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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS – CAHL CURSO DE JORNALISMO MÁRIO GONZAGA JORGE JUNIOR EM SINTONIA: O PAPEL DO RÁDIO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE OUVINTES DE CACHOEIRA Cachoeira 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS – CAHL CURSO DE JORNALISMO

MÁRIO GONZAGA JORGE JUNIOR

EM SINTONIA:

O PAPEL DO RÁDIO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE OUVINTES

DE CACHOEIRA

Cachoeira

2015

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MÁRIO GONZAGA JORGE JUNIOR

EM SINTONIA: O PAPEL DO RÁDIO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DE OUVINTES DE

CACHOEIRA

Memorial descritivo do radiodocumentário “Em sintonia”,

apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel

em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade

Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Orientador : Prof. Dr. Robério Marcelo Rodrigues Ribeiro

Co-orientadora: Profa. Ms. Rachel Severo Alves Neuberger

Cachoeira

2015

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DEDICATÓRIA

“Àquele que ainda nem nasceu, mas já é a razão desse trabalho e de

minha vida: meu filho.”

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AGRADECIMENTOS

Sinto-me grato pelo fato de concluir a graduação numa universidade pública na minha

cidade. A presença da UFRB é um marco em Cachoeira e na região do Recôncavo, no que se refere

principalmente à democratização do acesso da juventude ao ensino superior de qualidade. Agradeço

a todos que, de algum modo, contribuíram para que sua implantação se tornasse realidade; há muito

que se avançar, mas também a comemorar.

Agradeço a todos os professores em especial, ao professor Robério Marcelo por ter aceitado

esse desafio de me acompanhar nessa etapa final do curso e, de forma muito especial, à professora

Rachel Severo Alves Neuberger, pela sua disponibilidade, por ter me ajudado na condução desse

trabalho e ter me inspirado pela sua paixão pelo rádio e pelo jornalismo.

A minha família, princípio e fim de todos os meus objetivos, agradeço pelo apoio. À minha

mãe Lígia Lopes Marques, dela herdei a paixão pelo rádio. E minha irmã Liliane Marques Jorge

Leal, mulheres fortes e corajosas.

A Reisania Karla, minha esposa e colega de turma, por ser tão companheira, paciente,

parceira, por acreditar em mim e me motivar a seguir lutando pelos meus sonhos, que agora são

sonhos compartilhados. Ela foi extremamente importante durante minha caminhada acadêmica.

A todos que fazem o rádio acontecer em Cachoeira, em especial a Rádio Comunitária

Magnificat, responsável pelo meu ingresso na comunicação e por ter me influenciado a cursar a

graduação de jornalismo.

Ao Técnico de Som da UFRB, Saulo Leal, por ter contribuído na edição, gravação e criação

de vinhetas para meu Radiodocumentário. A Geise Ribeiro também agradeço pela participação no

meu produto radiofônico.

A todas as minhas fontes, pela disponibilidade; seus depoimentos e histórias contribuíram de

forma decisiva para o êxito do meu trabalho final.

Enfim, a todos(as) que contribuíram de maneira direta ou indireta na construção do meu

Radiodocumentário, e durante toda essa caminhada para chegar até aqui, Jornalista por formação.

Por fim toda gratidão ao Deus da Vida!

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO......................................................................................... 6 2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 7 3. METODOLOGIA........................................................................................... 10

3.1 Pré-produção: Levantamento de Dados …........................................... 11 3.2 Produção: Entrevistas …...................................................................... 11

3.2.1 Entrevistados …....................................................................... 12 3.3 Edição: Produção Final ….................................................................... 14

3.3.1 Músicas que compõem o radiodocumentário …...................... 15 3.4 Recursos Utilizados …......................................................................... 15

3.5 Veiculação do Radiodocumentário .............................................................. 16 4. REFERENCIAL TEÓRICO …....................................................................... 16

4.1 Em sintonia: Teoria Crítica e Mediações ............................................. 16 4.1.1Mediações…........................................................................................ 17 4.2 Em sintonia: Características e Audiência.............................................. 20 4.3 Em sintonia: Rádio e Documentário..................................................... 21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS …..................................................................... 22 6. BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 24

ANEXOS ANEXO I – Script do Radiodocumentário “Em sintonia: Um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira” ANEXO II – Roteiro para entrevista ANEXO III – Entrevistados do Radiodocumentário “Em sintonia: Um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira”

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1. APRESENTAÇÃO

O radiodocumentário “Em sintonia: um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira”,

que compõe o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Comunicação Social/Jornalismo da

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), intitulado “Em sintonia: O papel do rádio na

formação da identidade de ouvintes de Cachoeira” aborda a força deste veículo na cidade de

Cachoeira no Recôncavo da Bahia, utilizando-se de narrativas orais como processo de reconstrução

da memória radiofônica.

O rádio é o veículo de maior expressividade, exercendo papel fundamental na vida cotidiana dos

moradores da referida cidade, configurando-se como fonte de informação das notícias locais, tendo

grande audiência e participação dos ouvintes.

É utilizado pelas pessoas como forma de entretenimento e meio para reivindicar, divulgar

eventos, mandar os mais diversos recados e ficar informado, além de pautar os assuntos discutidos

pelos moradores, conforme a teoria do agendamento, “hipótese segundo a qual a mídia, pela

seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público

falará e discutirá" (BARROS, 2001, p. 169).

A cidade conta com quatro emissoras de rádio, Paraguaçu e Magnificat, de Frequência

Modulada (FM), Olha a Pititinga e Franco Publicidade, classificadas respectivamente quanto à

modalidade, como Comercial, Comunitária, Rádio Web e Serviço de alto-falante ou Rádio Poste.

Essas emissoras contam com programação variada. Programas jornalísticos, culturais e

musicais, tendo espaço para participação dos ouvintes e interação com os radialistas. É, portanto um

veículo de grande popularidade, abrangência e enorme potencial, configurando-se um excelente

objeto a ser pesquisado.

Para a realização deste trabalho foi necessário realizar uma pesquisa com radialistas e ouvintes

de rádio, que narraram aspectos históricos do rádio na cidade e abordaram também sobre a situação

atual deste meio de comunicação. Deste modo, buscou-se fazer um produto que contemplasse os

vários aspectos do rádio local, sua história, comunicadores, problemas, participação do ouvinte,

credibilidade, espaço para a cultura e a notícia do lugar, dentre outros.

A partir da observação da força desse meio de comunicação na referida cidade, nasce o interesse

de analisar qual o seu papel, o que ele significa para as pessoas e como elas desenvolvem a escuta e

resignificam aquilo que ouvem.

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Trata-se, portanto de um estudo de recepção, já que seu interesse está na audiência, e “falar

de recepção é ingressar em uma nova perspectiva de análise, ser parte dessa nova legião de

construtores de um novo paradigma, ou paradigma emergente” (MATTA, 1988, p. 270).

Com sua característica de oralidade e uso da linguagem coloquial, sem formalidades, muito

próxima à utilizada nas situações presenciais, e por ser o meio que mais permite a participação do

ouvinte na programação, o rádio propicia uma interação entre seus atores (comunicadores e

ouvintes) não encontrada com facilidade nos demais veículos de comunicação.

Na cidade de Cachoeira, essa interação é bastante presente, pela falta de outros veículos de

comunicação com representatividade local. É através do rádio que a maioria das pessoas tem acesso

às notícias dos principais acontecimentos.

Assim, este Trabalho de Conclusão de Curso, que se divide em memorial descritivo e produto,

pretende contribuir para a preservação da memória do rádio local, além de possibilitar novas

interações entre a comunidade e o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade

Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Por meio de entrevistas com 11 informantes, o

radiodocumentário apresenta dados relevantes para se conhecer e valorizar este importante meio de

comunicação que tem presença efetiva e afetiva na sociedade cachoeirana.

2. JUSTIFICATIVA

O intuito deste trabalho é abordar o que o rádio significa para as pessoas em Cachoeira, como

elas desenvolvem a escuta e, se de algum modo são influenciadas por este veículo que é bastante

simbólico para a cidade.

O Rádio entrou no ar oficialmente no Brasil no ano de 1922, durante a comemoração do I

centenário da Independência do país no Rio de Janeiro, mas a constituição de emissora só aconteceu

em 1923 com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por iniciativa pioneira de Edgard Roquette Pinto

(GOMES, 2011). Em Salvador a Rádio Sociedade da Bahia foi ao ar em março de 1924

(SAMPAIO, 1971), já cidade de Cachoeira só ganhou sua primeira emissora tradicional na década

de 1990.

A Rádio comunitária Magnificat FM, primeira emissora da cidade com transmissor, só foi ao ar

no ano de 1998, 76 anos depois da implantação do sistema de rádio no país. A Rádio Magnificat,

que é vinculada à Paróquia Nossa Senhora do Rosário, teve licença de funcionamento até o ano de

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2000, findado o prazo, continuou operando de forma irregular, fato que foi denunciado, provocando

o seu fechamento por três anos. A licença definitiva foi deferida pela Agência Nacional de

Telecomunicações (ANATEL), em 16 de abril de 2003, e as transmissões retomadas em 16 de junho

do mesmo ano.

Atualmente, a emissora segue em pleno funcionamento, tendo na programação diversos

programas de jornalismo, entretenimento, música, além de transmitir os principais festejos da

cidade, sessões da Câmara de vereadores e jogos de futebol local.

A primeira rádio comercial da cidade, a Paraguaçu FM, foi fundada em 25 de maio de 2003. A

emissora cobre 26 cidades, incluindo municípios do Recôncavo, Feira de Santana e Território do

Sisal e compõe a Rede Nordeste de Comunicação composta por oito emissoras pertencente ao grupo

do empresário e ex-deputado federal Luiz Pedro Irujo. A emissora tem potência de 5 (cinco) watts e

funciona 24 horas (LINS, 2008).

A interatividade com o público através de ligações, participações ao vivo e promoções é uma

marca da rádio Paraguaçu FM, que busca priorizar as notícias locais como forma de manter a

audiência. Atualmente, a emissora tem apenas um programa de jornalismo que funciona em cadeia

com a Rádio Santo Amaro FM, da cidade de Santo Amaro da Purificação.

É interessante perceber que antes da chegada das FM’s na cidade, a população costumava ouvir

a Rádio Vox AM da cidade de Muritiba, fundada por Gileno Dias, a emissora foi inaugurada em

maio de 1964 e é considerada uma das mais antigas da Bahia, ouvida na maioria das cidades do

Recôncavo. Durante muitos anos, foi a única a operar nesta região, configurando o principal meio

de comunicação. A emissora permanece no ar e, atualmente, é administrada pela Igreja Evangélica

Assembleia de Deus.

Enquanto na cidade de Muritiba a Rádio Vox já estava no ar, em Cachoeira, as experiências

nesse seguimento se restringiam aos sistemas de alto-falantes; e, apesar desse descompasso

temporal entre as implantações das rádios em Cachoeira em relação a Salvador, Muritiba e o

restante do país, a linguagem de rádio foi muito exercitada pelos sistemas, que ora denominamos

Rádios-Poste (LINS, 2008).

A história das rádios-poste no país não é muito conhecida, pois faltam levantamentos em todos

os aspectos sobre sua origem, atuação e importância comunitária, “mas não há dúvida alguma sobre

a importância desse tipo de veículo de comunicação para o desenvolvimento do país através da

valorização da cultura local” (NEUBERGER, 2012, p. 117).

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As conversas iniciais com antigos moradores apontam que apesar da ausência de rádio na

cidade, as rádios-poste faziam bastante sucesso com o público, pois tinham programação bastante

eclética. Além disso, esses veículos contribuíram para despertar diversos profissionais que hoje

atuam no rádio e já faziam uso da linguagem radiofônica.

A linguagem radiofônica engloba o uso da voz humana, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio, que atuam isoladamente ou combinados entre si de diversas formas. Cada um destes elementos contribui, com características próprias, para o todo da mensagem. Os três últimos trabalham em grande parte o inconsciente do ouvinte,enquanto o discurso oral visa o consciente. A trilha sonora pode acentuar ou reduzir determinados aspectos dramáticos contidos na voz do comunicador, ressaltados por vezes pelo silencio. Neste quadro, o efeito compensa a ausência da imagem, reproduzindo sons próprios de elementos que servem com pano de fundo, de um trovão em meio a uma tempestade aos trinados de pássaros para representar o inicio de uma primavera. (FERRARETO, 2001, p.26).

O primeiro serviço de alto-falantes foi o Vozes do Norte, tendo sido implantado nos anos

1940, esse sistema foi sucedido pela DPR1 Vozes da Primavera (Divisão de Publicidade e

Radiodifusão), sendo este o de maior popularidade, fundado por Elias Cardoso, o popular Elias

Paco-Paco, um mecânico apaixonado por música e entusiasta do rádio (LINS 2008).

Atualmente, este serviço é exercido pela Franco Publicidade. Criado na década de 1990,

pelo radialista Gilberto Franco, a maioria dos programas são musicais e, como a própria

nomenclatura aponta, seu objetivo é a divulgação de propagandas e, diferente dos antecessores,

convive com emissoras tradicionais de Frequência Modulada e acaba retransmitindo alguns

programas das mesmas, principalmente os de jornalismo.

No ano de 2014, a cidade ganhou sua primeira Rádio Web, denominada Olha a Pititinga, o

nome faz referência a um tipo de peixe muito popular e bastante consumido na região. A emissora

tem foco nas cidades de Cachoeira e São Félix, e alguns de seus programas é retransmitido pelas

Rádios Postes das duas cidades.

Essa contextualização sobre a história do rádio em Cachoeira é necessária para perceber o

quanto esse meio de comunicação é presente na vida das pessoas, criando a cultura de se ouvir

rádio, de participar de sua programação, o que contribuiu para tornar esse veículo cada vez mais

popular e presente na vida das pessoas.

E isso se deve seguramente pela sua característica de transmitir uma sensação de cotidiano

através de sua linguagem que dá a sensação de intimidade com quem está do outro lado. O rádio

consegue transpor e recriar a realidade, construindo em seu redor uma rede de experiências

compartilhadas e essa sociabilidade que desponta de sua recepção é marcada pela paixão e

identificação criando vínculos com a sua audiência.

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Pesquisar essa relação, do rádio com a sociedade de Cachoeira é, portanto, uma

possibilidade de aferir sobre a centralidade dos meios de comunicação na vida cotidiana das pessoas

como fontes de informação e entretenimento, “como fuentes de la construcción de imaginarios

colectivos entendidos como espacios identitarios...” (MATTA, apud KROTH, 2010, p.3).

Deste modo, a pesquisa e a produção do rádio documentário justificam-se pela possibilidade

de conhecer e apresentar qual o grau de influência do rádio na vida dos cachoeiranos, como ele tem

atuado na sociedade no cumprimento de seu papel social de prestação de serviços à comunidade,

valorizando a cidadania e garantindo a preservação da identidade e dos valores culturais desse povo.

Sobre a opção de contar as histórias e a relação da comunidade com este veículo através do

próprio rádio, se justifica pela simplicidade e o baixo custo, no que diz respeito ao aparato técnico,

necessário para a produção. Além disso, é uma forma de tratar o veículo com a devida relevância

que tem na cidade, mexer com imaginário do ouvinte através da metalinguagem e fazê-lo perceber o

quanto este veículo é presente em sua vida.

O rádio é um meio de comunicação que tem penetração rápida, de alcance muito grande e é

um dos mais populares, por isso será eficaz para a transmissão da mensagem desta pesquisa sobre

ele próprio. Ele é capaz de envolver e estimular o público a formar imagens virtuais a partir do

conhecimento de mundo que cada indivíduo possui.

O rádio possui uma característica toda própria para converter, na mente do ouvinte, ideias, palavras e ações em imagens auditivas. Mediante o emprego de técnicas podemos criar uma tela na mente da pessoa, levando a imaginar o sentido daquilo que queremos criar. Seja nas radionovelas, spots publicitários, jingles, documentário, notícias, vinhetas, seja em peças institucionais, encontramos no rádio uma ferramenta econômica, rápida e precisa (CÉSAR, 2005, p. 141-142).

3. METODOLOGIA

A pesquisa para este trabalho foi realizada na cidade de Cachoeira durante o primeiro

semestre de 2015, a partir de escuta de programas de rádio, e de pesquisa bibliográfica sobre rádio,

audiência, recepção, documentário e radiodocumentário, e, principalmente, de relatos orais e

entrevistas dos profissionais que atuam ou atuaram no rádio da cidade e dos ouvintes.

Portanto, a utilização do método de “história oral” foi necessária, pois este trabalho se

baseou principalmente na coleta de informações, a partir de fontes humanas e da memória de novos

e antigos ouvintes de rádio.

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Meihy (2005) aponta diretrizes para que o registro da história oral ocorra de forma eficiente,

de modo que sua credibilidade esteja assegurada e diz que: “consiste em gravações premeditadas de

narrativas pessoais, feitas diretamente de pessoa a pessoa, em fitas ou vídeo, tudo prescrito por um

projeto que detalhe os procedimentos” (MEIHY, 2005, p. 17).

Meihy (2005) também fala que a memória, a imaginação, a representação e as estratégias,

são base importantes para sustentar as narrativas que abordem tanto o passado, quanto o presente.

“O passado contido na memória é dinâmico como a própria memória individual ou grupal.

Enquanto a narrativa da memória não se consubstancia em um documento escrito, ela é mutável e

sofre variações que vão desde a ênfase ou a entonação até os silêncios e disfarces” (MEIHY, 2005,

p. 61).

Recorrer à memória dos ouvintes sobre o rádio local, sua história e sobre a relação das

pessoas com o veículo foi imprescindível para esta pesquisa norteada pelo conceito de mediações,

já que a memória é pautada em emoções e vivências sociais; ela é flexível e os eventos são

recordados à luz da experiência seguinte e das necessidades do presente.

3.1 Pré-produção: Levantamento de Dados

A pesquisa para a produção desse radiodocumentário foi norteada pelo método da história

oral, recorrendo a fontes orais primárias e secundárias, para gravar depoimentos em dispositivo

digital de áudio que seriam necessários para o cruzamento e análise dos dados e posteriormente a

produção do produto documentário. Foram entrevistadas pessoas que conhecem ou que de algum

modo participaram da história do rádio na cidade, mas como o foco é perceber a dinâmica do rádio

local na atualidade buscou-se fontes que hoje se relacionam de algum modo com o meio de

comunicação, sejam eles ouvintes ou radialistas.

3.2 Produção: Entrevistas

Para se chegar à elocução dessas memórias e a obtenção das informações necessárias, foi

preciso recorrer à realização de entrevistas com radialistas e ouvintes das emissoras de rádio locais.

Medina (2008), no livro Entrevista: o diálogo possível, diz que: “A entrevista, nas suas diferentes

aplicações, é uma técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim

isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à

distribuição democrática da informação” (MEDINA, 2008, p. 8).

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Minayo (2002) ao tratar sobre entrevista aponta a necessidade de perceber o seu propósito,

que perpassa pela comunicação verbal e pela coleta das informações desejadas.

Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores (...). Nesse sentido, a entrevista, um termo bastante genérico, está sendo por nós entendida como uma conversa a dois com propósitos bem definidos. Num primeiro nível, essa técnica se caracteriza por uma comunicação verbal que reforça a importância da linguagem e do significado da fala. Já, num outro nível, serve como um meio de coleta de informações sobre um determinado tema científico. (MINAYO, 2002, p. 57).

Caputo (2006) evoca algumas orientações para o desenvolvimento da entrevista; para ele, é

preciso ouvir o outro e dar atenção às respostas dos entrevistados. Deste modo, se chegará a uma

conversa autêntica, que apesar de seguir um roteiro, se desdobra espontaneamente.

[...] penso que a entrevista é uma aproximação que o jornalista, o pesquisador (ou outro profissional) faz, em uma dada realidade, a partir de um determinado assunto e também a partir de seu próprio olhar, utilizando como instrumento perguntas dirigidas a um ou mais indivíduo (CAPUTO, 2006, p. 28).

Para a realização das entrevistas, foi elaborado um questionário para ser aplicado, com

perguntas previamente formuladas, porém não foi seguido com rigor, já que na maioria dos casos o

diálogo fluiu de maneira natural, ficando os entrevistados à vontade para narrar suas experiências.

As entrevistas foram gravadas com gravador de áudio e telefone celular no período de 30 de janeiro

de 2015 a 12 de março do mesmo ano.

3.2.1 Entrevistados

Jorge Antônio Silva da França, radialista, 53 anos. É cachoeirano, mas reside em

Muritiba, onde apresenta programa na Rádio Vox AM. É repórter do matinal Rádio Total da Rádio

Paraguaçu FM, atua no Rádio da região há 15 anos.

Edelzuíta Pinheiro dos Santos, 68 anos, cachoeirana, moradora da Praça João Gualberto

conviveu e participou dos programas da Vozes da Primavera. Ela narra suas experiências com o

rádio da época, principalmente dos programas de calouros, descrevendo esse importante período do

rádio na cidade e avaliando o seu momento atual.

Roque Sacramento Sena, 73, morador do Largo do Monte, é radialista há mais de 40 anos.

Conhece a história do rádio em Cachoeira, sendo que seu interesse pelo rádio começou ouvindo a

Vozes da Primavera de Elias Paco-Paco. Atuou em emissoras de Feira de Santana e atualmente

apresenta o jornalístico Manhã de Notícias da Rádio Magnificat FM.

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Ivanildo Paulo Santana da Conceição Neri, 37 anos, reside no Bairro da Pitanga, é

empresário e radialista. Começou sua atuação na Rádio Comunitária Magnificat FM desde o início

do seu funcionamento. Em 2014, abriu sua própria emissora na internet, a Rádio Web Olha a

Pititinga. Fala sobre a Rádio Comunitária e sobre a programação da mais nova emissora de

Cachoeira.

Nivaldo Carneiro de Almeida, 43 anos, é conhecido como Nivaldo Lancaster, radialista há

25 anos, mora na cidade de Feira de Santana e apresenta diariamente nas manhãs da Rádio

Paraguaçu FM o jornalístico Rádio Total. O programa é retransmitido pela Rádio Santo Amaro FM

da cidade de Santo Amaro da Purificação, de onde é apresentado duas vezes por semana.

Edson dos Santos Ferreira, 48 anos, é motorista, mora em Cachoeira na Rua Tambor

Soledade. Costuma ouvir rádio enquanto trabalha. Por morar sozinho, o rádio é o seu principal

companheiro também durante as noites e aos fins de semana.

Tereza Santos Batista, 52 anos, é zeladora da Igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário. É

ouvinte fiel dos programas religiosos e costuma participar da oração do terço e pedir músicas.

Durante as missas, que são transmitidas pela Rádio Magnificat, acompanha com o rádio ligado da

torre da Igreja para o momento da consagração em que toca os sinos.

Moisés Pinheiro dos Santos, 34 anos, é administrador, mora em Cachoeira na Rua Santo

Antônio. É ouvinte assíduo dos programas de jornalismo, tem interesse nas notícias relacionadas à

cidade.

Jorge dos Santos, 46 anos, reside no distrito de Capoeiruçu, zona rural de Cachoeira, e

trabalha na feira livre da cidade como vendedor de caldo de cana. Costuma ir com frequência às

emissoras para reivindicar melhorias para a comunidade e para solicitar ajuda para resolver

problemas de saúde de sua esposa.

Luciane Norma Bispo dos Santos, 46 anos, reside na Rua do Amparo em Cachoeira, é

professora. Escuta rádio durante as atividades domésticas e a caminho do trabalho pelo telefone

celular. Já participou ativamente diversas vezes de programas de rádio na cidade.

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Jorge Alan Matos Bacelar, 36 anos, radialista, reside no Caquende em Cachoeira é

coordenador de programação da Rádio Comunitária Magnificat FM, fala da programação da

emissora e do espaço cedido aos artistas e à cultura local.

3.3 Edição: Produto Final

O radiodocumentário “Em sintonia: O papel do rádio na formação da identidade de ouvintes

de Cachoeira” tem duração de --minutos e –segundos divididos em três blocos.

No primeiro bloco, denominado, “Em Sintonia: História e Memória” é abordada a história e

a situação atual do rádio em Cachoeira, com entrevista com pessoas que têm relação com o rádio na

cidade, profissionais que já atuaram e que atuam hoje abordando a relação com veículo.

O segundo bloco, “Em Sintonia: Informação e entretenimento” é protagonizado pelos

próprios ouvintes que narram suas experiências com rádio na cidade, abordam onde escutam o que

gostam de ouvir e avaliam a presença das emissoras e suas respectivas programações.

O terceiro e ultimo bloco, “Em Sintonia: Participação e Credibilidade” apresenta dados de

uma pesquisa nacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o perfil do

ouvinte de rádio e da presença do disposto nas residências. Aborda ainda sobre a escuta em

Cachoeira, a relação com os comunicadores, como lidam com a informação e sobre a participação

ativa nos programas.

A edição do trabalho foi realizada no estúdio de áudio do Centro de Artes Humanidades de

Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), baseado nos scripts do

Anexo I deste trabalho.

Para edição, a trilha sonora foi escolhida a partir de músicas relatadas nas entrevistas,

músicas locais como samba de roda e de grupos como o Gegê Nagô, além de grupos de jazz, soul e

novos ritmos como o Congopop que mistura funk, reggae, samba, dentre outros. Foi utilizada ainda

gravações de programas e jogo de futebol. A trilha e os elementos utilizados na sonoplastia foram

disponibilizados pela Rádio Magnificat ou encontradas no acervo do estúdio de gravação do CAHL,

ou ainda disponibilizadas em sites na internet. Também foram produzidas vinhetas e efeitos

exclusivamente para esse programa.

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Este radiodocumentário foi produzido Mário Jorge e narrado por Mário Jorge e Geise

Ribeiro sob a orientação do Professor Robério Marcelo Rodrigues Ribeiro, tendo a Professora

Rachel Severo Alves Neuberger como co-orientadora e trabalhos técnicos de Saulo Leal.

3.3.1 Músicas que compõem o Radiodocumentário

• 1º bloco:

A Feira da Bahia – Samba de Roda da Suerdick: composição Dona Dalva

Berinbrown – C’est lavie: composição de Mestre Negativo

The ice Club – For Play:

Jarro da Saudade – Carmem Costa: composição Daniel Barbosa - Geraldo Blota -

Mirabeau

• 2º bloco

Cutia – Gêge Nagô

Gêge Nagô – Grupo Gêge Nagô: composição de Valmir Pereira

Os Tincoãs – Sabiá Roxa: composição de Mateus Aleluia

• 3º bloco

Futurephobia – Spyrogira: composição de Jay Beckentein e Tom Schuman

W/ Brasil – Jorge Ben Jor: composição de Jorge Ben Jor

Resistência – Gêge Nagô: composição Valmir Pereira

3.4 Recursos Utilizados

A pesquisa foi realizada por Mário Gonzaga Jorge Junior, acadêmico do 4° ano do curso de

Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com a

orientação do Professor Robério Marcelo Rodrigues Ribeiro e co-orientação da Professora Rachel

Severo Alves Neuberger.

Para execução da pesquisa foram usados os seguintes recursos materiais: um gravador de

áudio digital Sony com duas pilhas; um telefone celular Samsung e uma máquina fotográfica Sony;

um bloco de anotações; duas canetas; e um computador para elaboração e organização dos textos e

edições dos áudios. Os softwares usados para a edição foram o Audacity e o Logic Pro.

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3.5 Veiculação do Radiodocumentário

Este radiodocumentário será exibido na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, na

apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso, em 14 de maio de 2015 e havendo sugestões da

banca examinadora, será reeditado, para ser veiculado na rádio Comunitária Magnificat FM, na

Rádio Web Olha a Pititinga e na Rádio poste Franco Publicidade. Além disso, ficará disponível na

Biblioteca do Centro de Artes Humanidades e Letras e no site Reverso Online.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Em Sintonia: Teoria Crítica e Mediações

A abordagem sobre os efeitos e o modo de recepção da audiência da mídia, de modo geral,

caracteriza-se pela preocupação em posicionar o receptor como passivo ou ativo diante das

mensagens emitidas pelos meios de comunicação (DANTAS, 2008, p.1). Isso se deve à concepção

que considera a mídia como forma dominante de cultura, “forma que socializa e fornece material de

identidade tanto em termos de recepção, quanto de mudanças de sociedade” (KELLNER, 2001, p.

10).

A Teoria Crítica formulada pelos teóricos da Escola de Frankfurt, por exemplo, que criou o

termo Indústria Cultural, em substituição ao de “comunicação de massa”, atribui à mídia o

protagonismo central do processo de comunicação agindo como uma ferramenta de controle social,

manipulando a consciência das massas, tendo como objetivo o consumo e o capital. “A indústria

cultural é a integração deliberada, a partir do alto, de seus consumidores” (ADORNO, 1986, p. 98).

Theodor Adorno, um dos mais expressivos nomes da Escola de Frankfurt, faz duras críticas à

indústria cultural e chama atenção para a relação entre a ideologia desta e a consciência do sujeito:

O sistema da indústria cultural reorienta as massas, não permite quase a evasão e impõe sem cessar os esquemas de seu comportamento (...) Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente (ADORNO, 1986, p. 98).

Esta concepção elaborada por Adorno retira do sujeito a possibilidade de criar uma cultura

própria colocando o receptor como um sujeito passivo e alheio à sua própria realidade diante dos

meios de comunicação, ou seja, “ela tira das classes subalternas a possibilidade de se posicionarem

criticamente, pois a comunicação de massas é uma ‘rua de mão única’ onde fora os números do

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ibope não existe nenhuma atuação do público sobre os meios de comunicação” (NUMERIANO,

1990 apud VIANA, 2004, p. 5).

Esses estudos de recepção, portanto, ignoram os aspectos socioculturais e as características

do receptor, colocando os meios de comunicação como protagonistas centrais do processo

comunicacional, preocupando-se apenas em saber como eles atuavam para manipular suas

audiências (DANTAS, 2008).

Além da Escola de Frankfurt, os Estudos Culturais contam com a contribuição de teóricos

que tratam deste tema, mas que apresentam outra perspectiva em sua abordagem; é o caso de Jesús

Martín-Barbero, um dos principais nomes da escola latino-americana de comunicação.

4.1.1 Mediações

Martín-Barbero (2006) centraliza sua análise dos meios de comunicação de massa até o que

chama de “mediações culturais”, ou seja, defende que as análises dos meios de comunicação não

devem ignorar os conflitos, as contradições, as formas de dominação e de transformação do meio

social. “O eixo do debate deve se deslocar dos meios para as mediações, isto é, para as articulações

entre práticas de comunicação e movimentos sociais, para as diferentes temporalidades e para a

pluralidade de matrizes culturais” (MARTÍN-BARBERO, 2006, p. 261).

Assim como Martín-Barbero (2006), Guilherme Orozco (2014) ao tratar da teoria das

múltiplas mediações, também aponta a existência de vários conjuntos de influências que estruturam

o processo de recepção e seus resultados. Para ele, é necessário não levar em consideração somente

a audiência em relação com os meios de comunicação, mas em relação a uma dimensão maior,

família, bairro, ruas, igrejas, e formas de poder a elas relacionadas. Na sua visão:

O processo no qual as mensagens chegam às audiências sofrem interferências de uma série de mediações, permitindo ao telespectador, ao leitor de jornal, ao aluno em sala de aula, significar, dessignificar ou ressignificar os campos de sentidos que lhe aportam através dos variados meios de discursos (OROZCO, 2014, p.10).

Neste sentido, esta teoria aponta que inexiste um caminho de mão única e sem interferências

na negociação de sentido, tampouco, trata o ser humano como um receptor passivo; afinal, “a mídia

não institui e delimita uma relação unilateral entre um emissor dominante e um receptor dominado”

(DANTAS, 2008, p.3). Deste modo, o receptor configura-se um sujeito do processo de

comunicação em que interpreta o conteúdo da mensagem conforme os seus valores sociais.

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Compreende-se, assim, a existência de uma relação de troca entre esses dois polos na cadeia

comunicacional e que as formas de percepção do povo e interpretação da mensagem são

determinadas a partir de seu próprio repertório sociocultural, ou seja, pensando os processos de

comunicação “a partir da cultura, significa deixar de pensá-los a partir das disciplinas e dos meios.

Significa romper com a segurança proporcionada pela redução da problemática da comunicação à

das tecnologias” (MARTÍN-BARBERO, 2000, p. 297).

Orozco (2014) também destaca o caráter de vigente do meio, mas não determinista,

exercendo uma mediação própria e distinta, destacando “uma série de mediações intervenientes nos

processos comunicativos, tanto a partir do emissor quanto da mensagem e de sua circulação, bem

como a partir da recepção, de seus processos, de seus contextos, de seus cenários e de suas

audiências” (OROZCO, 2014, p. 28).

Para Martín-Barbeiro (2002), a experiência e a complexidade de conteúdos provenientes do

encontro entre o emissor e receptor é que definem a forma como a mensagem será absorvida pelo

receptor: “A verdadeira proposta do processo de comunicação e do meio não está nas mensagens,

mas nos modos de interação que o próprio meio – como muitos dos aparatos que compramos e que

trazem consigo seu manual de uso – transmite ao receptor” (MARTÍN-BARBERO, 2002, p. 55).

Desta forma, sua análise contrasta radicalmente com a teoria crítica formulada pela Escola

de Frankfurt: enquanto, para Martín-Barbero (2006), os meios de comunicação de massa e a

Indústria Cultural “propõem uma perspectiva que o público dispõe, de forma diferente, em seus

vários segmentos constitutivos, por outro lado, a Escola de Frankfurt aponta as Indústrias Culturais

como uma ferramenta inflexível de manipulação e controle social” (DANTAS, 2008, p. 3).

Há, portanto neste posicionamento teórico, a defesa de ao se analisar os meios de

comunicação a partir da cultura não centralizar sua observação unicamente nos meios, mas ampliar

a análise para as mediações, entendida aqui como conexões com elementos diversos “que formam

um todo novo, espécie de ponte que permite alcançar um novo panorama sem sair totalmente do

primeiro” (DANTAS, 2008, p. 4).

Outro conceito presente nos estudos de recepção é o que trata da “Midiatização”,

principalmente nesse contexto de acentuação do processo tecnológico que tem propiciado ao

homem o uso dos meios de comunicação em uma escala cada vez maior (KROT, 2010). A

midiatização pode ser entendida como múltiplas intersecções entre tecnologias midiáticas, campos e

atores sociais, meios de comunicação social tradicionais e sociedade, o sociólogo Muniz Sodré

define a “midiatização” como:

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[...] uma ordem de mediações socialmente realizadas no sentido da comunicação entendida como processo informacional, a reboque de organizações empresariais e com ênfase num tipo particular de interação a que poderíamos chamar de ‘tecno-interação’ –, caracterizada por uma espécie de prótese tecnológica e mercadológica da realidade sensível, denominada médium (SODRÉ, 2002, p. 21).

Esse cenário de midiatização acelerada alterou também o processo de mediação

comunicacional. As telas multiplicaram-se e com elas as possibilidades de interação, de modo que a

audiência vai deixando o lugar de quem assiste passivamente e vai configurando-se de fato um

sujeito ativo do processo de comunicação:

(...) as sociedades atuais vão deixando de ser reconhecidas essencialmente por seu status e processos de recepção anônima e massiva, caracterizados por uma atividade muito escassa, para começarem a ser reconhecidas por um estar e ser ativos, cada vez mais criativos, na produção e na emissão comunicacionais (OROZCO, 2014, p. 53).

Essa cultura da participação que emerge principalmente, dos dispositivos informáticos é

responsável por permitir aos participantes dos processos interativos, não somente interpretá-los

como sempre foi possível. “Essa mediação modifica as possibilidades de transformação, de criação

e de participação real dos sujeitos-audiências a partir de suas interações com as telas” (OROZCO,

2014, p.57).

Orozco (2014) classifica, portanto, essa mudança de “audiência receptiva”, o que não deve

ser entendida como passiva apenas, para “audiência produtora”, e destaca que essa passagem não

significa ser necessariamente para uma audiência mais “crítica ou criativa”, apesar de enfatizar

sobre as possibilidades criadas pela tecnologia, esclarece que essa não é ainda uma realidade plena,

já que existem diferentes realidades espalhadas em cada região ou país, “a conectividade

frequentemente se soma há inércias e a modelos tradicionais de reação que não desaparecem”. Há,

portanto uma coexistência e, com isso, ser audiência significa hoje, ser muitas coisas ao mesmo

tempo, “desde um receptor passivo, até ativos ou hiperativos, e ainda usuários interativos, criadores

e emissores” (OROZCO, 2014, p. 70).

A partir desses conceitos iniciais, parte-se então para tratar a recepção e audiência de forma

mais específica no rádio, objeto dessa pesquisa, levando em consideração principalmente a teoria

das mediações defendidas por Martín-Barbeiro. Para ele, o sentido social dos meios de

comunicação deve ser buscado nos modos de apropriação e reconhecimento, por parte das massas

populares, “deles e de si próprios através dele”, (MARTÍN-BARBERO, 2006, p.233).

Para o estudo da recepção deste meio específico, o autor considera necessário ultrapassar o

meio e trabalhar as experiências do receptor e as estratégias de recepção que consolidam este como

veículo popular e como agente impulsionador de identidades sociais. “E isso também passa pelo

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reconhecimento e reconhecer, significa conhecer os sujeitos coletivos, sociais e políticos, e também

interpelar uma questão acerca dos sujeitos, de seu modo específico de se constituir” (MARTÍN-

BARBERO 2006, p.306).

4.2 Em sintonia: Características e Audiência

Para analisar a recepção e os ressignificados que se dão a partir da audiência do rádio, é

necessário compreender suas especificidades e características que fazem com que o público se

aproxime deste veículo, a ponto de torná-lo tão representativo e popular. O rádio enfrenta novos

desafios, com problemas que afetam o estabelecimento de vínculos capazes de garantir sua

manutenção e representatividade junto à sua audiência e apela para uma série de estratégias capaz

de captar o receptor por meio de um discurso permeado por elementos atrativos aos ouvidos de

quem está na sintonia (KROTH, 2010).

Hernandes (2006) ressalta que as características de tempo real conferem ao rádio uma

aproximação entre emissor e receptor: “O rádio transmite sempre o presente individual do seu

ouvinte e no presente social em que está inserido, ou seja, num contexto intersubjetivo

compartilhado entre emissor e receptor, num tempo real” (MEDITSCH, apud HERNANDES, 2006,

p. 100).

Martín-Barbero (2006), ao tratar do rádio como estratégia no sentido de conferir identidade

aos países da América Latina, evoca as características de enunciação e enunciado, fazendo sua

relação de popularidade com a cultura oral:

Do lado da enunciação a experiência do narrador faz presente o lado corporal da arte de narrar (...) é voz que carrega de efeitos sensoriais o relato e explora a partir daí, desde o tom ao ritmo que acelera, retarda, emudece, altera, grita e sussurra o universo das emoções (MARTÍN-BARBERO, 2006, p. 319).

A respeito do enunciado, classifica como a “conexão entre as experiências individuais com o

curso do mundo, em forma de refrões e provérbios, de saberes que conservam normas, critérios para

classificar os fatos em uma ordem o qual enfrenta a incoerência insuportável da vida” (MARTÍN-

BARBERO, 2006, p. 319).

Hernandes (2006) também destaca que para se analisar a audiência no rádio é necessário

pensar as técnicas que são de uso recorrente por parte dos profissionais para ganhar atenção do

enunciatário, sendo realizados apelos de arrebatamento, sustentação e fidelização que são possíveis

no rádio, para isso é empregado diversas técnicas de quebra de continuidade sonora, “no rádio a

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atenção é fisgada principalmente da quebra de continuidade entre unidades e no nível da unidade,

por alterações bruscas” (HERNANDES, 2006, p. 101).

Para Hernandes (2006), nos meios de comunicação, de modo especial no rádio, busca-se

equilibrar duas coerções contraditórias, de um lado “a apresentação de textos em terceira pessoa,

sem um “eu” que assume a enunciação. Ao mesmo tempo busca-se manter a atenção por meio da

intimidade e confiança entre enunciado e enunciatário” (HERNANDES, 2006, p.265).

4.3 Em sintonia: Radio e documentário

A escolha do formato radiodocumentário é por permitir abordar assuntos de forma mais

profunda através do próprio rádio, já que faz uso da linguagem documental, o que favorece a

narração da história por personagens que vivenciaram o fato a ser narrado. Para Ramos (2008,

p.26), “O documentário estabelece asserções ou proposições sobre o mundo histórico. São duas

tradições narrativas distintas, embora muitas vezes se misturem.” E mais a frente conclui:

Se a narrativa ficcional se utiliza basicamente de atores para encarnar personagens, a narrativa documentária prefere trabalhar os próprios corpos que encarnam as personalidades no mundo, ou utiliza-se de pessoas que experimentaram de modo próximo o universo mostrado (RAMOS, 2008, p. 26).

Carvalho (2006) fez um estudo sobre documentário e a prática jornalística e explica que ele

aborda um tema ou assunto em profundidade, a partir da seleção de alguns aspectos e

representações auditivas e visuais.

[...] o principal objetivo de todo documentário jornalístico é buscar o máximo de informações sobre um determinado tema através de entrevistas, uma narração informativa em off, captação de imagens ilustrativas, montagens de material de arquivo, e de uma edição formadora do discurso ou da abordagem sobre um assunto em profundidade, cercando todos os seus ângulo (CARVALHO, 2006, p.1).

Portanto, com este recurso documental, será possível fazer um resgate da memória e de

como tem sido a relação do rádio de Cachoeira com sua audiência, reforçando assim a importância

do relato das pessoas, principalmente a partir da oralidade, que é a principal característica do rádio.

A voz do documentário pode defender uma causa, apresentar um argumento, bem como transmitir um ponto de vista. Os documentários procuram nos persuadir ou convencer, pela força de seu argumento, ou ponto de vista, e pelo atrativo, ou poder, de sua voz. A voz do documentário é a maneira especial de expressar um argumento ou uma perspectiva (NICHOLS, 2003, p. 28).

E neste caso de forma mais especial, utilizando o meio, para falar de si próprio, contar a

história de seus vínculos através dos sons: músicas e a voz de quem escuta e de quem faz o rádio

acontecer.

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O conteúdo e a forma de mensagem radiofônica, pela ausência, de alguns elementos e presença de outros, são condicionados basicamente por seis fatores: a capacidade auditiva do receptor, a linguagem radiofônica, a tecnologia de transmissão e recepção empregada, fugacidade, os tipos de públicos e as formas de recepção. (FERRARETTO, 2007, p. 25).

O gênero radiodocumentário ainda é pouco difundido no Brasil, sendo que as produções

ainda são bastante escassas; porém, é um recurso que pode ser utilizado para aprofundar

determinados temas no rádio. Este formato exige ampla pesquisa com fontes orais e é necessária a

utilização de um conjunto de elementos da linguagem radiofônica:

Pouco frequente no Brasil, o documentário radiofônico aborda um determinado tema em profundidade. Baseia-se em uma pesquisa de dados e de arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui, ainda, recursos de sonoplastia, envolvendo montagens e a elaboração de um roteiro prévio (FERRARETO, 2007, p. 57).

Assim como uma grande reportagem, o radiodocumentário deve contar uma história e

desenvolver uma forma própria, com todos os princípios básicos que norteiam esse tipo de

produção, podendo, ainda, incluir sonoras, fontes diversas e fazer abertura para dar ao ouvinte a

noção exata do que vai ser noticiado.

O radiodocumentário permite que sejam feitas escolhas, já que se trata de um formato que

não é fechado em si próprio, podendo absorver elementos de outros formatos. O radiodocumentário

é, desta forma, um formato “híbrido”, podendo “incorporar elementos de todos os gêneros aqui

apresentados, já que pode incluir entrevistas, depoimentos pessoais, opiniões e dramatização de

textos e acontecimentos. Para tanto, necessariamente exige o uso de música e efeitos” (VICENTE,

2004. p. 3).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este radiodocumentário é um modo de reconhecer a importância do Rádio em Cachoeira e

colaborar com a construção da memória radiofônica, já que são raros ainda os estudos sobre esse

assunto na cidade e a maioria das informações são coletadas de forma oral, deste modo também

reconhecemos a importância da oralidade, já que a história pode ser feita com documentos escritos,

mas também a partir das práticas sociais da oralidade que são elementos importantes na recuperação

de informações da memória coletiva (GOMES, 2011).

Aqui o rádio fala de si próprio, e os ouvintes deixam de ser meros ouvintes e ganham voz

própria. Assim se justifica a opção de fazer essa abordagem através do próprio veículo, além da

possibilidade de fazer o conhecimento do tema chegar diretamente a quem faz e quem ouve rádio

através de uma linguagem já presente no seu cotidiano.

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Durante as escutas dos programas de rádio na cidade, foi possível perceber o quanto ele é

um instrumento popular, pois através dele as pessoas apresentaram reclamações ao poder público,

trataram de conflitos entre vizinhos, reclamações trabalhistas, dentre outros. A presença desses

ouvintes se deu de forma esporádica, sua presença no estúdio da emissora não é muito frequente,

mas foi possível notar a participação de cachoeiranos tanto da zona rural quanto da sede do

Município, muitas vezes através do telefone ou de sistemas de mensagens.

Frente ao avanço da tecnologia, do mundo digital e das novas possibilidades de

comunicação, as rádios de Cachoeira parecem se adaptar muito bem, inserindo-se no processo de

convergência das mídias. Neste sentido, as FM’s emissoras criaram seu próprio site e retransmitem

sua programação ao vivo.

A rádio Magnificat e a Pititinga oferece m ainda aos seus ouvintes a possibilidade de baixar

seu aplicativo para as plataformas com sistema operacional Android, como Smartphone, Iphone e

Tablet. Ou seja, as emissoras estão se recriando para ampliar a possibilidade de audiência, o que

tem sido recorrente com outras rádios brasileiras. Conforme Neuberger (2012, p.133):

Como se nota, o rádio está sempre buscando novas saídas paras as dificuldades que vão surgindo ao longo dos seus quase 90 anos de existência no Brasil. Quando se pensa que não há mais sobrevida para o veículo, ele ressurge das próprias tecnologias que poderiam sufocá-lo enquanto veículo de comunicação.

Reconhecemos, portanto, que se trata de um meio de comunicação que é cada vez mais atual

e, através das possibilidades que oferece, será possível narrar por este documentário a sintonia entre

ouvintes, rádio, cidade e radialistas fazendo uso da própria linguagem radiofônica e documentária.

“O documentário, portanto, se caracteriza como narrativas que possuem vozes diversas que falam

do mundo, ou de si” (RAMOS, 2008, p.26).

Portanto neste produto ouviremos os radialistas, mas também os ouvintes terão vez e voz

para falar de suas experiências e impressões sobre o rádio local, neste trabalho que busca

compreender a recepção e as características próprias da audiência do rádio em Cachoeira.

6. BIBLIOGRAFIA

ADORNO, T. W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. Trad. De Amélia Cohn. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1986.

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ANEXOS

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ANEXO I – Script do Radiodocumentário “Em m Sintonia: Um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira. Bloco 1 Folha 1

Técnica Locução Sonora 01-Várias vozes – “O Rádio para mim é..”. 26”

BG de entrada – The ice club. OFF 01 A Rádio Reverso a partir de agora apresenta//

Em sintonia. Um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira.

BG: Samba de Dona Dalva: sobe som 7” Desce som

OFF 01

Você já notou como o rádio está presente na vida das pessoas?// Aos 93 anos, ele segue cumprindo o seu papel, superando desafios e se modernizando// O velho companheiro continua dinâmico, presente, vibrante e cheio de paixões// E você? // Caminhando, dirigindo, em casa, no trabalho, onde ouve o rádio?// O cachoeirano Jorge França conta a relação que tem com o rádio///

Sonora 02-Jorge França: “Eu sou apaixonado por rádio...e dificilmente vai deixar de ser”. 23”

25/03/2015

Script 01

Áudio Mário Jorge 8’37

DATA FORMATO APRESENTADOR TEMPO

Bloco

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Bloco 1 Folha 2 Técnica Locução OFF 02 Como você já percebeu/hoje o nosso assunto é o

rádio// Você vai conhecer a história do rádio na cidade de Cachoeira no Recôncavo da Bahia/suas particularidades/comunicadores e a interação com os ouvintes// Vamos tratar da força deste veículo na cidade Monumento Nacional// Eu sou Mário Jorge e a partir de agora estaremos em sintonia///

Vinheta do programa: Radiodocumentário Em Sintonia

OFF 03 Este radiodocumentário está dividido em três blocos// No primeiro, vamos abordar a história e a situação atual do rádio em Cachoeira// O segundo bloco dá voz aos ouvintes que falam sobre o que gostam de ouvir/ a relação deles com o veículo e com os radialistas// No terceiro e último bloco vamos falar sobre participação do ouvinte, credibilidade, audiência e pesquisas nacionais envolvendo este importante meio de comunicação// Espero que você goste e continue em sintonia!///

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Bloco 1 Folha 3 Técnica Locução Música: Berinbrow: 11”

OFF 04 Antes da chegada da primeira FM/ a cidade e Cachoeira conviveu muitos anos com os sistemas de alto-falantes que faziam bastante sucesso com o público// O primeiro foi a Vozes do Norte implantando em 1940 . esse sistema foi sucedido pela Divisão de Publicidade e Radiodifusão (DPR1) Vozes da Primavera// Sendo este o de maior popularidade, fundado por Elias Cardoso, o popular Elias Paco-Paco, um mecânico apaixonado por música e entusiasta do rádio// A professora Edelzuíta Pinheiro conta um pouco sobre aquele tempo///

Sonora 3-Edelzuíta Pinheiro. “Dias de domingo, ele tinha...que era muito interessante”. 28’’

OFF 05 Veterano do rádio, com mais de 40 anos de atuação com passagens por emissoras de Feira de Santana, o radialista Roque Sena, recorda as primeiras experiência envolvendo o Rádio em Cachoeira///

Sonora 04 – Roque Sena. “A história do rádio em Cachoeira...culminando coma a chegada da rádio Paraguaçu”.29”

OFF 06 A Rádio Vox AM da cidade serrana está no ar há mais de 50 anos/, é a terceira emissora mais antiga da Bahia// O radialista Jorge França/falada influência da rádio de Muritiba na formação de ouvintes na região do Recôncavo e destaca também a importância da Rádio Poste///

Sonora 05 – Jorge França. “Essa relação dos ouvintes...agente lembra até de Elias Paco Paco”. 27”

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Bloco 1 Folha 4 Técnica Locução OFF 07 Edelzuíta Pinheiro lembra de momentos

marcantes dessa época, como sua participação em programas de calouros ///

Sonora 06–Edelzuíta Pinheiro. “No dia que houve esse programa...e aplatéia gritando Zuíta”. 0:25”

OFF 08 Edelzuíta recorda cheia de saudade a canção que

a consagrou vencedora do festival///

Sonora 07 – Edelzuíta Pinheiro. “Iaiá cadê o jarro...e matei a flor” 0:22”

Sobe som: Jarro da saudade. 6”. Vai a BG

OFF 09

A Rádio Comunitária Magnificat foi a primeira emissora de Frequência Modulada (FM) a entrar no ar em Cachoeira//

A Rádio Magnificat é vinculada à Paróquia Nossa Senhora do Rosário e teve licença de funcionamento até o ano de 2000//

findado o prazo, continuou operando de forma irregular, fato que foi denunciado, provocando o seu fechamento por três anos//

A licença definitiva foi deferida pela Agência Nacional de Telecomunicações (a ANATEL),em 16 de abril de 2003, e as transmissões retomadas em 16 de junho daquele ano//

O comunicador e empresário Ivanildo Paulo Neri participou da fundação da emissora comunitária e conhece bem essa história///

Sonora8-Ivanildo Paulo. “A Magnificat ficou seis meses...está aí funcionando até hoje”. 28”

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Bloco 1 Folha 5 Técnica Locução OFF 10 Atualmente, a emissora segue em pleno

funcionamento, tendo na programação, programas religiosos, de jornalismo, entretenimento, música, além de transmitir os principais festejos da cidade, sessões da Câmara de vereadores e jogos de futebol local//

Sobe som: Gravação de jogo de futebol. 10”

OFF 11 A primeira rádio comercial da cidade, a Paraguaçu FM, foi fundada em 25 de maio de 2003//

A emissora cobre 26 cidades, incluindo municípios do Recôncavo, Feira de Santana e Território do Sisal e compõe a Rede Nordeste de Comunicação composta por oito emissoras pertencente ao grupo do empresário e ex-deputado federal Pedro Irujo//

A emissora tem potência de 5 (cinco) watts e funciona 24 horas, tendo em sua programação os programas Bom dia cidade e o jornalístico Rádio Total apresentado pelo radialista Nivaldo Lancaster//

Sobe Som: Rádio total. 8”

OFF 12 Radialista há 25 anos, há nove Lancaster está em Cachoeira//

Tendo passado por diversas emissoras de Feira de Santana e Salvador, atualmente apresenta o programa de grande audiência nas manhãs da Paraguaçu FM que funciona em cadeia com a Rádio Santo Amaro FM, da cidade de Santo Amaro da Purificação///

Sonora 09- Nivaldo Lancaster. “Graças a Deus, tenho felicidade...que eu deva continuar”. 29”

OFF 13 Roque Sena destaca que a chegada da Rádio Paraguaçu modificou o perfil do ouvinte ///

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Bloco 1 Folha 6 Técnica Locução Sonora 10– Roque Sena. “Os ouvintes da região...com Nivaldo Lancaster”. 24”

OFF 14 Apresentando programas na Radio Vox de Muritiba e na Paraguaçu em Cachoeira, Jorge França avalia como positivo o momento atual do rádio na cidade///

Sonora 11– Jorge França. “Sim, sim por que mantém a rádio vox...que é um bom momento”. 34”

OFF 15 No próximo bloco do documentário Em Sintonia.... O que os ouvintes acham do rádio em Cachoeira? ///

Sobe som: Passagem de bloco

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Bloco 2 Folha 1

Técnica Locução Vinheta do programa: Em sintonia um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoira. 15”

OFF 01 Você está ouvindo o radiodocumentário Em sintonia, eu sou Mário Jorge e agradeço a sua companhia nessa viagem pelas ondas do rádio de Cachoeira/// No primeiro Bloco, você conheceu um pouco a história do Rádio em Cachoeira e sua situação atual narrada pelos radialistas// Neste segundo bloco a palavra está com o ouvinte que narra suas experiências com este veículo apaixonante: O rádio///

Música: Gegê Nagô – Cutia. 5”. Vai a BG OFF 02 O rádio desponta como o principal meio de

comunicação da cidade//

Exerce papel fundamental na vida cotidiana dos moradores, configurando-se como fonte de informação das notícias locais//

Sem preconceito/ atravessa as camadas sociais/ diferentes níveis de conhecimento ou escolaridade/ desde os mais simples aos mais graduados //

O rádio é utilizado como fonte de informação e entretenimento/ o motorista Edson dos Santos Ferreira, por exemplo, usa para afastar a solidão///

25/03/2015

Script 02

Áudio Mário Jorge 8’37

DATA FORMATO APRESENTADOR TEMPO

Bloco

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Bloco 2 Folha 2 Técnica Locução

Sonora1-Edson dos Santos. “Notícias boas, músicas...muitas coisas, a tristeza principalmente”. 14”

OFF 03 Já a zeladora da Igreja Matriz Tereza Santos Batista costuma ouvir programas religiosos, principalmente a oração do terço///

Sonora 2-Tereza Santos. “É uma novela ótima gente...participar do Santo terço”. 28”

OFF 04 Mesmo com tantas razões para se ouvir rádio/tem uma que se destaca//

A informação///

Sobe Som: BG de notícia. 4”. Vai a BG OFF 05

É através do rádio que a maioria das pessoas tem acesso às notícias dos principais acontecimentos locais//

O Administrador Moisés Pinheiro, é daquele tipo de ouvinte fiel, que não perde um programa pra ficar bem informado///

Sonora 03 – Moisés Pinheiro. “Dentro do rádio, notícias...dá orientação a esse ouvinte”. 28”

OFF 06 Jorge dos Santos, de 46 anos é vendedor de

caldo de cana na feira livre da cidade faz questão

de dizer o que gosta de ouvir///

Sonora 04 – Jorge dos Santos. “Gosto de ouvir notícias...tiver na rádio é bom”. 6”

OFF 07 Luciane Norma Freitas, é professora e destaca que seu interesse são os assuntosrelacionados à cidade///

Sonora 05 – Luciane Norma. “Quantas vezes não está sabendo...e da política local”. 13”

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Bloco 2 Folha 3 Técnica Locução OFF 08 Moisés Pinheiro avalia o espaço que as notícias

locais têm nas emissoras/// Sonora 06-Moisés Pinheiro. “Algumas emissoras da cidade...mesmo a região do Recôncavo”. 26”

OFF 09 O radialista Nivaldo Lancaster acredita que falta investimento por parte dos dirigentes das rádios///

Sonora 07 – Nivaldo Lancaster. É verdade também que...que é muito rica”. 31”

OFF 10 O programa apresentado por Lancaster é o único jornalístico da emissora/é retransmitido na rádio Santo Amaro FM da cidade de Santo Amaro da Purificação de onde é apresentado duas vezes por semana///

Sobe som: BG: The ice club. 3” Vai a BG OFF 11 Em 2014, a cidade ganhou sua primeira Rádio

Web, com o nome de Olha a Pititinga// Pitinga é um peixe pequeno e bastante popular na região// A emissora é retransmita nas rádios poste de Cachoeira e São Felix e tem tido grande audiência por se concentrar nas notícias locais // Ivanildo Paulo, idealizador da emissora, explica como funciona a programação de A Pititinga///

Sonora 08 – Ivanildo Paulo. “A Pititinga pegou o potencial da rádio...as falhas que o poder tem”. 16”

OFF 12 Para Moisés, a Rádio Web Olha A Pititinga se tornou uma referência quando o assunto éCachoeira///

Sonora 09 - Moisés Pinheiro. “Por conta de hoje...se preocupando com as notícias locais”. 26”

OFF 13 E na rádio Magnificat como é? Qual o espaço para a cultura local?// Quem explica é o radialista Jorge Alan Bacelar, diretor de programação da emissora///

Sonora10- Jorge Alan Bacelar. “A cultura aparece não porque temos reservado...possam vir participar.” 38”

Música Gêge Nagô. 4”. Vai a BG

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Bloco 2 Folha 4 Técnica Locução OFF 14 Essa característica de proximidade que o rádio

tem faz com que esteja presente em vários momentos do dia do cachoeirano// Ele é companheiro fiel tanto nas horas de lazer, quanto no trabalho// Para Tereza Santos,que é zeladora da Igreja Matriz, por exemplo, estar sintonizada é uma necessidade profissional// Acompanhando a transmissão da Missa pela rádio, do alto da torre da Igreja, Tereza faz os sinos ecoarem///

Sobe o som – Sinos. 3” Sonora11– Tereza Santos. “Eu uso a rádio no momento...o sino na hora da consagração”. 14”

OFF 15 Já Edson dos Santos não foge a regra da maioria dos motoristas// Enquanto dirige, o rádio está sempre ligado///

Sonora 12– Edson dos Santos. “Eu escuto rádio no carro...na rádio Magnificat direto”. 12”

OFF 16 Com a professora Luciane Norma não é muito diferente// O rádio é seu companheiro nas caminhadas e também nas atividades domésticas///

Sonora 13– Luciane Norma. “Em casa, enquanto...indo para o trabalho”. 9

Sobe som: Tincoãs. 5” OFF 17 Nessas histórias que ouvimos percebemos um

traço afetivo entre os ouvintes e o rádio em Cachoeira// Escuta que muitas vezes nasceu dentro de casa// Moisés Pinheiro conta como aprendeu a gostar de rádio///

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Bloco 2 Folha 5 Técnica Locução Sonora 14- Moisés Pinheiro. “Eu convivi muito com meu avô...estava sempre escutando”. 16”

Sobe som: Sinal de Hora Magnificat. 3” OFF 18 Esse solo de viola que você acabou de ouvir é o

sinal de hora da Rádio Comunitária Magnificat// Os ouvintes que escutam a programação identificam que a viola do samba anuncia a hora certa// É hora do intervalo// No próximo Bloco nós vamos tratar sobre interatividade, credibilidade e a relação entre ouvintes e radialistas///

Sobe som. Passagem de Bloco’’

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Bloco 3 Folha 1

Técnica Locução Vinheta: Em sintonia um documentário sobre o rádio na cidade de Cachoeira. 15”

OFF 01

Olá, eu sou Mário Jorge e estamos de volta com o radiodocumentário Em sintonia: o Papel do Rádio na Identidade de ouvintes de Cachoeira// No primeiro Bloco, você conheceu a história da radiodifusão na cidade histórica de Cachoeira e a situação atual de suas emissoras// No segundo bloco os ouvintes falaram sobre o que gostam de ouvir e de onde costumam ouvir rádio// Agora no terceiro e último bloco vamos falar sobre participação, interatividade, características do ouvinte e da relação com os radialistas///

Música: SpyroGgira. 4”. Vai a BG. OFF 02 Uma pesquisa realizada pelo IBOPE em 2013 aponta

que o rádio está presente em 76% dos domicílios do Brasil// Porém não leva em conta os aparelhos da telefonia celular que sintonizam FMs, que segundo o levantamento são mais de 5 milhões// A Pesquisa por Amostra de Domicíliotamémentrevistou 71 milhões de brasileiros entre 12 e 75 anos de idade e traçou o perfil dos ouvintes de rádio do país// Segundo a pesquisa, 73% da população brasileira escuta rádio com frequência//

OFF 03 E em Cachoeira como são os ouvintes de rádio? Segundo o radialista Jorge França, são fiéis//

Sonora 1- Jorge França. “É ouvinte apaixonado...cresceu e cresce a cada momento”. 20”

25/03/2015

Script 03

Áudio Mário Jorge 8’37

DATA FORMATO APRESENTADOR TEMPO

Bloco

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Bloco 3 Folha 2 Técnica Locução OFF 04 O radialista Roque Sena destaca que umas das

principais características do ouvinte de Cachoeira é a sua ligação com o comunicador///

Sonora 2- Roque Sena. “Tem gente que não dorme...quer escutar aquele camarada” 28”

OFF 05 O ouvinte Moisés Pinheiro concorda com Roque Sena e ainda destaca que nas pequenas cidades os ouvintes acabam tendo uma relação próxima com os comunicadores///

Sonora 3– Moisés Pinheiro. “Eu vejo os ouvintes tem muito contato...perfil profissional”. 25”

OFF 06 Uma das principais marcas do rádio é a interatividade// Ele é o meio que mais permite a interação entre o comunicador e o seu público// O ouvinte reivindica melhorias, divulga eventos, manda recados e muitas vezes expõe até questões pessoais// E em Cachoeira, como isso acontece? Será que os ouvintes costumam participar dos programas?// Com a palavra os radialistas?///

Sobe BG SpyroGira OFF 07 Nivaldo Lancaster dá sua opinião sobre os

ouvintes da cidade/// Sonora 04 – Nivaldo Lancaster. “Os ouvintes aqui...são atentos”. 20”

OFF 08 E na Magnificat os ouvintes participam Roque Sena?///

Sonora 05– Roque Sena. “Muito pouco, mas ouve...das localidades deles”. 25”

OFF 08 Ivanildo Paulo também avalia a participação na Rádio Web///

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Bloco 3 Folha 3 Técnica Locução

OFF 9 Nivaldo Lancaster e Roque Sena consideram ainda tímida a participação dos ouvintes nos programas jornalísticos, mas Jorge França discorda dessa opinião//

Sonora 06– Jorge França. “ Hoje eles ligam também...liga também com esse fim”. 24”

Sonora 07 - Ivanildo Paulo. “Eu tenho sentido dificuldades do ouvinte participar...a maioria não quer se identificar”. 29”

OFF 10 Nivaldo Lancaster aponta uma provável causa para a pouca participação///

Sonora 08- Nivaldo Lancaster. “Essa questão da não participação...sofrer uma represália”. 29”

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Bloco 3 Folha 4 Técnica Locução OFF 11 E os ouvintes o que acham disso?//

Jorge do caldo de cana diz que em alguns casos há fortes críticas a quem participa, ele próprio já passou por isso///

Sonora 09 – “Acho que você chega nas ruas...goste quem gostar” 25”

OFF 12 Moisés Pinheiro, que costuma acompanhar a programação das emissorasdiz que a tecnologia e as redes sociais provocaram novas formas de interação///

Sonora 10– Moisés Pinheiro. “A participação hoje é pouca...é um pouco baixa essa participação”. 35”

OFF 13 A professora Luciane Norma considera satisfatória a participação dos ouvintes nos programas//

Sonora 11–Luciane Norma. Participa, por que eu costumo dizer...fica por dentro de tudo. 20”

OFF 14 Norma ainda observa o quanto as pessoas recorrem a este meio de comunicação expondo os mais diversos assuntos// E as pessoas falam de que Norma?

Sonora 12– Luciane Norma. “Falam de tudo...no geral”. 9”

OFF 15 Jorge docaldo de cana como é conhecidodiz que o rádio é seu aliado// Jorge inclusive já buscou o rádio para resolver questões pessoais///

Sonora 13– Jorge dos Santos. “Eu já reivindiquei...muitas coisas através do rádio”. 20”

OFF 16 A professora Luciane Norma também relata experiências próprias de participação em programas de rádio///

Sonora 14 – Luciane Norma.” Eu já participei...chego lá e mando vê”. 26”

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Bloco 3 Folha 5

Técnica Locução

OFF 17 Para Jorge do caldo de cana participar dos programas de rádio lhe conferiu maior respeito na cidade///

Sonora 15 - Jorge do Caldo de Cana. “Eu sou uma pessoa assim...E as pessoas começaram a acreditar” 33

OFF 18 A sensação de intimidade e credibilidade proporcionada pelo rádio faz com que o ouvinte acredite que o comunicador seja um agente na resolução de determinados problemas// Norma destaca essa função mediadora do comunicador///

Sonora 16– Luciane Norma. “Tem gente que acha que locutor...esse poder de justiça”. 17”

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Bloco 3 Folha 6 Técnica Locução OFF 19 E como os ouvintes lidam com a

informação e com os comunicadores// Qual o nível de confiança dos ouvintes naquilo que é veiculado nas emissoras?// Isso pode ser determinado pelo repertório sociocultural do receptor///

BG tipo enquete OFF 20 Vamos conhecer a opinião dos ouvintes

sobre este assunto///

Sonora 17– Edson. “confio, não tenho dúvida não...sem sombra de dúvida”. 16”

Sonora 18– Tereza. Eu acho que eles não iriam inventar...eu confio sim”. 09”

Sonora 19 – Jorge dos Santos. “Olhe bem, confiar...tenho que arriscar”. 04”

Sonora 20– Moisés Pinheiro. Através do rádio posso consegui informações...é muito pouco”. 25”

Sonora 21– Norma. “Não confio em tudo não...mas que depois não volta mais” 19”

Música: W/Brasi. 5”. Vai a BG OFF 21 Não poderíamos terminar esse programa,

sem um elemento clássico da interação do rádio, principalmente das FM’s// Pra quem você vai mandar um alô?///

Sobe som - Vozes mandando alô. 29” Música: Resistência. 4”. Vai a BG

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Bloco 3 Folha 7 Técnica Locução OFF 22 De Paco Paco a Pititinga, um resgate de 75

anos da presença da linguagem do rádio em Cachoeira// Do poste às plataformas digitais, neste lugar, o Rádio é forte e presença efetiva e afetiva!// Sim, por que não dá pra falar deste veículo sem fazer uma CHAMADA dos sentimentos, paixões, emoções// Apaixonante, eletrizante e nada... nada coadjuvante!// Protagonista de sua própria história é MANCHETE da memória social...cultural e política de um povo que é singular e ao mesmo tempo tão plural// De um lugar que como em ONDAS irradia beleza maginificat AO VIVO banhada pelas águas do Paraguaçu, onde tudo é pura magia e plena alegria, SEM INTERVALOS// Narrar a história do rádio em Cachoeira, é falar da vida da cidade, mas principalmente das pessoas// Essa é a PAUTA de todos os dias// São delas as experiências e as histórias dessa relação de harmonia e SINTONIA// NO AR o rádio ajuda as pessoas a conhecerem melhor o lugar onde vivem e a se conhecerem melhor// E são essas pessoas e suas histórias em diversos contextos que Programaram a história do rádio// Que as vinhetas, sonoras, vozes e músicas que fez o rádio permanecer firme até aqui continuem gerando belas histórias em alto volume num infinito SOBE SOM///

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Bloco 3 Folha 8 Técnica Locução

Vinheta de encerramento. 31”

Sobe som: Música resistência. 12”

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ANEXO II – Roteiro para entrevista PROFISSIONAL

1. O senhor pode contar um pouco sobre a história do rádio em Cachoeira?

2. O que mudou em relação ao passado?

3. Há quanto tempo o senhor trabalha com rádio?

4. Quando e como teve início esse interesse pelo rádio e por trabalhar em

rádio?

5. Onde o senhor trabalhou?

6. Você acha que as pessoas ainda mantêm uma forte conexão com o rádio?

7. Qual é a situação de Cachoeira hoje em relação ao rádio (emissoras,

programação, profissionais, outros veículos de comunicação)?

8. Existe alguma peculiaridade no Rádio em Cachoeira?

9. Como é o ouvinte de rádio em Cachoeira?

10. O ouvinte interage com os radialistas? Como?

11. Tem alguma história marcante envolvendo o ouvinte?

12. Como o ouvinte lida com as notícias veiculadas pela rádio?

13. Você acha que todos os ouvintes reagem (são influenciados) da mesma

forma diante de uma informação?

14. Em sua opinião o que os ouvintes mais gostam de ouvir?

15. Que tipos de programa mais participam?

16. Por quais razões mais procuram a rádio?

17. O que o Rádio significa pra você?

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OUVINTE

1. Como você se informa sobre as notícias de Cachoeira?

2. O que você acha das emissoras de rádio da cidade?

3. O que mais gosta de ouvir?

4. Que rádio mais escuta? Por quê?

5. Você já participou ou conhece alguém que já participou de algum

programa? Por quê?

6. Como você avalia a participação dos ouvintes nos programas?

7. Como é sua relação com os locutores?

8. Como as informações veiculadas influenciam sua vida?

9. Você confia em todas as informações veiculadas no Rádio?

10. Como se ouvia rádio antigamente?

11. A relação das pessoas com o rádio na cidade mudou?

12. Você recorda alguma história marcante que envolva o rádio?

13. O que o rádio significa para você?

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ANEXO III – Entrevistas do Radiodocumentário “Em sintonia”. Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Jorge Antônio Silva da França,

radialista, 53 anos, é cachoeirano, mas

reside em Muritiba, onde apresenta

programa na Rádio Vox AM, é repórter

do matinal Rádio Total da Rádio

Paraguaçu FM , atua no Rádio da região

há 15 anos e recorda o início do Rádio

em Cachoeira além de abordar seu atual

momento.

Edelzuíta Pinheiro dos Santos, 68

anos, cachoeirana, moradora da Praça João

Gualberto conviveu e participou dos

programas da Vozes da Primavera, narra suas

experiências com o rádio da época

principalmente dos programas de calouros,

descreve esse importante período do rádio na

cidade e avalia o seu momento atual.

Roque Sacramento Sena, 73,

morador do Largo do Monte, é radialista

há mais de 40 anos. Conhece a história

do rádio em Cachoeira, seu interesse

pelo rádio começou ouvindo a Vozes da

Primavera de Elias Paco-Paco, atuou em

emissoras de Feira de Santana e

atualmente apresenta o jornalístico

Manhã de Notícias da Rádio Magnificat

FM.

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Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Ivanildo Paulo Santana da

Conceição Neri, 37 anos, reside no

Bairro da Pitanga, é empresário e

radialista. Começou sua atuação na

Rádio Comunitária Magnificat FM

desde o inicio do seu

funcionamento, em 2014 abriu sua

própria emissora na internet, a

Rádio Web Olha a Pititinga. Fala

sobre a Rádio Comunitária e sobre

a programação da mais nova

emissora de Cachoeira.

Nivaldo Carneiro de Almeida, 43

anos, é conhecido como Nivaldo Lancaster,

radialista há 25 anos, mora na cidade de

Feira de Santana e apresenta diariamente

nas manhãs da Rádio Paraguaçu FM o

jornalístico Rádio Total. O programa é

retransmitido pela Rádio Santo Amaro FM

da cidade de Santo Amaro da Purificação,

de onde é apresentado duas vezes por

semana.

Edson dos Santos

Ferreira, 48 anos, é motorista,

mora em Cachoeira na Rua Tambor

Soledade. Costuma ouvir rádio

enquanto trabalha. Por morar

sozinho o rádio é o seu principal

companheiro também durante as

noites e aos finais de semana.

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Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Moisés Pinheiro dos

Santos, 34 anos, é administrador,

mora em Cachoeira na Rua Santo

Antônio. É ouvinte assíduo dos

programas de jornalismo, tem

interesse nas notícias relacionadas à

cidade.

Jorge dos Santos, 46 anos,

reside no distrito de Capoeiruçu,

zona rural de Cachoeira, e trabalha

na feira livre da cidade como

vendedor de caldo de cana. Costuma

ir com frequência as emissoras para

reivindicar melhorias para a

comunidade e para solicitar ajuda

para resolver problemas de saúde de

sua esposa.

Tereza Santos Batista, 52 anos,

é zeladora da Igreja matriz de Nossa

Senhora do Rosário. É ouvinte fiel dos

programas religiosos e costuma

participar da oração do terço e pedir

músicas. Durante as missas que são

transmitidas pela Rádio Magnificat

acompanha com o rádio ligado da torre

da Igreja para o momento da

consagração em que toca os sinos.

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Foto: Mário Jorge

Foto: Mário Jorge

Luciane Norma Bispo dos

Santos, 46 anos, reside na Rua do

Amparo em Cachoeira, é professora.

Escuta rádio durante as atividades

domésticas e a caminho do trabalho

pelo telefone celular. Já participou

ativamente diversas vezes de

programas de rádio na cidade e

avalia como positiva a participação

dos ouvintes nos programas.

Jorge Alan Matos

Bacelar, 36 anos, radialista,

reside no Bairro Caquende em

Cachoeira é coordenador de

programação da Rádio

Comunitária Magnificat FM,

fala da programação da

emissora e do espaço cedido

aos artistas e a cultura local.