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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
VALDIR POLOMANI
WEBQUEST: Internet na Escola no Ensino de História
CURITIBA 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
VALDIR POLOMANI
WEBQUEST: Internet na Escola no Ensino de História
Artigo apresentado à coordenação do PDE/SEED como requisito final do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010 – Área PDE: História – IES: UFPR
Orientadora: Profª PhD. Sônia Haracemiv
CURITIBA
2012
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WEBQUEST: INTERNET NA ESCOLA NO ENSINO DE HISTÓRIA
Autor: Valdir Polomani1
Orientadora: Sonia Maria Chaves Haracemiv2
Resumo
A questão central deste estudo teve por meta a utilização de uma ferramenta pedagógica denominada WebQuest no ensino de História para estudantes das segundas séries do Ensino Médio do Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha, na cidade de Rio Negro-Paraná. Com objetivo de diagnosticar o domínio dos alunos e professores da referida área em relação ao uso pedagógico da internet com o intuito de levantar dados referentes à acessibilidade a tecnologia, e a qualidade na utilização dela por parte dos pesquisados, foi elaborado e aplicado um questionário. Com conhecimento prévio foi possível obter informações preliminares de que laboratórios de informática e a internet não eram bem utilizados por nossos educandos, tanto no ambiente escolar quanto fora dele. Para nortear os trabalhos foi elaborado uma Unidade Didática intitulada WebQuest: Internet na Escola no Ensino de História, com a participação dos professores de história do colégio, tanto na aplicação didática quanto na discussão no Grupo de Trabalho em Rede - GTR. O que se buscou neste trabalho foi conduzir nossos educandos à autonomia na pesquisa de forma a torná-los investigadores e criadores do conhecimento não um meros reprodutores do mesmo. Muitos foram os desafios e problemas apresentados pelos envolvidos em todo o processo, e que, apesar dos mesmos, os objetivos de apresentar uma nova possibilidade de utilização da Internet e de constituir um banco de WebQuests tornaram-se possíveis, um expoente de dedicação e superação de todos. A constatação final é de que a determinação e a vontade de aprender podem sim ser fundamentais no processo de ensino e de aprendizagem. Palavras-chave: WebQuest; Ensino de História; Ambiente Colaborativo de Aprendizagem.
1Professor Especialista em Metodologia de Ensino Fundamental e Médio. Atua no Colégio Estadual
Presidente Caetano Munhoz da Rocha-Rio Negro Paraná. 2 Professora Doutora em Educação da Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação.
Departamento de Teoria e Prática de Ensino. Pós-Doutora em Currículo e Avaliação.
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INTRODUÇÃO
Este artigo relata a pesquisa desenvolvida pelo professor de História da Rede
Estadual de Ensino, participante do PDE - Programa de Desenvolvimento
Educacional, cujo tema foi WebQuest: Internet na Escola no Ensino de História,
aplicada nas segundas séries do Ensino Médio Matutino do Colégio Estadual
Presidente Caetano Munhoz da Rocha na cidade de Rio Negro, Paraná.
A escolha do tema deveu-se em primeira instância a constatação da
necessidade de buscarem-se novos métodos de ensino de História, principalmente
em uma sociedade da informação, em que os estudantes têm acesso a ela, mas não
necessariamente ao conhecimento.
Outra necessidade constatada, mesmo antes da intervenção do professor
pesquisador, estava relacionada ao acesso a internet por parte dos educandos e a
limitações apresentadas nas aulas em que se procurou utilizar os laboratórios de
informática do Paraná Digital. Para tanto, se fez necessário um levantamento de
dados visando conhecer as experiências dos educandos e dos educadores a
respeito da utilização das TICs -Tecnologias da Informação e Comunicação, como
recurso pedagógico.
Para Kenski (2008), a evolução tecnológica não se restringe aos novos usos
de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. E com esta
meta buscamos pensar no projeto pedagógico, e no projeto de intervenção
pedagógica no Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha, em Rio
Negro. Alterar na medida do possível o comportamento dos estudantes frente aos
computadores e a Internet. Respaldando tal objetivo pode-se afirmar que as
(...) Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs) articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Tornam-se “midiáticas” após a união da informática com as telecomunicações e o audiovisual. Geram produtos que têm como algumas de suas características a possibilidade de interação comunicativa e a linguagem digital (KENSKI, 2008).
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Com o levantamento de dados constatou-se que muito pouco se utilizavam
do laboratório de informática e que quando essa utilização ocorria deixava a desejar.
Outro dado valioso é que no universo pesquisado uma boa parcela dos estudantes
tem acesso a Internet em suas casas, mas lamentavelmente a forma de utilização
pouco agregava aos seus conhecimentos, consideramos estes dados relevantes
para a intervenção pedagógica e aplicação do material didático na escola.
Com estes dados constatou-se o grande desafio, racionalizar o tempo de
utilização da Internet de modo a torná-lo mais produtivo, que este lhes fosse uma
ferramenta de busca do conhecimento e não apenas de distração, objetivando desta
forma buscar a autonomia assim como propõe Moran, (1998)
É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre o seu próprio ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para a cooperação, para aprender em grupo, para intercambiar idéias, participar de projetos, realizar pesquisas em conjunto (p. 125).
Sabe-se dos desafios de buscar uma educação de qualidade, educar para a
autonomia e ainda utilizando as Tics, tarefa árdua, mas também muito interessante,
que demanda muito cuidado por parte do educador, como respalda-nos Moran,
(1998)
Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente (p. 127).
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Em sua afirmação se destaca a coerência em direcionar e auxiliar os
educandos a usufruírem com qualidade deste meio de aprendizado aproveitando o
interesse que eles apresentam, mostrando as possibilidades de uma pesquisa
realizada com critérios, evitando a dispersão que é tão previsível.
O desenvolvimento do projeto de intervenção procurou apresentar aos
estudantes uma ferramenta pedagógica que alia-se informação, pesquisa,
colaboração e conhecimento, principalmente visando conduzir os educandos a uma
busca pelo conhecimento de forma mais autônoma, em que eles próprios pudessem
ser o elemento fundamental no processo de estudo, buscando superar as
dificuldades apresentadas por eles anteriormente ao utilizar a internet nas
pesquisas.
Para tanto, foi utilizada uma ferramenta pedagógica disponível na Internet
denominada WebQuest que muito contribuiu para a busca de melhores resultados
nas pesquisas e busca do conhecimento por parte dos estudantes.
Em um primeiro momento foram utilizados estudantes voluntários para terem
os primeiros contatos com esta ferramenta pedagógica aos quais foram sugeridos
alguns temas para pesquisa. Nas ocasiões que foram constatadas dificuldades para
os mesmos encontrarem alguns dos temas propostos, foram indicados os caminhos
ou métodos a serem utilizados para encontrá-los. Os achados eram levados para os
demais membros do grupo para discussão, pesquisa, aprofundamento e elaboração
das tarefas sugeridas pelas WebQuests.
Convém destacar que parte dos estudantes preferiu dar continuidade aos
trabalhos em suas casas, devido aos persistentes problemas na qualidade e
continuidade da conexão da internet dos Laboratórios do Paraná Digital. Mas
quando necessário as orientações eram dadas via on-line ou presencial no início das
aulas de História, já que o projeto de intervenção pedagógica foi em boa parte
aplicada em período contrário ao das aulas ministradas pelo professor PDE.
Após os encontros de orientação com os estudantes e das dúvidas sanadas,
algumas adequações das tarefas propostas nas WebQuests foram realizadas por
sugestão do professor orientador e dos próprios estudantes envolvidos.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
2.1 AS TICS E SEUS DESAFIOS NO AMBIENTE ESCOLAR
As tecnologias da informação e comunicação (TICs) estão cada vez mais
presentes em nosso cotidiano, não apenas no trabalho, em nossos lares, elas abrem
uma gama imensa de fontes de informação e de comunicação nos mais diversos
locais. Principalmente nas escolas, elas ainda podem aumentar o potencial criativo e
garantir mais autonomia a educadores e educandos.
Convém fazer algumas reflexões sobre as TICs, como: os educadores
estariam maduros para aceitá-las ou temerosos de que elas tomem seus lugares; ou
ainda com uma sensação de impotência por não terem o domínio sobre as mesmas
ou ainda de serem superados em conhecimento destas TICs pelos educandos?
Para Valente (1993, p 16) “na educação de forma geral, a informática tem sido
utilizada tanto para ensinar sobre computação, o chamado computer literacy, como
para ensinar praticamente qualquer assunto por intermédio do computador”.
Posto assim, muitas escolas acabam por incentivar o uso de laboratórios de
informática, principalmente aquelas que já contam com acesso a internet, mas nem
sempre com a qualidade que o recurso deveria oportunizar, apenas como marketing
da instituição de ensino. A esse respeito, afirma Valente (2003, p. 6) “isto tem
contribuído para tornar esta modalidade de utilização do computador extremamente
nebulosa, facilitando sua utilização como chamariz mercadológico”.
A tecnologia aplicada no desenvolvimento de conteúdos possivelmente levará
às melhores oportunidades de ensino, buscando-se aprimorar o desenvolvimento
dos educandos como pesquisadores da História, bem como de outras disciplinas.
Desta forma, possibilita a comunicação entre educadores e educandos, mas não
deixando de lado o importante papel dos indivíduos envolvidos no processo, pois a
tecnologia sem dúvida pode ajudar, mas quem realmente faz o ensino são as
pessoas, que com empenho, ferramentas, capacitação e tecnologias adequadas
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certamente alcancem o êxito. Destacando-se a necessidade de facilitar esta
comunicação, o importante papel dos envolvidos e ainda o que se espera deste
processo, pois, é
(...) importante educar para a autonomia, para que cada um encontre o seu próprio ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para a cooperação, para aprender em grupo, para intercambiar idéias, participar de projetos, realizarem pesquisas em conjunto (MORAN, 1998, p. 125).
Sabe-se que a tarefa é árdua e exige muitas mudanças de comportamentos,
valores, estruturas enraizadas em interesses mercadológicos, individualistas e
concorrenciais nas próprias relações pessoais e institucionais, fazendo-se
necessárias rupturas, inclusive a aceitação das TICS no meio escolar por boa
parcela dos educadores, que não vem a ser unânime. Muito se fala de sua
importância em relação à educação, e as transformações que elas podem provocar
como na
(...) educação presencial pode modificar-se significativamente com as redes eletrônicas. As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas. A educação continuada é otimizada pela possibilidade de integração de várias mídias, acessando-as tanto em tempo real como as assincronicamente, isto é, no horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade de pôr em contato educadores e educandos. (MORAN 1997, p. 2).
Desta forma percebe-se que a educação deveria estar mais aberta, presente
não apenas em um espaço fechado e com horários rígidos, mas sim disponível a
quem desejar, e esta condição ajudaria a atrair mais os educandos, a motivá-los na
busca do conhecimento. O que se faz necessário é desvincular a prática docente do
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ciclo vicioso que acaba por limitar o papel da escola e do próprio educador, onde por
vezes as aulas não tem atrativos, o educando fica relegado a mero espectador dela.
A aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora de conhecimento, não sai do ponto de partida, e, na prática, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instrução. Vira treinamento. É equívoco fantástico imaginar que o “contato pedagógico” se estabeleça em ambiente de repasse e cópia, ou na relação aviltada de um sujeito copiado (professor, no fundo também objeto, se apenas ensina a copiar) diante de um objeto apenas receptivo (aluno) condenado a escutar aulas, tomar notas, decorar, e fazer prova. A aula copiada não constrói nada de distintivo, e por isso não educa mais do que a fofoca, a conversa fiada dos vizinhos, o bate-papo numa festa animada (DEMO, 2003, p. 7).
É imperativo que as TICS também contribuam para a mudança de postura
dos educadores, que estes realmente eduquem com qualidade, comprometimento, e
não façam seus educandos perderem suas potencialidades apenas reproduzindo o
que lhes é repassado.
Como nos esclarece Demo (2007, p. 86), “é difícil encontrar um aluno
entusiasmado com a escola. Na contramão, é difícil encontrar um aluno que não
tenha paixão pela mídia”. Esta afirmação alerta que a escola precisa ser mais
atraente e moderna, modernidade que permeia os jovens, que buscam tudo que seja
tecnológico, as novidades das novidades. Mas existem alguns entraves que Demo
também aponta: “É preciso, porém não fantasiar as coisas. Na internet nada se cria,
tudo se copia, a ponto de muitos docentes não aceitarem mais elaborações feitas
fora do controle da sala de aula, tamanha é a tentação do plágio” (Demo, 2007, p.
90). Esta é uma verdade, mas que não deve desiludir aqueles que buscam
caminhos para os problemas da educação, os envolvidos no processo devem
questionar seu importante papel de autores e grandes responsáveis pela formação
intelectual das futuras gerações, e que se reflita profundamente com a afirmação de
Demo:
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Inovação seria o forte da escola/universidade. Desde que não se exigisse isso delas mesmas. É imenso o prejuízo para os alunos porque, despreparadas para dar conta das inovações tempestuosas e caudalosas, vãs para a vida como se esta fosse uma sala de aula. Os diplomas, cada vez mais, apenas atestam esse atraso (Demo, 2007, p. 106).
Faz-se imperativa a análise das afirmações de Pedro Demo, onde realmente
muitos estudantes não conseguem acompanhar a velocidade das inovações e as
novas necessidades do mercado de trabalho, e que obrigatoriamente não serão
solucionadas apenas com um diploma, o que reforça a constatação deste problema
é que segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional, 2009 (INAF) nem todos
estão alfabetizados plenamente, analisando-se os números percebe-se que 15% da
população brasileira com idade entre 15 e 24 anos é classificada como analfabeta
funcional, e pior ainda, é que só um terço dos jovens brasileiros atingiu a
alfabetização plena, desta forma percebe-se melhorias nos índices, mas há muito a
mudar e evoluir. Um dos caminhos que vem se delineando é a utilização das TICS, e
alguns mitos inerentes às mesmas, uma das primeiras medidas seria superar os
entraves do bom uso das tecnologias em sala de aula, utilizando-se da entrevista
concedida por Lea Fagundes à Revista Nova Escola especial de dezembro de 2009,
indicam-se alguns passos para evitar o que atrapalha o bom uso das tecnologias em
sala de aula, segundo ela,
Muitas escolas reclamam de exclusão digital, mas ainda não compreenderam que conseguir equipamentos não bastam para incluí-las na cultura digital da atual sociedade do conhecimento. O mais comum é a escola receber equipamentos, montar um laboratório e criar mais uma “disciplina” de informática, o que é muito ruim. Em vez de incorporar as tecnologias como ferramentas de ensino, muitos professores continuam dando suas aulas de um jeito muito tradicional, sem perceber que isso não melhora em nada a aprendizagem dos alunos (FAGUNDES, 2009, p. 1).
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Desta forma, a existência dos computadores nas escolas, bem como aulas de
informática não correspondem ao que muitos acreditam ser a inclusão digital, deve
haver sim a melhoria do ensino, e para tal Fagundes propõe:
Com novas políticas de gestão, em todos os níveis: na concepção da cultura digital, com projetos governamentais inovadores que ajudem a constituir redes sociais, com mais tempo para a formação inicial e continuada dos professores, de forma que todos saibam como incorporar as tecnologias às atividades de sala de aula, com avaliações capazes de medir as habilidades e competências que as novas gerações precisam desenvolver (FAGUNDES, 2009, p. 1).
Em linhas gerais, nota-se que um dos pontos relevantes é a capacitação dos
professores, para que estes possam estar aptos a realmente fazer uso da tecnologia
em sala de aula, não ministrando suas aulas de modo tradicional, mas que também
os gestores públicos têm um papel significativo, e que devem assumir suas
responsabilidades no processo.
Procurando-se incorporar as novas tecnologias, racionalizar o tempo
empregado, superar os problemas apresentados, propõe-se a utilização da internet
de forma criativa, e buscando-se subsídios no trabalho do Professor Bernie Dodge
que em 1995, propunha a criação de um conceito – WebQuest.
2.2 WEBQUEST
Segundo Dodge (1995), WebQuest é uma metodologia de aula com
investigação orientada nas quais todas ou a maioria das informações que os
educandos utilizam provém da web. O modelo foi desenvolvido por Bernie Dodge e
Tom March da San Diego State University, em fevereiro de 1995. Desde os primeiros
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passos até hoje milhares de educadores passaram a considerá-la como a
metodologia adequada para fazer bom uso da internet. O modelo se espalhou pelo
mundo, com entusiasmo especial no Brasil, Espanha, China, Austrália e Holanda.
Uma WebQuest inicia com a definição de um tema ou conteúdo e os objetivos
pretendidos pelo educador, em uma pesquisa inicial selecionam-se e disponibilizam-
se links relacionados ao tema, para consulta orientada dos educandos. Estes devem
ter uma tarefa interessante, que norteie a pesquisa. Para o trabalho em grupos, os
alunos devem assumir papéis diferentes, como o de especialistas, visando gerar
trocas entre eles. Tanto o material inicial como os resultados devem ser publicados
na web, on-line.
A WebQuest não exige softwares específicos além dos utilizados
rotineiramente para navegar na rede, produzir páginas, textos e imagens. Isso faz
com que seja muito fácil usar a capacidade instalada em cada escola, sem restrição
de plataforma ou soluções, centrando a produção de WebQuest na metodologia
pedagógica.
2.3 TIPOS DE WEBQUEST
Conforme texto publicado no portal do SENAC (2011), Bernie Dodge divide a
WebQuest em dois tipos, ligados à duração do projeto e à dimensão de
aprendizagem envolvida.
WebQuest de curta duração - leva de uma a três aulas para ser executada
pelos estudantes e tem como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos.
WebQuest de longa duração - leva de uma semana a um mês para ser
explorada pelos estudantes, em sala de aula, e tem como objetivo a extensão e o
aprimoramento de conhecimentos.
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2.4 SEÇÕES DA WEBQUEST
Segundo Dodge (1995) uma WebQuest é estruturada em seções, cada uma
delas com seu grau de importância na plenitude do processo, sendo as mesmas:
Introdução: A introdução numa WebQuest deve ser motivadora e desafiante
para os estudantes; essa motivação deve ser temática e significativa, despertando-
os para o assunto abordado e para os seus conhecimentos prévios, se a introdução
assim não o for, possivelmente estará fadada ao fracasso. Pois quem procura uma
atividade orientada na web é justamente a introdução que funcionará como
chamariz.
Tarefa: A tarefa (ou tarefas) a cumprir pelos estudantes deve ser planejada
de modo a ser executável e interessante, envolvendo-os na aprendizagem. Nela (as)
descreve-se o produto que se espera deles no final, como por exemplo: Os
educandos deverão elaborar uma página Web, uma apresentação em PowerPoint,
uma dramatização, ou uma exposição oral do tema trabalhado.
Processo: É no processo que se indicam as diferentes etapas para se
realizar cada tarefa, estas devem ser bem delineadas e claras, para que o estudante
trabalhe de forma segura em seus grupos. Na resolução de uma WebQuest, o
trabalho cooperativo e colaborativo é essencial. O processo tem como característica
dar suporte de informações à tarefa a ser executada; por este motivo, as tarefas
devem ser indicadas de forma clara, mostrando todas as fases que deve se
percorrer até concluir o trabalho.
Recursos: Os recursos ou fontes disponibilizadas numa WebQuest devem
estar preferencialmente disponíveis na web. Podendo ser incluídos outros recursos
que não sejam da Internet. Sugere-se que o professor antecipadamente verifique a
confiabilidade dos sites, e se estão atualizados de acordo com o tema proposto.
Avaliação: A avaliação deve advir sobre o produto a ser apresentado pelos
educandos, devendo ser declaradamente especificados os critérios adotados, em
nível qualitativo e quantitativo.
Conclusão: A conclusão disponibiliza um apanhado da experiência
proporcionada pela WebQuest, devendo pôr em evidência as vantagens de realizar
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o trabalho e despertar a curiosidade dos alunos para pesquisas futuras. Apresenta
uma sinopse que leva à reflexão da atividade para reconhecer o que foi aprendido
(DODGE, 1995).
Créditos: Esta seção deve apresentar as fontes de todos os materiais
utilizados na WebQuest: músicas, textos, imagens, livros, revistas, sites, páginas da
Web, nestes últimos deve-se colocar os links, já em livros e revista o referencial
bibliográfico.
As seções supracitadas são obrigatória em qualquer WebQuest, mas além
destas, também podem ser utilizadas:
Ajudas: que são auxílios aos educandos e educadores, elas abarcam
informações sobre o que é uma WebQuest, como é estruturada, quem são seus
criadores, e essencialmente, como deve ser usada. Esta seção facilita a reutilização
de uma WebQuest por outros educadores interessados.
Usabilidade: são técnicas que ajudam a realizar tarefas em ambientes
gráficos de computador, com facilidade e eficiência.
2.5 WEBQUEST E WEBEXERCISE
Recomenda-se que ao utilizar-se a ferramenta WebQuest de fato se objetive a
exploração de competências e desenvolva aprendizagens de níveis mais elevados
do domínio cognitivo, que não acabem por ser apenas WebExercise, limitadas a
simples tarefas como copiar e colar, fazer um cartaz, responder a perguntas , fazer
desenhos, pesquisar sobre um assunto e imprimir, entre outras tarefas menos
significativas no processo de desenvolvimento das capacidades do educando.
Reforçando-se tal preocupação Dodge (2001) propõe os princípios que
deverão ser seguidos na concepção de uma WebQuest. Sendo eles:
a- Selecionar bons sites;
b- Organizar os recursos encontrados e as etapas a serem desenvolvidas pelo
grupo;
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c- Desafiar os educandos a pensar;
d- Utilizar a web de forma que uma WebQuest bem estruturada não possa ser
facilmente executada em papel;
e- Sugerir tarefas que não estejam nas expectativas dos educandos.
Estes princípios devem nortear não apenas na concepção de uma WebQuest,
mas também podem ser utilizados para selecionar verdadeiras WebQuests, com boa
qualidade, e que realmente somem no processo ensino-aprendizagem, contribuindo
para adoção de uma ferramenta muito importante, mas que demanda critérios para
sua utilização conforme afirma GOMEZ:
A falta de uma estratégia para o uso educativo de novos meios e tecnologias provoca a perda de seu potencial para os fins que se procuram, pois o processo através do qual os educandos e professores devem apropriar-se dos novos meios e tecnologias, não e um processo automático nem autodidata (GOMÉZ, 2002, p. 66).
A utilização da WebQuest pode conduzir o professor a ser um pesquisador,
inovador que valoriza as potencialidades de seus educandos, transformando-os em
agentes ativos da produção do conhecimento, e em um nível maior de
desenvolvimento também levar os educandos a desenvolverem-se como
pesquisadores, e com isso, eles passem a elaborar suas próprias hipóteses e
teorias, reelaborando seus próprios conceitos com base nos questionamentos do
problema que se apresenta, atingindo sua plenitude nos níveis de domínio cognitivo,
postura valorizada e sendo de
(...) importância fundamental da pessoa do professor, e não somente a simples presença dos computadores: O uso do computador na educação tem um potencial enorme, que não esta diretamente relacionado a presença da maquina, mas sim do profissional professor que firmou um compromisso com a pesquisa, com a elaboração própria, com o desenvolvimento da
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critica e da criatividade, superando a copia, o mero ensino e a mera aprendizagem (BRITO e PURIFICACAO, 2006, p. 98).
Posto desta forma acredita-se que se esboçam algumas ideias interessantes
relacionadas à utilização das TICS e quais caminhos seguir, bem como alguns
cuidados necessários na utilização das mesmas.
3 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Em mais de duas décadas de trabalho docente por inúmeras vezes
questionou-se as metodologias e recursos utilizados com os educandos, e se as
mesmas estavam em consonância com suas aspirações, se por vezes não se reluta
em aceitar o novo, e acaba por ocorrer uma acomodação, algo que se percebe de
forma bem diferente entre os jovens conforme a afirmação: “assim parece que as
novas gerações são mais “naturais”, porque, como a natureza, não titubeiam em
aceitar inovações sem exigir qualquer controle. Viver é empreitada de risco,
essencialmente” (DEMO, 2007, p. 104).
Para investigar as questões relacionadas à pesquisa, decidiu-se utilizar os
moldes de uma pesquisa-ação. Segundo Moreira (2006), a pesquisa-ação é uma
intervenção em pequena escala no mundo real e o exame muito de perto dessa
intervenção. No ambiente escolar, é um meio de resolver os problemas levantados
em situações específicas, proporcionando ao educador novas habilidades, métodos
para aprimorar sua capacidade de análise e introduzir abordagens adicionais e
inovadoras no processo ensino aprendizagem. Esta pesquisa foi realizada com
alguns estudantes das segundas séries do período matutino do Ensino Médio do
Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha na cidade de Rio Negro,
inicialmente para verificação de qual tipo de navegador do ciberespaço, que
segundo a classificação de Santaella (2004), eles se enquadravam: leitor
contemplativo, leitor movente ou leitor imersivo, para direcionamento do projeto de
utilização das atividades da WebQuest.
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A abordagem metodológica utilizada foi de uma pesquisa quantitativa, por
justamente melhor definir o problema, tendo como base a realidade dos educandos.
A pesquisa quantitativa tem como foco apurar conceitos e atitudes explícitas e
conscientes dos entrevistados, pois utiliza instrumentos padronizados. As
informações foram colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas
claras e objetivas para garantir a uniformidade de entendimento dos entrevistados
(GIL, 1999).
Após a pesquisa quantitativa, os dados foram tabulados para identificar o
nível ou qual o tipo de leitor do ciberespaço predomina nas séries e turmas da
amostragem. Tais informações fazem-se necessárias para um direcionamento das
atividades inerentes a implantação do uso da WebQuest nas aulas de História ou
mesmo em período contrário como atividade complementar aos conteúdos aplicados
em aula.
Realizado o levantamento e a tabulação dos dados ocorreu uma explanação
do que vem a ser a WebQuest , como ela é estruturada e quais seriam os objetivos
do desenvolvimento do trabalho. Inicialmente planejou-se implantar o projeto com
estudantes voluntários, para na sequência compartilhar os resultados com os
demais educandos, divulgando uma nova maneira de estudar, adquirir conhecimento
e sociabilizá-lo.
No primeiro momento realizou-se um diagnóstico do conhecimento prévio dos
educandos de determinado conteúdo, bem como as fontes ou meios de aquisição
deste conhecimento.
Na sequência os educandos tiveram a oportunidade de observar e realizar as
tarefas propostas por alguns modelos de WebQuest da disciplina de História já
existentes, e após a familiarização com esta ferramenta os mesmos analisaram a
qualidade de algumas WebQuest, e ainda a realização de algumas delas para
avaliar o seu crescimento cognitivo.
Além do objetivo de racionalizar a utilização do Laboratório do Informática do
Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha da cidade de Rio Negro,
implantar uma metodologia relativamente inovadora, também se pretendeu
apresentar esta importante ferramenta para os demais docentes interessados em
diversificar suas metodologias. Desta maneira envolvendo os educandos esperava-
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se que estes incentivassem seus professores a buscar novas ferramentas
pedagógicas em suas aulas, sendo justamente uma delas a WebQuest.
Ao pensar no material didático-pedagógico planejou-se criar um banco de
WebQuest da disciplina de História para ser utilizado pelos educandos e por outros
professores, e não apenas no laboratório de nosso colégio, mas também para
aqueles que possuírem computadores em suas residências com acesso a Internet
como uma forma de complementação de estudos em período extra ao das aulas.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DIAGNÓSTICOS
Para desenvolver o trabalho o professor PDE necessitava de um
levantamento de dados, haja vista estar pautado em uma pesquisa-ação, não teria
como prosseguir sem uma análise e discussão dos dados levantados,
principalmente para subsidiar a sequência dos trabalhos, a intervenção pedagógica.
Os estudantes responderam dez questões, as quais se procurou elucidar as
mais significativas para atingir os objetivos esperados, convém destacar que o
universo pesquisado foi de 84 (oitenta e quatro) estudantes, que cursavam as
segundas séries no período matutino, durante o segundo semestre do ano de 2011..
O Quadro 1 revela as atividades que os alunos realizam no Laboratório de
Informática do Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha em Rio
Negro-Pr.
QUADRO 1 ATIVIDADES REALIZADAS PELOS ALUNOS NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DO COLÉGIO
ATIVIDADES NUNCA ÀS VEZES SEMPRE Total FREQ % FREQ % FREQ % 100%
Pesquisa livre sobre um tema 52 61,9 31 36,9 1 1,1 100
Pesquisa em sites indicados pelo professor
23 27,3 46 54,7 15 17,8 100
Apresentações feitas pelo professor 67 79,7 16 19,0 1 1,1 100
Apresentações feitas pelos alunos 61 72,6 22 26,1 1 1,1 100
Uso de programas da sala de informática
27 32,1 42 50,0 15 17,8 100
Visita a sites de jornais 62 73,8 22 26,1 0 0 100
Visita a sites de revistas 66 78,5 18 21,4 0 0 100
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Uso de jogos educativos 71 84,5 13 15,4 0 0 100
Participação em ‘listas de discussão’
79 94,0 5 5,9 0 0 100
Sessões de Leitura 60 71,4 24 28,5 0 0 100
Sessão de vídeos 47 55,9 31 36,9 6 7,1 100
Busca de imagens 9 10,7 60 71,4 15 17,8 100
Criação de sites 77 91,6 7 8,0 0 0 100
WEBQUEST 75 89,2 9 10,7 0 0 100
Outras atividades foram apontadas pelos alunos, como ouvir músicas e ver
vídeos do You Tube escondido, ambas por 3 alunos.
Alguns dados levantados nesta pesquisa são bem relevantes para uma
análise, como relativa as atividades realizadas pelos estudantes no Laboratório de
Informática do Paraná Digital na escola, percebemos que 52 alunos nunca
realizaram pesquisas livres, 31 às vezes e apenas um faz com frequência, o que é
preocupante, pois o mesmo aponta para uma falta de planejamento na utilização do
Laboratório, mesmo que este tenha sido utilizada em faltas de professores, o que se
torna comum em alguns casos, esta utilização poderia ser melhor direcionada,
indicando-se conteúdos relevantes aos estudantes inerentes a disciplina em que
estes utilizaram o Laboratório.
Outro dado interessante é o relacionado à pesquisa em sites indicados pelo
professor, onde 23 estudantes afirmaram que nunca o fizeram, 46 afirmaram que as
vezes, e apenas os demais 15 estudantes sempre, são números preocupantes, pois
como sabemos as possibilidades de dispersão são enormes, principalmente se a
aula nos laboratórios não forem bem planejadas e executas. Respaldados em
Mercado (2002, p.123) “Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades
de navegação”. Não procuram o que está combinado deixando-se arrastar para
áreas de interesse pessoal.
Com relação a apresentações realizadas no Laboratório de Informática os
números aproximaram-se, pois 67 alunos nunca as viram, e 61 alunos não viram
apresentações feitas por colegas, tais números são facilmente explicáveis, pois tanto
professores quanto alunos utilizam as TVs Multimeios, também conhecida por TV
pen-drive que começaram a ser instaladas nas salas de aula desde 2007 como parte
do Projeto BRA 03/036 - “Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do PR”, .
Ao analisarmos os dados referentes ao uso dos programas percebemos que
os próprios estudantes cometem um equívoco, pois não há possibilidade de uso do
Laboratório de Informática do Paraná Digital sem utilizar os programas nele
20
instalados, onde somadas as respostas nunca e as vezes chegaram a 69
indicações.
Analisando conjuntamente os dados inerentes a visita em sites de jornais (62
alunos) e revistas (66 alunos) terem afirmado que nunca acessam estes sites,
fizemos uma constatação preocupante, pois pela necessidade que as disciplinas
apresentam em contextualizar, aproximar o conteúdo à realidade vivida pelo
educando, levar a discussões sobre a temática cidadania e torná-la presente no
cotidiano escolar, respaldados por Pontual, o ser cidadão
(...) implica no exercício da cidadania, no desenvolvimento de um espírito
crítico e atuante. A escola representa a base para a formação de um
indivíduo inteirado aos problemas sócio-culturais do seu tempo, estado ou
país. (PONTUAL, 1999,p.45).
A utilização de jogos no Laboratório de Informática apresentou números
interessantes, onde 71 estudantes afirmaram nunca terem utilizado, e apenas 13
afirmaram que as vezes os utilizam, convém destacar que os Laboratórios do
Paraná Digital possuem um jogo que poderia ser utilizado didaticamente intitulado J
Clic, mas que ainda é pouco conhecido pela maioria dos professores.
A participação dos estudantes em “listas de discussão” não é uma prática na
utilização do Laboratório de Informática, haja visto 79 afirmarem nunca ter
participado desta atividade, fato compreensível pois as trocas de mensagens em
“lista de discussão” ainda é um recurso recente, não fazendo parte do cotidiano da
maioria das pessoas.
Quanto as sessões de leitura 60 alunos afirmaram nunca fazer e outros 24
afirmarem que as vezes fazem no Laboratório, fato compreensível pois os
estudantes ainda têm preferência pela leitura impressa em papel, fato reforçado pela
quantidade de livros disponíveis na Biblioteca que atinge um número de 13 mil e 400
livros segundo o censo do acervo realizado em 2011. Destacando a importância de
uma biblioteca nas escolas
21
(...) essencial que cada escola tenha sua biblioteca sempre renovada, com livros, enciclopédias, livros didáticos de toda sorte, vídeos e filmes, dados importantes sobre a realidade nacional, regional e local. Alem de material ligado as necessidades curriculares (alfabetização, disciplinas usuais previstas, e mister ter uma serie de apoios importantes como obras sobre propedêutica, enciclopédias e dicionários, literatura em geral, revistas informativas etc.) (DEMO, 2003, p. 27).
As sessões de vídeo não figuram entre as atividades mais realizadas, com 47
alunos afirmando que nunca assistiram vídeos e outros 31 que as vezes, pode-se
utilizar a mesma constatação quanto a apresentações já discutidas anteriormente, e
reforçando ainda que ao visualizar imagens os computadores tornam-se
demasiadamente lentos levando ao travamento dos mesmos.
A busca de imagens no Laboratório de Informática apresentou a menor
quantidade de alunos respondendo nunca, apenas 9 deles, 60 apontaram as vezes
e os demais 15 afirmaram sempre buscar imagens, fato constatado principalmente
durante as aulas de artes no colégio.
Encerrando a análise do primeiro quadro a criação de Web Sites e resolução
de WebQuest tem uma participação ínfima na rotina de utilização do Laboratório
chegando no primeiro caso a 77 alunos afirmarem nunca ter criado uma Web Site e
75 alunos responderem que nunca solucionaram uma WebQuest. Com relação a
resolução de WebQuests ocorreu uma significativa alteração com a intervenção
pedagógica do professor PDE, onde do universo pesquisado todos tomaram
conhecimento desta ferramenta pedagógica e envolveram-se na resolução e criação
do Banco de WebQuests, mas da maneira proposta não objetivando a informação
pela informação, mas sim a formação dos estudantes, não apenas como novidade
tecnológica pois segundo DEMO, “se a tecnologia não for adequadamente
educada, pode incidir em envelhecimento precoce em vez de renovação, porque
nada mais velho do que sucata, mesmo recente.” (2003, p. 28).
O Quadro 2 apresenta a preferência de sites para pesquisa apontadas pelos
alunos.
22
QUADRO 2 – SITES UTILIZADOS PELOS ALUNOS PARA PESQUISA
PESQUISAS EM SITES SIM NÃO ÀS VEZES Total
FREQ % FREQ % FREQ % 100%
GOOGLE 84 100 0 0 0 0 100
YAHOO 39 46,4 22 26,1 23 27,3 100
ASK 5 5,9 69 82,1 10 11,9 100
ALTAVISTA 0 0 80 95,2 4 4,7 100
DOMÍNIO PÚBLICO 3 3,5 70 83,3 11 13,0 100
DE ESCOLAS 24 28,5 44 52,3 16 19,0 100
DE UNIVERSIDADES 22 26,1 44 52,3 18 21,4 100
SUAPESQUISA.COM 17 20,2 58 69,0 9 10,7 100
E.EDUCACIONAL 10 11,9 62 73,8 12 14,2 100
WIKIPÉDIA 66 78,5 12 14,2 6 7,1 100
Quanto ao quadro 2 percebemos no universo analisado a supremacia do site
de busca Google, sendo unanimidade entre os estudantes, em segundo lugar
verificou-se o Yahoo que ficou com 39 indicações de utilização, afinal são sites de
busca que podem indicar centenas de milhares de sugestões ou links para acesso.
Já os sites mais indicados para pesquisa propriamente dita como Domínio Público
teve 70 alunos dizendo não utilizá-lo ou mesmo de universidades e de escolas
tiveram indicações de 44.
Finalizando a análise do quadro 2 constatamos o predomínio das respostas
indicando o site da Wikipédia com 66 estudantes afirmando utiliza-lo em suas
pesquisas.
Os alunos foram questionados quanto ao número médio de vezes por
mês que trabalhavam com professores na sala de informática, sendo que os
períodos apresentados no questionário variavam de nunca ter usado até 5 vezes ou
mais. A periodicidade mais apontada foi de 1 vez ao mês por 58 alunos, dos 84
quatro que responderam a questão. A alternativa de 5 vezes ou mais de trabalho ao
mês, foi apontada apenas por dois alunos.
Nesta questão no universo pesquisado percebeu-se a subutilização do
Laboratório de Informática do Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da
Rocha, mas convém destacar que nem todos os professores têm o domínio
23
necessário das Tics, e que ainda nem todos os conteúdos trabalhados possibilitem a
utilização do Laboratório.
No universo pesquisado 59 estudantes afirmaram ter computador com acesso
a Internet, quantidade considerável e justificável, pois o Colégio Estadual
Presidente Caetano Munhoz da Rocha situa-se em área central, e recebe
estudantes com melhor condição econômica.
Quanto ao acesso a Internet fora da residência os educandos afirmaram fazê-
lo em diversos locais com Lan House, casa de parentes, ou amigos e ainda no
colégio, todos estes locais com uma média de 45 alunos indicando alguma das
opções de acesso fora de casa. Nesta amostragem convém destacar que são
disponibilizados dois computadores com acesso a Internet na Biblioteca do Colégio
Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha para realização de pesquisas.
Quando os estudantes foram perguntados por quantas horas semanais
navegavam, as opções apresentadas foram: desde nunca acessar, até vinte horas
ou mais, ficando assim distribuídas as respostas: apenas 3 alunos afirmaram nunca
acessar a internet; 24 que navegavam até cinco horas semanais; 10 que acessam
de cinco a dez horas; 9 que ficam conectados de dez a quinze horas; 6 de quinze a
vinte horas; e 32 afirmaram que acessam mais de 20 horas semanais. Fazendo uma
média obtivemos um período de conexão de 2 horas e 48 minutos diários, o que a
princípio pode ser considerado um tempo razoável.
Já procurando verificar onde era empregado o tempo de navegação na
Internet, obtiveram-se as seguintes respostas: 11 buscaram informações diversas
em sites de jornais e revistas; 21 pesquisaram assuntos relacionados aos seus
estudos; 25 jogaram; 5 assistiram vídeos no You Tube, e 79 mantiveram-se
conectados em sites de relacionamentos ou serviços de mensagens instantâneas.
Concluí-se que os alunos têm o acesso a Internet, navegam por um período
de tempo considerável, mas que a utilização do tempo de acesso não atende os
objetivos educacionais esperados pelos educadores ou mesmo pelos pais. Os
jovens gostam de se expor, comentar sobre si próprios e sobre os outros.
Continuando com a pesquisa lhes foi perguntado se consideravam a
utilização do Laboratório de Informática produtivo para o aprendizado, 52
responderam que sim, 27 que não fazia diferença e apenas 5 afirmaram que não.
Números que comparados com a quantidade de vezes mensais que os alunos
24
utilizam o Laboratório de Informática mensalmente talvez se expliquem por si
mesmos, pois certamente se esta utilização fosse mais frequente demais alunos
afirmariam ser importante a utilização do Laboratório de Informática nas aulas.
Em outra pergunta procurou-se levantar a produtividade segundo a visão dos
alunos das aulas que ocorreram no Laboratório de Informática, onde 49 afirmaram
ter sido em partes, 19 que foram produtivas e 16 que não foram, números sugestivos
e que podem ser melhor compreendidos ao analisar os motivos apontados na
questão em que os mesmos apontaram os motivos para a pouca ou nenhuma
produtividade das aulas que ocorreram no Laboratório de Informática.
Nas 65 respostas apontadas como responsáveis pela pouca ou nenhuma
produtividade tivemos as seguintes indicações: 29 alunos afirmaram que a Internet é
muito lenta; 13 apontaram a interrupção do sinal ou queda da conexão como
responsáveis; as conversas paralelas figuraram em 7 respostas; a falta de
computadores em relação a quantidade de alunos foi indicada por 6 alunos; a
repetição de conteúdos já vistos em sala de aula bem como o apontamento que era
só cópia foram indicados cada uma por 3 alunos; a falta de conteúdo e ainda que o
professor não explicou o que e como fazer, por 2 alunos cada.
Esta é uma constatação interessante, pois existe o equipamento a disposição
dos estudantes, mas a maioria dos problemas apontados está relacionado a
velocidade do sinal da Internet e a continuidade do sinal, convém destacar que o
sinal da Internet no Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha não era
de responsabilidade da Copel- Companhia Paranaense de Energia, mas sim da
empresa de Telefonia Brasil Telecom, situação alterada apenas no decorrer de 2012
com a instalação da fibra ótica.
E por último procurou-se tomar conhecimento de outros recursos didáticos
utilizados pelos professores para desenvolver os conteúdos; sendo que nesta
pergunta os estudantes poderiam indicar mais de um recurso, assim das 277
respostas chegou-se a seguinte distribuição: 73 alunos indicaram o uso dos Livros
Didáticos; 72 da Tv Multimídia; 71 do DVD; 58 de textos e 3 de Data Show. Merece
destaque a utilização dos livros didáticos, a Tv Multimídia e ainda o DVD, que
tiveram quantidades de apontamentos próximas.
25
5 DA INTERVENÇÃO AOS TRABALHOS PRODUZIDOS COM O USO DA FERRAMENTA WEBQUEST APRESENTADOS NOS EVENTOS ESCOLARES
Conforme o cronograma do Programa de Desenvolvimento da Educação -
PDE da Secretaria de Estado da Educação - SEED, no terceiro período do programa
os professores retornaram as suas escolas de lotação para implementação do
Material Didático produzido durante o segundo período do referido programa, tendo
sido elaborado um cronograma, onde a primeira ação do Projeto de intervenção foi a
aplicação e análise de um instrumento de coleta de dados, com objetivo de
diagnosticar a utilização do Laboratório de informática do Colégio, pelos alunos da
segunda série do Ensino Médio, do matutino. O que já foi relatado anteriormente.
A segunda ação foi a efetivação das aulas expositivas e práticas para os
estudantes referentes ao uso das WebQuests nos meses de setembro e outubro
2011. Com atendimento individualizado no período da tarde, nos dias 09, 19, 26 e 31
de outubro de 2011, alunos voluntários que quiseram participar do projeto PDE,
selecionaram algumas WebQuests e apresentaram na mostra/feira de ciências no
dia 23 de novembro de 2011.
As WebQuests selecionadas pelos estudantes dentro dos trabalhos
desenvolvidos segundo o material didático de intervenção pedagógica do professor
PDE, faziam parte de uma banco de sugestões de WebQuests que puderam ser
utilizadas pelos professores de História do Colégio, bem como por aqueles que
consideraram importante adotar esta ferramenta em suas práticas pedagógicas.
Estas sugestões tiveram a predominância de conteúdos de História desenvolvidos
nas segundas séries, por justamente estarem mais próximos da compreensão dos
estudantes desta série, apesar de encontrarem-se algumas de conteúdos de
primeiras séries e até de terceiras, que despertaram o espírito pesquisador em
nossos estudantes.
Convém destacar que algumas das WebQuests selecionadas apresentaram-
se como interdisciplinares, e coube aos professores verificarem a possibilidade de
fazerem uso destas em parceria com professores de outras disciplinas de forma
colaborativa.
26
Estas sugestões são o fruto do empenho dos alunos das segundas séries do
período matutino do ano letivo de 2011 do Colégio Estadual Presidente Caetano
Munhoz da Rocha, da cidade de Rio Negro-Pr.
BANCO WEBQUEST
Achamento do Brasil: Intencional ou Não? Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=1576 Acesso em 09 de
out. 2011.
A Descoberta da Idade Média. Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=1995 Acesso em 26 de
out de 2011.
As Pandemias – Passado e Presente. Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=2023 Acesso em 31 de
out de 2011.
A vida a Bordo de Uma Nau Portuguesa. Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=1774 Acesso em 19 de
out de 2011.
Presença Portuguesa Pelo Mundo. Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=370 . Acesso em 09 de
out de 2011.
Segunda Guerra Mundial- Holocausto. Disponível em:
http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=568 Acesso em 19 de
out de 2011.
Energia Nuclear: Solução ou Problema. Disponível em:
http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/lucia/qnes/dados/webquest/01/index.html Acesso
em 31 de out de 2011.
Descobrindo a Pré-história. Disponível em:
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http://descobrindoaprehistoria.vilabol.uol.com.br/index.htm Acesso em 19 de out de
2011.
Islamismo. Disponível em:
http://sobrehistoriavf.blogspot.com.br/2010/02/webquest-islamismo.html
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Dia da Consciência Negra. Disponível em:
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28
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Líderes Negros do Brasil e do Mundo. Disponível em:
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Línguas Indígenas Brasileiras. Disponível em:
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Movimento Operário no Brasil. Disponível em:
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O Poder do Açúcar. Disponível em:
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Os Caminhos da Exclusão Negra. Disponível em:
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=
2103&id_pagina=1 Acesso em 31 de out de 2011.
Personalidades Negras. Disponível em:
29
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_horizontal_w.php?id_activid
ad=13600&id_pagina=1 Acesso em 19 de out de 2011.
Você Tem Medo de Bruxas. Disponível em:
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_horizontal_w.php?id_activid
ad=22904&id_pagina=1 Acesso em 31 de out de 2011.
Gostaríamos de acrescentar a sugestão do professor participantes do GTR
(Grupo de Trabalho em Rede), WebQuest: Internet na Escola no Ensino de História,
que em muito contribuiu no processo de capacitação do grupo, e ainda sugeriu uma
WebQuest cujo tema é muito interessante e que deve ser discutido intensamente em
nossa sociedade.
Escravidão. Disponível em: http://www.historiaunirio.com.br/numem/detetivesdopassado/ Acesso em: 03 de nov. 2011. Da pesquisa realizada pelos estudantes envolvidos no trabalho foram
selecionadas e solucionadas trinta WebQuests, destas, seis foram apresentadas na
feira e mostra pedagógica do Colégio realizada no dia 23 de novembro de 2011.Nos
critérios de avaliação no regulamento da feira/mostra que correspondiam a:
fidelidade ao tema proposto; desenvoltura na apresentação; criatividade e utilização
de recursos audiovisuais os trabalhos apresentados receberam as melhores notas
dos jurados, classificando-se nos primeiros lugares do evento.
As demais WebQuests, neste caso vinte e quatro, foram apresentadas nas
respectivas turmas dos estudantes contribuindo para compartilhar o aprendizado,
trocar experiências e ainda como uma forma de avaliação dos estudantes onde se
buscou valorizar sua iniciativa, comprometimento, capacidade de pesquisar com
autonomia e cooperação. Algumas evidências dos bons resultados obtidos estão na
utilização de alguns dos trabalhos apresentados na feira/mostra em 2011, estarem
sendo reapresentados neste ano de 2012 nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. E
os alunos apresentarem uma melhor fundamentação dos conteúdos que são
retomados durante este ano letivo.
Ao iniciarmos os trabalhos procuramos utilizar da ação voluntária dos
estudantes na pesquisa de WebQuests e de suas resoluções, também não ocorreu
pressão por parte do professor para a participação na feira/mostra pedagógica,
justificando desta maneira a participação de 20% dos trabalhos selecionados,
convém destacar os outros resultados obtidos pelos educandos que participaram no
30
processo que condiz com os objetivos iniciais que eram conduzir o processo de
aprendizado de forma autônoma, cooperativa e colaborativa.
Procurou-se envolver os demais professores de História do Colégio, os quais
participaram do GTR WEBQUEST: INTERNET NA ESCOLA NO ENSINO DE
HISTÓRIA, estes contribuíram significativamente com sugestões, questionamentos e
ainda apresentando aos educandos outra maneira de utilizar a Internet em suas
pesquisas.
CONCLUSÃO
Foi constatada a autonomia e a iniciativa dos estudantes na realização das
atividades propostas desde o início da intervenção pedagógica e aplicação do
material didático na escola. Esta iniciativa pode ser vivenciada na mostra
pedagógica e feira de ciências realizada anualmente na escola, aberta a toda
comunidade escolar, onde os estudantes apresentam os frutos de seus trabalhos e
aprendizado anual. Todos os grupos que trabalharam com a ferramenta WebQuest
lograram um ótimo resultado na avaliação, compartilhando o conhecimento obtido
com os demais educandos do colégio.
Aos que apresentaram seus trabalhos nos momentos acima mencionados foi
possibilitada a apresentação aos colegas em sala de aula. Convém ressaltar que
estes trabalhos foram realizados com estudantes das segundas séries do Ensino
Médio em 2011, mas que alguns deles continuam a apresentar seus trabalhos para
outras turmas de forma interdisciplinar nas disciplinas de filosofia e sociologia neste
ano de 2012.
Concluindo, acreditamos que encontramos outra forma de possibilitar a busca
do conhecimento aliada a Internet de forma criteriosa, e que conseguimos conduzir
nosso educando para uma postura colaborativa, em que ele também é agente do
conhecimento, não apenas um mero ouvinte.
31
Sabemos dos desafios, dificuldades, críticas e tantos outros entraves que
enfrentamos, não tivemos a pretensão de resolver os grandes desafios da
educação, nem mesmo os pequenos, mas sim mostrar a possibilidade de
transformação em nossas práticas pedagógicas buscando uma postura diferente
frente aos nossos educandos.
Não foi com o desenvolvimento dos trabalhos deste professor PDE que todos
os estudantes passaram a utilizar melhor suas duas horas e quarenta e oito minutos
diários de conexão à Internet, nem que a qualidade das aulas no Laboratório de
Informática do Colégio tenha sofrido significativa melhora, mas lhes foi mostrada
uma nova possibilidade de estudo conforme tantas vezes frisado neste artigo.
Cabe a todos os interessados neste processo tão nobre de ensinar, analisar
individualmente os dados levantados e tirar suas próprias conclusões, não me refiro
apenas aos professores, mas as direções, equipes pedagógicas e gestores públicos
do ensino pensar melhor nos desafios que todos enfrentam em seu cotidiano
escolar, com ou sem as TICs.
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