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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS VIDEOARTE EM STOP MOTION: DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL. NATAL 2012

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Page 1: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA

THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS

VIDEOARTE EM STOP MOTION:

DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL.

NATAL

2012

Page 2: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA

THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS

VIDEOARTE EM STOP MOTION:

DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL.

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do titulo de licenciadas em Artes Visuais.

Orientadora: Prof.ª Dra. Nivaldete Ferreira

NATAL

2012

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MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA

THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS

VIDEOARTE EM STOP MOTION:

DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL.

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como pré-requisito para a obtenção do titulo de licenciadas em Artes Visuais.

Data de aprovação: ____/____/____ Conceito: ____________ Banca examinadora:

Profª. Nivaldete Ferreira da Costa Doutora em Educação

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Profª. Laurita Ricardo de Salles Doutora em Poéticas Visuais

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. José Veríssimo de Sousa Mestre em Artes Cênicas

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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Dedicamos este trabalho a todos aqueles

que fizeram parte desta longa caminhada

acadêmica: professores, amigos de curso,

amigos fora da universidade, familiares,

nossos noivos - que aguentaram nossa

ausência e stress por alguns momentos -

e principalmente a nossos pais, que foram

nosso verdadeiro apoio durante este

longo percurso.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos os que nos

ajudaram na elaboração deste trabalho: à

professora Nivaldete Ferreira que, além

de ter sido nossa orientadora, nos

presenteou com seu belíssimo “Psilinha

Cosmo de Caramelo”, texto que serviu

como grande fonte de inspiração na

elaboração do nosso vídeo. À banda

natalense Stoikheion, que nos cedeu a

música usada como trilha sonora da

nossa videoarte. Agradecemos também a

Gabriela Oliveira, que gentilmente nos

emprestou sua câmera fotográfica, sem

ela nosso vídeo não teria sido feito e aos

professores Rubén Figaredo, que nos deu

algumas orientações quando

precisávamos, e Olavo Bessa por terem

cedido a nós, a sala pertencente aos

projetos deles no Departamento de Artes,

da UFRN.

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“Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.”

Clarice Lispector

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Resumo

Este Trabalho de Conclusão de Curso, feito em dupla, tem como tema principal a

realização de uma videoarte mediante a técnica Stop Motion. A narrativa foi

inspirada no texto Psilinha Cosmo de Caramelo (literatura infantil), de autoria de

Nivaldete Ferreira. Sendo notória a falta de referências bibliográficas em livros,

acerca dessa técnica, recorremos a materiais online. Assim foi possível apresentar

dados históricos da técnica Stop Motion. E mais adiante relataremos também, nossa

experiência frente à produção desta videoarte, do surgimento das ideias para vídeo,

até a conclusão do mesmo.

Palavras-chave: Stop Motion, Videoarte, Experiência.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - George Meliés, Le voyage dans la lune -1902 ....................................... 13

Figura 02 - Fragmento do vídeo Dream of a Rarebit Fiend, de Edwin Porter -

1906……. .................................................................................................................. 13

Figura 03 - Fragmento do vídeo The Haunted Hotel, de James Stuart Blackton -

1907............................................................................................................................14

Figura 04 - Fragmento do vídeo El Hotel Eléctrico, de Segundo de Chomón -

1905...... .................................................................................................................... 15

Figura 05 - Fragmento do vídeo Fantasmagorie, de Emile Cohl - 1908 ................... 16

Figura 06 - Cenas de The Little Broadcast Puppetoon, George Pal -1943 ............... 17

Figura 07 - Quadros do filme Darkness, Light., Darkness, de Jan Svankmajer -

1989 .......................................................................................................................... 18

Figura 08 - Fragmentos de Adagio, Garri Bardin - 2000 ........................................... 20

Figura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982 ................................................ 20

Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park - 2000 ................. 22

Figura 11 - Willis O’Brien e o boneco do King Kong, feito para o filme ..................... 24

Figura 12 - Sequência da Medusa, do filme Clash of the Titans, Ray Harryhausen -

1981 .......................................................................................................................... 25

Figura 13 - Sequência do episódio Nasce a irmãzinha de Pingu, criado por Otmar

Gutman ..................................................................................................................... 28

Figura 14 - Cenas do videoclipe Her Morning Elegance, Oren Lavie -

2009............................................................................................................................29

Figura 15 - Mão de Mariana Pereira, numa representação de Psilinha mais

velha...........................................................................................................................33

Figura 16 - Mariana Pereira e Thayná Almeida, trabalhando na pré-produção do

vídeo...........................................................................................................................35

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SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................ 10

2. Stop Motion: A história e a técnica. ................................................................... 12

2.1 Stop Motion: sua História, seus percursores. ...................................................... 12

2.1.1 O stop motion como efeito especial em longas-metragens. ............................. 23

2.2 Stop Motion: a técnica do movimento parado ..................................................... 26

3. Nossa experiência: videoarte em stop motion ................................................. 31

3.1 Do desenvolvimento ao produto final .................................................................. 31

3.1.1 Sobre a ideia central da videoarte em Stop Motion .......................................... 32

3.1.2 Sobre os elementos técnicos ........................................................................... 34

3.2 PensAR [LETRAS] Libertadas por Mariana Pereira ............................................ 36

3.3 PensAR [LETRAS] Libertadas por Thayná Almeida ............................................ 39

4. Conclusão ............................................................................................................ 43

5. Referências Bibliográficas ................................................................................ 45

6. Bibliografia Consultada.......................................................................................47

7. Referências Imagéticas........................................................................................49

Apêndices ................................................................................................................ 50

Anexos.......................................................................................................................53

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho, feito em dupla por nós, alunas do curso de Artes Visuais da

Universidade Federal do Rio Grande no Norte, Mariana Pereira e Thayná Almeida,

diz respeito à descrição do processo de realização de uma videoarte com base na

técnica do Stop Motion, o qual, enquanto narrativa, foi inspirado no livro Psilinha

Cosmo de Caramelo (literatura infantil), de autoria de Nivaldete Ferreira. O interesse

pelo assunto nasceu durante as nossas experiências como alunas do curso de Artes

Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, particularmente a partir de

aprendizagens alcançadas nas disciplinas Tv e Vídeo, Tópicos em Arte

Contemporânea, disciplina essa que tivemos a oportunidade de fazer uma videoarte

juntas, entre outras disciplinas que fizeram despertar nosso fazer artístico dentro e

fora da universidade.

A primeira dificuldade encontrada foi a escassez de material bibliográfico,

embora a técnica seja bastante antiga, e ainda ser bastante utilizada. O fato,

entretanto, não nos desanimou, só nos levou a buscar mais e mais informações, a

cerca da história do Stop Motion.

Recorremos então às duas, e aparentemente únicas, fontes bibliográficas

publicadas por editoras em português, que foram o livro de Barry Puves (1955), que

trabalha com animação há mais de 30 anos e é um grande estudioso sobre o

assunto, e o livro de Susannah Shaw, que trabalha com animação. Fora essas

referências, tivemos que recorrer a pesquisas em sites especializados no assunto, e

que fossem de confiança, como no caso do site Stop Motion Brasil.

Nas páginas a seguir, passearemos um pouco pela história do Stop Motion,

contando um pouco sobre seus percussores, e falando também sobre os trabalhos

de diretores que ainda hoje trabalham com esta técnica. Após essa “viagem no

tempo”, abordaremos a técnica em si, como ela funciona, e as diversas maneiras de

se fazer vídeos em Stop Motion.

Faremos um apanhado geral sobre a técnica, para, a partir daí, relatarmos a

experiência da produção da nossa videoarte em Stop Motion. Descreveremos todo o

processo, desde as ideias para o desenvolvimento do vídeo, passando pela captura

das imagens, até a finalização do vídeo.

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Apesar do trabalho ter sido feito em dupla, o relato individual sobre a experiência

de cada uma não foi deixado de lado, havendo um momento em especial do texto,

onde o mesmo se subdividiu, e cada uma pode assim, contar suas experiências

pessoais, diante da elaboração deste trabalho acadêmico.

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2. Stop Motion: a história e a técnica.

Gosto da estranheza do stop-motion, da relativa rusticidade que sugere que uma mão humana esteve intima e diretamente envolvida e do impacto emocional que isso provoca.

Barry Purves

2.1 Stop Motion: Sua história, seus precursores.

O pioneirismo da técnica Stop Motion é associado ao mágico e ilusionista francês

Georges Méliés (1861-1938), que no fim do século XIX usava truques para compor

seus números de apresentação. Nestes, utilizava projeções de filmes que ele

mesmo, muitas vezes, produzia. Méliés via no cinema uma nova possibilidade de

ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde

fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas, e foi durante a filmagem

de uma dessas películas que sua câmera parou de funcionar.

Certa vez, enquanto capturava algumas imagens na rua, sua câmera parou de funcionar por alguns segundos. Esse acidente simples mudou tudo, para ele e para nós, pois no filme revelado a transição abrupta de uma cena para outra aparentemente tinha transformado um ônibus em um carro funerário- um chiste delicioso para Méliès. (PURVES, 2011, p.14)

Após essa “falha”, o ilusionista decidiu parar propositalmente os movimentos da

sua câmera, pois assim ele poderia recriar truques de ilusionismo, onde ele fazia

aparecer e desaparecer coisas e pessoas, em um mesmo lugar. Mas após essa

grande descoberta, o ilusionista não parou mais, e a cada filme inovou,

experimentando os vários efeitos que a técnica, acidentalmente descoberta, poderia

lhe proporcionar. Dentre os vários filmes feitos por Méliés, um é considerado por

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muitos sua obra-prima: é o chamado Le voyage dans la lune (1902), em português

Viagem à Lua (figura 1), em que o Stop Motion possibilitou criar incríveis ilusões,

como na sequência em que a espaçonave vai se aproximando da lua.

Figura 01 – (George Meliés, Le voyage dans la lune -1902)

Os vídeos produzidos por ele tinham, geralmente, como temas principais, os

contos de fadas, demônios, seres mágicos, enfim, eram repletos de magia e

fantasia, diferentemente de alguns cineastas da época, que costumavam capturar

apenas cenas do cotidiano (STOP MOTION, 2011).

George Mèliés utilizou-se muito do Stop Motion para criar os efeitos que sua

imaginação tanto sonhava alcançar, tanto que, ao longo dos anos, ele foi

aperfeiçoando a técnica descoberta. Mas além de George, outros cineastas da

época são considerados muito importantes na história do desenvolvimento do stop

motion, como, por exemplo, o americano Edwin Porter (1870-1941) que, em 1906,

fez o filme Dream of a Rarebit Fiend, ocasião em que, com a ajuda da técnica, deu

vida a diversos objetos, como pode ser observado na sequência de imagens da

figura 2.

Figura 02 - (fragmento do vídeo Dream of a Rarebit Fiend, de Edwin Porter -1906)

Podemos observar aí que, em cada quadro, as cadeiras mudam um pouco de

lugar, vão saindo de cena, dando a ilusão de que elas estão se movimentando por

conta própria.

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Outro importante diretor, que realizou muitos vídeos utilizando o Stop Motion

como efeito especial, foi o cartunista de origem inglesa James Stuart Blackton

(1875- 1941), considerado “O Pai” do cinema de animação americano. Ele e o

mágico George Smith (1864-1956) fundaram o estúdio “Vitagraph”, que acabou

tornando-se um dos mais importantes e prestigiados estúdios da época. (STOP

MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

Em 1907, foi filmado o The Haunted Hotel (O Hotel Mal-assombrado), pelo

famoso estúdio do James Blackton, em que objetos cortantes, xícaras, bules, entre

outras coisas, se movimentam sozinhos, dando a impressão ao expectador de que o

hotel onde foram filmadas as cenas era realmente mal-assombrado. Na figura

abaixo, uma das sequências onde as fatias de pão movimentavam-se sozinhas.

Figura 03 (fragmento do video The Haunted Hotel, de James Stuart Blackton -1907)

O espanhol Segundo de Chomón (1871-1929) nos anos de 1905, realizava alguns

experimentos em vídeo, onde certos efeitos especiais eram obtidos através do Stop

Motion, entre suas obras o El Hotel Eléctrico (1905), figura 4, está entre os mais

importantes do diretor.

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Figura 04 (fragmento do vídeo El Hotel Eléctrico, de Segundo de Chomón -1905)

Chomón foi convidado a trabalhar em Paris com os irmãos Pathé, que desejavam competir com Meliés no terreno da fantasia. O filme de Chomón era parecido com o de Blackton, mas os defensores deste animador espanhol atribuem a ele o titulo de pai da animação, já que seu filme foi feito primeiro que o de Blackton. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

Saber quem de fato fez o primeiro filme em Stop Motion é, assim, uma tarefa

difícil, pois muitos animadores da época disputavam esse titulo. Arthur Melbourne

Cooper (1874-1961) também é um desses animadores. Produziu, em 1906, o filme

Noah’s Ark e, dois anos depois, em 1908, filmou o Dreams of Toyland, vídeo que

mostrava a estória de brinquedos que à noite ganhavam vida, o qual pode ser visto

por completo no dvd anexo a este trabalho.

Emile Cohl (1857-1938), nascido em Paris, era cartunista, fotógrafo, poeta, artista

plástico, escritor, enfim, um artista múltiplo. Gostava muito truques de mágica e

ilusionismo e, após ver o filme de James Blackton, O Hotel Mal-Assombrado, ficou

curioso para saber como ele havia feito os truques presentes no vídeo. Então após

descobrir, mais ou menos, o “truque” de Blackton, Cohl resolveu fazer seus próprios

filmes, sendo o primeiro deles Fantasmagorie, de 1908. Mas ao contrário do Hotel

Mal-Assombrado, onde objetos foram animados, Cohl, em seu filme, usou apenas

desenhos que se movimentam durante as cenas, como podemos ver na figura 5:

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Figura 05 (fragmento do vídeo Fantasmagorie, de Emile Cohl - 1908)

De acordo com Puves (2011), alguns dos trabalhos feitos pelos artistas -que

foram citados até agora- utilizaram a técnica do Stop Motion como um efeito especial

dentro dos filmes, para ajudar na ilusão de que objetos criaram vida, que coisas

apareciam e desapareciam etc. A manipulação de bonecos, propriamente dita,

começou a aparecer nos filmes a partir da década de 1930. Um dos importantes

nomes deste período é o do russo Ladislaw Starewicz (1882-1965), que produziu

diversos filmes, onde o mesmo dava vida a bonecos, como no filme The Mascot, de

19341.

Outro diretor que se propôs a trabalhar animando bonecos foi o húngaro George

Pal (1908 -1980), que se mudou para os Estados Unidos, mais precisamente para

Hollywood, por causa do nazismo e pela consequente Segunda Guerra Mundial.

O trabalho de Pal foi tão bem sucedido que, em 1943, ganhou um Oscar

honorário, a primeira de cinco estatuetas que ele viria a ganhar por suas obras tão

importantes.

11934 No dvd que está anexado a este trabalho escrito, há o filme The Mascot, mas o arquivo

encontra-se datado do ano de 1933, havendo uma pequena discordância entre as datas encontradas nas bibliografias consultadas. Há quem aponte o ano de criação do vídeo como sendo 1934.

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Figura 06 (cenas de The Little Broadcast Puppetoon, George Pal -1943)

Ele foi contratado pela Paramount, criando lá uma série de curtas animados, a

que deu o nome de “George Pal Puppetoons” (figura 6). Na série, ele utilizou

bonecos feitos de madeira meticulosamente cavados e fotografados para criar uma

animação tridimensional que nunca havia sido vista antes (STOP MOTION: INTRO –

HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

Pal foi considerado por muitos um visionário, por ter transformado o modo de se

fazer animações. Nos anos 1950, ele introduziu a animação stop motion em seus

filmes live-action2, como, por exemplo, em The War of the Worlds, em 1953.

Jiri Trnka (1910-1969), tchecoslovaco, também deixou suas marcas na história do

Stop Motion. Ele fez a escola de Praga de artes, que era especializada em stop

motion. Segundo o texto STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, o

maior desafio que Trnka encontrava era tentar, através de seus filmes, fazer com

que os bonecos, que deles faziam parte, tivessem de fato vida, transmitissem a

sensação de que aqueles personagens tinham suas próprias vontades, tinham alma.

Ele fazia com que personagens feitos com recortes de papel dessem essa

impressão - como pode ser visto no trecho do filme The Merry Circus de 1951 no dvd

anexo- e isso era o que mais impressionava nos trabalhos dele.

2Live-action Termo usado

para definir, no cinema, na televisão e no teatro, trabalhos realizados por

atores reais, ao contrário das animações. (WIKIPÉDIA)

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Outro animador tcheco de extrema importância para o Stop Motion é o Jan

Svankmajer (1934). Conforme o texto Efeitos Especiais, o humor negro, a

representação de um mundo decadente, claustrofobia e confusão kafkiana3

cercavam as obras de Svankmajer. Darkness, Light, Darkness, de 1989, com

certeza é um dos seus grandes clássicos (figura 7).

Figura 07 (quadros do filme Darkness, Light, Darkness, de Jan Svankmajer - 1989)

Ele estudou na Escola de Praga, no departamento de bonecos. Fez seu primeiro filme em 1964 e durante 30 anos fez alguns dos mais memoráveis filmes de animação, influenciando cineastas e animadores desde Tim Burton aos Irmãos Quay. Suas histórias são repletas de elementos surreais e macabros. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

Svankmajer foi a grande fonte de inspiração para os Irmãos Quay, Stephen e

Timothy Quay (1947). Os gêmeos, nascidos na Pensilvânia, estudaram no

Philapdelphia College of Art, mudaram-se depois para Londres, estudaram no Royal

College of Art, onde foi feito o primeiro trabalho de animação dos irmãos.

3Kafkiana Relativo ao poeta tcheco Franz Kafka, está atrelado à ideia do surreal, do absurdo;

confusão entre o real e a ficção, estado hipotético de penumbra, de danação absoluta e de submissão ao imaginário. Crise de identidade entre o mundo e o indivíduo. (DICIONÀRIO INFORMAL)

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Em 1980, após terem recebido um prêmio pelo filme Nocturna Artificialia, de 1979,

eles abriram seu próprio estúdio, o Konic Griffind, localizado em Londres, porém eles

não abriram o estúdio sozinhos, mas junto com um amigo, o também animador Keith

Griffins (1947-). Os filmes dos irmãos Quay possuem uma estética um tanto sombria,

cercadas por fragmentos poéticos, trechos de músicas, até pelo fato de a fonte de

inspiração deles vir de animadores, poetas, escritores do Leste Europeu, servindo

para contribuir com a originalidade das produções dos irmãos. Em 1984, eles

lançaram o filme The Cabinet of Jan Svankmajer, em homenagem Svankmajer, que

tanto influenciou trabalhos dos Quays.

Os irmãos Quay possuem uma grande paixão por detalhes, um excelente controle da cor e das texturas e uma grande habilidade no uso da câmera. Eles são verdadeiros mestres das miniaturas, em seus pequenos sets eles criam mundos inesquecíveis, paisagens sugestivas de sonhos infantis reprimidos. Seus filmes não são restritos ao tempo, eles preferem investigar o que eles chamam de poesia das sombras em um ambiente de segredos e conspirações. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

O russo Garri Bardin (1941) assim como os irmãos Quay, é um grande nome da

animação na atualidade. Ele começou como roteirista, mas a insatisfação nas

execuções dos trabalhos por ele escritas, o levou além de escrever, produzir por

conta própria os seus próprios filmes. Ele considera-se um experimentador, e não

um animador, seus filmes são geralmente produzidos em stop motion, mas ele

também faz uso do live-action.

O mais interessante e curioso no trabalho do Garrin, é que o mesmo utiliza em

seus filmes os mais variados materiais, que vão desde arames, cordas, palitos de

fósforo, etc. No filme Adagio, figura 8, produzido em 2000, podemos ver a utilização

de origamis nas cenas. Roteiros criativos e cheios de significados são característicos

em sua obra. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

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Figura 08 (fragmentos de Adagio, Garri Bardin - 2000)

Tim Burton (1958) resolveu no ano de 1982, produzir um curta de terror para

crianças, chamado Vincent, que conta a historia de um garotinho de sete anos, que

é fã do ator de filmes de terror Vincent Price (1911- 1993), ator esse que o garoto

queria ser. O filme foi feito todo em preto e branco, e narrado pelo próprio ator

Vincent Price, por quem Tim Burton tinha uma grande admiração. Este filme não

poderia ser considerado um filme Disney, empresa na qual o Tim já trabalhava na

época em que produziu o vídeo, pois ele era esteticamente diferente de tudo que

fora produzido lá, até aquele momento.

Figura 09 (cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982)

Mas Tim continuou na Disney, e lá produziu diversos filmes live-action, mas a

ideia de produzir um longa todo em Stop Motion não saia da sua cabeça, até que no

ano de 1993, foi lançado The Nightmare Before Christmas, traduzido como o

Estranho Mundo de Jack, que hoje tornou-se uma referência quando o assunto é

filmes em stop motion.

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A produção do filme “O Estranho mundo de Jack” reuniu os melhores animadores Stop Motion da atualidade. Foi também o primeiro filme Stop Motion a ser distribuído no mundo todo. A construção dos assustadores personagens foi meticulosamente planejada para que eles realmente se parecessem com os rascunhos de Burton. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

Para as filmagens do Estranho Mundo de Jack, foram feitos bonecos com várias

cabeças, cada uma com uma expressão diferente, para serem trocadas durante as

mudanças das cenas, numa versão sofisticada dos métodos usados anos antes por

George Pal (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Quem

assumiu a direção do filme foi o Henry Selick (1952), que posteriormente dirigiu os

filmes James e o Pêssego Gigante (1996) e Coraline (2009), ambos feitos em stop

motion. Tim Burton lançou em Novembro de 2012, o filme Frankenweenie, produzido

pelos estúdios Disney, um marco para a história da animação, por ser a primeira

animação em 3D, inteiramente produzida em Stop Motion.

Os amigos Peter Lord (1953) e David Sproxton (1954), ambos Ingleses, são os

fundadores do Estúdio Aardaman Animation Ltda. Eles começaram a fazer seus

primeiros filmes com poucos equipamentos, e recursos bastante precários.

Devido ao pai de David trabalhar na BCC e possuir uma câmera, eles começaram a criar seus próprios filmes desde cedo. Alguns desses filmes foram comprados pela BCC para serem mostrados em uma série especialmente para crianças surdas. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

A partir do momento da criação de um personagem chamado Aardman, as coisas

pros amigos começaram a mudar, pois logo passaram a produzir comerciais,

programas para televisão e curtas metragens de sucesso. Peter Lord recebeu por

duas vezes a indicação para o prêmio da academia pelos filmes Adam de 1991 e

What’s Pig de 1996. Lord também foi o criador de um personagem que ficou

bastante famoso na BBC, o Morph.

Tempos depois, o Estúdio Aardman contratou um animador chamado Nick Park

(1958), o também Inglês, que havia começado a produzir seus primeiros vídeos de

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animação aos 13 anos. Park e Lord são os diretores de um dos mais famosos filmes

de animação, o Chicken Run, Fuga das Galinhas, de 2000, figura 10. Este foi o

primeiro longa metragem dos Estúdios Aardman, totalmente feito em Stop Motion, e

durou quatro anos para ser produzido.

Figura 10 (Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park - 2000)

Will Vinton (1948) nasceu em Oregon, nos Estados Unidos. Estudou arquitetura e

física na Universidade da Califórnia, era fascinado pelo designer fluido das obras de

Gaudi. Vinton começou a experimentar uma mistura de massinha e filme, o que

resultou na sua entrada no mundo das produções, trabalhando como diretor, técnico

de som e editor em um grande número de projetos (STOP MOTION: INTRO –

HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS).

No ano de 1975, Wiil Vinton e o animador Bob Gardiner (1951-2005) ganharam o

prêmio da Academia de melhor filme de animação, pelo filme Closed Mondays. Ele

fundou o Will Vinton Studios, onde trabalha em projetos para a televisão e cinema.

Seus personagens parecem ter vida e personalidade própria. Você pode ver emoção em seus rostos e senti-la em seus movimentos. O Will Vinton Studios trabalha com animação dimensional, seja ela feita em computação gráfica ou stop motion. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

Entre seus trabalhos famosos, estão na lista os comerciais feitos para as

campanhas do M&M. Em 1992 fez o vídeo Dance! Workout With Barbie, onde a

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boneca da Mattel ganhou vida e ensinou as crianças a dançar. Ele também fez

alguns trabalhos para a Disney e para o cantor Michael Jackson (1958-2009).

2.1.1 O stop motion como efeito especial em longas-metragens

Nesta parte do trabalho, enfatizaremos a importância de quatro diretores que

fizeram a diferença dentro da indústria cinematográfica, utilizando o Stop Motion

como efeito especial nos seus filmes de longa-metragem, fazendo com que seres

mitológicos e humanos contracenassem juntos, por exemplo.

Os bonecos eram feitos com muita arte e com engenhosos mecanismos de movimento eram filmados quadro a quadro. Em seguida a animação era composta sobre o filme no qual as imagens dos atores de verdade estavam gravadas. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

Willis O’Brien (1886 -1962), outro nome de interesse para este estudo, é

considerado o “pai” dos efeitos especiais no cinema. Segundo a fonte STOP

MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, podemos afirmar que toda

evolução tecnológica, incluindo os efeitos digitais da indústria Light and Magica de

George Lucas nos anos 80, deve ser dada as invenções de O´Brien.

O´Brien nasceu na Califórnia, e aos vinte anos começou a trabalhar para o Daily

News, de São Francisco, como desenhista. Com o decorrer dos anos, ele foi

desenvolvendo suas técnicas de animação, e no ano de 1918 estreou o filme The

Gost of Slumber Mountain, filme este que mostrava a invasão de animais pré-

históricos, que vieram de outra era para atacar os seres humanos. No ano de 1933,

Willis produziu o clássico cinematográfico King Kong.

Aquele gorila imenso que a gente vê na tela contracenando com minúsculos atores apavorados era, na verdade, um boneco pequeno e inofensivo, que ganhava vida e tamanho por meio das técnicas de stop motion. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

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Figura 11 (Willis O’Brien e o boneco do King Kong, feito para o filme)

Na década em que foi produzido King Kong, o uso do Stop Motion para animar

filmes era ainda uma novidade. Apesar da grande repercussão do filme, O’Brien só

veio a ganhar seu primeiro Oscar de efeitos especiais com o filme Mighty Joe Young

de 1949, filme que tinha como estrela principal um macaco gigante.

Ray Harryhausen (1920), ao ver o filme King Kong, com apenas treze anos, ficou

tão enlouquecido que procurou O’Brien e pediu-lhe que fizesse parte da sua equipe

de produção. Junto com Willis, Harryhausen aprendeu a técnica de produção de

bonecos e filmes usando o Stop Motion. Ele trabalhou também junto com George

Pal, na série Puppetoons, citado aqui anteriormente.

Harryhausen buscou sempre trabalhar com os melhores animadores da época, e

acabou por se tornar um deles, criando cenas inesquecíveis como as que podemos

ver nos filmes Jason and the Argonauts (Jasão e os Argonautas, em português) de

1963, Clash of the Titans (Fúria de Titãs) de 1981, figura 12, entre outros. Sua

técnica única e expressiva contribuiu muito para a animação Stop Motion, e inspirou

toda uma geração de animadores e artistas em efeitos especiais. (STOP MOTION:

INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

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Figura 12 (sequência da Medusa, do filme Clash of the Titans, Ray Harryhausen -1981)

George Lucas (1944) também merece ser mencionado aqui. Ele começou sua

carreira criando efeitos especiais para filmes live-action, utilizando a técnica do Stop

Motion. Lucas é considerado um dos grandes responsáveis pela mudança ocorrida

na indústria cinematográfica de hoje.

Assim que iniciou sua carreira Lucas utilizava-se muito do Stop Motion em seus

filmes, mas com o avançar da tecnologia, ele passou a utilizar-se da computação

gráfica em suas produções. Em 1977, ele produziu um dos seus maiores sucessos,

Star Wars Episode IV: A New Hope (Guerra nas Estrelas Episódio IV: Uma Nova

Esperança).

Devido aos gigantescos desafios que a produção do filme exigia (por necessitar de efeitos que nunca foram utilizados antes), ele resolveu criar a Industrial Light and Magic, uma casa de efeitos especiais e um grande laboratório no qual todas as novas tecnologias eram estudadas e criadas, na tentativa de encontrar soluções para os problemas na produção do filme, desde som, edição e efeitos tudo foi reinventado. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

George proporcionou grandes inovações no modo de se fazer efeitos especiais no

cinema, e todos os estudos feitos por ele, fizeram com que seus filmes fossem

sempre sinônimos de sucesso.

Aos sete anos de idade, Phil Tippett (1951) assistiu ao filme The Seventh Voyage

of Sinbad, A sétima Viagem de Simbad, de 1958, dirigido pelo Ray Harryhausen, e

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ficou maravilhado com todos os efeitos criados por Ray, daí para ele se interessar

pela técnica do stop motion foi fácil. Ele agiu um grande experimentador de técnicas

de animação, chegando a fazer filmes para televisão. Foi contratado pela ILM5 para

trabalhar na produção de Star Wars Episode VI: Return of the Jedi, (Guerra nas

Estrelas -Episodio VI: O retorno de Jedi), de 1983. Devido a sua incrível contribuição

em Star Wars, Phil recebeu o prêmio da Academia. (STOP MOTION: INTRO –

HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS)

Phil foi o animador do filme Dragonslayer de 1981, ano em que aperfeiçoou o

sistema Go-motion6,o que o tornou um animador de grande renome. Segundo a

fonte STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, antes quando

assistíamos a um filme live-action quadro-a-quadro, as pessoas que apareciam em

movimento ficavam desfocadas, já na animação em Stop Motion, vimos com clareza

os movimentos quadro-a-quadro. Daí quando misturavam-se o live-action com o

Stop Motion, o resultado ficava um tanto artificial. Devido a isto, foi inventado o Go-

motion, que tinha a vantagem da repetição, já que o computador memoriza e

incrementa os movimentos dos bonecos e consegue reproduzi-los exatamente como

os de um ser humano.

2.2 Stop Motion: A técnica do movimento parado.

O Stop Motion, que em português significa movimento parado, utiliza-se de uma

sequência de fotografias feitas de um mesmo objeto e de um mesmo ângulo, a fim

de se criar a ideia de movimento. Cada fotografia é chamada de quadro (ou frame).

5IML

Abreviação de Industrial Light and Magic, o laboratório de efeitos especiais criado pelo George

Lucas, no ano de 1975. A Industrial Light & Magic é uma subdivisão da empresa e produtora de filmes Lucasfilm, criada em 1971. A sede está localizada no Letterman Digital Arts Center, em São Francisco, Califórnia. (ABOUT IML) 6Go-Motion

Técnica que utiliza recursos de computador para animar bonecos em movimento, com

características realísticas, como um verdadeiro ser humano.

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Para cada fotografia, o objeto em questão sofre uma pequena mudança de

posicionamento, para que quando as imagens forem para o editor de vídeo, esse

pequeno deslocamento entre uma fotografia e outra dê a ideia de que o objeto está

realmente se movimentando, o que, na verdade, nada mais é que uma ilusão de

ótica.

No stop motion, assim como em toda animação, a criação bem-sucedida de movimento continuo depende de como um quadro (ou uma posição) se relaciona com os quadros anteriores e subsequentes. Quanto mais um quadro se conecta com o anterior, em ternos de composição, movimento, cor e assim por diante, melhor e mais fluida será a animação. (PURVES, 2011, p. 20)

Os quadros devem ter uma relação entre si, se não o espectador não ira captar

de forma clara a movimentação contida nas cenas. Por exemplo, se um objeto

estiver posicionado à esquerda de um quadro e, no seguinte, tiver se movido

ligeiramente para a direita, o cérebro do espectador poderá compreender facilmente

que o objeto se moveu um pouco. (PURVES, 2011)

Para permitir uma boa compreensão desse movimento, o bom seria sempre

detalhar o percurso do objeto a ser utilizado na cena, o máximo possível. Segundo

Purves, para que essa ilusão aconteça, é preciso que sejam inseridos mais quadros,

normalmente mostrando os movimentos entre um quadro e outro, a uma velocidade

de 24 a 25 frames por segundo. Em uma animação em live-action, seria deixado um

rastro desfocado na cena, relacionado à direção em que foi dado o movimento.

Na animação stop-motion, dependendo do orçamento e da tecnologia, normalmente não temos esse rastro e, assim precisamos planejar bem cada intervalo de movimento. Podemos fazer isso dando bastante ênfase aos elementos da animação e as reações do ambiente aos movimentos de cada personagem. (PURVES, 2011, p. 20)

Uma das mais populares técnicas de animação em Stop Motion é a Claymation,

que consiste na animação de personagens e cenários feitos de plasticina7 ou com

outros tipos de materiais maleáveis, como por exemplo, barro.

7Plasticina

conhecida no Brasil como massa de modelar é um material moldável, plástico, que existe

em várias cores sendo muito utilizada em educação infantil e na confecção de personagens e cenários de animações. (Plasticine)

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Um dos muitos exemplos de animações feitos com o uso do Claymation é a série

infantil Pingu (figura 13), criado na Suíça, por Otmar Gutman (1937-1993). Foram

produzidos mais de 104 episódios, entre os anos de 1986 a 1998, que fez muito

sucesso entre crianças de todo o mundo.

Um dos factores responsáveis pelo sucesso de Pingu no mundo inteiro, foi o facto de que os diálogos são incompreensíveis, ditos numa língua criada para a série, uma espécie de "pinguinês". Assim, qualquer criança (de qualquer idade), em qualquer lugar do mundo, captaria a mensagem de maneira igual, interpretando o desenho através das acções e comportamentos dos personagens. (PINGU)

Figura 13 (sequência do episódio Nasce a irmãzinha de Pingu, criado por Otmar Gutman)

Outra técnica muito utilizada dentro das animações feitas em Stop Motion, é a

técnica do Pixilation, que baseia-se em animar pessoas ou animais vivos, quadro-a-

quadro. A técnica consiste em fotografar o “ator vivo” quadro-a-quadro como ocorre

normalmente no Stop Motion. O ator vira uma espécie de boneco vivo, sendo

direcionado passo a passo, pose a pose. (HISTÓRIA DO STOPMOTION)

Dois exemplos do uso bem sucedido do Pixilation podem ser vistos nos

videoclipes Dingin in the Dirt, do cantor Peter Gabriel (1950), produzido no ano de

1992, clipe este que ganhou o Grammy de 1993, na categoria Melhor Videoclipe.

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Essa técnica foi também utilizada no clipe do cantor Oren Lavie (1976), Her

Morning Elegance, produzido no ano de 2009. O vídeo, até o presente momento,

tem 23.723,515 visualizações no site youtube.com. Ele recebeu uma indicação no

52°Grammy e foi exibido em festivais de cinema ao redor do mundo. O vídeo foi

criado a partir de 2.096 fotografias estáticas que foram filmadas e sequenciadas

para criar a sensação de movimento. (ABOUT THE PROJECT)

Figura 14 (cenas do videoclipe Her Morning Elegance, Oren Lavie - 2009)

A técnica do Stop Motion nos permite animar qualquer coisa ou pessoa, e dá

ao animador total liberdade de trabalhar com qualquer tipo de material possível,

permitindo as mais diversas criações visuais.

O animador russo, Alexander Petrov, criou um estilo de animação sofisticado e único, ao utilizar pintura a óleo sobre superfícies de vidro. A pintura é alterada com os dedos e um bastão de algodão e fotografada quadro a quadro, criando a ilusão de um quadro vivo. (ANIMAÇÃO STOPMOTION)

Já o grupo japonês Tochka cria efeitos bem diferentes, animando luzes

coloridas, pelo movimento de lanternas, capturados por uma câmera fotográfica com

tempo de exposição prolongado, animações essas chamadas de Pika Pika.

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No início do trabalho do grupo, em 1998, as animações costumavam formar simples carinhas felizes. Nos últimos filmes foram incluídos chuvas animadas, lutas, árvores que crescem e desabrocham. Os trabalhos recentes também se tornaram mais narrativos, com esboços de personagens e histórias, mas ainda mantendo a ênfase em criar algo simples para que todos possam participar. (SOLARI, 2010)

O grupo já ganhou diversos prêmios em festivais de animação por todo o mundo.

Suas animações ficaram realmente conhecidas através da internet, pelos sites de

vídeos. Um dos diferencias do grupo é que os criadores fazem questão da total

interação dos integrantes do grupo, com pessoas que não fazem parte do meio

artístico. Eles já realizaram diversas oficinas de animação, visando realização de

vídeos artísticos, por pessoas leigas no assunto.

Aqui no Brasil, há alguns, poucos, estúdios de animação que trabalham com o

Stop Motion, e um dos mais importantes deles é o Animaking, que está há pouco

mais de 10 anos no mercado, produzindo filmes publicitários e curtas-metragens.

Um deles foi o curta Minhocas, de 2006, que está sendo transformado em um longa-

metragem, o primeiro longa brasileiro totalmente feito em Stop Motion, um marco na

animação do nosso país, que tem estreia prevista para 2013.

O mais interessante do Stop Motion é o fato de que apesar de ser uma técnica

bastante antiga, muitas pessoas, e grandes diretores de cinema, ainda realizam

trabalhos utilizando esse tipo de animação. Apesar de toda tecnologia já criada, o

Stop Motion sempre terá seu espaço dentro das produções contemporâneas, sejam

elas independentes ou de grande porte.

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3. Nossa experiência: Videoarte em Stop Motion

Gosto do truque de ver um objeto sólido se mover no espaço real, de observar as maneiras inesperadas pelas quais a luz interage com os materiais. Gosto do fato de um objeto ganhar vida.

Barry Purves

3.1 Do desenvolvimento ao produto final

Nós, Mariana Pereira e Thayná Almeida, decidimos fazer nosso Trabalho de

Conclusão de Curso juntas, pois além de sermos muito amigas, temos muitas coisas

em comum. Desde o inicio em que conversamos sobre a possibilidade do TCC em

dupla, vimos que a produção de uma videoarte seria uma opção muito boa, pois nós

duas já havíamos cursado disciplinas como “Tv e Vídeo” e “Tópicos em Arte

Contemporânea”, quando, em ambas, fizemos trabalhos relacionados a videoarte,

sendo que na segunda disciplina elaboramos um trabalho juntas, e porque achamos

que a linguagem da videoarte permite ao artista uma maior liberdade, sem restrições

de elementos visuais para sua composição.

Videoarte é uma forma de expressão artística, na qual o vídeo é o elemento principal. Supõe uma nova linguagem, uma nova inter-relação entre imagem e o espectador, em que a primeira sai da tela para interagir com o resto do meio, integrando as imagens junto aos demais elementos que a formam. (VIDEO ARTE)

Já a ideia de fazermos o vídeo em Stop Motion, veio pelo fascínio que uma –

Thayná - tem pela técnica, e a outra – Mariana - gostou e apoiou a ideia, apesar de

pressentir o exaustivo trabalho que daria. Inicialmente pensamos em trabalhar a

partir de algum texto da Clarice Lispector, pois admiramos muito a vida e obra desta

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que é uma das maiores escritoras brasileiras. Após algumas conversas, e trocas de

e-mail, anexo A, decidimos optar por elaborar a videoarte com base em um texto de

Nivaldete Ferreira, que além de ser nossa orientadora e professora, é também uma

exímia escritora. Pedimos para que a professora nos enviasse alguns de seus

textos, anexo B, para que pudéssemos lê-los e ver qual deles poderíamos usar no

nosso trabalho.

Durante uma reunião com a professora Nivaldete, ela comentou que havia escrito

um texto, do qual gostava muito, e que talvez fosse interessante para nosso vídeo.

Ela se referia a Psilinha Cosmo de Caramelo, de 1997, anexo C, texto este que

conta as lembranças de uma menina chamada Priscila Cosme de Melo, a quem

todos chamam de Psilinha. Ao ler o texto nós nos apaixonamos pelas lembranças da

menina que fotografou a ausência da sua mãe8 e decidimos que esta seria, de fato,

a obra que usaríamos para a elaboração da nossa videoarte.

Com o texto em mãos, nos reunimos para um brainstorming9, e definimos a ideia

central do nosso vídeo, além de elaborarmos o rascunho do storyboard10- no anexo

D está o storyboard finalizado, feito no programa CorelDrawX3.

3.1.1 Sobre a ideia central da videoarte em stop motion

A partir da leitura de Psilinha Cosmo de Caramelo, separamos as partes que

mais nos chamaram a atenção, dentro do texto, e vimos que uma parte, em

especial, cairia bem no vídeo. A parte que diz assim:

“As letras, esses mosquitinhos pregados no papel... Se elas voassem, A gente ia ler no ar muita coisa engraçada! Muita coisa libertada!” (Psilinha Cosme de Caramelo, fragmento 13)

8Refere-se à parte 22 do texto Psilinha Cosme de Caramelo, de Nivaldete Ferreira.

9A técnica de brainstorming (em português, tempestade de ideias) propõe que um grupo de pessoas

se reúnam e utilizem seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um denominador comum, a fim de gerar ideias inovadoras que levem um determinado projeto adiante. (SIGNIFICADOS) 10

Storyboard é uma série de imagens estáticas, uma interpretação visual do roteiro. (STOP MOTION: TÉCNICAS MANUAIS PARA A ANIMAÇÃO COM MODELOS)

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Desde a primeira leitura que fizemos juntas, já imaginamos as letras voando em

algum lugar, mas o modo como faríamos isso foi um obstáculo que nos fez quase

abandonar a ideia.

No entanto, após jogarmos algumas ideias uma pra outra, veio o Insight11 para

fazermos o vídeo de maneira que as letras “criassem vida” e saíssem, literalmente,

do papel. E foi o que de fato conseguimos elaborar. Após algumas reuniões,

decidimos que a história da videoarte, giraria em torno de um caderno, no qual

Psilinha, um pouco mais velha (representada pela mão que aparece no vídeo, de

uma mulher mais velha, pintada com uma cor forte de esmalte, figura 15) estaria

escrevendo suas recordações no mesmo. Aos poucos, as letras escritas lá, sairiam

do papel, e formariam palavras importantes para nós, contidas ao longo do texto.

Figura 15 (mão de Mariana Pereira, numa representação de Psilinha mais velha)

Depois de formadas as palavras, as letras iam aos poucos retornando para o

caderno, uma forma de representar os pensamentos que às vezes queremos

compartilhar com o outro, mas que por medos ou inseguranças, não conseguimos, e

estes acabam guardados dentro de nos, e perduram por muitos e muitos anos.

O título da videoarte - PensAR [LETRAS] Libertadas - tem também relação com o

trecho do texto citado anteriormente, onde a palavra pensar vem do seu puro e

simples significado, formar no espirito pensamentos ou ideias (FERREIRA, 2001). A

terminação AR da palavra pensar, está em maiúscula, pois queríamos passar a

ênfase da parte do texto em que Nivaldete escreve "A gente ia ler no ar", referindo-

se à ideia das letras que voam pra algum lugar.

11

Descoberta súbita da solução de um problema, da estrutura de uma figura ou de um objeto percebido; compreensão repentina de uma situação; intuição. (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUES)

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Já a palavra letras está entre colchetes e em letras maiúsculas, para dar um

destaque maior a ela, já que as letras são as atrizes principais do nosso vídeo, e

libertadas porque elas ganham vida, libertando-se, por alguns minutos apenas, mas

sentir-se liberto, ainda que seja por pouco tempo, deve ser incrivelmente

maravilhoso.

Este pode ser um dos muitos significados que podem ser atribuídos ao titulo do

vídeo e à vídeoarte como um todo, mas não acharíamos interessante tentar dar mais

“pistas” ou significados aos elementos que permeiam o universo da nossa videoarte,

para não prejudicar futuras leituras e interpretações sobre o mesmo, cada um é um

universo, com suas próprias experiências e significações sobre as coisas.

3.1.2 Sobre os elementos técnicos

Depois de definido como seria o vídeo e elaborado o storyboard, nós buscamos

um lugar que fosse adequado para a captura das imagens que iriam compor cada

quadro do Stop Motion.

Conseguimos ter acesso à sala 30 do Departamento de Artes da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (DEART-UFRN) com a colaboração dos

professores Rubén Figaredo e Olavo Bessa, que gentilmente nos cederam a sala.

Lá fizemos toda a pré-produção, tanto na parte de organização dos objetos a serem

utilizados nas cenas, quanto na produção de fato do vídeo e foi lá que fotografamos

tudo.

Após conseguirmos o lugar, tínhamos que pensar na maneira de fazer o efeito no

qual as letras iam saindo do caderno, pensamos em varias possibilidades, mas a

que acabou sendo executada, foi a de recortarmos letra por letra, como mostra a

figura 16, que foram impressas em papel fotográfico 260g, por ser um papel mais

resistente, podendo assim, criar os movimentos que fossem necessários, sem que

as letras fossem facilmente estragadas.

Depois de horas recortando e dando os acabamentos finais nas letras, iniciamos

o processo de registro das imagens, que foram feitas com uma câmera Fujifilm

Finepix S4000, emprestada pela irmã de Mariana, Gabriela Oliveira. A fase de

captação das imagens durou 2 dias, quando organizamos um esquema no qual cada

uma assumiria funções diferentes, em dias diferentes. No primeiro dia, uma assumiu

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o controle da câmera, e a outra ficou responsável pelas animações dos objetos nas

cenas, e no segundo dia, ocorreu o contrário. Achamos interessante trabalharmos

com este esquema de produção, pois possibilitaria, às duas, a experimentação de

funções diversas dentro da produção do vídeo, enriquecendo ainda mais a nossa

experiência artística.

Figura 16 (a esq. Mariana Pereira e a dir. Thayná Almeida, trabalhando na pré-produção do vídeo)

Nos dois dias, foram tiradas 772 fotografias, mais 7 que foram acrescentadas

durante a edição do vídeo- as imagens que formaram o titulo do vídeo no final.

Ao todo utilizamos 779 imagens, todas em formato JPEG12, que foram editadas

no Photoshop CS4, editor de imagens do Adobe. Editamos apenas a luz e o

contraste das fotos, pois algumas ficaram mais escuras que outras e, essa diferença

seria nitidamente percebida, se essa edição não ocorresse. Tivemos que dividir as

imagens para facilitar e tornar um pouco mais rápido o processo de finalização do

vídeo.

Após feitas as edições nas imagens, que durou em torno de 1 semana e meia,

decidimos utilizar o programa Windons Live Movie Maker, software de edição de

vídeos da Microsoft, para editarmos nossa videoarte, o adotamos por ser um editor

de fácil utilização, e por que nele poderíamos encontrar todos os recursos

necessários para dar o efeito que queríamos ao nosso vídeo.

12

JPEG (Join Photographic Experts Group) é um método comum usado para comprimir imagens fotográficas. O grau de redução pode ser ajustado, o que permite a você escolher o tamanho de armazenamento e seu compromisso com a qualidade da imagem. Além de ser um método de compressão, é frequentemente considerado como um formato de arquivo. JPEG / Exif é o formato de imagem mais comum usado por câmeras digitais e outros dispositivos de captura de imagem. (WIKIPÉDIA)

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Um dos pontos importantes na edição foi a parte na qual tivemos que ajustar o

tempo de transição de um quadro para outro, pois seria ai que conseguiríamos

transmitir a ideia de movimentação sequenciada dos objetos.

Depois de muitas tentativas, conseguimos ajustar as imagens, deixando 6

quadros por segundo, 360 quadros por minuto, tendo o vídeo uma duração total de

02’28”.

Outro ponto crucial foi a escolha da música que iria compor a trilha sonora do

vídeo, uma decisão difícil de ser feita, primeiro por envolver questões de direitos

autorais, que é um ponto muito sério quando o assunto é trilha sonora de vídeos, e a

segundo é que a música escolhida deveria “casar” bem com as imagens do vídeo.

Segundo PURVES, a música pode ser usada simplesmente como um fundo, para

contextualizar a cena ou para sugerir a emoção ali contida. No nosso caso, achamos

que a música intensificou a emoção do vídeo. Foi utilizado um trecho da música

Between, In Corrosive Pressure, da banda natalense de metal Stoikheion, no qual

faz parte o noivo de Thayná, Hery Lindemberg, que nos cedeu o uso da música no

vídeo.

No total, entre a edição das imagens, até a finalização do vídeo, o processo durou

em torno de 2 semanas e meia, até pelo fato de que não era possível o encontro

diário entre nós duas, por causa dos trabalhos de ambas.

A seguir, cada uma relatará suas experiências diante da produção da videoarte

em Stop Motion, nossas agonias, alegrias e prazeres.

3.2 PensAR [LETRAS] Libertadas - por Mariana Pereira

Acho interessante contar a história do começo, ainda antes de ser realmente

história. A minha primeira ideia para o trabalho de conclusão de curso não passava

sequer perto do tema da animação, no entanto, diversas razões me fizeram mudar o

curso da minha pesquisa para algo completamente diferente. Eu me encontrava

muito insatisfeita com o rumo que a minha pesquisa vinha tomando, mais por

questão de orientação do que qualquer outra coisa. Resolvi, então, tentar mudar de

orientador para dar continuidade ao que eu já vinha fazendo, mas não obtive

sucesso. Por ser muito amiga da minha atual dupla de TCC, Thayná Almeida, me

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peguei diversas vezes desabafando com ela sobre a minha insatisfação. Numa

dessas conversas, ela me falou sobre o desejo de fazer seu TCC sobre a animação

em Stop Motion e me perguntou, se eu gostaria de fazer esse trabalho com ela.

Achei uma ideia incrível, já que sempre nos demos bem. Até então eu não sabia

muita coisa sobre esse tipo de animação e, embora já tivesse visto diversos

trabalhos feitos com essa técnica, o meu interesse não passava de uma grande

admiração. Eu sabia, em tese, como eram feitas as animações, mas não tinha ideia

do que havia por trás dos primeiros filmes com os quais eu tinha tido contato. O

convite de Thayná foi como uma chance de recomeçar. Recomeçar tudo. De outro

ponto de partida, com novos objetivos, com novos companheiros de jornada e, o

melhor de tudo, com novo ânimo. Encontrei, no Stop Motion, um mundo de histórias

fantásticas, de fantasias e muito trabalho. Trabalho esse que até então eu não tinha

a menor ideia. A falta de bibliografia acessível a nós foi um grande desafio. As

poucas bibliografias que encontramos estavam disponíveis apenas para compra, e

num preço não tão acessível. Tivemos que recorrer a artigos online, outros

trabalhos, blogs, etc, sempre buscando confirmar cada informação, cada data. Com

cada pesquisa, cada descoberta, o meu fascínio por essa técnica só aumentava

cada dia mais. Ainda nos nossos primeiros encontros, resolvemos fazer um vídeo

em Stop Motion, que pudesse ser a parte prática do nosso trabalho. O mesmo

serviria para relatarmos as nossas experiências pessoais.

Diferente de Thayná, eu nunca tinha tido nenhuma experiência com esta

técnica. O mais próximo que eu cheguei de uma videoarte foi quando cursei uma

disciplina chamada Tópicos em Arte Contemporânea, na qual, para obtenção da

segunda nota, fizemos uma vídeo performance, tendo como temática, o poder que a

mídia exerce sobre as pessoas. Na verdade, puxando bem na memória, o Stop

Motion me “acompanha” desde muito tempo. Minha infância foi contemplada com o

desenho animado Pingu, uma animação em Stop Motion feita com massa de

modelar. Mas de qualquer forma, essas experiências não foram suficientes para me

dar um background no assunto.

Somente após muitas pesquisas, leituras, conversas e reflexões é que posso

dizer que hoje entendo um pouco desse universo tão mágico, que é o universo da

animação em Stop Motion.

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Depois de escolhido o tema do nosso vídeo veio a parte mais gratificante de

toda a nossa jornada, que foi ver as coisas, finalmente, tomando forma. O trabalho

foi árduo, não se enganem. Foram longos dias dedicados às leituras, interpretações,

anotações, referências... Longos dias pensando em como desenvolver cada etapa,

cada capítulo. E muitas reuniões. Foi difícil encontrar o tempo necessário para os

encontros, para as trocas de ideias e elaboração do vídeo, pois não conseguimos

sincronizar nossas agendas. Mas, como dizem que tudo que dá mais trabalho tem

um sabor melhor, tenho visto que cada um desses momentos de tensão valeu a

pena. Escolhemos a temática do nosso vídeo, como mencionamos na parte 3.1.1

deste trabalho, e ficou faltando apenas organizar as ideias para começar a prática.

Foram muitos contatos por e-mail, mensagens de celular, redes sociais, tudo que

nos ajudasse a ter uma interação maior e minimizar a distância. Nós já sabíamos o

que queríamos, mas não sabíamos exatamente como tirar as nossas ideias do

papel. E finalmente, veio o tão esperado insight.

Tudo era muito novo para mim, eu estava ajudando a construir algo que eu

nunca tinha pensado. Foi muito exaustivo, recortar cada letra exigiu muita paciência

e disciplina, depois tentar manter o mesmo enquadramento para todas as fotos, sem

o uso de nenhum equipamento apropriado, só tentando fixar a postura, o que nos

rendeu boas dores nas costas. Mas só de passar as fotos rapidamente na câmera,

já comecei a sentir o prazer que ver o vídeo pronto me daria. Como eu nunca havia

feito ou editado um vídeo, foi a minha oportunidade de aprender com Thayná como

fazer. Foi um aprendizado maravilhoso. Colocamos as fotos no editor de vídeo e já

pudemos ver que estava ficando tudo como a gente tinha pensado. Mas na hora que

encaixamos a música com as fotografias, foi um momento de muita emoção, no qual

vimos que todo o nosso trabalho realmente valeu a pena. Quando vimos nossas

ideias literalmente saindo do papel. Pra mim, em particular, esse momento teve um

sabor único, mais que especial, pois foi o meu primeiro trabalho envolvendo o Stop

Motion, e eu pude sentir um pouquinho do que todos aqueles grandes diretores, que

eu havia estudado para embasar nosso trabalho, sentiram ao ver seus trabalhos

tomando forma.

Foi um trabalho muito gratificante, aprendi muito, cresci muito, aprendi a lidar

com as minhas próprias emoções, e acima de tudo, aprendi que com persistência e

determinação eu sou capaz de muitas coisas. Quero também deixar aqui o meu

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agradecimento formal à minha parceira, Thayná, por estar sempre ao meu lado, por

me ajudar nos momentos mais difíceis, não só do TCC, mas ao longo do curso todo.

Sempre pronta a me emprestar um ombro amigo e a me dar uma palavra de

incentivo. Sou muito grata por sua amizade e companheirismo.

Esse trabalho foi o primeiro, mas com certeza não será o ultimo, eu sei que

ainda tenho muito a aprender, mas também sei que a prática leva à perfeição. E,

não que eu queira ser perfeita, mas eu quero ter certeza de que estou sempre dando

o melhor de mim, progredindo e aprendendo sempre, buscando novos desafios e

alcançando novos objetivos.

3.3 PensAR [LETRAS] Libertadas- por Thayná Almeida

Antes de relatar minha experiência com a produção da nossa vídeoarte, acho

importante dizer como o Stop Motion entrou na minha vida. Meu primeiro contato

com a técnica aconteceu no ano de 2008, quando estava cursando a disciplina

Fundamentos da Linguagem Visual lecionada pelo professor Dr. Vicente Vitoriano,

que nos pediu como obtenção da terceira nota, a produção de uma vídeoarte.

Comecei a pesquisar diversas técnicas de produção de vídeo, porque até o

presente momento, eu nunca tinha tido nenhuma experiência com relação a isso, e

no meio das minhas pesquisas, encontro um texto sobre stop motion na internet,

comecei a ler, e o interesse sobre o assunto cresceu dentro de mim. Até que decidi

então, fazer meu primeiro vídeo em Stop Motion, que foi intitulado Pequenos

Retratos de um Suicídio, onde narrei em 00’34’’ os momentos que antecediam um

suicídio causado pelo consumo desenfreado de drogas licitas e ilícitas. No mesmo

ano, decidi inscrever este vídeo no CURTACOM, um concurso de curtas

universitários organizado pelos alunos de comunicação social da UFRN, e para

minha surpresa o vídeo foi exibido no festival, na categoria de vídeos experimentais,

o que me deixou mais entusiasmada em produzir vídeos.

Em 2009, para a disciplina Direção de Arte em Publicidade, lecionada pelos

professores Luciano C. Bezerra Barbosa e Marcos Andruchak, foi proposto para a

nota final do semestre, um trabalho no qual teríamos que produzir campanhas

publicitárias para a Rádio Universitária da UFRN, e acabei produzindo uma

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propaganda em Stop Motion, de 00’30’’ de duração, para ser exibida eventualmente

na televisão.

Dentro da universidade, essas foram duas, de algumas experiências que tive com

a produção de Stop Motion, produzi alguns vídeos para outras disciplinas, e as

criticas, na grande maioria positivas, me fizeram experimentar mais a técnica.

Quando foi proposto pela professora Nivaldete, na disciplina Monografia I, que

escrevêssemos nosso pré-projeto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) não

pensei em outro assunto, a não ser este.

No meu pré-projeto, eu propus descrever todo o processo que envolveria a

produção de um videoclipe feito em Stop Motion, de uma música de alguma banda

potiguar. Mas por algumas questões técnicas, abandonei o projeto do videoclipe, e

parti para a ideia de produzir uma videoarte. Após uma conversa com Mariana sobre

o tema do TCC dela, ela acabou confessando que não estava satisfeita com a

professora que iria orienta-la, e alguns motivos a mais que a estavam deixando

insatisfeita com o rumo que o trabalho dela tomaria, então apresentei meu projeto, e

ela adorou.

Achamos interessante a ideia de o trabalho ser feito em dupla, coisa que até

agora não tínhamos visto aqui no DEART, e decidimos então apresentar a ideia à

professora Nivaldete, que já tinha se mostrado interessada em orientar meu

trabalho, pois ela havia gostado do tema proposto. Depois de conversamos com a

professora, e ela ter apoiado nossa ideia, partimos para a prática do projeto.

Passei todas as poucas referências bibliográficas que eu tinha conseguido sobre

Stop Motion, à Mariana, pra ela entender um pouco mais sobre essa técnica, apesar

de que, ela já sabia e conhecia um pouco o modo no qual se desenvolve a feitura da

mesma.

O próximo passo, era elaborar o tema da nossa videoarte, como somos bastante

amigas, tivemos a total liberdade de chegar uma na outra, sugerindo temas que

seriam interessantes serem abordados no trabalho. Até que veio a ideia de

trabalharmos algum texto da Clarice Lispector, musa inspiradora das duas, no vídeo,

mas durante uma das aulas que frequentávamos da professora Nivaldete, tivemos a

ideia de utilizarmos algum dos diversos textos da nossa professora. Entramos em

contato com ela, pedindo e perguntando se ela poderia nos ceder alguns de seus

textos, para que pudéssemos trabalhar com eles.

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Em um dos nossos encontros, a nossa orientadora, nos falou sobre um texto

muito especial, pelo qual ela tinha um carinho enorme, era Pisilinha. Quando li o

texto, fiquei encantada pelos pensamentos dela, me vi um pouco naquela

personagem. E o melhor de tudo, Mariana também se identificou com o texto,

fazendo com que ele de fato fosse o escolhido. Depois desta escolha, foi a hora de

pensarmos juntas, como faríamos a nossa videoarte em Stop Motion. Nos reunirmos

diversas vezes, até que numa dessas reuniões, paramos para ler juntas o texto, e

vimos que uma parte era apreciada pelas duas - a que foi citada na parte inicial do

cap. 3.1.1- e se encaixaria bem no que estávamos pensando. Após conversarmos

muito, sempre trocando ideias que poderiam ser viáveis para a produção do vídeo,

concluímos que faríamos Psilinha escrevendo seus pensamentos num caderno, e

que as letras iam “criar vida”. Tratei logo de rabiscar por ali mesmo um storyboard,

para posteriormente passa-lo a limpo, e foi o que fiz, desenhei tudo o que havia

escrito e desenhado no programa CorelX3, até pela minha falta de prática com

relação a desenhos à mão.

Depois de definido tudo, corremos atrás da câmera fotográfica, e das impressões

das letras, para o registro das imagens do vídeo, Mariana conseguiu a máquina com

a sua irmã, e eu fiquei encarregada de conseguir as letras. No primeiro dia da

captura das imagens, tivemos que terminar de recortar as letras, o que levou

bastante tempo, mas depois de concluída esta fase do trabalho, iniciamos o registro

das imagens.

Neste dia, quem ficou encarregada da câmera fui eu, enquanto Mariana ficou com

a parte da animação dos objetos nas cenas. No dia seguinte, trocamos de funções,

eu fiquei com a parte da movimentação dos elementos, e Mariana assumiu o

controle da câmera. Achei bastante interessante essa troca de funções, porque

enriqueceu muito nosso modo de lidar com a produção do vídeo, e foi um modo de

uma saber ouvir mais a outra, pois quem estava no controle da câmera, tinha que

passar as devidas instruções para quem estava animando os objetos, para que a

sequência fotografada seguisse de forma correta uma linha narrativa, sem muitas

quebras de uma foto para outra.

Depois com todas as fotos em mãos, percebi que algumas ficaram mais escuras

que outras, devido ao uso de flash em algumas e outras não. Então entrei em

contato com a minha amiga, e decidimos que dividiríamos as 772 fotos entre nós

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duas, para que pudéssemos edita-las de forma mais rápida. Ajustamos apenas a luz

e o contraste das imagens, para que ficassem o mais parecidas possíveis, apesar de

dividirmos o trabalho, ao todo essa edição nas imagens durou 1 semana e meia.

Para a montagem do vídeo, nos reunimos na sala 30, onde fizemos a dição

propriamente dita do vídeo. Como já foi citado, usamos o Windons Live Movie Maker

para a edição, aliás, todos os vídeos que produzi até agora em Stop Motion foram

feitos neste programa, e em todos eles sempre consegui o efeito esperado, e nesse

vídeo, felizmente, não foi diferente.

Com relação a música escolhida para compor o vídeo, eu a tinha ouvido havia

alguns dias, através de uma rede social na qual meu noivo, Hery Limdenberg, faz

parte. E assim que escutei a canção, a imaginei na videoarte, e na forma que ela ia

ajudar a compor as imagens. Então falei com ele, que é guitarrista e líder da banda,

pedindo autorização para o uso da música, ele permitiu e me repassou o trecho que

iriamos utilizar, e como imaginei, a canção ficou perfeita junto com as imagens.

Após todo o trabalho que tivemos em editar o vídeo, vê-lo pronto para mim foi

gratificante, acho que o foi também para Mariana. Ver uma ideia saindo do papel,

criando forma e depois tê-lo pronto, foi quase como ter tido um filho, apesar de ainda

não ter um, acho que a sensação deve ser a mesma. E o melhor de toda essa

experiência, foi poder compartilhar de todas as partes boas e ruins, deste trabalho,

com uma das minhas melhores amigas, Mariana.

Tenho certeza de que saímos desta experiência diferentes, mais amadurecidas

para os acontecimentos futuros, e com a certeza de que juntas, podemos fazer

muito mais, tirando esse estigma de que os artistas são “seres individualistas” e que

não conseguem desenvolver bem trabalhos em grupo. Somos a prova viva de que,

quando trabalhamos com quem gostamos, tudo flui naturalmente.

Desejo que outros trabalhos como esse aconteçam, quem sabe desenvolver

oficinas sobre o assunto, encabeçar projetos com pessoas diferentes, abranger meu

mundo e meu repertório artístico, nunca esquecendo o que foi aprendido e

desenvolvido ao longo destes anos, dentro do curso de arte visuais, que cursei com

tanto amor e prazer.

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4. Conclusão

A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade (PAULO FREIRE).

A proposta da vídeoarte em Stop Motion, veio do fato de que uma técnica tão

antiga, ainda está sendo tão utilizada nos diversos segmentos da arte. Apesar das

novas tecnologias que vêm sendo desenvolvidas a cada dia, o stop motion ainda

não perdeu seu espaço, muito menos sua elegância.

Mesmo sendo desenvolvido há muitos séculos, infelizmente referências

bibliográficas publicadas em português sobre a história do Stop Motion são raras, o

que dificultou o desenvolvimento do capítulo no qual falamos sobre as origens da

técnica, onde tivemos que optar por referências contidas, na sua maioria, em sites

que confiamos e que são especializados no assunto.

Mas apesar de todas as dificuldades, obtivemos informações riquíssimas, e que

foram de extrema importância para nós. Elementos estes que foram

complementados pelos vídeos que encontramos, e que estão contidos no DVD em

anexo ao nosso trabalho, pois além de estudarmos a teoria, tivemos a oportunidade

de vê-los na prática, enriquecendo mais nossos estudos com relação ao tema.

Nosso trabalho veio como uma forma, de experimentação mesmo da técnica

estudada, de vermos como funciona os mecanismos de pré e pós-produção de

vídeos, desde a ideia inicial, passando pelo desenvolvimento do storyboard, da

busca pelos elementos que iriam compor as cenas, da captura das imagens, da

escolha de um trilha sonora adequada para compor o vídeo, enfim, de tudo que fez

parte do universo do vídeo, até vermos ele sair do papel e ganhar vida própria.

Desenvolvemos este trabalho em dupla, pelo fato de que, até o presente

momento, não tínhamos visto nenhum TCC feito por duas pessoas, dentro do curso

de Artes Visuais, aqui da UFRN, o que foi um desafio tanto para nós, alunas, quanto

para nossa orientadora que soube, muito bem, lidar com um trabalho duplo.

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Outro fato que nos instigou e nos fez arriscar tudo neste trabalho, foi a vontade de

quebrar certos “pré-conceitos” criados por nós artistas, de que somos seres

individualistas. Mostramos que podemos sim, desenvolver trabalhos em grupo, é só

saber dividir esta experiência com quem tem uma sintonia com você, como no nosso

caso, e que mesmo o interesse sobre o assunto tendo partido de uma das partes, a

outra soube buscar informações necessárias para que o trabalho fosse bem

sucedido no final.

O fato de termos partilhado a produção, e todo o desenvolvimento deste trabalho,

foi um processo riquíssimo que deveria ser estimulado pelos professores aos seus

orientandos, pois a troca de vivências artísticas entre nós aumenta, fazendo com

que todos cresçam artística e academicamente.

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5. Referências bibliográficas

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ABOUT THE PROJECT. Disponível em: < http://www.hmegallery.com/home.php> Acesso em ago 2012.

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ANTONI GAUDI. Disponível em:< http://www.algosobre.com.br/biografias/antoni-gaudi.html > Acesso em ago 2012.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

INSIGHT. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/insight/> Acesso em set 2012.

JOIN PHOTOGRAPHIC EXPERTS GROUP. Disponível em: <

http://pt.wikipedia.org/wiki/Joint_Photographic_Experts_Group> Acesso em set 2012.

KAFKIANO. Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/kafkiano/> Acesso em ago 2012.

HISTÓRIA DO STOP MOTION. Disponível em: <http://virgisanta.blogspot.com/2006/09/histria-da-stop-motion.html> Acesso em ago 2012.

LIVE- ACTION. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Live-action> Acesso em ago 2012.

PAULO FREIRE. Disponível em < http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/2/> Acesso em nov 2012.

PINGU. Disponível em: <http://desenhosanimadospt.blogspot.com.br/2009/02/pingu.html> Acesso em ago 2012.

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PURVES, Barry. Stop-motion. Porto Alegre: Bookman, 2011.

PLASTICINE. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Plasticine> Acesso em ago 2012.

SIGNIFCADO DE BRAINSTORMING. Disponível em: < http://www.significados.com.br/brainstorming/> Acesso em set 2012.

SOLARI, Guilherme. Animações com lanternas coloridas. Disponível em: < http://madeinjapan.uol.com.br/2010/01/02/animacoes-com-lanternas-coloridas/> Acesso em set 2012.

STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS. Disponível em:< http://www.eba.ufmg.br/midiaarte/quadroaquadro/ >. Acesso em ago 2012.

VIDEO ARTE. Disponível em <http://videarte.wordpress.com/video-arte/> Acesso em set 2012.

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6. Bibliografia consultada

BOB GARDINER (ANIMADOR). Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Gardiner_(animator)> Acesso em ago 2012.

CIRIACO, Douglas. O que é STOP MOTION? .Disponível em:< http://www.baixaki.com.br/info/2247-o-que-e-stop-motion-.htm> Acesso em jun 2012.

CAETANO, Bianca. Stop motion e pixilation. Tudo a mesma coisa?! . Disponível em: < http://www.clipestesia.com.br/magazine/2010/edicao0610/061001.html> Acesso em jul 2012.

DONIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2° ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

IUÁ, Pedro. Irmãos Quay. Disponível em: <http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/irmaos-quay.html> Acesso em ago 2012.

IUÁ, Pedro. Garri Brandi. Disponível em: < http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/garri-bardin.html> Acesso em ago 2012.

IUÁ, Pedro. MINHOCAS. Disponível em: < http://www.stopmotionbrasil.art.br/search?q=minhocas> Acesso em ago 2012.

IUÁ, Pedro. Willis O’Brien. Disponível em: < <http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/willis-obrien.html> Acesso em ago 2012.

MCKERNAN, Lucas. O diretor americano, o cinegrafista. Disponível em: <http://www.victorian-cinema.net/porter.htm> Acesso em ago 2012.

NAZARIO, Luiz. GEORGE PAL. Disponível em < http://meucinediario.wordpress.com/2011/01/10/george-pal/> Acesso em ago 2012.

NORAGOL, Paulo. STOP MOTION. Disponível em < http://blog.nogarol.com.br/cultra/stop-motion/> Acesso em jul 2012.

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OREN LAVIE. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Oren_Lavie> Acesso em ago 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

PETER GABRIEL. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Gabriel> Acesso em AGO 2012.

SHAW, Susannah. Stop Motion: técnicas manuais para a animação com modelos. Tradução de Edson Furmankiewicz. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

YOSHIURA, Eunice Vaz. Videoarte, videoclipe: investidas contra a “boa forma”. São Paulo: Porto de Ideias, 2007.

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7. Referências imagéticas

O’BRIEN E O KING KONG. Disponível em: < http://www.tumblr.com/tagged/willis-o'brien> Acesso em ago 2012.

VIAGEM À LUA. Disponível em: <http://cafemusicaefilosofia.blogspot.com.br/2012/05/viagem-lua-georges-melies.html> Acesso em ago 2012.

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APÊNDICE – Ação Pedagógica “Sessão Stop Motion”

De acordo com a nova Ementa do curso de Artes Visuais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, para a conclusão e validação do TCC, cada aluno

deve elaborar e executar uma ação pedagógica. A ação pedagógica consiste na

elaboração e prática de alguma atividade extra sala de aula e que esteja em

concordância com o tema abordado no TCC, visando promover a autonomia na

busca e na produção de informações. Essa ação deve ter um público alvo a ser

atingido, podendo ser estendida a pessoas tanto do âmbito acadêmico quanto de

fora, devendo ser realizada em pelo menos oito horas. Foi necessária a elaboração

de um projeto e de um plano de trabalho, pelos quais essa ação pudesse ser julgada

e aprovada -Anexo A, projeto da nossa ação- Buscando atingir um público mais

amplo e heterogêneo, decidimos por aproveitar a Semana de Ciência, Tecnologia e

Cultura (CIENTEC) da UFRN para realizarmos a nossa ação pedagógica. Visto que

vários tipos de pessoas, com diferentes gostos e interesses estariam presentes no

evento, seria bem mais fácil atingirmos o nosso objetivo.

A ação pedagógica que nós escolhemos desenvolver baseou-se no desejo de

difundir mais essa técnica de animação, que é o Stop Motion, entre os diferentes

grupos de pessoas que pudessem se interessar pela temática da animação.

Pensamos, primeiramente em desenvolver oficinas de Stop Motion, mas logo vimos

que não seria viável, uma vez que não dispúnhamos de materiais apropriados nem

de tempo hábil suficiente, para executar essas oficinas. No entanto, ainda queríamos

difundir essa técnica de forma prática e efetiva. Foi então que pensamos em fazer

uma exibição de filmes feitos com essa técnica. Como queríamos abranger o

máximo de informações possíveis, de forma eficaz, dividimos essa exibição em três

dias, sendo que antes da exibição dos filmes, fizemos uma breve explanação sobre

o que vem a ser o Stop Motion e fizemos, também, observações importantes sobre o

filme e seu diretor, apresentando assim para o grande público, essa técnica tão

antiga, que ainda é bastante utilizada no cinema atualmente. Para isso, recorremos

a teóricos que pudessem nos oferecer conhecimentos adequados, tanto no que diz

respeito à história do Stop Motion, quanto à dos filmes exibidos. Para completar e

enriquecer cada exibição, mostramos também curtas-metragens de produtores

independentes, ou de admiradores amadores deste gênero de animação; Ao propor

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este trabalho, acabamos agindo como facilitadoras no processo apreciação de filmes

em Stop Motion. A divisão foi feita da seguinte forma:

O primeiro dia (23.10.2012) foi a Sessão Méliès, com duração de duas horas

(08:00 – 10:00hs). Onde exibimos um documentário francês que falava sobre o

trabalho do mágico e ilusionista Francês, George Méliès. Resolvemos começar com

Méliès, pois ele é conhecido como o pai do Stop Motion, a quem muitos associam o

pioneirismo nessa técnica. Ele enxergou no cinema uma nova possibilidade de

ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde

fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas. Nesse documentário,

foram apresentados 15 dos filmes mais famosos de Méliès, oferecendo um

panorama completo dos diversos gêneros que ele abordou: encantamento, magia,

truques de filmagem, contos, histórias burlescas ou fantásticas... Entre eles Le

Voyage dans la lune (“Viagem à Lua”) de 1902. Entre cada filme, a narradora fala

sobre a vida e carreira de George Méliès, que foi considerado por historiadores, um

dos principais cineastas do mundo.

O segundo dia (24.10.2012) exibimos a Sessão Clássicos, com duração de três

horas (08:00 – 11:00hs). Foram exibidos os filmes “King Kong”, (1933), dirigido por

Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, e “Fúria de Titãs”, (1981), dirigido por

Ray Harryhausen. Esses filmes não foram produzidos inteiramente com a técnica do

Stop Motion, mas o Stop Motion está presente em algumas cenas, como a cena do

macaco, que nada mais é que um boneco, sofre alterações em seus movimentos e

alguns efeitos especiais.

No terceiro e último dia (25.10.2012) tivemos a Sessão Tim Burton, com duração

de três horas (08:00 – 11:00hs), onde exibimos os filmes “O estranho mundo de

Jack” (1994) e o filme “Noiva cadáver” (2004). Ambos sendo animações feitas em

Stop Motion. Escolhemos Tim Burton porque além de o admirarmos como diretor,

somos grandes admiradoras de seus trabalhos.

A escolha dos dias, horários e do local das exibições foi feita pela comissão da

CIENTEC, que inclusive não respeitou algumas de nossas especificações e acabou

nos prejudicando um pouco, uma vez que pedimos as tardes e nos deram os

primeiros horários da manhã, fazendo com que precisássemos mudar nossos

horários no trabalho e os horários de algumas outras atividades previamente

estabelecidas. Também nos sentimos prejudicadas, pois na programação da

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CIENTEC constava apenas o ultimo dia das exibições, o dia 25 de Outubro, porém,

no e-mail que recebemos confirmando a nossa seleção, constava os três dias e os

horários de cada dia. - Anexos B e C, E-mail de confirmação dos horários

estabelecidos pela comissão organizadora e programação distribuída pelos

organizadores do evento- Para tentar minimizar esses problemas, fizemos panfletos

e cartazes que distribuímos e espalhamos por toda a área da CIENTEC e aos

arredores do Departamento de Artes, pedimos que quem pudesse convidasse os

amigos e, inclusive, pedimos que os professores pudessem avisar e convidar seus

alunos a prestigiarem nossa mostra de filmes (Anexo D, cartaz feito por nós,

divulgando as exibições dos filmes). Ainda assim, com todos esses esforços, o

retorno não foi satisfatório, não conseguimos atingir um grande público, e contamos

apenas com a presença de pessoas que passavam na hora e aceitavam o nosso

convite para entrar e assistir, familiares e poucos colegas do curso. A experiência foi

válida, de qualquer forma, pois nos proporcionou um aprofundamento maior no

assunto, nos deixando ainda mais ligadas ao tema, nos proporcionou também a

“descoberta” de novos vídeos, e ainda nos deu um saber sobre como elaborar um

projeto e nos dando mais segurança de falar em público.

No último dia da mostra, recebemos a visita do pessoal da Agência de

fotojornalismo experimental da UFRN (FOTEC) que nos entrevistou e publicou no

site sobre a mostra dos filmes e um pouco sobre a história e a técnica do Stop

Motion, anexo E.

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ANEXO A

Mensagem de Impressão do Outlook.com

https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/1

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TCC - tema sugestão p/vídeo

De: Thayná Almeida ([email protected])

Enviada: domingo, 4 de março de 2012 22:12:55

Para: Mariana Pareira ([email protected]); mariana pereira

([email protected])

Mari,

eu estava aqui pensando,

já que nós duas gostamos da obra da Clarice Lispector,

tive a idéia de escolhermos algum texto dela,

ou alguns fragmentos de diversos textos,

não sei, e poderiamos fazer nossa videoarte em Stop MOtion,

a partir da nossa visão sobre os textos escolhidos...

[Ai muié deu pra entender?? Sou ruim explicando coisas..RSRSRs]

Acho que ficaria legal,

até pq nós duas gostamos da Clarice,

oq não deixaria o trabalho chato..RSRSRS...

Pense nisso com carinho,

depois temos q combinar um dia p/nos encontrarmos,

e tal..

04/12/2012

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ANEXO B

Mensagem de Impressão do Outlook.com

https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/3

Imprimir Fechar

FW: Seus poemas, suas poesias...

Continuar escrevendo | Excluir

De: [email protected]

Salvo em:sábado, 25 de agosto de 2012 01:50:54

Para: Mariana Pareira ([email protected]); mariana pereira

([email protected])

Mari,

estou encaminhando pra ti us e-mail's que mandei pra prof.ª NIva...

depois vê se te agrada algum dos poemas...

BJz's Thayná

Date: Thu, 23 Aug 2012 17:56:05 -0700

From: [email protected]

Subject: Re: Seus poemas, suas poesias...

To: [email protected]

ohhhh... ainda bem que vc lembrou.... Vão aí alguns... Se quiserem mais, diga....

Obrigada pela honra!

A LINGUAGEM É

a linguagem não pertence a ninguém

a linguagem é

a linguagem é um ente

que invocamos quando estamos doentes do mundo

os que estão curados silenciam

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os que gritam estão rasgados por dentro

escrevemos porque sofremos do descompleto,

da falha, de insondáveis inanições

escrevemos porque queremos soletrar Deus

e Deus não tem nome

("Deus" é um apelido para o que não compreendemos)

escrevemos porque não estamos vazios

mas cheios de implosões

detritos

estar vazio é a grande graça:

não há mãos para fuzis nem aneis nem agarro de moedas

nem boca para palavras de areia

estar vazio é estar garça

e o lago não é logo ali.

Em que sentido...?

e esse vozerio do mundo

essa normalidade louca

tudo apressado e apreçado

o custo da veste e da água

da luz e da alma

qual mesmo o endereço?

em que sentido se vai?

quer um café

yoga música travesseiro

cortar distâncias com faca,

mansão gruta ou estrada?

um cachorro uma tv

seu nome lido no mundo?

nada disso preenche

a gula enorme da mente?

o que fez o amor?

como se faz o amor?

e o contentamento?

-este é dos passarinhos

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e essa cruz das aparências

em que todos estão pregados?

a cachaça disfarça

a solidão de cada um?

quem inutiliza os tambores da dor?

a dor será um congênito engasgo?

um shopping é um atestado

da nossa miséria interna

que nos faz necessitar tanto?

-quero dez caixas de... nada:

preciso é de transcendência...

tudo deslira

um lírio

para tanto delírio

a natureza del

ira

tudo deslira

e ainda não houve tempo de sermos

menos que amáveis: ao menos quase

gentis

solidão vermelha

em dias calados

horas de vaguidão

olhava o ar

que de tão quente tremia

e dele voavam

pequenas almas que falavam

cactês

e nada era tão vasto

quanto a solidão vermelha

da terra des-

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matada.

De: Thayná Almeida <[email protected]>

Para: Nivaldete Ferreira profª <[email protected]>; Nivaldete Ferreira <nivaldete-

[email protected]>

Enviadas: Quinta-feira, 23 de Agosto de 2012 21:31

Assunto: Seus poemas, suas poesias...

OLá professora Nivaldete,

olha eu aqui "aperriando" ..RSRSRS...

Passo para lembrar que eu e a MAri estamos no aguardo dos

textos da senhora.

BJz's,

Thayná Almeida.

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ANEXO C

PSILINHA COSMO DE CARAMELO

Nivaldete Ferreira ([email protected])

(Menção Especial no Concurso Adolfo Aizen-União Brasileira de Escritores-Rio-RJ, 1997.

Publicado, no mesmo ano, pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Nota: este livro não conta uma história, conta lembranças e pensamentos. Um destes guarda

semelhança com algo pensado por Rubem Alves, na crônica Milho de Pipoca, em que ele

lembra que, para se transformar em pipoca, o milho precisa sofrer a dor de ir ao fogo. A

personagem Psilinha, conversando com Deus em sonho, ouve dele que o milho, quando

queima, vira flor. A aproximação mostra que é possível a mais de um, ou a muitos,

desenvolver uma mesma reflexão a partir da observação de um mesmo fato.

1

Acho que eu ia me chamar

Priscila Cosme de Melo,

Mas escreveram Psila.

Ficaram me chamando Psilinha.

Um dia me levaram ao psicólogo

Porque eu gostava

De conversar sozinha.

Expliquei: -As pessoas grandes

não têm tempo de conversar,

e os meninos e meninas

vivem sequestrados de mentirinha

para não serem sequestrados de verdade.

Quer dizer,

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ficam trancados em casa.

Conversar toda vez por telefone

não tem graça.

A gente não vê o olho

nem o desenho que a risada faz na cara!...

Aí fui comer caramelo

vendo televisão...

Ficaram me chamando, então,

Psilinha Cosmo de Caramelo

(Gostei do Caramelo!

E eu queria mesmo que o mundo

fosse um pouco doce...)

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60

Mas fui também inventando

umas pessoinhas para conversar...

Foi só isso...

Isso é um problema sério?...

O psicólogo disse que não,

que era a minha necessidade.

E a minha mãe não me olhou mais

daquele jeito. Perdeu o medo...

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Ela não pensa mais

que estou ficando... maluquete!

Minha mãe se chama Nina,

não se chama Elisabete.

Ela falou: -Comer muito caramelo

dá gastaria.

Não, não é gastaria. É gastrite!

Mas também dá gastaria:

eu gasto todas as minhas moedas!

E gasto também os meus dentes.

Mas preste atenção:

eu me alimento muito bem!

Adoro salada de tomate com azeite,

bebo muito suco e muito leite

(e não é que fiz uma rima

comestível e saborosa?...)

2

Pra variar os meus brinquedos

me deram uma maquininha fotográfica.

Mas eu queria fotografar

Só o que não consigo ver.

Eu queria fotografar os pensamentos!

Desisti...

Porque eu mesma já pensei

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em pregar chiclete

na cadeira do professor de matemática...

3

As pessoas grandes,

quando conversam,

às vezes falam

umas coisas assim... duras... com pontas...

Eu gosto de conversar

coisa de água...

Coisa passando...

Molinha...

Que não fique enganchada

No pensamento, na boca...

Coisa que seja como a gente dizer:

-vá passando, palavrinha,

se desfaça, voe...

Depois a gente faz

outra você...

Blá-blá-blá- b l á g u a...

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63

4

Palavra é o contrário de biscoito.

Palavra a gente desengole.

5

A luz é uma água

amarela e seca

clareando

a cara das coisas...

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6

Vi um homem todo limpo,

superperfumado

sujando o mundo

de fumaça.

Eu vi um homem

superfumado.

7

Eu sou duas

toda vez que me olho

no espelho.

Quando saio, a outra vai

pra onde?...

8

O dever de casa...

Eu queria fazer

Um dever de asa...

9

Fiz dois trabalhos

na oficina de arte.

E tirei zero!!!

Porque pintei

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65

o mar amarelo

e esculpi Deus

num caramelo...

10

Tem livro de história,

de geografia, ciência...

E também tem

livro de axila.

Como o livro

do professor de inglês,

que vai acabar ensinando

Axilês... I atchim you!

11

As pessoas inventaram um monte de línguas

e o mundo não conversa direito...

Dá pra ver na televisão:

roc-troc-mof-toc

ra-ta-plan-pum-pum!

Elas falam línguas diferentes:

português, espanhol, francês...

Mas riem e choram em mesmês,

quer dizer, do mesmo jeito.

Isso elas não precisam aprender.

E todos os barulhos do corpo

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São em mesmês.

Ninguém arrota, nem ronca, nem tosse

em chinês.

12

Caos...

Acho esquisita essa palavra.

Talvez queira dizer

pedaços trocados

e um pedaço faltando

no casco

da tartaruga.

13

As letras, esses mosquitinhos

pregados no papel...

Se elas voassem,

a gente ia ler no ar

muita coisa engraçada!

Muita coisa libertada!

14

Às vezes quero dizer

minicoisas. Pó-coisas...

Coisas pequenas.

Assim:

o coração da uva...

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15

O gato miou diferente.

Será que foi porque ele comeu o passarinho

e o canto dele?!...

16

Gosto de rir, de risadar.

Mas às vezes fico caladona.

Às vezes sinto um calor no rosto,

às vezes ficam bem vermelhinhas

minhas alfaces... Quer dizer, minhas faces.

Às vezes eu choro

debaixo do chuveiro.

(ou é assim:

às vezes eu chuvo

debaixo do chuveiro

ou

às vezes eu choro

debaixo do choreiro?...)

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68

17

Ganhei no último aniversário

um presente que parece

uns óculos de não ver.

Tenho quase medo...

Pego nele

todo dia de manhã.

Será que vou virar gente grande

assim que experimentar?

Tãrã-tãtããã...

Sabe o que é?...

É um... su...ti...ã!

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69

18

Quando a gente acorda

Eenão sonhou,

parece que o mundo tinha morrido.

Começa tudo outra vez...

E quando sonha

parece que a fronha

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virou uma maquininha

de fazer coisa impossível.

Uma noite eu comi pipoca

na cozinha de Deus.

Ele escolheu uma bem bonita,

me deu e disse: -O milho, quando queima, vira flor...

Falei: -mas dói...

Deus disse: -dói quando a gente se queima....

E me mostrou uma pipoca no dedo.

Então soprei o dedo de Deus

E passei um pouquinho de nuvem,

depois vim para a Terra voando numa música.

Quando acordei, senti cheiro de pipoca no quarto.

Aí me levantei, fui à cozinha e fiz.

Só queimei seis dedos...

(ia esquecendo: e a panela,

e a maioria das pipocas

voou pela janela...)

19

Planejei escrever umas histórias diferentes:

Seu Borba e dona Borbaleta,

O biscoito e o biscum,

O Papa João e o Papa Gaio...

(por que uma história não pó ser

só o título dela?...

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Quem quiser invente o resto!...)

20

Olho o retrato

Do casamento dos meus pais...

Eu onde estava?

Mas como é que eu podia estar,

Se eu não era eu ainda?...

Acho que já fui nenhuma coisa...

Mas agora converso com você,

daí que eu existo...

21

Fiz uma casinha...

Pra entrar nela é preciso

Comer a porta.

Pode comer. É tudo chocolate!

22

Minha mãe foi viajar...

Vou fotografar a ausência dela...

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23

Acho que ia ser mais fácil

aprender matemática

se a gente misturasse

a gramática dos números

com a das palavras...

Eu sei

Tu seis...

(dessa vez fui tolentosa demais!)

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24

As pessoas põem as palavras

pra cantar,

pra rezar,

pra brigar,

pra vender,

pra amar,

pra explicar,

pra complicar...

sabe o que vou fazer?...

Vou caramelizar as minhas!...

E você?!...

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ANEXO D

Storyboard – Videoarte

Título: PensAR [LETRAS] Libertadas

Mão feminina começa a escrever em um cadernoa 1ª parte do texto Psilinha

Câmera muda de posição,mostrando o caderno

vista superior.

Letras começam a sair aospoucos do papel.

Mais letras surgemno caderno

Mão continua a escrever...

A b c

d e

A b c d

e

A b c

d e

A b c d

e

A b c

d e

A b

c d

e

A b

c d

e

A b

c d

e

A b

c d

e

A b

c d e

A b

c d

e

A b

c d e

A b

c d

e

A b c

d e

A b c

d e

A b c

d e

A b c

d e

Mão escreve...

A b

c d e

A b

c d

e

A b

c d

e

A b c

d e

A b

c d

e

A b c

d e

Acaba de escrever toda a 1ª partedo texto Psilinha,

onde a personagem fala sobre ela.

A A

b b

C G

Çi

lJ

D

F

D

e

D

D

E mais letras surgem,aglomerando-se todas no caderno.

A

b

G

Çi

D

Dl

J

DF

D

eF

FFF

FF

FF

FFF

Ih

F

F

OF

NLIX

FFF

DFM F

FYF

W

F

FK

FF

F

F

Aos poucos, as letras vãosaindo do caderno...

AA

b

bG

GÇi

iD

D

D

l

lJ

JD

D

Ç

F

F

D

De

D

e

F

FF

F

F

F

F

FF

F

F

FF

F

F

FF

F

F

F

F

F

II

hh

FF

FF

OF

F

NN

L LII

XX

F

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FF

FFD

D

F

FM

M

F

Fp

FF

YY

FF

WW

FF

FF

KK

F FFF

F F

FF

Ab

G

Ç

i

D

D

lJ

D

F

D

e

F

FF

FFF

FF

I h

F

F

O

F

N

L

I

X

FF

FDF

Mp

F

Y

F

WF

K

F

F

FF

... E se espalham pela mesa

Ab

G

Ç

i

D

D

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D

F

D

e

F

FF

FFF

FF

I h

F

F

O

F

N

L

I

X

F

FDFM

p

F

Y

F

WF

K

F

F

F F

Mão chega e vai fechando o caderno

A

bG

Ç

i D

D

lJ

D

F

D

e

F

FF

FF

F

FF

I h

F

F

O

F

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L

I

X

F

FDFM

p

F

Y

F

WF

K

F

FF F

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75

Mão fecha totalmente o caderno

Ç

D

Y

A

bGiDlJ

D

F

D

F

FF

FF

F

FF

I hF

F F

N

L

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X

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F

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K

F

FF F

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F FNI DFF

A

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D

F

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F

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F F

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L

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FF

DF

Mp

F

F

WF

F

FF F

Ç

D

Y

D

FK

b

DD

hF

N FF p

W

F

D

Mão sai de cena,e aparece apenas o caderno

FF

F FNI DFF

A

bGiDlJ

D

F

D

F

FF

FF

F

FF

I hF

F F

N

L

I

X

FF

DF

Mp

F

F

WF

F

FF F

Ç

D

Y

D

FK

b

DD

hF

N FF p

W

F

D

Caderno vai saindo de cenaaos poucos

F

FF F

NIDFF

A

bGiDlJ

D

F

D

F

FF

FF

F

FF

I hF

F F

N

L

I

X

FF

DF

Mp

F

F

WF

F

FF F

Ç

D

Y

D

FK

b

DD

hF

N FF p

W

FD

Caderno vai desaparecendo

FF

F F

N

I

D

FF

A

b

Gi

Dl

J

DF

D

F

FF

FF

F

F

F

I

hF

F F

N

L

I

X

FF

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F

M

p

F

F

WF

F

F

F F

Ç

DY

D

FK

b

DD

hF

N FF p

W

F

D

Caderno sai, e as letrasvão se juntando no

centro da mesa

F

FF F

N

IDFF A

bGi

Dl

JD

F DF

FF

FF

F F

FI h

F

F

FN

LI

X

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F

WF

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DY

DF

K

b DD

hFN FFp

WFD

FF

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Dl

JD

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FF

FF

F FFI h

FFF

N

LI XF

FDFM

pF

F

WFF

F

FF ÇDYD

FK

b DD

hFN FFp

WFD

Letras se juntam totalmente no centro.

O

FFF

N

IDFFA

bGi

D l

JD

F DF

F

FFF

F FF

I hF

FF

N

LI XF

FDFM

pF

F

WFF

F

FF ÇDYD

FK

bDD

pFNF

mp

E

FD

Letras vão saindo do centro...

TO

FFF

N

IDFFA

bGi

D l

JD

F DF

F

FFF

F FFI h

FFF

N

LI XF

FDFM

pF

F

WFF

F

FF ÇDYD

FK

bDD

p

FNF

m

p

E

FD

T

.. Até se encontrarem,e formarem a palavra TEMPO,

contida no texto Psilinha

O

FFF

N

IDFFA

bGi

D l

JD

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F

FFF

F FFI h

FFF

N

LI XF

FDFM

pF

F

WFF

P

FF ÇDYD

FK

bDD

p

FNF

m

p

E

FD

T

A letra P vem surgindo no canto da tela

O

FFF

N

IDFFA

bGi

D l

JD

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F

FFF

F FFI h

FFF

N

LI XF

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pF

F

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D l

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FFF

FF FFI h

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pF

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P

FF ÇDYD

FK

bD D

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FNF

m

p

E

FD

T

O P vai ocupando o lugar do T

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76

O

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IDFFA

bGi

s

l

J

F DF

F

FFF

F FF

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FF

N

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pF

F

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FK

bDDp

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m

p

E

FD

o T sai de cena, e uma nova palavras vai surgindo

O

FFN

IDFFA

bGi

s

l

J

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F

F

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F

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pF

F

Tn

F

P

FF ÇDYD

FK

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n

FNF

m

p

E

FD

as letras se juntam,e formam a palavra PENSAMENTO

O

FFN

IDFFA

bGi

s

l

J

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F

F

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F

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FFI h

FFF

N

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FDFM

pF

F

Tn

F

P

FF ÇDYD

FK

bDD

n

FNF

m

p

E

FD

A palavra PENSAMENTOcomeça a sair de cena...

FFN

IDFFA

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S E a palavra AUSÊNCIAcomeça a surgir na cena...

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FF ÇDYD

F

A

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u e nS C i a^

... Até se formar por completono meio da cena.

FFN

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FF

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pF

F

F

FF ÇDYD

F

A

bDDFNF pFD

u enS C i

a

^

A palavra vai se desfazendo,e começa a entrar aos poucos

no amontoado de letras

no centro da cena.

FFN

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J

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FF

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FFFF ÇDY

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FA bD DFNF pFDue

nSC ia

^

Na parte inferior da cena,começam a aparecer algumas

letras...

FFN

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FF

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FFFF ÇDY

D

FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

As letras se aproximamdo centro...

Nisso surge a letra Z

S o H o

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nSC ia

^

S o H o

Page 77: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

77

Nisso surge outra letra z

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J

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I hF

FF

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LI XF

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FFFF ÇD

Z

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FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

S o H oZ

E outra letra z

FFN

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J

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LI XF

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FFFF ÇD

Z

D

FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

S o H oZZ

As letras “Z” começam a desaparecer

FFN

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^

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nSC ia

^

S o H oZ

Ficando apenas a letra Z menor,que acaba se transformando

em uma letra N

FFN

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^

o H oZ

As letras da palavra vão sumindouma por uma...

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nSC ia

^

De uma à uma,vão aparecendo algumas letras...

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J

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FF

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LI XF

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FFFF ÇD

D

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nSC ia

^

Page 78: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

78

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L

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FFFF ÇD

D

FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

quando todas aparecem,formam a palavra LEMBRANÇAS

FFN

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J

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L

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B r a N ç a

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LI XF

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D

FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

E de uma em uma,as letras vão desaparecendo

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J

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Page 79: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

79

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nSC ia

^

Até desaparecerem todas

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A bD DFNF pFDue

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^

O caderno vai reaparecendo aos poucos na cena

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Mão feminina chega,e vai abrindo o caderno...

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A bDDFNF pFDue

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^

Mão ao abrir o caderno,sai se de cena

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^

Page 80: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

80

Fica apenas o caderno abertoe o amontoado de letras.

FFN

IDFFA

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l

J

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FFFF

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N

LI XF

FDFM

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FFFF ÇD

D

FA bDDFNF pFDue

nSC ia

^

As letras começam a entrar aos poucosdentro da pastinha de plástico contida

dentro no caderno.

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FFFF ÇD

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Todas as letras entram...

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n

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Xi

b

DM

...mão reaparece,e vai fechando o caderno

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^e

n

S

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CND

L

FF

Xi

b

DM

Caderno fechado,mão sai de cena

Caderno vai saindo aospoucos da cena

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81

Caderno sai,e vai se formando no meio

da cena, os créditos do filme

BasEAdo No

Tex

BasEAdo No

TexTO De

NivAl

BasEAdo No

TexTO De

NivAldETe FeRreIRA

PsiLinHA

CoS

PsiLinHA

CoSMo

De

C

PsiLinHA

CoSMo

De

CAraMeLO

DirEçÃo

P

DirEçÃo

PrODuÇÃo

DirEçÃo

PrODuÇÃo

EdiçÃo

MarIANA

Per

MarIANA

PerEiRA

e

Th

MarIANA

PerEiRA

e

ThaYnÁ

AlMeIdA

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82

M Ú M ÚSiCa

St o

M ÚSiCa

St o I Kh e iO n

Pe n

Por fim,aparecem as letras formando

o título da videoarte.

Pe n s AR

[ L E

Pe n s AR

[ L ETRAS]

Pe n s AR

[ L ETRAS]

L ib e r t a d a s

FIM

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83

ANEXO A (APÊNDICE)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Curso de Licenciatura em Artes Visuais

MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA

THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS

Projeto de artes visuais:

“Sessão Stop Motion”

Natal

2012

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84

Sumário

1. Introdução .......................................................................................................2

2. Objetivo geral .................................................................................................. 3

2.1 Objetivos específicos ....................................................................................3

3. Justificativa .....................................................................................................3

4. Metodologia.....................................................................................................4

5. Identidade visual do projeto.............................................................................4

6. Referência Bibliográfica ..................................................................................5

7. Bibliografia consultada.....................................................................................5

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85

1. Introdução

A técnica de animação STOP MOTION começou a ser desenvolvida em meados

de 1896, pelo mágico e ilusionista francês George Méliès, a quem muitos associam

o pioneirismo nessa técnica. Ele enxergou no cinema uma nova possibilidade de

ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde

fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas.

“Certa vez, enquanto capturava algumas imagens na rua, sua câmera parou de

funcionar por alguns segundos. Esse acidente simples mudou tudo, para ele e

para nós, pois no filme revelado a transição abrupta de uma cena para outra

aparentemente tinha transformado um ônibus em um carro funerário- um chiste

delicioso para Méliès.” (PUVES, 2011, p.14)

A partir deste dia, George decidiu parar propositalmente os movimentos da

câmera, e por esse motivo, o nome da técnica STOP MOTION, ou seja, movimento

parado, técnica essa, que até hoje é difundida entre os grandes diretores até

produtores amadores.

Esta técnica é ainda muito utilizada na produção de longas metragens, curtas

metragens, vídeos institucionais, Enfim, existem infinitas possibilidades em que os

vídeos produzidos em STOP MOTION podem ser utilizados, até por ser uma técnica

de fácil manuseio. Por essa razão, decidimos levar ao publico filmes totalmente, ou

parcialmente, produzidos por meio dessa técnica.

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86

2. Objetivo geral

Realizaremos algumas sessões exibindo filmes produzidos em STOP MOTION, e

antes de cada exibição, faremos uma breve explicação sobre a técnica, fazendo

observações importantes sobre o filme e seu diretor, apresentando assim para o

grande público, essa técnica tão antiga, que ainda é bastante utilizada no cinema

atualmente.

2.1. Objetivos específicos

- Explicar na teoria como funciona a técnica do STOP MOTION, e mostrando

na prática como foram aplicadas.

- Apresentar ao público, de dentro e fora da universidade, filmes antigos e

atuais, que fazem parte da história do Stop Motion.

3. Justificativa

Ao propor este trabalho, estaremos agindo como facilitadoras no processo

apreciação de filmes em STOP MOTION, fazendo com que as pessoas reconheçam

um filme que seja produzido com essa técnica, assim que se depararem com um.

A importância desse projeto reside também no fato de que, estaremos divulgando

para o publico, uma produção cinematográfica riquíssima, com grandes clássicos da

produção em stop motion.

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87

4. Metodologia

Para o desenvolvimento deste projeto, iremos recorrer a teóricos que possam nos

oferecer conhecimentos adequados, tanto no que diz respeito à história do STOP

MOTION, quanto à dos filmes exibidos.

Para a exibição dos filmes, precisaremos de uma sala que possua projetor,

computador e/ou DVD. As sessões acontecerão em 3 dias, sendo 2 horas no

primeiro dia, e 3 horas no segundo e terceiro dias. Totalizando 8 horas de projeto.

As sessões se dividiriam em:

1° dia: “Sessão GEORGE MÉLIES” – apresentação de vários filmes do mágico e

ilusionista francês, considerado por muitos o “Pai” do Stop Motion.

2° dia: “Sessão Clássicos” – com a exibição dos filmes “KING KONG”(1933)

dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack e o filme “Fúria de

Titãs”(1981) dirigido por Ray Harryhousen.

3° dia: “Sessão Tim Burton” – com a exibição das animações “O estranho mundo

de Jack”(1993) e a “Noiva cadáver” (2004).

Obs.: Entre os intervalos de cada filme, seriam exibidos alguns curtas produzidos

em Stop Motion.

5. Identidade visual do projeto

Essa logo foi desenvolvida por nós alunas, Mariana Perreira e Thayná de

Almeida, para dar uma identidade ao nosso projeto. Ela irá circular em panfletos e

cartazes, que iremos fazer para a maior divulgação das sessões.

Page 88: Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Thayná.pdfFigura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982..... 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park -

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6. Referência bibliográfica

PURVES, Barry. Stop-motion. Porto Alegre: Bookman, 2011.

7. Bibliografia consultada

STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS. Disponível em:<

http://www.eba.ufmg.br/midiaarte/quadroaquadro/ >. Acesso em 28 de jun 2012.

CIRIACO, Douglas. O que é STOP MOTION? .Disponível em:<

http://www.baixaki.com.br/info/2247-o-que-e-stop-motion-.htm> Acesso em 10 de abr 2012.

CAETANO, Bianca. Stop motion e pixilation. Tudo a mesma coisa?! . Disponível em: <

http://www.clipestesia.com.br/magazine/2010/edicao0610/061001.html> Acesso em 28 de

jun. 2012.

NORAGOL, Paulo. STOP MOTION. Disponível em <

http://blog.nogarol.com.br/cultra/stop-motion/> Acesso em jun. 2012.

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ANEXO B (APÊNDICE)

Mensagem de Impressão do Outlook.com

https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/1

Imprimir Fechar

Date: Mon, 15 Oct 2012 13:01:20 -0300

Subject: Fwd: seleção CIENTEC 2012

From: [email protected]

To: [email protected]; [email protected]

---------- Mensagem encaminhada ----------

De: CIENTEC Cultural <[email protected]>

Data: 15 de outubro de 2012 12:45

Assunto: seleção CIENTEC 2012

Para: mariana pereira <[email protected]>

Prezado Mariana, Seu trabalho foi selecionado para a CIENTEC CULTURAL 2012. sessão stop motion Dia: 23 - 08:00h às 10:00h 24 e 25/10 das 08:00h Às 11:00h

Local: Sala J - Deart - prédio anexo

--

Atenciosamente,

Equipe da Cientec Cultural 2012

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ANEXO C (APÊNDICE)

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ANEXO D (APÊNDICE)

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ANEXO E (APÊNDICE)