universidade federal de sergipe - ri.ufs.br · para obtenção do grau de mestre em biologia...
TRANSCRIPT
i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PROacute-REITORIA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO E PESQUISA
NUacuteCLEO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM BIOLOGIA PARASITAacuteRIA
MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITAacuteRIA
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Mestranda Diana Matos Euzeacutebio
Orientadora Profa Dra Angela Maria Silva
SAtildeO CRISTOacuteVAtildeO 2015
ii
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
Orientadora Profa Dra Angela Maria da Silva
SAtildeO CRISTOacuteVAtildeO 2015
iii
FICHA CATALOGRAacuteFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
E91
Euzeacutebio Diana Matos Novos casos da doenccedila de chagas em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto - Sergipe Diana Matos Euzeacutebio orientadora Angela Maria da Silva ndash Satildeo Cristovatildeo 2015
63 f
Dissertaccedilatildeo (mestrado em Biologia Parasitaacuteria)ndash Universidade Federal de Sergipe 2014
1 Doenccedila de chagas 2 Epidemiologia 3 Triatominae 4 Sorologia 5 Doenccedilas transmissiacuteveis I Silva Angela Maria da orient II Tiacutetulo
CDU 616937
iv
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
APROVADO EM 06042015
BANCA EXAMINADORA
Profa Dra Angela Maria Silva - Universidade Federal de Sergipe
Profa Dra Karina Conceiccedilatildeo Arauacutejo - Universidade Federal de Sergipe
Prof Dr Marco Antocircnio Prado Nunes - Universidade Federal de Sergipe
PARECER
v
DEDICATOacuteRIA
A DEUS sem ELE nada seria possiacutevel
A meus filhos Daniel e Rafael inspiraccedilatildeo para minha vida
A Madson (in memoriam) grande amor da minha vida este trabalho natildeo
teria existido sem seu apoio Agradeccedilo a Deus pelo tempo que nos foi permitido e
pelo filho que me deixou de presente
A meus pais que me mostraram desde crianccedila que a educaccedilatildeo pode
mudar vidas graccedilas a isso nunca deixei de estudar
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
ii
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
Orientadora Profa Dra Angela Maria da Silva
SAtildeO CRISTOacuteVAtildeO 2015
iii
FICHA CATALOGRAacuteFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
E91
Euzeacutebio Diana Matos Novos casos da doenccedila de chagas em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto - Sergipe Diana Matos Euzeacutebio orientadora Angela Maria da Silva ndash Satildeo Cristovatildeo 2015
63 f
Dissertaccedilatildeo (mestrado em Biologia Parasitaacuteria)ndash Universidade Federal de Sergipe 2014
1 Doenccedila de chagas 2 Epidemiologia 3 Triatominae 4 Sorologia 5 Doenccedilas transmissiacuteveis I Silva Angela Maria da orient II Tiacutetulo
CDU 616937
iv
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
APROVADO EM 06042015
BANCA EXAMINADORA
Profa Dra Angela Maria Silva - Universidade Federal de Sergipe
Profa Dra Karina Conceiccedilatildeo Arauacutejo - Universidade Federal de Sergipe
Prof Dr Marco Antocircnio Prado Nunes - Universidade Federal de Sergipe
PARECER
v
DEDICATOacuteRIA
A DEUS sem ELE nada seria possiacutevel
A meus filhos Daniel e Rafael inspiraccedilatildeo para minha vida
A Madson (in memoriam) grande amor da minha vida este trabalho natildeo
teria existido sem seu apoio Agradeccedilo a Deus pelo tempo que nos foi permitido e
pelo filho que me deixou de presente
A meus pais que me mostraram desde crianccedila que a educaccedilatildeo pode
mudar vidas graccedilas a isso nunca deixei de estudar
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
iii
FICHA CATALOGRAacuteFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
E91
Euzeacutebio Diana Matos Novos casos da doenccedila de chagas em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto - Sergipe Diana Matos Euzeacutebio orientadora Angela Maria da Silva ndash Satildeo Cristovatildeo 2015
63 f
Dissertaccedilatildeo (mestrado em Biologia Parasitaacuteria)ndash Universidade Federal de Sergipe 2014
1 Doenccedila de chagas 2 Epidemiologia 3 Triatominae 4 Sorologia 5 Doenccedilas transmissiacuteveis I Silva Angela Maria da orient II Tiacutetulo
CDU 616937
iv
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
APROVADO EM 06042015
BANCA EXAMINADORA
Profa Dra Angela Maria Silva - Universidade Federal de Sergipe
Profa Dra Karina Conceiccedilatildeo Arauacutejo - Universidade Federal de Sergipe
Prof Dr Marco Antocircnio Prado Nunes - Universidade Federal de Sergipe
PARECER
v
DEDICATOacuteRIA
A DEUS sem ELE nada seria possiacutevel
A meus filhos Daniel e Rafael inspiraccedilatildeo para minha vida
A Madson (in memoriam) grande amor da minha vida este trabalho natildeo
teria existido sem seu apoio Agradeccedilo a Deus pelo tempo que nos foi permitido e
pelo filho que me deixou de presente
A meus pais que me mostraram desde crianccedila que a educaccedilatildeo pode
mudar vidas graccedilas a isso nunca deixei de estudar
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
iv
DIANA MATOS EUZEacuteBIO
NOVOS CASOS DA DOENCcedilA DE CHAGAS EM UMA AacuteREA RURAL DO MUNICIacutePIO DE TOBIAS BARRETO ndash SERGIPE
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Nuacutecleo de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Parasitaacuteria da Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Biologia Parasitaacuteria
APROVADO EM 06042015
BANCA EXAMINADORA
Profa Dra Angela Maria Silva - Universidade Federal de Sergipe
Profa Dra Karina Conceiccedilatildeo Arauacutejo - Universidade Federal de Sergipe
Prof Dr Marco Antocircnio Prado Nunes - Universidade Federal de Sergipe
PARECER
v
DEDICATOacuteRIA
A DEUS sem ELE nada seria possiacutevel
A meus filhos Daniel e Rafael inspiraccedilatildeo para minha vida
A Madson (in memoriam) grande amor da minha vida este trabalho natildeo
teria existido sem seu apoio Agradeccedilo a Deus pelo tempo que nos foi permitido e
pelo filho que me deixou de presente
A meus pais que me mostraram desde crianccedila que a educaccedilatildeo pode
mudar vidas graccedilas a isso nunca deixei de estudar
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
v
DEDICATOacuteRIA
A DEUS sem ELE nada seria possiacutevel
A meus filhos Daniel e Rafael inspiraccedilatildeo para minha vida
A Madson (in memoriam) grande amor da minha vida este trabalho natildeo
teria existido sem seu apoio Agradeccedilo a Deus pelo tempo que nos foi permitido e
pelo filho que me deixou de presente
A meus pais que me mostraram desde crianccedila que a educaccedilatildeo pode
mudar vidas graccedilas a isso nunca deixei de estudar
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus dia apoacutes dia fui sustentada por ELE que absorveu as
adversidades dores cansaccedilo e dificuldades sempre enviando um irmatildeo para meu
socorro ELE eacute o meu pastor nada me falta
Agrave minha orientadora Profordf Dra Angela Maria da Silva por me ajudar a
perseverar por todo apoio carinho e paciecircncia ofertados Serei eternamente grata
Agrave minha amiga-irmatilde Genilde natildeo tenho palavras para agradecer seu
apoio em todos os momentos nunca poderei retribuir os esforccedilos para meu auxiacutelio
Agrave Flaacutevia Costa (outra irmatilde) sempre pronta a colaborar Seu apoio e
palavras de incentivo foram fundamentais nesta caminhada
Agrave Iza Lobo sua sede de conhecimento e valorizaccedilatildeo do ser humano
contagia todos que convivem com vocecirc Muito obrigado por me apoiar e incentivar
neste mestrado
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto em especial agrave Maria
de Faacutetima Ramos Dantas de Santana (Secretaacuteria Municipal de Sauacutede) por seu
apoio
Aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Seacutergio e Joseacute Arlindo Maria
Raimunda (auxiliar de enfermagem) de Tobias Barreto e outros voluntaacuterios como
Aldair (teacutecnico de laboratoacuterio) Bernard (acadecircmico de medicina - UFS) Paulo
(acadecircmico de enfermagem - FASE) sem vocecircs natildeo teria conseguido
Aos habitantes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas pela
receptividade e confianccedila depositada
Aos funcionaacuterios do Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do H U pela
dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo no armazenamento do material
Aos funcionaacuterios do LACEN em especial a superintendente Danusa
Duarte gerentes Cristiane Marcieira Sandra Arauacutejo e Cliomar pela colaboraccedilatildeo
prestada Michelle (biomeacutedica) Silvia Patriacutecia (farmacecircutica) pela acolhida calorosa
apoio e dedicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos exames
Aos funcionaacuterios dos Meacutetodos Graacuteficos do HU em especial a Dra
Geodete e Marcelo (Teacutec em Rx) pela acolhida calorosa e colaboraccedilatildeo prestada nos
exames realizados
Aos professores deste curso de poacutes-graduaccedilatildeo pela dedicaccedilatildeo ao ensino
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
vii
Aos residentes de Epidemiologia Hospitalar em Sauacutede do HU em
especial a Thialla (filha de coraccedilatildeo) Agradeccedilo o apoio e carinho de todos vocecircs
Aos colegas de trabalho do HUSE e HU muito obrigado pelo apoio
concedido
Agrave MINHA FAMIacuteLIA pelo apoio incondicional sem vocecircs eu natildeo
conseguiria Obrigada por acreditarem em mim
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
viii
RESUMO
Euzeacutebio D M Novos Casos da Doenccedila de Chagas em uma Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto ndash Sergipe Sergipe UFS 2015 (Dissertaccedilatildeo ndash
Mestrado em Biologia Parasitaacuteria)
A doenccedila de Chagas humana tambeacutem conhecida como tripanossomiacutease
americana eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede uma das 17 doenccedilas
tropicais mais negligenciadas no mundo A erradicaccedilatildeo da doenccedila por via de
transmissatildeo vetorial no Brasil natildeo estaacute concretizada e foi comprovada nesse estudo
O objetivo do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo da doenccedila de Chagas por
transmissatildeo vetorial em humanos em aacuterea rural de Tobias Barreto Trata-se de um
estudo transversal de campo com abordagem quantitativa onde foram investigados
255 indiviacuteduos de 0 a 85 anos residentes nos povoados Alagoinhas e Poccedilo da
Clara selecionados de forma aleatoacuteria Os participantes receberam informaccedilotildees
sob os riscos da doenccedila e responderam questionaacuterio sobre dados socioeconocircmico
e demograacuteficos relevantes ao risco de transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada e
cederam amostra sanguiacutenea apoacutes assinarem o TCLE Fatores relacionados agrave
transmissatildeo da doenccedila entre os pesquisados foram analisados atraveacutes do software
Epi Info versatildeo 714 Novos casos da doenccedila foram encontrados um sororeagente
e trecircs natildeo conclusivos Os resultados demonstram que a transmissatildeo vetorial natildeo
estaacute interrompida e a doenccedila natildeo estaacute sendo diagnosticada A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo da doenccedila demonstrando a
necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da doenccedila
Descritores Doenccedila de Chagas epidemiologia triatominae sorologia
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
ix
ABSTRACT
Euzeacutebio D M New cases of Chagas disease in a Rural Area of the Municipality of Tobias Barreto - Sergipe Sergipe UFS 2015 (Thesis - Master in Parasitic
Biology)
The human Chagas disease also called American trypanosomiasis is considered by
the World Health Organization of the 17 most neglected tropical diseases in the
world The eradication of disease vector transmission path in Brazil is not
implemented and was confirmed in this study The objective was to investigate the
infection of Chagas disease vector transmission in humans in rural Tobias Barreto
This is a cross-sectional field study with a quantitative approach which were
investigated 255 individuals 0-85 years living in the villages and Alagoinhas Well
Clara selected at random Participants received information on the risks of the
disease answered a questionnaire on socio-economic and demographic data
relevant to the risk of vector transmission in the study area and gave blood sample
after signing the informed consent form Factors related to transmission of the
disease among those surveyed were analyzed using Epi Info version 714 software
New cases were found one sororeagente and three inconclusive The results
demonstrate that the vectorial transmission is not interrupted and the disease is not
being diagnosed The wild species of domicializaccedilatildeo the region studied assuming the
role of Triatoma infestans may be responsible for maintaining the transmission of the
disease demonstrating the need for changes in policies for prevention and control of
disease
Key words Chagas disease epidemiology triatominae serology
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
x
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi 22
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio de
Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas onde foi
realizada a pesquisa 2014 30
Figura 3 ndash Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias
Barreto 2014 31
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 32
Figura 5 ndash Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto
2014 34
Figura 6 ndash Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e
Alagoinhas 2014 38
Figura 7 ndash Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da
Clara e Alagoinhas 2014 42
Figura 8 ndash Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas
2014 42
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em
2013 19
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo
conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE
2014 39
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados
sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
de Tobias Barreto ndash SE 2014 41
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anti T cruzi - anti-trypanosoma cruzi
CEP - Conselho de Eacutetica em Pesquisa
DCA - Doenccedila de Chagas Aguda
DCH - Doenccedila de Chagas Humana
ELISA - Enzyme Linked Immunossorbent Assay
FCI - Forma Crocircnica Indeterminada da Doenccedila
FUNED - Fundaccedilatildeo Ezequiel Dias
HAI - Hemaglutinaccedilatildeo Indireta
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IFI - Imunofluorescecircncia Indireta
IgG - Imunoglobulina G
WHO - World Health Organization
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica ndash Sergipe
PCDCh - Programa de Controle da Doenccedila de Chagas
PCR - Reaccedilatildeo em Cadeia de Polimerase
PAHO - Pan American Health Organization
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
SINAN - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MS - Ministeacuterio da Sauacutede
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
xii
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 JUSTIFICATIVA 15
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 16
31 Histoacuterico 16
32 Epidemiologia 17
321 Epidemiologia em Sergipe 18
33 Formas de Transmissatildeo 19
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila 21
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas 22
351 Fase Aguda 22
352 Fase Indeterminada 23
353 Fase Crocircnica 24
36 Diagnoacutestico Diferencial 25
37 Diagnoacutestico Laboratorial 26
38 Tratamento 27
4 OBJETIVO 28
5 HIPOacuteTESE 28
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28
61 Delineamento da Pesquisa 28
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 29
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos 30
631 Amostra Populacional 32
632 Criteacuterios de Inclusatildeo 33
633 Criteacuterios de Exclusatildeo 33
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas 33
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo 34
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
xiii
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo 35
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas 35
68 Anaacutelise Estatiacutestica 37
7 RESULTADOS 37
8 DISCUSSAtildeO 43
9 CONCLUSAtildeO 47
REFEREcircNCIAS 48
APEcircNDICES 56
ANEXOS 61
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A doenccedila de Chagas eacute considerada pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
uma das 17 doenccedilas tropicais mais negligenciadas no mundo (WHO 2014) Trata-
se de uma antropozoonose causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanosoma cruzi
(BRASIL 2014) a fonte primaacuteria de transmissatildeo ocorre atraveacutes de triatomiacuteneos
vetores responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila De acordo com
Lazzari (2013) a proximidade com o ambiente silvestre e o deslocamento das fontes
naturais de alimento contribuem para domiciliaccedilatildeo destes insetos e propagaccedilatildeo da
doenccedila entre humanos
A doenccedila eacute responsaacutevel por cerca de 12000 mortes por ano e os custos
sociais com o tratamento satildeo altos (OPAS 2014) dados apontam que no Brasil O
absenteiacutesmo de trabalhadores afetados pela doenccedila de Chagas atingiu uma perda
estimada de US$ 56 milhotildeesano (OMS 2010)
Decorridos 105 anos de sua descoberta a doenccedila continua sendo um
problema de sauacutede que afeta coletivamente indiviacuteduos sendo mais encontrada em
aacutereas rurais prevalecendo em populaccedilotildees com baixo desenvolvimento soacutecio
econocircmico associada a condiccedilotildees precaacuterias de habitaccedilatildeo e poucas accedilotildees no
Programa de Controle de Doenccedila de Chagas Humana - PCDCH (LESCURE 2010
HENAO - MARTIacuteNEZ 2012)
Fatores ambientais concorrem para manutenccedilatildeo da infecccedilatildeo humana por
via vetorial como o desequiliacutebrio provocado por accedilotildees desordenadas de
desflorestamento seja para agricultura pecuaacuteria ou mesmo assentamentos
afastando as fontes naturais alimentares dos triatomiacuteneos contribuindo para sua
domicializaccedilatildeo (PINTO DIAS 2012)
Vaacuterios trabalhos relacionam risco maior de transmissatildeo vetorial em aacutereas
rurais onde a proximidade do homem com ambientes silvestres favorece o contato
com o vetor Segundo Dias (2006) a negligecircncia na atenccedilatildeo agrave transmissatildeo e falta
de assistecircncia aos infectados assintomaacuteticos ou com manifestaccedilotildees cliacutenicas podem
impactar no recrudescimento da doenccedila
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede no Brasil atualmente predominam os
casos crocircnicos decorrentes de infecccedilatildeo por via vetorial com aproximadamente trecircs
milhotildees de indiviacuteduos infectados (BRASIL 2009)
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
15
Casos agudos da doenccedila de Chagas vecircm sendo descritos em vaacuterios
estados onde natildeo havia incidecircncia em especial na regiatildeo da Amazocircnia Legal que
compreende os estados do Acre Amapaacute Amazonas Mato Grosso Paraacute Rondocircnia
Roraima Tocantins e parte do Maranhatildeo oeste do meridiano de 44ordm (BRASIL 2009
BRASIL 1988)
2 JUSTIFICATIVA
O estudo se deve ao risco de infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas devido agrave
endemicidade de triatomiacuteneos infestados por Trypanossoma cruzi encontrados nos
povoados Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto sendo de
grande significacircncia para a populaccedilatildeo local
Dados entomoloacutegicos obtidos no Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica de
Sergipe (LACEN) referente aos anos de 2005 a 2014 confirmaram a presenccedila de
espeacutecies de triatomiacuteneos no estado de Sergipe ratificando o risco de transmissatildeo
vetorial Desse modo investigamos a infecccedilatildeo por doenccedila de Chagas em humanos
em aacuterea rural de Tobias Barreto
Segundo o estudo de Lins (2013) 482 dos triatomiacuteneos capturados no
municiacutepio de Tobias Barreto no periacuteodo de 2006 a 2011 e examinados pelo LACEN
foram considerados positivos demonstrando um iacutendice de infecccedilatildeo natural por
Trypanosoma cruzi muito elevado Os povoados com maior positividade foram Poccedilo
da Clara e Alagoinhas
Foi verificado junto ao setor de entomologia (LACEN ndash SE) que 168
triatomiacuteneos foram enviados pelo municiacutepio de Tobias Barreto no ano de 2012
destes 162 foram capturados no intradomicilio e seis no peridomiciacutelio dos povoados
Poccedilo da Clara e Alagoinhas Do total de triatomiacuteneos capturados 76
intradomiciliados e cinco do peridomicilio estavam infestados
A proposta do trabalho foi investigar a infecccedilatildeo humana por doenccedila de
Chagas em duas localidades em aacuterea rural do municiacutepio de Tobias Barreto sul do
estado de Sergipe contribuindo para melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo
local atraveacutes de informaccedilotildees sobre a doenccedila e seus vetores visando sua prevenccedilatildeo
e diagnoacutestico de indiviacuteduos infectados encaminhando os casos positivos para
acompanhamento cliacutenico
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
16
Eacute considerada zona rural aacuterea localizada fora dos limites de vilas e
cidades e que natildeo apresentem pelo menos dois tipos de melhoramentos como
meio-fio ou calccedilamento canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais abastecimento de aacutegua
sistema de esgotos sanitaacuterios rede de iluminaccedilatildeo puacuteblica com ou sem posteamento
para distribuiccedilatildeo domiciliar escola primaacuteria ou posto de sauacutede a uma distacircncia
maacutexima de trecircs quilocircmetros do imoacutevel Os povoados pesquisados natildeo atingem os
requisitos miacutenimos para categorizaccedilatildeo como aacuterea urbana uma vez que o
calccedilamento se daacute apenas em um trecho do acesso agrave localidade e o distanciamento
miacutenimo entre escola e residecircncias eacute superior ao recomendado (BRASIL 1964
BRASIL 1966 IBGE 2010)
Lins (2013) realizou um inqueacuterito epidemioloacutegico na regiatildeo entre
indiviacuteduos com idade de 0 a 30 anos e neste natildeo foi verificada a presenccedila da
infecccedilatildeo humana Por se tratar de uma aacuterea endecircmica a proposta do atual estudo
foi avaliar a populaccedilatildeo de 0 a 85 anos agora com o intuito de evidenciar a presenccedila
de casos crocircnicos da doenccedila
Por se tratar de um problema de sauacutede de grande relevacircncia buscou - se
entatildeo realizar a pesquisa em aacuterea rural de Tobias Barreto considerada endecircmica
para a doenccedila de Chagas
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Histoacuterico
Em 1907 Carlos Chagas meacutedico-pesquisador do Instituto Manguinhos foi
enviado a Lassance - Minas Gerais para ajudar no combate da malaacuteria que assolava
os trabalhadores na construccedilatildeo de estrada de ferro Central do Brasil Na regiatildeo
encontrou hemiacutepteros hematoacutefagos convivendo com humanos nas choupanas da
regiatildeo e conseguiu demonstrar um processo de doenccedila atraveacutes da ligaccedilatildeo entre
vetor parasita e o homem (COURA 2013)
A descoberta de casos humanos da doenccedila trouxe agrave tona uma
preocupaccedilatildeo com casos agudos e crocircnicos que invariavelmente ganhariam
importacircncia meacutedica e social (COURA 2013)
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
17
O parasito existe na natureza haacute milhares de anos em diferentes
populaccedilotildees de hospedeiros vertebrados tais como seres humanos animais
silvestres domeacutesticos e invertebrados a exemplo dos insetos vetores Estudos
paleoparasitoloacutegicos em tecidos humanos mumificados evidenciaram formas
amastigotas de Tcruzi nas fibras cardiacuteacas e outros tecidos indicando infecccedilatildeo
humana cerca de 5000 anos atraacutes (FERREIRA 2011)
32 Epidemiologia
A distribuiccedilatildeo espacial da doenccedila eacute limitada primariamente ao continente
americano em virtude da localizaccedilatildeo do vetor estar restrito a esta aacuterea por esta
razatildeo tambeacutem denominada de tripanossomiacutease americana No entanto paiacuteses natildeo
endecircmicos tecircm registrado casos por outros mecanismos de transmissatildeo (WHO
2014)
Satildeo estimados atualmente que entre 7 a 8 milhotildees de pessoas em todo o
mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi especialmente residentes na
Ameacuterica Latina onde a doenccedila eacute endecircmica (WHO 2014) e cerca de 400000
pessoas em todo o mundo estatildeo sob risco (PAHO 2009)
A doenccedila eacute encontrada principalmente em aacutereas endecircmicas de 21 paiacuteses
da Ameacuterica Latina onde a transmissatildeo primaacuteria para seres humanos se daacute atraveacutes
do contato com fezes de triatomiacuteneos conhecidos como barbeiros ldquochupancasrdquo e
outros nomes dependendo de costumes linguiacutesticos locais (BRASIL 2012)
Cerca de 10 das mortes em paiacuteses tropicais e subtropicais satildeo
causadas por doenccedilas transmitidas por vetores e geram um custo anual de
aproximadamente 50 milhotildees de doacutelares levando ao esgotamento nas financcedilas
destinadas agrave sauacutede dessas naccedilotildees (WHO 2010)
A doenccedila de Chagas eacute considerada a quarta causa de morte no Brasil
entre as doenccedilas infecto-parasitaacuterias tendo como faixa etaacuteria mais atingida aquela
acima de 45 anos (OLIVEIRA-MARQUES et al 2005) A gravidade da infecccedilatildeo
humana eacute variaacutevel chegando a atingir altos iacutendices de mortalidade em crianccedilas na
fase aguda e severo acometimento cardiacuteaco eou digestivo em adultos crocircnicos
(WHO 2010) No Brasil atualmente prevalecem os casos crocircnicos decorrentes com
aproximadamente trecircs milhotildees de indiviacuteduos infectados (PANAFTOSA-
VPOPASOMS 2009)
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
18
A doenccedila de Chagas Humana ateacute o momento atinge um grande nuacutemero
de pessoas em todo o mundo sendo que a regiatildeo nordeste do Brasil tem
despertado atenccedilatildeo das autoridades em sauacutede puacuteblica devido agrave presenccedila de
triatomiacuteneos nativos (SARQUIS et al 2009) e moradias de baixa qualidade
propiacutecias a colonizaccedilatildeo de triatomiacuteneos transmissores da Doenccedila de Chagas
Humana - DCH (TRINDADE et al 2009)
321 Epidemiologia em Sergipe
No estado de Sergipe entre o ano de 1999 a junho de 2012 foram
notificados 158 casos de doenccedila de Chagas entretanto houve apenas 01 caso no
municiacutepio de Pedrinhas notificado em 2013 natildeo houve notificaccedilatildeo em 2014 (SINAN
2014)
Em 2013 doze municiacutepios sergipanos com atividade no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas investigaram em suas localidades 7310 unidades
domiciliares destas 251 foram positivas para presenccedila de triatomiacuteneos (SERGIPE
2013)
Os municiacutepios de Moita Bonita Riachatildeo do Dantas e Ribeiroacutepolis natildeo
realizaram captura de insetos e tambeacutem natildeo identificaram as aacutereas como positivas
para presenccedila do inseto no entanto registraram no relatoacuterio a borrifaccedilatildeo de
unidades domiciliares sendo interpretado como possiacutevel aacuterea de risco para
transmissatildeo A tabela 1 apresenta a frequecircncia de triatomiacuteneos capturados pelos
municiacutepios de Sergipe em 2013 cabe ressaltar que Tobias Barreto foi o segundo
muniacutecipio onde mais foram encontrados triatomiacuteneos apenas Canideacute do Satildeo
Francisco e Gararu enviaram insetos para anaacutelise
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
19
Tabela 1 Quantitativo de triatomiacuteneos capturados nos municiacutepios de Sergipe em 2013
MUNICIacutePIO N Intradomicilio Peridomiciacutelio Positivos Negativos
Cumbe 01 - 01 - -
Gararu 02 - 02 - 01
Canideacute do Satildeo
Francisco
26 08 18 02 11
Nossa Senhora da
Gloacuteria
13 - 13 - -
Simatildeo Dias 14 14 - - -
Tobias Barreto 15 15 - - -
Poccedilo Redondo 17 14 03 - -
Total 81 51 37 02 12
Fonte Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas SERGIPE 2013
Dados de Sergipe demonstram a falta de investimento no Programa de
Controle da Doenccedila de Chagas pois dos 75 municiacutepios pertencentes ao estado 55
satildeo considerados endecircmicos sendo 09 apontados como de alto risco 36 de meacutedio
risco e 10 de baixo risco No entanto apenas 12 municiacutepios enviaram relatoacuterios
referentes agrave pesquisa de triatomiacuteneos em unidades domiciliares (SERGIPE 2013)
Observa-se subnotificaccedilatildeo da doenccedila tendo em vista natildeo haver casos
agudos notificados desde 1999 em regiotildees do estado de Sergipe que satildeo
consideradas aacutereas endecircmicas para vetores infestados com o Trypanosoma cruzi
como o municiacutepio de Tobias Barreto
33 Formas de Transmissatildeo
Vaacuterios fatores contribuem para a transmissatildeo do T cruzi aos humanos A
infecccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao grau de associaccedilatildeo entre o vetor e
parasita colonizaccedilatildeo dos domiciacutelios capacidade de proliferaccedilatildeo quantidade de
protozoaacuterios eliminados e tempo que o inseto leva para defecar Os triatomiacuteneos
considerados ldquobons vetoresrdquo apresentam todas essas caracteriacutesticas otimizadas e
podem defecar durante ou logo apoacutes a alimentaccedilatildeo sanguiacutenea (ARGOLO 2008)
A forma de transmissatildeo vetorial eacute a mais frequente seguida das formas
transfusional congecircnita transplantes de oacutergatildeos acidentes de laboratoacuterio e oral em
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
20
humanos A via transfusional eacute a maior rota de transmissatildeo em zonas urbanas
segundo Lunardelli et al (2007) o risco de transmissatildeo da infecccedilatildeo via transfusatildeo
de sangue contaminado eacute cerca de 12 a 25 Em paiacuteses que realizam maior
triagem nos hemocentros a transmissatildeo por esta via ocorre com menor frequecircncia A
via congecircnita tambeacutem vem apresentando menores riscos variando a probabilidade
de transmissatildeo entre menos de 1 a 10 devido agrave maior atividade preacute-natal
desenvolvida pelos Programas de Sauacutede da Famiacutelia (DIAS 1994)
A via oral deve ser considerada como outro risco ocasional de
transmissatildeo atraveacutes da ingestatildeo de alimentos contaminados com fezes de
triatomiacuteneos e fragmentos de insetos infestados (BRASIL 2008) A doenccedila de
Chagas aguda (DCA) por transmissatildeo oral tem sido observada em diferentes
estados (Bahia Cearaacute Piauiacute Santa Catarina Satildeo Paulo) com maior frequecircncia de
casos e surtos registrados na Regiatildeo da Amazocircnia Legal (Amazonas Maranhatildeo
Mato Grosso Amapaacute Paraacute Tocantins) (BRASIL 2009)
A transmissatildeo congecircnita pode alcanccedilar entre 1 a 10 de crianccedilas
nascidas de matildees infectadas com T cruzi (BERN C et al 2011) e ocorrer em
qualquer fase da doenccedila materna aguda ou crocircnica e qualquer periacuteodo da
gestaccedilatildeo em geral eacute por via transplacentaacuteria A Boliacutevia eacute considerada endecircmica
taxa de transmissatildeo congecircnita eacute elevada cerca de 73 (MUNtildeOZ et al 2009) A
transmissatildeo por transplantes de oacutergatildeos vecircm adquirindo importacircncia nos uacuteltimos
anos a doenccedila por esse mecanismo de transmissatildeo apresenta maior gravidade com
manifestaccedilotildees de fase aguda jaacute que o individuo receptor encontra-se
imunocomprometido (BRASIL 2010)
Os acidentes de laboratoacuterio satildeo uma via de transmissatildeo menos frequente
atraveacutes da contaminaccedilatildeo com materiais infectados manejo de triatomiacuteneos para
anaacutelise ou experimentaccedilatildeo manipulaccedilatildeo de mamiacuteferos infectados de culturas e
sangue de casos agudos poreacutem haacute casos registrados na literatura por exposiccedilatildeo agraves
formas do parasita durante procedimentos ciruacutergicos e coleta de sangue (BRASIL
2010) A exposiccedilatildeo do profissional a altas cargas parasitaacuterias deve ser tratada por
um periacuteodo miacutenimo de trinta dias em situaccedilotildees de miacutenimo risco como acidentes
com sangue de paciente crocircnico a profilaxia medicamentosa natildeo eacute indicada sendo
recomendado o monitoramento soroloacutegico (BRASIL 2005)
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
21
Migraccedilotildees humanas natildeo controladas (guerras ocupaccedilotildees e
assentamentos) vecircm contribuindo para elevar iacutendices da doenccedila e alcanccedilar aacutereas
natildeo endecircmicas (BRASIL 2009)
34 Ciclo Evolutivo da Doenccedila
A doenccedila eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado Trypanossoma cruzi
pertencente agrave ordem Kinetoplastida e agrave famiacutelia Trypanosomatidae Este infecta em
condiccedilotildees naturais mais de 100 espeacutecies de mamiacuteferos de diferentes ordens como
revisto por Devera et al (2000)
Triatomiacuteneos satildeo insetos da famiacutelia reduvidae estritamente hematoacutefagos
e vetores essenciais do Trypanosoma cruzi No Brasil o triatomiacuteneo eacute conhecido
como barbeiro chupanccedila dentre outros (COSTA BARBOSA 2009) A maioria das
espeacutecies habita ambientes silvestres ninhos de gambaacutes locas de tatu e uma seacuterie
de outros diferentes habitats apresentando preferecircncia por abrigos em pedras
tocas de animais no solo e palmeiras cada gecircnero apresentando sua especificidade
(LAZZARI 2013)
Vaacuterias formas do parasita estatildeo envolvidas durante o processo infecioso
seja no vetor ou no hospedeiro vertebrado (BRASIL 2009) Apoacutes o repasto
sanguiacuteneo em mamiacuteferos vertebrados o triatomiacuteneo infestado por Trypanosoma
cruzi elimina formas tripomastigotas metaciacuteclicas nas fezesurina proacuteximo ao local da
picada na pele ou mucosas
Essas formas do protozoaacuterio penetram no organismo do hospedeiro
vertebrado no ato de coccedilar o local da picada introduzindo ali as formas
tripomastigotas infectantes e logo ultrapassam barreiras de defesa (WHO 2014) O
parasito natildeo penetra a pele intacta somente infectando o hospedeiro via mucosa ou
ferimentos na pele (GARCIA et al 1984)
As formas tripomastigotas metaciacuteclicos natildeo satildeo replicativas apoacutes invadir
tecidos do hospedeiro se diferenciam em formas amastigotas no citoplasma e
multiplicam - se ativamente por fissatildeo binaacuteria preenchendo quase todo citoplasma
em curto periacuteodo e voltam a se diferenciar em tripomastigotas sendo novamente
liberados na circulaccedilatildeo sanguiacutenea invadindo novas ceacutelulas e tecidos (GARCIA et al
2010)
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
22
Em novo repasto sanguiacuteneo o vetor ingere formas tripomastigotas
circulantes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado e em alguns dias T cruzi
se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas) que migram para o intestino
posterior do inseto e se diferencia em tripomastigotas metaciacuteclicos (processo
conhecido como metaciclogecircnese) sendo eliminados nas fezes e urina do inseto
vetor (figura 1) como revisto por Brener et al (2000)
Figura 1 ndash Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi
Fonte Center Disease Control (CDC) 2014 ltdisponiacutevel em
httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt traduzido por Diana Euzeacutebio
35 Manifestaccedilotildees Cliacutenicas
351 Fase Aguda
A doenccedila de Chagas apresenta fases distintas A fase aguda pode durar
cerca de 6 a 8 semanas (MONCAYO 2000 WHO 2002) Sinais da fase aguda
podem surgir aproximadamente entre 4 a 6 dias quando o T cruzi penetra na
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
23
conjuntiva causando edema bipalpebral unilateral (sinal de Romanatilde) ou com a
presenccedila lesatildeo furunculoacuteide em braccedilos pernas ou rosto (chagoma de inoculaccedilatildeo)
Em muitos casos essa fase pode passar despercebida (LANA TAFURI 2010
BRASIL 2012)
A fase aguda dificilmente eacute identificada devido agrave inespecificidade dos
sintomas em geral soacute eacute reconhecida entre 1 a 2 dos indiviacuteduos infectados e pode
ser confundida nesse periacuteodo com outras patologias (WHO 2012) Desse modo os
casos agudos satildeo menos frequentemente diagnosticados (BRASIL 2010)
Geralmente ocorre infartamento ganglionar sateacutelite proacuteximo aos locais de porta de
entrada A manifestaccedilatildeo mais comum eacute a febre em geral prolongada e natildeo muito
elevada (BRASIL 2012 LANA TAFURI 2010)
Os sinais e sintomas podem progredir para formas agudas graves que
podem levar ao oacutebito (WHO 2002) ou desaparecer espontaneamente apoacutes dois a
quatro meses da infecccedilatildeo inicial manifestando tardiamente sinais de
comprometimento relacionado agrave doenccedila (BRASIL 2010)
352 Fase Indeterminada
Em geral apoacutes a fase inicial a doenccedila pode regredir de forma espontacircnea
ou avanccedilar para forma indeterminada por vaacuterios anos a chamada fase crocircnica
Tardiamente a fase indeterminada pode evoluir para outras formas da doenccedila
(BRASIL 2009)
Indiviacuteduos com a forma indeterminada apresentam sorologia eou exames
parasitoloacutegicos positivos para Trypanosoma cruzi mas natildeo manifestam sintomas
sinais fiacutesicos ou evidecircncias de lesotildees orgacircnicas (cardiacuteacas e digestivas) ao ECG e
na radiografia de toacuterax bem como em outros estudos radioloacutegicos do esocircfago e
coacutelon (RIBEIRO ROCHA 1998 BRASIL 2005 WHO 2002)
A forma indeterminada eacute a mais frequente na fase crocircnica atinge cerca
de 50 a 70 dos indiviacuteduos infectados em relaccedilatildeo agraves formas cardiacuteaca digestiva ou
mista (cardiodigestiva) (BRASIL 2010 WHO 2002)
Cerca de 2 a 5 dos infectados podem evoluir anualmente para uma das
formas cliacutenicas manifestas da doenccedila A doenccedila eacute mais grave em crianccedilas menores
de dez anos que sem tratamento pode levar a 10 de oacutebito nessa faixa etaacuteria
(DIAS1989)
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
24
353 Fase Crocircnica
Acredita-se que em torno de 50 dos indiviacuteduos infectados se encontrem
na forma crocircnica indeterminada da doenccedila (FCI) Alguns permanecem nesta forma
indefinidamente enquanto outros apoacutes intervalo de 10 a 20 anos evoluem para
alguma das formas crocircnicas especificas da doenccedila com evidecircncia de
comprometimento cardiacuteaco digestivo ou neuroloacutegico (BRASIL 2005) Estudos
epidemioloacutegicos em aacutereas endecircmicas demonstraram que 2 a 5 dos pacientes da
forma indeterminada evoluiratildeo todo ano para uma das formas cliacutenicas da doenccedila
(RIBEIRO ROCHA 1998) O prognoacutestico na forma indeterminada eacute bom e os oacutebitos
satildeo raros (DIAS 1989)
No Brasil de 20 a 30 dos pacientes desenvolvem a forma cardiacuteaca 5 a
8 a forma esofageana e 4 a 6 a forma intestinal (ROCHA et al 2003) Cerca de
40 dos pacientes com a forma indeterminada da DCH poderatildeo persistir nesta
situaccedilatildeo cliacutenica para sempre constituindo a forma mais frequentemente encontrada
em zonas endecircmicas
A cardiopatia crocircnica eacute a forma mais grave da DCH em razatildeo de sua
ocorrecircncia frequente e das graves consequecircncias meacutedico-sociais resultantes da
doenccedila A patogenia prognoacutestico e tratamento satildeo alvo de investigaccedilatildeo Apesar da
evoluccedilatildeo lenta e progressiva a morte suacutebita pode ser a primeira manifestaccedilatildeo
cliacutenica da cardiopatia chagaacutesica (RASSI Jr et al 2001)
A evoluccedilatildeo da forma indeterminada para crocircnica sintomaacutetica seja por
cardiopatia eou megasiacutendromes ocorre em torno de 0 a 20 anos apoacutes a fase aguda
ocorrendo de forma lenta e progressiva
O Consenso Brasileiro de Doenccedila de Chagas considera como cardiopatia
chagaacutesica crocircnica a presenccedila de anormalidades eletrocardiograacuteficas sugestivas de
comprometimento cardiacuteaco em indiviacuteduo sintomaacutetico ou natildeo Alteraccedilotildees
eletrocardiograacuteficas constituem o elemento fundamental para caracterizaccedilatildeo de
comprometimento cardiacuteaco significativo na doenccedila de Chagas (ANDRADE et al
2011)
As manifestaccedilotildees cardiacuteacas podem ser silenciosas detectadas apenas
em exames complementares sofisticados evoluindo ateacute formas graves como a
insuficiecircncia cardiacuteaca refrataacuteria arritmias complexas aneurismas de ventriacuteculo
tromboembolismo ou a morte suacutebita (MARIN-NETO et al 2007)
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
25
A doenccedila de Chagas eacute responsaacutevel por lesotildees cardiacuteacas em adultos
jovens economicamente produtivos nos paiacuteses endecircmicos da Ameacuterica Latina (WHO
2002) representando cerca de 752000 dias uacuteteisano perdidos devido a mortes
prematuras na Ameacuterica Latina (WHO 2010)
No Brasil as manifestaccedilotildees da doenccedila no trato digestivo podem ocorrer
de 31 a 13 de acordo com a endemicidade da aacuterea estudada (PENARANDA-
CARRILLO 2006)
A forma digestiva eacute representada pelas consequecircncias da doenccedila no trato
gastrointestinal dentre as quais sobressaem agraves alteraccedilotildees de motilidade do esocircfago
e do coacutelon resultando em megaesocircfago e megacoacutelon endecircmicos Verifica-se
aumento do diacircmetro das viacutesceras ocas em proporccedilatildeo ao estaacutedio evolutivo da
afecccedilatildeo
O megacoacutelon apresenta maior nuacutemero de casos em parte do estado de
Minas Gerais Goiaacutes Satildeo Paulo Bahia e sul do Piauiacute eacute excepcionalmente
encontrada nos paiacuteses acima da linha do Equador (MOREIRA et al 1983)
O megaesocircfago chagaacutesico pode apresentar-se em diferentes estaacutedios
evolutivos A disfagia eacute em geral a queixa inicial associada ou natildeo a dor epigaacutestrica
ou retroesternal regurgitaccedilatildeo soluccedilo ptialismo e hipertrofia das glacircndulas salivares
notadamente das paroacutetidas tosse e asfixia por broncoaspiraccedilatildeo de alimentos
regurgitados (CREMA et al 2003) Jaacute entre os sintomas do megacoacutelon destacam-
se obstipaccedilatildeo intestinal de instalaccedilatildeo lenta e insidiosa e de evoluccedilatildeo progressiva
(MOREIRA et al 1983)
36 Diagnoacutestico Diferencial
Na fase aguda o diagnoacutestico diferencial da doenccedila de Chagas deve ser
realizado entre outros agravos como leishmaniose visceral malaacuteria dengue febre
tifoide toxoplasmose mononucleose infecciosa esquistossomose aguda entre
outros
Atualmente cabe acrescentar ao diagnoacutestico diferencial algumas doenccedilas
que podem cursar com eventos iacutectero-hemorraacutegicos como leptospirose dengue
febre amarela e outras arboviroses meningococcemia sepse hepatites virais febre
purpuacuterica brasileira hantaviroses e rickettsioses devido aos surtos de doenccedila de
Chagas por transmissatildeo oral (BRASIL 2010)
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
26
37 Diagnoacutestico Laboratorial
Na fase aguda satildeo considerados criteacuterios parasitoloacutegicos definido pela
presenccedila de parasitos circulantes no sangue perifeacuterico visualizados atraveacutes exame
direto por sua vez o criteacuterio soroloacutegico eacute baseado na presenccedila de anticorpos anti-T
cruzi da classe IgM no sangue perifeacuterico particularmente quando associada a
alteraccedilotildees cliacutenicas e epidemioloacutegicas sugestivas (BRASIL 2009)
O diagnoacutestico laboratorial da DCH pode ser feito por meacutetodos
parasitoloacutegicos imunoloacutegicos e biologia molecular Para diagnoacutestico da DCH natildeo
existe ldquopadratildeo ourordquo imunoloacutegico para a definiccedilatildeo da doenccedila (OELEMANN et al
1998) A pesquisa do T cruzi pode ser realizada por processos diretos e indiretos e
mais frequentemente pela resposta imune do hospedeiro atraveacutes da detecccedilatildeo de
imunoglobulina G (IgG) anti-T cruzi no soro de pacientes chagaacutesicos crocircnicos por
meio da realizaccedilatildeo de diversos meacutetodos imunoloacutegicos (MEIRA et al 2002)
O Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas recomenda o uso de no
miacutenimo dois testes soroloacutegicos com diferentes preparaccedilotildees antigecircnicas para
confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da DCH Indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois
testes reagentes satildeo considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al
2002 BRASIL 2005 OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Testes soroloacutegicos convencionais satildeo ainda a principal forma para o
diagnoacutestico da doenccedila de Chagas durante a fase crocircnica (MEIRA et al 2002) A
sensibilidade especificidade e facilidade de execuccedilatildeo do exame satildeo relevantes para
a escolha do teste Os testes mais utilizados atualmente satildeo a Imunofluorescecircncia
Indireta (IFI) o teste imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay) e a Hemaglutinaccedilatildeo Indireta (HAI) sendo este uacuteltimo utilizado mais em
inqueacuteritos epidemioloacutegicos (AMATO NETO et al 2002)
Na fase crocircnica os meacutetodos parasitoloacutegicos mostram alta especificidade
mas limitada sensibilidade devido agrave baixa parasitemia onde satildeo detectados
somente entre 20 a 50 dos indiviacuteduos infectados conhecidos resultando em
alguns falso-negativos (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002)
A negatividade soroloacutegica eacute o uacutenico meacutetodo significativo de cura sendo
definida pela ausecircncia de anticorpos especiacuteficos que estavam anteriormente
positivados quando da realizaccedilatildeo de metodologias de diagnoacutestico Especialistas
apontam que o tempo necessaacuterio para a negativaccedilatildeo soroloacutegica eacute variaacutevel e
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
27
depende da fase da doenccedila Na fase crocircnica pode ocorrer o decliacutenio persistente e
progressivo acima de trecircs diluiccedilotildees dos tiacutetulos soroloacutegicos sendo sugestivo de
futura negatividade (BRASIL 2005 CASTRO et al 2006)
38 Tratamento
O tratamento especiacutefico deve ser realizado o mais precocemente possiacutevel
quando forem identificadas a forma aguda ou congecircnita da doenccedila ou a forma
crocircnica recente (crianccedilas menores de 12 anos) A droga disponiacutevel no Brasil eacute o
Benzonidazol (comp 100mg) que deve ser utilizado na dose de 5mgkgdia
(adultos) e 5-10mgkgdia (crianccedilas) divididos em 2 ou 3 tomadas diaacuterias durante
60 dias O Benzonidazol eacute contraindicado em gestantes (BRASIL 2010)
O tratamento sintomaacutetico depende das manifestaccedilotildees cliacutenicas tanto na
fase aguda como na crocircnica Para alteraccedilotildees cardioloacutegicas satildeo recomendadas as
mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotocircnicos diureacuteticos
antiarriacutetmicos vasodilatadores etc) Nas formas digestivas pode ser indicado
tratamento conservador (dietas laxativos lavagens) ou ciruacutergico dependendo do
estaacutegio da doenccedila (BRASIL 2010)
A interrupccedilatildeo da transmissatildeo atraveacutes de imunizaccedilatildeo natildeo eacute viaacutevel bem
como controlar os inuacutemeros reservatoacuterios animais ou tratar os infectados visto que
as drogas existentes para tratamento etioloacutegico satildeo comprovadamente eficazes
apenas em casos de infecccedilatildeo recente e os casos agudos satildeo na maioria das vezes
clinicamente inaparentes Neste caso o uacutenico elo vulneraacutevel na cadeia de
transmissatildeo vetorial da infecccedilatildeo chagaacutesica eacute o proacuteprio vetor sendo possiacutevel a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo domiciliar em caraacuteter mais ou menos permanente
(SILVEIRA e DIAS 2011)
O custo de tratamento da doenccedila humana em fase crocircnica costuma ser
elevado em virturde do comprometimento dos sistemas circulatoacuterio e digestivo No
Brasil o absenteiacutesmo de trabalhadores portadores da doenccedila representou custos
aproximados em torno de US$ 56 milhotildeesano cerca de 10000 oacutebitosano satildeo
estimados no mundo devido a complicaccedilotildees da doenccedila (WHO 2010)
Na Colocircmbia em 2008 o custo anual dos cuidados meacutedicos para todos os
pacientes com a doenccedila foi estimado em cerca de US$ 267 milhotildees em contraponto
com os custos com pulverizaccedilatildeo de inseticidas para controlar vetores que custaria
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
28
quase US$ 5 milhotildees por ano (WHO 2014) Esses dados demostram que medidas
profilaacuteticas em aacutereas endecircmicas satildeo econocircmicamente mais baratas do que custos
com tratamentos de sauacutede em chagaacutessicos crocircnicos mas nem sempre valorizadas
4 OBJETIVO
O inqueacuterito epidemioloacutegico realizado na populaccedilatildeo de 0 a 85 anos
evidenciaraacute a frequecircncia da doenccedila na comunidade com ecircnfase para os casos
crocircnicos tendo em vista o inqueacuterito anterior que selecionou a populaccedilatildeo na faixa
etaacuteria mais jovem natildeo ter detectado a presenccedila da doenccedila
5 HIPOacuteTESE
Investigar a infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas nos
residentes dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas aacuterea rural de Tobias Barreto
sul do estado de Sergipe
6 MATERIAIS E MEacuteTODOS
61 Delineamento da Pesquisa
Foi realizado um estudo transversal no periacuteodo de outubro de 2013 a
setembro de 2014 estruturado como levantamento epidemioloacutegico na populaccedilatildeo de
0 a 85 anos com o objetivo de evidenciar a infecccedilatildeo pelo Trypanosoma cruzi A
amostra foi constituiacuteda de 255 indiviacuteduos de 700 habitantes residentes nos
povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara municiacutepio de Tobias Barreto Os
participantes foram escolhidos de forma aleatoacuteria apoacutes participarem de palestras
sobre os riscos da doenccedila
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
29
62 Localizaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
O municiacutepio de Tobias Barreto possui uma aacuterea de aproximadamente
1021304 Kmsup2 e estaacute localizado na regiatildeo sul do Estado de Sergipe na mesorregiatildeo
do agreste sergipano com uma distacircncia de 105 km da capital Aracaju
Tobias Barreto apresenta como limites territoriais os municiacutepios de Poccedilo
Verde Simatildeo Dias Riachatildeo do Dantas Itabaianinha Tomar do Geru e Itapicuru (em
terreno baiano) A sede do municiacutepio estaacute localizada a 180 metros de altitude e
coordenadas geograacuteficas 11deg10rsquo46rdquo de latitude sul e 38deg00rsquo00rdquo de longitude oeste
(IBGE 2010)
Segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE) em 2012 a populaccedilatildeo foi estimada em cerca de 48776 habitantes De
acordo com o uacuteltimo censo foram contados no municiacutepio 23459 homens e 24581
mulheres os residentes na zona rural pesquisada compreendem cerca de 700
indiviacuteduos (IBGE 2010) A localizaccedilatildeo das aacutereas estudadas estaacute demonstrada na
figura 2
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
30
Figura 2 ndash Mapa do Brasil com destaque para o estado de Sergipe Mapa de
Sergipe com destaque para o municiacutepio de Tobias Barreto Mapa do municiacutepio
de Tobias Barreto e localizaccedilatildeo dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
onde foi realizada a pesquisa 2014
Fonte Maacutercio Bezerra Santos
63 Seleccedilatildeo e Recrutamento dos Indiviacuteduos
Foi realizada visita agrave Secretaria Municipal de Sauacutede de Tobias Barreto
sendo manifestado interesse na continuaccedilatildeo da pesquisa realizada por Janicelma
Lins sob a orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva que investigou a ocorrecircncia da
doenccedila na faixa etaacuteria de zero a trinta anos nas duas localidades citadas sendo
oferecida colaboraccedilatildeo ao municiacutepio para diagnoacutestico da doenccedila de Chagas e
realizaccedilatildeo de encaminhamentos necessaacuterios para tratamento dos casos positivos
Apoacutes a visita agrave sede municipal foi feito o reconhecimento da aacuterea a ser
estudada e contato com agentes de sauacutede das duas localidades explicando a
finalidade da pesquisa Os indiviacuteduos foram recrutados e participaram de forma
espontacircnea em seguida foram ministradas palestras de sensibilizaccedilatildeo sobre o risco
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
31
de transmissatildeo agravos da doenccedila e explicaccedilatildeo sobre os benefiacutecios do estudo
conforme figura 3
Figura 3 - Recrutamento de participantes da pesquisa Pov Poccedilo da Clara Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
Apoacutes as palestras os participantes eou responsaacuteveis assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apecircndice A) e em seguida foram realizadas
coletas de sangue para anaacutelise diagnoacutestica conforme ilustrado na figura 4
Em todos os participantes da pesquisa foram aplicados questionaacuterios
contendo dados cliacutenicos epidemioloacutegicos socioeconocircmicos e demograacuteficos
(Apecircndice B)
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
32
Figura 4 ndash Coleta de sangue dos pesquisados Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
631 Amostra Populacional
Levando-se em conta que o uacuteltimo inqueacuterito soroloacutegico finalizado em
2008 e publicado em 2011 natildeo contemplou o municiacutepio de Tobias Barreto (apenas
o primeiro inqueacuterito realizado no periacuteodo de 1975-1980) selecionamos a populaccedilatildeo
de habitantes dos referidos povoados com idade entre 0 a 85 anos (N= 700
indiviacuteduos)
O resultado do caacutelculo amostral correspondeu a 249 indiviacuteduos levando
em conta a frequecircncia desconhecida da doenccedila na regiatildeo No entanto o total de
participantes voluntaacuterios vaacutelidos na pesquisa atingiu 255 indiviacuteduos Foi utilizada a
foacutermula apresentada a seguir para caacutelculo miacutenimo da amostra
n = N x Z 2 x p x (1 ndash p)
Z 2 x p x (1 ndash p) + e 2 x (N ndash 1)
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
33
Onde
n= amostra calculada
N = populaccedilatildeo
Z = variaacutevel normal padronizada ao niacutevel de confianccedila
p = verdadeira probabilidade do evento
e = erro amostral
632 Criteacuterios de Inclusatildeo
Foram incluiacutedos na pesquisa os indiviacuteduos com faixa etaacuteria entre 0 e 85
anos habitantes dos povoados de Alagoinhas e Poccedilo da Clara no municiacutepio de
Tobias Barreto que tenham assinado o TCLE e devolvido questionaacuterio para
identificaccedilatildeo das amostras
633 Criteacuterios de Exclusatildeo
Foram excluiacutedos os indiviacuteduos natildeo residentes nas localidades estudadas
e que natildeo concordaram em participar da pesquisa e nem devolvido o questionaacuterio
Das 257 amostras de sangue coletadas duas foram desconsideradas a primeira natildeo
possuiacutea questionaacuterio portando natildeo sendo possiacutevel identificar o individuo para
seguimento dos exames e a segunda natildeo era residente dos povoados estudados
portanto permanecendo total de 255 amostras vaacutelidas
64 Consideraccedilotildees Eacuteticas
Um estudo inicial foi realizado pela pesquisadora Janicelma dos Santos
Lins aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HUUFS em 03 de dezembro
de 2010 com parecer nuacutemero CAAE- 61650000107-10 (Anexo C) O nosso
trabalho eacute uma continuaccedilatildeo tendo sido com autorizado pela pesquisadora e sua
orientadora e anuecircncia do Conselho de Eacutetica e Pesquisa (Anexo D)
Foram consideradas as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos contidas na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho
Nacional de Sauacutede no sentido de salvaguardar os direitos e o bem estar dos
indiviacuteduos estudados Os exames propostos foram realizados apoacutes obtenccedilatildeo do
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
34
consentimento por escrito dos indiviacuteduos que aceitaram participar do estudo Ao fim
da avaliaccedilatildeo todos os participantes do estudo receberam os resultados dos exames
realizados e aqueles que apresentaram soropositividade para a doenccedila de Chagas
foram acompanhados no ambulatoacuterio de infectologia do HUUFS
Nos casos dos participantes por lei considerados incapazes foi
necessaacuteria a presenccedila de responsaacutevel legal para a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apecircndice A)
65 Caracteriacutesticas da Aacuterea de Estudo
Apoacutes coletar amostras de sangue os povoados foram percorridos a fim
de verificar as caracteriacutesticas das habitaccedilotildees Foi observado melhoria na estrutura
fiacutesica dos imoacuteveis com paredes de alvenaria e teto coberto com telhas nas
construccedilotildees mais recentes poreacutem as instalaccedilotildees antigas em taipa foram mantidas
junto agraves casas ora servindo para depoacutesito de alimentos e materiais ora como abrigo
para pequenos animais domeacutesticos tornando-se ambiente ideal para triatomiacuteneos
visto que aleacutem de local para instalaccedilotildees de colocircnias haacute tambeacutem fonte alimentar
proacutexima favorecendo o ciclo de vida destes insetos (figura 5)
Figura 5 - Casa de alvenaria e anexo em taipa Pov Alagoinhas Tobias Barreto 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
35
66 Testes Soroloacutegicos Empregados no Estudo
No estudo todas as amostras foram submetidas a teste imunoenzimaacutetico
(ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi e teste de anticorpos de
Imunofluorescecircncia indireta (IFI) no soro humano
A OMS e Ministeacuterio da Sauacutede (MS) preconizam o uso de no miacutenimo dois
testes de diferentes metodologias para confirmaccedilatildeo do diagnoacutestico da doenccedila de
Chagas Os indiviacuteduos que apresentarem pelo menos dois testes reagentes satildeo
considerados infectados (GOMES et al 2001 MEIRA et al 2002 BRASIL 2005
OLIVEIRA-MARQUES et al 2005 BORGES et al 2006)
Em situaccedilotildees em que a amostra se apresente natildeo reagente para um dos
meacutetodos e reagente para outro seraacute considerada indeterminada neste caso eacute
recomendado nova coleta de amostra sanguiacutenea apoacutes 21 dias a primeira coleta No
caso da segunda amostragem permanecer indeterminada seraacute considerado natildeo
conclusivo sendo indicado novo teste atraveacutes de PCR ou Western Blot (BRASIL
2005)
No trabalho foram utilizados os testes ELISA Chagas III teste
imunoenzimaacutetico para detecccedilatildeo qualitativa de anticorpos contra T cruzi adquiridos
do fabricante GRUPOBIOS os testes para Imunofluorescecircncia indireta para
diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo T cruzi foram adquiridos do Instituto de Tecnologia em
Imunobioloacutegicos Bio-Manguinhos Foram seguidas rigorosamente as instruccedilotildees e
procedimentos recomendados pelo fabricante
67 Anaacutelise das Amostras Coletadas
As amostras de sangue foram coletadas pelo proacuteprio pesquisador e
colaboradores treinados (uma enfermeira e dois teacutecnicos de laboratoacuterio de anaacutelises
cliacutenicas) por punccedilatildeo venosa perifeacuterica com todos os cuidados de antissepsia e
depositadas individualmente em tubos de ensaio a vaacutecuo e a seco com rigoroso
controle na identificaccedilatildeo dos tubos pelo nome de cada individuo e nuacutemero do
questionaacuterio contendo dados para eventuais confirmaccedilotildees
Apoacutes periacuteodo de hemossedimentaccedilatildeo de dez minutos as amostras foram
centrifugadas no proacuteprio local de coleta acondicionadas em recipientes teacutermicos
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
36
com gelo e transportadas para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Hospital
Universitaacuterio da Universidade Federal de Sergipe HUUFS
No laboratoacuterio de anaacutelises cliacutenicas do HU-UFS o soro contido em tubos
foi pipetado e acondicionado em ependorffs rigorosamente identificados com
numeraccedilotildees idecircnticas a dos questionaacuterios aplicados nos voluntaacuterios da pesquisa
Posteriormente este material foi encaminhado ao Laboratoacuterio Central de
Sauacutede Puacuteblica de Sergipe (LACEN) onde foram realizadas as anaacutelises soroloacutegicas
para teste imunoenzimaacutetico (ELISA) para a anaacutelise qualitativa de IgG anti-T cruzi no
soro humano e Imunofluorescecircncia indireta (IFI) para diagnoacutestico da infecccedilatildeo pelo
T cruzi
Todas as amostras foram submetidas agrave pesquisa soroloacutegica pelo meacutetodo
ELISA numa soacute etapa pois este meacutetodo permitia ser automatizado conferindo
rapidez aos resultados um uacutenico profissional foi responsaacutevel pela execuccedilatildeo desse
teste
Jaacute o processamento das amostras pelo meacutetodo IFI foi realizado em
etapas por ser manual e demandar longo tempo de preparo As laminas foram
preparadas conforme a sequecircncia numeacuterica dos ependorffs sendo realizada cerca
de seis leituras por dia por um uacutenico profissional tecnicamente capacitado e com
experiecircncia na realizaccedilatildeo do meacutetodo Na leitura por IFI vaacuterias amostras foram
consideradas como indeterminadas apoacutes a repeticcedilatildeo do teste nove indiviacuteduos se
mantiveram como indeterminados 04 residentes em Poccedilo da Clara e cinco em
Alagoinhas
Conforme o protocolo do MS em agosto2014 foram coletadas outras
amostras sanguiacuteneas dos nove indeterminados e submetidas a novos testes ELISA
e IFI trecircs indiviacuteduos (01 de Poccedilo da Clara e 02 de Alagoinhas) permaneceram
reagentes ao IFI neste caso o resultado foi considerado como natildeo conclusivo De
acordo com o protocolo do MS as amostras destes trecircs indiviacuteduos foram
encaminhadas para o laboratoacuterio de referecircncia a fim de serem submetidas ao teste
Western Blot ou PCR
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
37
68 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram tabulados e analisados atraveacutes do programa Epi Info
versatildeo 714 Das variaacuteveis quantitativas foram extraiacutedas frequecircncias e desvio
padratildeo Jaacute as variaacuteveis nominais foram cruzadas utilizando os testes Qui-Quadrado
de Pearson Em todos os testes foi utilizada a probabilidade de significacircncia (p)
menor que 005 como necessaacuterios para rejeiccedilatildeo da hipoacutetese nula
7 RESULTADOS
Poucos municiacutepios realizam atividades de controle da doenccedila de Chagas
em Sergipe as accedilotildees se restringem a procura do vetor nas unidades domiciliares
eventual captura e borrifaccedilatildeo das aacutereas positivas para presenccedila de triatomiacuteneos
Em 2013 no municiacutepio de Tobias Barreto 2489 domiciacutelios e anexos de vaacuterias
localidades foram visitados sendo que destes 208 residecircncias foram consideradas
positivas para a presenccedila do vetor no entanto natildeo houve captura de insetos
A populaccedilatildeo do estudo foi composta da amostra de 255 indiviacuteduos com
idade meacutedia de 3855 sendo a miacutenima de zero e maacutexima de 85 anos As respostas
sobre o niacutevel de escolaridade pelos pesquisados foram de 4652 com ensino
fundamental do 1ordm ao 5ordm ano seguido por 1725 de analfabetos 1058 com
ensino fundamental do 6ordm ao 9ordm ano meacutedio completo 901 e meacutedio incompleto
com 666
Um indiviacuteduo da pesquisa residente no povoado Alagoinhas foi reagente
para Tcruzi pelos dois meacutetodos nove foram considerados natildeo reagentes pelo
meacutetodo ELISA e indeterminados pelo meacutetodo IFI (quatro residentes em poccedilo da
Clara e cinco em Alagoinhas) Foi realizada nova sorologia destes indiviacuteduos com o
mesmo soro pelo meacutetodo de IFI e novamente mantiveram a condiccedilatildeo de
indeterminados Estes pesquisados concordaram em efetuar nova coleta de sangue
e conforme protocolo do MS foram repetidas as sorologias por ELISA e IFI desta
vez trecircs indiviacuteduos mantiveram a condiccedilatildeo soroloacutegica anterior sendo considerados
agora como natildeo conclusivos
Na figura 6 observa-se a relaccedilatildeo de frequecircncia quanto agraves sorologias entre
os participantes
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
38
Figura 6 - Frequecircncia da doenccedila de Chagas nos Povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
O indiviacuteduo infectado eacute do gecircnero masculino faixa etaacuteria de 60 anos
analfabeto natildeo fez uso de transfusatildeo sanguiacutenea convivia com animais no domiciacutelio
eacute lavrador e residia haacute mais de dez anos no local Informou no questionaacuterio natildeo ter
encontrado o triatomiacuteneo no domiciacutelio nem ter sido picado pelo inseto
Os indiviacuteduos natildeo conclusivos eram do gecircnero masculino com meacutedia de
idade de 4866 em relaccedilatildeo ao grau de instruccedilatildeo um era analfabeto e dois possuiacuteam
do 1ordm ao 5ordm ano do ensino fundamental apenas um fez uso de transfusatildeo
sanguiacutenea todos conviviam com animais no domicilio residiam haacute mais de cinco
anos na localidade Dentre estes um era estudante o segundo aposentado e outro
lavrador Nenhum dos trecircs encontrou o triatomiacuteneo no domicilio ou em torno dele
nem havia sido picado Natildeo apresentaram sintomas cardiacuteacos ou digestivos
Entre os demais participantes do estudo apenas um afirmou ter sido
picado pelo inseto era residente em casa de taipa no povoado Alagoinhas convivia
com animais no domicilio natildeo realizou hemotransfusatildeo e informou ter encontrado o
triatomiacuteneo em casa fora do quarto Suas sorologias para T cruzi natildeo foram
reagentes
Foi realizada relaccedilatildeo entre os dados do sororeagente e natildeo conclusivos a
fim de evidenciar fatores que predispotildeem o indiviacuteduo a infecccedilatildeo conforme visto na
tabela 2 abaixo
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
39
Tabela 2 Fatores de risco para doenccedila de Chagas entre sororeagente e natildeo conclusivos dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto - SE 2014
VARIAacuteVEIS SOROGENTE (n)
NAtildeO CONCLUSIVOS (n)
TRANSFUSAtildeO SANGUIacuteNEA
Sim - 01
Natildeo 01 02
CONHECE O TRIATOMIacuteNEO
Sim 01 02
Natildeo - -
Natildeo Respondeu - 01
ENCONTROU O INSETO NA HABITACcedilAtildeO
Sim - -
Natildeo 01 03
FOI PICADO PELO TRIATOMIacuteNEO
Sim - -
Natildeo 01 03
TIPO DE PAREDES ALVENARIA 01 03
TIPO DE TELHADO TELHA 01 02
Natildeo respondeu - 01
TEMPO DE RESIDEcircNCIA gt 5 ANOS 01 03
CONVIVIA COM ANIMAIS NO DOMICILIO 01 03
Neste estudo o sororeagente natildeo referiu queixas nem apresentou nos
exames alteraccedilotildees graves do sistema cardiovascular e digestivo A fim de evidenciar
alteraccedilotildees pertinentes ao quadro crocircnico o sororeagente realizou eletrocardiograma
ecocardiograma Rx de toacuterax esofagograma e enema opaco O exame de
eletrocardiograma com traccedilado considerado dentro da normalidade demonstrou
ritmo sinusal com frequecircncia cardiacuteaca meacutedia estimada em 71 batimentos por minuto
foi demonstrado distuacuterbio de conduccedilatildeo pelo ramo direito do feixe de His associado agrave
hipertensatildeo arterial sistecircmica pregressa do pesquisado O ecocardiograma
apresentou fraccedilatildeo de ejeccedilatildeo de 066 as valvas mitral aoacutertica tricuacutespide e pulmonar
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
40
estavam normais o relaxamento do ventriacuteculo esquerdo apresentou alteraccedilatildeo A
radiografia de toacuterax estava normal com silhueta caacuterdio aoacutertica com configuraccedilatildeo
anatocircmica
Em relaccedilatildeo ao sistema digestivo o reagente natildeo relatou queixa quanto agrave
disfagia nem a obstipaccedilatildeo O enema opaco apresentou coacutelon de topografia
contornos e calibres normais com acentuaccedilatildeo das flexuras descendentesigmoacuteidea
com cefalizaccedilatildeo do ceco Jaacute no esofagograma apresentou alteraccedilatildeo da motilidade
esofageana de discreto grau evidenciando discreto comprometimento do esocircfago
por doenccedila de Chagas
Na tabela 3 estatildeo registrados os principais fatores sociodemograacuteficos da
populaccedilatildeo estudada com predominacircncia do gecircnero feminino e caracteriacutesticas da
habitaccedilatildeo a maioria dos investigados possui paredes de alvenaria e teto revestido
com telha e natildeo convive com animais no domiciacutelio
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
41
Tabela 3 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas dos habitantes avaliados sorologicamente para doenccedila de Chagas dos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas de Tobias Barreto ndash SE 2014
VAacuteRIAgraveVEL N
GEcircNERO
Feminino 145 5687
Masculino 110 4313
Total 255 100
TIPO DE HABITACcedilAtildeO
Paredes alvenaria 212 8314
Paredes madeira 7 274
Paredes taipa 14 550
Paredes mistas 5 196
Natildeo respondeu 17 666
Total 255 100
Telhado telha 164 6431
Telhado palha 11 431
Natildeo respondeu 80 3140
Total 255 100
CONHECIMENTO DO TRIATOMIacuteNEO
Natildeo 131 5137
Sim 123 4823
Natildeo Respondeu 1 039
Total 255 100
CONVIacuteVIO COM ANIMAIS NO DOMICILIO
Natildeo 152 5960
Sim 99 3882
Natildeo Respondeu 4 157
TOTAL 255 100
Quanto agrave renda mensal mais da metade da populaccedilatildeo estudada recebe
menos de um salaacuterio miacutenimo 5490 um salaacuterio miacutenimo 2823 dois salaacuterios
823 e trecircs ou mais salaacuterios 078 natildeo responderam este item 784
O tempo de residecircncia meacutedio da populaccedilatildeo nas localidades foi de 27
anos cem por cento das residecircncias estavam ligadas agrave rede eleacutetrica e 8980
possuiacuteam abastecimento de aacutegua canalizado A maioria dos domiciacutelios possuiacutea
sanitaacuterio (9058) poreacutem natildeo haacute sistema de coleta e tratamento de esgoto os
dejetos satildeo coletados em fossa seacuteptica
A presenccedila de vetores encontrados no domicilio e anexos elevam ainda
mais o risco de infecccedilatildeo humana pelo T cruzi conforme retratado na figura 7 3019
indiviacuteduos encontraram o triatomiacuteneo
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
42
Figura 7 - Triatomiacuteneos encontrados em habitaccedilotildees e peridomiciacutelio de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Foram utilizados valores absolutos nesta figura
Fonte Diana Euzeacutebio
Sabe-se que a transfusatildeo sanguiacutenea eacute um fator de risco para infecccedilatildeo a
figura 8 retrata o percentual de hemotransfusatildeo entre os indiviacuteduos pesquisados
Figura 8 - Transfusatildeo de sangue pelos residentes de Poccedilo da Clara e Alagoinhas 2014
Fonte Diana Euzeacutebio
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
43
8 DISCUSSAtildeO
A regiatildeo estudada eacute considerada endecircmica para presenccedila de
triatomiacuteneos infestados A frequecircncia de sororeagente para Chagas foi de 039
obtiveram sorologia como indeterminados 118 da populaccedilatildeo mesmo apoacutes dois
testes soroloacutegicos Em relaccedilatildeo ao povoado de residecircncia o sororeagente e dois
indiviacuteduos indeterminados residem em Alagoinhas o terceiro indeterminado reside
em Poccedilo da Clara evidenciando que existe transmissatildeo vetorial nas duas
localidades e a doenccedila natildeo estaacute sob controle Os trecircs pesquisados indeterminados
aguardam um terceiro exame confirmatoacuterio em laboratoacuterio de referecircncia conforme
protocolo do MS
De acordo com informaccedilotildees do inqueacuterito soroloacutegico realizado 1975 e
1980 a prevalecircncia da doenccedila de Chagas para aacuterea rural no Brasil eacute 42
(SILVEIRA et al 2011) A soroprevalecircncia estimada para a regiatildeo nordeste eacute de
305 de acordo com (DIAS et al 2000) Os dados obtidos no estudo demostram
haver subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela presenccedila do triatomiacuteneo e
condiccedilotildees precaacuterias de moradia
Accedilotildees do Programa de Controle da Doenccedila de Chagas humana na
deacutecada de 1980 com grande campanha nacional resultaram em diminuiccedilatildeo dos
casos nos uacuteltimos anos poreacutem a falta de recursos em diversos municiacutepios
brasileiros levou a desativaccedilatildeo do programa concorrendo para falta de controle
vetorial em regiotildees endecircmicas para triatomiacuteneos e recrudescimento da doenccedila
(DIAS 2007 BRASIL 2005)
O controle da doenccedila vem sofrendo falta de investimento diante da
emergecircncia de outros eventos de sauacutede de raacutepida disseminaccedilatildeo e gravidade em
muitos estados brasileiros (BRASIL 2010) Em 2013 entre os 75 muniacutecipios do
estado de Sergipe apenas 12 realizaram algum tipo de accedilatildeo para o controle da
doenccedila de Chagas Em Tobias Barreto foi relevante a quantidade de domiciacutelios
investigados sendo 208 considerados positivos fato que confirma a presenccedila do
vetor na regiatildeo e risco de transmissatildeo no entanto foi baixo nuacutemero de insetos
capturados natildeo houve encaminhamento destes para anaacutelise entomoloacutegica nem
avaliaccedilatildeo dos moradores quanto agrave doenccedila (SERGIPE 2013) O controle da doenccedila
em Sergipe ficou limitado a accedilotildees de busca pelo vetor com a investigaccedilatildeo de
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
44
colocircnias e borrifaccedilatildeo dos ambientes considerados positivos Percebe-se que estas
accedilotildees isoladas natildeo satildeo suficientes para evitar a transmissatildeo da doenccedila sendo
necessaacuterio o acompanhamento soroloacutegico
A soropositividade para T cruzi encontrada no indiviacuteduo em idade adulta
com histoacuterico de tempo de habitaccedilatildeo no local superior a dez anos tendo sido
relatado pelo mesmo ter residido em casa de taipa sugere se tratar de um caso
crocircnico ocorrido a partir de transmissatildeo vetorial domiciliar
O perfil cliacutenico do sororeagente neste estudo mostrou que ele se encontra
na fase crocircnica forma digestiva da doenccedila com discreto comprometimento do
esocircfago A prevalecircncia para forma digestiva eacute de 361 segundo Almeida (2007)
natildeo eacute muito estudada devido agraves dificuldades operacionais Entre as manifestaccedilotildees
que envolvem o trato digestivo o megaesocircfago eacute geralmente tardia cerca de 5 a 8
dos chagaacutesicos desenvolvem a forma esofageana (ROCHA et al 2003 RASSI
2012)
A prevalecircncia encontrada em indiviacuteduos com faixa etaacuteria mais avanccedilada
indica se tratar de casos crocircnicos como observado no voluntaacuterio infectado da nossa
pesquisa que se encontrava na faixa etaacuteria de 60 anos O parasita persiste no
organismo do indiviacuteduo durante toda a vida quanto maior o tempo de exposiccedilatildeo aos
fatores de risco aumentam as chances do parasita infectar seus hospedeiros e
desenvolver a infecccedilatildeo O que justifica ser encontrado maior nuacutemero de pessoas
infectadas pela doenccedila na populaccedilatildeo acima dos 40 anos de idade (OLIVEIRA-
MARQUES et al 2005)
Dentre as variaacuteveis de risco para a doenccedila entre sororeagente e natildeo
conclusivos (Tabela 2) houve correlaccedilatildeo quanto agrave convivecircncia com animais no
domiciacutelio e tempo de residecircncia maior que cinco anos aumentando a chance de
exposiccedilatildeo ao vetor jaacute que a aacuterea eacute endecircmica para triatomiacuteneos Embora o tipo de
habitaccedilatildeo com paredes de alvenaria e telhado com telhas natildeo concorra para
domicializaccedilatildeo do vetor a presenccedila de pequenos animais garantindo fonte alimentar
permanente pode justificar a manutenccedilatildeo do ciclo domeacutestico da doenccedila
O sororeagente relatou ter habitado anteriormente por mais de dez anos
em casa de taipa revelando como fator de risco o tipo de habitaccedilatildeo para a
transmissatildeo vetorial Esse fato natildeo foi constatado no questionaacuterio pois a pergunta
sobre o tipo de habitaccedilatildeo subentendia a moradia atual e natildeo mencionava anteriores
O tipo de habitaccedilatildeo dos indiviacuteduos natildeo conclusivos natildeo se constituiacutea em fator de
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
45
risco as paredes eram de alvenaria e telhado com telhas jaacute as variaacuteveis presenccedila
de animais no domicilio e tempo de residecircncia maior que cinco anos foram fatores
em comum entre os trecircs
A manutenccedilatildeo do ciclo silvestre da doenccedila estaacute relacionada agrave associaccedilatildeo
de triatomiacuteneos e pequenos animais silvestres que satildeo fonte alimentar natural
destes vetores e reservatoacuterios para o Trypanosoma cruzi Segundo Villela (2009) a
existecircncia de focos silvestres de espeacutecies vetoras do T cruzi e potenciais
reservatoacuterios em aacutereas endecircmicas favorece a infestaccedilatildeo de unidades domiciliares
que ocorre de maneira contiacutenua e a longo prazo
Dentre a populaccedilatildeo geral estudada 146 eram do gecircnero feminino e 109
pertenciam ao masculino o sororeagente e natildeo conclusivos eram do gecircnero
masculino de acordo com Silva et al (2007) natildeo haacute correlaccedilatildeo entre a prevalecircncia
da infecccedilatildeo e o gecircnero de indiviacuteduos acometidos
Entre os participantes foi observado como tipo de habitaccedilatildeo mais
frequente aquelas com paredes de alvenaria seguidas de taipa madeira e algumas
mistas Quanto agrave cobertura do teto observou-se um predomiacutenio maior de telha e em
menor proporccedilatildeo de palha A baixa qualidade de moradias muitas vezes mistas
mesclando construccedilotildees mais recentes em alvenaria com outras em taipa ou madeira
contribui para domiciliaccedilatildeo de vetores e consequente aumento no risco de
transmissatildeo vetorial (SILVEIRA 2000) populaccedilotildees residentes em aacuterea rural com
baixas condiccedilotildees sociais e econocircmicas habitaccedilotildees precaacuterias e deslocamento de
triatomiacuteneos do seu ambiente silvestre encontram-se sob maior risco de infecccedilatildeo
nos povoados pesquisados observamos essas caracteriacutesticas
A respeito do conhecimento sobre o triatomiacuteneo 131 indiviacuteduos
afirmaram natildeo conhecer a relevacircncia a cerca dessas informaccedilotildees pelos indiviacuteduos
podem contribuir com accedilotildees de busca local visando o controle vetorial A
desinformaccedilatildeo a respeito do vetor e riscos da doenccedila aumentam a probabilidade de
transmissatildeo em aacutereas endecircmicas para o triatomiacuteneo (COURA e BORGES-
PEREIRA 2012)
Apenas um indiviacuteduo afirmou ter sido picado pelo inseto era residente em
casa de taipa no povoado Alagoinhas informou ter encontrado o triatomiacuteneo em
casa fora do quarto e convivia com animais no domiciacutelio poreacutem suas sorologias
para T cruzi foram natildeo reagentes Trabalho recente demonstrou alto iacutendice de
infestaccedilatildeo (175) de Panstrongylus megistus capturados em domiciacutelios de
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
46
municiacutepio da regiatildeo centro sul de Sergipe o estudo corrobora com outros trabalhos
que destacam a influecircncia de animais domeacutesticos e pequenos criadouros no
peridomicilio para manutenccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo vetorial da doenccedila de
Chagas (LIMA et al 2012)
A presenccedila de animais em domiciacutelio foi citada por 3882 dos
pesquisados inclusive o sororeagente A convivecircncia com animais no domicilio pode
servir de fonte alimentar constante para estes vetores estritamente hematoacutefagos
garantindo-lhes a manutenccedilatildeo do ciclo de vida
Estudo recente demostrou a associaccedilatildeo entre Panstrongylus megistus e
pequenos mamiacuteferos silvestres apesar de natildeo terem sido encontrados focos de
infestaccedilatildeo domiciliares mas a proximidade entre as habitaccedilotildees e focos naturais
poderia contribuir para tal infestaccedilatildeo (SANTOS JR 2013)
Em outro trabalho Lima et al (2012) refere que a substituiccedilatildeo de aacutereas
de florestas para cultivo e uso de defensivos quiacutemicos tendem a afastar pequenos
mamiacuteferos e roedores fonte alimentar natural de triatomiacuteneos silvestres de seus
ecoacutetopos por outro lado currais chiqueiros galinheiros com estrutura improvisadas
oferecem abrigo a esses insetos favorecendo a manutenccedilatildeo do ciclo de vida do
hemiacuteptero e proximidade com humanos
Foi observado baixa escolaridade na populaccedilatildeo estudada apenas 901
concluiu o fundamental 1137 o ensino meacutedio e 1725 eram analfabetos o que
se reflete em atividades econocircmicas no campo como lavradores para subsistecircncia
familiar em concordacircncia com o estudo de Dias et al 2002 Oliveira - Marques et al
2005
Em relaccedilatildeo agrave transfusatildeo sanguiacutenea 15 pesquisados afirmaram terem
sido submetidos a este procedimento apenas um considerado natildeo conclusivo fez
uso deste procedimento haacute dois anos natildeo sendo considerada causa da provaacutevel
infecccedilatildeo diante da melhoria recente na avaliaccedilatildeo soroloacutegica de doadores Trabalho
recente demonstrou prevalecircncia de 017 em populaccedilatildeo de doadores de Recife -
PE confirmando melhorias na qualidade da triagem dos serviccedilos de hemoterapia
(MELO et al 2009)
Estudo recente realizado em Nova York de 2007 a 2010 confirmou a
baixa soroprevalecircncia de 00083 em populaccedilatildeo de doadores de sangue (ZANIELO
et al 2012) em comparaccedilatildeo a populaccedilatildeo de doadores do Meacutexico com 075
(KIRCHHOFF et al 2006) e Espanha 062 (PIRON et al 2008) Eacute preocupante o
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
47
risco de transmissatildeo em paiacuteses endecircmicos como Boliacutevia cuja soroprevalecircncia da
infecccedilatildeo em doadores eacute de 15 (COGO et al 2014)
A relaccedilatildeo entre a positividade e transmissatildeo na regiatildeo ainda natildeo estaacute
definida visto que as anaacutelises ainda natildeo foram concluiacutedas as amostras dos
indiviacuteduos que apresentaram sorologia natildeo conclusiva foram encaminhadas para
anaacutelise por um terceiro teste em laboratoacuterio de referecircncia da rede puacuteblica (FUNED)
para conclusatildeo da investigaccedilatildeo
A PAHO (2008) estima 400000 novos casosano por transmissatildeo vetorial
que poderiam ser interrompidos com a reduccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo triatomiacutenea
O estudo trouxe uma nova visatildeo da doenccedila de Chagas com os casos
descobertos no estado e seraacute utilizado para propor aos gestores de sauacutede
mudanccedilas na poliacutetica de controle da doenccedila
Os dados obtidos demostram subnotificaccedilatildeo da doenccedila evidenciada pela
presenccedila do triatomiacuteneo e condiccedilotildees precaacuterias de moradia A domicializaccedilatildeo de
espeacutecie silvestre da regiatildeo estudada assumindo o papel do Triatoma infestans pode
ser responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da transmissatildeo sendo necessaacuterio novas
estrateacutegias para vigilacircncia permanente e diagnoacutestico precoce
9 CONCLUSAtildeO
1 - Haacute infecccedilatildeo humana crocircnica da doenccedila de Chagas na aacuterea rural de
Tobias Barreto sul do estado de Sergipe
2 - Existe transmissatildeo vetorial na aacuterea estudada O percentual de
infecccedilatildeo natildeo estaacute definido sendo aguardado o resultado das anaacutelises dos testes
Western BlotPCR nos individuos com resultados natildeo conclusivo em laboratoacuterio de
referecircncia
3 - Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doenccedila natildeo estaacute
sendo diagnosticada e que transmissatildeo vetorial natildeo estaacute interrompida
demonstrando a necessidade de mudanccedilas nas poliacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
doenccedila
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
48
REFEREcircNCIAS
ALMEIDA E A et al Apresentaccedilatildeo cliacutenica da doenccedila de Chagas crocircnica em indiviacuteduos idosos Rev Soc Bras Med Trop v 40 n 3 2007
AMATO-NETO V et al Avaliaccedilatildeo da sensibilidade da diluiccedilatildeo 120 pela reaccedilatildeo de imunofluorescecircncia indireta no diagnoacutestico soroloacutegico da doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 35 n 2 p 195-196 2002
ANDRADE J A et al Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz Latino Americana para o Diagnoacutestico e Tratamento da Cardiopatia Chagaacutesica Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 97 n 2 p 1-48 2011
ARGOLO A M FELIX M E PACHECO R S COSTA J Doenccedila de Chagas e seus principais vetores no Brasil Imperial novo Milecircnio Rio de Janeiro p 64
2008
BERN C et al Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas nos Estados Unidos Clinical Microbiology Reviews v 24 n 4 p 655-68 Outubro 2011
BORGES J D et al Seroprevalence of Chagas disease in schoolchildren from two municipalities of Jequitinhonha Valley Minas Gerais Brasil six years following the onset of epidemiological surveillance Revista do Instituto de Medicina Tropical Satildeo Paulo v 48 n 2 p 81-86 2006
BRASIL Constituiccedilatildeo (1988) Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Senado Federal Brasiacutelia 1988
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Consenso Brasileiro em Doenccedila de Chagas Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 38 n 3 p3 -29 2005
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 72008 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 20082013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Vigilacircncia em sauacutede zoonoses Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
49
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias Guia de bolso Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Vigilacircncia Epidemioloacutegica 8 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 15 de agosto de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede Brasiacutelia 2014 Disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrindexphpoministerioprincipalsecretariassvsdoenca-de-chagasgt Acesso em 10 de outubro de 2014
BRENER Z ANDRADE ZA BARRAL-NETTO M Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas 2ordf Ediccedilatildeo Rio de Janeiro Guanabara Koogan p 431 2000 CDC ndash Center
Disease Control Disponiacutevel em lthttpwwwdpdcdcgovdpdxHTMLTrypanosomiasisAmericanhtmgt Acesso em 20 de Agosto de 2013
CDC - Center Disease Control imagemDisponiacutevel em ltdisponiacutevel em httpwwwcdcgovparasiteschagasbiologyhtmlgt Acesso em 16 de Julho de 2014
COSTA M M R BARBOSA R D M Levantamento de casos de doenccedilas de chagas no sertatildeo do Alto Pajeuacute ndash Pernambuco - Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 42 p 384 2009
COGO A et al Perfil epidemioloacutegico de doadores de sangue soropositivos para Doenccedila de Chagas na Regiatildeo Sul Revista Sauacutede Santa Maria v 40 n 1 p125-132 JanJul 2014
COURA J R The discovery of Chagas disease (1908-1909) great successes and certain misunderstandings and challenges Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 46 n 4 p 389-390 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822013000400389amplng=en httpdxgt Acesso em 13 de maio de 2013 doiorg1015900037-8682-0143-2013
CREMA E et al Correlaccedilatildeo manomeacutetrico-radioloacutegica e sua importacircncia no tratamento ciruacutergico do megaesocircfago chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 36 n 6 p 665-669 2003
DEVERA R FERNANDES O COURA J R Should Trypanosoma cruzi be called cruzi complex A review of the parasite diversity and the potential of selecting population after in vitro culturing and mice infection Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 98 p 1-12 2003 DIAS J C P Doenccedila de Chagas J Bras Med v 55 p 58-82 1989
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
50
DIAS J C P Avanccedilos e Perspectivas na avaliaccedilatildeo do paciente chagaacutesico Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 27 n 2 p 41-43 1994
DIAS J C P Chagas disease success and challenges ions of Triatoma infestans Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 22 n 10 p 2020-2021 2006
DIAS J C P Globalizaccedilatildeo iniquumlidade e doenccedila de Chagas Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n 1 p 513-522 2007
DIAS J C P Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease Historical aspects present situation and perspectives Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz
v 102 n 1 p 11-18 2007
DIAS J C P AMATO-NETO V Prevenccedilatildeo referente agraves modalidades alternativas de transmissatildeo do trypanosoma cruzi no Brasil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 44 n 2 2011 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822011000800011amplng=enampnrm=iso Acesso em 21 Nov 2014
BRASIL Coacutedigo Tributaacuterio Nacional Lei nordm 9393 de 25 de outubro de 1966 Dispotildee sobre o Sistema Tributaacuterio Nacional e institui normas gerais de direito tributaacuterio aplicaacuteveis agrave Uniatildeo Estados e Municiacutepios Disponiacutevel em lthttpwwwreceitafazendagovbrlegislacaoleisant2001lei939396htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz Brasiacutelia 2012 Disponiacutevel em ltwwwfiocruzbrchagascgicgiluaexesysstarthtmsid=130gt Acesso em 08 de outubro de 2014
BRASIL Lei n 4504 de 30 de novembro de 1964 Dispotildee sobre o Estatuto da Terra e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl4504htmgt Acesso em 08 de setembro de 2014
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Portal da Sauacutede 2013 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudeprofissionalareacfmid_area=1530gt Acesso em 20 de agosto de 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema de Vigilacircncia em Sauacutede Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo - Sinan Net 2014 COURA JR BORGES-PEREIRA J Chagas disease What is known and what should be improved a systemic review Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 n 3p 286-296 2012
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
51
GARCIA E L VIEIRA E GOMES J E P L GONCcedilALVES A M Molecular biology of the interaction Tripanosoma cruzi invertebrate host Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 79 p 33-37 1984
GARCIA E L et al Interactions between intestinal compounds of triatomines and Trypanosoma cruzi Trends in Parasitol v 20 p 499-505 2010
GOMES Y M et al Serodiagnosis of chronic Chagas infection by using EIErecombinant-Chagas-Biomanguinhos kit Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 96 n 4 p 497ndash501 2001
FERREIRA F L JANSEN M A ARAUJO A Chagas disease in prehistory Academia Brasileira de Ciecircncias Rio de Janeiro v 83 n 3 Setembro 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0001-37652011000300022amplng=enampnrm=isogt Acesso em 12 de novembro de 2014
HENAO-MARTIacuteNEZ A F SCHWARTZ D A YANG I V Chagasic cardiomyopathy from acute to chronic is this mediated by host susceptibility factors Elsevier Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene p 106 2012 Disponiacutevel em lt
httpdxdoi101016jtrstmh201206006gtAcesso em 25 de julho de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em URLlt httpwwwibgegovbrbrasil_em_sintesegt Acesso em 19 de outubro de 2012
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica imagem 2014 Adaptado disponiacutevel em lthttpcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=280740ampsearch=||infogrE1ficos-dados-gerais-do-municEDpiogt acesso em 10 de outubro de 2014
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaomapa_mercado_trabalhonotastecnicasshtmgt acesso em 17 de outubro de 2014
KIRCHHOFF L V et al Transfusion-associated Chagas disease (American trypanosomiasis) in Mexico implications for transfusion medicine in the United States Transfusatildeo PubMed v 46 p298 2006
LANA M TAFURI W L Trypanosoma cruzi e Doenccedila de Chagas In NEVES DP Parasitologia Humana 10deg ed Satildeo Paulo Atheneu p 73-96 2000 LAZZARI C R PEREIRA M H LORENZO M G Behavioural biology of Chagas disease vectors Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v 108 n 1
2013 Disponiacutevel emhttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S007402762013000900034amplng=enampnrm=iso acesso em 12 de julho de 2014
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
52
LESCURE X F et al Chagas disease changes in knowledge and management Publication Journal The Lancet Infectious Diseases Paris v 10 n 8 p 556-570 Agosto 2010
LIMA R F A et al Triatomines in dwellings and outbuildings in an endemic area of Chagas disease in northeastern Brazil Rev Soc Bras Med Trop Uberaba v 45 n 6 Dezembro 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S003786822012000600009amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
LINS J S Taxa de infecccedilatildeo triatomiacutenica e pesquisa de infecccedilatildeo humana por Trypanosoma cruzi em uma aacuterea rural de Sergipe22-03-2013 65 pag (Dissertaccedilatildeo ndash Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) Sergipe UFS 2013
LUNARDELLI A et al Soroprevalecircncia da doenccedila de Chagas em candidatos a doadores de sangue Revista Brasileira de Anaacutelises Cliacutenicas v 39 n2 p 139-
141 abr-jun 2007
MARIN-NETO J A Cardiopatia Chagaacutesica Arquivos Brasileiros de Cardiologia
v 72 p 247-263 1999
MEIRA W S F et al Tripanosoma cruzi recombinant complement regulatory protein a novel antigen for use in an enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Chagas disease Journal of Clinical Microbiology v 40 n 10 p 3735-3740 2002
MELO S A et al Prevalecircncia de infecccedilatildeo chagaacutesica em doadores de sangue no estado de Pernambuco Brasil Rev Bras Hematologia Hemoterapia Satildeo Paulo
v 31 n 2 Apr 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S151684842009000200006amplng=enampnrm=isogt acesso em 17 de julho de 2014
MONCAYO A Chagas Disease Current Epidemiological Trends after the Interruption of Vectorial and Transfusional Transmission in the Southern Cone Countries Mem Inst Oswaldo Cruz v 98 n5 p 577-591 2003
MOREIRA H REZENDE J M SEBBA F AZEVEDO I F LEITE A C A SOARES E P Megacoacutelon Chagasico Rev Bras Colo Proct v 3 n4 p 152-162 1983
PIRON M et al Soroprevalecircncia de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em risco doadores de sangue na Catalunha (Espanha) Transfusatildeo v 48 p 1862-8 2008
MUNtildeOZ J et al Perfil cliacutenico de Trypanosoma cruzi infecccedilatildeo em um ambiente natildeo-endecircmica imigraccedilatildeo e doenccedila de Chagas Clinical Infectious Diseases v 48
n12 p 1736-1740 2009
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
53
OELEMANN W M R et al Evaluation of three commercial enzyme-linked immunosorbent assays for diagnosis of Chagasrsquo disease Journal of Clinical Microbiology v 36 n 9 p 2423-2427 1998
OLIVEIRA-MARQUES D S et al The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in Trypanosoma cruzi infected blood donor candidates Londrina Paranaacute Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 47 n
6 p 321-326 2005
PAHOHSDCD Epidemiological Profiles of Neglected Diseases and Other Infections Related to Poverty in Latin America and the Caribbean Presented at the Consultation on a Latin American and Caribbean Trust Fund for the Prevention Control and Elimination of Neglected and Other Infectious Diseases Washington DC 15-16 de dezembro de 2008 Disponiacutevel em httpnewpahoorghqindexphpoption=com_joomlabookampItemid=259amptask=displayampid=37
PRATA A Clinical and epidemiological aspects of Chagas disease The Lancet Infectious Diseases v 1 n 2 p 92-100 Sep 2001
PEREIRA B A C et al Arritmias e a forma indeterminada da Doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiologia v 47 p 197-9 1986
PENARANDA-CARRILLO R CASTRO C REZENDE J PRATA A MACEDO V Estudo radioloacutegico do esocircfago de chagaacutesicos em 25 anos do Projeto Mambaiacute Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 39n2 p152-155
2006
PINTO D C J Tendencias sociales de la enfermedad de Chagas para las proacuteximas deacutecadas Salud Colectiva Lanuacutes 2012 Disponiacutevel em
httpwwwscielosporgscielophpscript=sci_arttextamppid=S185182652012000300010amplng=esampnrm=iso acesso em 23 de agosto de 2013
RASSI-JUNIOR A RASSI S G RASSI A Morte suacutebita na doenccedila de Chagas Arquivo Brasileiro de Cardiolgia v 76 p 75-78 2001
RASSI A REZENDE J M RASSI J R A Advanced megaesophagus (Group III) secondary to vector-borne Chagas disease in a 20-month-old infant Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 45 p 266-8 2012
RIBEIRO A L ROCHA M O C Inderminate form of Chagas disease considerations about diagnosis and prognosis Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 31 n 3 p 301-314 1998
ROCHA M O C RIBEIRO A L TEIXEIRA M M Clinical managment of chronic Chagas cardiomyopathyFront Biosci v 8 p 44 e 54 2003
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
54
SANTOS-JUNIOR E J et al Evaluation of natural foci of Panstrongylus megistus in a forest fragment in Porto Alegre State of Rio Grande do Sul Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v 46 n 5 Outubro 2013
Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0037-86822013000500575amplng=enampnrm=isogt acesso em 16 de julho de 2014
SARQUIS O L et al Avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica e conhecimento sobre a Doenccedila de Chagas e seus vetores de uma comunidade de assentados em aacuterea endecircmica do Nordeste Brasileiro Rev Bras de Medicina Tropical v 42 p 385 2009
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Diretoria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Nuacutecleo de Sistema de Informaccedilatildeo Relatoacuterio de atividades Junho 2013 a
SERGIPE Secretaria de Estado da Sauacutede Nuacutecleo de Endemias Programa de Controle da Doenccedila de Chagas 2013b
SILVA S A GONTIJO E D AMARAL C F S Case-control study of factors associated with chronic Chagas heart disease in patients over 50 years of age Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v 102 n7 p845-851 2007
SILVEIRA A C Situaccedilatildeo do controle da transmissatildeo vetorial da doenccedila de Chagas nas Ameacutericas Cad Sauacutede Puacuteblica v 16 n 2 p 35-42 2000
SILVEIRA A C Os novos desafios e perspectivas futuras do controle Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v 44 n 2 2011
TRINDADE R L et al Triatomiacuteneos do Seridoacute Potiguar ecoacutetopos naturais e peridomiciliar Rev Bras De Medicina Tropical v 42 p 388 2009
VILLELA M M et al Avaliaccedilatildeo do Programa de Controle da doenccedila de Chagas em relaccedilatildeo agrave presenccedila de Panstrongylus megistus na regiatildeo centro oeste do estado de Minas Gerais Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 25 n 4 abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttexamppid=S0102311X2009000400022ampIng=enampnrm=isogt Acesso em 18 de agosto de 2013
WORLD HEALTH ORGANIZATION Control of Chagas` disease Report of a WHO Expert Committee Geneva WHO Technical Report Series n 905 2002
WORLD HEALTH ORGANIZATION Research priorities for Chagas disease human African trypanosomiasis and leishmaniasis WHO Technical Report Series n 975 ISSN 0512-3054 Geneva 2012
WORLD HEALTH ORGANIZATION First WHO report on neglected tropical diseases Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases 2010
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
55
WORLD HEALTH ORGANIZATION Chagas disease (American trypanosomiasis) Fact sheet Ndeg340 Updated March 2014 disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs340engt Acesso em 24 de novembro de 2014
ZANIELLO B A et al Seroprevalence of Chagas Infection in the Donor Population PLOS ONE v 6 n 7 p 1771 2012
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
56
APEcircNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu_______________________________________________________
abaixo assinado autorizo a pesquisadora Diana Matos Euzeacutebio (1) sob a
orientaccedilatildeo da Drordf Acircngela Maria da Silva (2) a desenvolver a pesquisa abaixo
descrita
Tiacutetulo do Experimento ldquoAspectos Epidemioloacutegicos da Doenccedila de Chagas
em Aacuterea Rural do Municiacutepio de Tobias Barreto Sergiperdquo
O estudo seraacute realizado nos povoados Poccedilo da Clara e Alagoinhas
localizados em Tobias Barreto na regiatildeo Sul do Estado de Sergipe Seratildeo
investigadas famiacutelias onde inicialmente a pesquisadora (enfermeira) e um estudante
de medicina faratildeo o cadastro das famiacutelias e seratildeo coletadas as amostras de sangue
para realizar as sorologias para a Doenccedila de Chagas Para as sorologias positivas
aleacutem da entrevista cliacutenica demograacutefica e do exame fiacutesico seratildeo agendados os
exames radioloacutegicos o xenodiagnoacutestico o eletrocardiograma e o ecocardiograma
(seratildeo realizados no Hospital Universitaacuterio)
Benefiacutecios esperados Contribuir com a manutenccedilatildeo da Sauacutede da
Comunidade
Informaccedilotildees Os participantes tecircm a garantia que receberatildeo respostas a
qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer duacutevida quanto aos assuntos
relacionados agrave pesquisa Tambeacutem a pesquisadora supracitada assume o
compromisso de proporcionar informaccedilotildees atualizadas obtidas durante a realizaccedilatildeo
do estudo
Retirada do consentimento O voluntaacuterio tem a liberdade de retirar seu
consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo natildeo
acarretando nenhum dano ao voluntaacuterio
Aspecto Legal Elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende agrave Resoluccedilatildeo nordm
196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio de
Sauacutede - Brasiacutelia ndash DF
Confiabilidade Os voluntaacuterios teratildeo direito agrave privacidade A identidade
(nomes e sobrenomes) do participante natildeo seraacute divulgada Poreacutem os voluntaacuterios
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
57
assinaratildeo o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicaccedilotildees
Quanto agrave indenizaccedilatildeo Natildeo haacute danos previsiacuteveis decorrentes da pesquisa
mesmo assim fica prevista indenizaccedilatildeo caso se faccedila necessaacuterio
Informaccedilotildees dos nomes endereccedilos e telefones dos responsaacuteveis pelo
acompanhamento da pesquisa
1 - Diana Matos Euzeacutebio enfermeira especialista em sauacutede puacuteblica pela
UNAERP Mestranda da Universidade Federal de Sergipe Residente a Rua B Nordm
71 Anexo 4 Conj Santa Luacutecia Bairro Jabutiana Aracaju ndash SE Telefone (79) ndash
8827 4282
2 - Acircngela Maria Silva Profordf Drordf do Departamento de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe Rua Claacuteudio Batista SN Br Sanatoacuterio Aracaju -
SE
Aracaju _____de ____________________de 2013
_____________________________________________________
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
58
APEcircNDICE 2
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Nordm ________ Data 2014
Questionaacuterio para pesquisa em DOENCcedilA DE CHAGAS e DIABETES
Nome
Idade Data Nasc
Naturalidade Procedecircncia
Endereccedilo
Telefone
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
raccedila branca ( ) negra ( ) pardo ( ) indio ( ) amarela ( )
Profissatildeo
Renda mensal familiar ( ) menos de 1 salaacuterio ( ) 1 salaacuterio ( ) 2 salaacuterios 3 ou mais
salaacuterios ( )
Quanto tempo reside no domicilio ( ) meses ou ( ) anos
Nuacutemero de pessoas no domicilio Residecircncias Anteriores ( ) zona rural ( )
cidade
Animais convivem no domicilio ( ) sim ( ) natildeo se sim quais
__________________________
Fez transfusatildeo sanguiacutenea ( ) sim Haacute quanto tempo ________ ( ) natildeo ( ) natildeo sabe
Estuda ( ) Sim ( ) Natildeo
Grau de Instruccedilatildeo 1˚ ao 5ordm ano do ensino fundamental ( )
6deg ao 9deg ano do ensino fundamental ( )
Ensino meacutedio completo ( )
Ensino meacutedio incompleto ( )
Analfabeto ( )
Conhece o barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Onde encontrou ( ) No quarto ( ) Fora do quarto em casa ( ) Peridomiciacutelio
( )Outro __________________
Jaacute foi picado(a) pelo barbeiro ( ) Sim se sim quantas vezes______ ( ) Natildeo
Outra pessoa no domicilio jaacute foi picada pelo barbeiro ( ) Sim ( ) Natildeo
Se sim haacute quanto tempo _____
Tipo de moradia
paredes( ) taipa ( ) madeira ( )alvenaria ( ) mista ___________
telhado ( ) palha ( ) telha ( ) outros
Possui sanitaacuterio ( ) sim ( ) natildeo
Presenccedila de energia eleacutetrica ( ) sim ( ) natildeo
Abastecimento de aacutegua canalizada( )sim ( ) natildeo
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
59
Se natildeo qual________________________
Tabagista ( ) Sim ( ) Natildeo Se sim maccedilosdia ______________
Etilista ( ) Sim ( ) Natildeo frequecircncia ___________
Possui Doenccedila Renal ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Diabetes Melitus ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Problemas cardiacuteacos ( ) Sim ( ) Natildeo ( ) Natildeo Sabe Informar
Glicemia Capilar________Pressatildeo Arterial________IMC _________________
Histoacuterico de diabetes na famiacutelia ( ) Nenhum ( ) Pais ( ) Avoacutes
Comorbidades relacionadas ao diabetes ( ) Problemas visuais( ) Uacutelcera ( )Amputaccedilatildeo
Sintomatologia para diabetes ( ) Poliuria ( ) Polidpsia ( ) Perda de Peso
Pratica Atividade Fiacutesica ( )Sim ( ) Natildeo
Se sim qual
Faz uso de medicaccedilatildeo hipoglicemiante
( ) Sim ( )Natildeo
Se sim qual
Horaacuterio da ultima refeiccedilatildeo_________
Dados Laboratoriais Glicemia de Jejum_______Hemoglobina Glicada ______
Lipidograma Colesterol Total _________ LDL______________ HDL _____________
Trigliceriacutedeos __________________
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
60
APEcircNDICE 3
Fotos das localidades Poccedilo da Clara e Alagoinhas
Figura xx
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
61
ANEXO 1
Termo de Aprovaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Sergipe em 03 de
outubro de 2010 da pesquisa que seraacute dado seguimento
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa
62
ANEXO 2
Declaraccedilatildeo do Conselho de Eacutetica em Pesquisa autorizando a pesquisa