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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS EM UM SERVIÇO DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE LARYSSA MARIA DOS SANTOS ANDRADE NATAL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS

EM UM SERVIÇO DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE

LARYSSA MARIA DOS SANTOS ANDRADE

NATAL

2016

LARYSSA MARIA DOS SANTOS ANDRADE

ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS

EM UM SERVICO DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE

Monografia apresentada à disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso II do

Departamento de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

Orientador: Prof. Dra . Ana Miryam de

Costa Medeiros

Natal/RN

2016

Andrade, Laryssa Maria dos Santos.

Análise de prevalência de erros radiográficos cometidos em um serviço de ensino superior do

nordeste/ Laryssa Maria dos Santos Andrade. – Natal, RN, 2016.

29 f. : il.

Orientadora: Prof. Dra. Ana Miryam de Costa Medeiros.

Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia.

1. Radiografia dentária – Monografia. 2. Controle de qualidade – Monografia. 3. Educação em

odontologia – Monografia. I. Medeiros, Ana Miryam de Costa. II. Título.

RN/UF/BSO Black D 622

Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

LARYSSA MARIA DOS SANTOS ANDRADE

ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS

EM UM SERVICO DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão

de Curso II do Departamento de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Ana Miryam Costa de Medeiros

Orientador

UFRN

Profa. Dra. Patrícia Teixeira de Oliveira

Membro

UFRN

Profa. Dra. Éricka Janine Dantas da Silveira

Membro

UFRN

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus por seu imensurável amor e a minha mãe por seu exemplo

de profissional dedicada e pelo apoio as minhas realizações profissionais.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por todas as graças concedidas em minha Vida. Por

permitir esta vitória e também por outras que estão por vir, meu muito obrigado.

A minha família, pelo amor, incentivo, apoio incondicional e investimento todos esses

anos.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por permitir o meu aprendizado,

especialmente ao Departamento de Odontologia, pela equipe de coordenadores,

docentes e funcionários, por dar condições de estudos teórico e prático na instituição e

também meio pelo qual esta pesquisa pode ser realizada.

Ao CNPq que me auxiliou no aperfeiçoamento de minha vida acadêmica por meio do

financiamento desta pesquisa.

A minha orientadora, Prof. Dra. Ana Miryam de Costa Medeiros, um exemplo de

profissional, pelo conhecimento transmitido, pela atenção, conselhos e incentivo.

A doutoranda Amanda Katarinny Goes Gonzaga e a mestranda Deborah Gondim

Lambert Moreira, que tanto me apoiaram nesta pesquisa, pelo incentivo, pela amizade,

pela ajuda e orientação. Foram fundamentais desde a criação do projeto de pesquisa e

desenvolvimento, o mérito desta conquista também é de vocês.

Agradecimento especial a Caio Barros, Salomão Israel e também a todos os meus

colegas de turma, especialmente a minha dupla Jônatas Meireles, e a todos que mesmo

que aqui não citados contribuíram de forma indireta ou indiretamente para o sucesso

desse trabalho e de minha jornada acadêmica.

ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS

EM UM SERVICO DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE

Prevalência de erros em Radiografias Periapicais

Laryssa M. dos S. Andrade1,

Amanda K. G.Gonzaga2, Deborah Lambert Gondim

3,

Profa. Dra. Ana Miryam C. de Mederios

4

1 Aluna do Curso de Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) – Natal- RN

2 Doutoranda em Patologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) –

Natal- RN

3 Mestranda em Patologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) –

Natal- RN

4 Professora Titular de Imaginologia e Estomatologia Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) – Natal- RN

Autor correspondente: Amanda K. G. Gonzaga.

Departamento de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Avenida Senador Salgado Filho, 1787

Lagoa Nova, Natal-RN

59056-000, Brasil

+55 84 99294608

[email protected]

Resumo:

Objetivo: Determinar a prevalência de erros em radiografias periapicais cometidos

pelos acadêmicos de diferentes períodos do curso de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, durante o período de um ano. Material e métodos: As

radiografias periapicais foram avaliadas por dois examinadores que identificaram e

quantificaram os erros observados de acordo com o tipo (técnica, processamento e

armazenamento). Para análise estatística, foram utilizados os testes de Kruskal Wallis,

Mann-Whitney, Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Resultados: Foram

analisadas 522 radiografias periapicais, das quais 236 (45,2%) não apresentaram erros

de processamento, técnica e/ou armazenamento e 286 (54,8%) apresentaram pelo menos

um erro. Os erros de armazenamento foram os mais frequentes (24,52%), seguidos dos

de processamento (23,9%) e técnica (13,40%). Dos erros de armazenamento, a presença

de ranhuras nas películas radiográficas foi o erro mais comum (11,9%). Não foi

encontrada associação significativa entre a frequência de erros nas radiografias

periapicais e os respectivos períodos. Conclusão: Os erros não diminuíram com o

aumento da experiência do operador e a maior parte deles poderia ser evitada se o

operador fosse mais atento ao procedimento realizado e houvesse condições ideais de

armazenamento da película radiográfica.

Descritores: Radiografia dentária; Controle de qualidade; Educação em odontologia.

Abstract:

Objective: To determine the prevalence of errors in periapical radiographs made by

undergraduate students from different periods of the course of Dentistry at Federal

University of Rio Grande do Norte during the period of one year. Methods: Periapical

radiographs were evaluated by two examiners which have identified and quantified the

observed errors according to type (technical, processing and storage). For statistical

analysis was used Kruskal Wallis test, Mann-Whitney, chi-square test and Fisher exact

tests. Results: From 522 periapical radiographs analyzed, 236 (45.2%) showed no

processing errors, technical and / or storage and 286 (54.8%) had at least one error.

Storage errors were the most frequent (24.52%), followed by processing (23.9%) and

technical errors (13.40%). Of storage errors, the presence of radiographic slots in films

was the most common error (11.9%). There was no significant association between the

frequency of errors in periapical radiographs and the relevant periods. Conclusion: The

errors did not decrease with increasing operator experience and most of them could be

avoided if the operator was concentrated on the procedure performed and there were

ideal conditions of radiographic film storage.

Keywords: Radiography, dental; Quality control ; Education dental

11

Sumário

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ....................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................................. 14

2.1 Análise Estatística ....................................................................................................................... 16

3. RESULTADOS ................................................................................................................................. 17

4. DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 21

5. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 25

Anexos................................................................................................................................................... 27

Comitê de Ética ................................................................................................................................. 28

Normas da revista ............................................................................................................................. 29

12

1. INTRODUÇÃO

As radiografias periapicais são exames complementares bastante utilizados pelo

cirurgião-dentista e possuem uma importância fundamental na clínica odontológica, sendo

responsáveis pelo fornecimento de informações complementar para o planejamento,

diagnóstico e, consequentemente, tratamento de condições patológicas1.

A qualidade da imagem radiográfica é considerada como o resultado da combinação

de características de densidade, contraste e nitidez associado ao enquadramento do campo de

interesse. Deste modo, é necessário que os protocolos para obtenções das radiografias sejam

otimizados, considerando desde o local de armazenamento, o posicionamento do filme e do

paciente, e os parâmetros de exposição e de processamento radiográfico. A partir da

associação desses fatores, é possível se obter uma radiografia de boa qualidade que contribui

para um diagnóstico preciso e planejamento correto do tratamento 2

.

Falhas das técnicas, sejam elas durante a realização da tomada radiográfica ou no

processamento dos filmes, resultam em imagens inadequadas e insatisfatórias, que além de

gerar interpretações errôneas, acarretam em um aumento da exposição dos pacientes à

radiação ionizante. Somados a esses fatores, os erros também envolvem tempo profissional

improdutivo, perda de filmes e soluções processadoras, aumentando os custos para clínicas

particulares, instituições de ensino e serviços públicos de assistência odontológica3.

A análise das principais causas da perda de qualidade nos exames radiográficos, como

também a frequência com que elas ocorrem, constitui uma ferramenta fundamental na

identificação de falhas no processo ensino-aprendizagem na área da radiologia odontológica2.

Neste contexto, é importante ressaltar que quando o operador é inexperiente ou está em

processo de aprendizagem, os erros são mais frequentes 4.

Os estudos de investigação de erros radiográficos cometidos por estudantes

universitários são importantes, pois estimulam os docentes na busca de melhores métodos e

13

recursos para o processo de ensino, além de proporcionar uma melhoria no cuidado e no

armazenamento dessa documentação odontológica, que possui valor legal5.

Assim, esta pesquisa objetivou identificar, avaliar e comparar a proporção de erros em

radiografias periapicais cometidos pelos acadêmicos do curso de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, durante o período de um ano, com o intuito de

auxiliar na melhora da qualidade das radiografias obtidas devido a seu valor diagnostico e

legal.

14

2. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob protocolo de numeração 094263-

2015.

Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional de avaliação de radiografias

periapicais realizadas de janeiro a Dezembro do ano de 2014 na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte.

As exposições radiográficas foram realizadas no aparelho intrabucal GNATUS (Gnatus

- Equipamentos Medico - Odontológicos LTDA São Paulo, Brasil) e processadas

manualmente.

Foram avaliadas todas as radiografias intra-orais periapicais, realizadas com auxílio de

posicionador, provenientes dos prontuários de pacientes adultos do quarto, quinto, sexto,

sétimo, oitavo e nono períodos.

Dois estudantes de odontologia foram calibrados pelos docentes responsáveis pela

disciplina de Imagenologia do curso de Odontologia da UFRN para identificação,

padronização e quantificação dos erros. Os dois examinadores analisaram todas as películas

individualmente com o auxílio de uma lupa e um negatoscópio de mesa (PROTENI,

Araraquara, São Paulo, Brasil).

As radiografias foram avaliadas em ambiente sem iluminação artificial ou natural e,

após a classificação dos erros, em caso de discordância entre os avaliadores, foi realizada uma

nova avaliação até que se chegasse a um consenso. A definição, tipo de erro e sua subdivisão

está exemplificada no Quadro 1.

Quadro 1: Classificação dos erros analisados nas radiografias periapicais (adaptada da

proposta de Pacheco, 2012) 6

15

Categoria dos erros Subdivisão

Erros de técnica Alongamento

Encurtamento

Posicionamento da película de raios-X

Presença de meia lua

Erros de processamento da película

de raios-X

Erro no processamento radiográfico (fixação e/ou

revelação)

Marcas digitais da Película

Erros de armazenamento da

película de raios-X

Películas coladas umas às outras

Ranhuras nas películas

16

2.1 Análise Estatística

A análise dos dados foi realizada no SPSS versão 22, sendo os dados avaliados de

forma descritiva e, posteriormente, realizados testes estatísticos em busca de associações e

diferenças significativas. Assumindo a não normalidade e independência da amostra para

comparação da quantidade de erros entre as clínicas e suas porcentagens, foram utilizados os

testes de Kruskal Wallis e Mann-Whitney, respectivamente. Para verificar associações

significativas (Nível de significância de 0,05) foram utilizados os testes do Qui-quadrado de

Pearson e o Exato de Fisher.

17

3. RESULTADOS

Foram avaliadas 522 radiografias, das quais 286 (54,8%) apresentaram pelo menos um

erro de técnica, processamento ou armazenamento. A tabela 1 apresenta a prevalência dos

tipos de erros distribuídos de acordo com o período correspondente. De acordo com o total de

erros, independente do período, erros de armazenamento foram mais prevalentes com o total

de 128 erros (24,52%), destacando-se a presença de ranhuras como o tipo de erro de

armazenamento mais comum (n=62/11,9%) Seguidos por erros de processamento foram o

segundo mais frequente (n =125/ 23,9%).

Não foi encontrada associação significativa entre o erro (presença ou ausência) e os

períodos (p:0,074). Entretanto, o sétimo período, cujos alunos encontram-se na clínica

integrada IV, apresentou proporcionalmente a maior atribuição de erro (n=58/61,7%). Quando

analisada a frequência de cada erro de acordo com o período, observa-se que o erro de técnica

do tipo alongamento (n=5/8,9%) e o de armazenamento com ranhuras (n=12/21,4%)

estiveram proporcionalmente mais presentes no quinto período. O erro de posicionamento (n=

13/13, 8%) apresentou-se mais prevalente no sexto período. O erro de técnica de

encurtamento (n=2/2,1%) e armazenamento com películas coladas (n=8/8,5%), no sétimo

período. Erros de processamento foram os mais encontrados no oitavo período (n= 45/30,8%),

enquanto o erro de técnica com presença de meia lua (n= 8/7,3%) e problemas de

armazenamento com marcas digitais nas películas (13/11,8%) foram mais prevalentes no

nono período.

Quando os seis períodos foram categorizados em dois grupos, obtivemos um grupo

formado por alunos com menos de 50% das clínicas concluídas (até o sexto período) e outro

grupo formado por alunos com mais de 50% das clínicas concluídas (a partir do sétimo

período). No total, as películas radiográficas dos alunos com mais de 50% das clínicas

concluídas apresentaram uma maior porcentagem de erros (n= 200/57,1%), embora essa

18

associação não tenha sido estatisticamente significativa (p:0,123). Foi observada relação

estatisticamente significativa apenas entre a frequência de erros de processamento

(n=94/26,9%) e armazenamento com películas coladas (n=26/7,4%) cometidos por alunos

com mais de 50% das clínicas concluídas quando comparados aos com menos de 50% das

clínicas concluídas (p=0,026 e p=0,040, respectivamente).

Sabendo-se que uma película radiográfica poderia apresentar mais de um erro, ao

avaliar a quantidade de erros por película, foi observada uma media geral de 0,68 (±0,73) de

erros, com no máximo quatro erros por película avaliada. Na tabela II, pode-se observar a

média da quantidade de erros por período.

Radiografias realizadas por alunos do quarto período apresentaram a menor

quantidade de erros por película, no entanto, a comparação entre a proporção de erros por

película e os períodos não revelou diferenças significativas (p=0,179). Quando comparada a

quantidade de erros por película e a porcentagem de clínicas concluídas (mais ou menos de

50%) também não foram encontradas diferenças significativas (p=0,133).

19

Tabela I: Avaliação da frequência de erros de acordo com o período da matriz curricular.

Períodos 4 5 6 7 8 9

n/% n/% n/% n/% n/% n/%

Erros

Sim 7/ 30,4 31/ 55,4 48/ 51,6 58/ 61,7 75/ 51,4 67/ 60,9

Não 16/ 69,6 25/ 44,6 45/ 48,4 36/ 38,3 71/ 48,6 43/ 39,1

Alongamento

Sim 1/ 4,3 5/ 8,9 5/ 5,4 7/ 7,4 2/ 1,4 1/ 0,9

Não 22/ 95,7 51/ 91,1 88/ 94,6 87/ 92,6 144/ 98,2 109/ 99,1

Encurtamento

Sim 0/ 0 1/ 1,8 0/ 0 2/ 2,1 0/ 0 2/ 1,8

Não 23/ 100 55/ 98,2 93/ 100 92/ 97,9 146/ 100 108/ 98,2

Posicionamento

Sim 2/ 8,7 5/ 8,9 9/ 9,7 13/ 13,8 13/ 8,9 9/ 8,2

Não 21/ 91,3 51/ 91,1 84/ 90,3 81/ 86,2 133/ 91,1 101/ 91,8

Meia Lua

Sim 0/0 2/ 3,6 5/ 5,4 4/ 4,3 10/ 6,8 8/ 7,3

Não 23/ 100 54/ 96,4 88/ 94,6 90/ 95,7 136/ 93,2 102/ 92,7

Processamento

Sim 2/ 8,7 12/ 21,4 17/ 18,3 22/ 23,4 45/ 30, 8 27/ 24,5

Não 21/ 91,3 44/ 78,6 76/ 81, 7 72/ 76,6 101/ 69,2 83/ 75,5

Marcas

Digitais

Sim 2/ 8,7 2/ 3,6 5/ 5,4 7/ 7,4 6/ 4,1 13/ 11,8

Não 21/ 91,3 54/ 96,4 88/ 94,6 87/ 92,6 140/ 95,9 97/ 88,2

P. Coladas

Sim 0/ 0 3/ 5,4 2/ 2,2 8/ 8,5 10/ 6,8 8/ 7,3

Não 23/ 100 53/ 94,6 91/ 97,8 86/ 91,5 136/ 93,6 102/ 92,7

Ranhuras Sim 3/ 11 12/ 21,4 11/ 11,8 8/ 8,5 10/ 6,8 18/ 16,4

Não 20/87 44/ 78,6 82/ 88,2 86/ 91,5 136/ 93,2 92/ 83,3

P.: Películas

20

Tabela II: Quantidade de erros de acordo com o período da matriz curricular

Rankns : Ponto de media, Q25 – 75 : quartis 25 e 75

Períodos N Mediana Q25- 75 Rankns P

4 23 0,0 0,0 –1,0 207,7

5 56 1,0 0,0- 1,0 262,9 6 93 1,0 0,0 – 1,0 250,1 7 94 1,0 0,0 – 1,0 277,9 8 146 O,5 0,0 – 1,0 253,7 9 110 1,0 0,0 – 1,0 277,3

0,179

21

4. DISCUSSÃO

A qualidade da imagem radiográfica é fundamental para o correto diagnóstico e deve

ser adquirida com a menor exposição possível do paciente à radiação ionizante. Desta forma,

os erros radiográficos devem ser evitados a fim de se realizar o menor número de exposições,

e se obter radiografias que permitam o diagnóstico e tratamento precisos7.

Na literatura, são encontrados vários estudos que avaliaram a qualidade da radiografia

periapical realizada por acadêmicos do curso de odontologia 1,2,3,4,5,7,8

. Na presente pesquisa,

foram avaliadas apenas radiografias periapicais obtidas com o uso de posicionadores, o que

teoricamente contribuiria para um menor número de erros, visto que esse dispositivo facilita a

execução da técnica radiográfica2.

Felippe et al. (2009)7 avaliaram 1823 erros em películas radiográficas realizadas por

estudantes de graduação e encontraram 33,7% de erros cometidos quando da utilização do

posicionador e 55,4% quando os alunos não o utilizaram, demonstrando que o uso desses

posicionadores diminuiu a incidência de erros em radiografias periapicais7. Nesta pesquisa,

mesmo com a utilização do posicionador, foi encontrada uma porcentagem significativa de

erros (54,8%) nas radiografias periapicais analisadas. Isso pode ser explicado pelo fato da

maior parte dos erros estarem relacionados ao armazenamento e processamento e não à

técnica radiográfica.

Neste estudo, quando somadas às subcategorias dos erros de armazenamento, este

demonstrou maior frequência (24,52 %), destacando-se a presença de ranhuras como o erro de

armazenamento mais comum (11,9%). Em consonância, a pesquisa realizada por Queiroga et

al. (2010)2 também encontrou o erro de armazenamento com a presença de ranhuras como

mais frequente nas radiografias analisadas (35,10%)2.

Por outro lado, o estudo de Dias et al. (2009) 3

avaliou 1.847 erros radiográficos, dos

quais 1.160 estiveram relacionados à técnica, sendo o posicionamento incorreto do filme o

22

mais frequente (57%). Os achados de Carvalho et al. (2009) 1

também evidenciaram maior

frequência de erros de técnica. Neste levantamento, a quantidade total de erros de técnica foi

de apenas 13,4%, o que ressalta que o uso de posicionadores auxiliou o desempenho dos

alunos da Faculdade de Odontologia da UFRN durante a execução da radiografia.

Na presente pesquisa, houve alta frequência de erros relacionados ao processamento,

sendo o segundo tipo de erro mais frequente (23,9%). Estes achados são semelhantes aos do

estudo realizado por Fernandes et al. (2010) 4

na Universidade de São Paulo, o qual constatou

que de um total de 260 radiografias avaliadas, 150 (57,70%) apresentaram algum tipo de erro

radiográfico, sendo os erros de processamento os mais prevalentes. .

Alguns pesquisadores atribuem os erros de processamento ao fato dos alunos não

respeitarem o tempo ideal de imersão da película radiográfica em solução reveladora e/ou

fixadora10

, o qual deve seguir as recomendações do fabricante e, geralmente, varia de dois a

quatro minutos, embora a literatura recomende até o dobro do tempo para que a imagem se

torne completamente transparente 1.

Em relação ao tempo de experiência do aluno, não foi encontrada associação

significativa entre a frequência de erros nas radiografias periapicais e os respectivos períodos.

Outros estudos corroboram estes achados 1,3,4,5,7

, revelando que os erros não diminuem com o

aumento da experiência do aluno.

Por outro lado, alguns pesquisadores postularam que a porcentagem de erros

radiográficos cometidos por alunos em períodos próximos à conclusão do curso deveria ser

reduzida, uma vez que, o estudante teria realizado o número de repetições suficientes para

fixar a execução da técnica radiográfica corretamente 1,8

.

Neste sentido, Mendonça et al. (2013) 8

analisaram um total de 224 radiografias e

compararam as diferenças na quantidade de erros radiográficos em relação ao período. Os

23

autores constataram que nos períodos iniciais, o percentual de radiografias insatisfatórias era

de 88,2%, passando para 67% nos períodos finais, o que não corrobora os nossos achados.

De acordo com os resultados obtidos, foi possível também observar que a partir do

sétimo período, o que corresponde a mais de 50% da carga horária clínica concluída, erros de

processamento e armazenamento com presença de películas coladas foram mais frequentes,

sendo encontradas associações estatisticamente significativas (p=0,026). Para Silva et al.

(2014), a expressiva quantidade de erros de processamento cometidos por alunos em períodos

avançados, pode ser explicada pelo fato de que ao realizar procedimentos mais especializados,

o operador executa a técnica radiográfica rapidamente e isso pode resultar em falhas

ocasionadas, principalmente, pela interrupção no processo de fixação, resultando na perda da

qualidade radiográfica.

Um dos fatores limitantes deste estudo foi a ausência de informações sobre a

quantidade de repetições realizadas em cada radiografia, sendo difícil inferir se houve

exposição desnecessária do paciente à radiação ionizante.

Nos últimos anos, com o surgimento da radiografia digital, a utilização de películas

radiográficas e a etapa de processamento químico tornam-se desnecessárias12

. Além destas

vantagens, a radiografia digital fornece uma melhor qualidade de imagem com significativa

redução da dose de radiação empregada12

. Entretanto, problemas como o alto custo dos

aparelhos torna limitado o seu uso na prática clínica para cursos de graduação4.

Por fim, os resultados deste estudo demonstram que não houve diferença

estatisticamente significativa entre o período do operador e a quantidade de erros cometidos,

portanto, não se pode provar que os erros diminuem com o aumento da experiência do

operador. Esse contrassenso pode ser atribuído à provável falta de atenção dos estudantes

durante a realização da técnica radiográfica, visto que eles estão envolvidos com outros

procedimentos de maior complexidade.

24

5. CONCLUSÕES

Diante do exposto, concluímos que:

1. Mesmo a quantidade de erros sendo menor no quarto período, não foi

encontrada diferença significativa entre os períodos.

2. Quando avaliada a frequência de erros de processamento e falhas no

armazenamento das películas radiográficas, observou-se que há uma maior

presença de erros a partir do sétimo período do curso.

3. A maioria dos erros encontrados em nosso estudo poderia ser evitada se o

operador fosse mais atento ao procedimento realizado e houvesse padronização

de armazenamento correto da película radiográfica.

25

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Carvalho, P. L; Neves, A. C. C; Medeiros, Ferreira J.M, ; Zõllner, N. A. ; R, Almeida

L. D. et al. Erros técnicos nas radiografias intrabucais realizadas por alunos de

graduação. Revista Gaúcha de Odontologia. Porto Alegre. 2009 ; jun: 151-155.

2. Queiroga MAS, Moreno NPP, Figueiredo CBO, Abreu MHNG, Brasileiro CB.

Avaliação dos erros radiográficos cometidos por graduandos de odontologia em

técnicas radiográficas intrabucais. Arq Cent Estud Curso Odontol Univ Fed Minas

Gerais.2010;46(2):61-65.

3. Dias, I. M., Furiati, P. F., Santos, E. E. D., Barros, C. C., & Devito, K. L. Análise de

erros radiográficos cometidos por acadêmicos da Faculdade de Odontologia de Juiz de

Fora. Arq Odontol. Belo Horizonte p. 2009; maio: 51-56.

4. Fernandes, A. M., Aguiar, A. P. S., da Cruz, L. P., Aivazoglou, M. U., Gomes, A. P.

M., da Silva, E. G., & Pagani, C. Avaliação dos erros radiográficos cometidos por

alunos de graduação durante o tratamento endodôntico.Revista de Odontologia da

Universidade Cidade de São Paulo. São Paulo.2010; set-dez :216-22.

5. Lima, L. R., Lima Júnior, G. T. D. A., Machado Filho, J. A., & Freitas, S. A. P.

Avaliação da qualidade e do arquivamento de radiografias periapicais na clínica de

endodontia da Faculdade NOVAFAPI. Odontologia Clínico-Científica (Online), 2010;

9(4), 355-358

6. Pacheco, V. R. Análise dos erros radiográficos cometidos por alunos da especialização

de radiologia e imaginologia da faculdade de odontologia da UFMG. 2012. 41 f.

Monografia (Especialização) - Curso de Odontologia, Departamento de Departamento

de Odontologia, Universidade Federal do Mato Grosso, Belo Horizonte, 2012.

26

7. Felippe, M. C. S., Nassri, M. R. G., Burgos, P. G., de Freitas, S. F. T., & Lage-

Marques, J. L. Quality of periapical radiographs taken by undergraduate students

during endodontic treatment. RSBO Revista Sul-Brasileira de Odontologia. 2009; 6(1)

: 63-69.

8. Mendonça, D. M., de Amorim, M. E. B., de Oliveira Medina, P., de Oliveira Alves

Filho, A., de Brito, T. C. C. A., & de Oliveira Conde, N. C. Avaliação de erros em

exames radiográficos intrabucais realizados por acadêmicos de odontologia. Rev.

Odontol. Univ. Cid. São Paulo 2013; 25(3): 208-15

9. Silva, P. V. R. D., Costa, R. R. D., Silva, M. C. D., Iwaki, L. C. V., & Takeshita, W.

M. Digital evaluation of the influence of interruption of the fixation process on

radiographic contrast and base-plus-fog density in three commercial brands of

radiographic films. Revista de Odontologia da UNESP. 2014; 43(1): 41-45.

10. Lourenço, A. D. A., Pontual, A. D. A., Silveira, M. M. F. D., & Pontual, M. L. D. A.

Qualidade da imagem radiográfica quanto ao tempo de leitura em negatoscópio com

interrupção da etapa de fixação. Revista Odonto Ciência.2010; 25(1): 78-82.

11. Junior, J. C. D. S., Affonso, A. P., & Neto, A. P. Aplicabilidade clínica da radiografia

digital na odontologia.Universidade Metodista de São Paulo. 2015; 22(43-44): 83-92.

12. Tsesis I, Kamburoglu K, Katz A, Tamse A, Kaffe I, Kfir A. Comparison of digital with

conventional radiography in detection of vertical root fractures in endodontically

treated maxillary premolars: an ex vivo study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod. 2008;106(1): 124-8.

13. Carvalho, Vitor Hugo Marçal de. Comparação entre diferentes métodos de aquisição e

análise de imagens radiográficas na determinação da radiopacidade de cimentos

endodônticos. 2015. 71 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde).

Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

27

Anexos

28

Comitê de Ética

29

Normas da revista

Radiologia Brasileira

General guidelines for scientific papers

The recommendations below are based on the "Recommendations for the conduct, reporting,

editing and publication of scholarly work in medical journals (ICMJE recommendations)"

available at: www.icmje.org/icmje-recommendations.pdf. Even when prepared and written

under such recommendations, articles will be edited according to the Journal style.

Manuscripts shall be typed in double space (all pages), with margins of at least 3 cm in Times

New Roman 11 point font, comprising the following parts: a) title page; b) abstract and

keywords; c) text and acknowledgments; d) references.

a) Title Page

This page should include the following information: article title in Portuguese, article title in

English, authors' names (full names and abbreviated forms), authors' main academic degree,

academic activity, and the names of the main institutions to which each author belongs, their

full addresses, information on sponsorships and/or other contributions. The name of the

institution where the study was developed must be mentioned. The corresponding author must

be clearly identified, and his full mailing address, e-mail address, telephone and fax numbers

must be informed. A short running head with no more than 60 characters (including letters

and spaces) should also be included, to appear on the top of the pages in the printed version of

the Journal.

30

b) Abstract and Keywords

A structured abstract (in Portuguese and English) with 200 words or less should be submitted

with each Original Article manuscript. The abstract should comprise the following items:

Objective: A description of the tested hypothesis or evaluated procedures. Materials and

Methods: A brief description of what was done, the materials utilized, the number of patients,

the methods adopted for data evaluation and to avoid bias. Results: The findings of the study,

including indicators of statistical significance. Actual figures and percentages should be

included. Conclusion: The conclusion or conclusions based on the findings should be

summarized in one or two sentences. Immediately below the abstract, between three to six

keywords, preferably in accordance with the Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)

[Health Science Descriptors] or with the Medical Subject Headings (MeSH) of the National

Library of Medicine (www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html).

c) Text

Original articles are to be broken down into the following items: Introduction, Materials and

Methods, Results, Discussion.

Introduction: A brief description of the investigation objectives and an explanation about its

relevance.

Materials e Methods: A description of the research plan, the materials (or patients) and the

methods adopted, in this order. A detailed explanation on how the disease was confirmed

should be included, as well as explanations on how the observations subjectivity was

controlled. In order to assure the anonymity in the review process, the name of the institution

where the study was developed and the authors' names should not be mentioned.

31

Results: The results are to be presented in a logical and clear sequence. If tables are included,

tabular data should not be duplicated in the text, which should, instead, point out significant

topics and trends.

Discussion: The limitations of the research plan, materials (or patients) and methods should

be described considering the objectives and results of the study. When the results are different

from those obtained in previous studies, the discrepancy should be justified.

Conclusion(s): When it is the case, conclusions are to be described in summarized sentences.

d) References

The references should be consecutively numbered, in the same order as in the text, and should

be formatted according to the guidelines of the International Committee of Medical Journal

Editors, published in "Recommendations for the conduct, reporting, editing and publication of

scholarly work in medical journals (ICMJE recommendations)", updated in 2013 (available

at: www.icmje.org/icmje-recommendations.pdf). The abbreviations utilized for the periodicals

mentioned in references should follow the PubMed standard.

Exemple:

Glazebrook KN, Magut MJ, Reynolds C. Angiosarcoma of the breast. AJR Am J Roentgenol.

2008;190:533-8.

When more than six authors are listed, only the first six should be mentioned, followed by the

expression et al.