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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL RODRIGO DE SOUSA OLIVEIRA CRESCIMENTO INICIAL DE 45 CLONES DE MOGNO AFRICANO (Khaya ivorensis A. Chev) EM DUAS REGIÕES DE MINAS GERAIS GOIÂNIAGO 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

RODRIGO DE SOUSA OLIVEIRA

CRESCIMENTO INICIAL DE 45 CLONES DE MOGNO AFRICANO

(Khaya ivorensis A. Chev) EM DUAS REGIÕES DE MINAS GERAIS

GOIÂNIA– GO

2016

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RODRIGO DE SOUSA OLIVEIRA

CRESCIMENTO INICIAL DE 45 CLONES DE MOGNO AFRICANO

(Khaya ivorensis A. Chev) EM DUAS REGIÕES DE MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Escola de Agronomia da Universidade Federal

Goiás, como requisito parcial para a obtenção

do título de Engenheiro Florestal.

Orientador

Prof. Dr. Evandro Novaes

GOIÂNIA– GO

2016

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RODRIGO DE SOUSA OLIVEIRA

CRESCIMENTO INICIAL DE 45 CLONES DE MOGNO AFRICANO

(Khaya ivorensis A. Chev) EM DUAS REGIÕES DE MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso Defendido e Aprovado em ___/___/____, pela Banca

Examinadora constituída pelos membros:

Nota:________ (______________________________________)

____________________________________________

Prof. Dra. SybelleBarreira

Professora - EA/UFG

____________________________________________

Dra. Cristiane Fioravante Reis

Pesquisadora – EMBRAPA FLORESTAS

____________________________________________

Prof. Dr. Evandro Novaes – EA/UFG

(Orientador)

Goiânia, Goiás

Julho/2016

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A Deus, em primeiro lugar, pela dádiva da vida, força e saúde para percorrer esta

árdua caminhada. À minha família, por terem acreditado em mim desde o ínicio e pelo seu

apoio incondicional, principalmente a minha mãe Rosimeiry Vieira de Sousa Oliveira, meu pai

Gilson Alves de Oliveira e meu irmão Lucas de Sousa Oliveira, pelos cuidados, força,

investimento e apoio para seguir em frente. A minha namorada Jéssica Leite André pelo

carinho, paciência e apoio desde o momento em que aceitou fazer parte desta jornada. Aos meus

avós Modesto Marcelino de Oliveira (in memorian), Rita Alves de Oliveira, Dirceu Bernardes

de Souza e Waldemira Vieira de Souza, que me ajudaram a formar muito do meu caráter, e

também por todo apoio, estão felizes e orgulhosos com essa conquista.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, pela dadiva da vida e por fazer de mim uma pessoa

com capacidade de discernimento nas escolhas e caminhos a serem seguidos ao longo desta

caminhada.

Aos meus pais Gilson Alves de Oliveira e Rosimeiry Vieira de Sousa Oliveira, ao

meu irmão Lucas de Sousa Oliveira, que apesar de todas as adversidades, sempre com amor,

carinho e apoio, jamais mediram esforços para que eu pudesse concluir com êxito esta etapa de

minha vida.

Aos meus avós Modesto Marcelino de Oliveira (in memorian), Rita Alves de

Oliveira, Dirceu Bernardes de Souza e Waldemira Vieira de Souza, que sempre estiveram

presentes, de uma forma ou de outra, me apoiando e incentivando sempre.

A minha namorada Jéssica Leite André pelo apoio incondicional, carinho, amor e

compreensão desde que surgiu no meu caminho, colaborando muito para a conclusão desta

etapa.

Gostaria de agradecer também aos meus primos Daniel Ribeiro Batuira, Nilton

Soares de Oliveira e Natanael Almeida Mendonça, e ao meu tio Wilson Alves de Oliveira, pelas

inúmeras vezes e de várias formas que me ajudaram durante a trajetória da graduação.

Ao meu orientador, Evandro Novaes pelo desafio assumido e pela orientação,

sempre com boa vontade, coerência e ética, durante a trajetória deste trabalho de cunho

inteiramente cientifico e de outros trabalhos durante a graduação.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha formação

acadêmica, pelo conhecimento transmitido e pelo incentivo à pesquisa. Agradecimento especial

ao professor Fábio Venturoli, pelas primeiras oportunidades na pesquisa, e ao prof. Leonardo

Collier e a professora Sybelle Barreira pelo apoio e incentivo para que eu realizasse intercâmbio

acadêmico.

Agradeço a empresa Mudas Nobres, pela parceria e empenho para que este trabalho

fosse realizado, tanto pela implementação dos experimentos, bem como pela mobilização para

que os mesmos fossem avaliados.

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A todos aqueles que dedicaram um pouco do tempo e suor para a coleta de dados

para este trabalho e que sem eles o mesmo não seria concluído, em especial ao colega de curso,

Douglas Matheus e ao Eng. Agr. João Augusto da Silva.

Ao pessoal do Laboratório de Genética de Microorganismos (LGM/UFG) durante

os dois primeiros anos de minha vida acadêmica por todo o apoio, ensinamentos na área de

pesquisa e pela convivência maravilhosa, em especial a professora Leila Garcês, e aos amigos

Msc. Jacqueline Borba, Msc. Kellen Brandão, Eng. Agr. Carlos Silva e Eurípedes Junior.

Aos professores e amigos que fiz durante o período de intercâmbio, realizado na

histórica e maravilhosa Università degli Studi di Firenze, em Florença, Itália, pelo

companheirismo, ensinamentos e pela receptividade, em especial aos amigos Ginevra Manzo,

Mirko Grotti e Giacomo Sbaragli e aos professores Alberto Pierguidi e Laura Mugnai.

Aos companheiros de curso e amigos feitos durante a minha trajetória no curso de

engenharia florestal desta universidade, meus sinceros agradecimentos por todos os grandes

momentos vividos nesta instituição que marcou uma importante fase da minha vida, em especial

aos amigos que levo para a vida toda: Ana Carolina Cavalcanti Pereira, Fabíula Zimmermann

das Neves, Fernando Esteves Naves, Ketley Ludimilla da Silva, Talita Nunes de Castro

Figueiredo e Túllio Morais Franca.

Agradeço também a Universidade Federal de Goiás e a Escola de Agronomia, pela

vaga disponibilizada neste curso e pelas estruturas física e técnica, fornecidas durante toda a

minha graduação.

Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um

pouco de si para que a conclusão deste trabalho e deste curso se tornasse possível.

Muito obrigado!

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OLIVEIRA, R. S; Crescimento inicial de 45 clones de mogno africano (Khaya ivorensis

A. Chev) em duas regiões de Minas Gerais. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso

(Bacharel em Engenharia Florestal) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,

Goiânia, 2016.

RESUMO

Quando possível, a clonagem de indivíduos superiores acelera sobremaneira os ganhos de

produtividade obtidos em ciclos de melhoramento. O mogno africano (Khaya sp) é uma

espécie arbórea passível de propagação assexuada. Esta espécie vem sendo vislumbrada

como uma substituta para as espécies nativas de madeira nobre, uma vez que sua madeira

possui alto valor na indústria de moveis finos, devido ao alto padrão de beleza de sua

madeira. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial de mudas de 45 clones

de mogno africano e compará-los com mudas seminais, não selecionadas, em duas diferentes

condições edafoclimáticas no estado de Minas Gerais. Nas duas distintas regiões foram

instalados testes clonais, com clones obtidos de árvores superiores provenientes de plantios

no estado do Pará. Um teste foi instalado no município de Engenheiro Navarro, norte de

Minas Gerais, sob manejo de irrigação por gotejamento, com delineamento de blocos ao

acaso, com 40 tratamentos (diferentes clones) juntamente com a testemunha (mudas

seminais), com 4 repetições e parcelas lineares de 4 plantas/clone. O segundo teste clonal foi

implantado em Santo Antônio do Amparo, ao sul do mesmo estado, seguindo o mesmo

delineamento com a diferença no tamanho da parcela, que ficou com duas árvores em linha

por clone. Em Santo Antônio do Amparo o número de clones testados foi de 36. Ambos os

testes foram plantados em 2014 com espaçamento de 5x5 m e tiveram cuidados iniciais como

o combate a formigas, eliminação de mato competição e correção do solo por meio de

adubação. Com aproximadamente 12 meses após plantio, foram avaliados, a altura total, o

diâmetro a altura do peito (DAP) e o volume de madeira. Os dados foram submetidos a

análises de variância (ANOVA) individual, para cada região, e conjunta, bem como a uma

análise de comparação de médias via Scott-Knott. Observou-se que todas as procedências

clonais obtiveram resultados superiores às seminais, para todas as variáveis analisadas nas

duas diferentes condições de sítio. Em Engenheiro Navarro, os valores de altura total para

os clones variaram entre 2,2 a 3,6 m, gerando uma média superior à altura média das

procedências seminais (1,7 m). O mesmo ocorreu com os valores médios para DAP, que

variou de 3,0 a 4,6 cm para os clonados comparado com 2,5 cm para as mudas seminais.

Para Santo Antônio do Amparo foi observado a mesma tendência de superioridade dos

clones, com relação as mudas seminais, evidenciando médias superiores tanto para a altura

total, quanto para o DAP.A análise conjunta mostrou a existência da interação significativa

entre os diferentes genótipos e o ambiente em que foram alocados.

Palavras chave: Teste clonal, procedências, mogno africano, interação genótipo por ambiente.

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OLIVEIRA, R. S; Initial growth of 45 African mahogany clones (Khaya ivorensis A.

Chev) in two regions of state Minas Gerais. 2016. Course thesis (Bachelor of Forestry)

School of Agronomy, Federal University of Goiás, Goiânia, 2016.

ABSTRACT

When possible, the cloning of superior individuals greatly accelerates the productivity gains

in breeding cycles. African mahogany (Khaya sp) is a tree species capable of assexual

propagation. This species has been envisioned as a replacement for the native species of

hardwood, since its wood has a high value in the fine furniture industry given its high

standard of quality and beauty. The objective of this study was to evaluate the initial growth

of seedlings of 45 African mahogany clones and compare them with seminal seedlings, not

selected, in two different soil and climatic conditions in the state of Minas Gerais. Clonal

tests were planted in two distinct regions with clones obtained from superior trees from

plantations in the state of Pará. One test was planted in the city of Engenheiro Navarro, North

of Minas Gerais State, under drip irrigation with complete randomized block design with 40

treatments (different clones) and seminal seedlings as control, with 4 replicates and linear

plots of 4 plants / clone. The second clonal test was established in Santo Antonio do Amparo,

South of Minas Gerais, following these am experimental design except that the plot was

composed by two trees in the plant in grow. In Santo Antonio do Amparo 36 clones were

evaluated. Both tests were planted in 2014 with spacing of 5x5 m. Before planting ants and

weed competition were controled and the soil was fertilized. With about 12 months after

planting to all height, diameter at breast height (DBH) and the volume of wood were

evaluated. The data were submitted to individual analyses of variance (ANOVA) for each

region, and joint ANOVA with data from both regions. The averages for each clone were

compared via Scott-Knott test. It was observed that all clones obtained better growth results

than the seminal seedlings for all variables in the two different site conditions. In Engenheiro

Navarro, the total height values for the clones ranged from 2.2 to 3.6 m, generating an

average higher than the average height of the seminal seedlings (1.7 m). The same occurred

with the average values for DAP, which ranged from 3.0 to 4.6 cm for clones compared to

2.5 cm for the seminal seedlings. In Santo Antonio do Amparo the same trend of clone

superiority was observed with respect to both total height and DBH. The joint ANOVA

showed the existence of significant interaction between the different genotypes and the

environment in which they were allocated.

Keywords: clonal test, provenances, African mahogany, genotype by environment

interaction.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................... 10

2. 1 Caracterização do Mogno africano (Khaya spp.) ....................................................................... 10

2. 2 Importância do Mogno africano (Khaya spp.)............................................................................ 13

2. 3 Testes Clonais ............................................................................................................................. 14

2. 4 Enxertia....................................................................................................................................... 15

2. 5 Tipos de Enxertia ........................................................................................................................ 17

2. 6 Crescimento em Mogno Africano .............................................................................................. 20

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................ 21

3. 1 Áreas de estudo ......................................................................................................................... 21

3. 2 Origem do material clonado ...................................................................................................... 23

3. 3 Estrutura dos testes Clonais ...................................................................................................... 23

3. 4 Avaliação do desenvolvimento das árvores .............................................................................. 25

3. 5 Análise dos dados ...................................................................................................................... 25

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................................................... 26

4. 1 Altura total (Ht) .......................................................................................................................... 26

4. 2 Diâmetro à altura do peito (DAP) ............................................................................................... 30

4. 3 Volume estimado (m³/ha) .......................................................................................................... 33

4. 4 Análise conjunta dos dados ........................................................................................................ 36

4. 5 Comparação entre genótipos clonais e seminais ....................................................................... 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................................................... 41

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1. INTRODUÇÃO

A grande demanda mundial por produtos de origem florestal, principalmente por

madeira, estimula a produção e o corte de árvores de importância econômica. A exploração

predatória de madeira tem provocado a degradação em vários biomas brasileiros,

aumentando o risco de extinção não só das espécies florestais exploradas, mas de várias

outras que sofrem com a degradação do ecossistema (SOARES, 2014). Uma alternativa para

que se reduza o desmatamento ilegal de áreas nativas, são os plantios planejados de culturas

florestais.

De acordo com os dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) de 2014, no

Brasil além de existir plantios comerciais de Eucalyptus spp, Pinus spp, ocorrem também

plantios florestais de espécies não convencionais, como acácia negra (Acacia

decurrens (Wendl.) Willd.), seringueira (Hevea brasiliensis L), teca (Tectona grandis Linn.

F.), paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke), a araucária (Araucaria angustifólia

(Bertol.) Kuntze), e o mogno africano (Khaya spp.). Essas espécies oferecem novas opções

para o reflorestamento com fim comercial.

O mogno de origem africana vem se tornando uma espécie de grande

importância na Região Amazônica e no Brasil como um todo, em virtude do seu alto valor

econômico, sua facilidade de produção de mudas e rápido crescimento, podendo inclusive

promovera recuperação de áreas alteradas. Em 1976, foram plantados os cinco primeiros

exemplares de Khaya ivorensis A. Chev, na sede da Embrapa Amazônica Oriental, em

Belém, Pará. Destes exemplares saíram às sementes que deram origem aos primeiros

plantios em território nacional, principalmente nos estados do Pará, Goiás e Minas Gerais

(FALESI & BAENA, 1999).

A proibição legal da exploração e comercialização da madeira de mogno

brasileiro no ano de 2000 tem gerado demanda por produtos alternativos, sendo o mogno

africano uma alternativa promissora (GASPAROTTO et al., 2001; COUTO et al., 2004). O

excelente preço alcançado por sua madeira, associados à sua produtividade, precocidade,

rusticidade e resistência ao ataque da Broca do mogno-brasileiro (Hypsipyla grandella

Zeller), tem despertado o interesse de empresários do ramo madeireiro, bem como de

investidores.

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O melhoramento florestal do mogno africano ainda é praticamente inexistente.

Porém, o melhoramento tem potencial para trazer esta espécie, que ainda se encontra em

estado praticamente selvagem, para novos patamares de produtividade. O sucesso obtido

com o gênero Eucalyptus spp, no Brasil, e com a Hevea brasiliensis L. na Ásia, são exemplos

do potencial que um programa de melhoramento tempara melhorar o cultivo do mogno

africano. Com isso, o objetivo principal deste estudo se concentra na identificação de clones

de Khaya ivorensis A. Chev com crescimento inicial superior, a partir da avaliação de dois

testes clonais instalados no estado de Minas Gerais.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 Caracterização do Mogno africano (Khaya spp.)

A espécie Khaya ivorensis A. Chev., juntamente com K. anthotheca A. Juss., K.

grandifolia C. DC.e K. senegalensis A. Juss., são denominadas no Brasil como Mogno

Africano. Estas são pertencentes à família das Meliáceas que é mundialmente conhecida por

possuir espécies importantes no que se refere à qualidade da madeira. Os mognos africanos

têm sido cada vez mais utilizados por reflorestadores no país, devido a facilidade na

produção das mudas, o rápido crescimento, mas acima de tudo ao elevado valor econômico

que a madeira apresenta no mercado internacional (FALESI & BAENA, 1999).

A área de ocorrência natural de K. ivorensis A. Chev. limita-se às regiões

tropicais úmidas da África Ocidental, como na Costa do Marfim, Gana, Benin, Nigéria e sul

de Camarões (Figura 1a) (LAMPRECHT 1990; LEMMENS 2008). Ela ocorre de forma

esparsa, em florestas higrófilas subcaducifólias de baixas altitudes, desde o nível do mar até

450 m de altitude, habitualmente em vales úmidos. Estes indivíduos suportam inundações

durante o período de chuvas, mas são muito sensíveis aos períodos de estiagem (ACAJOU

D’AFRIQUE, 1979 apud CONDE, 2006).

Por outro lado, a K. senegalensis A. Juss., que tambémocorre naturalmente no

continente africano, possui uma distribuição bem mais ampla entre os paralelos 15° e 18°N,

na faixa entre os oceanos Atlântico e Índico. Sua distribuição abrange países como a

Mauritânia, Mali e Senegal leste, norte dos Camarões e de Uganda, bem como as regiões sul

do Sudão (Figura 1b) (BARROSO, 1987; LAMPRECHT 1990; NIKIEMA &

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PASTERNAK 2008). Também tem se relatado a sua presença em Zâmbia, Guiné, Togo,

Gana e norte da Nigéria. Ela é comumente plantada dentro de sua área natural de

distribuição, principalmente como árvore ornamental, e também fora dessas áreas, como por

exemplo, em Cabo Verde, Tanzânia, Malawi, Madagascar, Ilhas de Reunião, Egito, África

do Sul, Índia, Indonésia, Java, Vietnam, Austrália e América Tropical. A dispersão vertical

de K. senegalensis A. Juss abrange desde o nível do mar até 400 metros de altitude.

A espécie K. anthoteca A. Juss. é amplamente distribuída do leste da Guiné

Bissau até a Uganda e Tanzânia, bem como ao sul da Angola, Zâmbia, Zimbábue e

Moçambique, sendo bastante cultivada em plantios dentro de sua área de distribuição natural

(Figura 1c). Porém, também foi introduzida na África do Sul, Ásia tropical e América

tropical (MAROYI, 2008).

Já a espécie K. grandifolia C. DC., ocorre do leste da Guiné até o Sudão e a

Uganda (Figura 1d). Ocasionalmente ela é cultivada em plantios dentro da sua área natural

de distribuição, por exemplo, na Costa do Marfim e Gana, e plantios de testes têm sido

estabelecidos na Indonésia (OPUNI-FRIMPONG, 2008).

Comparando com o mogno brasileiro, também conhecido como mogno

amazônico e mogno verdadeiro (Swietenia macrophylla King), não se distinguem diferenças

significativas, quanto ao aspecto fenotípico. Existe, porém uma diferença marcante que

distingue bem o mogno africano (K. ivorensis A. Chev.) do brasileiro, que é a coloração

avermelhada dos ramos jovens do K. ivorensis. Essa coloração característica ocorre devido

à concentração de antocianina nas folhas jovens, geralmente concentradas no ápice da

espécie. Por outro lado, no mogno amazônico a coloração das folhas jovens é esverdeada.

(FALESI & BAENA, 1999).

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FIGURA 1: Localização de origem das quatro espécies do gênero Khaya sp.: K. senegalensis

A Juss (A), adaptado de LAMPRECHT, 1990; K. ivorensis A Chev (B) adaptado de

LEMMENS, 2008; K. grandifolia C. DC. (C), adaptado de OPUNI-FRIMPONG (2008) e

K. anthoteca A Juss (D), adaptado de MAROYI, 2008.

O Mogno africano, de um modo geral, é uma árvore robusta, dominante no

estrato arbóreo da floresta, situando-se, muitas vezes, acima do dossel. Seu tronco pode

atingir até 3,5 metros de diâmetro e uma altura total de 30 a 40 metros em média, embora

sejam encontrados indivíduos com cerca de 70 metros de altura, sendo que desses 20-25 m

são de fuste comercial (Figura 2). Já a copa pode variar de 40 a 50 metros de largura

(WILLIAMS, 1932; LAMB, 1966; PENNINGTON & SARUKHÁN, 1968). As raízes

tabulares são comuns e podem atingir até cinco metros de base. Na América Central, o tronco

é espesso, com sulcos profundos e casca quase preta, o que proporciona uma boa resistência

ao fogo (LAMB, 1966; CHUDNOFF, 1979).

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FIGURA 2: Caracterização da arvore adulta de K. ivorensis A. Chev (A), de suas sementes

(B) e estádio de muda (C). Comparação entre a emissão de brotação de K. senegalensis (D)

com tom esverdeado e K. ivorensis A Chev (E) com coloração avermelhada.

2. 2 Importância do Mogno africano (Khaya spp.)

O mogno africano foi implantado no Brasil visando substituir o mogno

brasileiro, S. macrophylla, devido a sua alta resistência ao pequeno lepidóptero Hypsiphyla

grandella Zeller, que é conhecida como broca das meliáceas e é a principal praga do mogno

nativo (CONDE, 2006).

A madeira do mogno africano possui extraordinário valor no mercado

internacional, devido às suas características tecnológicas e a sua beleza. Esta vem sendo

cotada à € 810-970 por m3 serrado (ITTO 2016). A madeira é utilizada na indústria de

movelaria, construção naval e em sofisticadas construções de interiores. O mercado europeu

é o principal consumidor desta madeira (ABREUVILLE, 1959 apud CONDE, 2006). A

madeira apresenta densidade básica de 0,471g/cm3e apresenta ótima trabalhabilidade nas

serrarias e indústrias moveleiras (DA SILVA, 2013).

As propriedades mais interessantes de sua madeira são: a boa colagem e

facilidade de acabamento, resistência a impactos, o que a torna adequada para fabricação de

pisos, acabamentos interiores, corpos do veículo, brinquedos, dormentes, tornearia e até

mesmo celulose. O valor bruto de energia da madeira é de cerca de 19.990 kJ/kg e suas

cinzas podem ser adicionadas em grãos armazenados para impedir o ataque de insetos (DA

SILVA, 2013; ALBUQUERQUE et al., 2011).

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Sua casca amarga é altamente valorizada na medicina tradicional, pois o seu

cozimento ou sua maceração são eficazes contra a febre causada pela malária, além de ser

recomendado para problemas estomacais, diarreia e anemia. Possui propriedades analgésicas

em casos de reumatismo e cefaleias. Pode ser aplicado externamente como desinfetante em

casos como inchaços e doenças de pele como erupções, sarnas, ferimentos, ulceras, bolhas

e hemorroidas, não sendo recomendado o uso para gestantes pois pode causar aborto.

Também é comumente utilizada em medicina veterinária como tônico e anti-helmíntico e

para tratar tripanossomíase, vermes de fígado, diarreias e úlcera (IBF, 2013).

A casca também possui valor comercial elevado no mercado internacional

devido às suas propriedades medicinais. As sementes são colhidas em povoamentos naturais

e em áreas de produção de sementes, sendo comercializadas em todo o mundo. No caso de

K. senegalensis A. Juss, estima-se que mais de 90 % das sementes sejam importadas pelo

continente africano. No caso do K. ivorensis A. Chev, em que as sementes são recalcitrantes,

a maioria delas (cerca de 85%), são oriundas de plantios brasileiros. Como ainda são

escassos os plantios adultos, em idade reprodutiva, e preço das sementes de K. ivorensis A.

Chev é bastante elevado no mercado nacional. Esses valores podem variar de R$ 1.200,00 a

R$ 2.500,00 o quilo, dependendo da origem (MF RURAL, 2015).

2. 3 Testes Clonais

O melhoramento genético florestal possui como objetivo a seleção de árvores

superiores, visando características de interesse, como aumento do volume e densidade da

madeira, tronco cilíndrico e retilíneo, e melhorias da qualidade da madeira. Essas

características são importantes, pois trazem benefícios ao longo de toda a cadeia produtiva,

gerando economia no corte e transporte das árvores e diminuindo a quantidade de terras

usadas para produção de um determinado volume de madeira (GRATTAPAGLIA & KIRST,

2008). O aumento da eficácia e a diminuição do tempo dos ciclos de melhoramento são

importantes principalmente em espécies florestais, que são culturas com longos ciclos

reprodutivos (NASS, et al., 2001; GRATTAPAGLIA, 2007).

A partir das técnicas de melhoramento, aliadas à experimentação e estudos de

genética quantitativa é possível selecionar indivíduos com genótipos superiores para a

formação de florestas mais produtivas. Em espécies com técnicas de propagação vegetativa

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estabelecidas, como é o caso do mogno africano, a clonagem de genótipos superiores acelera

a taxa de ganho genético (SOARES, 2014).

Apesar da clonagem ser uma técnica muito vantajosa, é preciso ter cuidado para

não reduzir a diversidade genética de forma drástica. A seleção dos poucos genótipos

produtivos pode resultar em ganhos inferiores aos esperados nos próximos ciclos de

melhoramento (PATERNIANI & MIRANDA FILHO, 1987). A redução drástica da

diversidade genética causa uma diminuição nos ganhos de seleção e, possivelmente, menor

número de combinação de cruzamentos não endogâmicos.

Avaliação dos diferentes materiais genéticos consiste na instalação de

experimentos com delineamentos apropriados para propiciar um bom controle ambiental e

posteriores análises estatísticos para averiguar se existe diferenças significativas entre as

progênies ou clones testados (PORTO, 2015). Estes testes devem ser implantados em regiões

que representem as condições edafoclimáticas dos ambientes alvo dos plantios. Tais ensaios

podem ser implantados de diferentes formas, com diferentes delineamentos, dependendo do

número de matrizes que se utilizou para seleção inicial, do potencial da espécie, dos recursos

financeiros disponíveis, dentre outros fatores.

Outro aspecto que deve ser considerado é a possibilidade de interação do

genótipo com o ambiente no decorrer dos anos. Sendo este fato generalizado, pode ocorrer

que os melhores genótipos num determinado local, não sejam superiores em outros locais

ou condições edafoclimáticas.

2. 4 Enxertia

Para HARTMANN, et al., (1997), a enxertia é uma forma de propagação

assexuada de vegetais superiores, na qual se colocam em contato duas porções de tecido

vegetal, de tal forma que se unam e, posteriormente, se desenvolvam, originando uma nova

planta. Há duas partes que forma a planta propagada, a primeira delas, o cavalo ou porta-

enxerto, é responsável pela formação do sistema radicular (FACHINELLO et al., 2005) e

geralmente é representado por uma planta jovem, proveniente de sementes ou de estaca,

bastante rústica e resistente às pragas e moléstias (CÉSAR, 1968).

A segunda parte, o cavaleiro ou enxerto, é a planta de características nobres que

se deseja reproduzir, que forma o tronco e a copa. O enxerto é responsável pela absorção da

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luz do Sol e do carbono do ar para realização da fotossíntese e transformação de água e

nutrientes em foto assimilados, essenciais à vida da planta. Esse enxerto pode ser apenas

uma gema no caso do método de enxertia via borbulhia. Para que a enxertia tenha sucesso é

necessário um bom contato das regiões cambiais de ambas as plantas (FACHINELLO et al.,

2005).

O sucesso ou insucesso estão relacionados com diversos fatores que podem

influenciar a cicatrização e união do enxerto no porta-enxerto (CANIZARES, et al., 2003).

Na maioria dos casos os fatores que influenciam na cicatrização são ambientais, podendo

ser controlados por meio de produção em casa de vegetação. Os fatores ambientais mais

importantes para a enxertia são a temperatura, o oxigênio, a luminosidade, vento e umidade,

sendo estes de maneira isolada ou interagindo entre si.

Quando não ocorre a cicatrização ocorre a chamada incompatibilidade da

enxertia. Duas plantas são incompatíveis quando, por motivos intrínsecos a elas, não são

capazes de formar uma união perfeita, impossibilitando o desenvolvimento normal da nova

planta (CABEL, 2003).

Ocorrendo boa conexão entre enxerto e porta enxerto, inicia-se uma

multiplicação de células que formam o calo, de onde se origina tecidos comuns às duas

partes (FAGUNDES, 2013). Há também a formação de novas células cambiais comuns as

duas partes. A partir da formação do cambio se originam os novos tecidos vasculares que

permitem o fluxo de água e nutrientes entre enxerto e porta-enxerto (FACHINELLO et al.,

2005).

A enxertia é empregada largamente na agricultura, principalmente em plantas

frutíferas. Dentre os fatores que motivam seu uso pode-se destacar a multiplicação de plantas

que não podem ser feitas por outro método, utilização de porta-enxerto com características

desejáveis, como genótipo resistente a doenças do solo, maior precocidade da fase

reprodutiva, viabilização do cultivo de espécies ou variedades susceptíveis a problemas

fitossanitários e/ou ambientais, assegurar/expandir características desejáveis segregadas por

mutações naturais ou induzidas, preservar/multiplicar variedades nobres (em qualidade e

produtividade), evitar segregações indesejáveis, renovar pomares em declínio, substituir

plantas pouco interessantes e restaurar plantas injuriadas (RIBEIRO, et al., 2005).

Apesar do cavalo ser responsável principalmente pela formação do sistema

radicular da planta, em alguns casos ocorre o acréscimo de características importantes a

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planta, como resistência a doenças ou pragas. Um exemplo disso foi relatado por Roberts

em 1975 (apud FAGUNDES 2013), que observou a resistência de Toona ciliata M. Roem à

Hypsiphyla grandella Zeller a partir de sua enxertia em Cedrela odorata L.

Mudas usadas como porta-enxertos cultivadas a partir de sementes poderão

produzir árvores com tamanhos diferentes, pois são mudas com constituição genética

diferente, apresentando diferentes fenótipos no sistema radicular. Essa variação pode

influenciar também no ciclo e tempo de reprodução das plantas adultas (ALBUQUERQUE

JR., 2009).

Uma técnica de enxertia mal realizada, muitas vezes, pode causar problemas na

cicatrização do enxerto. O uso inadequado da técnica resulta em pequenas áreas de contato

entre os câmbios de enxerto e porta-enxerto, gerando incompatibilidade e até morte da

planta. Os principais problemas ocorrem devido a cortes desuniformes, amarração errada ou

demorada, danos mecânicos na retirada da gema, desidratação dos ramos fornecedores e do

uso de ferramentas pouco afiadas ou contaminadas (CABEL, 2003).

Novos ramos podem surgir a partir do cavalo, produzindo ramos indesejáveis

por serem genotipicamente diferentes do clone que se quer propagar (enxerto). Tais ramos

enfraquecem a copa por desviar em nutrientes da produção principal e podem até dominar e

superar/substituir a copa formada pelo enxerto. Para se evitar este problema, os enxertos

devem ser vistoriados periodicamente e os brotos “ladrões” do porta-enxerto devem ser

eliminados (ASSUMPÇÃO, et al, 2005).

2. 5 Tipos de Enxertia

Liberty Hyde Bailey, em seu trabalho publicado em 1821, foi o primeiro a

descrever e ilustrar os métodos de enxertia, comumente utilizados nos Estados Unidos e

Europa na época. Os métodos usados hoje, diferem daqueles descritos por Bailey

(HARTMANN, et al., 1997).

A enxertia em espécies florestais se deu na Ásia em 1916 com Van Helter e

Cremer, (DJKIMAN, 1951), tal fato propiciou a seleção e a clonagem de materiais genéticos

ainda mais produtivos, melhorando consideravelmente ainda mais a produtividade da

heveicultura naquele continente (SOUZA, et al, 1990). Ao longo dos anos após seu

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desenvolvimento a técnica de enxertia foi evoluindo com o intuído de se aprimorar a

eficiência e produtividade, desenvolvendo-se diversas técnicas de enxertia.

Uma destas técnicas é a borbulhia, processo que consiste na justaposição de uma

única gema sobre um porta-enxerto enraizado, (SIMÃO, 1998). A época de enxertia para

esse tipo de multiplicação, é durante a primavera até o fim do verão, quando os vegetais se

encontram em plena atividade vegetativa. A borbulhia pode se dar de diversas formas: T

Normal, T invertido, Janela aberta, Janela Fechada e anel (ALBUQUERQUE JR., 2009).

Sendo do tipo T normal (Figura 3a) quando se faz uma incisão no cavalo com

uma lâmina, no sentido transversal e, depois, no sentido perpendicular, formando um “T”.

A gema é retirada, segurando-se o ramo na posição invertida e depois é introduzida no corte

em forma de “T”. Corta-se o excesso e amarra-se com fitilho de cima para baixo.

Pode ser T invertido (Figura 3b) procedendo-se de modo semelhante ao anterior.

Difere apenas na posição normal do ramo para a retirada da borbulha e do modo de introduzir

e amarrar. A colocação da borbulha, bem como a amarração é feita de baixo para cima. Este

método é mais vantajoso que o anterior por evitar a penetração da água e por ser mais fácil

de manejar, (SIMÃO, 1998).

Para fazer o tipo Janela aberta (Figura 3c) são realizadas no porta-enxerto duas

incisões transversais e duas longitudinais, de modo a liberar a região a ser ocupada pela

borbulha. A borbulha é retirada do garfo, praticando-se duas incisões transversais e duas

longitudinais no ramo, de modo a obter um escudo idêntica à parte retirada do cavalo. A

borbulha é alocada no espaço vazio, ficando inteiramente em contato com os tecidos do

cavalo. Em seguida se amarra o enxerto com fitilho (ALBUQUERQUE JR., 2009).

Já no tipo Janela fechada (Figura 3c) o porta-enxerto recebe duas incisões

transversais e uma vertical no centro. Aborbulha é obtida e maneira semelhante ao tipo

anterior. Para assentá-la, levanta-se a casca com uma lâmina e introduz-se a gema e a seguir

recobre-se com a casca do cavalo. E para finalizar fixa-se o enxerto com fitilho, (SIMÃO,

1998).

No tipo Anel (Figura 3d) se faz uma incisão circular quando o enxerto é no topo,

ou duas incisões circulares e uma vertical quando é no meio da haste, de modo a retirar um

anel. No garfo procede-se do mesmo modo, e a superfície deve ser idêntica à do cavalo, para

que haja contato entre as camadas cambiais. Para conclusão do enxerto amarra-se com

fitilho.

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Outro método tradicional de enxertia é a garfagem, processo que consiste em

soldar um pedaço de ramo destacado (garfo) sobre outro vegetal (cavalo), de maneira a

permitir seu desenvolvimento. A garfagem difere da borbulhia, por possuir normalmente

mais de uma gema, (SIMÃO, 1998).

A época normal para garfagem, para plantas de folhas caducas, se dá no período

de repouso vegetativo (inverno), e nas folhas persistentes, dependendo da espécie, na

primavera, no verão ou no outono. Os principais tipos de garfagem são os de meia-fenda

cheia; meia-fenda esvaziada; fenda incrustada; fenda completa; dupla garfagem; inglês

simples e inglês complicado (Figura 3e a 3i) (ALBUQUERQUE JR., 2009).

Em todos os tipos mencionados, o porta-enxerto tem a sua parte superior

decapitada. O enxerto por garfagem é feito cerca de 20 cm acima do nível do solo ou abaixo

dele, na região do coleto. A região do ramo podada com a tesoura é a seguir alisada com

uma lâmina ou um canivete. Para o sucesso da enxertia, é essencial que a região cambial do

garfo seja colocada em contato íntimo com a região correspondente no cavalo.

FIGURA 3: Tipos de enxertia por borbulhia, T normal (A), T invertido (B), janela aberta e

janela fechada (C) e anel (D); e os tipos de enxertia por garfagem, de fenda incrustrada (E),

de fenda completa (F), de dupla garfagem (G), inglês simples (H) e inglês complicado (I).

Adaptado de JACOMINO, 2008.

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2. 6 Crescimento em Mogno Africano

As espécies do gênero Khaya sp são classificadas como tendo média a alta

produtividade. Entretanto o gênero pode apresentar crescimento inferior quando comparada

a uma espécie de alta produtividade, como as do gênero Eucalyptus, que chegam a atingir

DAP de 21 cm e altura média de 18 m aos 3 anos deidade, em crescimento livre de

competição (NUTTO et al., 2006).

São poucos os estudos que relatam o crescimento de mogno africano em

condições de plantio comercial. Em sua área de ocorrência, o mogno africano pode atingir

taxas de crescimentos de 2 a 4 m³/ha/ano, isso aos 30 anos de idade, tendo uma frequência

de 70 indivíduos por hectare (LOUPPE, et al, 2008).

Na Malásia, aos 40 anos de idade, foram relatadas árvores médias com 23,5m

de altura e 29,5cm de diâmetro, onde as árvores dominantes possuíam 30 m de altura e47

cm de diâmetro.

Estudos envolvendo o emprego de técnicas silviculturais de manejo na Costa do

Marfim, obtiveram os melhores resultados em plantios de alta densidade (espaçamento de

3x3 m). A estratégia de manejo empregou quatro desbastes de 50% das árvores, restando

para o corte final 75 a 100 árvores por hectare (DUPOY & KOUA, 1993).

Um experimento na Malásia de Khaya ivorensis A. Chev, com sete anos de idade

e plantio inicial com espaçamento de 3x3 metros, utilizou mudas provenientes de estaquia

de plantas adultas. Aos sete anos o plantio apresentava uma sobrevivência de 87,8%,

diâmetro médio de 15,82cme altura média de 15,8 m (AMINAH, et al, 2005).

No Brasil ainda são poucos os estudos e dados publicados sobre as tendências

de crescimento em espécies do gênero Khaya sp. Porém, como o país é uma referência em

termos de silvicultura e taxas de crescimento de espécies arbóreas, o mogno africano tem

grandes perspectivas de apresentar elevado crescimento, podendo ter sua idade de corte

reduzida (RIBEIRO, et al, 2014).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3. 1 Áreas de estudo

Os experimentos de teste clonal, com os diferentes materiais genéticos de mogno

africano (K. invorensis A. Chev), ocorreram em duas propriedades distintas. A primeira

delas está situada ao norte do estado de Minas Gerais, no município de Engenheiro Navarro.

Já a outra área de estudo situa-se no município de Santo Antônio do Amparo, no oeste do

mesmo estado.

Engenheiro Navarro está localizado a uma altitude média de 978 metros acima

do nível do mar. O clima da região é classificado como BSh (KOPPËN, 1936) por apresentar

um clima árido, seco e quente. A precipitação média anual é de 1060 mm, com forte seca no

período de inverno, e a temperatura média anual é de 25 oC (Figura 4).

Santo Antônio do Amparo localiza-se a 990 metros de altitude, sendo abrangido

por um regime climático tropical de altitude, classificado como Cfa (KOPPËN, 1936). As

temperaturas mínimas do local são maiores que 10 oC, com seca no período de inverno. O

verão é quente e chuvoso, com temperaturas médias superiores a 22 oC. A precipitação média

anual fica em torno de 1650 mm (Figura 5).

FIGURA 4: Dados climatológicos mensais (precipitação, temperatura máxima e mínima),

no município de Engenheiro Navarro – MG. Fonte: CLIMATEMPO, 2016.

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Na primeira propriedade o teste clonal foi instalado em outubro de 2014. Neste

local, o experimento foi conduzido sob manejo de irrigação por gotejamento, com exceção

do período chuvoso. O solo da propriedade é predominantemente classificado, como sendo

um Latossolo Vermelho Amarelo Eutroférrico, com teores de argila variando entre 49% e

63% (EMBRAPA, 2013). Foi feito uma correção do solo antes do plantio, utilizando calcário

PRNT 85%, e adubo Super Simples.

FIGURA 5: Dados climatológicos mensais (precipitação e temperatura máxima e mínima),

no município de Santo Antônio do Amparo – MG. Fonte: CLIMATEMPO, 2016.

Já na propriedade de Santo Antônio do Amparo, o plantio foi feito em regime de

sequeiro em dezembro de 2014. No ato do plantio também foi feito a correção do solo por

meio de adubação com Super Simples e calagem com calcário PRNT 70%. O solo dessa

propriedade, é classificado como um Latossolo Bruno Distrófico (EMBRAPA, 2013), com

teores de argila entre 50% e 65%.

Em ambas propriedades o controle de formigas cortadeiras foi feito através da

isca granulada constituída de sulfluramida 0,3% (3g/Kg), em dosagem de 10 gramas de isca

por metro quadrado de formigueiro. Também foi feito o controle químico de gramíneas, com

a finalidade de evitar a competição destas com as mudas recém plantadas.

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3. 2 Origem do material clonado

O presente estudo é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás

(UFG) e a empresa Mudas Nobres, situada em Goiânia-GO. Através dessa parceria, a UFG

vem desenvolvendo pesquisas para estabelecer um programa de melhoramento genético e

melhorar o manejo para mognos africanos (Khaya spp.) plantados no país.

No que se refere, ao melhoramento genético da espécie, as pesquisas foram

iniciadas com uma seleção massal de 53 árvores superiores divididas em duas propriedades

no Estado do Pará: 33 vieram da fazenda de Norton Amador Costa e 20 da fazenda de

Hiroshi Okajima. Os fenótipos diretamente relacionados à produtividade da madeira: altura

e diâmetro na altura do peito (DAP), foram os principais critérios para seleção dessas

árvores. Nessa seleção, procurou-se descartar árvores que possam ter se beneficiado com a

mortalidade de árvores vizinhas.

As matrizes selecionadas foram resgatadas via borbulhia para serem

transportadas ao viveiro Mudas Nobres em Goiânia. No viveiro esses clones foram

multiplicados, também via borbulhia, para instalação dos testes clonais.

Nos ensaios realizados foram utilizados 44 clones, dentre os 53 selecionados,

além do material seminal que como controle (mudas de árvores não selecionadas). Na

propriedade de Engenheiro Navarro foram utilizados 39 destes clones, e em Santo Antônio

do Amparo foram utilizados 36 clones, conforme mostra a Tabela 1.

3. 3 Estrutura dos testes Clonais

O teste clonal de Engenheiro Navarro foi instalado no delineamento de blocos

completos casualizados, com quatro blocos e parcelas lineares de quatros árvores por clone

(Anexo A). No total, foram testados 39clones diferentes, mais o material seminal, que serviu

de testemunha, dispostos ao acaso dentro de cada bloco. O experimento de Santo Antônio

do Amparo também seguiu o delineamento de blocos completos casualizados com quatro

repetições (Anexo B). Porém, neste a parcela foi constituída de duas árvores por clone na

linha. As mudas provenientes de sementes, que constituem as plantas controle não

melhoradas, foram dispostas na última linha. Este teste contou com 36 clones mais o material

seminal, sendo 32 clones em comum com o teste de Engenheiro Navarro.

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Tabela 1. Procedência dos clones utilizados nos testes clonais realizados nos municípios de

Engenheiro Navarro e Santo Antônio do Amparo, ambos no Estado de Minas Gerais.

Clone Engenheiro Navarro Santo Antônio do Amparo Procedência

MN 01 x x Okajima

MN 02 x x Okajima

MN 03 x x Okajima

MN 04 x x Okajima

MN 06 x x Okajima

MN 07 x x Okajima

MN 08 x x Okajima

MN 09 x x Okajima

MN 10 x x Okajima

MN 11 x x Okajima

MN 12 x Okajima

MN 13 x x Okajima

MN 14 x x Okajima

MN 15 x x Okajima

MN 16 x x Okajima

MN 17 x x Okajima

MN 21 x x Okajima

MN 22 x Norton

MN 23 x x Norton

MN 24 x x Norton

MN 25 x x Norton

MN 26 x x Norton

MN 27 x x Norton

MN 28 x x Norton

MN 29 x x Norton

MN 30 x x Norton

MN 31 x x Norton

MN 32 x x Norton

MN 33 x x Norton

MN 34 x Norton

MN 36 x Norton

MN 37 x Norton

MN 38 x Norton

MN 39 x x Norton

MN 40 x x Norton

MN 41 x Norton

MN 42 x x Norton

MN 43 x x Norton

MN 44 x x Norton

MN 46 x Norton

MN 47 x Norton

MN 49 x Norton

MN 51 x Norton

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3. 4 Avaliação do desenvolvimento das árvores

Na avaliação do desenvolvimento das árvores, foram mensurados a altura total

(Ht) e o diâmetro a altura do peito (DAP) com aproximadamente um ano após plantio em

ambos os experimentos. Nas plantas com altura inferior à 1,5 m, foi obtido o diâmetro a

meia altura.

Para a obtenção do Volume médio estimado por árvore (Vol/árv), em metros

cúbicos (m³), foi utilizada uma equação modelo-base utilizada pela empresa Suzano Papel e

Celulose S/A, em espécies do gênero Eucalyptus. Ainda não existem equações que

representem o desenvolvimento de mogno africano (Khaya spp.). Portanto a equação

utilizada para efeitos de análise, foi:

𝑉𝑖 =𝜋(𝑑𝑎𝑝)2 ∗ 𝐻𝑡 ∗ 𝑓𝑓

40000

Onde:

Vi = volume individual árvore, em m³;

Ht = altura total, em metros (m);

dap = diâmetro a 1,3 metros de altura (m) ou, para algumas poucas árvores com

altura inferior a 1,3 metros, o diâmetro a meia altura;

ff = fator de forma (0,55).

Os dados de volume individual foram convertidos em Volume médio por hectare

(Vol/ha) em m³/ha, multiplicando-se este pelo número total de árvores por hectare, que é de

400, considerando o espaçamento utilizado de 5 x 5 m.

Também foram avaliados dados referentes às características qualitativas, como

presença ou não de bifurcações, tortuosidade, patógenos, pragas e deficiências nutricionais.

Todos os dados foram tabulados em planilha eletrônica.

3. 5 Análise dos dados

Os dados de média por parcela foram submetidos a uma análise de variância

contendo os efeitos de blocos e clones no modelo da análise. Confirmada a significância da

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variação entre clones, os dados de crescimento direto (Ht e DAP) e indireto (Vol/ha) dos

diferentes clones foram demonstrados em gráficos de barras, contendo os erros padrões

associados às estimativas de média. As possíveis diferenças entre os clones também foram

avaliadas por meio do teste de Scoot-Knott, com um nível de significância de 5%.

A homogeneidade de variâncias residuais entre os dados dos dois experimentos

foi verificada pelo teste F, seguindo sugestão de Pimentel-Gomes (2009) de verificar se a

maior variância residual é três vezes maior do que a menor. Verificada essa pressuposição,

foi realizada uma análise conjunta dos dados dos dois experimentos, com a finalidade de

averiguar se houve uma interação significativa entre as regiões e os genótipos analisados.

Os resultados obtidos foram avaliados, buscando indicar quais os potenciais

clones em cada localidade. Os dados foram analisados com o auxílio do software R Studio

versão 3.3.1 e em planilha eletrônica Microsoft Excel 2013.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4. 1 Altura total (Ht)

As análises de variância da altura dos indivíduos de Khaya ivorensis A. Chev no

município de Santo Antônio do Amparo comprovaram uma diferença significativa (p < 0,05)

entre os clones, bem como entre os blocos (Tabela 2). Já para o município de Engenheiro

Navarro, pode-se observar que também houve uma diferença significativa (p < 0,05) de

crescimento em altura entre os clones, porém o mesmo não foi observado para os blocos

(Tabela 3). A não significância de blocos indica maior homogeneidade da área de estudo

nesta região. As diferenças significativas de crescimento em altura dos clones demonstram

a existência de variabilidade genética entre os clones selecionados.

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Tabela 2. Análise de variância (ANOVA) para altura total (Ht) de indivíduos de mogno

africano (K. ivorensis A. Chev) plantados em Engenheiro Navarro, Minas Gerais.

Altura Gl SQ QM F p

Clones 40 30,7064 0,7677 3,0847 1,38E-06

Blocos 3 1,3284 0,4428 1,7794 0,115

Resíduos 116 28,8676 0,2489

Total 159 60,9024

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Tabela 3. Análise de variância (ANOVA) para altura total (Ht) de indivíduos de mogno

africano (K.ivorensis A. Chev) plantados Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais.

Altura Gl SQ QM F p

Clones 36 17,4567 0,4849 3,4307 3,16E-09

Blocos 3 1,3569 0,4523 3,2001 0,0263

Resíduos 107 15,124 0,1413

Total 146 33,9365

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Pode-se observar com relação a altura para a região de Santo Antônio do Amparo

que os dados mensurados revelam que todos os indivíduos de procedência clonal

apresentaram altura média superior aos indivíduos provenientes de sementes (C00). As

mudas seminais apresentaram uma altura média de 1,25 metros, enquanto que a média de

crescimento das procedências clonais foi de 1,87 metros (com variações entre 2,66 m a 1,25

m), ou seja um crescimento em média 49,6 % maior. Já para Engenheiro Navarro, foi

observado a mesma tendência de maior crescimento dos clones em relação às mudas

seminais. Os clones apresentaram altura média de 2,88 metros (variando entre 3,64 m a 2,2

m), cerca de 70,4% superior às árvores seminais, que tiveram 1,69 m de altura em média.

No Brasil ainda são escassos os estudos sobre crescimento em plantios

comerciais de K ivorensis A. Chev. Os estudos realizados em quatro municípios mineiros,

para plantios de mudas seminais com idade de 1,5 anos, relatam um crescimento médio em

altura total entre 1,9 metros e 3,2 metros (RIBEIRO, et al, 2014), valores semelhantes aos

encontrados neste trabalho. A variação no crescimento em altura é uma das variáveis mais

importantes, pois é altamente herdável e, portanto, pouco influenciada por condições

ambientais (SIMÕES, et al, 1981).

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O teste de Scott-Knott para altura total (Ht) separou os clones em quatro grupos

com os dados de Engenheiro Navarro (Figura 6). O primeiro grupo englobou os 12 clones

que mais cresceram em altura para essa região, já os segundo e terceiro grupos enquadraram

os clones com crescimento mais moderado. As árvores de origem seminal, com o pior

desempenho, ficaram isoladas no quarto grupo. O mesmo foi feito para Santo Antônio do

Amparo (Figura 7), obtendo-se dois grupamentos distintos, onde o primeiro agrupou os

clones com maior desenvolvimento, e os demais ficaram agrupadas junto com o tratamento

de origem seminal.

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FIGURA 6: Distribuição das médias de altura total e resultados do teste de Skott-Knott para o teste clonal de Engenheiro Navarro, Minas Gerais.

Letras diferentes separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

FIGURA 7: Distribuição das médias de altura total e resultados do teste de Skott-Knott para o teste clonal de Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais.

Letras diferentes separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

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4. 2 Diâmetro à altura do peito (DAP)

As análises de variância do diâmetro a altura do peito (DAP) dos indivíduos de

K. ivorensis A. Chev, tanto no município de Engenheiro Navarro (Tabela 4), como na região

de Santo Antônio do Amparo (Tabela 5), comprovaram uma diferença significativa (p <

0,05) entre os clones. Não se observou em ambos os casos, diferença significativa entre os

blocos, demonstrando que a área de estudo não interferiu no desempenho dos clones quanto

ao crescimento em diâmetro. Esses resultados para o p-valor, tanto de clones como em

blocos, indicam tanto variabilidade genética entre os clones como variabilidade ambiental

controlada de forma significativa pelos blocos.

Tabela 4. Análise de variância (ANOVA) para DAP (diâmetro à altura do peito) de

indivíduos de mogno africano K. ivorensis A. Chev plantados em Engenheiro Navarro,

Minas Gerais.

DAP Gl SQ QM F p

Clones 40 52,452 1,3113 3,1539 8,59E-07

Blocos 3 3,312 1,1039 2,6549 0,0518

Resíduos 116 48,230 0,4158

Total 159 103,994

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Tabela 5. Análise de variância (ANOVA) para DAP (diâmetro à altura do peito) de

indivíduos de mogno africano K. ivorensis A. Chev plantados em Santo Antônio do Amparo,

Minas Gerais.

DAP Gl SQ QM F p

Clones 40 13,3553 0,371 2,4356 0,00023

Blocos 3 1,1794 0,3931 2,5809 0,0573

Resíduos 107 16,2982 0,1523

Total 146 30,8329

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Observou-se que o diâmetro a altura do peito (DAP) na região de Santo Antônio

do Amparo, seguiu a mesma tendência observada para a variável altura, onde todos os

indivíduos de procedência clonal obtiveram valores de DAP maiores que os dados

mensurados para os indivíduos provenientes de sementes (Sem).

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A média de DAP para as procedências clonais em Santo Antônio do Amparo foi

de 1,61 cm (com valores extremos entre 1,20 e 2,29 cm) e a de origem seminal foi de 0,74

cm, ou seja, uma diferença média de 117,56%. Já em Engenheiro Navarro a média de DAP

para os clones foi de 3,73 cm (com amplitude entre 3,01 e 4,58 cm) e o DAP da testemunha

foi de 2,52 cm, o que aponta um crescimento 48,02% maior nas procedências clonais.

Valores semelhantes para a variável DAP foram encontrados em inventários

feitos em diversos plantios nos municípios mineiros de Pirapora, São Roque de Minas e

Guaiçara, com valores médios de 4,8 cm, 2,0 cm e 4,7 cm, respectivamente para plantios

com até 1,5 anos de idade (RIBEIRO, et al, 2014).

Os dados obtidos, para diâmetro a altura do peito (DAP), também foram

submetidos a uma análise de comparação múltipla por meio do teste de Scott Knott, obtendo-

se dois grupos tanto para Engenheiro Navarro (Figura 8), e também para Santo Antônio do

Amparo (Figura 9). Sendo que para o primeiro grupo, foram agrupados os indivíduos de

melhor crescimento, e no segundo, os de desenvolvimento intermediário, juntamente com as

árvores de origem seminal encontram-se isoladas.

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FIGURA 8: Distribuição das médias de DAP e teste de Scott Knott, para o teste clonal de Engenheiro Navarro, Minas Gerais. Letras diferentes

separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

FIGURA 9: Distribuição das médias de DAP e teste de Scott Knott, para o teste clonal de Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais. Letras

diferentes separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

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4. 3 Volume estimado (m³/ha)

As análises de decomposição da variância para o volume estimado para os

indivíduos de K. ivorensis A. Chev, no município de Engenheiro Navarro (Tabela 6) não

houve diferença significativa entre blocos, somente entre os clones. Já para o município de

Santo Antônio do Amparo, comprovaram uma diferença significativa (p < 0,05) entre os

clones, e entre blocos (Tabela 7). Estes resultados para o p-valor, indicam que os clones

apresentam variabilidade que refletem em seu comportamento em crescimento.

Tabela 6. Análise de variância (ANOVA) para volume de madeira por hectare, de mogno

africano (K. ivorensis A. Chev) plantados em Engenheiro Navarro, Minas Gerais.

Volume Gl SQ QM F p

Clones 40 7,4335 0,185838 4,5463 9,524E-11

Blocos 3 0,2676 0,089211 2,1824 0,0938

Resíduos 116 4,7417 0,040877

Total 159 12,4427

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Tabela 7. Análise de variância (ANOVA) para volume de madeira por hectare, de mogno

africano (K. ivorensis A. Chev) plantados em Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais.

Volume Gl SQ QM F p

Clones 36 0,21814 0,0060593 3,0471 4,85E-06

Blocos 3 0,03142 0,0104734 5,2669 0,002

Resíduos 107 0,21277 0,0019885

Total 146 0,46233

Gl – Graus de liberdade, SQ – Soma dos quadrados, QM – quadrado médio, F – estatística F de Fischer, p -

significância. Quando p<0,05 houve diferença significativa.

Considerando os dados volume por hectare, as procedências clonais para

Engenheiro Navarro foram apresentaram em média um volume de 0,7031 m³/ha (variando

entre 0,3774 m³/ha e 1,1677 m³/ha), enquanto que o volume médio para as árvores oriundas

de sementes foi de 0,1827 m³/ha. Em Santo Antônio do Amparo a tendência de superioridade

clonal se manteve com os clones apresentando em média um volume de 0,0967 m³/ha (com

amplitude entre 0,041m³/ha e 0,1951 m³/ha), sendo que a média de volume das arvores de

origem seminal foi de 0,011 m³/ha.

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Resultados semelhantes foram encontrados para plantios no estado de Minas

Gerais, com volume variando entre 0,3 m³/ha a 1,4 m³/ha, para plantios de K ivorensis A

Chev, sob manejo de irrigação por gotejamento e em regiões de sequeiro, com cerca de 18

meses de idade (RIBEIRO, et al, 2014).

Os dados estimados para volume (m³/ha), também foram submetidos a um teste

de Scott Knott, obtendo-se três grupos tanto para Engenheiro Navarro (Figura 10), sendo os

seis melhores clones, para este quesito no primeiro grupo, 11 clones foram enquadrados no

grupamento de crescimento intermediário, os demais clones, integraram o terceiro grupo,

juntamente com as árvores de origem seminal.

Já para Santo Antônio do Amparo (Figura 11), foram formados apenas dois

grupos, sendo que o grupo de melhor desempenho apresentou 17 clones, enquanto que os

demais clones, e as árvores de procedência seminal constituíram o segundo grupo.

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FIGURA 10: Distribuição das médias de volume de madeira para cada material genético avaliado no teste clonal de Engenheiro Navarro-MG. Letras

diferentes separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

FIGURA 11: Distribuição das médias de volume de madeira para cada material genético avaliado no teste clonal de Santo Antônio do Amparo-MG.

Letras diferentes separam os grupos identificados pelo teste de Skott-Knott com 5% de significância.

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4. 4 Análise conjunta dos dados

Houve uma tentativa de realização da análise conjunta dos dados dos dois locais

de estudo, comparando as três variáveis analisadas. A análise conjunta foi possível apenas

para as variáveis de Altura total e de diâmetro a altura do peito (DAP), pois o F máximo de

Pearson e Hartley, 1956, apresentou valores menores que um (F < 1), para essas variáveis

(Tabela 8), permitindo sua análise conjunta. Já o F calculado para o volume por hectare foi

significativo, indicando que a pressuposição de variâncias homogêneas não foi satisfeita,

ficando inviável a análise conjunta.

Tabela 8. Demonstração de F calculado superior ao F com 5% de probabilidade.

Variáveis QM residuais F p-valor

Altura total (Ht) 0,2489 0,1413 0,587167 0,99743

DAP (cm) 0,4158 0,1523 0,910046 0,69108

Volume (m³/ha) 4,7417 0,21277 7,428522 0 QM residuais – Quadrado médio dos resíduos das análises de variância (ANOVA) de Engenheiro Navarro e

de Santo Antônio do Amparo. F máximo de Pearson e Harley, 1956. (F=QM1/3QM2).

A análise de variância conjunta para as duas regiões com relação à altura (Tabela

9) indicou significância (p < 0,05) para a região de plantio, o efeito de clones e para a

interação entre região e genótipos dos clones. Já o controle local, representado pelos blocos

dentro das regiões, não foi significativa (p-valor = 0,082359), mostrando que não há grandes

variações ambientais nos experimentos.

Tabela 9. Análise de variância (ANOVA) para a análise conjunta da variável altura de

indivíduos de mogno africano (Khaya spp) nas regiões de Engenheiro Navarro e Santo

Antônio do Amparo, Minas Gerais, à 5% de confiabilidade.

ALTURA SQ Gl SM F p

Região 115,4 1 115,402 161,7054 <2,20E-16

Clone 112,31 44 2,553 3,5767 3,69E-13

Região:Clone 45,43 32 1,42 1,9893 0,001008

Região:Blocos 8,03 6 1,338 1,8748 0,082359

Resíduos 606,61 850 0,714

SQ – Soma dos quadrados, Gl – Graus de liberdade, SM – quadrado médio, F – f de Fischer, p - significância.

Quando p<0,05 houve diferença significativa.

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A análise conjunta dos dados de diâmetro a altura do peito (DAP), com 5% de

confiabilidade (Tabela 10), indicou que as variáveis região e clone foram significativos

(p<0,05), assim como os blocos dentro de região. Já a interação entre os efeitos de região e

clone não foi significativa (p-valor = 0,11751), mostrando que não houve grandes alterações

no comportamento relativo dos clones entre os sítios de Engenheiro Navarro e Santo Antônio

do Amparo, em relação ao DAP.

Tabela 10. Análise de variância (ANOVA) para a análise conjunta da variável diâmetro a

altura do peito (DAP) de indivíduos de mogno africano (Khaya spp) nas regiões de

Engenheiro Navarro e Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais, à 5% de confiabilidade.

DAP SQ Gl SM F p

Região 661,08 1 661,08 587,9254 <2,20E-16

Clone 190,05 44 4,32 3,9003 4,23E-15

Região*Clone 46,47 32 1,45 1,3115 0,11751

Região*Blocos 15,61 6 2,6 2,3486 0,02954

Resíduos 941,3 850 1,11

SQ – Soma dos quadrados, Gl – Graus de liberdade, SM – quadrado médio, F – f de Fischer, p - significância.

Quando p<0,05 houve diferença significativa.

4. 5 Comparação entre genótipos clonais e seminais

Foi observado que tanto para Engenheiro Navarro como para Santo Antônio do

Amparo as procedências clonais, apresentaram resultados superiores para todas as variáveis

anotadas (altura total, DAP e volume). Essa superioridade ocorreu independente da

procedência dos clones, seja de origem da fazendo do Norton ou do Okajima. Ambos

possuem médias superiores às plantas de origem seminal, reunidas em um mesmo grupo

quando submetidas a análise de médias múltiplas por meio do teste de Tukey, à 5% de

confiabilidade (Figuras 12 e 13).

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FIGURA 12: Comparação do desenvolvimento das procedências clonais (Norton e

Okagima) com as seminais em Engenheiro Navarro, submetidas ao teste de comparação de

médias de Tukey, com 5% de confiabilidade, para a variável altura (A), DAP (B) e volume

(C).

FIGURA 13: Comparação do desenvolvimento das procedências clonais (Norton e

Okagima) com as seminais em Santo Antônio do Amparo, submetidas ao teste de

comparação de médias de Tukey, com 5% de confiabilidade, para a variável altura (A), DAP

(B) e volume (C).

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Após todas as análises realizadas observou-se que que os clones que mais

cresceram na região de Engenheiro Navarro para todas as três variáveis foram os com

identificação C12, C42, C31 C28 e C33 (Tabela 11). Já para Santo Antônio do Amparo os

com melhor desempenho foram C21, C09, C02, C08, C13, C31 e C43 (Tabela 12).

Nota-se que apenas o C31 está presente entre os clones de melhor

desenvolvimento inicial, para as três variáveis, nas duas regiões. Porém, existem outros

clones que se destacam em ambos os sítios, como o C13, C42 e C32. Apesar de ser uma

análise preliminar pode-se dizer que estes clones tem potencial para serem indicados em

ambas as regiões devido ao seu rápido desenvolvimento inicial, que é um bom indicativo da

adaptação do genótipo ao sítio.

Tabela 11. Clones que mais se desenvolveram em Engenheiro Navarro para cada uma das

variáveis de crescimento (Altura, DAP e Volume). Em negrito estão os clones comuns em

desenvolvimento para os três parâmetros observados.

Clone Alt (m) Clone DAP (cm) Clone Volume (m³/ha)

C12 3.6465 C15 4.5813 C42 1.1677

C42 3.5563 C42 4.5250 C31 1.0827

C31 3.5559 C12 4.2569 C12 1.0782

C28 3.4548 C33 4.2217 C28 1.0423

C23 3.3117 C28 4.2203 C15 0.9906

C33 3.3015 C31 4.1647 C33 0.9633

C44 3.2594 C13 4.1438 C13 0.9513

C13 3.2438 C45 4.1230 C46 0.9166

C43 3.2431 C46 4.0612 C23 0.8813

C39 3.1688 C32 4.0601 C45 0.8795

Tabela 12. Clones que mais se desenvolveram em Santo Antônio do Amparo para cada uma

das variáveis de crescimento (Altura, DAP e Volume). Em negrito estão os clones comuns

em desenvolvimento para os três parâmetros observados.

Clone Alt (m) Clone DAP (cm) Clone Volume (m³/ha)

C21 2.6625 C13 2.2938 C13 0.1952

C09 2.5988 C31 2.2313 C31 0.1760

C08 2.2750 C38 2.0125 C09 0.1580

C02 2.2625 C08 1.9750 C43 0.1423

C13 2.2250 C43 1.9625 C08 0.1418

C04 2.1750 C02 1.9250 C21 0.1380

C07 2.1750 C09 1.8873 C38 0.1330

C32 2.1375 C33 1.8750 C02 0.1324

C31 2.1125 C42 1.8313 C42 0.1178

C43 2.0688 C21 1.8000 C32 0.1177

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notável que o tempo de avaliação, doze meses, é curto, quando se pensa em

um teste para avaliar as características de uma espécie em que o ciclo produtivo é estimado

em 18-25 anos. Entretanto este trabalho e os resultados por ele gerados já refletem a

superioridade no crescimento inicial dos indivíduos clonados de mogno africano (Khaya

spp) em relação aos de origem seminal, não melhorados.

Este crescimento inicial pode favorecer um melhor desenvolvimento da planta

uma vez que dificulta a competição com gramíneas e a suscetibilidade ao ataque de pragas,

como formigas cortadeiras (gêneros Atta sp e Acromyrmex sp).

O crescimento em altura, reflete melhor as características genéticas da planta, já

o diâmetro é mais relacionado à influência do ambiente e dos tratos silviculturais. Portanto,

futuramente, pode ser feito estudos que relacionem o desenvolvimento dos clones a estas

características, possibilitando a criação de curvas de sítio para cada clone em cada uma das

regiões testadas. A partir desses estudos também poder-se-á definir regimes de desbaste.

É de fundamental importância a continuidade dessas avaliações, tanto em

Engenheiro Navarro como em Santo Antônio do Amparo, para que se possa verificar se a

tendência de crescimento superior dos clones será mantida. Análises contínuas irão indicar

qual o volume final que esses genótipos podem atingir, além de seu Incremento Médio Anual

(IMA) e Incremento Corrente Anual (ICA). Esse conhecimento é fundamental nas tomadas

de decisões econômicas, bem como no programa de melhoramento e na determinação do

ciclo de corte ótimo.

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ANEXO A: Estrutura do teste clonal implantado em Engenheiro Navarro, Minas Gerais, em

novembro de 2014.

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ANEXO B: Estrutura do teste clonal implantado em Santo Antônio do Amparo, Minas

Gerais, em novembro de 2014.