-

sos de dengue e febre amarela. Este módulo é responsável por mostrar marcadores referentes

aos cadastros dos pacientes, os marcadores foram filtrados no mapa da dengue em sorotipo,

sexo e cor, conforme mostra a Figura 22, onde foi atribuída uma cor e um ícone do referido

sexo para cada sorotipo. Ou seja, se o paciente for do sexo masculino com sorotipo 1, será

atribuída a cor vermelha para o marcador do sexo masculino, se o paciente for do sexo femi-

nino com sorotipo 2, será atribuída a cor azul para o marcador do sexo feminino. O sorotipo

3 com verde e o sorotipo 4 do vírus com cor amarela, como mostra na Figura 20 logo abaixo.

Figura 22 – Marcadores divididos por Sorotipo da dengue, Sexo e Cor.

No mapa da febre amarela apenas são mostrados marcadores amarelos, pois o referi-

do vírus não possui variantes como a dengue. Ainda de acordo com a Figura 21, algumas in-

formações são mostradas ao clicar nos marcadores dos dois mapas, tais informações são: so-

rotipo no caso da dengue, ou febre amarela, idade, sexo, cidade, estado e data de cadastro.

Não é mostrado o nome do paciente, para preservar sua identidade.

7.6 Gráficos

Os gráficos são de extrema importância na visualização e interpretação de informa-

ções, dados e números, portanto, fez-se necessário a implementação de alguns gráficos, como

mostra a Figura 23, para tornar mais detalhada as incidências dos casos de dengue e febre a-

marela no Brasil.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

68

Figura 23 – Página de Gráficos do Sistema

Os gráficos podem ser classificados de acordo com o método empregado para se es-

tabelecer a relação entre os valores quantitativos ou qualitativos. Foram implementados al-

guns gráficos, entre eles:

• Dengue nos últimos anos;

• Casos de dengue por semestre;

• Aumento em porcentagem dos casos de dengue no primeiro semestre;

• Gráfico geral da dengue e febre amarela no ano.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

69

8. CONCLUSÃO

Verificamos que a utilização de Sistemas de Informação Geográfica, demonstra

grande eficiência no processo de combate às epidemias, uma vez que se valem de dados de

um determinado domínio, potencializando soluções para algum problema. Neste sentido, foi

interessante pensar em mecanismos que pudessem ser capazes de coletar e processar dados

epidemiológicos das regiões afetadas, gerando informações relevantes capazes de auxiliar no

combate às epidemias.

Com a realização deste trabalho, esperamos colaborar e atender de maneira qualita-

tiva os requisitos exigidos pela instituição envolvida, através do sistema elaborado espera-

mos obter melhorias para o cenário epidemiológico nacional, contribuindo a principio, com o

mapeamento dos casos de dengue e febre amarela no Brasil.

Um período de testes e homologação do sistema garantiu uma qualidade superior na

sua operacionalidade, portanto, fez-se necessário o feedback de uso do sistema através de al-

guns funcionários do IEC, ajudando formalmente na superação das dificuldades primárias de

consertos de erros com a verificação na compatibilidade das necessidades vislumbradas.

Por fim concluímos que o sistema desenvolvido atendeu as expectativas gerando re-

sultados satisfatórios e que a identificação dos níveis de infestação da dengue e febre amarela,

a partir da utilização de um banco de dados georreferenciado e uma ferramenta SIG, possibili-

ta a realização de cálculos estatísticos e análises sobre epidemias por meio da avaliação do

espaço geográfico que podem ser expostas através de relatórios, gráficos e mapas.

Constatamos que o sistema é um método útil para avaliar os possíveis riscos de sur-

tos epidêmicos, e que o mapeamento da dengue e febre amarela no país possibilita uma me-

lhor compreensão da espacialização destas doenças e busca medidas cabíveis para o controle

da situação. Dessa forma, esse sistema servirá como apoio à tomada de decisão com relação a

políticas públicas de saúde relativas à dengue e febre amarela, pois permitirá extrair conclu-

sões com base na realidade a ser analisada.

8.1 Trabalhos Futuros

Já está sendo desenvolvida uma próxima versão do sistema, que contará com as fun-

cionalidades de notificações, envio de e-mails, chat, timeline (linha do tempo) para os mapas,

para obter uma melhor visão analítica em relação à comparação dos casos de dengue e febre

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

70

amarela ao longo do tempo, meses e dias.

Também foi proposto o georreferenciamento de um outro vírus, chamado chikun-

gunya1, como também a alteração nas informações dos cadastros, acrescentando mais dois

requisitos, incluindo nas informações do paciente o campo de febre hemorrágica, podendo ser

positivo ou negativo, mais o upload do arquivo de texto contendo a sequência do genoma do

vírus para ser vinculado nos cadastros, requisitos estes, solicitados recentemente pelo bioin-

formata João Lídio Vianez Júnior do Núcleo de Bioinformática do Instituto Evandro Chagas.

Tais recursos irão otimizar e ampliar a operacionalidade do sistema, visando a quali-

dade e a excelência nos serviços prestados.

1Chikungunya (CHIKV) é um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres huma-nos por mosquitos do gênero Aedes. O nome Chikungunya, que significa "aqueles que se dobram", tem origem no Swahili, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença, em 1953, e refere-se à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, ca-racterística da doença.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

71

REFERÊNCIAS ARGOLO, Ana Maria; FELIX, Márcio; PACHECO, Raquel; COSTA, Jane ; Doença de cha-gas e seus Principais Vetores no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2008. BALSEMÃO et al; Direito sanitário e saúde pública. Brasília. [s.n.] 2003.

BARCELLOS, C. ; BASTOS, F. I.; Geoprocessamento, ambiente e saúde: Uma união pos-sível? Cadernos de Saúde Pública, 12: 389-397. 2000. BENNETT, D.; Explanation in medical geography: Evidence and epistemology. Social Science and Medicine. [s.n.] 1991. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epi-demiológica / Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 816 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasi-tárias: aspectos clínicos, de vigilância epidemiológica e de controle – guia de bolso. Brasília: Ministério da Saúde, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue. Imprensa Oficial, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Febre amarela: sintomas, transmis-são e prevenção. Disponível em: <www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao> Acesso em 21 jan. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 2005. Disponível em: <http://www.combateadengue.pr.gov.br/arquivos/File/profissionais/dengue_gve.pdf> Acesso em 10 mai. 2014.

BRASIL. Organização Pan-americana da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. A experiência brasileira em Sistemas de Informação em Saúde. Brasília, 2009.

. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva, Área de Economia da Saúde e Desen-volvimento. Avaliação de Tecnologias em Saúde Ferramentas para a Gestão do SUS. Brasília, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. LIRAa, Situação Epidemiológica da Dengue no Brasil. 2012. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/MinSaude/balano-dengue-i-jan-a-abr-2012?qid=d4c03cd6-5006-4795-9778-4e43c6d7ce56&v=default&b=&from_search=2> Aces-so em 05 mai. 2014 BRASIL. Portal Brasil. Disponível em: <www.brasil.gov.br/saude/2014/03/casos-de-dengue-caem-80-no-primeiro-bimestre-de-2014> Acesso em 05 mai. 2014 BENSEÑOR. Isabela. A febre amarela no Brasil. 2013. Disponível em: < http://saude.hsw.uol.com.br/febre-amarela3.htm> Acesso em 20 mai.2014.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

72

BRASIL. Ministério da Saúde. Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde. 2014. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/marco/18/Tabela-de-casos.pdf> Acesso em 10 mai. 2014 BRASIL. Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, FIOCRUZ. Febre amarela: sintomas, transmissão e prevenção. 2010.Disponível em: <http://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao> Acesso em 10 mai. 2014 BRASIL. Ministério da Saúde. Balanço de casos da Dengue e resultados do novo LIRAa. 2014. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/MinSaude/balano-de-casos-da-dengue-e-resultados-do-novo-liraa> Acesso em 09 abr. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Abordagens espaciais na saúde pública; Serie: Capacitação e atualização em geoprocessamento em Saúde. [S.I.], [s.n.] 2006. CÂMARA. Gilberto; DAVIS. Clodovel. Fundamentos de geoprocessamento apudIntrodu-ção ao Geoprocessamento. [s.i]. [s.n.]. 2006. CÂMARA G. Anatomia de um SIG. Fator GIS; a Revista do Geoprocessamento. 11-15 p. [s.i]. [s.n.]. 1994. CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M.V.Introdução à ciência da geoinformação. INPE, 2001. Disponívelem http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/index.html; 1998. A-cesso em: 15 mar. 2014. CÂMARA, Gilberto. et al. Análise espacial e geoprocessamento. [s.i], [s.n.] 2005. CARVALHO, André de Oliveira. Sistemas de informação em saúde para municípios. São Paulo.1998. Disponível em: <http://www.bvs-sp.fsp.usp.br/tecom/docs/1998/car001.pdf> Acesso: 03 mai. 2014.

CÂMARA, Gilberto. Sistemas de Informação Geográfica para aplicações ambientais e cadastrais: uma visão geral. 2010. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/geopro/trabalhos/análise.pdf> Acesso em: 03 mai.2014 CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M.V. Conceitos básicos em Ciência da Geoin-formação, 2001. Disponível em: <http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf> Acesso em: 20 mai. 2014. CAMANHO, Maria Clara. Detecção e sorotipagem do vírus da dengue por PCR em tem-po real. 2013. Disponível em: <www.pcr-elisa.blogspot.com.br/2012/11/deteccao-e-sorotipagem-do-virus-da.html> Acesso em 10 mar. 2014.

CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodovel. Introdução ao Geoprocessamento. [S.I.]. [s.n.], 2010. CÂMARA, Gilberto. Estrutura interna de SIG. Fator GIS; A Revista do Geoprocessamen-to, 1994.11-15 p.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

73

CÂMARA, G.; FREITAS, U.M.; SOUZA, R.C.M.; GARRIDO, J. SPRING: Integrating Re-mote Sensing and GIS by Object-Oriented Data Modelling. Computers and Graphics, v.15, [s.i]. [s.n.] Jul. 1996.

CARVALHO, M. S.; PINA, M. F.; SANTOS, S. M. Conceitos básicos de sistemas de in-formações geográficas aplicados à saúde. Brasília: Organização Panamericana de Saú-de/Ministério da Saúde, 2000, 124 p. CASTELLANOS PL. Epidemiologia, Saúde Pública, Situação de Saúde e Condições de vi-da.Considerações conceituais. In: Barata RB (org.) Condições de vida e situação desaú-de. Rio de Janeiro: p. 31-75 Ed. Abrasco; 1997. CATÃO, Rafael de Castro. Dengue no Brasil: Abordagem Geográfica na Escala Nacional. Ed: Cultura Acadêmica, São Paulo. [S.I.]. [s.n.]. 2012. Centro de inovações tecnológicas do Instituto Evandro Chagas, Sobre o centro de inovações tecnológicas. Disponível em: <http://www.iec.pa.gov.br/index.php/gcPagina/index/40> Aces-so em 20 jan. 2014. CORDEIRO, Marli Tenório. Evolução da dengue no estado de Pernambuco, 1987-2006: epidemiologia e caracterização molecular dos sorotipos circulantes. 2008. Tese (Doutora-do em Ciências) – Faculdade de Saúde Pública, Centro de pesquisa Ageu Magalhães, Funda-ção Oswaldo Cruz, Recife. CONNOR, S. J.; FLASSE, S. P.; PERRYMAN, A. H.; THOMSON, M. C. The contribution of satellite derived information to malaria stratification, monitoring and early warning. Geneva: Word Health Organization. 2007. 33 p. COUTO, Leandro C. O. Geoprocessamento: Conceito e Prática, Trabalho de Conclusão de Curso da especialização em Geoprocessamento do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH, 2009. CROSTA, A. P. Processamento Digital de Imagens de Sensoriamento Remoto. IG/UNICAMP. Campinas, São Paulo. 1993 CRUZ, C.B.M; PINA, M.F. Fundamentos de Cartografia. CEGEOP Unidades didáticas 29 a 41. Volume 2. Rio de Janeiro: LAGEOP /UFRJ, 2002. EDUARDO, Maria Bernadete de Paula. A informação em Saúde no Processo de Tomada de Decisão. 2001. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/9017/8077> Acesso em: 14 set 2013. EPUSP, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Geoprocessamento. [S.N] [s.i] 2006. GUBLER, Duane. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever. Clinical Microbiology Re-views. Philadelphia, v.3, p. 96-480, [S.I.]. [s.n.].1998.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

74

GOMES, A. C.; SILVA, J. D. S.; BARROS, I. C.; GOMES M. L. C. Geoprocessamento e SIG aplicado a doença de chagas no município de João Costa. Anais XV Simpósio Brasi-leiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Paraná, 2012. IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistemas de Referência. Dis-ponível em: <http://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/sisref_2.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2014.

JÚNIOR, João Lídio Vianez; Comunicação pessoal com, em 21 de outubro de 2013, recebi-da por correio eletrônico. LILLESAND, T. M.; KIEFER, R. W.; CHIPMAN, J. W. Remote Sensing and imageninter-pretation. 5. ed. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, 2004. MATHER, P. M. Computer Processing of Remotely-Sensed Imagens: An Introduction. Se-cond Edition, Chichester: Jonh Wileyand Sons, 1999.

MARQUES, Cláudia Lima; LIMA LOPES, José Reinaldo de; PFEIFFER, Roberto Augusto Castellanos. Saúde e Responsabilidade: seguros e planos de assistência privada à saúde, Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor, Biblioteca de Direito do Consumi-dor- vol. 13, São Paulo: editora Revista dos Tribunais, 1999.

MELO, Alexandre Altair de.; NASCIMENTO, Maurício G.F,; PHP Profissinal. Novatec, 2008, p. 25Barret, F. A. Scurvy linds medical geography. Social Science & Medicine, v. 33, p. 347-353, 1991.

MENDES et al. Distritos sanitários: conceitos - chave. In: O Processo Social de Mudança das Práticas Sanitárias do Sistema Único de Saúde (E. V. Mendes, org.), p. 159-185, São Paulo: Hucitec/ Rio de Janeiro: Abrasco. 1994.

MOURA, A. C. M. Geoprocessamento na gestão e planejamento urbano. Belo Horizonte: Ed. da Autora, 2003. NASCIMENTO, P. S. R. et al. Análise espaço-temporal da incidência dos casos de dengue no Rio Grande do Norte entre os anos de 2004 e 2007. Anais XIVSimpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, INPE, p. 7561-7568. 2009. OMS. Organização Mundial de Saúde. Prevention and Control of Dengue and Dengue Haemorraghic Fever: comprehensive guidelines. Nova Deli: Regional Office forSouth-East Asia World Health Organization. 1999. OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).La saludenlas Américas. Publicación Científica y Técnica n. 587, vol. II. Washington, EUA; 2002. PAIM, J. S. Abordagens teórico-conceituais em estudos de condições de vida e saúde: no-tas para reflexão e ação. In: Barata RB, organizador. Condições de vida e situação de saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO; 1997. p. 7-30. PHPMYADMIN DEVEL TEAM. phpMyAdmin: About.2003. Disponível em:<http://www.phpmyadmin.net/home_page/index.php>. Acessoem: 19 mai. 2014.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

75

PINA, Maria de Fátima; SANTOS, Simone M. Conceitos básicos de Sistemas de Informa-ção Geográfica e Cartografia aplicados à saúde. 2000. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~debe/geo/paginas/revistas/SIG%20e%20Cartografia%20Aplicados%20a%20Saude.pdf> Acesso em: 22 mar. 2014

PRADO, L.R; Aplicações de SIG na Área de Saúde. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Do Autor, 2011. REMOALDO, Pedro. Guia Pratico do Dreamweaver CS3 com PHP, JavaScript e Ajax. Lisboa, Portugal: Centro Atlântico, 2008. p. 676.

ROCHA, C. H. B. Geoprocessamento: Tecnologia Transdisciplinar. Juiz de Fora, Minas Gerais. [S.I.]. [s.n.] 2000. ROCHA, J.A.M.R. GPS: Uma Abordagem Prática. 4. ed. Recife: Bagaço, 2003. 232p. ROCHA, C. H. B.; BRITO FILHO, L. F. de; e XAVIER DA SILVA, J. Geoprocessamento Aplicado à Seleção de Locais para Implantação de Aterros Sanitários. In: SILVA, J. X. da; e ZAIDAN, R. T. (Orgs). Geoprocessamento e Análise Ambiental: Aplicações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.259-299 p.

ROJAS, L. I.; BARCELLOS, C.; PEITER, P. Utilização de Mapas no Campo da Epide-miologia no Brasil: Reflexões sobre Trabalhos Apresentados no IV Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde.Rio de Janeiro, 2002, v. 8, 7-15 p. SANTOS et al, Informação e diagnóstico de situação de saúde. Rio de Janeiro: ed. Fiocruz-EPSJV - Proformar, 2006. SANTOS, M., A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Hu-citec. 1996.

SANTOS, C.B. etal.Utilização de um Sistema de Informação Geográfica para descrição de casos de tuberculose: Boletim de Pneumologia Sanitária.[S.I.]. [s.n.],2004, 5-10 p. SANTOS, Jorge.Processamento Digital. 2012. Disponível em: <http://www.processamentodigital.com.br/2012/05/06/mapwindow-atualizacao-de-registros-atraves-do-plugin-swift-d/>. Acesso em 13 mai. 2014. SOUZA, RenilsonRehem. O sistema público de saúde brasileiro:Seminário Internacional Tendências e Desafios dos Sistemas de Saúde nas Américas.16 p., São Paulo: [s.n.]2002. SOUZA, D.S.; TAKEDA, S.M.P; NADER, E.K.; FLÔRES, R.; SANTOS, S.M.; GIACO-MAZZI, M.C.G. Sistema de Informação Georreferenciadas no Planejamento dos Servi-ços de Saúde, Momento & Perspectivas em Saúde, 10-15 p.,1996. TAUIL, Pedro Luiz. Urbanização e ecologia do dengue. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 17, suplemento l, p. 99-102, 2001.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

76

TERRAZES, Wagner C. Morhy. Análise epidemiológica da distribuição espacial da malá-ria no município de Manaus – um enfoque em nível local. Dissertação – Fundação Osvaldo Cruz - ENSP, 2005. Disponível em: <arca.icict.fiocruz.br/bitstream/icict/5407/2/835.pdf> Acessado em: 20 Maio 2014. TURBAN, Efraim; MCLEAN, Ephraim; WETHERBE, James. Tecnologia da Informação para Gestão. São Paulo: Artmed, 2002. 660 p. WELLING, Luke; THOMSON, Laura. PHP e MySQL Desenvolvimento Web. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 675 p.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

77

APÊNDICE

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ … · Não há realidade sem sonhos. O espírito livre, ... GEOPROCESSAMENTO ... Dengue Com Complicação

78

APÊNDICE A – Diagrama de Sequência