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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS DE LARANJEIRAS DO SUL CURSO DE AGRONOMIA ISAIAS LUIS LEAL ESTUDOS PRELIMINARES PARA ESTABELECIMENTO DE PROTOCOLO DE CRIOPRESERVAÇÃO EM SEMENTES RECALCITRANTES LARANJEIRAS DO SUL 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS DE LARANJEIRAS DO SUL

CURSO DE AGRONOMIA

ISAIAS LUIS LEAL

ESTUDOS PRELIMINARES PARA ESTABELECIMENTO DE

PROTOCOLO DE CRIOPRESERVAÇÃO EM SEMENTES

RECALCITRANTES

LARANJEIRAS DO SUL

2019

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ISAIAS LUIS LEAL

ESTUDOS PRELIMINARES PARA ESTABELECIMENTO DE

PROTOCOLO DE CRIOPRESERVAÇÃO EM SEMENTES

RECALCITRANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul, como

requisito para obtenção do título de bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Lisandro Tomas da Silva Bonome.

LARANJEIRAS DO SUL

2019

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e a graça recebida.

Agradeço a Deus pela família abençoada que tenho e por todas as pessoas maravilhosas

que conheci na graduação. Aos meus pais, sou grato por sonharem junto comigo na conclusão

deste sonho e por todos os esforços para me dar todo o subsídio educacional, financeiro e

emocional necessários para que eu chegasse à conclusão da graduação.

Agradeço ao professor Lisandro por sua amizade, companheirismo e por ter me

orientado desde o primeiro momento até a conclusão deste trabalho, por todas as suas

contribuições e por ser um excelente professor na graduação. Agradeço por sua orientação em

trabalhos realizados junto com a equipe dos Laboratórios de Fisiologia Vegetal e Germinação.

Aos professores da universidade, todo o meu agradecimento. Como professores me

ensinaram a profissão, mas como pessoas me cativaram e ensinaram a cultivar simplicidade,

humildade, ética e conhecimento.

Agradeço aos meus amigos que compartilharam comigo tanto a graduação como a

realização deste trabalho, agradeço pelo companheirismo durante esses anos, em especial aos

meus colegas, Marcelo, Vanessa, Nathália, José Henrique e Jenifer.

Se foi possível chegar a etapa conclusiva desse trabalho e da graduação, não foi devido

apenas a um esforço individual. Muita gente, de alguma forma, ou de outra, contribuiu para

chegar a esse resultado. A vocês agradeço não apenas com palavras, mas do fundo do coração.

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RESUMO

As sementes recalcitrantes apresentam alto grau de umidade resultando em rápido processo de deterioração com

baixa longevidade em ambiente natural e limitada conservação pós-colheita. Sementes com esse comportamento

não toleram umidades e temperaturas baixas, que são os principais fatores utilizados pelos métodos convencionais

de conservação de sementes, portanto, não são adequados para sementes recalcitrantes. Uma alternativa promissora

para a conservação das sementes recalcitrantes é a criopreservação em nitrogênio líquido. Diante disso, o objetivo

do trabalho foi estabelecer um protocolo de criopreservação de sementes de Araucaria angustifolia e

Campomanesia xanthocarpa. O trabalho foi dividido em oito experimentos: os dois primeiros com sementes de A.

angustifolia, do terceiro ao sexto experimento com embriões de A. angustifolia, e o sétimo e o oitavo com sementes

de C. xanthocarpa. No experimento I testou-se a aclimatação em ácido abscísico+crioproteção em PVS2 e

congelamento em ultrafreezer na viabilidade de sementes pelo teste de tetrazólio e grau de umidade. No

experimento II, avaliou-se a aclimatação em ácido abscísico+crioproteção em PVS2 e congelamento em freezer

na emergência de sementes e grau de umidade. No experimento III, foi avaliado a imersão direta de embriões em

nitrogênio líquido e em freezer. No experimento IV, foi avaliado diferentes períodos de imersão em PVS2 de

embriões. No experimento V, verificou-se o efeito da crioproteção em PVS2 sobre o congelamento em freezer e a

criopreservação em nitrogênio líquido de embriões. No experimento VI, testou-se a aclimatação de embriões entre

papel de germinação umidecido com solução de 2 M glicose+0,4M sacarose em 25, 20, 15 e 10°C 12 horas-1 +

criopreservação em nitrogênio líquido. Do experimento III ao VI, avaliou-se o grau de umidade e a viabilidade

dos embriões pelo teste de tetrazólio. No experimento VII, testou-se a aclimatação em ácido

abscísico+crioproteção em PVS2 no congelamento em freezer e criopreservação em nitrogênio líquido de sementes

de C. xanthocarpa. No experimento VIII, testou-se a crioproteção em solução de PVS2 em diferentes períodos de

tempo. A aclimatação em ABA+ crioproteção em PVS2 resultou na indicação de embriões viáveis pelo teste de

tetrazólio quando estes foram submetidos ao congelamento em ultrafreezer. Porém quando o mesmo tratamento

aclimatação em ABA+crioproteção em PVS2 foram submetidos ao congelamento em freezer, houve 100 % de

mortalidade na emergência. Infere-se que apesar do resultado promissor no experimento I, não se pode descartar

a subjetividade do teste de tetrazólio, conforme o resultado obtido no experimento II. A criopreservação em

nitrogênio líquido e o congelamento em ultrafreezer foram letais as sementes e aos embriões de A. angustifolia e

para as sementes de C. xanthocarpa. Em excesão ao experimento VI, em que embriões aclimatados em solução

de 2M glicose +0,4 M sacorose, indicaram alguns embriões respirando após a criopreservação em nitrogênio

líquido, todavia não se pode descartar a subjetividade do teste de tetrazólio. Indica-se novos trabalhos testando a

metodologia do experimento VI, e colocando as sementes para serem avaliadas em emergência. Com estas

sequências de tratamentos utilizados não foi possível estabelecer um protocolo eficiente de criopreservação para

sementes de A. angustifolia e C. xanthocarpa.

Palavras-chave: Congelamento. Tetrazólio. Umidade.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sementes de A. angustifolia - 1-Endosperma; 2-Tegumento; 3- Cotilédones; 4-meristema

Apical; 5-Hipocótilo; 6 Radícula. ......................................................................................................... 17

Figura 2. Esquema de execução do experimento I ............................................................................... 24

Figura 3. Esquema de execução do experimento II .............................................................................. 27

Figura 4. Esquema de Execução do Experimento III ............................................................................ 28

Figura 5. Esquema de execução do experimento V .............................................................................. 31

Figura 6. Esquema de execução do experimento VI ............................................................................. 32

Figura 7. Esquema de execução do experimento VII ........................................................................... 34

Figura 8. Classes de viabilidade e vigor em tetrazólio de C. xanthocarpa ........................................... 35

Figura 9. Esquema de execução do experimento VIII .......................................................................... 37

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Grau de umidade, teste de tetrazólio e emergência de sementes de A. angustifolia

aclimatadas em ABA, imersas em PVS2 e congeladas em ultrafreezer (UTF) ....................... 40

Gráfico 2. Grau de umidade e emergência de sementes de A. angustifolia aclimatadas em ABA,

imersas em PVS2 e congeladas em freezer (FZ) ...................................................................... 42

Gráfico 3. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia criopreservados em

nitrogêlio líquido (NL) e congeladas em freezer (FZ) ............................................................. 44

Gráfico 4. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia, obtidos por diferentes

períodos de imersão em solução de PVS2 ................................................................................ 47

Gráfico 5. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia, imersos em PVS2 por

15 minutos, criopreservados em Nitrogênio líquido (NL) e congelados em freezer (FZ) ....... 49

Gráfico 6. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia, aclimatados em solução

de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15, 10 °C 12-1 horas e criopreservados em

Nitrogênio líquido (NL)............................................................................................................ 52

Gráfico 7. Grau de umidade, teste de terazólio e germinação de sementes de C. xanthocarpa

aclimatadas em ABA, imersas em PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e

congeladas em freezer (FZ) ...................................................................................................... 54

Gráfico 8. Grau de umidade, teste de terazólio e germinação de sementes de C. xanthocarpa,

imersas em solução de PVS2 por diferentes períodos de tempos............................................. 58

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1. Coloração em sal de tetrazólio de embriões de sementes de A. angustifolia

aclimatados em ABA, imersos em PVS2 e depois congelados em ultrafreezer. ...................... 41

Imagem 2. Emergência em bandeja de sementes de A. angustifolia aclimatados em ABA,

imersos em PVS2 e depois congelados em freezer .................................................................. 43

Imagem 3. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia criopreservados em

nitrogênio líquido e congelados em freezer .............................................................................. 46

Imagem 4. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia, submetidos em

diferentes períodos de imersão em solução de PVS2 ............................................................... 48

Imagem 5. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia, imersos em PVS2

por 15 minutos, criopreservados em Nitrogênio líquido (NL) e congelados em freezer (FZ) . 50

Imagem 6. Coloração em sal de tetrazólio de embriões de A. angustifolia, aclimatados em

solução de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15, 10 °C 12-1 horas e criopreservados em

Nitrogênio líquido (NL)............................................................................................................ 53

Imagem 7. Coloração em sal de tetrazólio de sementes de C. xanthocarpa aclimatadas em ABA,

imersas em PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e congeladas em freezer (FZ)

.................................................................................................................................................. 55

Imagem 8. Germinação de sementes de C. xanthocarpa aclimatadas em ABA, imersas em

PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e congeladas em freezer ........................ 56

Imagem 9. Coloração em sal de tetrazólio e germinação de sementes de C. xanthocarpa, imersas

em solução de PVS2 por diferentes períodos de tempos. ......................................................... 59

Imagem 10. Germinação de sementes de C. xanthocarpa, imersas em solução de PVS2 por

diferentes períodos de tempos. ................................................................................................. 60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12

1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 14

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS ................................................................................... 14

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 16

2.1 Araucaria angustifolia ........................................................................................... 16

2.2 Campomanesia xanthocarpa ................................................................................. 17

2.3 CONSERVAÇÃO DE SEMENTES RECALCITRANTES ................................. 18

2.4 A TÉCNICA DE CRIOPRESERVAÇÃO ............................................................ 19

2.5 CRIOPROTEÇÃO ................................................................................................. 20

2.6 ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA) NA RESPOSTA DA PLANTA AO ESTRESSE

ABIÓTICO ............................................................................................................ 21

3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 23

3.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES ........................................................................... 23

3.2 EXPERIMENTO I- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA

DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM

ULTRAFREEZER de A. angustifolia ................................................................... 23

3.2.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 24

3.2.2 Teste de tetrazólio ................................................................................................ 25

3.2.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 25

3.2.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento I .......... 26

3.3 EXPERIMENTO II- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA

DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM FREEZER ...... 26

3.3.1 Determinação do grau de umidade..................................................................... 27

3.3.2 Teste de tetrazólio ................................................................................................ 27

3.3.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 27

3.3.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento II ......... 27

3.4 EXPERIMENTO III- CONGELAMENTO EM FREEZER E

CRIOPRESERVAÇÃO EM NITROGÊNIO LÍQUIDO DE EMBRIÕES DE A.

angustifolia. ........................................................................................................... 28

3.4.1 Determinação do teste de tetrazólio ................................................................... 28

3.4.2 Determinação do grau de umidade .................................................................... 28

3.4.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 29

3.4.4 Organização experimental para o experimento III .......................................... 29

3.5 EXPERIMENTO IV- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO

EM PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA

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DE EMBRIÕES DE A. angustifolia ...................................................................... 29

3.5.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 30

3.5.2 Determinação do teste de tetrazólio ................................................................... 30

3.5.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 30

3.5.4 Organizaçãoexperimental para o experimento IV ........................................... 30

3.6 EXPERIMENTO V- EFEITO DO PVS2 E DO CONGELAMENTO EM

NITROGÊNIO LÍQUIDO E FREEZER EM EMBRIÕES DE A. angustifolia .... 30

3.6.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 31

3.6.2 Determinação do teste de tetrazólio ................................................................... 31

3.6.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 31

3.6.4 Oganização experimental para o experimento V .............................................. 31

3.7 EXPERIMENTO VI - EFEITO DA ACLIMATAÇÃO COM

CRIOPROTETORES NA CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES DE A.

angustifolia. ........................................................................................................... 31

3.7.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 32

3.7.2 Determinação do teste de tetrazólio ................................................................... 32

3.7.3 Teste de emergência de plântulas ....................................................................... 33

3.7.4 Organização experimental para o experimento VI........................................... 33

3.8 EXPERIMENTO VII- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO

EXÓGENA DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO E

CRIOPRESERVAÇÃO DE Campomanesia xanthocarpa .................................... 33

3.8.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 34

3.8.2 Teste de tetrazólio ................................................................................................ 34

3.8.3 Teste de germinação ............................................................................................ 36

3.8.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento VII ...... 36

3.9 EXPERIMENTO VIII- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO

EM PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA

DE SEMENTES DE Campomanesia xanthocarpa ............................................... 36

3.9.1 Determinação do grau de umidade .................................................................... 37

3.9.2 Teste de tetrazólio ................................................................................................ 37

3.9.3 Teste de germinação ............................................................................................ 37

3.9.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento VIII .... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 39

4.1 EXPERIMENTO I- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA

DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM

ULTRAFREEZER de A. angustifolia ................................................................... 39

4.2 EXPERIMENTO II- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA

DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM FREEZER ...... 41

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4.3 EXPERIMENTO III- CONGELAMENTO EM FREEZER E

CRIOPRESERVAÇÃO EM NITROGÊNIO LÍQUIDO DE EMBRIÕES DE A.

angustifolia. ........................................................................................................... 44

4.4 EXPERIMENTO IV- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO

EM PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA

DE EMBRIÕES DE A. angustifolia ...................................................................... 46

4.5 EXPERIMENTO V- EFEITO DO PVS2 E DO CONGELAMENTO EM

NITROGÊNIO LÍQUIDO E FREEZER EM EMBRIÕES DE A. angustifolia .... 49

4.6 EXPERIMENTO VI- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO COM

CRIOPROTETORES NA CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES DE A.

angustifolia. ........................................................................................................... 51

4.7 EXPERIMENTO VII- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO

EXÓGENA DE ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO E

CRIOPRESERVAÇÃO DE Campomanesia xanthocarpa .................................... 53

4.8 EXPERIMENTO VIII- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO

EM PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA

DE SEMENTES DE Campomanesia xanthocarpa ............................................... 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 61

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 62

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1 INTRODUÇÃO

A Araucaria angustifolia (Bertol). Kuntze, é uma espécie vegetal nativa do Brasil que

desempenha grande importância econômica, social e ecológica, principalmente na região Sul

onde há a maior predominância (BRACK; GRINGS, 2011). Pertencente ao bioma Mata

Atlântica, a araucária é uma das árvores mais características da tipologia Floresta Ombrófila

Mista- FOM (MONTAGNA et al., 2012), e sua semente conhecida como pinhão é uma fonte

potencial de recursos para animais frugívoros/granívoros, principalmente por sua produção se

concentrar entre os meses de abril a agosto, período em que a maioria das espécies da FOM não

produzem frutos (PAISE; VIEIRA, 2005). Os pinhões além de servirem como alimento à fauna

silvestre, também tem seu espaço na culinária humana, tornando a A. angustifolia uma estratégia

de renda e a base da economia de muitas famílias rurais em sua área de ocorrência (ZECHINI et

al., 2012).

Dentre todas as importâncias mencionadas, o potencial madeireiro é o que torna esta

espécie mais atrativa, tendo como característica principal uma madeira resistente e maleável,

que serviu para construir casas, fabricar móveis, ferrovias e levantar cidades desde a metade do

século 19 até seu auge de extração em 1970, que pela falta de plantio e a grande devastação

culminou pelo encerramento do seu ciclo econômico, colocando-a ainda no final do século 20,

na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (ZANETTE et al., 2017;

BRASIL, 2008).

Projetos de reflorestamentos e políticas públicas que incentivem a preservação dos

remanescentes florestais da FOM e a implantação da A. angustifolia para obtenção de produtos

madeireiros e não madeireiros (especialmente do pinhão) são necessários, que por sua vez serão

de extrema importância para conservação da espécie (ZANETTE et al., 2017; SILVA; REIS,

2009). Para alterar a situação de risco de extinção da araucária são necessários estudos urgentes

sobre sua biologia, conservação, melhoramento genético, manejo e silvicultura.

A principal forma de propagação desta espécie é por sementes e uma das maneiras de

conservação da mesma é pelo armazenamento ex situ, uma vez que a conservação in situ é

limitada pela alta exploração dos pinhões e principalmente pela natureza recalcitrante de suas

sementes, que perdem a viabilidade se o teor de umidade decrescer abaixo dos 37 % (GARCIA

et al., 2014). Assim, a conservação de sementes recalcitrantes é um grande desafio, porque além

de serem sensíveis à dessecação, também não toleram armazenamento sob baixas temperaturas

(FONSECA; FREIRE, 2003).

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O alto grau de umidade requerido para manter a viabilidade das sementes ativa seu

metabolismo, que por consequência consome suas reservas e diminui a longevidade. Além

disso, a alta umidade aumenta a susceptibilidade dass sementes ao ataque de microrganismos e

favorece a germinação durante o armazenamento (SCOLARI, BONOME, 2017).

A guabirobeira, Campomanesia xanthocarpa O. Berg. é uma espécie frutífera nativa do

Brasil, cultivada em pomares domésticos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste (LORENZI,

2006). Possui madeira resistente, densa e de grande durabilidade, seus frutos são fonte de

alimento para aves, mamíferos, peixes e até répteis, além de serem apreciados na alimentação

humana, nos preparados de sucos, compotas e sorvetes. São frutos ricos em vitaminas do

complexo C e D, e também em sais minerais como fósforo e cálcio (CARVALHO, 2002).

Há três décadas, a guabirobeira era encontrada em grande quantidade, nos mais diversos

habitats. No entanto, devido a ação humana, à sua presença atualmente se restringe a áreas de

preservação permanente, correndo o risco de ser extinta (HERZOG, 2007).

A propagação de um grande número de espécies florestais, entre elas a C. xanthocarpa,

encontra sérias limitações em razão do reduzido conhecimento que se dispõe sobre as

características fisiológicas, morfológicas e ecológicas de suas sementes (MACHADO, 2002).

Assim como a Araucára, a Guabiroba também possui sementes com característica recalcitrante,

com grau de umidade em torno dos 50 %, o que dificulta o armazenamento de suas sementes.

Desta maneira, estudar formas de conservação de sementes para estabelecimento de protocolo

para conservação de germoplasma para estas espécies é imprescindível, uma vez que

apresentam características limitantes ao armazenamento e posicionadas em risco de extinção.

Um dos métodos para conservação de espécies recalcitrantes que tem atraído

pesquisadores é a criopreservação em nitrogênio líquido, que consiste em submeter o material

vegetal em armazenagem a -196 °C no nitrogênio líquido, ou na fase de vapor a – 150 °C,

mantendo todos processos metabólicos essencialmente paralisados e em estado latente,

tornando possível a conservação do material a longo prazo (MOLINA et al., 2006). Contudo,

para se obter êxito com a técnica da criopreservação o material vegetal deve apresentar teores

mínimos de água para evitar a formação de cristais de gelo intra e intercelular durante o

congelamento, responsável pelo insucesso da técnica. Em virtude da sensibilidade à

desidratação das sementes recalcitrantes, a remoção da água deve ocorrer de maneira

extremamente cuidadosa.

Uma das técnicas para minimizar a formação dos cristais de gelo nas células é a

desidratação por osmose com soluções crioprotetoras (VOLK; WALTERS, 2006). No entanto,

os crioprotetores podem ser tóxicos ou causar estresse osmótico, levando as células a morte.

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Assim, a solução utilizada, a concentração e o período de imersão do material vegetal na solução

crioprotetora é variável de espécie para espécie, estando o sucesso da criopreservação

dependente destas informações.

Diante disso, o objetivo do trabalho foi estabelecer um protocolo de criopreservação

para sementes de A. angustifolia e C. xanthocarpa.

1.1 OBJETIVO GERAL

Estabelecer um protocolo de criopreservação para sementes A. angustifolia e sementes de C.

xanthocarpa.

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS

- Avaliar a influência de ABA e aclimatação em baixas temperaturas sobre a qualidade

fisiológica das sementes de A. angustifolia e C. xanthocarpa;

-Avaliar a influência de crioprotetores sobre a qualidade fisiológica das sementes de A. angustifolia e

C. xanthocarpa;

-Avaliar se o congelamento rápido é eficiente para manutenção da qualidade fisiológica

de sementes e eixos embrionários de A. angustifolia e C. xanthocarpa;

- Avaliar se o congelamento lento é eficiente para manutenção da qualidade fisiológica

de sementes e eixos embrionários de A. angustifolia e C. xanthocarpa;

- Avaliar se o descongelamento em banho maria é uma técnica eficiente para manter a

viabilidade das sementes e eixos embrionários de A. angustifolia e C. xanthocarpa após a

criopreservação.

1.3 JUSTIFICATIVA

A A. angustifolia é uma espécie nativa da flora brasileira de grande importância

ecológica, servindo de abrigo e fonte de alimento para animais silvestres que habitam

naturalmente na FOM, contribuindo desta forma com a conservação da biodiversidade da Mata

Atlântica. A A. angustifolia também exerce uma importante função econômica, pois a mesma

faz parte da culinária humana, o que a torna uma estratégia de renda e a base da economia de

muitas famílias rurais. Pela excessiva extração madeireira sofrida ao longo dos anos, a A.

agunstifolia encontra-se atualmente na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas

de extinção, e apresenta grandes dificuldades para conservação devido à natureza recalcitrante

de suas sementes que não toleram a dessecação e baixas temperaturas. Em semelhante

situação, a guabiroba C. Xanthocarpa, também possui sementes recalcitrantes com limitado

período de armazenamento.

Diante disso, surge a necessidade de estabelecer formas eficientes de conservação de

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espécies com sementes recalcitrantes como a Araucária e a Guabiroba. Uma técnica

promissora é a criopreservação, que consiste na armazenagem de material vegetal em

nitrogênio líquido, a - 196°C ou na sua fase de vapor, a -150°C, por longos períodos

(VENDRAME et al., 2014).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Araucária angustifolia

Pertencente a formação vegetal Floresta Ombrófila Mista, a A. angustifolia é uma

espécie arbórea da família Araucariaceae, com ocorrência natural nos estados do Paraná, Santa

Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo (BRACK; GRINGS, 2011). Esta

espécie desempenha grande importância econômica, social e ecológica, principalmente na

região Sul onde há maior predominância.

As sementes da A. angustifolia, são chamadas de pinhão, estes são ricos em amido,

proteínas e gorduras, constituindo um alimento bastante nutritivo para homens e animais. Além

disso, a produção se concentra no outono/inverno, época em que a maioria das espécies não

estão frutificando (PAISE; VIEIRA, 2005).

Pela excelente qualidade da madeira (resistente e maleável), a araucária passou a ser

intensamente explorada desde o século 19, que culminou até a década de 1970, numa derrubada

de mais de 100 milhões de A. angustifolia nativas, representando naquela época 92 %, da

exportação madeireira do Brasil. Atualmente restam apenas 2 %, da área original da floresta de

A. angustifolia, sendo considerado o ecossistema mais devastado do país (ZANETTE et al.,

2017).

Em tempos atuais a situação é cotidianamente agravada pela exploração ilegal da

madeira, conversão da floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos com espécies exóticas,

aumentando ainda mais o isolamento dos remanescentes (PROCHNOW, 2009). Por estes

motivos, a A. angustifolia se encontra incluída na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção

(BRASIL, 2008).

O ciclo de vida da A. angustifolia é longo, demorando cerca de 15 a 20 anos para atingir

a maturidade reprodutiva. O pólen amadurece em setembro, quando também ocorre a

polinização, que pode se estender até dezembro. Seu ciclo reprodutivo leva dois anos para se

completar, com o amadurecimento das pinhas (Flores femininas em estróbilo), geralmente nos

meses de abril, maio e junho. Os cones femininos (pinhas), são pseudofrutos arredondados,

protegidas por numerosas folhas modificadas sendo pequenas no começo. Quando maduros,

atingem tamanho de uma bola de futebol, tomando coloração parda no estágio final, quando

caem as sementes, chamadas de pinhões.

As sementes desenvolvem-se a partir de óvulos nus, geralmente com tegumento duro e

endosperma abundante, são obovadas, levemente curvas e lisas, de 4 a 7 cm de comprimento e

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peso médio de 8,7 g (Figura 1). No centro do endosperma encontra-se o embrião, com os

cotilédones ocupando 5/6 do seu tamanho (BRACK; GRINGS, 2011; CARVALHO 2002).

Figura 1 - Sementes de A. angustifolia - 1-Endosperma; 2-Tegumento; 3-

Cotilédones; 4-meristema Apical; 5-Hipocótilo; 6 Radícula.

Fonte: BRASIL (2009).

A principal forma de propagação da A. angustifolia é via sementes, porém sua natureza

recalcitrante dificulta a produção de mudas, devido a reduzida conservação durante o

armazenamento (FOWLER; BIANCHETTI; ZANON, 1999). Segundo Eira et al., (1984), teor

de água abaixo dos 38 %, resulta em perda total da viabilidade de sementes de A. angustifolia.

Assim, estudos sobre métodos de conservação são necessários para alterar a situação de risco

de extinção da espécie (Zanette et al., 2017).

2.2 Campomanesia xanthocarpa

A Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa. O Berg) é uma espécie florestal nativa do

Brasil, pertencenta a família Myrtaceae, é encontrada em quase todas as formações vegetais,

desde o Sudeste brasileiro até o extremo Sul. É uma planta decídua, mesófita e até heliófita e

seletiva higrófita, encontrada abundantemente nas partes úmidas de florestas de altitudes e

também nas florestas latifoliadas semideciduais, com forte adaptação a climas temperados,

porém o ideal para o seu desenvolvimento é o clima quente e úmido (LORENZI, 1992).

Os frutos da gabiroba são arredondados e de coloração verde-amarelada. Polpa

amarelada, suculenta, envolvendo numerosas sementes. Produz de 30 a 100 frutos por planta,

com dimensões de 1 a 3 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro (HERZOG, 2007).

Devido à alta concentração de vitamina C (ácido ascórbico) nos frutos, estes constituem

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importantes fontes dessa substância para a alimentação humana e indústria farmacêutica,

evidenciando um forte potencial econômico desta espécie (SCALON et al., 2012).

A principal forma de propagação para as espécies do gênero Campomanesia é feita por

meio de sementes (LORENZI et al., 2006). Porém a propagação sexuada sofre severas

limitações pela natureza recalcitrante das sementes que não toleram a dessecação e o

armazenamento (MELCHIOR et al., 2006; DOUSSEAU et al., 2011).

2.3 CONSERVAÇÃO DE SEMENTES RECALCITRANTES

Conceito inicialmente proposto por Roberts (1973), que agrupa as sementes em dois

tipos, denominando-as em sementes recalcitrantes e ortodoxas. A diferenciação destes dois

tipos de sementes leva em consideração a intolerância a dessecação, a curta longevidade e a

sensibilidade a baixas temperaturas (BONJOVANI; BARBEDO, 2008). As sementes ortodoxas

têm como característica a tolerância a dessecação, permitindo redução dos teores de água a

níveis baixíssimos (2 a 5%), sem causar danos a célula. Por outo lado, as sementes recalcitrantes

perdem a viabilidade com a redução do grau de umidade em valores próximos aos 20 %,

variando entre as diferentes espécies (FONSECA; FREIRE, 2003). Um terceiro grupo com

comportamento intermediário, foi proposto após a classificação de Roberts (1973), onde as

sementes toleram a desidratação até teores de água entre 5 a 10 % e não toleram baixas

temperaturas por períodos prolongados (HONG; ELLIS, 1996).

O desenvolvimento fisiológico das sementes ortodoxas pode ser dividido em três fases,

sendo a primeira o crescimento inicial da semente com a divisão celular, ocorrendo o aumento

do peso fresco e conteúdo de água, asegunda fase o aumento no tamanho da semente pela

expansão celular e acúmulo de reservas, e na terceira etapa ocorre a desidratação, resultando na

redução gradual do metabolismo, tornando o embrião inativo ou quiescente. O desenvolvimento

das sementes recalcitrantes difere da anterior, justamente por não apresentarem a terceira etapa,

caracterizada pela desidratação, sendo liberadas da planta mãe com alto grau de umidade e

prontas para germinação (BONJOVANI, 2011).

A curta longevidade das sementes recalcitrantes restringem o armazenamento, sendo

necessário realizar a semeadura logo após a extração dos frutos, resultando na concentração de

oferta de mudas em períodos do ano desfavoráveis ao plantio (FONSECA; FREIRE, 2003).

Para resolução de problemas desta natureza, é necessária a realização de pesquisas visando

formas eficientes de conservação de sementes recalcitrantes.

A conservação de sementes recalcitrantes por armazenamento apresenta grandes

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dificuldades devido a sensibilidade em relação a dessecação, necessitando no processo de

armazenagem a manutenção da umidade elevada. Nessa condição as sementes permanecem

com intensa atividade metabólica, consumindo as reservas e diminuindo a longevidade. Além

disso, as sementes ficam mais propícias ao ataque de microorganismos e a germinação

(COSTA, 2009).

2.4 A TÉCNICA DE CRIOPRESERVAÇÃO

A criopreservação pode ser definida como a conservação do material vegetal em

nitrogênio líquido a -196 °C, ou na fase de vapor a – 150 °C, mantendo todos processos

metabólicos essencialmente paralisados e em estado latente, tornando possível a conservação

do material a longo prazo (MOLINA et al., 2006). No entanto, o sucesso desta técnica depende

da combinação e eficiência de suas etapas, que são o pré-resfriamento, resfriamento e

reaquecimento (PIERUZZI, 2013).

O conteúdo de água é o ponto mais crítico para sobrevivência do material a ser

criopreservado, sendo a redução do grau de umidade o essencial para evitar a formação de gelo

durante o congelamento (STEGANI et al., 2017). Essa redução deve ocorrer de forma rápida, a

fim de se reduzir o estresse causado durante o processo de resfriamento, evitando danos,

normalmente fatais a sementes recalcitrantes (PIERUZZI, 2013).

Para o estabelecimento eficiente da criopreservação deve-se atentar as técnicas de

resfriamento, que podem ser realizadas de forma lenta em duas etapas ou de forma rápida,

levando em consideração que o melhor método a ser escolhido dependerá do material vegetal e

da espécie.

Na técnica de resfriamento lento em duas etapas, ocorre no primeiro momento de forma

controlada uma redução até uma temperatura mínima pré definida de -40ºC, seguida por uma

rápida imersão em nitrogênio líquido, completando a segunda etapa (PANIS;

LAMBARDI, 2005).

A redução lenta da temperatura provoca o congelamento no meio extracelular e um

super resfriamento no meio intracelular pela presença de uma barreira física formada pela

membrana entre o gelo externo e o meio celular. Com o contínuo decréscimo na temperatura

ocorre um aumento do gelo extracelular, ocasionando uma redução no potencial hídrico, e como

consequência a água contida no interior das células é submetida a um aumento na pressão de

vapor, movimenta por difusão para o compartimento externo, desidratando o espaço

intracelular. Após o total congelamento do meio externo, o material é então imerso em

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nitrogênio líquido, caracterizando a segunda etapa do procedimento (ENGELMANN, 2004;

TAIZ et al, 2017).

Certamente a velocidade de resfriamento é o fator fundamental do processo, afetando

diretamente os resultados da criopreservação, pois um congelamento muito lento pode

desidratar as células excessivamente elevando a concentração de sais intracelulares e ao mesmo

tempo causar danos irreversíveis à membrana pelo enrugamento. Em contrapartida, em um

congelamento muito rápido, pode não haver tempo para ocorrer a desidratação das células,

formando gelo e causando danos estruturais no interior das mesmas (CAVALCANTI MATA;

BRAGA; SILVA, 2003).

Alguns pesquisadores recomendam para algumas espécies o congelamento rápido

diretamente em nitrogênio líquido, suas hipóteses sugerem que neste método as células são

resfriadas tão rapidamente que evita-se a formação de grandes cristais de gelo que poderiam

perfurá-las, ou seja, os cristais que se formam no espaço intracelular são tão pequenos que não

chegam a causar danos (FRIZZO, 2013).

A técnica de criopreservação tem por objetivo obter um estado físico no interior das

células, compreendido como vítreo, este estado é caracterizado por ser um estado amorfo com

reduzida mobilidade, não sólido e altamente viscoso, diferindo do estado cristalino (PORTO,

2013). Assim, o gelo não é formado no interior das células e o material pode ser

satisfatoriamente criopreservado. A obtenção do estado vítreo pode ser auxiliada por meio da

realização de uma etapa de crioproteção prévia ao congelamento, onde é feita a aplicação de

substâncias crioprotetoras (FRIZZO, 2013).

2.5 CRIOPROTEÇÃO

A crioproteção é uma metodologia que consiste no tratamento das amostras em meio

concentrado de solutos crioprotetores, que atuam na desidratação do material vegetal por

osmose, seguido pela imersão direta em nitrogênio líquido. Após a desidratação, o material

passa do estado líquido para o estado vítreo. Nesta transição, o interior das células se torna

viscoso o suficiente para que todas as reações químicas que requerem difusão molecular parem

de ocorrer, deixando as células em dormência e estabilidade ao longo do tempo (PIERUZZI,

2013).

Os crioprotetores podem ser classificados como penetrantes e não penetrantes.

Crioprotetores penetrantes são o glicerol, etilenoglicol e dimetilsulfóxido (DMSO), moléculas

de baixo peso molecular capazes de atravessar a membrana plasmática e atuar no ajustamento

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do balanço osmótico em substituição da água removida do meio intracelular, possibilitando que

a célula alcance o estado vítreo durante o congelamento (BENSON et al.,2012). Os

crioprotetores não penetrantes são açúcares como sorbitol, trealose, e sacarose, que atuam como

agentes osmóticos externos, removendo o excesso de água intracelular por fluxo osmótico

(DUMET et al., 1993).

Com o objetivo de obter uma solução de vitrificação, onde a proporção entre os

crioprotetores pudessem ser utilizadas em diferentes sistemas, foi criado a “Plant vitrification

solution”, ou PVS, pelo grupo Sakai (URAGAMI; SAKAI; TAKASHI, 1989). Segundo Frizzo

(2013), a composição das soluções PVS 1, 2 e 3 é: PVS1, composta de glicerol (22% v/v),

etileno glicol (15% v/v), propileno glicol (15% v/v), dimetilsulfóxido (DMSO) (7% v/v) e

sorbitol (9,1% v/v); A PVS2 é composta por 0,4 M sacarose, 30% (v/v) glicerol, 15% (v/v)

etileno glicol e 15% (v/v) DMSO; A solução PVS3 é composta por 40% (v/v) de glicerol e 40%

(v/v) de sacarose.

A diminuição no grau de umidade causada pela imersão na solução PVS2 é essencial

para realizar a criopreservação. Esse fator é de fundamental importancia para a recuperação e

sobrevivência do material, porque permite reduzir o teor de água das células evitando danos da

formação de cristais de gelo no congelamento. No entanto, é necessário adequar a metodologia

de uso dessa solução, pois pode ocorrer toxidez de algumas substâncias que fazem parte da sua

constituição (GALDIANO JÚNIOR, 2013).

2.6 ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA) NA RESPOSTA DA PLANTA AO ESTRESSE

ABIÓTICO

Os materiais submetidos ao processo de criopreservação, estão sujeitos a distintas

condições de estresse, sendo que a capacidade de tolerar essas condições varia de acordo com

o material vegetal e das condições fisiológicas e bioquímicas das células que o constituem.

Desta forma uma das respostas das células vegetais aos estresses causados pelo congelamento

e desidratação, é a biossíntese de ABA (PIERUZZI, 2013).

O ABA é um hormônio vegetal, sintetizado preferencialmente pela rota dos

carotenóides, tem seus níveis regulados no tecido vegetal por um preciso balanço entre sua

biossíntese, catabolismo, divisão em compartimentos e transporte (TAIZ et al., 2017). Este

hormônio tem função na tolerância ao estresse abiótico em plantas, de forma que os genes

induzidos por ele codificam proteínas relacionadas com a tolerância ao estresse (TAIZ et al,

2017).

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Pieruzzi (2013) observou maior conteúdo de ABA em células embriogênicas

criopreservadas na ausência de crioprotetores, evidenciando a participação deste hormônio na

tolerância a baixas temperaturas e também da ação dos crioprotetores na redução do estresse

causado nas células. Outros estudos demonstraram a importância do ABA na aclimatação e

tolerância ao congelamento (ALCÁZAR et al., 2006; BRAVO et al., 1998). Mohaptra, Poole,

e Dhindsa (1998), observaram indução de tolerância ao congelarem alfafa, submetidas a

tratamentos com ABA exógeno.

Assim, estudos com a aplicação exógena de ABA para estabelecer protocolos de

criopreservação para A. angustifolia devem ser iniciados, uma vez que esse hormônio é

responsável pela indução de genes envolvidos na tolerância ao estresse por desidratação e frio.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido entre novembro de 2018 a agosto de 2019, nos

laboratórios de Fisiologia Vegetal, Germinação e crescimento de plantas e na Casa de

Vegetação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Laranjeiras do Sul-

Paraná. O trabalho foi dividido em dois experimentos utilizando sementes de Araucaria

angustifolia, quatro experimentos com embriões de Araucaria angustifolia e dois experimentos

com sementes de Campomanesia xanthocarpa, totalizando oito experimentos.

3.1 OBTENÇÃO DAS SEMENTES

As sementes A. angustifolia, foram coletadas nos comércios de Laranjeiras do Sul-PR.

Para homogeneização dos lotes, foram selecionadas somente aquelas sementes que não

apresentaram as seguintes características: pinhões brotados, doentes, com sinais de início de

germinação, sementes miúdas de tamanho menor que 3,5 cm, sementes chochas (com sinal de

amêndoa desprendida) e atacadas pela larva Cydia araucariaceae, que se alimenta do embrião.

O ponto de colheita das pinhas maduras atendeu o padrão estabelecido por Silva et al., (2016),

que define este ponto quando as pinhas atingirem a coloração marrom. Foram necessários 7 kg

de sementes de A. angustifolia para cada experimento.

As sementes de Campomanesia xanthocarpa foram obtidas de frutos colhidos em

propriedades agrícolas do Município de Laranjeiras do Sul – PR. As sementes foram separadas

dos frutos por meio de amassamento manual com auxílio de peneira, para facilitar a separação

da polpa das sementes. Utilizou-se 2 kg de frutos para realização do experimento.

3.2 EXPERIMENTO I- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM ULTRAFREEZER de A.

angustifolia

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

sementes de A. angustifolia, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Após a avaliação da qualidade fisiológica das sementes realizou-se a retirada do

tegumento das sementes, deixando somente as amêndoas para realização dos tratamentos. As

amêndoas foram colocadas em papel de germinação umedecido com a quantidade de três vezes

a sua massa em solução de 5 mg L-1 de ácido abscísico e aclimatadas sequencialmente a 25 °C

24 h-1, 20 °C 24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1 e na sequência imersas em solução PVSII por 24

h. A solução foi aerada com uma bomba de aquário ligada a uma pedra porosa. Concluída a

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imersão, as amêndoas foram lavadas em água corrente por 30s e secas em papel germitest.

Após, foram colocadas para congelamento em ultrafreezer, onde permaneceram por 9 h até

atingirem a temperatura de -86 °C.

Concluído o período de congelamento as amêndoas foram acondicionadas em plástico

zipado, os quais foram colocados em banho-maria pelo período de 1 h a 40°C para o

descongelamento. Este procedimento serviu para evitar o contato direto da amêndoa congelada

com a água aquecida. Avaliações de umidade, tetrazólio e emergência de plântulas em bandeja

foram realizadas em diferentes períodos conforme representado na figura a seguir:

Figura 2. Esquema de execução do experimento I

Fonte: Elaborado pelo autor

3.2.1 Determinação do grau de umidade

Para a determinação do grau de umidade foi adotado o método padrão de estufa

descrito nas regras de análise de sementes (RAS) (BRASIL, 2009), a 105°C durante 24 h.

Conforme a metodologia adaptada de Santos (2014), utilizou-se duas repetições de 5

amêndoas por tratamento, que receberam dois cortes transversais e um corte longitudinal.

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3.2.2 Teste de tetrazólio

Foram utilizadas quatro repetições de 25 amêndoas as quais foram embebidas em água

destilada por 18 horas de acordo com a RAS (BRASIL, 2009). Após a embebição foi retirado

os embriões com auxílio de bisturi, por meio de cortes nas laterais do endosperma até se

aproximar ao embrião, então, prosseguiu a excisão manualmente para não danificar o embrião.

Os embriões foram imersos diretamente em sal de tetrazólio na concentração de 0,075%

e mantidos em BOD, sem luz por 4 h na temperatura de 30°C (SILVA, 2015). A observação foi

realizada em estereoscópico e foram estabelecidos dois grupos de viabilidade da semente: Grupo

I, viáveis e Grupo II, inviáveis. Considerando como áreas vitais: no eixo embrionário, a

extremidade superior (plúmula), a extremidade lateral e a extremidade inferior (radícula); e, nos

cotilédones, a proporção dos danos, determinando, também, se estes afetavam mais da metade

do tecido (SILVA et al., 2016).

Para a classificação das sementes no Grupo I considerou-se aquelas que apresentaram

embriões de coloração vermelha carmim, uniforme, com tecido de aspecto normal e firme, sem

danos significativos para a germinação e o estabelecimento de plântulas normais. Ainda nesse

grupo, foram inseridos os embriões que apresentaram menos da metade dos cotilédones

descoloridos ou com coloração vermelha intensa, bem como os que apresentaram dano

superficial próximo à extremidade inferior do eixo embrionário (radícula), sem, porém,

atingi‑lo, desde que as demais regiões apresentassem coloração uniforme e tecidos firmes. No

Grupo II, enquadraram-se os embriões com tecido descolorido ou com coloração vermelha

intensa na região da radícula e na região da plúmula, e com mais da metade dos cotilédones

descoloridos ou com coloração vermelha intensa. Nesse grupo, também se inseriu os embriões

mortos, que se encontraram quase totalmente descoloridos, com toda a extensão do eixo

embrionário com coloração branca leitosa ou com tecido apodrecido.

3.2.3 Teste de emergência de plântulas

O teste de emergência foi realizado em bandejas com 42,2cm comprimento x 34cm

largura x 8,4cm altura, utilizando quatro repetições de 25 amêndoas por tratamento. Foi

utilizado 6L de areia peneirada em malha de 2mm. As amêndoas foram semeadas enterrando-

as dois terços no solo. As bandejas foram mantidas em casa de vegetação com condições

controladas por 60 dias. A temperatura utilizada foi de 25+2ºC e a irrigação foi realizada

duas vezes por dia utilizando sistema de aspersão com duração de 4 minutos cada, uma as

8:00 horas e a outra as 18:00 horas, com uma vazão de 1,2 L.min-1.aspersor-1.

Foram consideradas plântulas normais aquelas emergidas pelo menos 3 cm acima

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nível do substrato.

3.2.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento I

O delineamento experimental utilizado para o experimento I foi o inteiramente

casualizado com 3 tratamentos e quatro repetições de 25 sementes:

T1-Testemunha;

T2- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de ácido abscísico e aclimatação sucessiva em 25, 20, 15 e

10°C por 24 h + imersão em PVS2 por 24 h;

T3- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de ácido abscísico e aclimatação sucessiva em 25, 20, 15 e

10°C por 24 h + imersão em PVS2 por 24 h + Congelamento em ultrafreezer -86°C (9 h).

Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

significância utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).

3.3 EXPERIMENTO II- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM FREEZER

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

sementes de A. angustifolia, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Após a avaliação da qualidade fisiológica das sementes realizou-se a retirada do

tegumento das sementes, deixando somente as amêndoas para realização dos tratamentos. As

amêndoas foram colocadas em papel de germinação umedecido com a quantidade de três vezes

a sua massa em solução de 5 mg L-1 de ácido abscísico, em seguida essas amêndoas foram

aclimatadas sequencialmente a 25 °C 24 h-1, 20 °C 24 h-1, 15°C 24 h-1, 10 °C 24 h-1 e em seguida

imersas em solução PVSII por 24 h. A solução foi aerada com uma bomba de aquário ligada a

uma pedra porosa. Concluído a imersão, as amêndoas foram lavadas em água corrente por 30s

e secas em papel germitest. Após, foram colocadas para congelamento em freezer, onde

permaneceram por 15 dias a temperatura de - 21 °C.

Concluído o período de congelamento as amêndoas foram acondicionadas em plástico

zipado, os quais foram colocados em banho-maria pelo período de uma hora a 40°C para o

descongelamento. Este procedimento serviu para evitar o contato direto da amêndoa congelada

com a água aquecida. Avaliações de umidade, tetrazólio e emergência de plântulas em bandeja

foram realizadas em diferentes períodos conforme representado na figura a seguir:

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Figura 3. Esquema de execução do experimento II

Fonte: Elaborado pelo autor

3.3.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade seguiu-se o item 3.2.1.

3.3.2 Teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o item 3.2.2.

3.3.3 Teste de emergência de plântulas

Para determinação do teste de emergência de plântulas seguiu-se o item 3.2.3.

3.3.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento II

O delineamento experimental utilizado para o experimento II foi o inteiramente

casualizado com 3 tratamentos e quatro repetições de 25 sementes:

T1-Testemunha;

T2- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de ácido abscísico e aclimatação sucessiva em 25, 20, 15 e

10°C por 24 h + imersão em PVS2 por 24 h;

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T3- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de ácido abscísico e aclimatação sucessiva em 25, 20, 15 e

10°C por 24 h + imersão em PVS2 por 24 h + Congelamento em freezer - 21°C (15 dias).

Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

significância utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).

3.4 EXPERIMENTO III- CONGELAMENTO EM FREEZER E CRIOPRESERVAÇÃO

EM NITROGÊNIO LÍQUIDO DE EMBRIÕES DE A. angustifolia.

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

sementes de A. angustifolia, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Embriões foram excisados das sementes de A. angustifolia com auxílio de bisturi e

divididos em duas amostras, uma foi colocada em criotubo e congelada em nitrogênio líquido

por um período de 24 h e a outra foi colocada em freezer – 21 °C, por 24 h. Após este período

as amostras foram descongelados em banho maria a 40 °C, por um período de uma hora. Os

embriões foram submetidos ao teste de tetrazólio e umidade, conforme o esquema a seguir.

Figura 4. Esquema de Execução do Experimento III

Fonte: Elaborado pelo autor

3.4.1 Determinação do teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.2.2.

3.4.2 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade foi adotado o método padrão de estufa descrito

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29

nas regras de análise de sementes (RAS) (BRASIL, 2009), a 105°C durante 24 h. Utilizou-se

duas repetições de 10 embriões por tratamento, que receberam dois cortes transversais.

3.4.3 Teste de emergência de plântulas

Para determinação do teste de emergência de plântulas seguiu-se o item 3.2.3.

3.4.4 Organização experimental para o experimento III

Foi realizado a organização experimental com 3 tratamentos e uma repetição com 10

embriões: testemunha; criopreservação em nitrogênio líquido por 24 h; congelamento em freezer

por 24 h. Os resultados foram apenas comparativos entre si sem realização de análise estatística,

este experimento foi considerado como experimento pré-teste.

3.5 EXPERIMENTO IV- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO EM

PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

EMBRIÕES DE A. angustifolia

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

sementes de A. angustifolia, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Após a excisão dos embriões, os mesmos foram imersos em solução de PVS2

(glicerol 30%, etileno glicol 15%, dimetilsulfóxido 15% e sacarose 0,4 Mol.L-1) pelos períodos

de 0, 15, 30 e 60 minutos. A imersão foi realizada em béquer de 1000 mL com aeração

fornecida por uma bomba de aquário ligada a uma pedra porosa. Concluído cada período de

imersão os embriões foram lavados em água corrente por 30 segundos e secos em papel germitest.

Em seguida, realizou-se a determinação do grau de umidade e teste de tetrazólio, conforme o

esquema a seguir:

Figura 5. Esquema de execução do experimento IV

Fonte: Elaborado pelo autor

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30

3.5.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.4.2.

3.5.2 Determinação do teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.2.2.

3.5.3 Teste de emergência de plântulas

Para determinação do teste de emergência de plântulas seguiu-se o item 3.2.3.

3.5.4 Organizaçãoexperimental para o experimento IV

Foi realizado a organização experimental com 4 tratamentos e uma repetição com 10

embriões: Testemunha 0 min de imersão em PVS2, Imersão em PVS2 por 15 min, 30 min e 60

min. Os resultados foram apenas comparativos entre si sem realização de análise estatística,

este experimento foi considerado como experimento pré-teste.

3.6 EXPERIMENTO V- EFEITO DO PVS2 E DO CONGELAMENTO EM NITROGÊNIO

LÍQUIDO E FREEZER EM EMBRIÕES DE A. angustifolia

Os embriões foram excisados das amêndoas e, em seguida, imersos em béquer de 0,5L

com solução PVS2 por 15 minutos. A solução foi aerada com uma bomba de aquário ligada a

uma pedra porosa. Após este período os embriões foram lavados em água corrente por 30

segundos e depois secos em papel germitest.

Concluído este procedimento os embriões foram divididos em duas amostras, uma foi

imersa em nitrogênio líquido por um período de 24 h e outra colocada em freezer, onde

permaneceram por 24 h a temperatura de -21°C.

O descongelamento foi realizado conforme experimento III. Avaliações de umidade e

tetrazólio foram realizadas em diferentes períodos conforme o esquema abaixo:

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31

Figura 5. Esquema de execução do experimento V

Fonte: Elaborado pelo autor

3.6.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.4.2.

3.6.2 Determinação do teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.2.2.

3.6.3 Teste de emergência de plântulas

Para determinação do teste de emergência de plântulas seguiu-se o item 3.2.3.

3.6.4 Oganização experimental para o experimento V

Foi realizado a organização experimental com 4 tratamentos e uma repetição com 10

embriões: Testemunha; Imersão em PVS2 por 15 minutos; imersão em PVS2 por 15 minutos +

criopreservação em nitrogênio líquido por 24 h; Imersão em PVS2 15 minutos + congelamento

em freezer por 24 h. Os resultados foram apenas comparativos entre si sem realização de análise

estatística, este experimento foi considerado como experimento pré-teste.

3.7 EXPERIMENTO VI - EFEITO DA ACLIMATAÇÃO COM CRIOPROTETORES NA

CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES DE A. angustifolia.

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

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32

sementes de A. angustifolia, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Os embriões foram excisados e colocados entre papel de germinação umedecido com a

quantidade de três vezes a sua massa em solução de 2 molar de glicose e 0, 4 molar de sacarose,

em seguida esses embriões foram aclimatados sequencialmente em 25 °C 12 h-1, 20 °C 12 h-1,

15 °C 12 h-1, 10 °C 12 h-1 . Concluída a aclimatação, os embriões foram lavados em água

corrente por 30 segundos e secos em papel germitest. Após, foram colocados em criotubos e

criopreservados em nitrogênio líquido por um período de 24 h.

Concluído o período de congelamento o tubo falcon com os embriões foram colocados

em banho maria pelo período de uma hora a 40 °C para o descongelamento. Em seguida, foram

realizados os testes de umidade e tetrazólio, conforme representado na figura a seguir:

Figura 6. Esquema de execução do experimento VI

Fonte: Elaborado pelo autor

3.7.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.4.2.

3.7.2 Determinação do teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.2.2.

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33

3.7.3 Teste de emergência de plântulas

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item

3.2.3.

3.7.4 Organização experimental para o experimento VI

Foi realizado a organização experimental com 3 tratamentos e uma repetição com 10

embriões: testemunha; aclimatação em solução 2 molar de glicose e 0,4 molar de sacarose em

25 °C 12 hrs-1, 20 °C 12 hrs-1, 15 °C 12 hrs-1, 10 °C 12 hrs-1; aclimatação em solução 2 molar

de glicose e 0,4 molar de sacarose em 25 °C 12 hrs-1, 20 °C 12 hrs-1, 15 °C 12 hrs-1, 10 °C 12

hrs-1+ criopreservação em nitrogênio líquido por 24 horas. Os resultados foram apenas

comparativos entre si sem realização de análise estatística, este experimento foi considerado

como experimento pré-teste.

3.8 EXPERIMENTO VII- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO E CRIOPRESERVAÇÃO DE

Campomanesia xanthocarpa

Foi analisada antes da execução do experimento a qualidade fisiológica do lote de

sementes de C. xanthocarpa, com as seguintes avaliações: teste de tetrazólio, umidade e

emergência em bandeja.

Foi realizado a despolpa dos frutos de C. xanthocarpa para obtenção das sementes. As

sementes foram embebidas em papel de germinação umedecido com a quantidade de três vezes

a sua massa em solução de 5 mg L-1 de ácido abscísico, em seguida as sementes foram

aclimatadas sequencialmente a 25 °C 24 h-1, 20 °C 24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1 e

posteriormente imersas em solução PVSII por 34 h. A solução foi aerada com uma bomba de

aquário ligada a uma pedra porosa. Concluído a imersão, as sementes foram lavadas em água

corrente por 30 segundos e secas em papel germitest. Após, foram colocadas em criotubos para

o congelamento em nitrogênio líquido por um período de três horas e em freezer a -18°C, por

24 h.

Concluído o período de congelamento os criotubos foram colocados em banho maria

pelo período de uma hora a 40°C para o descongelamento. Em seguida, foram realizados os

testes de umidade, tetrazólio e germinação em rolo de papel, conforme representado no

esquema a seguir:

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34

Figura 7. Esquema de execução do experimento VII

Fonte: Elaborado pelo Autor

3.8.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade foi adotado o método padrão de estufa descrito

nas regras de análise de sementes (RAS) (BRASIL, 2009), a 105°C durante 24 h. Foram

utilizadas quatro repetições compostas de sete sementes por repetição e os resultados foram

expressos em base úmida, conforme a metodologia utilizada por Herzog (2007).

3.8.2 Teste de tetrazólio

As sementes foram submetidas a embebição, em rolo de papel umedecido com 2,5

vezes a sua massa, acondicionados em câmaras de germinação reguladas à temperatura de 25°C,

onde permaneceram por 4 h. Foram utilizadas 4 repetiçoes de 25 sementes. Após o período de

embebição as sementes foram acondicionadas em béquer de vidro com 30 mL da solução de

2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio, na concentração de 0,5 % por um período de 2:30 h em

câmaras do tipo BOD, com temperatura controlada de 35°C, na ausência de luz (HERZOG,

2007).

Para a caracterização dos níveis de viabilidade das sementes, foi elaborado um

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35

esquema de representação de sementes viáveis e inviáveis, observando a diferenciação de cores

dos tecidos. A área vital da semente incluiu a região dos cotilédones e o eixo embrionário. Com

base nas observações de intensidade de coloração, profundidade e localização foram

estabelecidos oito classes de viabilidade e vigor, conforme a figura abaixo (HERZOG, 2007).

Figura 8. Classes de viabilidade e vigor em tetrazólio de C. xanthocarpa

Fonte: HERZOG, 2007

Classe 1: Sementes viáveis de alto vigor: aspecto normal e firme, com coloração rósea.

Classe 2: Smentes viáveis de médio vigor: com coloração uniforme e na região central

dos cotilédones apresenta coloração vermelha intensa, sem atingir o eixo embrionário.

Classe 3: Sementes viáveis não vigorosas: Semente com coloração rósa e apresentando

manchas cor carmim na forma de mosaico.

Classe 4: Sementes viáveis: apenas o eixo embrionário com coloração rósea, e

apresentando áreas dispersas de coloração branca e leitosa.

Classe 5: Sementes inviáveis: região do eixo embrionário com coloração em vermelho

intensa, caracterizando tecidos em deterioração.

Classe 6: Sementes inviáveis: com coloração vermelha intensa, o tecido se mostra

flácido, indicando deterioração.

Classe 7: Sementes mortas: com coloração branca leitoso.

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36

Classe 8: Sementes mortas: com coloração cinza.

3.8.3 Teste de germinação

As sementes foram submetidas ao teste de germinação, em rolo de papel (RP) tipo

germitest, umedecidos com água destilada com volume (mL) equivalente a 3,0 vezes o peso do

papel (g), na temperatura de 25 ºC, sob luz constante em germinadores. Foram utilizadas quatro

repetições de 25 sementes. A avaliação da germinação foi realizada 58 dias após a implantação

do teste, considerando germinadas as sementes com a radícula protundida (GOMES et al, 2016).

3.8.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento VII

O Delineamento utilizado para o experimento VII, foi o inteiramente casualizado com

5 tratamentos e quatro repetições de 25 sementes:

T1- Testemunha;

T2- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de Ácido abscísico e aclimatação em 25 °C 24 h-1, 20°C

24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1;

T3- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de Ácido abscísico e aclimatação em 25 °C 24 h-1, 20°C

24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1+ imersão em PVSII por 34 h;

T4- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de Ácido abscísico e aclimatação em 25 °C 24 h-1, 20 °C

24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1 + imersão em PVSII por 34 h + Criopreservação em

nitrogênio líquido por 3 h;

T5- Aplicação exógena de 5 mg L-1 de Ácido abscísico e aclimatação em 25 °C 24 h-1, 20°C

24 h-1, 15 °C 24 h-1, 10 °C 24 h-1 + imersão em PVSII por 34 h + Congelamento em freezer a

-21 °C;

Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

significância utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).

3.9 EXPERIMENTO VIII- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO EM

PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

SEMENTES DE Campomanesia xanthocarpa

Após a despolpa, as sementes foram imersas em solução de PVS2 (glicerol 30%, etileno

glicol 15%, dimetilsulfóxido 15% e sacarose 0,4 Mol.L-1) pelos períodos de 0, 12, 34 e 58

horas. A imersão foi realizada em béquer de 1000 mL com aeração fornecida por uma bomba

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de aquário ligada a uma pedra porosa. Concluído os períodos de imersão em PVS2 realizou-se

a determinação do grau de umidade das sementes, teste de tetrazólio e germinação em rolo de

papel, conforme o esquema a seguir:

Figura 9. Esquema de execução do experimento VIII

Fonte: Elaborado pelo autor

3.9.1 Determinação do grau de umidade

Para determinação do grau de umidade seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.8.1.

3.9.2 Teste de tetrazólio

Para determinação do teste de tetrazólio seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.8.2.

3.9.3 Teste de germinação

Para determinação do teste de germinação seguiu-se o mesmo procedimento do item 3.8.3.

3.9.4 Delineamento experimental e análise estatística para o experimento VIII

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualisado com 4

tratamentos e 4 repetições de 25 sementes:

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Imersão em solução PVS2, por:

T1- 0 horas (testemunha);

T2- 12 horas;

T3- 34 horas;

T4- 58 horas.

Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

significância utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 EXPERIMENTO I- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM ULTRAFREEZER de A.

angustifolia

O grau de umidade inicial das amêndoas de A. angustifolia foi de 51,28 %, o teste de

tetrazólio e a emergência de plântulas foi de 79 % e 95 % , respectivamente (Gráfico 1). Este

resultado demonstra a importância do teste de tetrazólio para avaliação da viabilidade de

sementes de espécies florestais, uma vez que o teste de emergência de plântulas para a maioria

dessas espécies demanda mais de 30 dias de avaliação, e o teste de tetrazólio é realizado em

menos de 24 horas. Assim, o teste de tetrazólio otimiza o tempo necessário para avaliar a

viabilidade das sementes de A. angustifolia. Em função disso, o teste de emergência de

plântulas foi utilizado somente para verificação da qualidade fisiológica das sementes logo após

a sua aquisição.

A diferença observada entre a emergência de plântulas e o teste de tetrazólio mostra um

rigor alto do autor para avaliação do teste de tetrazólio, demonstrando a importância da

padronização do teste para a espécie e da prática do avaliador para assegurar confiabilidade no

teste. Segundo Oliveira et al., (2014), após a padronização para a espécie em estudo o teste de

tetrazólio permite verificar a viabilidade das sementes rapidamente, com base na alteração da

cor dos tecidos vivos, em função da ação da solução de cloreto de 2,3, 5 trifenil tetrazólio.

Oberva-se pelo gráfico 1, que houve redução de aproximadamente 4 pontos percentuais no

grau de umidade das amêndoas quando estas foram aclimatadas em ABA e imersas em PVS2

por 24 horas. Contudo o grau de umidade ainda estava muito acima do valor considerado crítico

para espécie com 37 % (Garcia et al., 2014).

As amêndoas aclimatadas em ABA e imersas em PVS2 reduziram a viabilidade em 15

pontos percentuais, indicando que o pré-tratamento realizado antes do congelamento foi

prejudicial a germinação. A redução da viabilidade das sementes indicado pelo teste de

tetrazólio provavelmente ocorreu devido a utilização do PVS2, que pode ter sido fitotóxico ao

embrião.

Stegani et al., (2017), trabalhando com a criopreservação de sementes da planta rainha do

abismo (Sinningia leucotricha) também observaram redução da viabilidade das sementes

quando crioprotegidas com a solução de PVS2. O efeito fitotóxico dessa solução pode ocorrer

em função das substâncias que a compõe, da concentração utilizada e do tempo de exposição.

O etilenoglicol (componente do PVS2) é um álcool de fórmula molecular C2H4(OH)2, às suas

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40

características de baixo peso molecular (62,07 g/mol) e baixo ponto de fusão (-15,6°C) tem o

colocado como importante crioprotetor, pois é um importante agente penetrante em células vegetais.

Contudo a metabolização desta substância pode gerar subprodutos potencialmente tóxicos, como o

ácido glicólico e o oxalato (CORLEY et al.,2005).

Gráfico 1. Grau de umidade, teste de tetrazólio e emergência de sementes de A. angustifolia

aclimatadas em ABA, imersas em PVS2 e congeladas em ultrafreezer (UTF)

Fonte: Elaborado pelo autor

Quando as sementes foram congeladas em ultrafreezer obteve-se 19% de embriões

coloridos de vermelho, indicando viabilidade pelo teste de tetrazólio. Embora este valor seja 60

pontos percentual menor do que o observado na testemunha, é um resultado muito promissor

levando em consideração o comportamento recalcitrante das sementes de A. angustifolia.

A presença de tecidos dos embriões respirando (coloridos em vermelho) pode ser em

função da aplicação exógena de ABA, que pode ter desencadeado a produção de proteínas de

tolerância a baixas temperaturas (Imagem 1-D). Pieruzzi (2013), verificou aumento no

conteúdo de ABA em céluas embriogênicas de A. angustifolia submetidas a tratamentos por

congelamento, quando comparadas com céluas frescas. Este hormônio tem função na tolerância

ao estresse abiótico em plantas, de forma que os genes induzidos por ele codificam proteínas

relacionadas com a tolerância ao estresse (TAIZ et al, 2017).

79 A

64B

19 C

51,2847,5 45,3

95

0

20

40

60

80

100

Testemunha ABA + Acl. + PVS2 ABA+ Acl.+PVS2+ UTF

(%)

Tetrazólio Umidade Emergência

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41

Imagem 1. Coloração em sal de tetrazólio de embriões de sementes de A. angustifolia

aclimatados em ABA, imersos em PVS2 e depois congelados em ultrafreezer.

A – Testemunha, embriões coloridos em sal de tetrazólio; B – Emergência testemunha; C –Avaliação depois da

aclimatação em ABA + PVS2 24h, embriões coloridos em sal de tetrazólio; D - Embriões congelados em

ultrafreezer depois da aclimatação em ABA+ PVS2 24 horas e colorido em sal de tetrazólio.

Apesar do resultado promissor verificado no experimento I, não se pode descartar a

subjetividade do teste de tetrazólio, em que as sementes podem ter sido consideradas viáveis

embora estivessem inviáveis. A subjetividade do teste de tetrazólio pode provocar variações de

resultados entre analistas (KRZYZANOWSKI, 1994). Desta forma, prosseguiu-se com o

experimento II, colocando as sementes tratadas em emergência ao invés do teste de tetrazólio.

4.2 EXPERIMENTO II- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO EM FREEZER

Em função da coloração dos embriões de A. angustifolia pelo teste de tetrazólio após o

congelamento em ultrafreezer, realizou-se o experimento II. Com esse experimento buscou-se

eliminar a subjetividade do teste de tetrazólio, colocando as amêndoas após o congelamento em

ultrafreezer para germinar em bandeja com areia.

Quando as sementes foram aclimatadas em ABA + redução gradual de temperatura +

PVS2, verificou-se uma redução na porcentagem de emergência de 72 pontos percentuais

quando comparada a testemunha (Gráfico 2).

A B

C D

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42

Gráfico 2. Grau de umidade e emergência de sementes de A. angustifolia aclimatadas em ABA,

imersas em PVS2 e congeladas em freezer (FZ)

*As médias de tetrazólio seguidas pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey

a 5% de probabilidade

Fonte: Elaborado pelo autor

A redução da emergência de plântulas quando submetidas a aclimatação em ABA+

PVS2, pode ter ocorrido em função da aplicação exógena de ABA, que apesar de induzir a

produção de proteínas de tolerância ao estresse pelo congelamento, também atua como inibidor

da germinação das sementes (TAIZ et al, 2017). Assim como no experimento anterior, também

verificou-se ação fitotóxica da solução de PVS2 sobre as sementes de A. angustifolia,

constatado pela imagem 2-C, em que observou-se anormalidade das plântulas emergidas no

tratamento aclimatação em ABA+ PVS2.

79

51,2846,8 46,2

95 A

23 B

0 C0

20

40

60

80

100

Testemunha ABA+ Acl. + PVS2 ABA+ Acl. +PVS2+ FZ

(%)

Tetrazólio Umidade Emergência

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43

Imagem 2. Emergência em bandeja de sementes de A. angustifolia aclimatados em ABA,

imersos em PVS2 e depois congelados em freezer

A – Testemunha, emergência em bandeja; B – Emergência de sementes submetidas ao tratamento aclimatação em

ABA+ PVS2; C – Emergência de plântulas submetidas ao tratamento aclimatação em ABA+ PVS2; D –

Emergência de sementes congelados em freezer depois da aclimatação em ABA+ PVS2.

Quando as sementes foram congeladas em freezer a - 21°C, ocorreu 100 % de

mortalidade (Gráfico 2). Diversos autores consideram o congelamento lento (como no freezer

a -21°C) inapropriado para as sementes recalcitrantes e recomendam o congelamento rápido

(TAIZ et al., 2017). O congelamento muito lento pode desidratar as células excessivamente

elevando a concentração de sais intracelulares e ao mesmo tempo causar danos irreversíveis a

membrana pelo enrugamento (CAVALCANTI MATA; BRAGA; SILVA, 2003). Contudo, os

resultados indicam que a mortalidade provavelmente não ocorreu em função da desidratação,

uma vez que o grau de umidade das sementes após o congelamento encontravam-se em torno

de 46,2 %. Essa umidade é alta o suficiente para formar cristais de gelo no interior da célula e

ocasionar sua morte (STEGANI et al., 2017).

Apesar da redução da umidade das amêndoas em função da exposição na solução de

PVS2, visto que as substâncias crioprotetoras atuam como agentes osmóticos externos

removendo o excesso de água intracelular por fluxo osmótico e substituindo a água do meio

intracelular, esta ainda se manteve muito acima do valor considerado crítico para a espécie

(DUMET et al., 1993).

B A

C D

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44

Sugere-se também que a mudança na forma de congelamento das sementes entre os

experimento I e II tenha contribuido para diferença apresentada na viabilidade das sementes

entre os experimentos. Entretanto, não se pode descartar a subjetividade do teste de tetrazólio,

em que as sementes do experimento I podem ter sido consideradas viáveis embora estivessem

inviáveis.

4.3 EXPERIMENTO III- CONGELAMENTO EM FREEZER E CRIOPRESERVAÇÃO

EM NITROGÊNIO LÍQUIDO DE EMBRIÕES DE A. angustifolia.

Com a execução do experimento I e a constatação de embriões viáveis pelo teste de

tetrazólio após o congelamento, e com o sequente resultado de 100 % de mortalidade na

emergência de plântulas no experimento II , prosseguiu-se com o experimento III, somente com

embriões de A. angustifolia, objetivando verificar os danos diretos causado pelos tratamentos

nos embriões.

O grau de umidade inicial (testemunha), a viabilidade pelos testes de emergência de

plântulas e tetrazólio do lote de sementes utilizado no experimento III, foi de 54,7 %, 92 % e

80 %, respectivamente (Gráfico 3).

Observa-se pelo gráfico 3 e Imagem 3, que tanto a criopreservação em NL quanto o

congelamento em freezer foram letais aos embriões de A. angustifolia. Segundo Mendonça e

Dias (2000), todas as sementes, sejam elas ortodoxas ou recalcitrantes, são susceptíveis aos

danos causados pelas temperaturas abaixo de 0ºC quando estas se encontram com elevado grau

de umidade.

Gráfico 3. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia criopreservados em

nitrogêlio líquido (NL) e congeladas em freezer (FZ)

Fonte: Elaborado pelo autor

80

0 0

92

54,7

41,74 40,49

0

20

40

60

80

100

Testemunha Freezer NL

(%)

Tetrazólio Emergência Umidade

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45

Foi possível observar também através da coloração em sal de tetrazólio que o

congelamento lento em freezer mostrou-se mais danoso aos embriões pela coloração branco

leitoso, indicando ausência total de respiração, quando comparados com embriões

criopreservados em nitrogênio líquido que apresentaram alguns pontos em vermelho, indicando

respiração do tecido (Imagem 3-A e 3-B). Assim, comprava-se que a teoria de que o

congelamento rápido é mais eficiente para criopreservação de sementes recalcitrantes A

velocidade de congelamento é um fator determinante sobre a formação de cristais de gelo,

formato e tamanho (CAVALCANTI MATA; BRAGA; SILVA, 2003).

Quando os tecidos vegetais sofrem resfriamento lento, a exposição a temperaturas de

congelamento por períodos prolongados leva a formação de cristais de gelo no meio

extracelular, causando movimento da água do protoplasto para o gelo extracelular (TAIZ et al,

2017). Mesmo com a redução do grau de umidade, este ainda continuava elevado para

proporcionar o congelamento eficiente sem danos a célula. Visando minimizar este efeito deve-

se utilizar substância crioprotetoras pré-congelamento.

O menor dano observado em embriões criopreservados em nitrogênio líquido pode ter

ocorrido pelo fato do congelamento rápido evitar a formação de grandes cristais de gelo que

poderiam perfurar as células (FRIZZO, 2013). Porém com o alto grau de umidade em torno de

40,49 %, tornou-se a criopreservação letal as células dos embriões.

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46

Imagem 3. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia criopreservados em

nitrogênio líquido e congelados em freezer

A – Coloração em sal de tetrazólio de embriões criopreservados em NL, indicando menor dano; B – Coloração

em sal de tetrazólio de embriões congelados em freezer, danos mais evidentes; C – A esquerda embrião congelado

em freezer e a direita criopreservado em NL; D – Ausência de respiração em embriões congelados em freezer e

coloridos em sal de tetrazólio.

A criopreservação direta dos embriões de A. angustifolia em nitrogênio líquido e o

congelamento em freezer sem uma desidratação prévia e/ou utilização de solução crioprotetora

que estabilize as membranas e vitrifique o citoplasma celular foi letal. Porém com a constatação

da fitotoxicidade pelo tempo de exposição a solução crioprotetora PVS2, buscou-se com o

próximo experimento identificar o tempo ideal de imersão nesta solução.

4.4 EXPERIMENTO IV- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO EM

PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

EMBRIÕES DE A. angustifolia

Visando reduzir a umidade de embriões de A. angustifolia para a criopreservação

realizou-se o experimento IV, cujo objetivo foi testar o efeito da solução de PVS2 (0,4 M de

sacarose, 30% (v/v) de glicerol, 15% (v/v) de etilenoglicol e 15% (v/v) de DMSO) na

viabilidade, redução do grau de umidade de embriões de A. angustifolia.

A B

C D

B

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47

O grau de umidade inicial, teste de tetrazólio e emergência foram o mesmo do

experimento III (testemunha), pela utilização do mesmo lote de sementes.

A imersão dos embriões em PVS2 por 15, 30 e 60 minutos reduziu a viabilidade em 20,

50 e 80 pontos percentuais respectivamente quando comparados a testemunha. Apesar da alta

redução percentual na viabilidade dos embriões para o tempo de 15 minutos de imersão, este se

mostrou mais eficiente para redução do grau de umidade de embriões de A. agunstifolia. Nota-

se também que o prolongamento do tempo de exposição na solução culminou no aumento no

grau de umidade, gerando 100 % de mortalidade dos embriões indicado pela coloração em sal

de tetrazólio para o tempo 60 minutos (Gráfico 4 e imagem A, B e C). O aumento significativo

na umidade para o tempo 60 minutos, pode ter ocorrido em função de algum erro experimental.

Gráfico 4. Grau de umidade e viabilidade de embriões de A. angustifolia pelo teste tetrazólio

em diferentes períodos de imersão em solução de PVS2

Fonte: Elaborado pelo autor

Com a penetração celular o etilenoglicol pode ter sido metabolizado e gerado

subprodutos tóxicos as células. Alguns estudos demonstram que dependendo da quantidade de

etilenoglicol metabolizado, o ácido glicólico formado excede a capacidade tamponante natural

da célula, levando a uma redução do pH com consequente acidose celular, resultando na

formação de glicina e ácido oxálico (CASTRO et al., 2011). Quanto ao dimetilsulfóxido

(DMSO), estudos em células animais evidenciam caráter atóxico (CASTRO et al., 2011).

Ferraz et al (2012) verificou que o pré-tratamento com DMSO prejudicou a viabilidade

de calos crioconservados da espécie arbórea Anadenanthera colubrina. A coloração com

tetrazólio demonstrou a perda de viabilidade completa já na etapa de crioproteção com DMSO,

antes da etapa de desidratação e crioconservação (FERRAZ et al., 2012). Isto sugere a

54,7

41,0845,14

75,3880

60

30

0

92

0

20

40

60

80

100

Testemunha PVS2 15 min PVS2 30 min PVS2 60 min

(%)

Umidade Tetrazólio Emergência

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48

necessidade de mais estudos para comprovar a real toxicidade e subprodutos metabolizados

dos crioprotetores em células vegetais.

Imagem 4. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia, submetidos em

diferentes períodos de imersão em solução de PVS2

A – Coloração em sal de tetrazólio de embriões, testemunha; B – Coloração em sal de tetrazólio de embriões

imersos por 15 min em solução de PVS2; C – Coloração em sal de tetrazólio de embriões imersos por 30 min em

solução de PVS2; D – Coloração em sal de tetrazólio de embriões imersos por 60 min em solução de PVS2.

Talvez a mudança na forma de exposição a solução possa minimizar o efeito tóxico desta,

por exemplo colocar os embriões em contato com papel de germinação umidecidos com a

solução, ao invés de colocá-los diretamente em imersão.

A A

B B

C C

D D

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49

4.5 EXPERIMENTO V- EFEITO DO PVS2 E DO CONGELAMENTO EM NITROGÊNIO

LÍQUIDO E FREEZER EM EMBRIÕES DE ARAUCÁRIA

Em virtude da eficiência da solução de PVS2 na desidratação dos embriões de A.

angustifolia (Experimento IV; Gráfico 4), realizou-se o experimento V com objetivo de avaliar

se o PVS2, aplicado antes do congelamento, preserva a qualidade dos embriões após o

congelamento.

A escolha do tempo de imersão em PVS2 por 15 minutos, mesmo reduzindo a viabilidade

em 20 pontos percentuais (experimento IV; Gráfico 4), deveu-se ao fato de que foi o período

de tempo necessário para que os embriões atingissem o grau de umidade mais próximo do

crítico, 37% (TOMPSETT, 1984).

Observa-se no gráfico 5, que o tratamento PVS2 15 minutos manteve a viabilidade dos

embriões quando comparado com a testemunha, diferindo do experimento IV, em que a imersão

na solução por 15 minutos resultou em redução de 20 pontos percentuais na viabilidade dos

embriões. Provavelmente essa diferença observada entre os experimentos tenha ocorrido em

virtude da diferença na qualidade fisiológica das sementes.

Gráfico 5. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia, imersos em PVS2

por 15 minutos, criopreservados em Nitrogênio líquido (NL) e congelados em freezer (FZ)

Fonte: Elaborado pelo autor

O congelamento dos embriões tanto em freezer quanto a criopreservação em nitrogênio

líquido foram letais, reduzindo a zero a viabilidade pela coloração em sal de tetrazólio, mesmo

quando crioprotegidas com PVS2 (Gráfico 5, imagem 5 A e B) . Na imagem 5-A e B, nota-se

54,7

43,5 42,7 40,3

80 80

0 0

92

0

20

40

60

80

100

Testemunha PVS2 15 min PVS2 15 min + NL PVS2 15 min + FZ

(%)

Umidade Tetrazólio Emergência

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50

que o eixo embrionário ficou esbranquiçado, indicando ausência de respiração pelo teste de

tetrazólio, portanto, morte de embriões.

Como a umidade ainda permaneceu acima do considerado crítico para espécie com 37

%, infere-se que a consequência da inviabilidade dos embriões não ocorreu pela desidratação,

mas sim pela formação de cristais de gelo no interior das células, assim como discutido nos

experimentos anteriores.

Imagem 5. Coloração em sal de tetrazólio em embriões de A. angustifolia, imersos em PVS2

por 15 minutos, criopreservados em Nitrogênio líquido (NL) e congelados em freezer (FZ)

A – Coloração em sal de tetrazólio de embriões imersos em PVS2 15 min + NL; B – Coloração em sal de tetrazólio

de embriões imersos em PVS2 15 min + FZ; C – Coloração em sal de tetrazólio de embriões, testemunha.

Crioproteção em PVS2 por 15 minutos não foi eficiente para possibilitar o

congelamento em freezer e em nitrogênio líquido de embriões A. angustifolia. Mostra-se mais

uma vez que o grau de umidade elevado da espécie limita a sua conservação nas diferentes

formas de congelamento.

A A

B B

C C

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51

4.6 EXPERIMENTO VI- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO COM CRIOPROTETORES NA

CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES DE A. angustifolia.

Em busca de alternativa menos agressiva para a desidratação e crioproteção de amêndoas

de araucária do que a imersão em PVS2, objetivou-se com o experimento VI avaliar a influência

da aclimatação dos embriões entre papel de germinação umedecidos com solução de 2M glicose

+ 0,4M sacarose em temperaturas graduais de 25 °C 12 h-1, 20°C 12 h-1,15°C 12 h-1 e 10 °C 12

h-1, antes do congelamento, sobre a qualidade fisiológica dos embriões de araucária.

Observa-se pelo gráfico 6, que a utilização destes crioprotetores em aclimatação foram os

mais eficientes na redução do grau de umidade dos embriões. Estudos demonstram que o modo

de ação dos açúcares é multivariado, agindo como compostos osmóticos externos, removendo

o excesso de água intracelular através de um gradiente osmótico (DUMET et al., 1993) e

substituindo a água removida das biomoléculas, mantendo a estabilidade das membranas

celulares (STEGANI et al., 2017).

Diferindo da solução de PVS2, que contém 15 % de dimetilsulfóxido e 15 % de etileno

glicol, componentes altamente penetrantes nas células, as moléculas de glicose e sacarose atuam

de forma mais eficiente na redução do grau de umidade, sem gerar metabolização de produtos

tóxicos. Conforme aponta Santos (2000), os açúcares apresentam vantagem em relação às

outras soluções crioprotetoras porque eles são excelentes agentes vitrificadores e não

apresentam toxicidade para as células vegetais mesmo quando se acumulam em grande

quantidade no citoplasma.

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52

Gráfico 6. Grau de umidade e tetrazólio de embriões de A. angustifolia, aclimatados em solução

de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15, 10 °C 12-1 horas e criopreservados em

Nitrogênio líquido (NL)

Fonte: Elaborado pelo autor

Observa-se pelo gráfico 6 e imagem 6- C, que a aclimatação com os açúcares

possibilitou a redução no grau de umidade em 18 pontos percentuais e manteve a viabilidade

de 20 % dos embriões quando criopreservados em nitrogênio líquido. Apesar da redução de 60

pontos percentuais de vialibidade pelo teste de tetrazólio em comparação a testemunha esse

resultado é muito promissor para a criopreservação de sementes recalcitrantes.

Na imagem 6-C, é possível observar alguns pontos coloridos em vermelho, mesmo após

o congelamento em nitrigênio líquido. Essa coloração indica respiração dos tecidos, mostrando

um grande avanço no tratamento com sacarose.

Stegani et al., (2017), observou que as maiores doses de sacarose foram as mais

benéficas na criopreservação de sementes de rainha do abismo Sinningia leucotricha.

54,7

38,09 36,7

80

60

20

92

0

20

40

60

80

100

Testemunha Acl + 2 M glicose + 0,4

M sacarose

Acl + 2 M glicose + 0,4

M sacarose + NL

(%)

Umidade Tetrazólio Emergência

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53

Imagem 6. Coloração em sal de tetrazólio de embriões de A. angustifolia, aclimatados em

solução de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15, 10 °C 12-1 horas e criopreservados em

Nitrogênio líquido (NL)

A – Coloração em sal de tetrazólio de embriões, testemunha; B – Coloração em sal de tetrazólio de embriões

aclimatados em solução de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15 e 10 °C 12-1 horas; C – Coloração em sal

de tetrazólio de embriões aclimatados em solução de 2 M glicose + 0,4 M sacarose em 25, 20, 15, 10 °C 12-1 horas

+ NL.

A presença de respiração nos tecidos do embrião de araucária após o congelamento

indica avanços no protocolo de criopreservação de sementes de A. angustifolia.

4.7 EXPERIMENTO VII- EFEITO DA ACLIMATAÇÃO, EMBEBIÇÃO EXÓGENA DE

ABA E IMERSÃO EM PVSII NO CONGELAMENTO E CRIOPRESERVAÇÃO DE

Campomanesia xanthocarpa

O grau de umidade, teste de tetrazólio e germinação inicial (testemunha) das sementes de

C. xanthocarpa foram de 78,3 %, 82 % e 69 %, respectivamente (Gráfico 7). Pode-se observar

pelo gráfico 7, que houve diferenciação entre o teste de tetrazólio e a germinação. Segundo

KRZYZANOWSKI (1994) o teste de tetrazólio pode gerar muita subjetividade nos resultados.

A A

B B

C C

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54

A aclimatação não reduziu a viabilidade das sementes, não havendo diferenciação de

germinação quando comparado com a testemunha. Observa-se também o aumento da

viabilidade indicado pelo teste de terazólio, mais uma vez mostrando que apesar da importância

do teste de tetrazólio para indicação rápida da viabilidade das sementes, este se não padronizado

pode gerar resultados subjetivos. Houve redução de aproximadamente nove pontos percentuais

no grau de umidade das sementes.

O tratamento aclimatação em ABA+imersão em PVSII 34 h apresentou redução de 49

pontos percentuais na germinação quando comparado com a testemunha. Sugere-se que a

redução na qualidade fisiológica das sementes tenha ocorrido em função da demasiada redução

da umidade das sementes (33 pontos percentuais) mais a ação hormonal do ABA na indução da

dormência nas sementes.

Galdino Junior (2013), aponta que a imersão em solução PVS2 pode ocasionar a

diminuição do grau de umidade, por desidratação das células por osmose, em função dos

componentes contidos na solução. No entanto, é necessário adequar a metodologia de uso dessa

solução, principalmente com relação ao tempo de exposição das sementes, pois pode ocorrer toxidez

por algumas substâncias.

Gráfico 7. Grau de umidade, teste de terazólio e germinação de sementes de C. xanthocarpa

aclimatadas em ABA, imersas em PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e

congeladas em freezer (FZ)

*As médias de tetrazólio seguidas pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey

a 5% de probabilidade

Fonte: Elaborado pelo autor

82 ba

97 a

74 cb

0 d 0 d

69 a 69 a

20 b

0 c 0 c

78,3

67,8

34,6

49,251,9

0

20

40

60

80

100

Testemunha Aclim. Aclim. + PVS2 Acl. + PVS2+

NL

Acl. + PVS2+

FZ

(%)

Tetrazólio Germinação Umidade

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55

Observa-se pelo gráfico 7, imagem 7-C e 7-D, 8-C e 8-D, que a criopreservação em

nitrogênio líquido e congelamento em freezer foram letais as sementes, mesmo sendo

aclimatadas e crioprotegidas em PVS2. Na imagem 7-D, observa-se ausência de respiração

indicado pela coloração em sal de tetrazólio, com os tecidos das sementes apresentando-se na

coloração branco leitoso. O grau de umidade para os tratamentos aclimatação+PVS2+

nitrogênio líquido e freezer ainda continuou elevado, facilitando a formação dos cristais de gelo

no espaço intracelular danificando as células (TAIZ et al., 2017). Segundo Mendonça e Dias

(2000), todas as sementes, seja ela ortodoxa ou recalcitrante, são susceptíveis aos danos

causados pelas temperaturas abaixo de 0ºC quando estas se encontram com elevado grau de

umidade.

Imagem 7. Coloração em sal de terazólio de sementes de C. xanthocarpa aclimatadas em ABA,

imersas em PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e congeladas em freezer (FZ)

A – Coloração em sal de tetrazólio de sementes de C. xanthocarpa, testemunha; B – Coloração em sal de tetrazólio

de sementes de C. xanthocarpa, testemunha; C – Coloração em sal de tetrazólio de sementes de C. Xanthocarpa

criopreservadas em nitrogênio líquido; D – Coloração em sal de tetrazólio indicando ausência de respiração em

tecidos de sementes de C. Xanthocarpa criopreservadas em nitrogênio líquido.

Nas imagens 8-A e 8-B, fica evidente a elevada redução na germinação quando as

sementes foram tratadas com ABA. O ABA embora seja um indutor da produção de proteínas

de tolerância ao estresse também atua como inibidor da germinação (TAIZ et al, 2017). Este

A B

C D

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56

resultado assemelha-se ao ocorrido no experimento II, em que o tratamento ABA+ imersão em

PVS2 resultou em elevada redução na emergência de sementes de araucária.

Sugere-se também uma possível toxicidade da solução PVS2 sobre as sementes de C.

xanthocarpa. Stegani et al (2017) e Ferraz et al (2012), também verificaram efeito tóxico da

solução PVS2 na criopreservação de sementes. Porém, vale ressaltar que a toxicidade biológica

dos agentes crioprotetores está diretamente relacionada às suas respectivas concentrações e

tempo de exposição (CORLEY et al., 2005).

Imagem 8. Germinação de sementes de C. xanthocarpa aclimatadas em ABA, imersas em

PVS2, criopreservadas em Nitrogênio líquido (NL) e congeladas em freezer

A – Germinação de sementes de C. xanthocarpa, testemunha; B – Germinação de sementes de C. xanthocarpa,

aclimatadas em ABA + PVS2 34 horas; C – Ausência de germinação de sementes de C. Xanthocarpa

criopreservadas em nitrogênio líquido; D – Ausência de germinação de sementes de C. Xanthocarpa congeladas

em freezer.

Não foi possível manter viável as sementes de C. xanthocarpa submetidas a

criopreservação em nitrogênio líquido e congeladas em freezer, mesmo quando estas foram

aclimatadas em ABA e crioprotegidas em solução de vitrificação PVS2.

A B

C D

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57

4.8 EXPERIMENTO VIII- EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE IMERSÃO EM

PVS2 SOBRE O GRAU DE UMIDADE E A QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

SEMENTES DE Campomanesia xanthocarpa

O experimento VIII foi realizado com o objetivo de testar o efeito de diferentes períodos de

imersão em solução de PVS2 (0,4 M de sacarose, 30% (v/v) de glicerol, 15% (v/v) de etilenoglicol

e 15% (v/v) de DMSO) na viabilidade e redução do grau de umidade das sementes de C.

xanthocarpa.

O grau de umidade inicial (testemunha) das sementes de C. xanthocarpa foi de 78,3 %

e a viabilidade, avaliada por meio do teste de tetrazólio, de 82% e a germinação 82 % (Gráfico

8, Imagem 9 e 10). Não houve diferença estatística a 5 % de probabilidade para o teste de

tetrazólio e germinação até o tempo 34 horas, não indicando perda viabilidade significativa,

quando comparado com a testemunha. A redução na viabilidade ocorreu quando as sementes

permaneceram imersas em PVS2 por 58 horas.

Observa-se pelo gráfico 8, que o tempo 12 horas foi o mais eficente para redução do

grau de umidade das sementes com declínio de 44 pontos percentuais em relação a testemunha.

Porém nota-se na imagem 10-B, um grande número de sementes germinadas com

anormalidades quando imersas em PVS2 por 12 horas.

A diminuição no grau de umidade causada pela imersão na solução PVS2 é essencial

para realizar a criopreservação. É um fator importante para a recuperação e sobrevivência do

material, porque permite reduzir o teor de água das células evitando danos da formação cristais

de gelo no congelamento. No entanto, é necessário adequar a metodologia de uso dessa solução,

pois pode ocorrer toxidez de algumas substâncias (GALDIANO JÚNIOR, 2013). Talvez

estudos futuros testando diferentes períodos de imersão na solução de PVS2 possam melhorar

a técnica contribuindo com porcentagens de germinação mais altas.

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58

Gráfico 8. Grau de umidade, teste de tetrazólio e germinação de sementes de C. Xanthocarpa,

imersas em solução de PVS2 por diferentes períodos de tempos.

*As médias de tetrazólio seguidas pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey

a 5% de probabilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor

Apesar de não haver diferença estatistica entre os tempos de imersão de 34 horas e 12

horas com a testemunha, houve pequena redução na viabilidade das sementes. Além disso,

observa-se incremento de plântulas anormais com a imersão das sementes em PVS2

(Imagem10-C).

No tempo de imersão de 58 horas pode-se observar redução siginificativa a 5% de

probabilidade na viabilidade das sementes de C. xanthocarpa indicado pelo teste de tetrazólio

e germinação em papel. Em trabalho de criopreservação com sementes de orquídea

(Dendrobium sp.) Galdiano Júnior (2013) também verificou que longos períodos de imersão

das sementes em solução de PVS2 eram prejudiciais a germinação, neste caso, o intervalo de

tempo de imersão que proporcionou maior porcentagem de germinação foi entre 1 e 3 horas.

Mostra-se claramente que os tempos de exposição foram muito prolongados para a espécie.

O tempo de imersão de 58 horas pode ter favorecido a penetração celular do

etilenoglicol que pode ter sido metabolizado e gerado subprodutos tóxicos as células (Castro et

al., 2011). Alguns estudos demonstram que dependendo da quantidade de etilenoglicol

metabolizado, o ácido glicólico formado excede a capacidade tamponante natural da célula,

levando a uma redução do pH com consequente acidose celular, resultando na formação de

glicina e ácido oxálico (CASTRO et al., 2011).

Observa-se na imagem 9-B e 9-C, coloração branco leitoso do embrião das sementes,

82a

90 a84 a

41b

82a

73 a69 a

39 b

78,3

34

65,2

75,4

0

20

40

60

80

100

Testemunha PVS2+12 h PVS2+34 h PVS2+58 h

(%)

Tetrazólio Germinação Umidade

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59

indicando baixa respiração dos tecidos em função do dano causado pela excessiva exposição

ao PVS2.

Imagem 9. Coloração em sal de terazólio e germinação de sementes de C. Xanthocarpa, imersas

em solução de PVS2 por diferentes períodos de tempos.

A – Coloração em sal de tetrazólio de sementes de C. xanthocarpa, testemunha; B – Coloração em sal de

tetrazólio de sementes de C. xanthocarpa, imersas em PVS2 34 horas; C – Coloração em sal de tetrazólio de

sementes de C. Xanthocarpa, imersas em PVS2 58 horas;

Os resultados obtidos sugerem a verificação do nível crítico de umidade do lote de

sementes de C. xanthocarpa antes da crioproteção, talvez uma maior redução na umidade das

sementes facilite o estabeleimento do protocolo de criopreservação.

A A

B B

C C

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60

Segundo Melchior et al, (2006), a redução da umidade das sementes de Campomanesia

adamantium, mesmo gênero da C. xanthocarpa, para menos de 30 % causou o retardamento e

a desuniformidade da germinação, corrolaborando com o observado neste trabalho (imagem

10-C).

Imagem 10. Germinação de sementes de C. xanthocarpa, imersas em solução de PVS2 por

diferentes períodos de tempos.

A – Germinação de sementes de C. xanthocarpa, testemunha; B – Germinação de sementes de C. xanthocarpa,

aclimatadas imersas em solução de PVS2 12 horas; C – Germinação de sementes de C. Xanthocarpa imersas em

solução PVS2 34 horas; D – Germinação de sementes de C. Xanthocarpa imersas em solução PVS2 58 horas.

A B

A

A

C D

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61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo não foi obtido sucesso com a técnica de criopreservação para

sementes recalcitrantes, porém observa-se avanços positivos com os protocolos testados. Estes

avanços foram notados pelo teste de tetrazólio que indicou a presença de tecidos respirando em

alguns pontos dos embriões A. angustifolia mesmo após o congelamento.

Apesar das limitações das sementes recalcitrantes ao armazenamento prolongado, pode-

se com contínuas pesquisas conseguir sucesso com a técnica de criopreservação, desde que

algumas condições possam ser satisfeitas.

Dentre essas condições destaca-se a redução da umidade das sementes até um valor

próximo do considerado crítico para a espécie. Assim, a desidratação não deve ser extrema ao

ponto de retirar a água de constituição dos tecidos, mas o suficiente para aumentar a viscosidade

intracelular e reduzir a probabilidade de formação de cristais de gelo letal a células durante o

congelamento.

A redução das espécies reativas de oxigênio (ROS) deve ser considerada, ou seja deve-

se manter o estado redox dos tecidos por mais tempo, seja através da redução do tempo de

secagem, ou por alguma atividade antioxidante, como a aplicação de antioxidantes exógenos.

Também considera-se como uma condição eficaz, a escolha de um crioprotetor eficiente que

crie um estado vítreo na célula sem causar efeito de fitotoxidez. Então, testes com concentração,

tempo de imersão e compostos químicos que compõe a solução devem ser realizados, visto que

a ação de cada um destes fatores varia de espécie para espécie.

.

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