universidade federal do parÁ faculdade de … · 2015-09-11 · elaine cristina lopes de aguia. r...

47
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA INSTITUTO DE ESTUDO COSTEIRO FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIAR DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO EM VIVEIRO NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ Bragança-Pará 2010

Upload: lamthien

Post on 01-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA

INSTITUTO DE ESTUDO COSTEIRO FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIAR

DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

EM VIVEIRO NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ

Bragança-Pará

2010

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

i

ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIAR

DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

EM VIVEIRO NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Colegiado do Curso de Licenciatura Plena em

Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará,

Campus de Bragança, como requisito parcial para a

obtenção do Grau de Licenciado em Ciências

Biológicas.

Orientador: Profa. Dra. Erneida C. de Araújo

Co-Orientador: Prof. Dr. Marcus E. B. Fernandes

Bragança-Pará

2010

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

ii

ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIAR

DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES

ARBÓREAS DE MANGUE EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

EM VIVEIRO NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ

Banca Examinadora: ______________________________________ - Orientador

Profª Drª. Erneida Coelho de Araújo

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança-UFPA.

Co-Orientador

Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança-UFPA.

__________________________________________- Titular

Profª Mestre César França Braga

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança-UFPA.

__________________________________________- Titular

Profº Mestre Antônio José Figueiredo Moreira

Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Faculdade de Biologia, da

Universidade Federal do Pará, Campus

Universitário de Bragança, como requisito para

obtenção do Grau de Licenciado em Ciências

Biológicas.

Bragança-PA

2010

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

iii

Dedicatória

Aos meus pais:

José Ronaldo G. de Aguiar e Maria do Socorro L. de Aguiar Pelo exemplo de vida,

Pelos conselhos,

Pelo amor.

Ao meu irmão:

Ewerton José L. de Aguiar

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

iv

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por sua benção para que eu pudesse realizar

mais essa conquista em minha vida.

A toda minha família, especialmente aos meus pais José Ronaldo e Maria do

Socorro pela confiança, pelo amor, pelo incentivo e apoio incondicional.

Ao meu irmão Ewerton José, pela parceria, pelo afeto e por acreditar no meu

sucesso.

Ao meu namorado Madson Saraiva pelo companheirismo e por entender e

incentivar minha dedicação aos estudos.

A todos os meus amigos, principalmente aqueles que conviveram comigo no

decorrer destes quatro anos de graduação. Em especial, ao Bruno Andrade, Edimar

Gomes e Jeisa Maria, por todos os ótimos momentos que compartilhamos, pelas

experiências trocadas, pela lealdade e união que contribuiu para superar as

dificuldades e fortalecer ainda mais nossa amizade.

Aos amigos de todas as horas Djavan de Lima e Edivan Sousa, que fizeram a

minha trajetória em Bragança muito mais feliz.

À minha amiga e parceira de Laboratório Rejane Costa por todos os momentos

de alegria e superação, principalmente nos trabalhos de campo.

À turma Biologia 2007, especialmente, ao Arthur Raiol, Celso Luiz, Dulcivânia

Soares, Elis Helena, Lenita Sousa, Tayana Cabral e Tatiana Reis, pela boa convivência

nesses quatro anos de graduação.

Aos monitores que contribuíram para realização dos trabalhos em Tamatateua,

S. Mizael e Moizés.

A Professora Dra. Erneida C. de Araújo e ao Professor Dr. Marcus E. B.

Fernandes pela orientação e amizade, por seu profissionalismo, paciência e pelo

conhecimento compartilhado.

À Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança e ao Laboratório

Ecologia de Manguezal (Lama), pelo apoio técnico recebido.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

v

Epígrafe

“A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil.”

(Nicolau Copérnico)

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

vi

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1 1.1 Ecossistema Manguezal.................................................................................. 1 1.2 Sombreamentos na Produção de Mudas........................................................ 3

1.3 Estádios de Desenvolvimento......................................................................... 5 1.4 Qualidade das Mudas de Espécies Florestais................................................ 7

1.5. Parâmetros Morfológicos................................................................................ 8 1.5.1. Índices Morfológicos.................................................................................... 9

2 OBJETIVO......................................................................................................... 113 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 11

3.1 Caracterização da Área de Implantação do Experimento................................ 11 3.2 Construção do Viveiro...................................................................................... 11 3.3 Formações das Mudas .................................................................................... 12

3.3.1 Coletas de Sementes................................................................................... 12 3.3.2. Semeadura.................................................................................................. 12 3.4 Tratamentos ................................................................................................... 13

3.5 Avaliação do Crescimento em Altura.............................................................. 15

3.6 Avaliação dos Parâmetros Morfológicos ........................................................ 15

3.6.1 Índices Morfológicos..................................................................................... 16

3.7 Coleta e Análise de Solo.................................................................................. 16

3.8 Análise dos Dados............................................................................................ 17

I 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 18

4.1 Análise do Solo................................................................................................ 18

4.2 Atura ............................................................................................................... 19

4.3 Parâmetros Morfológicos................................................................................ 22

4.3.1 Índices Morfológicos.................................................................................... 26

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 30

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 31

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

vii

DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE

EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO EM VIVEIRO NA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ

Resumo

O desenvolvimento de técnicas de produção de mudas em viveiro é imprescindível para a sobrevivência das plantas e auxilia também os estudos sobre as tendências adaptativas das espécies vegetais. Assim, este trabalho teve o objetivo de avaliar a influência de diferentes níveis de sombreamento sobre o crescimento das espécies arbóreas de mangue Avicennia germinans (L.) Stearn, Rhizophora mangle L. e Laguncularia racemosa (L.) Gaertn.f. O experimento foi conduzido na comunidade de Tamatateua, localizada 950 m acima do nível do mar, na península de Ajuruteua, município de Bragança-PA. Para a produção das mudas, os propágulos e sementes das espécies arbóreas de mangue foram semeados em embalagens de polietileno (17 X 27 cm), preenchidas com substrato típico de manguezal. As mudas das três espécies foram testadas a pleno sol (0), 30% e 60% de sombreamento em delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial (3 x 3) x 3 (3 espécies arbóreas e 3 níveis de sombreamento). Durante nove meses se avaliou o crescimento em altura e após 270 dias de permanência no viveiro, as mudas foram avaliadas à altura da parte aérea, diâmetro do coleto, peso de matéria seca da parte aérea, peso de massa seca do caule, peso de matéria seca das raízes e peso de matéria seca total, índices morfológicos e o índice de qualidade de Dickson (IQD). Os dados relacionados à altura da planta foram submetidos à análise de variância, sendo as diferenças comparadas pelo teste F a 5% e ajustes de regressão. Os parâmetros e índices morfológicos e índice de Dickson foram comparados pelo teste de tukey a 5%. Observou-se pelos resultados obtidos que os níveis de sombreamento testados não influenciaram significativamente o crescimento das espécies arbóreas de mangue.

Palavras-chave: manguezal, desenvolvimento de plântulas, sombreamento

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

viii

DEVELOPMENT AND QUALITY OF TREE SPECIES OF MANGROVE IN DIFFERENT

LEVELS OF SHADING IN NURSERY IN THE DISTRICT OF AJURUTEUA, BRAGANÇA,

SATE OF PARA, BRAZIL

Abstract

The development of techniques for producing seedlings in nurseries is essential for the survival of plants and also helps the studies on the adaptive trends of plant species. This study was aimed to evaluate the influence of different levels of shading on growth of tree species of mangroves: Avicennia germinans (L.) Stearn, Rhizophora mangle L. and Laguncularia racemosa (L.) Gaertn.f. The experiment was conducted at Tamatateua community, located 950m above sea level, Ajuruteua Peninsula, district of Bragança-PA. For the nursery, the seedlings and seeds of tree species of mangroves were planted in polyethylene bags (17 X 27 cm), filled with typical mangrove substrate. The seedlings of the three species were tested in full sun (0), 30% and 60% shading in a completely randomized design in factorial (3 x 3) x 3 (three tree species and three levels of shading). For nine months we evaluated the growth in height and after 270 days of staying in the nursery, the seedlings were evaluated for shoot height, stem diameter, dry weight of shoots, weight of stem dry mass, matter weight root dry weight and total dry matter, and morphological indexes and Dickson quality index (DQI). The data related to plant height were subjected to analysis of variance, with differences compared by F test at 5% and regression adjustments. The parameters and morphological indexes and Dickson index were compared by Tukey test at 5%. It was observed that the results obtained by shading levels did not significantly influence the growth of tree species of mangroves.

Keywords: mangrove, seedling development, shading.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

1

I INTRODUÇÃO

1.1. Ecossistema Manguezal

O manguezal é um ecossistema que ocorre em todas as regiões costeiras

tropicais e subtropicais ao redor do mundo e caracterizam-se pelo sedimento

lamacento e salino, inundado diariamente pela maré. Eles crescem em zonas costeiras

protegidas, planícies inundáveis, praias lodosas e desembocaduras de rios. As

florestas de mangue são compostas por árvores e arbustos pertencentes a famílias de

espécies com grande tolerância às águas salgadas e salobras (HOGARTH, 1999).

A caracterização estrutural da vegetação dos manguezais constitui valiosa

ferramenta no que concerne à resposta desse ecossistema às condições ambientais

existentes, bem como aos processos de alteração do ambiente, auxiliando, assim, nos

estudos e ações que objetivam a sua conservação (SOARES, 1999). O autor afirma

ainda, que a estrutura vegetal dos bosques de mangue é uma resposta direta às

condições locais, e que o desenvolvimento estrutural é controlado por forças

subsidiárias, tais como: energia solar, aporte de água doce e nutriente e energia das

marés, as quais, combinadas em diversas intensidades, vão controlar os atributos de

cada manguezal.

Ao longo da costa brasileira, os manguezais apresentam-se com características

estruturais bastante distintas (SILVA et al., 2005). A maior concentração dos

manguezais brasileiros encontra-se no litoral do Amapá, Pará e Maranhão (SOUZA

FILHO, 2005). A península bragantina, nordeste do Pará abriga um mosaico

vegetacional no qual o manguezal aparece como uma das mais relevantes unidades de

vegetação (FARIAS et al., 2006). A Planície Costeira Bragantina estende-se da Ponta

do Maiaú até a foz do rio Caeté e perfaz uma área de 1.570 km2. Esta área é ocupada

por vegetação característica de mangue, que penetra em direção ao continente e ao

longo dos canais estuarinos. Os gêneros botânicos dominantes são: Rhizophora L.,

Avicennia L. e Laguncularia L. (SOUZA FILHO e EL-ROBRINI, 1996).

As espécies vegetais que vivem no manguezal apresentam algumas

características bem específicas, como: folhas grossas com glândulas especiais para

liberar o excesso de sal, raízes escoras, pneumatóforo, e caule rico em tanino que

permite resistir a constantes inundações (COUTO, 2006). No geral, é reduzido o

número de espécies vegetais que compõe os manguezais paraenses. Entre as

espécies arbóreas temos:

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

2

A Rhizophora mangle L., (mangue vermelho ou mangueiro), família

Rhizophoraceae, tem esse nome porque sua casca ao ser raspada mostra a cor

vermelha. Apresentam folhas ovado-lanceoladas de cor verde brilhante. Tem como

característica marcante, sementes que começam a germinar ainda presas à planta

materna, sendo alongada e apontada para baixo. O propágulo, ao cair, enterra-se na

lama por ocasião da baixa-mar ou pode flutuar na água até encontrar condições

favoráveis para sua fixação e desenvolvimento. Outra característica importante da

espécie é a presença de rizóforos que auxiliam na sustentação da planta no sedimento

lodoso (TOMLINSON, 1986). A região do córtex dessa planta é rica em uma substância

de natureza polissacarídica de cor vermelha, o tanino, utilizado para tingir roupas e

como medicamento. (ALMEIDA et al., 2002)

A Laguncularia racemosa (L.) Gaertn.f (mangue branco ou tinteira), família

Cobretaceae é uma espécie de mangue que apresenta folhas opostas, oblongas ou

elípticas ou obovadas com pecíolos avermelhados e com um par de glândulas

excretoras de excesso de sal na base foliar, é a menor entre as árvores do manguezal,

seus ramos são freqüentemente submersos na maré alta e possui preferência por solos

arenosos. Essa espécie apresenta sementes pequenas, sem albumem, germinam

ainda presas à planta-mãe, produzindo o que é chamado de propágulo. Apresenta um

sistema radicular pouco profundo e disposto de forma radial com os pneumatóforos

(estruturas responsáveis pelas trocas gasosas) de desenvolvimento limitado e nem

sempre presentes, por isso essa espécie não toleram locais com grandes flutuações no

nível da água (TOMLINSON, 1986).

Avicennia germinans (L.) Stearn, família Avicenniaceae, possui folhas opostas,

brilhosas, peninérvias e com glândulas que expelem sal. Seus propágulos são

pequenos e sempre flutuam, necessitando para efetuar sua fixação ao substrato de um

período maior livre da influência das oscilações de marés, conforme a espécie anterior,

com grande poder de resistência. Apresentam dois tipos de raízes: umas que penetram

no substrato, com uma porção aérea (Pneumatóforos), outras, apenas submergidas

(raízes nutritivas). Esta espécie consegue se desenvolver mesmo em áreas mais

afastadas da influência da maré, ou seja, com menor freqüência de inundação.

Apresentam raízes submersas nutritivas e raízes aéreas chamadas pneumatóforos

(TOMLINSON, 1986). Esta árvore é usada para diferentes fins, tais como: Fazer canoa,

lenha entre outros. Também produzem casca de tanino, porém não tão boa como as da

R. mangle (VANUCCI, 2002).

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

3

1.2. Sombreamentos na produção de mudas

Segundo Ribeiro et al (2002), o manguezal de Bragança-PA compreende uma

área de, aproximadamente, 120 km2, cujas florestas são de extrema importância social,

econômica e ambiental, pois as mesmas são detentoras de uma rica estrutura peculiar

que abriga uma grande variedade de plantas, animais e microorganismos.

Apesar disso, quando essas florestas tornam-se mais acessíveis, devido ao

melhoramento da rede rodoviária, causam um impacto negativo, como é o caso da

construção da rodovia estadual PA-458 que promoveu a degradação de uma área de

aproximadamente 3,8 km2, no lado oeste da rodovia, na península de Ajuruteua, em

Bragança - Pará (RIBEIRO, 2002; FERNANDES, 2007). Além disso, outros fatores

contribuem para a degradação desses manguezais, que são utilizados tradicionalmente

pelos moradores locais para produção de lenha, construção civil, medicamentos e

comércio ilegal de madeira (GLASER, 2003).

Nesse contexto, é importante que se desenvolvam estudos científicos que gerem

dados básicos sobre a dinâmica dos manguezais que sirvam de subsídio para

metodologias de recuperação, especialmente no Brasil, tendo em vista o ritmo da sua

degradação resultante de atividades antrópicas (EYSINK et al., 1998). Pesquisas a

respeito do potencial de aclimatação de espécies a diferentes níveis de sombreamento

permitem apresentar propostas para a recolonização dessas áreas degradadas

(ALMEIDA et al., 2005).

Vários fatores do meio ambiente influenciam o desenvolvimento das plantas,

sendo que a luz é fundamental como fonte essencial e direta de energia para o

desenvolvimento de todos os vegetais verdes. Além disso, a distribuição local das

espécies em uma comunidade florestal está fortemente influenciada pelas diferenças

na disponibilidade de luz (ENGEL, 1990). Em outras palavras, a luz desempenha

importante papel na organização dos ecossistemas, no crescimento e regeneração de

plantas, por sua ligação com a fotossíntese e com processos ligados ao crescimento do

vegetal (ENGEL, 1989).

Para Fanti e Perez (2003), a adaptação das plantas ao ambiente de luz depende

do ajuste de seu aparelho fotossintético, de modo que a luminosidade ambiental seja

utilizada de maneira mais eficiente possível. As respostas dessa adaptação serão

refletidas no crescimento global da planta. Os autores ainda afirmam que a eficiência

do crescimento pode estar relacionada com a habilidade de adaptação das plântulas e

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

4

as condições de intensidade luminosa do ambiente; freqüentemente as análises do

crescimento são utilizadas para predizer o grau de tolerância das diferentes espécies

ao sombreamento.

Conforme relatou Morais (2007), o sombreamento modifica a radiação solar no

interior da comunidade vegetal, além de ser utilizado para auxiliar no controle

excessivo de temperatura (FONSECA et al., 2002). O conhecimento do crescimento

das plantas no viveiro, em resposta a fatores como luz é importante para a produção de

mudas de qualidade, e em quantidade suficiente (SILVA e SILVA, 2007).

De acordo com Campos e Uchida (2002), a radiação solar por ser fonte primária

de energia relacionada à fotossíntese, é um dos principais fatores que influenciam o

crescimento dos vegetais. Segundo Larcher (2000), fotossíntese é o processo pelo qual

as plantas convertem energia solar em compostos químicos. A fotossíntese envolve

processos fotoquímicos na presença de luz, processos enzimáticos que não requerem

luz (as chamadas reações de escuro) e processos de difusão que provocam trocas de

dióxido de carbono entre os cloroplastos e o ar exterior.

Durante a fase inicial de crescimento, na presença de luz, as plantas estão no

pico de suas atividades metabólicas (fotossíntese, respiração, absorção de substâncias

minerais). Neste período competitivo por espaço nas comunidades vegetais, o rápido

crescimento em altura da parte aérea e partes subterrâneas serão decisivos para o

futuro indivíduo. Sobretudo na fase vegetativa de crescimento é que se manifestam as

características de plasticidade fenotípicas e as adaptações modificativas em relação às

condições do habitat (LARCHER, 2000).

Além de fornecer energia para a fotossíntese a luz solar é primordial para o

crescimento das plantas, pois fornece sinais que regulam seu desenvolvimento por

meio de receptores de luz sensíveis a diferentes intensidades, qualidade e espectral e

estado de polarização. Dessa forma, modificações nos níveis de luminosidade ao qual

uma espécie esta adaptada pode condicionar diferentes respostas fisiológicas em suas

características bioquímicas anatômicas e de crescimento (ATROCH et al., 2001).

Foram realizados vários estudos (Silva et al., 2007; Stork, 2008; Laura et al.,

2009) sobre o efeito do sombreamento no desenvolvimento de mudas cultivadas em

viveiro para espécies amazônicas. No entanto, outras espécies, com potencial para uso

em programas de reflorestamento em manguezal, devem ser estudadas quanto ao seu

comportamento em viveiro.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

5

Como resultado dos estudos sobre o crescimento com árvores nativas

submetidas a diferentes condições de luminosidade, tem sido observado que a

eficiência no crescimento da planta pode ser relacionada à habilidade de adaptação de

plântulas às condições luminosas do ambiente (SILVA et al., 2007). Por isso, conhecer

a intensidade lumínica para cada espécie é fator fundamental quando se visa implantar

florestas de produção ou de proteção. O crescimento de espécies florestais pode ser

acelerado pelo fornecimento de características semelhantes àquelas encontradas em

seu ambiente natural (LAURA et al., 2009).

O método de sombreamento artificial tem sido utilizado para avaliar o

comportamento das mudas de espécies florestais quanto à intensidade luminosa

(PEDROSO E VARELA, 1995). Para Engel (1989), o sombreamento artificial é um

método válido no estudo das necessidades lumínicas das diferentes espécies em

condições de viveiro, pois apresenta certas vantagens para experimentos em

condições naturais. Haja vista que, através dos métodos artificiais é possível selecionar

o efeito da intensidade lumínica, oferecendo às parcelas condições uniformes de

iluminação. Segundo a autora, torna-se difícil avaliar, na floresta, o efeito do

sombreamento sobre as espécies florestais.

É importante ressaltar ainda que outros fatores ambientais ligados direta ou

indiretamente a energia radiante e suas interações com a cobertura vegetal podem

influenciar o crescimento vegetal. Esses fatores podem ser teores de umidade, o tipo

de solo e microorganismos, o regime de temperaturas, velocidade do vento e umidade

relativa do ar que se modificam bastante quando comparadas com as condições dos

espaços abertos (ENGEL, 1989).

Vale ressaltar, que o conhecimento sobre a vegetação de mangue na Amazônia

ainda é escasso (MENEZES, 2008), bem como são raros os trabalhos com produção

de mudas de espécies arbóreas de mangue disponíveis na literatura.

1.3. Estádios de Desenvolvimento

Segundo Paoli (2010), os estudos morfoanatômicos de frutos e plântulas são

importantes na paleobotânica, na fitopatologia, na silvicultura, no estudo das

comunidades vegetais, na identificação de plantas e, na análise de sementes para a

agricultura, que envolvem conhecimentos ecofisiológicos. Apesar disso, são poucos os

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

6

trabalhos descritos na literatura a respeito dos frutos e sementes de muitas espécies

nativas, tendo em vista a imensa diversidade vegetal brasileira.

Segundo Elster (2000), existem poucos estudos sobre o crescimento precoce de

mangue que enfatizam a semente / desenvolvimento das plântulas em condições

degradadas em áreas de mangue. Tsuji (2010) destaca ainda, que informação acerca

de desenvolvimento de plântulas é importante para o planejamento da restauração em

áreas de manguezal e podem ser aplicadas para a melhoria das técnicas de plantio.

Para o entendimento da biologia de cada espécie vegetal é essencial o

conhecimento sobre a morfologia das sementes, plântulas e mudas, principalmente no

período juvenil. A capacidade de reconhecimento das plântulas e dos estádios juvenis

num determinado ecossistema tem grande valor no estudo da dinâmica de populações;

na ampliação dos estudos taxonômicos; nos levantamentos ecológicos; no estudo de

banco de sementes de plântulas, na produção de mudas para a recuperação de

ambientes degradados, além de servir como índice para caracterizar o estádio

sucessional em que se encontra o ecossistema (KAGEYAMA e CASTRO, 1989).

Ressalta-se que o desenvolvimento do embrião, durante a germinação da

semente, faz-se heterotroficamente, a princípio, às custas das estruturas anexas e dos

cotilédones. O desenvolvimento inicial da plântula é relativamente independente do

meio externo onde se encontra, esgotado os suprimentos daquelas estruturas anexas,

a plântula passa então, a depender amplamente do meio, isto é, da superfície do solo e

da atmosfera suprajacente. Trata-se de uma fase bastante crítica do desenvolvimento

onde a pressão de seleção se faz sentir intensamente (LARCHER, 2000).

Segundo Larcher (2000), o processo de emergência e o estádio de plântula

representam um período particularmente sensível. Durante esta fase, a plântula exige

um abastecimento de nutrientes, necessários para suprir o aumento de energia dos

metabólitos utilizados na biossíntese, bem como um estado de hidratação suficiente

para manter a turgescência durante o rápido crescimento em extensão e a

diferenciação da parede celular. O estádio de plântula é, portanto, uma fase decisiva

para a sobrevivência de um indivíduo e para a distribuição espacial de uma população,

pois uma espécie somente é capaz de ocupar de maneira permanente um habitat no

qual o indivíduo supere os estádios mais sensíveis do ciclo de vida.

Existem dificuldades em definir o ponto final dos estádios de plântulas. Assim,

cada autor define seus próprios critérios sobre as fases e as características conforme

as suas necessidades (RICARDI et al., 1987).

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

7

De acordo com Reis (1987), plântulas são indivíduos com até 10 cm de altura

de inserção da folha flecha tendo, geralmente, apenas uma folha de forma flabeliforme

e a grande maioria apresentando reservas endospermáticas; planta jovem I, indivíduos

maiores que 10 cm de altura de inserção e menores que 30 cm, com número variável

de folhas (geralmente duas a quatro) sendo as inferiores flabeliformes e as superiores

pinadas e que se apresentam independentes das reservas da semente; e planta jovem

II, indivíduos entre 30 cm e 1 m de altura de inserção, sem o estipe exposto e com

quatro a cinco folhas pinadas. Melo et al. (2004) afirma que plântulas jovens são

indivíduos com até 50 cm de altura ou quando depender das reservas da semente.

Para Feliciano (2008), o desenvolvimento do vegetal ocorre em três fases: a

primeira fase de crescimento vegetativo a partir da germinação, desde o

intumescimento da semente até a emissão dos cotilédones, porém sem os protófilos

formados; a segunda fase é considerada a fase em que o protófilo esta totalmente

formada e a terceira fase denominada planta jovem a partir do aparecimento do

pronomofilo, apresentando raiz é axial e raízes secundárias.

1.4. Qualidades das Mudas de Espécies Florestais

De acordo com José (2005), atualmente a preocupação mundial com relação à

qualidade ambiental tem se mostrado cada vez mais freqüente. Isto faz com que ocorra

um aumento na demanda de serviços e produtos, em especial a produção de mudas de

espécies florestais para a recuperação de áreas degradadas. O autor afirma ainda, que

esta demanda crescente observada nos últimos anos mostra a necessidade do

desenvolvimento de pesquisas que aperfeiçoem a produção de mudas, a baixo custo, e

com qualidade morfofisiológica capaz de atender aos objetivos dos plantios.

A semente é o fator principal no processo de produção de mudas, já que

representa um pequeno custo no valor final da muda e tem uma importância

fundamental no valor das plantações. Portanto, um cuidado especial deve ser tomado

com a produção e aquisição de sementes, que devem ser de boa qualidade genética e

fisiológica. Devem ser colhidas em bons talhões, representativos da espécie, com

todas as técnicas de beneficiamento e armazenamento (MACEDO, 1993).

Gomes et al. (2002) destaca a necessidade de produzir mudas em áreas bem

definidas, com características específicas e controladas, se deve ao fato de serem elas

geralmente frágil, precisando de proteção inicial e de manejos especiais, de maneira a

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

8

obter maior uniformização de crescimento, tanto da altura quanto do sistema radicular,

e promovendo um endurecimento tal que, após o plantio, permite que elas resistam às

condições adversas lá encontradas, sobrevivam e depois cresçam satisfatoriamente.

Tanto os parâmetros morfológicos quanto os fisiológicos apresentam vantagens

e desvantagens para a avaliação do padrão de qualidade de mudas, podendo ser

utilizados sozinhos ou em conjunto, dependendo do nível de qualidade que se quer ter,

em função do objetivo da produção. A avaliação do padrão de qualidade de mudas de

espécies florestais está diretamente relacionada com os parâmetros medidos, sendo

que a qualidade dessas depende principalmente da escolha acertada da embalagem a

ser utilizada, do substrato e de sua adequada fertilização, das técnicas de produção e

manejo, além do tempo gasto para a sua produção (GOMES, 2001)

1.5. Parâmetros Morfológicos

Apesar de o êxito das plantações florestais dependerem, em grande parte, das

mudas utilizadas, os parâmetros que avaliam a sua qualidade ainda não estão muito

bem definidos (GOMES, 2001). Apesar disso, os parâmetros morfológicos são os mais

utilizados na determinação do padrão de qualidade das mudas, tendo uma

compreensão mais intuitiva por parte dos viveiristas, mas ainda carente de uma

definição mais acertada para responder às exigências quanto à sobrevivência e ao

crescimento, determinadas pelas adversidades encontradas no campo após o plantio.

Sua utilização tem sido justificada pela facilidade de medição e/ou visualização em

condição de viveiro, estando os principais citados a seguir: altura da parte aérea (H),

diâmetro do coleto (DC), peso de matéria seca total (PMST) peso de matéria seca da

parte aérea (PMSPA) e peso de matéria seca das raízes (PMSR) (GOMES 2002).

A altura da parte aérea é medida do colo das plantas até a gema apical, em

centímetros (PAIVA, 2003). É um excelente parâmetro para avaliar o padrão de

qualidade de mudas de espécies florestais, mas a literatura apresenta resultados

controversos, uma vez que mudas crescem mais ou menos no campo, independente

de seu tamanho inicial. Talvez isso seja devido à práticas de viveiro, como,

principalmente, o sombreamento, o tamanho das embalagens e as adubações

excessivas ou desbalanceadas (GOMES, 2001).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

9

O diâmetro do caule é medida no colo da planta com um paquímetro, em

milímetros (PAIVA, 2003). Para Carneiro (1995), as mudas devem apresentar diâmetro

do coleto maior para um melhor equilíbrio do crescimento da parte aérea.

A produção de matéria seca permite avaliar o crescimento de uma planta. A

quantidade total de matéria seca acumulada pela planta é reflexo direto da produção

fotossintética líquida, somada à quantidade de nutrientes minerais absorvidos

(BORDEAU, 1958 apud ENGEL, 1989).

O padrão de qualidade como referência para a classificação de mudas,

baseadas apenas no seu peso, apresenta inerentes deficiências (CARNEIRO, 1995).

Para o autor, quando se refere ao peso da matéria seca como parâmetro de qualidade,

há que se considerar, separadamente, o total, o da parte aérea e o das raízes.

Os fatores que influenciam no crescimento em altura da parte aérea das mudas

são também responsáveis pelos seus pesos de matéria seca (CARNEIRO, 1983).

A variação na quantidade de biomassa e de área foliar em função do tempo é

empregada na estimativa de índices fisiológicos, que podem caracterizar a capacidade

produtiva do genótipo. Por outro lado, as alterações em fatores ambientais podem

induzir o redirecionarem a distribuição dos assimilados, conseqüentemente mudando o

crescimento e a morfologia (CONCEIÇÃO et al., 2004). Esse fato pode influenciar no

peso de matéria seca das raízes.

1.5.1. Índices Morfológicos

Considerando a importância de alguns índices baseados nas relações de

parâmetros morfológicos, os principais e mais utilizados nas avaliações da qualidade

de mudas são citados a seguir: relação da altura da parte aérea com o diâmetro do

coleto (RHDC), relação da altura da parte aérea com o peso de matéria seca da parte

aérea (RHPMSPA); relação do peso de matéria seca da parte aérea com o peso de

matéria seca das raízes (RPPAR) e o índice de Qualidade de Dickson (IQD) (GOMES,

2001).

De acordo com Carneiro (1995), o diâmetro do coleto, bem como a altura da

parte aérea, constitui um dos mais importantes parâmetros morfológicos para estimar o

crescimento das mudas, o autor afirma ainda que o valor resultante da divisão da altura

da parte aérea de uma muda pelo seu respectivo diâmetro do coleto exprime um

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

10

equilíbrio de crescimento, relacionando esses dois importantes parâmetros

morfológicos num só índice.

Para Gomes (2001), relação entre esses parâmetros pode ser considerada e

aplicada para muitas das espécies florestais, haja vista a facilidade de medição tanto

da altura da parte aérea quanto do diâmetro do coleto e por ser um método não

destrutivo. Esse índice apresenta um valor absoluto, não possuindo unidade, pois a

altura da parte aérea é medida em centímetros e seu diâmetro do coleto em milímetros.

Vale ressaltar que quanto menor for o valor desse índice, maior será a capacidade de

as mudas sobreviverem e se estabelecerem no campo após o plantio definitivo

(CARNEIRO, 1983).

A razão entre a altura da parte aérea e o peso de matéria seca da parte aérea

não é comumente usado como um índice para avaliar o padrão de qualidade de

mudas, mas pode ser de grande valia, quando utilizado para predizer o potencial de

sobrevivência da muda no campo. Quanto menor for esse índice mais lenhificada será

a muda e maior deverá ser a sua capacidade de sobrevivência no campo. Para as

mudas que apresentem número de folhas elevado, esse índice poderá ser menor, não

expressando o esperado. Para tirar essa dúvida, o peso de matéria seca da parte

aérea, poderá para algumas espécies e em algumas condições, principalmente em

sombreamento, ser separado em duas partes, sendo uma para as folhas e outra para o

caule. Este índice tem valor absoluto, pois a altura da parte aérea da muda é expressa

em centímetros e o peso de matéria, seca em gramas (GOMES, 2001).

A relação do peso de matéria seca da parte aérea/peso de matéria seca das

raízes, calculada entre o peso de matéria seca da parte aérea e do respectivo sistema

radicular das mudas é considerada como um índice eficiente e seguro para expressar o

padrão de qualidade das mudas (LIMSTROM, 1963; PARVIAINEN, 1981 apud

GOMES, 2001).

O Índice de Qualidade de Dickson é uma fórmula que correlaciona os

parâmetros morfológicos avaliados, justificando assim sua eficiência. No ajuste de

regressão para IQD todas as variáveis estudadas foram envolvidas na equação

devendo ser avaliadas no decorrer do experimento (BINOTTO et al., 1997).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

11

II OBJETIVO

Avaliar o crescimento de mudas de Rhizophora mangle, Avicennia germinans e

Laguncularia racemosa, cultivadas em viveiro sob diferentes condições de sombreamento e a

e a sua influência nos parâmetros morfológicos e nos índices empregados na qualidade de

mudas destas espécies.

III MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Caracterização da Área de Implantação do Experimento O experimento foi conduzido na comunidade de Tamatateua (000 57’12,5’’S e

460 47’02,4’’W), localizada 950 m acima do nível do mar, na península de Ajuruteua, a

15 km do município de Bragança, Estado do Pará (Figura 01).

● Tamatateua

Figura 01: Mapa área de estudo, Península de Ajuruteua, comunidade de

Tamatateua (modificado TSUJI, 2010).

3.2. Construção do Viveiro O viveiro foi construído de modo a receber a influência diária da maré, o mesmo

foi conectado ao canal-de-maré através de um canal artificial para a captação de água.

A área do viveiro ocupou 8 m comprimento x 4,80 m largura, com profundidade de

cerca de 40 cm (Figura 02).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

12

Figura 02 - Viveiro de mudas.

3.3. Formação das Mudas 3.3.1. Coletas de Sementes

O experimento utilizou as espécies arbóreas de mangue A. germinans, R.

mangle e L. racemosa. A coleta de sementes foi feita baseada nas informações sobre

os meses de pico de produção de sementes, de A. germinans (dezembro a abril.), R.

mangle (novembro a maio) e L. racemosa (janeiro a maio) de acordo com o trabalho de

Rodrigues (2004) e Fernandes et al. (2005).

Os propágulos de A. germinans foram coletados maduras (coloração

avermelhada ou amarelada), fáceis de soltar dos galhos ao toque das mãos, ou

colhidas no solo. Estas sementes ficaram imersas por cerca de 24 horas em um balde

com água doce, para que houvesse a remoção do tegumento.

Os propágulos de R. mangle foram coletados do solo quando maduros (anel do

fruto avermelhado, semente de cor verde-escura ou marrom).

As sementes de L. racemosa foram coletadas maduras (coloração verde-escura

ou verde-amarelada), fáceis de soltar do galho quando tocadas, as mesmas foram

imersas em água doce por 7 dias para promover a emissão da radícula.

3.3.2. Semeadura

Os propágulos de R. mangle, foram semeados cerca de um quarto da semente

no substrato. Os propágulos de A germinans e L. racemosa foram semeadas nas

embalagens com somente um terço da semente enterrado no substrato, a semeadura

foi realizada em embalagens de polietileno (17 x 27 cm) preenchidas com substrato

típico do manguezal (Figura 03). O desbaste foi realizado 30 dias após a semeadura,

eliminando-se as mudas excedentes em cada embalagem, deixando apenas uma,

sendo esta a melhor e a mais central. As mudas permaneceram no viveiro por 270

dias.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

13

A A

B

C

Figura 03 – Semeadura de Avicennia germinans (A), Laguncularia racemosa (B) e Rhizophora mangle (C). Foto:

Tsuji e Fernandes (2008)

3.4 Tratamentos As mudas das três espécies foram testadas a pleno sol e a diferentes níveis de

sombreamento. Os níveis de 30% e 60% de sombreamento foram obtidos por meio de

telas de polietileno (sombrite). O desenho experimental utilizou um total de 2.160

indivíduos, sendo 720 por espécies e cada repetição constou de 80 mudas. Foram

avaliados 9 tratamentos.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

14

Tabela 01. Relação dos tratamentos, a partir da combinação dos fatores em estudo.

Tratamentos Repetições

T1

1

2

3

Avicennia germinans + Sombreamento 60%

Avicennia germinans + Sombreamento 60%

Avicennia germinans + Sombreamento 60%

T2

4

5

6

Avicennia germinans + Sombreamento 30%

Avicennia germinans + Sombreamento 30%

Avicennia germinans + Sombreamento 30%

T3

7

8

9

Avicennia germinans + Pleno Sol

Avicennia germinans + Pleno Sol

Avicennia germinans + Pleno Sol

T4

10

11

12

Rhizophora mangle + Sombreamento 60%

Rhizophora mangle + Sombreamento 60%

Rhizophora mangle +Sombreamento 60%

T5

13

14

15

Rhizophora mangle +Pleno Sol

Rhizophora mangle +Pleno Sol

Rhizophora mangle +Pleno Sol

T6

16

17

18

Rhizophora mangle +Sombreamento 30%

Rhizophora mangle +Sombreamento 30%

Rhizophora mangle +Sombreamento 30%

T7

19

20

21

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 60%

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 60%

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 60%

T8

22

23

24

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 30%

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 30%

Laguncularia Racemosa + Sombreamento 30%

T9

25

26

27

Laguncularia Racemosa + Pleno Sol

Laguncularia Racemosa + Pleno Sol

Laguncularia Racemosa + Pleno Sol

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

A

15

3.5 Avaliação do Crescimento em Altura As avaliações foram realizadas mensalmente, por um período de nove meses,

sendo o incremento nas taxas de crescimento dos indivíduos medidos através da altura

das mudas (Figura 04).

A B

C Figura 04 – Mudas de Avicennia germinans (A), Rhizophora mangle (B) e Laguncularia racemosa (C)

respectivamente.

3.6 Avaliação dos Parâmetros Morfológicos

Ao término das avaliações em altura, 270 dias após a semeadura (9 meses),

retiraram-se amostras de 8 mudas por repetição de cada tratamento, as quais foram

transportadas para o Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), na Universidade

Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança e processadas para análises dos

parâmetros morfológicos.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

16

Os parâmetros morfológicos das mudas e suas relações utilizadas nas

avaliações dos resultados foram: i) Altura da parte aérea (H) - para isso utilizou-se uma

trena e mediu-se em centímetros o comprimento do colo da planta até a gema apical; ii)

Diâmetro do coleto (DC) - que foi a medida do colo da planta em milímetros com auxílio

de um paquímetro; iii) Peso de massa seca da parte aérea (PMSPA); iv) Peso de

massa seca do caule (PMSC); v) Peso de massa seca das raízes (PMSR) e vi) Peso

de massa seca total (PMST). As folhas, caules e raízes foram colocados em sacos de

papel, devidamente etiquetados e secados em estufa, até que atingissem peso

constante. O peso de massa seca total foi a soma dos pesos citados. Essa metodologia

baseou-se nos métodos empregados por Paiva et al. (2003) e Zanella et al. (2008).

3.6.1 Índices Morfológicos

Os índices morfológicos foram encontrados a partir da razão entre os

parâmetros morfológicos, tais como: i) Altura da parte aérea e o diâmetro do coleto

(RHDC); ii) Altura da parte aérea e o peso de massa seca da parte aérea (RHPMSPA);

iii) Peso de massa seca da parte aérea e o peso de massa seca das raízes (RPPAR) e

iv) Índice de qualidade de Dickson (IQD). Este último foi determinado a partir da altura

da parte aérea, do diâmetro do coleto, do peso de massa seca da parte aérea e do

peso de massa seca das raízes, por meio da fórmula (Dickson et al., 1960).

PMST (g)

IQD=

H(cm) / DC (cm) + PMSPA(g) /PMSR(g)

3.7 Coleta e Análise de Solo

Foi feita uma coleta de solo de mangue a 20 cm de profundidade, próximo ao

viveiro de mudas. A coleta foi feita com um auxílio de uma pá, e em seguida depositada

em embalagem de polietileno (17X27 cm).

A amostra de solo foi coletada para serem analisadas as seguintes propriedades

químicas: pH, matéria orgânica (MO), fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), cálcio (Ca),

cálcio+magnésio (Ca+Mg), alumínio (Al), cobre (Cu), Manganês (Mn), Ferro (Fe) e

Zinco (Zn). As análises do solo foram realizadas no Laboratório de Solos da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em Belém-PA.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

17

Tabela 02. Características químicas do solo de mangue

(SM) para produção de mudas em condições de

viveiro: MO= Matéria Orgânica; P= Fósforo; K=

Potássio; Na= Sódio; Ca= cálcio; Ca+Mg=

Cálcio+Magnésio; Al= Alumínio; Cu= Cobre; Mn=

Manganês; Fe= Ferro; Zn= Zinco

Característica química* SM

pH 7,0

MO (g/kg) 18,95

P (mg/dm3) 3,0

K (mg/dm3) 1085

Na (mg/dm3) 15186

Ca ( cmol/dm3) 4,0

Ca+Mg ( cmol/dm3) 31,9

Al ( cmol/dm3) 0,2

Cu ( mg/Kg) 14,0

Mn ( mg/Kg) 7,5

Fe ( mg/Kg) 948,6

Zn ( mg/Kg) 139,2

*Análises químicas, realizada pelo Laboratório de Solo

da Embrapa em Belém-PA

3.8 Análise de Dados O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema

fatorial 3 x 3 (três espécies arbóreas e três níveis de sombreamento). Os dados

relacionados à altura da planta foram submetidos à análise de regressão polinomial

(STORCK, 2006). Os parâmetros morfológicos foram comparados pelo teste de Tukey

a 5%, realizado pelo programa estatístico GENES, versão Windows (CRUZ, 2001).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

18

IV RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Análise de solo

As análises do solo do manguezal, no presente trabalho, mostraram que o pH é

neutro e que os teores de Al são baixos (Tabela 02), de acordo com a EMBRAPA

(1999) os baixos valores de Al pode ser um reflexo dessa neutralidade. Além disso, o

valor neutro de pH encontra-se na faixa característica de solos sob condições

anaeróbicas, como é o caso do solo de mangue, e, portanto, dentro das condições

definidas como hidromórficas (PADRA-GAMERO et al., 2004).

O solo também apresentou alto teor de M.O. Conforme Padra-Gamero et al.

(2004), por estarem em ambientes de baixa energia, os solos de mangue apresentam,

normalmente, predominância das frações mais finas (argila e silte), elevadas

quantidades de matéria orgânica e de sais solúveis em decorrência do contato com o

mar. Os conteúdos de matéria orgânica, enxofre e as condições anaeróbicas

juntamente com as fontes de Fe, propiciam a redução bacteriana nos solos de

manguezal (FERREIRA, 2002).

A presença da fonte de ferro, potássio e alumínio situam-se principalmente na

interface sedimento-água do mar (KELLY, 1999). Os elevados teores de Sódio no solo

podem ser explicados pela influência da cunha salina, ou seja, pela freqüente invasão

das águas salobras na área, levando ao surgimento do caráter sódico (EMBRAPA,

1999).

Os macronutrientes Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e os micronutrientes

Ferro, Zinco, Cobre, Manganês, são importantes para o crescimento e desenvolvimento

de plantas (GOMES, 2001).

De maneira geral, os resultados das análises físico-químicas do solo apontam a

seguinte concentração em ordem decrescente: Na > Fe > K > Zn > Ca+Mg > MO > Cu

> Mn >pH > Ca > P > Al.

De acordo com Gomes (2001), o Cálcio é um nutriente indispensável para as

plantas superiores, pois pode influenciar a absorção de vários nutrientes pela planta e

apresenta funções como corrigir o pH e neutralizar o Alumínio e o Manganês. O autor

relata ainda que o Ferro, quando é aplicado nas folhas é absorvido e distribuído para

as mais novas e para as regiões em atividades meristemáticas, como ápice de caules e

de raízes e em gemas em desenvolvimento. Por outro lado, o Cobre desempenha um

importante papel no crescimento de mudas e tornam-se menos disponíveis à medida

que os valores de pH em substratos são maiores (CARNEIRO, 1995).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

19

4.2. Altura A análise de regressão simples foi aplicada para avaliar o crescimento em

altura das plantas ao longo de nove meses. A altura da parte aérea, nos três níveis de

sombreamento, apresentou comportamento polinomial e se elevou com o aumento do

período de permanência das mudas sob sombreamento, acrescenta-se que o

crescimento em altura das mudas de R. mangle ocorreu em todos em todos os níveis

de sombreamento, embora tenha mostrado uma taxa de crescimento inferior quando

cultivadas a pleno sol (Figura 05).

Na Figura 05 observa-se que a espécie R. mangle obteve maiores valores em

altura com sombreamento 60%, seguido de 30%, apresentando alturas inferiores a

pleno sol. O mesmo resultado foi encontrado por Sturion (1980), desenvolvendo

estudos com Prunus brasiliensis Schot ex Spreng, verificou que entre os níveis de

sombreamentos testados (0, 30 e 60%), as maiores alturas foram obtidas com as

mudas mantidas sob 30% e 60% de sombreamento. Os menores valores em altura

das plantas que cresceram sob luz do sol direta podem ser indicativos de que essa

condição é limitante para o desenvolvimento desta espécie (DEMUNER, 2004), no

entanto é possível que outra variável ambiental ou fatores internos da própria planta

estejam ligados a este fato. Vale destacar que R. mangle é considerada uma espécie

tolerante à sombra (TSUJI, 2010).

Rhizophora mangle

50

45

40

35

30

25

20

15 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Meses

60%

30% y =11,19 + 10,40x +-1,59x2 + 0,07x3 (R2= 0,99); n=189

Pleno sol

y = 10,18 + 10,31x - 1,16x2 + 0,04x3 (R2= 0,99); n= 188

y = 8,97 + 11,7x2 – 1,55x2 + 0,7x3 (R2= 0,99); n= 208

Altu

ra (c

m)

Figura 05. Variação da altura (cm) de Rhizophora mangle ao longo dos nove

meses após a semeadura, em diferentes níveis de sombreamento (60%, 30%,

pleno sol), com as respectivas equações de regressão e valores de Pearson

(R2) e índice de sobrevivência (n), em viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

20

A Figura 06 mostra que as mudas de A. germinans cultivadas em viveiro

apresentaram desenvolvimento crescente em altura com o passar dos meses. Esta

espécie apresentou os melhores resultados em crescimento a 30% e 60% de

sombreamento, e desempenho inferior a pleno sol, indicando que a exposição direta a

altas taxas de radiação solar pode não ser favorável para o crescimento em altura

desta espécie.

Avicennia germinans

15

20

25

30

35

40

45

50

Altu

ra (c

m)

60%

30%

Pleno Sol

y= 9,15 + 14,86x +2,19x2 + 0,11x3 (R2 = 0,98); n=152

y= 17,57 + 11,18x – 1,62x2 + 0,08x3 (R2 = 0,99); n=124

y=19,51 + 70,15x – 0,95x2 + 0,04x3 (R2 = 0,98); n=107

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Meses

Figura 06. Variação da altura (cm) de Avicennia germinans ao longo dos nove

meses após a semeadura, em diferentes níveis de sombreamento (60%, 30%,

pleno sol), com as respectivas equações de regressão e valores de Pearson

(R2) e índice de sobrevivência (n), em viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.

A Figura 07 ilustra a análise de regressão para altura de L. racemosa em

diferentes níveis de sombreamento. Observa-se que houve também efeito polinomial

nos três níveis de sombreamento. De modo geral, houve efeito dos tratamentos sobre

o desenvolvimento das mudas de L. racemosa. Observa-se que há um aumento no

crescimento das mudas à medida que aumenta o tempo de permanência das mudas no

viveiro.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

21

Laguncularia racemosa

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Altu

ra (c

m)

60%

30%

Pleno sol

y= -9,21 + 17,43x +1,65x2 + 0,04x3 (R²=0,97); n=124

y= -5,17 + 14,89x – 1,84x2 + 0,07x3 (R2 = 0,98); n=108

y=-7,84 + 16,46x – 1,91x2 + 0,07x3 (R2 = 0,99); n= 152

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Meses

Figura 07. Variação da altura (cm) de Laguncularia racemosa ao longo dos nove

meses após a semeadura, em diferentes níveis de sombreamento (60%, 30%,

pleno sol), com as respectivas equações de regressão e valores de Pearson (R2)

e índice de sobrevivência (n), em viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.

Em L. racemosa, o crescimento foi superior quando se utilizou 60% de

sombreamento, seguido de pleno sol. O crescimento em altura foi inferior a 30% de

sombreamento. Neste caso, as maiores alturas em ambiente sombreado a fim de

facilitar a absorção de luz, pode ser indicativo de intolerância a essa condição

(SCALON et al., 2006). A capacidade de crescer em altura quando sombreadas é um

mecanismo importante na adaptação das espécies com estratégias de “competidoras”,

ou ainda como “pioneiras”, como forma de escape ao déficit de luz, já que estas não

são capazes de tolerar baixas intensidades luminosas por meio do ajuste de suas taxas

metabólicas (LARCHER, 2000).

Vale ressaltar que, conforme Tsuji (2010), L. racemosa é especialista de clareiras,

e, portanto deduz-se que esta espécie tolere melhor as condições de luz plena, tendo

considerável crescimento em altura.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

22

4.3 Parâmetros Morfológicos Os valores médios do comprimento da parte aérea (cm) e diâmetro do coleto (cm)

das espécies arbóreas de mangue Laguncularia racemosa, Avicennia germinans e

Rhizophora mangle em função de diferentes taxas de sombreamento, são

apresentados na Tabela 03.

Tabela 03 - Valores médios da altura da parte aérea (cm) e diâmetro do

coleto (cm) de espécies arbóreas de mangue em função dos diferentes

níveis de sombreamento em viveiro, Tamatateua, Bragança, PA.

Nível de Altura da Diâmetro do

Espécie sombreamento

(%)

parte aérea

(HPA)

coleto

(DC)

0 46.97 aA 1.27 aA

Rhizophora mangle 30

60

41.77 aA

50.76 aA

1.29 aA

1.27 aA

0 40.13 bA 0.89 aB

Avicennia germinans 30

60

52.69 aA

41.93 bB

0.94 aB

0.77 bB

0 48.35 aA 0.63 aC

Laguncularia racemosa 30

60

37.94 aA

51.90 aA

0.57 aC

0.62 aC

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estaticamente nos tratamentos para uma mesma espécie pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem estatisticamente nos tratamentos entre espécies distintas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

As mudas das três espécies arbóreas, de um modo geral não apresentaram

diferenças estatísticas entre as médias quanto a altura da parte aérea, considerando os

três níveis de sombreamento. Contudo para a espécie A. germinans a maior média de

crescimento ocorreu sob 30% de sombra.

Destaca-se que, ao se comparar as três espécies, não houve diferença

significativa entre comprimento da parte aérea em função dos graus de luminosidade,

pleno sol e 30 % de sombreamento. No entanto a espécie A. germinans apresentou

média de altura da parte aérea inferior em comparação as outras espécies com a

utilização de 60% de sombra. Este fato corrobora com as conclusões de Tsuji (2010),

que as mudas de A. germinans desenvolvem-se bem em ambientes iluminados, e,

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

23

portanto, é de se esperar que essa espécie não apresente um crescimento tão eficaz

em locais sombreados (Tabela 3). Scalon et al. (2006) constatou que a altura das

mudas de sombreiro (Clitoria fairchildiana Howard) também não sofreu influência da

luminosidade em tratamentos pleno sol, 50% e 70% de sombreamento, o mesmo

aconteceu com a espécie Zeyhera tuberculosa (Vell), não respondendo em altura a

diferentes sombreamentos (0, 41%, 68% e 82% de sombra) (ENGEL, 1990).

Em relação ao diâmetro do coleto, houve diferença significativa entre as médias

ao se comparar as três espécies nos diferentes níveis de sombreamento, sendo que as

mudas de R. mangle apresentaram os valores mais elevados quanto ao diâmetro do

coleto, enquanto os menores valores foram observados sob 30% de sombreamento

para as mudas de L. racemosa. As diferentes intensidades lumínicas não influenciaram

as médias de diâmetro do coleto das espécies R. mangle e L. racemosa. Contudo a

espécie A. germinans apresentou diferentes médias de crescimento diamétrico em

função dos diferentes graus de luminosidade, apresentando a menor média de

diâmetro do coleto a 60% de sombreamento (Tabela 03). Considerando que as mudas

devem apresentar maiores diâmetros do coleto para que haja melhor equilíbrio de

crescimento com a parte aérea (CARNEIRO, 1995), seria ideal ambiente não

sombreado para o cultivo desta espécie.

Resultado semelhante foi encontrado por Cancian e Cordeiro (1998), analisando

o efeito de sombreamento no crescimento inicial de Lonchocarpus muehlbergianus

Hassl, verificaram que as plantas apresentaram valor médio de diâmetro do colo menor

quando cultivadas sob 60% de sombreamento em comparação as outras taxas de

sombreamento testadas (sob pleno sol e 40% de sombreamento). Segundo Aguiar et

al. (2005), plantas que apresentam maiores valores de biomassa e diâmetro de

diâmetro do colo em áreas pouco sombreadas, até 50% de sombreamento, podem ser

características de espécies heliófilas.

A Tabela 04 apresenta os valores médios do peso da matéria seca da parte

aérea (PMSA), peso da matéria seca do caule (PMSC), peso da matéria seca da raiz

(PMSR) e peso da matéria seca total (PMST) de espécies arbóreas de mangue L.

racemosa, A. germinans e R. mangle) em função de diferentes taxas de

sombreamento.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

24

Tabela 4. Valores médios do Peso da matéria seca da parte aérea (PMSA), Peso da

matéria seca do caule (PMSC), Peso da matéria seca da raiz (PMSR) e Peso da

matéria seca total (PMST) de espécies arbóreas de mangue em função de diferentes

níveis de sombreamento.

Espécie Nível de

sombreamento

(%)

PMSPA

(g)

PMSC

(g)

PMSR

(g)

PMST

(g)

Rhizophora mangle

Avicennia germinans

Laguncularia racemosa

0

30

60

0

30

60

0

30

60

3.60 aA

2.62 aAB

3.84 aA

3.04 abA

3.94 aA

1.60 bB

2.41 aA

1.49 aB

1.61 aB

12.07 aA

11.54 aA

13.29 aA

6.53 abB

8.01 aB

4.39 bB

4.16 aB

2.46 aC

3.65 aB

2.05 aB

2.24 aB

2.09 aA

3.98 aA

4.68 aA

2.30 bA

2.18 aB

1.51 aB

2.08 aA

16.95aA

16.40aA

19.23 aA

13.68aAB

16.63 aA

8.29 bB

8.70aB

5.47aB

7.35 aB

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estaticamente nos tratamentos para uma

mesma espécie pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas da mesma letra maiúscula

não diferem estatisticamente nos tratamentos entre espécies distintas pelo teste de Tukey, a 5% de

probabilidade.

Quanto ao peso da matéria seca da parte aérea, a tabela 4 mostra que houve

diferença estatística entre as médias em duas condições de luz para a espécie A.

germinans, onde a maior média do peso seco da parte aérea foi observada quando se

utilizou 30% de sombreamento. Contudo a 60% de sombra se obteve a menor média

da referida variável. Constatou-se também ao se comparar as espécies que as mudas

de A. germinans apresentaram o maior peso seco da parte aérea com 30% de sombra,

seguida de R. mangle (60%). Em contrapartida L. racemosa apresentou as menores

médias sob 30% e 60% de sombreamento.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

25

De acordo com os valores de peso da matéria seca do caule, observa-se que a

espécie R. mangle obteve as maiores valores se comparada as outras espécies sob os

diferentes níveis de luminosidade. No entanto, o menor peso seco do caule foi obtido

pela L. racemosa com 30% de sombra. O sombreamento interferiu nos valores de peso

da matéria seca do caule para A. germinans, sendo a maior média encontrada a 30%

de sombreamento e a menor média a 60% de sombreamento. O pau-de-balsa,

Ochroma lagopus (Cav. ex. Lam), também apresentou valor de matéria seca do caule

estatisticamente superior em 30% de sombreamento em relação aos demais (0, 50% e

70%) (CAMPUS E UCHIDA 2002).

Quanto ao peso da matéria seca da raiz, os resultados mostram que entre as

espécies, a A. germinans foi a que apresentou média superior quando exposta a pleno

sol e com uso de 30% de sombra. Os diferentes níveis de sombreamento não

promoveram diferenças significativas nas médias das espécies L. racemosa e R.

mangle. Por outro lado, para A. germinans as médias do peso da matéria seca da raiz

foram influenciadas pelo sombreamento, sendo a menor média obtida com 60% de

luminosidade.

Resultado idêntico foi encontrado por Sturion (1980), desenvolvendo estudos

com a espécie P. brasiliensis, a mesma apresentou peso seco do sistema radicular

superior sob pleno sol e 30% de sombra e menor valor a 60% de sombreamento. Esse

fato também pode ser observado com o jatobá (Hymenaea courbaril L.) estudado por

Campos e Uchida (2002), onde o maior sombreamento também prejudicou a massa de

matéria seca das raízes. De acordo com Gonçalves et al (2000), é provável que isso

ocorra, devido a diminuição da luz provocar redução da translocação de assimilados

das folhas para a raiz, e, portanto, alta luminosidade implica a necessidade de maior

quantidade relativa de raízes para suprir as mudas com água e nutrientes. Logo, o

crescimento do sistema radicular é influenciado indiretamente pela radiação luminosa.

Por outro lado, o crescimento da parte aérea depende das raízes para o fornecimento

de água e energia. Assim, as plantas contam com o mecanismo que garante condições

mínimas de equilíbrio entre essas duas partes, de modo que uma não limite o

crescimento da outra (LARCHER, 2000).

Os resultados do peso da matéria seca total apontaram que, comparando as

espécies, R. mangle foi favorecida sob 60% de sombra, onde apresentou valor

significativamente maior, ao contrário, menores médias foram observadas em L.

racemosa em todos os graus de luminosidades, contudo, não sendo diferente das

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

26

médias de A. germinans a pleno sol e a 60% de sombra. Houve diferença significativa

entre os valores médios do peso da matéria seca total para a espécie A. germinans em

função dos diferentes níveis de sombreamento, sendo a maior média obtida a 30% de

sombreamento Estes resultados comprovam que diâmetro do coleto apresenta

correlação com a biomassa seca total, conforme Gonçalves (2000).

A quantidade de massa seca é um dos parâmetros que define a habilidade

competitiva de uma espécie em relação a outra. A produção de matéria seca total da

planta é um reflexo direto da fotossíntese líquida somada à quantidade de nutrientes

minerais absorvidos, o que corresponde a apenas uma parcela daquela. Uma planta de

rápido crescimento é aquela capaz de acumular mais matéria seca por unidade de

tempo. Por isso, a maioria dos estudos sobre crescimento utiliza o peso seco total

como índice de acúmulo de matéria seca (ENGEL, 1989).

4.3.1 Índices Morfológicos

Na Tabela 05 são apresentados os valores médios da relação entre altura da

parte área e o diâmetro do coleto (RHDC), relação entre a altura da parte aérea e o

peso de matéria seca da parte aérea (RHPMSPA), relação entre o peso de matéria

seca da parte aérea e o peso de matéria seca das raízes (RPPAR) de espécies

arbóreas de mangue L. racemosa, A. germinans e R. mangle em função de diferentes

níveis de sombreamento.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

27

Tabela 05. Valores médios da Relação entre altura da parte área e o diâmetro do coleto

(RHDC), Relação entre a altura da parte aérea e o peso de matéria seca da parte

aérea (RHPMSPA), Relação entre o peso de matéria seca da parte aérea e o peso de

matéria seca das raízes (RPPAR) de espécies arbóreas de mangue (Laguncularia

racemosa, Avicennia germinans e Rhizophora mangle) em função de diferentes níveis

de sombreamento.

Espécie Nível de

sombreamento(%)

RHDC RHPMSPA RPPAR

0 37.42 aB 14.97 aA 1.82 abA

Rhizophora mangle 30

60

32.65 aC

40.61 aC

19.20 aAB

13.81aB

1.38 bA

1.87 aA

0 44.61 bB 20.86 abA 0.70 aB

Avicennia germinans 30

60

56.43 aB

58.09 aB

15.18 bB

31.27 aA

0.83 aB

0.75 aB

0 77.66 abA 21.71 bA 1.05 aB

Laguncularia racemosa 30

60

70.77 bA

84.04 aA

30.47 abA

35.26 aA

1.04 aAB

0.76 aB

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estaticamente nos tratamentos para uma

mesma espécie pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas da mesma letra maiúscula

não diferem estatisticamente nos tratamentos entre espécies distintas pelo teste de Tukey, a 5% de

probabilidade.

Observou-se nas médias da relação entre altura da parte área e o diâmetro do

coleto que houve diferença significativa entre as três espécies nos diferentes graus de

luminosidade, sendo os maiores valores obtidos pela L. racemosa. Esse fato é

explicado pelo incremento da altura da parte aérea e redução do diâmetro do colo,

conforme Câmara e Endres (2008). As menores médias de RHDC foram apresentados

pela espécie R.mangle.

Quanto aos diferentes níveis de sombreamento, para a espécie R. mangle não

houve diferença significativa entre as médias. A espécie A. germinans, apresentou

diferença estatística entre as médias, sendo a menor obtida a pleno sol e a 30 e 60%

de sombreamento verificou-se as maiores médias, já para a L. racemosa a maior média

foi encontrada a 60% de sombreamento e a menor média a 30% de sombreamento.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

28

Resultado parecido foi encontrado no trabalho de Campos e Uchida (2002) estudando

três espécies amazônicas, a caroba (Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don.), o jatobá

(Hymenaea courbaril L.) e pau-de-balsa [Ochroma lagopus (Cav. ex. Lam.)] que

cultivadas sob 70% de sombreamento, apresentaram a relação H/D superiores aos

demais tratamentos (0, 30%, 50% de sombra). Vale ressaltar que, conforme o autor, o

menor valor da relação H/D implica em mudas mais resistentes no campo.

Ao se comparar as espécies, as maiores médias para a RHPMPA foram

observadas na espécie L. racemosa, e as menores médias foram obtidas para as

mudas de R. mangle, mas apenas a 30 e 60% de sombreamento.

Quanto aos diferentes graus de luminosidade, não houve diferença significativa

entre as médias para a espécie A. germinans, esta, apresentou maior média a 60% de

sombreamento e a menor a 30%. Contudo, para espécie L. racemosa a maior média

para esta variável foi observada quando se utilizou 60% de sombreamento e a menor

média a pleno sol. Vale destacar que quanto menor for esse índice mais lenhificada

será a muda e maior deverá ser a sua capacidade de sobrevivência no campo

(GOMES, 2001).

Na relação entre o peso de matéria seca da parte aérea e o peso de matéria

seca das raízes, pode-se observar que o sombreamento influenciou significativamente

a espécie R. mangle que obteve os maiores valores para esta relação, e as mudas de

A. germinans e L. racemosa apresentaram desempenho inferior quando submetidas a

esta condição. L. racemosa e A. germinans não apresentaram diferenças estatísticas

entre as médias em função das diferentes intensidades lumínicas. Contudo, para a

espécie R. mangle houve diferença significativa entre as médias, sendo que a maior

média, foi obtida sob o nível de 60% de sombra e a menor média obtida sob 30% de

sombra. Para Burdett, 1979 apud Gomes, 2001, a relação calculada entre o peso de

massa seca da parte aérea e do respectivo sistema radicular é eficiente para

caracterizar a qualidade de muda, porém esse índice pode não ser significativo para o

crescimento das mudas no campo.

Por fim, a Tabela 06 propõe discussão a respeito dos valores médios do Índice de

Qualidade de Dickson (IQD) de L. racemosa, A. germinans e R. mangle) em função de

diferentes taxas de sombreamento.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

29

Tabela 06. Valores médios do Índice de Qualidade de Dickson

(IQD) de Laguncularia racemosa, Avicennia germinans e

Rhizophora mangle, em função de diferentes níveis de

sombreamento em viveiro, Tamatateua, Bragança, PA.

Espécie Nível de sombreamento (%) IQD

0 0.43aA

Rhizophora mangle 30 0.48aA

60 0.46aA

0 0.20aB

Avicennia germinans 30 0.29aB

60 0.10bB

0 0.11aB

Laguncularia racemosa 30 0.08aC

60 0.08aB

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estaticamente nos

tratamentos para uma mesma espécie pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. Médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem

estatisticamente nos tratamentos entre espécies distintas pelo teste de Tukey, a

5% de probabilidade.

Na Tabela 06 estão relacionadas às médias do Índice de Qualidade de Dickson

(IQD) das espécies estudadas em diferentes condições de luminosidade. De acordo

com Fonseca et al (2002), o IQD é bom indicador do padrão de qualidade de mudas,

por considerar para o seu cálculo a robustez o equilíbrio da distribuição da fitomassa,

sendo ponderados vários parâmetros morfológicos importantes.

Comparando-se as três espécies, observou-se através médias obtidas que as

mudas de R. Mangle obtiveram as maiores médias (IQD) sob os diferentes níveis de

luminosidade e L. racemosa apresentou a menor média sob 30% de sombreamento.

Os diferentes níveis de sombreamento não foram significativos para espécies R.

mangle e A. germinans quando se avaliou o índice de Dickson, porém a espécie A.

germinans apresentou valor inferior de IQD na utilização de 60% de sombreamento

Tendo em vista que maiores valores do Índice de qualidade de Dickson indicam melhor

qualidade de mudas (CARVANELI et al, 2008), então a espécie R. mangle sobressai

em relação as outras nas diferentes condições lumínicas, comprovando que houve

melhor distribuição de assimilados dessa planta.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

30

No presente estudo, as taxas de sobrevivência foram maiores para R. mangle

em relação as outras espécies sob condições de viveiro. Resultado semelhante foi

encontrado por Tsuji (2010), que por sua vez, analisou o desenvolvimento de L.

racemosa, A. germinans e R. mangle em áreas devastadas. As possíveis razões para a

sobrevivência elevada de R. mangle são suas sementes, que prevê uma reserva de

nutrientes na parte aérea no primeiro ano de desenvolvimento (Elster, 2000). É

importante salientar, que essa vantagem é mais evidente na R. mangle devido essa

espécie possuir sementes maiores. Segundo Elster (2010), uma semente pesada é

vantajosa para a germinação, evitando distúrbios bióticos e abióticos na fase de

estabelecimento no ambiente de clareira.

Vale ressaltar, conforme Tsuji (2010), L. racemosa e A. germinans são espécies

pioneiras de crescimento rápido, enquanto que R. mangle apresenta maturação tardia

no ambiente de clareira, sendo mais tolerante à sombra e podendo se estabelecer

tanto em clareira quanto sob a copa de árvores.

V CONCLUSÕES

O crescimento das espécies arbóreas de mangue ocorreu independente das

condições de sombreamento testadas;

A atura da parte aérea e o diâmetro do coleto para a espécie A. germinans

foram superiores nas mudas cultivadas a 30% de sombreamento;

Quando cultivadas a pleno sol e a 30% de sombreamento, as mudas de A.

germinans apresentaram acréscimo de PMSPA, PMSR e PMST;

Mudas mais vigoras de R. mangle são obtidas quando sombreadas;

Mudas mais vigorosas de L. racemosa são obtidas a pleno sol.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

31

VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, F. F. A.; KANASHIRO, S.; TAVARES, A. R.; PINTO M. M.; STANCATO, G.

C.; AGUIAR. J.; NASCIMENTO, T. D. R. Germinação de sementes e formação de

mudas de Caesalpinia echinata Lam. (Pau - Brasil): efeito do sombreamento. Revista Árvore. Viçosa, MG, v.29, n.6, p.871-875, ago. 2005

ALMEIDA, S. M. Z.; SOARES, A. M.; CASTRO, C. V. V.; GAJEGO, E. B. Alterações

morfológicas e alocação de biomassa em plantas jovens de espécies florestais sob

diferentes condições de sombreamento. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.1, p.62­

68, jan-fev. 2005

ALMEIDA, V. L. S.; GOMES, J. V.; BARROS, H. M.; NAVAES, A. Produção de mudas

de mangue vermelho (rhizophora mangle) e mangue branco (laguncularia racemosa)

na tentativa de conservação dos manguezais em comunidades carentes do litoral norte

do estado de Pernambuco. In: I Congresso de Extensão Universitária. Anais: João

pessoa, Paraíba. Universidade Federal da Paraíba. 2002

ATROCH, E. M. A. C.; SOARES, A. M.,; ALVARENGA, A. A.; CASTRO, E. M.

Crescimento, teor de clorofilas, distribuição de biomassa e características anatômicas

de plantas jovens de Balnhinia forficata Link submetidas à diferentes condições de

sombreamento. Ciências e Agrotecnologia. Lavras, v.25, n.4, p.853-862, jul-ago.

2001

BINOTTO, A. F.; REIS, E, R.; LÚCIO, A. D; FORTES, F. O.; OLIVEIRA, F.; HOPPE, J.

M. Regressão linear para estimativa do grau de interferência das varáveis morfológicas

sobre o índice de qualidade de Dickson em mudas de Eucalyptus grandis HILL EX­

MAIDEN. In: Simpósio de estatística aplicada à experimentação Agronômica, 1997.

Lavras. Anais. Lavras: Universidade Federal de Lavras. 1997

CÂMARA, C. A.; ENDRES, L. Desenvolvimento de mudas de duas espécies arbóreas:

Mimosa caesalpiniifolia Benth. E Sterculia foetidal. Sob diferentes níveis de

sombreamento em viveiro. Floresta, Curitiba, PR, v.38, n.1, p. 43-51, jan-mar. 2008

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

32

CAMPOS, M. A. A.; UCHIDA, T. Influência do sombreamento no crescimento de mudas

de três espécies amazônicas. Pesquisa agropecuária Brasileira. Brasília. v.37, n.1,

p.281-288, mar. 2002

CANCIAN, M. A.; CORDEIRO, L. Efeito do sombreamento no crescimento inicial de

Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. Acta Bot. Brás. v.12, n.3, p.367-372. 1998

CARNEIRO, J, G, A. Variações da metodologia de produção de mudas afetam os

parâmetros morfofisiológicos que indicam sua qualidade. Curitiba , FUPEF 1983, p. 1­

140 (Séria técnica 12). 1983

CARNEIRO, J. G. A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba:

UFPR/ FUPEF, Campos UENF, 451p. 1995

CARVANELI, T. O.; VIEIRA, M.C.; RAMOS, D. D.; SOUZA, N. H.; HEREDIA ZÁRATE,

N. A. Índice de qualidade e crescimento de mudas de manjericão em diferentes

substratos. Revista Brasileira de Agroecologia, v.3, Suplemento especial, 2008

CONCEIÇÃO, M, K.; LOPES, N, F.; FORTES, G, R, L. Participação de matéria seca

entre os órgãos de batata-doce (Ipomoea batats (L.) LAM) cultivares abóbora e da

costa. R. Brás Agrociência. v.10, n.3, p313-316, jul-set. 2004

COUTO, M. N. C. Percepção ambiental de grupos representativos da comunidade de Itaoca, São Gonçalo/ RJ. 77p. 2006. Tese de mestrado em Ciência Ambiental.

Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ. 2006

CRUZ, D. C. Programa Genes (Versão Windows): Aplicativo computacional em

genética e estatística. Viçosa: UFV. 648P. 2001

DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER, J. F. Quality appraisal of white spruce and white

pine seedling stock in nurseries. Florest Chronicle, v. 36, p.10-13. 1960

ELSTER, C. Reasons for reforestation success and failure with three mangrove species

in Colombia. Forest Ecology and Management 131, 201-214. 2000

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

33

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Sistema

brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de

Solos. 412p. 1999

ENGEL, V. L. Influência do sombreamento sobre o crescimento de mudas de essências florestais, concentração de clorofila nas folhas e aspectos de anatomia. 202 p. 1989. Dissertação (Mestrado) ESALQ, Universidade de São Paulo,

Piracicaba. 1989

ENGEL, V. L. Influência do sombreamento sobre o crescimento de mudas de algumas

essências nativas e suas implicações ecológicas e silviculturais. IPEF, n.43/44, p.1-10,

jan-dez. 1990

EYSINK, G. G. J.; BACILIERI, S.; SIQUEIRA, M. C.; BERNARDO, M. P. S. L.; SILVA, I.

S.; SUMA, D.; ACHKAR, S. M.; VIGAR, N. D. Avaliação da manutenção da viabilidade

de propágulos de Rhizophora mangle acondicionados em estufa, visando o seu uso na

recuperação de manguezais degradados. Anais: IV Simpósio de Ecossistemas

Brasileiros, v.(I): p. 38-55. 1998

FANTI, S. C.; PEREZ, S. C. J. G. A. Influência do sombreamento artificial e da

adubação química na produção de mudas de Adenanthera pavonina L. Ciência Florestal. Santa Maria, v.13, n.1, p.49-56, dez. 2003

FARIAS, A. S. C.; FERNANDES, M. E. B.; REISE, A. Comparação da produção de

serrapilheira de dois bosques de mangue com diferentes padrões estruturais na

península Bragantina, Bragança, Pará. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, Ciências Naturais, Belém, v. 1, n. 3, p. 53-60, set-dez. 2006

FELICIANO, A. L. P.; MARANGON, L. C.; HOLANDA, A. C. Morfologia de sementes,

de plântulas jovens de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão). Revista de Biologia e Ciências da Terra. v.8, n.1, p.198-206, 10 semestre, 2008

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

34

FERNANDES, M.E.B.; FERNANDES, J.S.; MURIEL-CUNHA, J.; SEDOVIM, W.R.;

GOMES, I.A.; SANTANA, D.S.; SAMPAIO, D.S.; ANDRADE, F.A.G.; OLIVEIRA, F.P.;

BRABO, L.B.; SILVA-JUNIOR, M.G.; ELIAS, M.P. Efeito da construção da rodovia PA­

458 sobre florestas de mangue da Península bragantina, Bragança, Pará, Brasil.

Uakari, v.3, n.1, p. 55-63, 2007.

FERNANDES, M. E. B.; VIRGULINO, A. R. C.; NASCIMENTO, A. A. M.; RODRIGUES,

L. F. P. Padrões de floração e frutificação em laguncularia racemosa (l.) Gaertn. F.:

uma avaliação metodológica. Boletim do laboratório de hidrobiologia, n.18, p.33-38.

2005

FERREIRA, T. O. Solos de Mangue do Rio Crumahú (Guarujá- SP). Pedologia e contaminação por esgoto doméstico. 124p. 2002. Tese de Mestrado em Agronomia

Universidade de São Paulo. Piracicaba. 2002

FONSECA, E. P.; VALÉRI, S. V.; MIGLIORANZA, E.; FONSECA, N. A. N.; COUTO, L.

Padrão de qualidade de mudas de Trema micrantha (L.) Blume, produzidas sob

diferentes períodos de sombreamento. Rev. Árvore. Viçosa, vol.26, n.4 , jul-ago. 2002

GLASER, M. Interrelations between mangrove ecosystem, local economy and social

sustainability in Caeté Estuary. Wetland Ecology and Management, v. 11, p. 265-272,

2003.

GOMES, J. M. Parâmetros morfológicos na avaliação da qualidade de mudas de Eucalyptus grandis, produzidas em diferentes tamanhos de tubete e de dosagens de n-p-k. 126p. 2001. Tese ("Doctor Scientiae" em Ciência Florestal) Universidade

Federal de Viçosa - MG. Viçosa. 2001

GOMES, J. M.; COUTO, L.; LEITE, H. G.; XAVIER, A.; GARCIA, S. L. R. Parâmetros

morfológicos na avaliação da qualidade de mudas de Eucalyptus grandis. Rev. Árvore Minas Gerais, v. 26, n. 6, p.655-664, dez. 2002

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

35

GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI, E. G.; MORAES NETO, S. P. Produção de

mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, sombreamento e fertilização. In:

GONÇALVES, J.; L.; M.; BENEDETTI, V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba.

IPEF, p.310-350, 2000.

HOGARTH, P.J. The biology of mangroves. Oxford Press, Oxford. 1999.

JOSÉ, A. C.; DAVIDE, A. C.; OLIVEIRA, S. L. Produção de mudas de aroeira (Schinus

terebinthifolius Raddi) para recuperação de áreas degradadas pela mineração de

bauxita. Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 187-196, abr-jun. 2005

KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C. E. F. Sucessão secundária estrutura e plantações de

espécies arbóreas nativas. IPEF. Piracicaba, v.2, n.14, p.40- 41, 1989

KELLY, J. C.; WEBB, J. A. The genesis of glaucony in the Oligo-Miocene Torquay

group, southeastem Australia: Petrogrophic and geochemical evidence. Sedimentary Geology. v.125, p.99-114, 1999

LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Paulo: Ed. Rima Artes e textos. São Carlos,

São Paulo. 531p. 2000.

LAURA, V. A. MELOTTO, A. M.; BOCCHESE, R. A. Efeito de Sombreamento no

Desenvolvimento de Mudas de Calophyllum brasiliense Cambess. Clusiaceae -

Guttiferae Rev. Bras. de Agroecologia v. 4 n. 2 , p.3889-3892, nov. 2009

MACEDO, A.; C. Produção de mudas em Viveiros florestais espécies nativas. Fundação Florestal, 1993

MENEZES, M. P. M.; BERGER U.; MEHLIG U. Mangrove vegetation in Amazonia: a

review of studies from the coast of Pará and Maranhão States, north Brazil. Acta Amaz, Manaus, v.38, n.3, p.403- 419, 2008

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

36

MORAIS, H.; CARAMORI, P. H. ; KOGUISHI, M. S. ; RIBEIRO, A. M. A. Caracterização

microclimática de cafeeiros cultivados sob malha de sombreamento e a pleno sol.

Revista Brasileira de Agrometeorologia, Piracicaba, v.15, n.2, p. 133-142, 2007

PADRA-GAMERO, R. M.; VIDAL-TORRADO, P.; FERREIRA, T. O. Mineralogia e

físico-química dos solos de mangue do rio Iriri no canal de Bertioga (Santos, SP). Rev. Bras. Ciênc. Solo , Viçosa, v.28, n.2 mar-abr. 2004

PAIVA, L. C.; GUIMARÃES, R.J.; SOUZA, C.A.S. Influência de diferentes níveis de

sombreamento sobre o crescimento de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.). Ciênc. Agrotec. Lavras. v.27, n.1, p.134-140, jan-fev. 2003

PAOLI, A. A. S. Caracterização morfológica do diásporo e plântulas de Cordia

ecalyculata Vell. E de Cordia abyssnica R. BR. (Boraginaceae). Naturalia. Rio Claro,

v.33, p.20-33. 2010

PEDROSO, S. G.; VARELA, V. P. Efeito do sombreamento no crescimento de mudas

de Sumaúma (Ceiba pentandra (E.) Gaertn). Revista Brasileira de Sementes, vol.17,

n 1, p.47-51. 1995

REIS, M. S.; NODARI, R. O.; GUERRA, M. P.; REIS, A. Desenvolvimento do palmiteiro:

II. Avaliação preliminar a campo de mudas desenvolvidas sob diferentes níveis de

sombreamento. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM PALMITO 1.,

1987, Curitiba. Anais. Curitiba: EMBRAPA. p. 193-194. 1987

RIBEIRO, J. B. M.; SANTOS, C.V.; CHAVES, J.G.; MATTOS, A.; RODRIGUES, H. J. B.

Característica do vento acima da copa das árvores no manguezal de Bragança-PA. In:

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu ­

PR, 2002

RICARDI, M.; HERNANDEZ, C.; TORRES, F. Morfologia de Plântulas de Arboles de

los Bosques del Estado Mérida. Universidade de Los Andes. Mérida. 425p. 1987

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

37

RODRIGUES, L. F. P. Variação anual dos padrões fenológicos de Avicennia

germinans L. e Rhizophora mangle L. no Furo Grande, Bragança-Pará. 16p, 2004.

Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Pará. Bragança. 2004

SCALON, S. P. Q.; MUSSURY, R. M.; SCALON FILHO, H.; FRANCELINO, C. S. F.

Desenvolvimento de mudas de aroeira (Schinus terebinthifolius) e sombreiro (Clitoria

fairchildiana) sob condições de sombreamento. Ciênc. Agrotec. Lavras. v.30, n.1, p.

166-169, jan-fev. 2006

SILVA e SILVA, B. M.; LIMA, J. D.; DANTAS, V. A. V.; MORAES, W. S.; SABONARO,

D. Z. Efeito da luz no crescimento de mudas de Hymenaea parvifolia Huber. Rev. Árvore Viçosa v.31 n.6 nov./dez. 2007

SILVA, M. A. B.; BERNINI, E.; CARMO, M. S. Características estruturais de bosques de

mangue do estuário do rio São Mateus, ES, Brasil. Acta bot. Brás, v.19, n.3, p. 465­

471, nov. 2005

SOUZA FILHO, P. W. M. Costa de Manguezais de macro maré da Amazônia: cenários

morfológicos, mapeamento e quantificação de áreas usando dados de sensores

remotos. Rev. Brás. Geof. São Paulo, v. 23, n. 4, out-dez. 2005

SOUZA FILHO, P. W. M.; EL-ROBRINI, M. Morfologia, processos de sedimentação e

litofácies dos ambientes morfo-sedimentares da planície costeira Bragantina, Nordeste

do Pa, Brasil. Geonomos, v.4, n.2, p.1-16, 1996

SOARES, M. L. G. Estrutura vegetal e grau de perturbação dos manguezais da lagoa

da tijuca, Rio de janeiro, RJ, Brasil. Rev. Bras. Biol. São Carlos Aug, v.59, n.3 . 1999.

STORCK, L.; GARCIA, D. C.; LOPES, S. I.; STEFANEL, V. Experimentação II. 2ed.

Santa Maria. UFSM. CCR. Departamento de Fitotecnia, 205p. 2006

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE … · 2015-09-11 · ELAINE CRISTINA LOPES DE AGUIA. R . DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ESPÉCIES ... Trabalho de Conclusão de

38

2008

STORCK , R. C. Sombreamento, ácido giberélico e extrato de alga no desenvolvimento e produção de óleos essenciais em Patchouli. 2008. Dissertação

apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, Universidade Federal do Paraná, Mestre em Agronomia. Curitiba.

STURION, J. A. Influência da profundidade da semeadura, cobertura do canteiro e

sombreamento, na formação de mudas de Prunus brasiliensis ex Spreng. Bol. Pesq. Flor., (1): p.50-68. 1980

TOMLINSON, P. B. The Botany of Mangroves. Cambridge University Press,

Cambridge. 413p, 1986.

TSUJI, T. Sobrevivência e crescimento de plântulas das espécies arbóreas da mangue semeadas em áreas degradadas na Península de Ajuruteua, Bragança-Pa. 60p. 2010. Tese de Mestrado em Biologia Ambiental. Universidade Federal do

Pará, Bragança, 2010.

TSUJI, T.; FERNANDES, M. E. B.; OLIVEIRA, F.P.; DOMINGUES, D. Vivendo e aprendendo com os manguezais. 1 ed. Belém: Gráfica Alves, v.1, 60p. 2006

VANUCCI, M. Os manguezais e nós: Uma síntese de percepções/ Marta Vanucci;

versão em português, Denise Navas-Pereira – 2. ed. Revisada e ampliada – São Paulo:

Editora da Universidade de São Paulo, 2002

ZANELLA, F.; SONCELA, R.; LIMA, A. L. S. Formação de mudas de maracujazeiro

amarelo sob níveis de sombreamento em JI-PARANÁ/RO. Ciênc. Agrotec. Lavras.

v.30, n.5, p. 880-884, set-out. 2006