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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS FEMORAL – ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO IVY MARQUES AMARO Natal 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO

DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE

ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS FEMORAL – ENSAIO

CLÍNICO RANDOMIZADO

IVY MARQUES AMARO

Natal 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS

FEMORAL – ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

IVY MARQUES AMARO

Dissertação de Mestrado apresentada à

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

- Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia, para a obtenção do título de

Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões

Brasileiro

Natal 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS

FEMORAL – ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

_____________________________

Presidente – UFRN

Profª. Drª. Tania de Fátima Salvini

____________________________

Membro externo à Instituição - UFSCar

Prof. Dr. Wouber Herickson de Brito Vieira

___________________________

Membro interno à Instituição – UFRN

Aprovada em 1º/12/2010

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Dedicatória

À minha querida Mãe,pelo amor incondicional, pelo apoio e pelos seus ensinamentos

pautados em virtudes.

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vi

Agradecimentos

Eis que chegou o momento de expressar os meus sinceros agradecimentos a

todos que estiveram direta ou indiretamente envolvidos na realização deste

Mestrado.

Talvez eu não consiga exprimir a minha gratidão como é merecida, pois a

jornada foi longa e me pareceu sem fim, principalmente pelas intercorrências de

várias ordens que surgiram, mas que não obscureceram o meu trajeto, ao contrário,

lhe deu mais brilho e ao invés de me deterem, me impulsionaram com mais força

para a concretização deste sonho.

Desta forma, dedico algumas palavras de agradecimento tanto aos “velhos” e

queridos conhecidos quanto aos novos, que foram se revelando ao longo desse

período:

...à minha Mãe Perpétua o meu mais profundo agradecimento por suas sábias

lições de esperança, sempre me transmitindo a confiança necessária para realizar

os meus sonhos; que compreendeu a importância deste mestrado e o tornou

possível, sempre me incentivando e auxiliando de todas as maneiras, se sacrificando

para me proporcionar uma vida agradável, segura e confortável em Natal. Obrigada

Mãe, Te amo muito!

...ao meu Pai Nelson pela preocupação, apoio e carinho de sempre.

...ao meu irmãozinho Cesar, a quem eu tento servir de exemplo, para que ele

nunca deixe de buscar o sucesso por meio da instrução; e que mesmo que

tenhamos nos conhecido somente aos seus 4 anos de idade, temos união e

cumplicidade de irmãos que tenham dividido o mesmo berço.

...ao meu irmão Nelson que é a tranqüilidade personificada e me transmitiu

calma, força e incentivo ao longo desses 21 meses longe de casa; parabéns pela

sua formação, sinto muito não estar presente, mas vamos comemorar essa vitória

juntos!

...Ao Nilo e à Emmylie por terem vindo de Boa Vista para assistir a minha

defesa. A presença de vocês foi muito importante!

...a todos os meus familiares, em especial aos meus avós maternos

Raimundo e Iacy; aos meus saudosos avós paternos Gustavo e Divanir in memorian,

pois sei que torcem pelas minhas conquistas; aos meus padrinhos Ricardo e Astrid

pelo apoio e carinho de sempre; à tia Fátima pelo carinho, apoio e por se oferecer

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vii

para custear meus livros; aos tios Iberê e Alzira pelas passagens aéreas de

benefício e pelo carinho com que sempre me receberam em Fortaleza, onde eu

sempre ia recarregar as baterias, já que Boa Vista é um “reino tão tão distante”.

...a todos os meus amigos de Boa Vista, que sempre me apoiaram, me deram

força e torceram por mim.

...a todos os meus colegas do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima,

particularmente agradeço à Drª. Eliana Palermo Guerra, da 8ª Vara Cível, minha

chefe nos primeiros 5 anos de TJ, que sempre me incentivou a buscar o mestrado;

aos meus colegas da 6ª Vara Cível; e aos servidores do Departamento de Recursos

Humanos, da Diretoria Geral e da Presidência que mesmo sem obterem êxito, se

empenharam em me conceder a licença remunerada conforme previsto em lei.

...às famílias do Arthur, da Nathália, da Ana Roberta e da Raíssa, e aos

amigos Karin e Renato, que me adotaram em Natal e não me deram apenas pai,

mãe e irmãos, mas carinho, cuidado, amizade e muito amor. Vocês me acolheram e

tornaram a minha estadia aqui muito mais segura, divertida e feliz, muito obrigada.

...ao professor André Faria Russo, meu orientador de graduação, grande

incentivador e amigo, responsável pelo despertar do meu interesse pela pesquisa e

docência.

...à professora Sabrina Degaspari, pelo apoio e incentivo para que eu

buscasse o mestrado;

...ao Dr. José Geraldo Ticianeli, da Faculdade Cathedral, por acreditar no meu

potencial.

...ao meu orientador de mestrado, professor Dr. Jamilson Simões Brasileiro eu

gostaria de citar as palavras de William Arthur Ward: "O professor medíocre expõe.

O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor

inspira". Desde o início do ano de 2008, após ler o seu lattes, eu disse a mim mesma

que o senhor seria o meu orientador de mestrado. Eu abdiquei de muitas coisas

para chegar até aqui e concretizar esse sonho, mas hoje eu me sinto plenamente

orgulhosa e feliz por ter elaborado essa dissertação sob a sua orientação. Obrigada

pela amizade, pelo cuidado, pelas críticas, pelos elogios e por gentilmente

compartilhar os seus conhecimentos comigo.

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viii

…aos professores da pós-graduação, dedicados ao ensino, à busca do

conhecimento, sempre zelosos e atentos em transmitir responsabilidade na

pesquisa. Em especial, agradeço à professora Gardênia pelo carinho de sempre.

...aos Professores Wouber Herickson e Álvaro Campos pelas considerações

no exame de qualificação, dosando as críticas com comentários construtivos.

...à Professora Tania Salvini e ao Professor Wouber Herickson por aceitarem

o convite para compor a banca na defesa desta dissertação.

...aos Professores Sandra, Tânia Regina e Wouber, que me receberam com

muito carinho e compreensão no Estágio de iniciação à docência.

...a todos os alunos, fisioterapeutas, médicos e pacientes do Hospital

Universitário Onofre Lopes e do Centro Clínico Dr. José Carlos Passos.

...à Rafaela, esta pequena notável, minha parceira de mestrado, pela sua

amizade, atenção, companheirismo e pela dedicação de sempre. Vivemos juntas

intensamente as emoções de todas as etapas desse mestrado e você ficará

eternamente marcada como minha grande amiga.

…aos Colegas da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª turma de mestrado pela amizade e pelo

convívio agradável.

...à Nícia e Denise, pelos conhecimentos transmitidos no laboratório, pela

ajuda nos pilotos e pela amizade.

…aos colegas da base de pesquisa, em especial agradeço ao Caio e ao

Francisco, que foram incansáveis em me ajudar durante as coletas, passando

comigo a ansiedade e o estresse, ficando marcados como meus eternos amigos e

parceiros onde quer que estejam; esta conquista também é de vocês!

...aos funcionários do Departamento de Fisioterapia sempre prestativos.

...aos funcionários e alunos das academias Ponta negra fitness, Hi fit, Nitro

Fitness, Hikare, e em especial, agradeço a todos da academia Ápice, que não

mediram esforços para me ajudarem diante da dificuldade para compor a amostra

desta pesquisa.

...a todos os colegas que me ajudaram a recrutar voluntários.

…a todos os voluntários, que mesmo sem me conhecerem, compareceram ao

Departamento de Fisioterapia, caridosos e com boa vontade em participar desta

pesquisa.

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...Mas dou graças principalmente a Deus, que com suas bênçãos me deu

força e sabedoria para enfrentar as adversidades dessa jornada; obrigada meu Deus

por todas essas pessoas maravilhosas que colocaste em meu caminho e por tudo de

bom e de ruim que eu vivenciei aqui, pois sei que tudo aconteceu tanto para o meu

engrandecimento intelectual quanto moral, e creio que esta seja uma das grandes

vitórias de minha vida.

Muito obrigada!

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x

Sumário

Dedicatória .................................................................................................................. v

Agradecimentos ......................................................................................................... vi

Lista de figuras .......................................................................................................... xii

Lista de tabelas ........................................................................................................ xiv

Resumo ..................................................................................................................... xv

Abstract .................................................................................................................... xvi

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1 Justificativa ......................................................................................................... 6

1.2 Objetivos ............................................................................................................. 7

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 7

1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 7

1.3 Hipóteses ............................................................................................................ 7

1.3.1 H0 ...................................................................................................................... 7

1.3.2 H1 ...................................................................................................................... 7

2 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 8

2.1 Delineamento e local da pesquisa ...................................................................... 9

2.2 Amostra............................................................................................................... 9

2.3 Alocação ........................................................................................................... 10

2.4 Aspectos éticos ................................................................................................. 10

2.5 Instrumentos ..................................................................................................... 11

2.6 Procedimentos .................................................................................................. 13

2.6.1 Avaliação antropométrica ............................................................................... 13

2.6.2 Avaliação inicial .............................................................................................. 14

2.6.3 Protocolos de intervenção .............................................................................. 17

2.6.4 Avaliação final ................................................................................................. 19

2.7 Análise do sinal eletromiográfico ...................................................................... 19

2.8 Análise Estatística ............................................................................................. 22

3 RESULTADOS ...................................................................................................... 24

3.1 Eletromiografia .................................................................................................. 26

3.2 Dinamometria .................................................................................................... 30

4 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 34

4.1 Eletromiografia .................................................................................................. 35

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xi

4.2 Dinamometria .................................................................................................... 39

5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 44

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 46

7 ANEXOS ............................................................................................................... 56

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xii

Lista de figuras

Figura 1 - Verificação da ADM ativa de extensão do joelho ...................................... 10

Figura 2 - Conversor analógico/digital ....................................................................... 11

Figura 3 - Eletrodo de superfície ............................................................................... 11

Figura 4 - Eletrodo de referência ............................................................................... 12

Figura 5 - Dinamômetro isocinético computadorizado .............................................. 13

Figura 6 - Bicicleta estacionária ................................................................................ 13

Figura 7 - Posicionamento do eletrodo ...................................................................... 14

Figura 8 - Posicionamento do voluntário na maca .................................................... 15

Figura 9 - Posicionamento para avaliação do torque passivo ................................... 16

Figura 10 - Posicionamento para avaliação isométrica e excêntrica ......................... 17

Figura 11 – Posicionamento para aquecimento ........................................................ 18

Figura 12 – Manobra de auto-alongamento .............................................................. 19

Figura 13 - Sinal eletromiográfico do tempo de latência muscular do bíceps femoral

mostrando o início da variação angular no eletrogoniômetro (A), o início da atividade

muscular (B) e o intervalo de tempo decorrido (C) .................................................... 20

Figura 14 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação do torque passivo ................ 20

Figura 15 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação isométrica ............................ 21

Figura 16 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação excêntrica ............................ 21

Figura 17 - Esquema da rotina da pesquisa .............................................................. 22

Figura 18 - Média e desvio padrão do tempo de latência muscular do bíceps femoral

pré e pós-intervenção ................................................................................................ 26

Figura 19 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante

avaliação do torque passivo pós-intervenção ............................................................ 27

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Figura 20 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante

avaliação isométrica pós-intervenção ....................................................................... 28

Figura 21 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante

avaliação excêntrica pós-intervenção ....................................................................... 29

Figura 22 - Média e desvio padrão do torque passivo pré e pós-intervenção ........... 30

Figura 23 - Média e desvio padrão do pico de torque isométrico pré e pós-

intervenção ................................................................................................................ 31

Figura 24 - Média e desvio padrão do pico de torque excêntrico pré e pós-

intervenção ................................................................................................................ 32

Figura 25 - Média e desvio padrão da potência excêntrica pré e pós-intervenção .... 33

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xiv

Lista de tabelas

Tabela 1 - Caracterização da amostra. Valores da média (± desvio padrão) da idade

e do índice de massa corporal (IMC)........................................................................... 9

Tabela 2 - Valores da média (± desvio padrão) do tempo de latência muscular do

bíceps femoral (TLMBF), torque passivo (TP), pico de torque isométrico (PTI), pico

de torque excêntrico (PTE) e potência excêntrica (PE) dos quatro grupos na

avaliação inicial. ........................................................................................................ 25

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xv

Resumo

Objetivo: Avaliar os efeitos do aquecimento e do alongamento, isolados ou associados, no desempenho isocinético e na atividade eletromiográfica do músculo bíceps femoral. Materiais e métodos: Sessenta e quatro voluntários de ambos os sexos, com idade média de 23,1 ± 3,5 anos e índice de massa corporal médio de 23,5 ± 2,5 Kg/m2 foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos: controle, aquecimento (bicicleta estacionária por 10 min.), alongamento (4 séries de 30s de auto alongamento estático dos músculos isquiotibiais) e aquecimento + alongamento. Todos foram submetidos à avaliação pré e pós-intervenção do tempo de latência muscular e da RMS do músculo bíceps femoral e do torque passivo, pico de torque e potência dos músculos isquiotibiais. Resultados: No grupo aquecimento + alongamento houve redução do tempo de latência muscular. Houve redução da RMS durante a avaliação do torque passivo no grupo alongamento. A RMS durante a avaliação isométrica foi reduzida em todos os grupos experimentais. A RMS na avaliação excêntrica apresentou redução nos grupos controle e aquecimento + alongamento. O torque passivo e o pico de torque excêntrico não apresentaram diferenças significativas pré e pós-intervenção em nenhum grupo. Houve redução do pico de torque isométrico em todos os grupos. Conclusão: O aquecimento e o alongamento, quando aplicados em associação podem reduzir o tempo de latência muscular; o protocolo de alongamento promoveu alterações neurais; os protocolos empregados não alteraram as propriedades viscoelásticas do músculo. Palavras-chave: exercícios de alongamento muscular, dinamômetro de força muscular, eletromiografia.

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xvi

Abstract

Objective: To evaluate the effects of warm-up and stretching, singly or combined, on isokinetic performance and electromyographic activity of the biceps femoris. Materials and methods: Sixty-four volunteers of both sexes, with mean age of 23,1 ± 3,5 years and mean body mass index of 23,5 ± 2,5 Kg/m2 were randomly assigned into 4 groups: control, warm-up (stationary bicycle for 10 minutes), stretching (4 sets of 30 seconds of hamstring muscles static stretching) and warm-up + stretching. All the volunteers were submitted to evaluation pre and post-intervention of the muscle latency time and biceps femoris RMS and the passive torque, peak torque and power of the hamstring muscles. Results: The warm-up + stretching group had reduction of muscle latency time. There was a reduction of RMS during passive torque evaluation in stretching group. The RMS during isometric evaluation was reduced in all experimental groups. The RMS during eccentric evaluation showed reduction in control and warm-up + stretching groups. The passive torque and the eccentric peak torque had no significant differences pre to post-intervention in any group. There was reduction in isometric peak torque in all groups. Conclusion: The warm-up and stretching, when applied in combination can reduce the muscle latency time; stretching protocol promoted neural changes; the protocols used did not alter the muscle viscoelastic properties. Keywords: muscle stretching exercises, muscle strength dynamometer, electromyography.

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1. INTRODUÇÃO

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2

O alongamento e o aquecimento muscular são práticas comumente utilizadas

antes de qualquer atividade esportiva, seja ela competitiva ou recreacional, com o

intuito de prevenir lesões do sistema osteomioarticular1. Witvrouw et al.2 destacaram

os benefícios do aquecimento e do alongamento na prevenção de lesões em

esportes de alta intensidade como o futebol. No entanto, com exceção de um

aumento da amplitude de movimento (ADM), estudos3,4 não têm encontrado

evidências substanciais que sustentem o uso dessas técnicas na prevenção de

lesões.

Dentre as técnicas de alongamento disponíveis, a técnica estática tem sido

utilizada freqüentemente por ser considerada bastante eficiente para produzir

aumento agudo na ADM5,6. Nesta técnica, o músculo é conduzido lentamente até o

ponto de tolerância do tecido, sem dor, e então mantido neste comprimento máximo

durante um período de tempo pré-estabelecido. O auto-alongamento estático

apresenta como pontos positivos o fato de não necessitar, obrigatoriamente, de

outra pessoa para executá-lo, ser de fácil execução e oferecer baixo risco de

provocar lesão à unidade músculo-tendínea7,8.

Por esse motivo, inúmeros profissionais prescrevem exercícios de

alongamento por meio dessa técnica durante o trabalho de aquecimento9.

Entretanto, atualmente muitos estudos têm apontado que a técnica estática pode

induzir perda aguda da ordem de 5 a 30% da força máxima e da potência de grupos

musculares previamente alongados5,9,10,11. Esses achados têm levado alguns

pesquisadores a questionarem a inclusão de exercícios de alongamento durante o

período de aquecimento, sobretudo antes de atividades que exijam força e potência

musculares, especialmente em provas de curta duração9,11.

No estudo de Marek et al.11 foram analisados os efeitos da aplicação de

técnicas de alongamento estático e de facilitação neuromuscular proprioceptiva

(FNP) sobre o desempenho isocinético e a atividade eletromiográfica do quadríceps.

Os principais achados foram déficits pós-alongamento no pico de torque, na

potência média e na amplitude do sinal eletromiográfico para ambos os protocolos

de alongamento. Esses resultados sugerem que as duas técnicas de alongamento

foram capazes de alterar tanto a relação comprimento-tensão da unidade músculo-

tendínea quanto o nível de ativação muscular. Já Brandenburg12 encontrou déficits

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3

significativos na performance isocinética dos músculos isquiotibiais após protocolos

de alongamento estático, com duração de apenas 15 e 30 segundos.

Outros estudos4,13-15 sugeriram que o alongamento pré-exercício pode

comprometer a habilidade muscular para produção de força máxima. De acordo com

Cramer et al.1, a indução da diminuição de força pelo alongamento pode ser

explicada através de alterações nos fatores neuromusculares como diminuição na

ativação da unidade motora e/ou mudanças da sensibilidade reflexa. Em confronto

com esses achados Evetovich et al.16 e Cramer et al.17 ao analisarem os efeitos do

alongamento estático sobre a atividade eletromiográfica muscular não encontraram

diferenças na amplitude de ativação pré e pós-alongamento.

Com relação ao aquecimento, uma das principais vantagens de realizá-lo de

forma ativa é a especificidade, pois aquece justamente os músculos que serão

utilizados durante a atividade. Pode-se aquecer por meio de uma caminhada,

corrida, natação, bicicleta, entre outros18-21.

O aquecimento é uma prática amplamente aceita que precede quase todos os

eventos esportivos. No entanto, enquanto o aquecimento é considerado essencial

para um ótimo desempenho por muitos treinadores e atletas, há

surpreendentemente pouca evidência científica sobre a sua eficácia. Ainda que

alguns estudos tenham investigado a resposta fisiológica ao aquecimento,

relativamente poucos estudos têm relatado as alterações que ocorrem no

desempenho muscular após o aquecimento21.

Podem-se observar várias alterações fisiológicas em decorrência do

aquecimento18,20-23. O aumento da temperatura muscular irá diminuir a viscosidade

do tecido muscular e das articulações18,21,22. O aumento da temperatura central

aumentará a produção de energia pela aceleração das reações associadas à

fosforilação oxidativa. O aquecimento também tem efeito direto no aumento da

liberação de oxigênio da hemoglobina e mioglobina, aumento da taxa de reações

metabólicas e na velocidade de condução nervosa. Como efeitos indiretos têm-se o

aumento do fluxo sanguíneo muscular, aumento do consumo de oxigênio basal e os

efeitos psicológicos que se manifestam principalmente com a sensação de “estar

preparado” 18,21.

Com base na resposta biomecânica da unidade músculo-tendínea, vários

autores sugerem o uso do aquecimento antes do alongamento, pois acreditam que o

aumento da temperatura intramuscular resultará em uma maior extensibilidade da

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unidade músculo-tendínea e na diminuição da rigidez, levando a um aumento da

amplitude de movimento e menor risco de lesões musculares7,20,24,25.

Há uma série de instrumentos que podem ser utilizados para avaliar a eficácia

dos programas de alongamento e aquecimento, dentre eles o dinamômetro

isocinético26. O conceito de exercício isocinético começou no final dos anos 60 e

hoje os dinamômetros isocinéticos são amplamente utilizados para avaliar e treinar a

função muscular, tanto para fins de reabilitação como de treinamento físico27-30. A

aplicação generalizada do dinamômetro isocinético refere-se à sua capacidade de

quantificar com precisão a função muscular ao longo da amplitude total do

movimento, em velocidade constante. Assim, este sistema permite contrações

musculares máximas e realiza medições com alta reprodutibilidade27-29. Dentre as variáveis analisadas por meio da dinamometria, têm-se o torque

passivo, que é o maior torque alcançado durante o processo de alongamento

passivo, sendo considerado um indicador de tolerância ao alongamento. O

dinamômetro isocinético possui um modo passivo de operação e movimenta a

articulação desejada em velocidade constante, em amplitudes pré-determinadas,

registrando o torque de resistência oferecido contra o movimento. Esta variável pode

explicar como o músculo acomoda as mudanças no seu comprimento31.

Em contraste, a rigidez e a capacidade de absorção de trabalho do músculo

durante o alongamento passivo podem ser determinadas por meio do monitoramento

das alterações no comprimento muscular e das mudanças simultâneas na força

resistiva, podendo fornecer informações sobre a natureza da complacência do

músculo. A capacidade de medir estas propriedades elásticas do músculo é uma

ferramenta útil na tentativa de quantificar a resposta do músculo esquelético

passivamente alongado26.

Assim, a rigidez muscular passiva é definida como a razão entre a mudança

na tensão do músculo por unidade de mudança no seu comprimento, quando é

alongado sem a presença de atividade contrátil32. Um maior grau de rigidez

muscular implica que uma dada força transmite uma menor quantidade de

alongamento quando comparado ao músculo menos rígido. Assim, a musculatura

em torno de uma articulação desempenha um papel significativo na determinação da

rigidez articular33.

Sempre que o trabalho é feito em um músculo, ou na unidade músculo-

tendínea, energia é absorvida. Esta energia absorvida pode ser perdida na forma de

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calor ou pode ser armazenada como energia de deformação elástica, da qual uma

parte pode posteriormente ser recuperada e então reutilizada no movimento

subseqüente, para potencializar a ação muscular34,35. Dessa forma, a rigidez e a

capacidade de absorção de energia do músculo podem auxiliar não só na prevenção

de lesões musculares, como também na melhora do desempenho durante a

execução do movimento36.

Outros estudos se dedicaram a investigar as contribuições das características

neuromusculares, incluindo a rigidez muscular, no aumento da incidência de lesões

e sugerem que o alongamento estático reduz a tensão passiva e a rigidez da

musculatura esquelética tornando a unidade músculo-tendínea mais maleável,

afetando a transferência de força entre o músculo e o sistema esquelético. Os

autores apontam que pode ter ocorrido a redução na ativação de unidades motoras

que estaria associada a uma inibição provocada pela estimulação dos órgãos

tendinosos de Golgi (OTG) e pela contribuição dos receptores da dor, que foram

utilizados para delimitar a intensidade dos exercícios de alongamento, o que

induziria a uma diminuição da performance37,38.

Os efeitos do alongamento e aquecimento sobre os mecanismos

neuromusculares de proteção articular ainda não estão bem esclarecidos.

Mudanças agudas no comprimento, rigidez e na força da unidade músculo-tendínea

podem alterar a capacidade do músculo de detectar e responder às mudanças

bruscas do meio externo. Uma unidade músculo-tendínea mais complacente (maior

maleabilidade do músculo e tecidos conectivos) em conjunto com um distúrbio de

ativação muscular podem alterar os tempos de reação e movimento5.

Para melhor avaliar a relação entre propriocepção e resposta neuromuscular,

algumas pesquisas têm se baseado em medidas da ativação eletromiográfica, após

repentinas perturbações ou mudanças de posicionamento39-42. Assim, o tempo de

latência muscular (TLM) pode ser usado para identificar alterações no sistema

sensório-motor39.

Behn et al.5 sugeriram que o aquecimento aumenta a velocidade de condução

nervosa e poderia diminuir o tempo de resposta neuromuscular a um estímulo

externo. Ao estudar a resposta eletromiográfica dos músculos gastrocnêmio e sóleo

após aquecimento, Rosenbaum e Hennig43, perceberam diminuição no tempo de

latência e na amplitude de ativação. Assim, o tempo de ativação da musculatura, em

resposta às perturbações articulares, parece ser uma questão relevante quando se

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6

considera a capacidade do sistema para estabilizar a articulação e evitar a excessiva

deformação articular e tensão ligamentar41.

Desta forma, visto que as abordagens dos estudos feitos até os dias atuais

sobre os efeitos do alongamento e do aquecimento na performance são conflitantes

na literatura, este estudo visou avaliar os efeitos dessas duas técnicas, isoladas ou

associadas, no desempenho isocinético e na atividade eletromiográfica do músculo

bíceps femoral.

1.1 Justificativa

O alongamento e o aquecimento muscular são técnicas aplicadas

rotineiramente na fase pré-exercício em academias, clínicas e no preparo físico de

atletas. A literatura apresenta muitas controvérsias acerca dos seus reais benefícios

no desempenho muscular e na prevenção de lesões músculo esqueléticas.

Os estudos existentes avaliam as técnicas isoladamente, outros até fazem

comparações, mas não avaliam o desempenho muscular considerando a avaliação

isocinética e a atividade eletromiográfica.

Assim, este estudo se justifica pela necessidade de preencher essa lacuna,

pois há outras vertentes desse contexto a serem registradas cientificamente, para

analisar se o alongamento e o aquecimento muscular prejudicam ou potencializam o

desempenho muscular e se atuam aumentando ou reduzindo o risco de lesões

músculo esqueléticas por meio da investigação dos seus reais efeitos, isolados ou

associados, no desempenho do músculo bíceps femoral.

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7

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os efeitos imediatos do alongamento e do aquecimento muscular,

isolados ou associados, na atividade eletromiográfica e no desempenho isocinético

do músculo bíceps femoral.

1.2.2 Objetivos específicos

- Verificar o tempo de latência muscular pré e pós-intervenção nos quatro

grupos;

- Analisar os efeitos do alongamento e do aquecimento sobre o torque

passivo;

- Comparar a amplitude de ativação eletromiográfica do músculo bíceps

femoral antes e após as intervenções;

- Avaliar o desempenho muscular isocinético pré e pós-intervenção,

considerando as variáveis: pico de torque isométrico, pico de torque excêntrico e

potência excêntrica.

1.3 Hipóteses

1.3.1 H0

O alongamento e/ou aquecimento muscular, isolados ou associados, não

alteram o desempenho muscular isocinético nem a atividade eletromiográfica do

músculo bíceps femoral.

1.3.2 H1

O alongamento e/ou aquecimento muscular, isolados ou associados, alteram

o desempenho muscular isocinético e a atividade eletromiográfica do músculo

bíceps femoral.

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8

2 MATERIAIS E MÉTODOS

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9

2.1 Delineamento e local da pesquisa

Trata-se de um ensaio clínico controlado, randomizado, cego. O primeiro

pesquisador realizou a avaliação inicial e final de todos os voluntários, enquanto o

segundo pesquisador foi responsável por instruir os voluntários nos protocolos de

intervenção.

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Análise da Performance

Neuromuscular (LAPERN), do Departamento de Fisioterapia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

2.2 Amostra

O estudo foi composto por 64 voluntários, sendo 32 homens e 32 mulheres,

com idade média de 23,1 ± 3,5 anos e índice de massa corporal (IMC) médio de

23,5 ± 2,5 Kg/m2. Os voluntários foram recrutados por conveniência e aleatoriamente

divididos em 4 grupos: controle, aquecimento, alongamento e aquecimento +

alongamento, cada um com 16 participantes, sendo 8 homens e 8 mulheres. A

tabela 1 apresenta a caracterização da amostra no início do estudo, onde não foi

observada diferença entre os 4 grupos.

Tabela 1 - Caracterização da amostra. Valores da média (± desvio padrão) da idade e do índice de massa corporal (IMC).

Controle n = 16

Aquecimento n = 16

Alongamento n = 16

Aquecimento + alongamento n=16 p

Idade (anos) 22,8 (±3) 24,1 (±3,9) 22,2 (±3,3) 23,4 (±3,5) 0,49

IMC (Kg/m2) 23,3 (±3) 23,6 (±2,7) 23,5 (±2,7) 23,7 (±2,4) 0,98

Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença intergrupos, com p > 0,05.

Os critérios de inclusão requereram que os voluntários: tivessem idade entre

18 e 30 anos; fossem fisicamente ativos (IPAQ)44; não apresentassem história de

lesão, deformidade ou doenças osteomioarticulares no membro inferior não

dominante e apresentassem limitação de, no mínimo, 20º na ADM ativa de extensão

do joelho6,45. Os voluntários que não conseguissem realizar os procedimentos

avaliativos e de intervenção seriam excluídos do estudo, mas não houve nenhum

caso de exclusão.

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10

Para identificar a existência ou não do encurtamento muscular foi utilizado um

goniômetro universal (Carci®). A extensão do joelho não dominante foi mensurada

com o quadril a 90º (considerando zero a extensão completa do joelho). O membro

contralateral foi estabilizado por um pesquisador (figura 1).

Figura 1 - Verificação da ADM ativa de extensão do joelho

2.3 Alocação

O segundo pesquisador foi responsável pela distribuição aleatória dos

voluntários, por meio de sorteio simples sem reposição, em um dos 4 grupos:

- controle (n = 16);

- aquecimento (n = 16);

- alongamento (n = 16);

- aquecimento + alongamento (n = 16).

2.4 Aspectos éticos

O presente estudo foi realizado de acordo com a Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da UFRN, conforme Parecer nº. 161/2010 (ANEXO I). Todos os

integrantes concordaram em participar voluntariamente do estudo, tendo assinado

um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE I) que esclareceu os

propósitos, riscos e benefícios do estudo.

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11

2.5 Instrumentos

Para a avaliação da atividade eletromiográfica foi utilizado um conversor

analógico digital A/D (Modelo CS 800 – EMG System do Brasil) , com 8 canais,

resolução de 12 bits e razão de rejeição de modo comum > 80 dB (figura 2). O

eletromiógrafo foi alimentado por bateria LI-ION 11,1 V (EMG System do Brasil,

Brasil) e conectado a um notebook, que recebeu o sinal eletromiográfico e o

armazenou em arquivo. O software Windaq, versão 3.11 (DataQ Instruments, Ohio,

USA) foi utilizado para análise digital dos sinais.

Figura 2 - Conversor analógico/digital

Para a captação da atividade elétrica do músculo bíceps femoral, foi utilizado

um eletrodo de superfície ativo diferencial simples (EMG System do Brasil, Brasil). O

eletrodo é formado por duas barras paralelas de Ag/AgCl (prata/cloreto de prata),

medindo 1 cm de comprimento por 0,1 cm de largura e com distância inter-eletrodo

de 1 cm (figura 3). As barras são montadas sobre cápsulas de resina acrílica,

medindo 1,6 cm de comprimento por 1,4 cm de largura e 0,6 cm de altura.

Figura 3 - Eletrodo de superfície

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12

O eletrodo possui um ganho interno de 20 vezes. Como o ganho programado

no conversor A/D é de 100 vezes, o sinal foi amplificado 2000 vezes. Os sinais foram

captados em uma freqüência de amostragem de 2000 Hz e filtrados entre 20 e 500

Hz, conforme proposto por De Luca46.

O eletrodo de referência utilizado foi de superfície (Noraxon Inc, USA),

descartável, auto-adesivo, com gel e adesivo hipoalergênicos, com diâmetro de 3,8

cm de área circular adesiva e com 1 cm de diâmetro da área circular condutora

(figura 4).

Figura 4 - Eletrodo de referência

Um eletrogoniômetro (EMG System do Brasil, Brasil), conectado ao

eletromiógrafo e fixado na articulação do joelho do membro avaliado, foi utilizado

para determinar o início da variação da angulação articular, decorrente de uma

perturbação externa. Uma maca especialmente adaptada, com uma haste de

madeira em uma das suas extremidades, foi utilizada para posicionar o voluntário

em decúbito ventral durante a avaliação do tempo de latência muscular.

Foi utilizado também um dinamômetro isocinético computadorizado, (Biodex

Multi-Joint System 3, Biodex Biomedical System Inc, New York, USA) que é

composto essencialmente por uma cadeira, uma unidade de recepção de força

conectada a um braço de alavanca e uma unidade de controle, cujo monitor oferece

feedback visual ao voluntário durante a execução dos testes (figura 5).

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13

Figura 5 - Dinamômetro isocinético computadorizado

Uma bicicleta estacionária modelo Ergo 167 Cycle (Ergo Fit) foi utilizada para

realizar o aquecimento nos voluntários que pertenceram aos grupos de aquecimento

e aquecimento + alongamento (figura 6).

Figura 6 - Bicicleta estacionária

2.6 Procedimentos

2.6.1 Avaliação antropométrica

Os dados antropométricos foram coletados sempre pelo primeiro avaliador e,

juntamente com os dados pessoais foram anotados na ficha de avaliação (ANEXO

II).

Cadeira Unidade de recepção de força

Unidade de controle

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2.6.2 Avaliação inicial

Todas as avaliações foram realizadas pelo primeiro avaliador. Os 64

voluntários foram submetidos aos mesmos procedimentos de avaliação inicial e final,

do membro inferior não dominante, citados a seguir:

Registro da atividade eletromiográfica

Para a captação da atividade eletromiográfica (tempo de latência muscular e

amplitude de ativação) do músculo bíceps femoral, os voluntários foram submetidos

à preparação da pele com tricotomia e limpeza da área com álcool 70%. O eletrodo

foi posicionado no músculo bíceps femoral (BF) e fixado com esparadrapo e uma

faixa elástica, para evitar o deslocamento do eletrodo durante a realização dos

procedimentos. O posicionamento do eletrodo no músculo BF, seguiu os critérios do

SENIAM47; assim o eletrodo foi posicionado a 50% de distância entre a tuberosidade

isquiática e o epicôndilo lateral da tíbia (figura 7). O eletrodo de referência, por sua

vez, foi posicionado no maléolo medial do membro contralateral.

Figura 7 - Posicionamento do eletrodo

A captação do sinal eletromiográfico do tempo de latência muscular foi

realizada com o voluntário posicionado em decúbito ventral sobre a maca, com o

joelho do membro inferior não dominante flexionado em 90º e preso por um cabo

fixado no terço inferior da perna por meio de uma cinta com sua outra extremidade

fixa na haste de madeira da maca. O eletrogoniômetro, conectado ao eletromiógrafo,

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foi fixado no joelho avaliado por meio de tiras de velcro, com um dos seus braços

paralelo ao fêmur e o outro paralelo à fíbula (figura 8).

Figura 8 - Posicionamento do voluntário na maca

Cada indivíduo foi orientado a começar o movimento de extensão do joelho

com força máxima, quando o comando verbal (“prepara, vai”) lhe fosse dado. A

resistência mantida pelo cabo preso à haste foi liberada abruptamente, promovendo

uma mudança inesperada na angulação do joelho do indivíduo. O eletrogoniômetro

detectou o instante do início da variação do ângulo da articulação após a liberação

do sistema, enquanto o eletrodo de superfície, posicionado no ponto motor do

músculo BF, captou o instante do início da ativação do músculo bíceps femoral,

enquanto este atuou como desacelerador do movimento de extensão do joelho.

Desempenho isocinético

Após esse procedimento, a avaliação isocinética foi realizada utilizando-se o

dinamômetro isocinético computadorizado, que foi calibrado previamente à execução

dos testes, conforme as especificações e recomendações do fabricante.

Simultaneamente, também foi utilizado o eletromiógrafo, com o eletrodo

posicionado no músculo bíceps femoral para analisar a amplitude de ativação, dada

pela root mean square (RMS) durante a avaliação do desempenho isocinético.

Primeiramente foi avaliado o torque passivo normalizado pelo peso corporal e

para isso o dinamômetro foi utilizado no modo passivo de operação. O voluntário foi

posicionado sentado na cadeira ajustável do dinamômetro com um acessório

triangular acolchoado46 acoplado ao encosto da cadeira do dinamômetro. Este

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16

procedimento foi adotado para manter o quadril com aproximadamente 90° de flexão

e manter a pelve o mais próximo possível da posição neutra. Em seguida, o

voluntário foi devidamente estabilizado na cadeira do dinamômetro com cintos na

região pélvica e torácica, assim como na coxa do membro inferior avaliado. O eixo

de rotação do dinamômetro foi alinhado com o epicôndilo lateral do fêmur (eixo de

rotação anatômico do joelho) e o braço de alavanca foi ajustado na parte distal da

perna e fixado aproximadamente 5 cm acima do maléolo medial do tornozelo (figura

9). Todos esses ajustes seguiram as recomendações preconizadas por Dvir48.

Figura 9 - Posicionamento para avaliação do torque passivo

Ao voluntário foi dado o comando para que se mantivesse relaxado, enquanto

o braço de alavanca do dinamômetro estendeu o joelho, passivamente, a partir de

90° de flexão até a extensão completa e retornou à posição inicial, com velocidade

angular de 5°/s. O dinamômetro registrou e armazenou o torque passivo oferecido

contra o movimento de extensão passiva, gerado pelo componente elástico dos

músculos flexores do joelho.

Na seqüência foi avaliado o pico de torque isométrico normalizado pelo peso

corporal, com o voluntário posicionado da mesma forma no dinamômetro, mas sem

o acessório acolchoado (figura 10). O fator de correção da gravidade foi realizado

pelo próprio dinamômetro, sendo corrigido pelo peso do membro inferior relaxado

em 30° de flexão do joelho.

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17

O voluntário foi instruído a realizar 3 contrações isométricas voluntárias

máximas (CIVM) de flexão do joelho no ângulo de 45° de flexão49 durante 5

segundos, com 60 segundos de intervalo de recuperação entre elas.

Por fim, foi realizada a avaliação excêntrica com 5 contrações máximas dos

flexores de joelho à 60º/s. Foram avaliadas as variáveis pico de torque excêntrico

normalizado pelo peso corporal e potência excêntrica. Os dados obtidos foram

registrados e armazenados no dinamômetro isocinético. Ressalta-se que

previamente à avaliação isométrica e excêntrica foram realizadas 2 contrações

submáximas para a familiarização dos voluntários com o equipamento.

Em um notebook, conectado ao eletromiógrafo, foram armazenados os sinais

eletromiográficos do músculo bíceps femoral para análise da RMS durante a

avaliação isocinética.

Figura 10 - Posicionamento para avaliação isométrica e excêntrica

2.6.3 Protocolos de intervenção

Após a avaliação inicial, por ser um estudo cego, o primeiro pesquisador se

retirou do laboratório. O segundo pesquisador instruiu e supervisionou os voluntários

na execução dos protocolos de intervenção nos 4 grupos: controle, alongamento,

aquecimento ou aquecimento + alongamento.

Para a realização dos protocolos de intervenção, os eletrodos utilizados na

captação da atividade eletromiográfica foram desconectados do equipamento, para

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18

que não houvesse deslocamento ou alterações no posicionamento, permanecendo

fixados ao voluntário.

Os integrantes do grupo controle não foram submetidos a nenhum tipo de

intervenção, sendo apenas mantidos em repouso por 15 minutos.

O grupo aquecimento (figura 11) realizou exercício na bicicleta estacionária

durante 10 minutos com carga de 50 w e velocidade entre 60 e 70 rpm50.

Figura 11 – Posicionamento para aquecimento

Os voluntários do grupo alongamento realizaram 4 séries de 30 segundos de

auto-alongamento estático dos músculos isquiotibiais do membro inferior não

dominante, com intervalo de 30 segundos de repouso entre as séries. O voluntário

foi posicionamento na maca em decúbito dorsal, elevando o membro com o joelho

estendido com o auxílio de uma atadura, que passava pela face plantar do pé e era

puxada nas extremidades pelas mãos do voluntário, objetivando realizar flexão de

quadril até sentir desconforto na região posterior da coxa (figura 12).

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19

Figura 12 – Manobra de auto-alongamento

No grupo aquecimento + alongamento os voluntários realizaram primeiro os

procedimentos citados no grupo aquecimento e depois os procedimentos do grupo

alongamento.

2.6.4 Avaliação final

Imediatamente após o protocolo de intervenção, os voluntários foram

submetidos à reavaliação, que foi realizada pelo primeiro pesquisador, sendo os

procedimentos idênticos aos da avaliação inicial.

2.7 Análise do sinal eletromiográfico

Tempo de latência muscular (TLM)

Na avaliação do TLM, o tempo de coleta do sinal eletromiográfico foi de 5s

(figura 13). Para determinar o TLM foi necessário obter o instante de início da

variação angular do eletrogoniômetro (TE) e o instante de início da ativação muscular

efetiva (TM).

Considerou-se como TE, o instante, em milissegundos, em que o

eletrogoniômetro apresentou um aumento ≥ 3º para extensão do joelho.

Para obter o TM, foi necessário o valor da amplitude de repouso do músculo BF

que foi obtido por meio da RMS, em µV. Foi considerado como o início da ativação

muscular efetiva, o instante, registrado em milissegundos, em que o valor da RMS do

músculo bíceps femoral ultrapassou, para mais ou para menos, 3 vezes o desvio-padrão

do valor de repouso51.

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20

Assim, o TLM foi considerado o intervalo de tempo (em ms) decorrido entre o

instante de início da variação angular, captada pelo eletrogoniômetro e o instante de

início de uma atividade muscular efetiva, calculado pela fórmula TLM = TM - TE.

Figura 13 - Sinal eletromiográfico do tempo de latência muscular do bíceps femoral mostrando o início da variação angular no eletrogoniômetro (A), o início da atividade muscular (B) e o intervalo de tempo decorrido (C)

RMS durante a avaliação do torque passivo

O sinal eletromiográfico coletado simultaneamente à avaliação do torque

passivo teve 40 segundos de duração (figura 14). Foi analisada a RMS do músculo

BF nos instantes de 16 a 21 segundos, período no qual a articulação do joelho do

voluntário (estendido passivamente pelo braço de alavanca) atinge a extensão

completa.

Figura 14 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação do torque passivo

RMS durante a avaliação isométrica

Para avaliação da RMS do músculo BF durante a avaliação isométrica, foi

analisado o sinal eletromiográfico, com 5 segundos de duração, correspondente à

contração de maior pico de torque isométrico registrado pelo dinamômetro

A

C

B

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21

isocinético, dentre as 3 repetições de contração isométrica voluntária máxima (figura

15).

Figura 15 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação isométrica

RMS durante a avaliação excêntrica

Para a análise da RMS do músculo BF durante a avaliação excêntrica, foi

considerado o sinal eletromiográfico da contração excêntrica onde se registrou o

maior pico de torque, dentre as 5, registradas pelo gráfico do dinamômetro

isocinético (figura 16).

Figura 16 - Sinal eletromiográfico durante a avaliação excêntrica

Normalização do sinal eletromiográfico

Para possibilitar a comparação dos valores da RMS entre os voluntários, os

dados foram normalizados46. Para isso, o maior valor da RMS inicial encontrado em

cada voluntário foi considerado 100%, e os valores finais foram expressos em

função deste.

A figura 17 esquematiza as rotinas de avaliação inicial, dos protocolos de

intervenção e da avaliação final.

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22

Figura 17 - Esquema da rotina da pesquisa

2.8 Análise Estatística

A análise estatística foi realizada no software SPSS versão 17.0.

Primeiramente foi realizado o teste Kolmogorov-Smirnov (K-S) para verificação da

normalidade dos dados. Atendido esse pressuposto, todas as variáveis

apresentaram distribuição normal.

Na análise descritiva utilizou-se a média como medida do centro da

distribuição e o desvio padrão como medida de dispersão.

Na estatística inferencial utilizou-se o teste t pareado para a análise do

comportamento intra-grupo e a análise de variância ANOVA One-way com medidas

repetidas para verificar diferenças entre os grupos antes e após as intervenções. Em

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toda a análise estatística foi atribuído um nível de significância de 5% e intervalo de

confiança de 95% (IC 95%).

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3 RESULTADOS

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25

A tabela 2 demonstra a similaridade entre os grupos na avaliação inicial para

as variáveis analisadas.

Tabela 2 - Valores da média (± desvio padrão) do tempo de latência muscular do bíceps femoral (TLMBF), torque passivo (TP), pico de torque isométrico (PTI), pico de torque excêntrico (PTE) e potência excêntrica (PE) dos quatro grupos na avaliação inicial.

Variáveis Controle n = 16

Aquecimento n = 16

Alongamento n = 16

Aquecimento + alongamento n=16 p

TLMBF (ms) 27,8 (±25,5) 34 (±21,4) 20,9 (±24,9) 39,1 (±18,4) 0,13

TP (%) 59,4 (±19,8) 61,5 (±14,1) 60,2 (±14,7) 54,1 (±14,6) 0,58

PTI (%) 109,7 (±36,2) 108,8 (±38) 100,5 (±33,8) 105,9 (±34,3) 0,88

PTE (%) 222,1 (±54,6) 223,7 (±31,6) 200 (±44,6) 202 (±32,1) 0,23

PE (W) 103,3 (±33,5) 105,7 (±31,7) 98,1 (±29,6) 98,7 (±35,6) 0,89

Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença na comparação intergrupos das variáveis na avaliação inicial, com p > 0,05.

Para todas as variáveis analisadas, observou-se que não houve diferença

estatisticamente significativa na comparação intergrupos. No entanto, foram

constatadas diferenças em algumas variáveis na comparação intragrupos entre a

avaliação inicial e final. Todas as comparações pré e pós-intervenção intragrupos

estão descritas a seguir:

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26

3.1 Eletromiografia

Tempo de latência muscular do bíceps femoral

Pode-se observar na figura 18, que não houve diferença significativa pré e pós-

intervenção nos grupos: controle (de 27,8 ± 25,5 ms para 30 ± 23,9 ms, p = 0,7),

aquecimento (de 34 ± 21,4 ms para 29,3 ± 23,1 ms, p = 0,5) e alongamento (de 20,9

± 24,9 ms para 14 ± 28,9 ms, p = 0,3). Contudo, no grupo aquecimento +

alongamento observou-se redução do TLM (de 39,1 ± 18,4 ms para 21,8 ± 31,1 ms,

p = 0,030).

Figura 18 - Média e desvio padrão do tempo de latência muscular do bíceps femoral pré e pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

*

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27

RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação do torque passivo

Com base na análise realizada nos dados normalizados, pode-se observar na

figura 19, que não houve diferença significativa pré e pós-intervenção nos grupos:

controle (95,8 ± 54 %, p = 0,7), aquecimento (100,2 ± 32,8 %, p = 0,9) e

aquecimento + alongamento (105,2 ± 27,9 %, p = 0,4). No entanto, observou-se

redução significativa da RMS do músculo BF durante a avaliação do torque passivo

pré e pós-intervenção no grupo alongamento (75,4 ± 20,6 %, p = 0,0001).

Figura 19 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação do torque passivo pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

*

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28

RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação isométrica

Após a análise realizada nos dados normalizados, pode-se observar na figura

20, que não houve diferença significativa pré e pós-intervenção no grupo controle

(87,5 ± 28 %, p = 0,09). Entretanto, observou-se redução da RMS do músculo BF

durante a avaliação isométrica nos grupos: aquecimento (80,1 ± 26,2 %, p = 0,009),

alongamento (85,1 ± 16,9 %, p = 0,003) e aquecimento + alongamento (70 ± 16,4 %,

p = 0,0001).

Figura 20 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação isométrica pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

* * *

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RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação excêntrica

A análise realizada nos dados normalizados não apresentou diferenças

estatisticamente significativas pré e pós-intervenção nos grupos aquecimento (87,9 ±

25,7 %, p = 0,08) e alongamento (97,8 ± 25,1 %, p = 0,7). Porém, apresentou

redução significativa nos grupos controle (86,6 ± 22 %, p = 0,02) e aquecimento +

alongamento (81,8 ± 25,5 %, p = 0,01), conforme ilustra a figura 21.

Figura 21 - Média e desvio padrão da RMS do músculo bíceps femoral durante avaliação excêntrica pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

* *

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30

3.2 Dinamometria

Torque passivo

Pode-se observar na figura 22, que não houve diferença significativa pré e pós-

intervenção em nenhum dos grupos: controle (de 59,4 ± 19,8 % para 62,8 ± 20,3 %,

p = 0,2), aquecimento (de 61,5 ± 14,1 % para 61,5 ± 14,9 %, p = 0,9), alongamento

(de 60,2 ± 14,7 % para 61,3 ± 16 %, p = 0,4) e aquecimento + alongamento (de 54,1

± 14,6 % para 53,9 ± 10,4 %, 0,9).

Figura 22 - Média e desvio padrão do torque passivo pré e pós-intervenção

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Pico de torque isométrico

Observou-se (figura 23) redução do pico de torque isométrico em todos os

grupos: controle (de 149,5 ± 45,4 % para 137,3 ± 43,9 %, p = 0,01), aquecimento (de

152,4 ± 33 % para 131,6 ± 30,7 %, p = 0,0001), alongamento (de 139,8 ± 35,5 %

para 120,6 ± 34,1 %, p = 0,0001) e aquecimento + alongamento (de 145 ± 25,4 %

para 123 ± 23 %, p = 0,0001).

Figura 23 - Média e desvio padrão do pico de torque isométrico pré e pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

* * * *

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Pico de torque excêntrico

Com relação à análise do pico de torque excêntrico (figura 24) não foram

identificadas diferenças intragrupos entre a avaliação inicial e final em todos os

grupos: controle (de 222,1 ± 54,6 % para 211 ± 52 %, p = 0,08), aquecimento (de

223,7 ± 31,6 % para 213,1 ± 27,5 %, p = 0,09), alongamento (de 200 ± 44,6 % para

207 ± 43,4 %, p = 0,3) e aquecimento + alongamento (de 202 ± 32,1 % para 194,5 ±

30,3 %, p = 0,06).

Figura 24 - Média e desvio padrão do pico de torque excêntrico pré e pós-intervenção

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Potência excêntrica

Conforme ilustra a figura 25, não houve diferença pré e pós-intervenção

dentro dos grupos: controle (de 103,3 ± 33,5 W para 99 ± 29,9 W, p = 0,2) e

alongamento (de 98,1 ± 29,6 W para 93 ± 30 W, p = 0,1). Mas apresentou redução

dentro dos grupos: aquecimento (de 105,7 ± 31,7 W para 96,1 ± 26,2 W, p = 0,005)

e aquecimento + alongamento (de 98,7 ± 35,6 W para 93,1 ± 33,5 W, p = 0,02).

Figura 25 - Média e desvio padrão da potência excêntrica pré e pós-intervenção. (*) Diferença significativa (p ≤ 0,05)

* *

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34

4 DISCUSSÃO

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35

4.1 Eletromiografia

Tempo de latência muscular do bíceps femoral

O tempo de latência muscular do bíceps femoral foi significativamente reduzido

no grupo que realizou aquecimento + alongamento muscular, enquanto nos demais

grupos não houve alteração estatisticamente significativa. Achados conflitantes

foram publicados na literatura por Rosenbaum e Hennig43, que constataram redução

do TLM dos músculos gastrocnêmio e sóleo após protocolo de aquecimento com 10

minutos de corrida na esteira e aumento do TLM desses músculos após

alongamento passivo. Provavelmente as diferenças entre os resultados dos dois

estudos se devem ao grupo muscular avaliado e aos protocolos de intervenção,

tanto no aquecimento quanto no alongamento, pois no presente estudo foi avaliado

o músculo bíceps femoral, os voluntários realizaram manobra de auto-alongamento

dos músculos isquiotibiais e o aquecimento foi realizado em bicicleta estacionária

com resistência de 50 w e velocidade entre 60-70 rpm.

Por outro lado, Benesch et al.40, ao analisarem o TLM dos fibulares longo e

curto após súbita inversão do tornozelo, não encontram diferença no tempo de

latência pré e pós-intervenção de 5 minutos de alongamento por meio da técnica

contrair-relaxar. Porém, no mesmo estudo constatou-se redução do TLM do fibular

curto após aquecimento realizado em bicicleta ergométrica por 5 minutos com

freqüência cardíaca entre 100 e 130 bpm. Embora estes autores não tenham se

deparado com alterações no TLM após o alongamento, assim como o presente

estudo, os autores constataram que o aquecimento reduziu o TLM, mas a execução

do protocolo de aquecimento foi monitorada por meio da freqüência cardíaca e no

presente estudo o protocolo de aquecimento foi controlado pela velocidade entre 60-

70 rpm. Ademais, os autores não citam qual resistência utilizaram na execução do

aquecimento.

Em contrapartida, embora não tenham avaliado exatamente o TLM, Stewart et

al.52 encontraram aumento da freqüência mediana e redução da RMS do músculo

vasto lateral após 15 minutos de aquecimento no ciclo ergômetro a 70% do limiar

anaeróbio com aumento da temperatura muscular em 3°C. Os autores sugeriram

que teria ocorrido um aumento na velocidade de condução nervosa e poderia

significar ativação mais rápida das fibras musculares. Uma razão para a diminuição

do TLM não ter atingido índice de significância no presente estudo, pode ter sido o

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curto tempo de aquecimento realizado (10 minutos de bicicleta estacionária). Dessa

forma, o protocolo aplicado não teria sido suficiente para promover uma facilitação

neuromuscular durante a execução do movimento de desaceleração da extensão do

joelho.

Cabe ressaltar que os grupos que realizaram aquecimento ou alongamento

isoladamente, apresentaram redução do TLM que não atingiu significância.

Entretanto, pode-se observar que ao serem aplicadas em associação, no grupo

aquecimento + alongamento, as técnicas exerceram influência no sentido de reduzir

significativamente o TLM. O aumento da temperatura muscular ocasionada pelo

aquecimento poderia aumentar a velocidade de abertura e fechamento dos canais

Na+ do músculo. A redução do tempo de difusão do Na+ para dentro da célula

provocaria uma diminuição na amplitude do potencial de ação, que se traduziria em

uma diminuição da amplitude eletromiográfica e em aumento na velocidade de

propagação do potencial de ação ao longo da fibra nervosa53.

Sabe-se que os músculos isquiotibiais atuam de forma sinérgica com o

ligamento cruzado anterior evitando a translação anterior da tíbia e, particularmente

nesse caso, a redução do tempo de ativação muscular poderia auxiliar não só na

desaceleração do movimento de extensão do joelho, mas também na prevenção de

danos ao ligamento42. Neste contexto, Johansson et al.54 e Sojka et al.55

encontraram evidências de que receptores de baixo limiar do ligamento cruzado

podem influenciar a sensibilidade do fuso muscular e promover uma situação de

alerta em resposta a situações de estresse articular.

Assim, os resultados encontrados no presente estudo sugerem que o

aquecimento associado ao alongamento poderia promover alterações no feedback

proprioceptivo a partir da pré-ativação dos proprioceptores mecânicos de baixo limiar

que colocariam o fuso muscular em pronto estado de ação42. Isto reduziria o tempo

de latência muscular e poderia prevenir lesões músculo esqueléticas.

RMS durante a avaliação do torque passivo

A avaliação da amplitude de ativação do músculo bíceps femoral, durante a

avaliação do torque passivo apresentou redução no grupo alongamento, quando

comparadas as avaliações inicial e final.

A análise da atividade eletromiográfica pode detectar alterações na ativação

muscular decorrentes do alongamento, portanto, é uma medida que pode fornecer

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informações úteis a respeito dos fatores bioelétricos que ajudam a explicar as

alterações no torque passivo induzidas pelo alongamento11. Assim, Magnusson et

al.56,57 avaliaram o torque passivo após alongamento estático dos músculos

isquiotibiais e não encontraram alteração na atividade eletromiográfica. Uma

explicação relevante para esses diferentes achados eletromiográficos diz respeito à

influência dos fatores neurais.

Sabe-se que os fusos musculares apresentam fibras chamadas intrafusais, dis-

postas em paralelo no ventre muscular com as fibras musculares (extrafusais),

possibilitando que um alongamento muscular vigoroso seja percebido pelas

terminações sensoriais situadas na região mais central do fuso, as quais sinalizarão

para o centro integrador na medula, através do aumento de impulsos nervosos por

via aferente. Como resposta a este estímulo, os motoneurônios alfa iniciam uma

contração da musculatura agonista ao movimento e inibição da musculatura

antagonista. A esse mecanismo de ação por feedback dá-se o nome de reflexo de

estiramento58-61. Assim, no presente estudo, é possível que a sensibilidade do fuso

muscular possa ter sido reduzida no grupo que realizou o alongamento, sendo

traduzida na redução da atividade eletromiográfica do músculo bíceps femoral.

RMS durante a avaliação isométrica e excêntrica

Os resultados do presente estudo apontaram redução da RMS do músculo

bíceps femoral durante a avaliação isométrica após aplicação do protocolo de

aquecimento e alongamento, quando aplicados isoladamente e em associação. Com

relação à RMS durante avaliação excêntrica, os resultados apontaram redução da

RMS do músculo bíceps femoral no grupo controle e no grupo que realizou o

aquecimento + alongamento.

A literatura apresenta estudos com resultados conflitantes. Power et al.62

submeteram 12 sujeitos a 270s de alongamento estático para cada um dos 3 grupos

musculares (quadríceps, flexores plantares e isquiotibiais) e analisaram a atividade

eletromiográfica durante a avaliação do torque isométrico durante a CIVM. Eles não

detectaram alterações significativas na atividade eletromiográfica.

Por outro lado, Marek et al.11 verificaram que, após 120 segundos de

alongamento do quadríceps, houve uma redução da atividade eletromiográfica, tanto

para o alongamento estático como para a técnica manter-relaxar. Assim como

Stewart et al.52, que encontraram redução da RMS do músculo vasto lateral após 15

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minutos de aquecimento no ciclo ergômetro a 70% do limiar anaeróbio com aumento

da temperatura muscular em 3°C.

Fowles et al.3 sugeriram que o maior responsável pela redução da capacidade

de produzir força, durante os 15 primeiros minutos, após cessado o alongamento

passivo de flexores plantares, foi um déficit na capacidade de ativação das unidades

motoras, identificado pela eletromiografia. Esses pesquisadores sugeriram, que tal

déficit poderia estar relacionado a uma persistente atividade reflexa do OTG, um

feedback mecanoceptor ou nociceptor, e/ou mecanismos relacionados à fadiga.

O OTG apresenta suas fibras dispostas em série com as fibras musculares

junto aos tendões. Suas terminações sensoriais se entrelaçam com as fibras dos

tendões de modo que sempre que houver aumento de tensão no músculo, essas

fibras serão sensibilizadas, sinalizando para o centro integrador pela via aferente. A

resposta produzida atua inibindo a contração da musculatura agonista e estimulando

a contração dos antagonistas ao movimento, quando a tensão no músculo alcançar

níveis críticos58-61.

Nesse sentido, no presente estudo pode ter ocorrido ativação do reflexo

inibitório gerado pelos OTGs em resposta ao estimulo provocado pelo alongamento

dos músculos isquiotibiais63,64. Este fenômeno inibitório foi descrito por trabalhos,

alguns dos quais realizaram avaliações eletromiográficas de superfície e

constataram que tal fenômeno é responsável por redução significativa no número de

unidades motoras recrutadas no grupo muscular sob a sua influência, também

limitando consideravelmente a produção de forca gerada por esses músculos11,12,65.

Handel et al.66 analisaram o efeito de 8 semanas de alongamento manter-

relaxar dos isquiotibiais e quadríceps, em 16 atletas, na flexibilidade, atividade

eletromiográfica e torque concêntrico, excêntrico e isométrico. Eles encontraram que

a atividade eletromiográfica durante a contração voluntária máxima excêntrica é

menor do que a isométrica e concêntrica; e que após o programa de alongamento, a

atividade eletromiográfica durante a contração voluntária máxima excêntrica

aumentou, mas continuou inferior à isométrica e à concêntrica, que não alteraram.

Desta forma, quando se relaciona a atividade eletromiográfica ao torque ativo,

observa-se que o efeito imediato, na maioria dos estudos, é de redução ou

manutenção da atividade eletromiográfica67. No entanto, os efeitos em longo prazo

parecem ser de manutenção ou aumento do nível de atividade eletromiográfica,

particularmente quando se trata de exercícios de contração excêntrica66.

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39

Há poucos estudos envolvendo avaliação de contração excêntrica, dificultando

a discussão desses resultados. Kraemer et al.68 têm chamado a atenção para

escassez de estudos envolvendo esse tipo de contração e Lindstedt et al.69 atribuem

essa escassez à forte associação entre esse tipo de contração e os mecanismos de

lesão muscular demonstrados experimentalmente.

Estudos apontam uma redução do registro eletromiográfico durante contrações

excêntricas, quando comparados às concêntricas, sugerindo menor recrutamento de

unidades motoras70-72. Como ocorreu uma redução da amplitude de ativação no

grupo controle durante a avaliação excêntrica após a intervenção, sugere-se que os

15 minutos de repouso com o joelho flexionado em 90° tenham induzido alterações

neurais.

Por outro lado, a redução da RMS durante a avaliação isométrica nos grupos

aquecimento e alongamento, isolados e associados encontrada no presente estudo

pode estar relacionada, conforme mencionado anteriormente, com a redução do

tempo de difusão do Na+ para dentro da célula que se traduziria em uma diminuição

da amplitude eletromiográfica e em aumento na velocidade de propagação do

potencial de ação ao longo da fibra nervosa53, ou ainda por inibição provocada pela

ativação de OTG3.

4.2 Dinamometria

Torque passivo

No presente estudo, o torque passivo não apresentou diferenças pré e pós-

intervenção em nenhum dos grupos avaliados. Em contrapartida, Mitchell et al.73

realizaram uma série de 4 repetições de alongamento manter-relaxar nos

isquiotibiais, e verificaram que houve uma redução no torque passivo quando foram

comparadas a primeira e a quarta repetições. Já Morse et al.74 realizaram uma série

de 5 repetições de alongamento estático no tríceps sural, e observaram que o torque

passivo, medido entre 20º e 25º de dorsiflexão do tornozelo, reduziu 47% após o

alongamento.

Kubo et al.75 submeteram 7 sujeitos ao alongamento estático do tríceps sural,

durante 10 minutos, a um ângulo fixo de 35º para todos os sujeitos, e observaram

que houve uma redução na rigidez passiva. Estes pesquisadores sugerem que o

alongamento reduz a viscosidade tendínea.

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40

Magnusson et al.76 analisaram os efeitos do alongamento lento dos músculos

isquiotibiais na fase dinâmica e durante a manutenção da posição de alongamento

por 90s (fase estática). Os resultados mostraram uma maior redução da rigidez

passiva em sujeitos encurtados do que em sujeitos não-encurtados. Na fase

estática, o pico do torque passivo reduziu nos sujeitos encurtados e nos não

encurtados. Estes autores sugerem que o declínio na resistência induzida pelo

alongamento muscular é uma resposta de relaxamento da tensão viscoelástica.

À primeira vista, tais estudos contradizem os resultados obtidos no presente

experimento. Segundo os autores citados, o alongamento produz uma redução do

torque passivo, que pode estar relacionada a um aumento da tolerância ao

alongamento. No entanto, algumas diferenças metodológicas podem ser as

possíveis causas da discordância de resultados, como por exemplo, a duração do

procedimento (Morse et al.74, Kubo et al.75), a aferição e comparação do torque

passivo durante as repetições da manobra de alongamento (Mitchell et al.73) ou

durante o início e o fim da fase estática do procedimento (Magnusson et al.76).

Assim, levando-se em consideração que o torque passivo não sofreu alteração

após as intervenções no presente estudo, pode-se inferir que uma única sessão dos

protocolos aplicados não altera as propriedades viscoelásticas do músculo.

Pico de torque isométrico, excêntrico e potência

No presente estudo o pico de torque isométrico apresentou redução em todos

os grupos após a intervenção, inclusive no controle. Ora, notadamente pode-se

observar uma relação entre o pico de torque isométrico e a amplitude de ativação

eletromiográfica durante essa avaliação, pois ambos apresentaram redução. Assim,

a redução da RMS pode estar relacionada com diminuição de força, já que tem sido

demonstrado que a RMS tem uma relação positiva com a produção de força46.

Muitas revisões sistemáticas67,77,78 e estudos experimentais3,9,15 têm sugerido

que o alongamento pré-exercício pode temporariamente comprometer a habilidade

do músculo de produzir força máxima. Relata-se que este déficit afeta a produção de

força isométrica3,15 e pico de torque concêntrico1,13. Duas principais hipóteses têm

sido propostas para explicar o déficit de força induzido pelo alongamento: os fatores

mecânicos, envolvendo alterações na relação comprimento-tensão, na relação força-

velocidade, e/ou redução das propriedades viscoelásticas da unidade músculo-

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tendínea1,3,9,13,16 e os fatores neurais, envolvendo a redução na excitabilidade da

placa motora, reduzindo a ativação muscular periférica1,3,5,13,15.

No presente estudo, as propriedades viscoelásticas provavelmente não

exerceram influência, pois os resultados com relação ao torque passivo não se

mostraram reduzidos. No entanto, Stewart et al.52 não encontraram alteração na

força isométrica máxima, mas redução da RMS do músculo vasto lateral após 15

minutos de aquecimento no ciclo ergômetro a 70% do limiar anaeróbio com aumento

da temperatura muscular em 3°C.

Com relação ao pico de torque excêntrico pôde-se observar que no presente

estudo, esta variável não foi alterada em nenhum dos grupos. Mas, vale ressaltar as

divergências encontradas entre a avaliação excêntrica e isométrica. Na avaliação

inicial a média de pico de torque isométrico atingida nos 4 grupos foi de 147 % e na

excêntrica foi de 212 % (normalizados pelo peso corporal), demonstrando que

contrações excêntricas máximas geram mais tensão por unidade muscular do que

contrações isométricas69-72. Uma possível explicação estaria nos fatores

motivacionais, pois na contração excêntrica a resistência imposta pelo equipamento

é sempre maior que a força gerada pelo voluntário, o que proporciona uma espécie

de “competição”, produzindo um esforço voluntário máximo. Outra razão para estas

divergências estaria associada aos componentes elásticos do músculo, que parecem

atuar em conjunto com os componentes contráteis na avaliação excêntrica,

diferentemente da isométrica que utiliza os componentes contráteis.

No entanto, também se podem observar divergências nos resultados após as

intervenções entre o pico de torque isométrico (redução em todos os grupos,

inclusive no controle) e excêntrico (inalterado). Assim, sugere-se que essas

divergências poderiam ocorrer devido à micro-rupturas no músculo ocorridas durante

a avaliação inicial, pois as 5 repetições de contrações excêntricas máximas

envolveram o alongamento muscular durante a contração, o que pode levar ao

rompimento de sarcômeros e à lesão na membrana da fibra muscular79. Este fato

pode ter afetado a contração isométrica na avaliação final, porém, não afetou a

contração excêntrica, pois conforme já mencionado, a contração isométrica parece

necessitar mais dos componentes contráteis do músculo e a excêntrica parece estar

relacionada com uma associação entre os componentes contráteis e elásticos.

De acordo com a revisão de Lindstedt et al.35 as contrações excêntricas

resultam em maior quantidade de força muscular à custos energéticos relativamente

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baixos. As contrações excêntricas desempenham um papel chave no

armazenamento de energia de deformação elástica, pois o músculo é alongado

durante a contração, aumentando a tensão elástica e elevando a tensão muscular

total. Os autores atentam para o fato de que o tendão não seria o único responsável

pelo armazenamento e liberação da energia de deformação elástica, mas que dentro

da fibra muscular, o filamento de titina contribuiria significativamente para a

produção de tensão ativa quando o músculo é alongado por imposição de uma

resistência externa durante a contração.

Shrier67 em revisão sistemática afirma que reduções na performance relativas à

produção de força estão mais relacionadas ao dano causado no momento do

alongamento. O autor sugere que estiramentos acima de 20% do comprimento de

repouso da fibra podem causar dano muscular, resultando em redução da força.

Estiramento de 20% pode ocorrer nos sarcômeros durante uma caminhada de

intensidade regular e certamente podem se exceder no caso de aplicação de

alongamento ou até mesmo durante a avaliação do torque passivo (como realizado

no presente estudo).

Com relação à potência excêntrica, os resultados apresentaram redução no

grupo aquecimento e no grupo aquecimento + alongamento. Sabe-se que a potência

é o trabalho realizado dividido pelo tempo demandado48. Desta forma, como o pico

de torque excêntrico não se alterou, os resultados sugerem que o tempo para atingir

o pico de torque aumentou, e como a potência e o tempo são inversamente

proporcionais, a potência sofreu redução. Uma possível explicação seria que os

voluntários que realizaram o aquecimento foram submetidos à um volume de

trabalho maior que os do grupo alongamento, além de que o aquecimento foi

realizado de forma ativa pelos voluntários durante 10 minutos e o alongamento foi

realizado passivamente em 4 séries de 30 segundos.

A literatura apresenta controvérsias, pois foi demonstrado que o alongamento

estático reduz a força muscular máxima, resistência e a potência9,80. Mas, o

aquecimento tem se mostrado eficaz em aumentar a potência em bicicleta

ergométrica. Contudo, sabe-se que o intervalo de recuperação após o aquecimento

pode afetar o desempenho muscular. Dependendo da intensidade e da duração do

aquecimento, a performance de curta duração pode ser aumentada, desde que o

intervalo de recuperação seja suficiente para permitir que as reservas energéticas

sejam restauradas. Assim, um intervalo de recuperação entre 5 e 15 minutos, seria

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suficiente para proporcionar efeitos ergogênicos18. No entanto, no presente estudo

os voluntários foram submetidos à reavaliação imediatamente após a execução dos

protocolos de intervenção, tendo decorrido apenas aproximadamente 1 ou 2 minutos

para o reposicionamento dos voluntários até ser iniciada a avaliação final.

Por fim, cabe ressaltar que os resultados do presente estudo estão restritos a

sujeitos saudáveis e fisicamente ativos.

Sugere-se que sejam realizados estudos a fim de avaliar os efeitos crônicos do

alongamento e do aquecimento muscular na performance de sujeitos em processo

de reabilitação.

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5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

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- O protocolo de aquecimento + alongamento utilizado no presente estudo

reduziu o TLM do bíceps femoral;

- O alongamento promoveu redução da RMS durante a avaliação do torque

passivo, podendo-se inferir que o protocolo aplicado promoveu alterações neurais;

- O torque passivo não sofreu alteração, indicando que o alongamento e o

aquecimento, isolados ou associados, não causam alterações imediatas nas

propriedades viscoelásticas do músculo;

- A redução do pico de torque isométrico em todos os grupos, incluindo o

controle, sugere que a avaliação inicial, que inclui contrações excêntricas máximas,

pode ter afetado os componentes contráteis da fibra muscular;

- Não houve alteração no pico de torque excêntrico em nenhum dos grupos, o

que indica que os protocolos aplicados não alteraram as propriedades elásticas do

músculo.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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47

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7 ANEXOS

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ANEXO I: Parecer nº. 161/2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ESCLARECIMENTOS:

Este é um convite para você participar da pesquisa EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS FEMORAL, que é coordenada pelo Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Esta pesquisa procura analisar se o alongamento e o aquecimento prejudicam ou potencializam o desempenho muscular e se atuam aumentando ou reduzindo o risco de lesões músculo esqueléticas, através da investigação dos reais efeitos dessas duas técnicas, isoladas ou associadas, no desempenho muscular isocinético (torque passivo, pico de torque e potência) juntamente com a avaliação da atividade eletromiográfica (tempo de latência muscular e amplitude de ativação) do músculo posterior da coxa.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimentos: tricotomização (depilação) e limpeza de uma pequena região da pele; fixação de eletrodos com esparadrapo para captação da atividade elétrica do músculo posteriore da coxa antes e durante a realização de uma série de atividades aos quais o(a) senhor(a) será solicitado(a) a realizar, seguindo as orientações dos pesquisadores. Através de um pré-sorteio o(a) senhor(a) será distribuído a um dos 4 grupos existentes na pesquisa: controle (não realizará nenhuma atividade), alongamento (4 séries de 30 segundos de alongamento dos músculos posteriores da coxa), aquecimento (bicicleta ergométrica por 10 minutos) ou aquecimento + alongamento (a bicicleta e depois o alongamento). Antes e após a realização da atividade determinada pelo grupo, o(a) senhor(a) será avaliado(a) no eletromiógrafo e no dinamômetro isocinético, que são equipamentos destinados a coletar os dados do seu desempenho. Esta etapa é indolor e não há riscos.

Os riscos envolvidos com sua participação serão mínimos, podendo ocorrer dor e desconforto muscular na região posterior da coxa se o(a) senhor(a) for pertencente a um dos grupos que realizará o alongamento. Esses riscos serão minimizados através das orientações dadas no início das atividades, porém se os sintomas persistirem, estará assegurado o acompanhamento clínico necessário no Departamento de Fisioterapia da UFRN, até que seja garantido o seu total restabelecimento.

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Ao participar dessa pesquisa o(a) senhor(a) terá como benefício o conhecimento sobre o seu desempenho muscular nas medidas avaliadas e poderá contribuir para esclarecer se há e quais são os reais benefícios de realizar alongamento e/ou aquecimento antes de atividade física.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. As informações coletadas serão arquivadas no Departamento de Fisioterapia pelo pesquisador responsável Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro pelo prazo de 5 anos.

O(a) senhor(a) fica ciente de que não receberá nenhuma forma de remuneração financeira pela participação nesse estudo, mas as despesas decorrentes da sua participação na pesquisa serão ressarcidas.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano associado ou comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para o Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro, no endereço Av. Salgado Filho, 3000 Campus Universitário ou pelo telefone (084)9112-9515.

Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-UFRN) no endereço: Praça do Campus, Campus Universitário, CP 1666, CEP: 59078-970 - Natal/RN ou pelo telefone (084) 3215-3135. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Eu declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa EFEITOS DO ALONGAMENTO E DO AQUECIMENTO NO DESEMPENHO ISOCINÉTICO E NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO MÚSCULO BÍCEPS FEMORAL. Assinatura:____________________________________Data:____/____/___ PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Jamilson Simões Brasileiro – Professor Orientador Endereço profissional: Av. Salgado Filho, 3000. Campus Universitário CEP:59078-970 Natal - RN. Telefone: 9112-9515 e-mail: [email protected] Ivy Marques Amaro – Aluna pesquisadora Endereço: Rua da Lagosta, nº. 150 – Ponta Negra. CEP: 59090-500 Natal – RN Telefone: 8703-1323 / 99077558 e-mail: [email protected]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APÊNDICE II

FICHA DE AVALIAÇÃO Nº _____

Data da avaliação: ___/___ /10 Código do Grupo:_______

Nome:_______________________________________

CPF_____________________

Data de nasc.: ___/___/___ Telefone:____________ e-mail:___________________

Idade: _______ Massa corporal: _______kg Altura: _________m

Atividade Física: ( ) Não Modalidade: ______________________________

( ) Sim Freqüência: _______________________________

Dominância: ( ) Esquerdo ( ) Direito

Faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim

História de lesão, trauma ou doença na articulação do joelho: ( ) Não ( ) Sim

Presença de dor na articulação do joelho ou em alguma parte do corpo?

( ) Não ( ) Sim Local: _______________________________________

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